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Campanha Nacional dos Bancários 2011

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Otávio Dias ∞ BradescoPresidê[email protected]

Carlos Alberto Kanak • HSBCSecretaria [email protected]

Antonio Luiz Fermino • CaixaSecretaria de Finanç[email protected]

Audrea Louback • HSBCSecretaria de Organização e Suporte Administrativo [email protected]

Eustáquio Moreira dos Santos • Itaú UnibancoSecretaria de Imprensa e Comunicaçã[email protected]

Marcio M. Kieller Gonçalves • Itaú UnibancoSecretaria de Formação Sindical [email protected]

Denívia Lima Barreto • HSBCSecretaria de Igualdade e da [email protected]

Ademir Vidolin • BradescoSecretaria de Assuntos Jurídicos Coletivos e [email protected]

Margarete Segalla Mendes • HSBCSecretaria de Saúde e Condições de [email protected]

André C. B. Machado • Banco do BrasilSecretaria de Políticas Sindicais e Movimentos [email protected]

Genésio Cardoso • CaixaSecretaria de [email protected]

Júnior César Dias • Itaú UnibancoSecretaria de Mobilização e Organização da [email protected]

Pablo Sérgio M. Ruiz Diaz • Banco do BrasilSecretaria de Ass. de P. Sociais e E. Socioeconô[email protected]

Anselmo Vitelbe Farias • Itaú UnibancoSecretaria de Assuntos do Ramo [email protected]

Selio de Souza Germano • Itaú UnibancoSecretaria de Esportes e [email protected]

Alessandro Greco Garcia - Banco do BrasilAna Luiza Smolka - Banco do BrasilAna Maria Marques - Itaú UnibancoCarl Friedrich Netto - Banco do BrasilClaudi Ayres Naizer - HSBCEdson Correia Capinski - HSBCEdna do Rocio Andreiu - HSBCElize Maria Brasil - HSBCErie Éden Zimmermann - CaixaGenivaldo Aparecido Moreira - HSBCHamilton Reffo - HSBCHerman Felix da Silva - CaixaIlze Maria Grossl - HSBCJoão Batista Melo Cavalcante - CaixaJorge Antonio de Lima - HSBC

Efetivos Suplentes

José Carlos Vieira de Jesus - HSBCJosé Florêncio F. Bambil - Banco do BrasilKarin Tavares - SantanderKarla Cristiane Huning - BradescoKelson Morais Matos - BradescoLílian de Cássia Graboski - ABN/RealLuceli Paranhos Santana - Itaú UnibancoMarco Aurélio Vargas Cruz - HSBCMarisa Stedile - Itaú UnibancoSalete A. Santos Mendonça Teixeira - CaixaSonia Regina Sperandio Boz - CaixaSidney Sato - Itaú UnibancoUbiratan Pedroso - HSBCValdir Lau da Silva - HSBCVanderleia de Paula - HSBC

Luiz Augusto Bortoletto - HSBCIvanício Luiz de Almeida - Itaú UnibancoDenise Ponestke de Araújo - Caixa

Deonísio Schimidt - HSBCTania Dalmau Leyva - Banco do BrasilBras Heleison Pens - Itaú Unibanco

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Cartas do leitorEditorialBancosEntrevistaFormaçãoVida sindicalBem viverCapaCulturaCidadaniaBalanço financeiroOpiniãoAconteceuMemórias da lutaHumor

16 Campanha Nacional 2011Comando Nacional dos Bancários já definiu calendário de

encontros e conferências. Mas participação de todos os bancári-os será decisiva para o bom andamento da campanha salarial.

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CUT defende mudanças visando ao fortalecimento da democracia participativa e à ampliação da participa-ção popular na política brasileira.

Reforma Política

Assédio organizacionalImposição de metas abusivas e pressão pelo cum-

primento das mesmas continuam adoecendo bancários em todo o país.

Com a palavraPresidente reeleito do Sindicato dos Bancários de Cu-

ritiba e região, Otávio Dias, fala dos principais desafios para o próximo período.

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Conselho Editorial: Carlos Kanak, EustáquioMoreira dos Santos, Júnior César Dias,

Marcio Kieller, Otávio Dias e Pablo Diaz Jornalista responsável: Renata Ortega (8272-PR)

Redação: Flávia Silveira, Paula Padilha e Renata OrtegaProjeto gráfico: Fabio Souza e Renata Ortega

Diagramação: Fabio Souza e Mariana KaminskiRevisão: Maria Cristina Périgo

Impressão: Maxigráfica • Tiragem: 8.000 Contato: [email protected]

A revista Bancári@s é uma publicação bimestral doSindicato dos Bancários de Curitiba e região,

produzida pela Secretaria de Imprensa e Comunicação.Presidente: Otávio Dias • [email protected]

Sec. Imprensa: Eustáquio Moreira • [email protected]

Rua Vicente Machado, 18 • 8° andarCEP 80420-010 • Fone 41 3015.0523

www.bancariosdecuritiba.org.brOs textos assinados são de inteiraresponsabilidade de seus autores.

Foi dada a largada

Entre 09 e 20 de maio, os trabalhadores da base do Sin-dicato dos Bancários de Curitiba e região responderam à consulta da Campanha Nacional dos Bancários 2011, apon-tando as prioridades que irão pautar as discussões e negocia-ções neste ano. O questionário contemplou demandas sobre remuneração e emprego, saúde, segurança e condições de trabalho, além de aferir a opinião da categoria sobre regula-mentação do Sistema Financeiro Nacional, Reforma Política e Reforma Tributária.

No primeiro trimestre, também foram agendados os en-contros regionais e estaduais, os congressos de bancos pú-blicos e a 13ª Conferência Nacional dos Bancários, que acon-tece no último final de semana de julho, em São Paulo.

Com isso, foi dada a largada para a organização de mais uma campanha salarial. O Sindicato solicita a todos os tra-balhadores que fiquem atentos aos meios de comunicação da entidade. Além da Revista Bancári@s e da Folha Bancária, você pode acessar o site www.bancariosdecuritiba.org.br e acompanhar a cobertura diária das questões pertinentes à categoria e à mobilização. Lá você também pode se cadastrar para receber o Boletim Eletrônico semanal.

A participação e união de toda a categoria é fundamental no embate entre patrões e empregados, pois só assim os tra-balhadores farão valer seus direitos. Não deixe de participar da Campanha Nacional dos Bancários 2011.

Informe-se!

PersépolisAutor: Marjane Satrapi Páginas: 352Editora: Cia das Letras

Foras-da-leiGênero: AçãoTempo de duração: 138 minAno de lançamento: 2010

Ao relatar sua infância e adolescência, Marjane Satrapi emo-cionou leitores de todo o mundo com esta autobiografia em quadrinhos. Em Persépolis, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama e o Irã parece muito mais próximo.

Expulsos de suas terras na Argélia, três irmãos e sua mãe veem-se obrigados a se separar. Seus destinos, selados em torno do amor de uma mãe, se mesclarão com o de uma nação que luta pela sua liberdade.

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Rumo a novos desafiosParabéns aos quase 6 mil trabalha-

dores bancários que foram às urnas, no mês de abril, legitimar, democratica-mente e com 97% dos votos, a Chapa 1 – Seguir conquistando para representá-los no próximo triênio. O processo eleitoral foi conduzido por uma comissão eleita em assembleia e marcado por muita transparência e democracia, com uma bela participação da categoria.

É verdade que este resultado demons-tra o grau de satisfação dos trabalhadores diante do trabalho realizado pela gestão Quem luta conquista, com relação às con-quistas nos últimos anos, à mudança na curva salarial dos bancários desde 2004 (após um longo período de prevalência da política neoliberal, implementada pe-los governos anteriores), entre muitos outros fatores. Contudo, muito existe a conquistar. O que nos traz grande res-ponsabilidade na condução do Sindicato nos próximos três anos.

Mas é com muita alegria que recebe-mos este resultado, pois ele nos enche de ânimo para enfrentar os futuros desafios, já iniciando pela organização da Campanha

Nacional dos Bancários 2011. São diversas as especulações no meio econômico: a re-tomada da inflação, o processo de reestru-turação, a crueldade quanto à rotatividade no setor financeiro. Porém, o que, de fato, assistimos há muito tempo é que, com crise ou sem ela, o Sistema Financeiro Nacional vem lucrando abusivamente – a exemplo do primeiro trimestre de 2011, quando 25 bancos registraram ganho de R$ 12 bilhões, uma alta de 18,2% frente ao lucro de R$ 10,1 bilhões do mesmo período em 2010.

E não há dúvidas de que os trabalha-dores fazem a grande diferença na cons-trução destes resultados. No entanto, eles mesmos vêm pagando um alto preço por isso, colocando em risco sua saúde e segurança e se submetendo a péssimas condições de trabalho. Se não bastasse a evolução da informática, substituindo postos de trabalho todos os dias, há ainda os processos de tercerização, a bancariza-ção sem o bancário.

Diante deste cenário preocupante, foi aprovado desde março, pelo Comando Nacional dos Bancários, um calendário

de reuniões, congressos e conferências (leia mais nas páginas 16 a 19). Esta-belecidas as datas, enfatizamos agora a necessidade da participação de todos os bancários. Embora nossa data-base seja somente em 01 de setembro, a orga-nização da categoria vem se fortalecendo desde o encerramento da campanha sala-rial passada, pois somente com o envolvi-mento e a mobilização do maior número de trabalhadores o sucesso será garantido.

Temos certeza de que a postura dos ban-queiros não será diferente, enfrentaremos muita intransigência. Mas reafirmamos que, mesmo se a Justiça do Trabalho proi-bir (através dos interditos) o movimento sindical de realizar suas atividades, ela não pode coibir a consciência dos bancários de lutar pelos seus direitos, que são constitu-cionais. Por isso, participe de todos os atos, assembleias e mobilizações. Também fique atento aos meios de comunicações do Sin-dicato. E, não se esqueça, o tamanho de nossa unidade determina o tamanho das nossas conquistas. Junte-se a nós!

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Processo eleitoral do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região aconteceu entre 26 e 28 de abril. A Chapa 1 – Seguirconquistando, encabeçada por Otávio Dias, foi eleita com 97%.SE

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O grande vilãoJá virou rotina na vida dos trabalha-

dores do sistema financeiro a intensa cobrança pelo cumprimento de me-tas, o medo do desemprego e as amea-ças de gestores quanto à capacidade de produção dos bancários. E estas práticas de desvalorização, falta de condições de trabalho nas agências e demais locais de trabalho e ameaças constantes podem ser resumidas em um único termo: o as-sédio organizacional.

De acordo com a psicóloga Lis Andréa Soboll, doutora em Medicina Preventiva pela Universidade de São Paulo (USP), o assédio moral organizacional é uma forma de violência contra o trabalhador, justifi-cada na lógica econômica. Ela é caracte-rizada na própria estrutura organizacional, que possui formas abusivas de gestão, tão evidentes na rotina dos bancários. “São consideradas abusivas e inadequadas a partir da perspectiva do respeito à saúde, à dignidade da pessoa humana, ao trabalho decente e aos direitos humanos no tra-balho”, contextualiza a psicóloga.

NOS BANCOS PRIVADOS, TRABALHADORES TÊM ENFRENTADO SITUAÇÕES CADA VEZMAIS DIFÍCEIS PARA MANTER SEUS EMPREGOS

Bancos privadosOs dirigentes do Sindicato dos Bancá-

rios de Curitiba e região receberam inú-meras denúncias informais de trabalha-dores do Itaú Unibanco, que estão sendo ameaçados pela política de “ser o melhor banco”. “Quem não aguentar a pressão e não se submeter às regras de cumprimen-to de metas inatingíveis ou não estiver sa-tisfeito com tal estratégia está sendo convi-dado a sair”, relata a dirigente Ana Fideli.

E a realidade não é muito diferente nos outros bancos privados. No HSBC, mesmo com a mudança de diretoria, a desvalori-zação dos funcionários permanece, com exigências cada vez maiores. O coordena-dor nacional da COE/HSBC, Carlos Alberto Kanak, levou, inclusive, essas reclamações à direção do banco durante uma reunião no México, com João Rached, diretor exe-cutivo de recursos humanos do HSBC para as Américas.

Na ocasião, os principais problemas nas relações de trabalho no Brasil foram citados: cobrança excessiva para atingi-

mento de metas, falta de funcionários, de-missões, terceirizações, conflitos na remu-neração variável, utilização de interditos proibitórios nas campanhas salariais e a rotatividade de gestores. “Os relatos apon-tam que os funcionários estão revoltados e afirmam que nunca foram tão humi-lhados, nem se sentiram tão pressionados e desvalorizados”, denuncia Kanak. Em Curitiba, os problemas de gestão do HSBC aumentaram após Jorge França assumir a direção regional do banco inglês. O ges-tor chegou a afirmar que a Síndrome do Pânico seria sinônimo de incompetência.

CaracterizaçãoO assédio organizacional pode ser

identificado de três formas: por injúria (humilhações para conseguir obediência e submissão ou exposição de todas as pes-soas do grupo); estresse (tem objetivo de melhorar o desempenho e a agilidade do trabalho, e é o tipo de gestão que pode ser considerado característico no ambiente bancário, considerando as metas abusi-

“ O clima na equipe é horrível, pois existe muitadiscórdia entre as pessoas, muita insatisfação.Eu que tentei dar um grito de alerta, agora me vejo no fundo do poço.”Bancária do HSBC

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vas); e medo (ameaças com o fim de gerar adesão do trabalhador aos objetivos organizacionais).

A chamada gestão por estresse, tipo mais comum de assédio organizacional sofrido pelo bancário, é caracterizada por cobranças constantes, supervisão e-xagerada, comparações de desempenho entre os tra-balhadores, ranking de produtividades, metas exigen-tes e prazos inadequados às exigências, entre outros.

Segundo relatos de bancários, tais situações têm sido, cada vez mais, identificadas nos bancos privados. Além dos casos citados que ocorrem no HSBC e no Itaú, diferentes formas de pressão também são obser-vadas no Bradesco, que desvaloriza seus funcionários.

“O assédio tem acontecido de forma rotineira. O ban-co não possui um Plano de Cargos e Salários, nem um plano de remuneração variável e precisa de melhorias no plano de saúde”, observa Otávio Dias, presidente do Sindicato. No Santander, a pressão também é pelo cumprimento de metas. “Os funcionários sofrem com metas individuais, reuniões diárias, desvio de função e isso tem que acabar”, cobra Carlos Augusto Schiavo, diretor da FETEC-CUT-PR.

Nos bancos públicos, a prática do assédio também é constante. E o medo não é o do desemprego, mas do descomissionamento, que pode causar perda de até 60% dos rendimentos dos bancários.

“ As cobranças envolviam gritos,exposições constrangedorasdiante de colegas e palavrasofensivas. As ameaças de demissão para aqueles que não cumprissem as metas eram frequentes erealmente se concretizavam.”Bancário do Bradesco

“ Meu chefe chamava a minhaatenção diante de clientes edemais funcionários. Sentia-me humilhada com uma baixaautoestima e fui ficandocada vez mais estressada,desmotivada e deprimida.”Bancária do Itaú

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Incoerência no HSBC

Itaú Unibanco eo medo das demissões

Em maio, o novo presidente-executivo do HSBC, Stuart Gulliver, anunciou que o banco quer reduzir as operações de vare-jo e gestão de fortuna e economizar en-tre U$2,5 e U$3,5 bilhões nos próximos anos. Dos 87 mercados em que o banco inglês atua, apenas 22 operações de varejo e 18 de gestão trazem retorno. No varejo, o banco se concentrará nos mercados princi-pais, como Hong Kong e Inglaterra, e nos de alto crescimento, como México, Brasil, devendo se retirar, por exemplo, da Rússia.

Enquanto isso, o presidente do HSBC no Brasil, Conrado Engel, diz que o país

Lucrar à custa dos funcionários, que não são reconhecidos e ainda trabalham sob o risco de demissão. É assim que o Itaú Unibanco vem tratando seus tra-balhadores. Mesmo com lucro recorde em 2010 (R$13,3 bi) e de um fatura-mento de R$3,53 bi só no primeiro trimestre de 2011, o banco mantém a ‘doutrina do manicômio’, com péssimas condições de trabalho.

De acordo com Marcio Kieller, diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e titular da COE/Itaú, as con-versas com o banco andam difíceis. “Há uma tática por parte da nova diretoria de relações sindicais de ganhar disputas no

deve passar incólume por este processo. O banco deve contratar mil novos gerentes para atender o varejo de alta renda e o seg-mento de pequenas e médias empresas.

Para o movimento sindical, desta ma-neira o HSBC segmenta seus clientes. “O banco mostra que o interesse está nos clientes mais ricos e nos lucros, acima de tudo”, avalia Carlos Alberto Kanak, coor-denador nacional da COE/HSBC. “Anun-ciam a contratação de novos gerentes, mas e de funcionários para linha de frente? As agências continuam lotadas, sem trabalha-dores e os que já estão lá são desvaloriza-

cansaço e não no diálogo. Não aceitamos isso, somos mais de 100 mil funcionári-os que, com muito suor, tornamos esta uma das maiores empresas do mundo”, afirma Kieller.

Os bancários do Setor de Compensa-ção (Secom) são os que estão se sentindo mais ameaçados, já que o Banco Central determinou o fechamento deste departa-mento em todas as instituições financei-ras. De acordo com o Itaú, as mudanças tecnológicas feitas no setor, que emprega cerca de 400 trabalhadores, e a implan-tação do sistema de truncagem obrigam o banco a transferir 20% destas pessoas, que serão realocadas após um processo

BANCO INGLÊS ANUNCIA MUDANÇA DE PERFIL, REDUÇÃODE CUSTOS E CONTRATAÇÕES PARA A ÁREA GERENCIAL

FECHAMENTO DOS SECOMS COLOCA EMPREGO DE BANCÁRIOS EM RISCO

dos”, completa Kanak. Em maio, o Sindicato se reuniu com

o diretor de recursos humanos do HSBC, João Rached, no México. No encontro, Kanak expôs os problemas nas relações de trabalho no Brasil: metas abusivas, falta de funcionários, demissões, rotatividade de gestores, terceirização e utilização de interditos proibitórios. “Esperamos que o banco operacionalize os compromissos assumidos, dando respostas aos trabalha-dores, que diariamente se empenham na linha de frente para alcançar os bons resul-tados”, finaliza.

de requalificação. O movimento sindical critica que

mudanças deste tipo coloquem em risco o emprego de bancários que, geralmente, já têm bastante tempo de casa e dedica-ção à empresa. “Estamos preparados para resistir ao processo de demissão, se ele vier. Seremos intransigentes na defesa do emprego dos funcionários do Itaú, até porque percebemos que há falta de tra-balhadores nas agências”, relata Kieller. “Exigimos que a diretoria do banco, en-cabeçada por Roberto Setubal e Marino Vilela, comece a ter mais sensibilidade e entenda que estão lidando com pessoas e não com números”, finaliza.

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O risco da terceirização

A terceirização dos serviços bancários já acontece há algum tempo. Começou com as atividades de limpeza, copa e segu-rança e, na década passada, alcançou o re-passe do processamento de envelopes dos caixas automáticos, a retaguarda de agên-cias e o setor de compensação. No entanto, nos últimos anos, a prática tomou propor-ções que vão bastante além destes serviços.

Acontece que não existe, no Brasil, uma legislação clara sobre a contratação de serviços terceirizados. De acordo com o Enunciado 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), de 1993, “a contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário”. Sendo assim, apesar de considerada ilegal, a contratação é possível, o que torna a situação confusa.

Diante disso, o Banco Central (BC) divulgou, neste ano, duas resoluções que legitimam a terceirização bancária. Por meio das resoluções 3954 e 3959, flexi-bilizou-se por completo a função dos cor-respondentes bancários.

De solução a problemaOs correspondentes bancários sur-

giram na época da ditadura militar, que

encontrou neles a solução para a falta de agências em pequenas cidades. Os corres-pondentes bastavam-se em executar or-dens de pagamento e cobrança de títulos. Em 1999, BC chegou a ampliar tais fun-ções, mas isto ainda era restrito às cidades distantes dos grandes centros.

Mas a pressão dos bancos acabou trans-formando algo que era socialmente justo em um problema. No dia 31 de março, o BC publicou a resolução 3959, que traz algumas alterações na 3954, do mês ante-rior. Estas resoluções legitimam a função do correspondente bancário, que passam, inclusive, a oferecer “prestação de serviços de atividades de atendimento a clientes e usuários da instituição contratante”.

“O correspondente exerce as mesmas funções dos bancários, mas sem as pro-teções legais e os direitos da categoria. Acaba sendo vantajoso para o banco te-los no lugar de bancários, pois sai mais bara-to”, afirma André Machado, secretário de Políticas Sindicais e Movimentos Sociais do Sindicato.

Segundo um levantamento feito pelo IBGE, no ano 2000 havia no Brasil um total de 16.396 agências e 13.731 correspon-dentes. Em 2010, o número de agências passou para 19.813 e de correspondentes

RESOLUÇÕES DO BANCO CENTRAL PIORAM A SITUAÇÃO NO SETOR: BANCÁRIOS PERDEM EMPREGO E TERCEIRIZADOS NÃO TÊM DIREITOS

para 165.228 – ou seja, um aumento de 1.103%. “Dados da Fenaban mostram que 35% dos municípios não têm agências e 26% têm apenas uma. Isso demonstra que os bancos preferem abrir agências nas ci-dades grandes. A maioria dos pequenos municípios tem apenas correspondentes bancários”, avalia André.

ConsequênciasAo contrário do que alega o BC, os

correspondentes não aumentam a ban-carização, mas precarizam as condições de trabalho e geram a segregação de cli-entes. “Os bancos não querem atender as classes mais pobres em suas agências, querem jogá-las para os corresponden-tes”, continua André.

Desde o início de maio, os represen-tantes da categoria se reúnem para debater pontos importantes que devem ser incluí-dos na Campanha Nacional dos Bancários 2011. A terceirização foi o primeiro dos assuntos, abrindo o Ciclo de Debates da Contraf-CUT no dia 06 de maio e reto-mando a discussão com a Fenanban no dia 09 de maio. A expectativa do movimento sindical é que a terceirização se torne um dos temas centrais da campanha salarial deste ano.

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Para seguir conquistando

Entre os dias 26 e 28 de abril, foi realizada a eleição para renovação das diretorias executiva e geral e do conselho fiscal do Sindicato dos Bancários de Cu-ritiba e região. Com o encerramento do mandato da atual gestão, Quem luta conquista, em 21 de junho, uma nova equipe assume o comando da entidade a partir do dia 22, permanecendo à frente das decisões no triênio 2011-2014.

O processo eleitoral, iniciado em 17 de fevereiro com a eleição em assembleia da comissão eleito-

ral, foi marcado, sobre-tudo pela transparência. Marisa Stedile (CUT-PR), Elias Hennemann Jordão (FETEC-CUT-PR) e Domin-gos Oliveira Davide (Sin-tracon) foram os respon-sáveis por conduzir todas as etapas do pleito, desde a elaboração e publicação do edital de convocação até a definição da quantidade de mesas coletoras de votos e seus itinerários. Tudo para garantir o direito de partici-pação de todos os associa-dos em condições de votar.

O prazo para inscrição das chapas concorrentes,

conforme determinação do edital, foi de 24 de fe-vereiro a 10 de março. Podiam ser candidatos os as-sociados que, na data da realização da eleição, tives-sem mais de seis meses de inscrição no quadro social da entidade e pelo menos 12 meses de exercício da profissão, além de estar em dia com as mensalidades sindicais. No entanto, apenas a Chapa 1 – Seguir con-quistando se inscreveu ao pleito.

Durante a eleição, dos 7.184 bancários aptos a vo-tar, 5.457 compareceram às urnas, totalizando uma participação de 76%. Podiam participar da votação to-dos os bancários sindicalizados que, na data, tivessem mais de seis meses de inscrição na entidade e estivesse em dia com as mensalidades sindicais. Do total de vo-tos coletados, 33 foram nulos e 5.295 foram para a Chapa 1, encabeçada pelo trabalhador bancário do Bradesco Otávio Dias.

Na ocasião da divulgação do resultado, o presi-dente do Sindicato, que foi reconduzido para mais um mandato no triênio 2011-2014, agradeceu o grande volume de participação no pleito e reafirmou o com-promisso da entidade em se mobilizar para os desa-fios da categoria em 2011. “Esse também será um ano decisivo para pressionarmos pela regulamentação do Sistema Financeiro Nacional, que está causando mui-tos reflexos nas condições de trabalho dos bancários, como o abuso dos bancos quanto às metas e o aumen-to das terceirizações no setor”, afirmou Otávio Dias.

Agora, ele fala com a Revista Bancári@s para parabenizar todos os bancários que exerceram seus direitos durante o processo eleitoral e apontar os principais desafios do próximo período. O presidente também comenta a mudança de perfil da categoria – que foi decisiva durante o processo de estruturação da Chapa 1 – e acrescenta o compromisso do Sindi-cato em participar das grandes discussões nacionais que se avizinham.

Bancári@s: Mesmo com apenas uma chapa inscri-ta, mais de 75% dos bancários sindicalizados foram às urnas durante as eleições do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. Como você avalia a participação dos trabalhadores no processo eleitoral?

Otávio Dias: O envolvimento dos trabalhadores em todo o processo eleitoral foi muito positivo. Na nossa avaliação, isto é motivo de satisfação, princi-

COM 97% DE APROVAÇÃO, PRESIDENTE REELEITO DO SINDICATO PARABENIZA BANCÁRIOS PELA PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA E ABORDA PRINCIPAIS DESAFIOS PARA O PRÓXIMO PERÍODO

“ Enquanto, em outros processos eleitorais, existem inúmeras dificuldades para o cumprimento de quórum, nossa categoria deu ‘um show de democracia’, comparecendo massivamente às urnas.”

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palmente para quem está à frente de uma entidade do tamanho da nossa. Enquan-to, em outros processos eleitorais, exis-tem inúmeras dificuldades para o cum-primento de quórum, nossa categoria deu ‘um show de democracia’, compare-cendo massivamente às urnas. Dos 7.184 bancários aptos a votar, 5.457 exerceram seu direito. A única coisa que temos a dizer é: Parabéns a todos!

Bancári@s: A Chapa 1 – Seguir con-quistando obteve 97% de aprovação. A que você atribui esse desempenho?

O. D.: Tal resultado demonstra o grau de satisfação da nossa categoria frente ao desempenho da gestão Quem luta con-quista. Mas este mérito não é somente do presidente e, sim, de um grupo que está comprometido com os bancários. Nos resta agradecer a confiança deposi-tada, com a certeza de que trabalharemos muito para corresponder às expectativas no próximo triênio.

Bancári@s: A nova diretoria do Sindi-cato dos Bancários de Curitiba e região traz vários nomes novos e uma maior partici-pação feminina. Quais foram as preocupa-ções no momento de montar a Chapa 1?

O. D.: De uma forma geral, a catego-ria bancária vem sofrendo um processo de reestruturação muito grande, com forte rotatividade e, consequentemente,

mudança no perfil dos trabalhadores, sejam eles de bancos públicos ou priva-dos. Atualmente, na Caixa e no Banco do Brasil existem mais trabalhadores pós-98 que pré. Nos bancos privados, os proces-sos de demissão e contratação são cruéis, expulsando do sistema os bancários mais antigos. Percebe-se também que existe, na soma de toda a categoria, um número superior de mulheres, porém sofrendo com muita discriminação em todos os níveis. A soma de todos estes fatores fez com que, naturalmente, acontecesse um processo de renovação na montagem da Chapa 1, assim como a inclusão de nomes femininos. Trata-se de uma readequação do perfil de representatividade da própria categoria, que tem muito a agregar.

Bancári@s: O que a sua continuidade na presidência do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região representa?

O. D.: Estou profundamente feliz e lisonjeado com a minha recondução à frente da nossa entidade. Acredito que a reeleição representa, acima de tudo, a continuidade de um projeto que tem por base a defesa dos trabalhadores e a cons-trução de uma sociedade mais justa.

Bancári@s: Quais os principais desa-fios para o próximo triênio?

O. D.: Além das demandas da nossa categoria, estão por vir diversas refor-

mas: a Reforma Política, da Previdência, a Tributária e, uma das nossas grandes bandeiras de luta, a regulamentação do Sistema Financeiro Nacional. Com certe-za, todas essas mudanças terão reflexos no mundo do trabalho. Assim, além das mobilizações dos movimentos sociais e sindical, será exigida a participação efe-tiva de todos os trabalhadores. Desde já, nos comprometemos a atuar de forma decisiva nessas discussões.

Bancári@s: Estamos a poucos me-ses do início da Campanha Nacional dos Bancários 2011. O que os trabalhadores devem esperar para este ano no enfrenta-mento com os patrões?

O. D.: De fato, já iniciamos a organiza-ção da Campanha Nacional dos Bancários 2011. A consulta de prioridades já foi re-alizada junto a nossa base e os encontros, conferências e congressos foram agenda-dos. Não tenho dúvidas de que a política de enfrentamento e a intransigência dos banqueiros serão as mesmas. Mas, em 2010, os trabalhadores organizados em todo o Brasil já deram o recado: temos for-ça! Este ano, sabemos que será necessária uma mobilização na mesma proporção do resultado do Sistema Financeiro Na-cional. E nós faremos isso. É sempre bom lembrar: quanto maior a participação dos bancários, maiores serão os resultados.

“ Não tenho dúvidas de que a política de enfrentamento e a intransigência dos banqueiros serão as mesmas. Mas, em 2010, os trabalha-dores organizados em todo o Brasil já deram o recado: temos força!”SE

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Segurança para bancários e clientesPROJETO DE SEGURANÇA PARA COMBATER CRIMEDE ‘SAIDINHA DO BANCO’ PODE VIRAR LEI EM CURITIBA

Trégua ou coincidência? Depois de um início de ano de terror para bancári-os, vigilantes e clientes de instituições fi-nanceiras, que sofreram com 27 assaltos a agências e caixas eletrônicos em Cu-ritiba e região, felizmente, a situação se acalmou. “Contudo, não acreditamos que este cenário permanecerá assim por muito tempo. Não podemos nos enganar, pois a qualquer hora eles podem voltar a atacar”, avalia João Soares, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e região.

Uma sequência de fatores importantes pode ter contribuído para a diminuição dos casos de assalto: a identificação, no fi-nal de abril, de duas quadrilhas por parte do Cope, o grupo de operações especiais da Polícia Civil, e a posterior prisão de uma delas no fim de maio; a audiência pública de Segurança Bancária, ocorrida no dia 14 de abril, sobre o Projeto de Lei que tramita na Câmara Municipal de Cu-ritiba; e, ainda, a divulgação pela impren-sa de casos de assalto quase diários, que chamou a atenção da sociedade para o drama dos trabalhadores bancários. “Essa ausência de ataques nas últimas semanas certamente é resultado do trabalho que está sendo feito”, opina João Soares.

Em tramitaçãoO vereador Pedro Paulo (PT), um dos

autores do PL na Câmara, afirma que está acompanhando a tramitação para que haja celeridade na sua aprovação. “Logo após a audiência pública, começamos a preparar um substitutivo geral, agregan-

do as sugestões e adequando questões já contempladas na legislação do mu-nicípio”, explica. Pedro Paulo considera fundamental a mobilização da sociedade para a aprovação e sanção da lei. “O pró-ximo passo é uma audiência com o pre-feito, na perspectiva de detalhar o projeto e sensibilizá-lo quanto à importância de efetivar estas alterações na legislação mu-nicipal”, informa.

No dia 19 de maio, o Secretário de Go-verno, Fernando Jamur, recebeu o vereador e os presidentes dos Sindicatos dos Bancários e dos Vigilantes para se informar sobre o projeto. O PL nº 005.00203.2010 foi protocolado em dezembro de 2010 por quatro vereadores, baseado em pro-postas de segurança bancária apresentadas pelo movimento sindical aos parlamenta-res. O projeto foi apresentado em diversas regiões do país, com apoio da Contraf-

CUT e entidades filiadas, visando prevenir os ataques e aumentar a segurança dos tra-balhadores e clientes.

Quando sancionada, a lei deverá o-brigar os bancos a realizarem mudanças estruturais nas agências, como por exem-plo, a mudança de local das portas com detectores de metais, para proteger tam-bém os caixas eletrônicos; o monitora-mento por câmeras em tempo real, com armazenamento de imagens para auxiliar nas investigações da polícia; a instalação de biombos; e mais equipamentos para vigilantes, entre outros. “Certamente, teremos mais segurança para usuários do sistema financeiro e trabalhadores vigilantes e bancários. A implantação de instrumentos de vigilância, como as câmeras, escudos, biombos e outros, é uma forma eficiente de coibição de crimes”, defende o vereador Pedro Paulo.

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O projeto também prevê punição aos bancos que não cumprirem as determinações, que pode chegar à interdição do estabelecimento. Outro ponto impor-tante é a fiscalização junto à Prefeitura. Para Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Cu-ritiba e região, é importante que as instituições fi-nanceiras sejam fiscalizadas, para que a legislação seja cumprida. “Os bancos ignoram as leis existentes e nós vamos exercer nosso direito de órgão fiscalizador conforme prevê o Projeto de Lei”, acrescenta.

Exerça seu direitoDesde 2010, a Convenção Coletiva de Trabalho

dos Bancários (CCT 2010/2011) possui uma cláu-sula que define procedimentos especiais que os bancos devem adotar em casos de assalto ou seques-tros. Ela garante atendimento médico ou psicológi-co a todos os funcionários presentes; comunicação à CIPA; registro de Boletim de Ocorrência (BO) por parte do banco; possibilidade de realocação para outra agência para vítimas de sequestro; além da discussão de dados estatísticos nacionais na mesa temática de Segurança Bancária. “Portanto, para as-segurar o cumprimento da cláusula e preservar os direitos dos trabalhadores, é fundamental que o Sindicato seja comunicado de todos os casos de as-salto”, destaca Otávio Dias.

No dia 29 de abril, a Fenaban apresentou, pela primeira vez, suas estatísticas de assaltos a bancos. A entidade patronal contabilizou 369 assaltos em 2010, em todo o país. Um levantamento nacional realizado pelo Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e região aponta para 1.130 casos, sendo 29 deles no Paraná.

Em 2011, o movimento sindical paranaense está buscando a unificação dessas estatísticas. De 01 de janeiro a 30 de abril, já ocorreram 39 casos em todo o Paraná, sendo 27 na base de atuação do Sindicato em Curitiba e região. Na capital também foram re-gistrados no período mais três casos de assalto a cor-respondentes bancários e postos de atendimento.

O delegado do Cope Amarildo Antunes participou da audiência pública e informou sobre como as víti-mas de assalto a banco devem proceder logo após a ocorrência para ajudar nas investigações. Os locais não devem ser alterados, para não destruir provas. O Cope atua somente em assaltos a agências. No caso de arrombamentos de caixas eletrônicos, a responsabili-dade é da delegacia de furtos e roubos.

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Todo mês de março, é descontado dos trabalhadores brasileiros, sindicalizados ou não, o valor correspondente a um dia de trabalho. O imposto, que recebe o nome de Contribuição Sindical, está pre-visto nos artigos 578 a 591 da CLT e é re-passado aos sindicatos, federações, con-federações e ao Ministério do Trabalho e Emprego. Contudo, apesar do objetivo ser custear as atividades sindicais e man-ter os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador, a Central Única dos Traba-lhadores (CUT) defende a extinção deste tipo de imposto.

Segundo o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, em entrevista ao Portal do Trabalho, o ideal seria a cria-ção de uma contribuição sobre negocia-ção coletiva, de forma que os trabalha-dores pudessem participar desta decisão. “A sustentação financeira seria decidida e aprovada – ou não – pelos próprios trabalhadores e trabalhadoras, em as-

sembleias soberanas e divulgadas com antecedência, para que todos tenham a possibilidade de participar”, explica.

De acordo com o presidente da CUT Paraná, Roni Barbosa, o fim do Imposto Sindical também contribuiria para a ex-tinção dos chamados sindicatos de ga-veta, aquelas entidades que surgem ape-nas com o intuito de recolher o tributo. “Acreditamos que com o fim do im-posto, estes sindicatos deixariam de e-xistir, porque, com a contribuição sobre negociação coletiva, seria preciso ter as-sembleias com representatividade. Assim, os trabalhadores passariam a se organizar em entidades que realmente os represen-tassem”, avalia. Estima-se que, no Brasil, em média 2,3 sindicatos são criados to-dos os dias.

Para Roni Barbosa, os sindicatos menores, que até então dependem do Imposto Sindical para sobrevivência, não têm o que temer. “Se estas entidades

estão presentes na base, em diálogo com os trabalhadores que representam, eles não correm risco. Além do mais, o valor da contribuição negocial pode vir a ser maior que o imposto, com teto de 1% do rendimento anual do traba-lhador, mais que um dia trabalhado. Vai depender da aprovação em assembleia, ou seja, quem decide é o próprio tra-balhador”, finaliza.

No dia 1º de maio, Dia do Trabalha-dor, a CUT Paraná foi às ruas da capital paranaense lutar pela liberdade e autono-mia sindical e o fim do imposto sindical. O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região está entre as entidades que fazem a devolução do imposto. Os bancários associados puderam fazer o pedido de devolução durante o mês abril e devem receber, creditado em conta ou investido em cotas da Coopcrefi, a quantia repassa-da ao Sindicato, que corresponde a 60% do valor em junho.

Pelo fim do Imposto SindicalCENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES DEFENDE SUSTENTAÇÃO SINDICAL POR OUTROS MEIOS

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De volta ao trabalhoDesde março, o movimento sindical

voltou a se reunir com a Federação Nacio-nal dos Bancos (Fenaban) na Mesa Temáti-ca de Saúde do Trabalhador. Entre os temas em pauta, o principal deles é a reabilita-ção dos trabalhadores, que continua sendo negligenciada pelos bancos.

Em 2009, os bancários conquistaram uma cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que trata do assunto. No texto, consta que os bancos devem implantar o Programa de Reabilitação Profissional, com objetivo de assegurar, com ajuda de equipe multiprofissional, condições para a reinserção do profis-sional no trabalho, após afastamento por diagnóstico de patologia de qualquer natureza. A cláusula também garante remanejamento de função, preventiva-mente, aos primeiros sinais identificados e relacionados a alguma doença causada pelo trabalho.

Dois anos se passaram e os bancos ain-da não cumprem totalmente o acordo. A secretária de Saúde e Condições de Tra-balho da FETEC-CUT-PR, Dulce de Olivei-

REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES COBRAM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PROFISSIONALQUE ATENDA AS NECESSIDADES DOS BANCÁRIOS QUE ESTÃO VOLTANDO AO TRABALHO

ra, conta que a maneira como a cláusula está escrita dá brechas aos bancos. “O texto diz que os bancos ‘podem’ criar es-tes programas e não que ‘devem’. Apenas a possibilidade, não a obrigação, não é sufi-ciente”, afirma.

E, de alguma forma, os banqueiros se respaldam legalmente. De acordo com o artigo 93 da Lei n. 8.213/91, as empresas precisam ter seu quadro de funcionários formado de 2% a 5% por trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiência física. “Eles colocam num mesmo patamar problemas distintos. Parte das empresas preenche a cota com os portadores de deficiência, muitas vezes recebem isen-ção fiscal por isso, e não reintegram o trabalhador que se afastou”, relata Roseli Pascoal, assistente social do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.

Segundo Dulce de Oliveira, alguns bancos chegam a contratar lesionados como sendo pessoas com deficiência, apenas para alcançar a porcentagem des-crita por lei. “Estão comprando uma bri-ga grande com o movimento de pessoas

com deficiência, bastante organizado no Brasil”, completa.

Primeiros passosPelo processo de reabilitação do INSS,

ao retornar ao trabalho, em uma vaga den-tro de suas limitações, o trabalhador passa por um período de experiência e depois recebe um relatório feito pelo gerente. Dependendo do resultado, o INSS dá alta e certifica a reabilitação. “Nenhuma equi-pe profissional de saúde acompanha este processo. Cobramos que o banco tenha psicólogos, médicos e enfermeiros para ajudar, com liberdade para fazer a avalia-ção conforme o que percebem e não em benefício da empresa”, ressalta Dulce.

A secretária acredita que o debate so-bre saúde do trabalhador está avançando e não há mais como os bancos fugirem da obrigação de melhorar a organização do trabalho. “Trabalhadores organizados co-bram. Os banqueiros percebem que não dá mais para adiar este debate. A sociedade já sabe que os bancos estão adoecendo seus funcionários”, finaliza.

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Força, união... mobilização!CALENDÁRIO PARA CAMPANHA NACIONAL DOS BANCÁRIOS 2011 JÁ ESTÁ DEFINIDO. VENHA PARTICIPAR DE MAIS UM ANO DE CONQUISTAS

entre os sindicatos de todo o país e suas bases. Neste ano, além das tradicionais visitas às agências e centros administrativos do Banco do Brasil, que já acontecem há três anos seguidos, os dirigentes sindicais tam-bém intensificaram o contato com os trabalhadores de bancos privados, como HSBC, Santander e Itaú.

Outro instrumento que se tornou fundamental na construção da campanha salarial é a pesquisa de opinião. Nos meses que antecedem a data-base, os anseios dos trabalhadores são coletados na consulta de prioridades, um questionário que elenca as prin-cipais demandas da categoria. Em Curitiba e região, os bancários responderam à consulta entre 09 e 20 de maio, sobre os temas: emprego e remuneração, saúde, segurança e condições de trabalho. Também foi aferida a opinião da categoria sobre a regulamen-tação do Sistema Financeiro Nacional e as Reformas Política e Tributária. “Trata-se de um processo que tem grande influência nos debates, pois é indispen-

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Pode parecer que, todos os anos, é a mesma coisa. Mas somente quem acompanhou a história do movi-mento sindical bancário é capaz de perceber quanta luta foi necessária para concretizar a organização que, ano a ano, traz incontáveis avanços nas conquistas da categoria. Com cerca de 486 mil trabalhadores em todo o país, os bancários foram os primeiros a con-seguir uma Convenção Coletiva de Trabalho válida em todo território nacional, em 2006. Antes disso, porém, foi preciso unificar a campanha salarial, o que ocorreu somente em 2003.

Desde então, uma estrutura de organização foi sistematizada, com o intuito de tornar o processo de negociação amplo e democrático. “Quanto mais uni-dos formos, maiores serão os resultados alcançados”, resume Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. E a Campanha Nacio-nal dos Bancários 2011 já está andando a passos lar-gos. Tudo começa com visitas e diálogo permanente

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sável ouvir a vontade da categoria em cada local de trabalho para organizar o movimento”, destaca Mar-cel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT.

A partir da coleta de informações com os tra-balhadores, os sindicatos e federações iniciam os debates de construção da minuta de reivindicações, por meio dos encontros regionais. O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região realizou seu encontro no dia 11 de junho, no Espaço Cultural e Esportivo. As regionais Pactu (composta por Campo Mourão, Guarapuava, Paranavaí, Toledo e Umuarama) e Vida Bancária (composta pelos Sindicatos de Apucarana, Arapoti, Cornélio Procópio e Londrina), ambas fili-adas à Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Paraná (FETEC-CUT-PR) tam-bém se reuniram no dia 11. “Os encontros regionais garantiram a mobilização e união de todo o Paraná, na construção democrática das reivindicações da ca-tegoria”, completa Otávio Dias.

Conferências Estadual e NacionalSeguindo a deliberação do Comando Nacional,

que estabelece a realização dos encontros estaduais até 24 de julho, a FETEC-CUT-PR promove nos dias 02 e 03 de julho a 13ª Conferência Estadual dos Bancários do Paraná, em Londrina. Na ocasião, re-presentantes de todo o estado estarão reunidos para debater as contribuições que serão encaminhadas nacionalmente. Os eixos para a discussão também já estão definidos: Emprego e remuneração; Saúde

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do trabalhador e condições de trabalho; Segurança bancária; e Sistema Financeiro Nacional. O Paraná conta com dois representantes no Comando Nacio-nal dos Bancários, o presidente do Sindicato, Otávio Dias, e o presidente da FETEC-CUT-PR, Elias Jordão.

“A participação de cada bancário é primordial no processo de discussão em todas as bases sindicais. Como todos os anos, o obje-tivo é ampliar a participação democrática da categoria na definição da campanha salarial e buscar a unidade, primeiramente nos estados e, depois, em todo o país, visando novas conquistas para os trabalhadores do ramo financeiro”, conclama Otávio Dias. “É dever do Sindicato estimular a par-ticipação dos trabalhadores em todos os fóruns de dis-cussão, pois o tamanho de nossa mobilização será o tamanho das nossas conquistas”, completa. Será na Conferência Estadual que serão eleitos os delega-dos para participar da 13ª Conferência Nacional dos Bancários, que acontece nos dias 29, 30 e 31 de ju-lho, em São Paulo.

“ A participação de cada bancário éprimordial noprocesso dediscussões emtodas as basessindicais. Comotodos os anos,o objetivo éampliar a participação democráticada categoria.”

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Bancos públicosAlém dos encontros gerais, a prepara-

ção da Campanha Nacional dos Bancári-os 2011 inclui também os congressos e conferências de bancos públicos. De acordo com o calendário aprovado pelo Comando Nacional, os sindicatos têm até 3 de julho para organizar os encontros estaduais dos funcionários do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Ban-co do Nordeste do Brasil – e até 26 de

junho para os encontros estaduais dos funcionários do Banco da Amazônia. No Paraná, o Encontro Estadual do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, or-ganizado pela FETEC-CUT-PR, acontece no dia 18 de junho, em Curitiba. “Nosso objetivo é discutir as pautas específicas de bancos públicos federais, para levá-las para as reuniões nacionais”, esclarece Otávio Dias.

Nos dias 09 e 10 de julho, serão re-

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“ Nosso objetivo édiscutir as pautasespecíficas de bancos públicos federais,para levá-las para asreuniões nacionais.”

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alizados o 27º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef) e o XXII Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, ambos em São Paulo. “O Conecef é um momento importante da organização dos trabalhadores da Caixa, uma vez que dis-cute as questões específicas do dia a dia dos empregados, construindo a partir daí a pauta de reivindicações da mesa per-manente com a empresa. Esses mesmos temas estarão também na mesa específica da campanha nacional”, afirma Jair Pedro Ferreira, coordenador da Comissão Execu-tiva dos Empregados da Caixa. “Além de discutir as questões específicas, o Congres-so do Funcionalismo do Banco do Brasil é também um espaço privilegiado para aperfeiçoarmos a organização e a unidade nacional. A campanha deste ano acontece num período em que os bancos, inclusive o BB, estão aumentando ainda mais os seus lucros. É favorável, portanto, para con-quistarmos mais aumento real de salário e melhores condições de trabalho”, diz Edu-ardo Araújo, coordenador da Comissão de Empresa do Funcionalismo do BB.

Fique por dentroDefinido o calendário de reuniões,

resta agora cada bancário se engajar na

luta pela defesa de seus direitos. Lembre-se: uma campanha salarial que renda bons resultados não se faz apenas com carros de som, faixas e panfletos. Mais do que isso, é preciso que toda a categoria esteja uni-da, fortalecida e organizada para vencer a queda de braço com os banqueiros. Por isso, participe das assembleias, atos, pro-testos e demais eventos promovidos pelo Sindicato. E, principalmente, informe-se!

Além da Revista Bancári@s e da Fo-lha Bancária, os trabalhadores podem se informar sobre o andamento da Cam-panha Nacional dos Bancários 2011 através da Internet, acessando o site do Sindicato: www.bancariosdecuri-tiba.org.br. Dúvidas, críticas e sugestões podem ser enviadas via correios ele-trônicos, para: [email protected] ou mesmo [email protected].

Você também pode seguir a entidade no Twitter: twitter.com/bancariosctba. “O Sindicato está sempre ampliando seus canais de comunicação na tentativa de estabelecer um diálogo efetivo com os trabalhadores. Queremos dar oportuni-dade para que todos possam participar da forma com que se sentirem mais confor-táveis”, explica Eustáquio Moreira Santos, secretário de Imprensa e Comunicação.

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A importânciapolítica do cinema

Desde seus primórdios, o cinema foi responsável por profundas transformações no modo de percepção das experiências sociais, colocando o homem como ex-pectador da sua própria vida. Ao reprodu-zir as imagens e sons da vida real, conseguiu criar uma áurea de verdade, promovendo identificação e comoção. Seja com temas políticos ou mesmo sociais, essa aproxima-ção tornou-se um importante instrumento de formação e informação.

Segundo os críticos, ao utilizar apa-relhos capazes de penetrar o âmago da realidade, o cinema expande o mundo material e de ações que se tem conhe-cimento, tanto no campo visual como sensorial, aprofundando a percepção humana. Assim, o homem se vê não ape-nas representado nas telas, mas identi-fica ali um caminho para propagar suas mensagens, comportamentos e concep-ções de mundo. Um meio para expressar

CINECLUBE DOS BANCÁRIOS EXIBE FILMES NACIONAIS E FOMENTADISCUSSÕES EM TORNO DE QUESTÕES SOCIAIS, POLÍTICAS E CULTURAIS

questões que, no âmbito da sociedade, muitas vezes são esquecidas ou disfar-çadas e para fazer aflorar perguntas que podem sugerir respostas novas para temas inimagináveis.

Embora não possa propiciar, efetiva-mente, grandes mudanças ou revoluções, o cinema pode servir de indicativo das transformações sociais. Pode despertar no expectador a reflexão ou até mesmo o sentimento de necessidade de mudança. E assim, colaborar com as transformações sociais, culturais e políticas.

Cineclube dos BancáriosCom o intuito de ampliar o acesso às

produções recentes e aos filmes repre-sentativos da cinematografia brasileira que estão fora do circuito de exibição, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, em dezembro de 2010, se asso-ciou à Programadora Brasil. Trata-se de

um programa da Secretaria do Audiovisu-al do Ministério da Cultura realizado pela Sociedade Amigos da Cinemateca, sob a coordenação da Cinemateca Brasileira. “A parceria, que criou o Cineclube dos Bancários em Curitiba, pretende pro-mover o encontro do público com o cinema brasileiro, formar plateias e fo-mentar o pensamento crítico em torno da produção nacional”, afirma Genésio Cardoso, secretário de Cultura.

Todas as quintas-feiras, a partir das 20h, são exibidos filmes de caráter político ou social no Espaço Cultural e Esportivo dos Bancários (Rua Piquiri, 380). As sessões são gratuitas e, após as exibições, convidados debatem temas pertinentes às questões abordadas pelo filme. Se você se interessou, acesse o site do Sindicato (www.bancariosdecu-ritiba.org.br) e confira a programação, publicada semanalmente.

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Os rumos da Reforma Política

Em 2011, as discussões sobre a Reforma Política ganharam peso no cenário brasileiro, com tramita-ção no Senado e na Câmara de anteprojetos de lei, realização de audiências públicas para engajar a so-ciedade e promessa de início das votações ainda em junho. Contudo, a reforma é uma bandeira de luta da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de partidos políticos como o PT desde a aprovação da Constitu-ição Federal de 1988.

Segundo o presidente da CUT Nacional, Artur Henrique, o tema é fundamental para o conjunto da classe trabalhadora. “Nós temos nossa agenda sindical, pela redução da jornada, pelo fim do imposto sindical, mas temos que lutar por mudanças do sistema eleito-ral, com fortalecimento da democracia participativa e ampliação da participação popular”, defendeu o di-rigente durante o Seminário Nacional sobre Reforma Política, organizado pela Central, em maio.

O debate que ocorreu durante o Seminário foi sistematizado pela CUT, que irá atuar na mobilização da sociedade para as seguintes mudanças: modifica-ções no sistema eleitoral; nos mecanismos de partici-pação e controle social; viabilização do orçamento pú-blico participativo; financiamento público exclusivo de campanha; mecanismos para eliminar abusos de poder econômico; voto em lista fechada com proporcionali-dade de gênero (com critérios transparentes e defini-dos em convenções dos partidos); fidelidade partidária e programática; eliminação de cláusulas de barreira.

Entre as alterações que podem ocorrer, caso a re-forma seja aprovada, estão o fim da reeleição, a ex-tensão dos mandatos para cinco anos, cota de 50% para mulheres nas listas fechadas e financiamento ex-clusivamente público das campanhas eleitorais.

TramitaçãoExiste um anteprojeto no Senado, finalizado por

CUT DEFENDE A DEMOCRACIA PARTICIPATIVA, COM FINANCIAMENTO PÚBLICOEXCLUSIVO DE CAMPANHA E LISTA FECHADA NAS ELEIÇÕES PARLAMENTARES

uma comissão presidida pelo Senador Francisco Dor-nelles (PP/RJ) e encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com previsão para ser votado em junho (e depois seguir para votação no plenário). Ele prevê um referendo, a ser realizado nas eleições de 2012, para que todos os eleitores decidam se aprovam ou não a Reforma Política.

A discussão também está adiantada na Câmara Fe-deral, sob relatoria do deputado Henrique Fontana (PT-RS). Para ele, a política brasileira, como está, valo-riza o individualismo, deixando de lado os ideais par-tidários. “Precisamos ter foco para discutir a Reforma Política. O sistema atual interessa a quem tem poder econômico. O sistema de financiamento privado dese-quilibra o resultado das eleições”, afirma o deputado, explicando sobre a importância das listas fechadas por partido para eleições parlamentares e, com isso, a viabilização do financiamento público. “O fato é que teríamos uma campanha mais igualitária e mais bara-ta, com valorização das ideias ao invés dos caríssimos investimentos em marketing eleitoral”, completa.

Henrique Fontana está levando a discussão para participação popular, com realização de audiências públicas nas Assembleias Legislativas de todo o país. A Audiência Pública da Comissão Especial de Reforma Política da Câmara Federal foi realizada em Curitiba, na Assembleia Legislativa, no dia 27 de maio, por iniciativa do deputado estadual Sandro Alex (PPS/PR), membro titular da Comissão da Reforma Política no Paraná.

O que mudariaCom a implementação de listas fechadas para

eleições de deputados estaduais, federais e vereadores, os candidatos seriam definidos pelos partidos em suas convenções, com uma ordem entre eles. A lista teria os candidatos na proporção de um homem e uma mulher, contemplando outra antiga reivindicação da

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• Suplência de senador: redução de dois para um suplente, com alteração na regra para posse. O suplente assu-miria somente como temporário. Em caso de vaga, haveria nova votação na eleição seguinte.• Data de posse: seriam realizadas nos dias 10 (governadores e prefeitos) e 15 de janeiro (Presidente da República).• Reeleição: ficaria proibida para eleições subsequentes nos cargos de presidente, governador e prefeito.• Mandato: seria ampliado de 4 para 5 anos para cargos majoritários.• Sistema eleitoral: proporcional com

Mudanças propostas no anteprojeto do Senado

listas fechadas para vereadores e depu-tados (estaduais e federais).• Financiamento de campanha: o an-teprojeto prevê financiamento exclusi-vamente público de campanha, sendo vedadas doações de pessoas físicas ou jurídicas.• Sem partido: seria permitido o regis-tro de candidaturas avulsas para prefei-tos e vereadores, desde que não tenha filiação partidária.• Domicílio eleitoral: prefeitos e vice-prefeitos seriam proibidos de mudar seu domicílio eleitoral durante o mandato.• Cláusula de desempenho: seriam

mantidos critérios definidos pelo STF sobre propaganda partidária (propor-cional ao número de eleitos) e funcio-namento parlamentar (partidos devem manter três representantes de diferen-tes estados).• Mulheres: a cota estabelece a al-ternância de homens e mulheres na lista fechada, para que sejam em mes-mo número.• Você decide: caso o anteprojeto seja aprovado como está, um referendo será realizado nas eleições de 2012 para consultar os eleitores sobre a Re-forma Política.

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igualdade de oportunidades. O eleitor iria escolher entre os partidos, e não entre os candidatos, baseado nos projetos apresen-tados. O número de candidatos da lista que seriam eleitos dependeria do percen-tual de votação de cada partido. Esse siste-ma também iria facilitar a destinação do financiamento público da campanha, que não seria direcionada para um ou outro candidato, como é feito no financiamento privado, deixando todos em condições igualitárias de disputa.

O financiamento público existe em 199 países do mundo, de acordo com pesquisa do professor Marcos Ianoni, da

Universidade Fluminense. Para ele, a lista aberta privilegia a eleição de candidatos que estão na mídia. “O personalismo pre-judica o fortalecimento dos partidos”, diz.

Mobilizar é precisoO sociólogo Emir Sader, professor da

Universidade Federal do Rio de Janeiro, acredita que sem a mobilização da socie-dade, o engajamento das categorias de tra-balhadores e dos movimentos sociais, a Re-forma Política não passará pelo Congresso Nacional. “Eles não vão mudar a forma de representação pela qual foram eleitos. O Estado existe para fortalecer as elites”,

declarou, corroborando com a ideia das campanhas políticas serem definidas pelo poder econômico. O sociólogo defendeu com veemência que as organizações so-ciais, como os sindicatos, devem eleger seus representantes. “O movimento so-cial não é só para resistir. Deve participar das discussões, eleger suas bancadas nos parlamentos”, avalia o sociólogo.

No Senado, o anteprojeto contempla 11 temas que modificariam a legislação eleitoral, e a Reforma Política deve ser votada como projetos de lei do Senado (PLS) e como Propostas de Emenda à Constituição (PECs).

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Balanço financeiro

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BANCÁRIOS APROVAM CONTAS DO SINDICATO

Em assembleia realizada no dia 12 de maio, no Espaço Cultural e Esportivo da categoria, os trabalhadores aprovaram a prestação de contas anuais do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. Na ocasião, foi apresentado também, aos bancários presentes, o Demonstrativo de Resultados referente ao ano de 2010.

Desta forma, a entidade renova, mais uma vez, seu compromisso com a transparência e a ética, princípios essen-ciais tanto para o Sindicato quanto para a Central Única dos Trabalhadores (CUT). “A manutenção do projeto cutista de transparência na utilização dos recursos da entidade e também na prestação de contas é fundamental”, ressalta Otávio Dias, presidente do Sindicato.

Para o secretário de Finanças da enti-dade, Antônio Luiz Fermino, a prestação de contas anual à base é imprescindível para a credibilidade do Sindicato peran-te a sociedade. “É nosso dever fazer com que a gestão dos recursos financeiros atenda de maneira fiel aos interesses da categoria”, destaca. Mais informações em www.bancariosdecuritiba.org.br.

Antonio Luiz Fermino,secretário de Finanças do Sindicato

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A flexibilização eos correspondentes

Em agosto de 1999, quando o Conselho Mone-tário Nacional publicou a Resolução n. 2.640 – que dispõe sobre a contratação de correspondentes no país –, o grande objetivo era atender os pequenos municípios, que não possuíam agências bancárias. Considerando o lado social da questão, a ideia cum-pria o intuito de atender a população de baixa renda.

No entanto, desde então, a pressão do Sistema Fi-nanceiro Nacional, para atender exclusivamente seus interesses sem nenhum compromisso com a socie-dade brasileira, culminou na publicação de outras resoluções, a exemplo das duas últimas, que saíram em fevereiro e março de 2011: a Resolução n. 3.954 e a n. 3.959, respectivamente. Tais medidas flexibi-lizaram a contratação de correspondentes bancários, não impondo limites às instituições financeiras e precarizando o emprego.

Sabemos que os grandes interessados em substi-tuir o atendimento de pequenos clientes, empurran-do-os para os ditos ‘bancos postais’, para privilegiar os grandes investidores sempre foram os próprios bancos. Mas a dúvida que fica é: por que os bancos não estão prestando os serviços elementares aos seus clientes e usuários, uma vez que atuam na forma de concessões públicas?

Além dessa discriminação explícita com os usuários, a ampliação dos correspondentes vai de encontro a diversas conquistas da Convenção Cole-tiva de Trabalho dos Bancários. É importante ressaltar que os bancos não estendem a seus corresponden-tes nenhum plano de segurança, ficando os locais sem portas giratórias com detector de metal, sem vigilantes ou mesmo qualquer sistema de monito-ramento. Os trabalhadores são contratados com uma jornada superior a do bancário, com pisos, salário e benefícios diferenciados, sempre abaixo da média, e sem a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Ou seja, sem qualquer proteção presente na CCT, es-tes trabalhadores, assim como clientes e usuários, fi-cam expostos à insegurança e às péssimas condições

de trabalho, com sua saúde e suas vidas em risco. Um levantamento realizado pelo Dieese aponta

que, enquanto bancários têm um piso em torno de R$ 1.250, lojistas recebem cerca de R$ 782, loté-ricos R$ 580 e funcionários de supermercados R$ 772. Já conquistas como vales refeição e alimenta-ção e PLR, que totalizam quase R$ 1.000 no salário mensal de um bancário, para a maioria das outras categorias não são pagas.

Até 31 de março, as instituições financeiras de-pendiam de farmácias, panificadoras e supermerca-dos, entre outros, para abrir seus correspondentes. Já com a nova resolução do Banco Central (BC), eles poderão criar seus próprios correspondentes. Segun-do dados do Dieese, os principais bancos brasileiros que possuem correspondentes bancários são: Caixa Econômica Federal, com 32.535 correspondentes; Bradesco, com 32.443; o grupo Santander, com 24.822; Banco do Brasil, com 20.382.

Ainda de acordo com o Dieese, em 2007 exis-tiam 95.849 correspondentes em todo país, número que subiu para 165.228 em dezembro de 2010 – um aumento de 72% em quatro anos. No mesmo período, as agências bancárias cresceram apenas 5%, chegando a 19.013 no país. Dos 5.587 municípios brasileiros, 1.973 (35,3%) não possuem sequer uma agência ou posto de atendimento bancário, se-gundo dados do BC de 31 de março deste ano. Além disso, o Brasil tem menos agências bancárias hoje (19.913) atendendo a população do que tinha em 1990 (19.996).

O que se observa é que, além de adotar uma política de elevação de taxa Selic, espalhando ter-ror no mercado financeiro e fomentando a retoma-da da inflação (em que os bancos são os principais beneficiados), o BC ainda está colaborando com a precarização do mercado de trabalho dos bancári-os. Estamos cientes de que se o Governo Federal e o Congresso Nacional não intervirem nesta política, nossa categoria será extinta em pouco tempo.

Otávio Dias,presidente do Sindi-

cato dos Bancários deCuritiba e região

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Assembleia elege delegados para Plenária da FETEC

Em assembleia realizada no dia 07 de abril, no Espaço Cultural, foram eleitos os delegados que participaram da Plenária do Sistema Diretivo da Fe-deração dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (FETEC-CUT-PR), realizada no dia 9 de abril. Os presentes elegeram 13 representantes, que se jun-taram à direção estadual da Federação

na preparação para a Campanha Nacio-nal dos Bancários 2011.

A Plenária também definiu regras para o Congresso da FETEC-CUT-PR, ocorrido nos dias 04 e 05 de junho, com eleição da diretoria da Federação para o próximo triênio. O mandato da diretoria atual se encerra em junho deste ano.

Sindicato se reúne com gerentes do Itaú

No dia 07 de abril, os dirigentes do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região se reuniram com os gerentes de varejo do Itaú Unibanco, no Espaço Cultural, para debater as frequentes denúncias de assédio moral nos locais de trabalho. “A reunião se centrou na importância do debate sobre as medi-das de prevenção e combate ao assédio

moral”, destaca Otávio Dias, presiden-te do Sindicato. Otávio esclareceu que a assinatura do acordo aditivo à CCT 2010/2011, denominado Protocolo de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho, não possui nenhum caráter de perseguição aos gestores, mas visa a melhoria nas condições e no ambiente de trabalho.SE

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Copa Bancária alia esporte e mobilização

Desde o dia 9 de abril, oito equipes disputam os jogos da Copa Bancária de Futebol Suíço 2011 “Por novas Con-quistas”. As partidas são disputadas aos sábados, na Sede Campestre do Sin-dicato, em Piraquara. O campeonato, organizado pela Secretaria de Esportes, tem a participação das equipes HSBC Xaxim, Fusão (Itaú Unibanco), Bo-

leiros do BB (Banco do Brasil), Ór-fãos do Dida (Banco do Brasil), Master Santander, Al-Qaeda (Banco do Brasil), Espanhol Santander e AABB (Banco do Brasil/Banrisul).

Os três primeiros colocados ga-nharão troféus e medalhas. O artilheiro do campeonato e o goleiro menos vaza-do também serão premiados.

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14.04.2011

Audiência Pública debate Segurança Bancária

A Câmara Municipal de Curitiba foi palco de Audiência Pública sobre segu-rança bancária, no dia 14 de abril, com a participação de bancários e vigilan-tes. Além da apresentação do Projeto de Lei nº 005.00203.2010, foram fei-tas exposições por parte das polícias civil e militar sobre o grande número de ocorrências de assalto a agências e

arrombamento de caixas eletrônicos nos quatro primeiros meses de 2011. Otávio Dias, presidente do Sindicato, denunciou que os bancos são negli-gentes quando se trata de segurança. “Esperamos contar com a compreen-são dos vereadores da Câmara Mu-nicipal para melhorar a segurança dos bancários”, afirmou.

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16.04.2011

Funcionários da BV Financeira aprovam acordo de PLR

Os funcionários da BV Financeira S/A, Crédito, Financiamento e Investi-mento, se reuniram em assembleia geral extraordinária, no dia 18 de abril, para deliberar sobre a proposta de Acordo Co-letivo de Participação nos Lucros e Re-sultados (PLR). A proposta foi aprovada por unanimidade e o período de vigên-cia do acordo é de 01 de janeiro a 31 de

dezembro de 2011.Além de representar os bancários, o

Sindicato dos Empregados em Estabele-cimentos Bancários e Financiários de Curitiba e região também defende o di-reito dos trabalhadores em financeiras e empresas de crédito, como a BV Finan-ceira, BMG Financeira, Triângulo, Sofisa, Pine, entre outras.

18.04.2011

Sindicato promoveI Encontro da CABB

No dia 16 de abril, os bancários da Central de Atendimento do Banco do Brasil (CABB) se reuniram no Es-paço Cultural para avaliar os principais problemas e apontar as reivindicações, que estão focadas no fim das metas abusivas, no combate às distorções sa-lariais e no desvio de função entre os atendentes A e B.

Os participantes elaboraram um manifesto e, em assembleia, deliberaram sobre o protocolo de uma ação judicial por substituição processual de distinção salarial e desvio de função. Interessados, que devem ser sindicalizados, podem aderir até 29 de julho, preenchendo formulário que está disponível no site www.bancariosdecuritiba.org.br.

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Bancários respondempesquisa de prioridades

Entre os dias 09 e 20 de maio, os di-rigentes do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região percorreram agências e centros administrativos para entregar e recolher a Consulta da Campanha Nacio-nal dos Bancários 2011. A pesquisa, que irá apontar as prioridades da categoria para esta campanha salarial, será tabulada e levada para as Conferências Regional,

Estadual e Nacional.A pesquisa serve de base para a pauta

de reivindicações negociada com a Fe-naban e contempla temas como em-prego, remuneração, saúde, segurança e condições de trabalho. Os bancários tam-bém puderam opinar sobre regulamen-tação do Sistema Financeiro Nacional, Reforma Tributária e Reforma Política. SE

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Reunião discute ponto eletrônico com HSBC

Dirigentes do Sindicato dos Bancári-os de Curitiba e região se reuniram com a direção do HSBC, no dia 05 de maio, para debater sobre a utilização de um Registro Auxiliar (RA), que permite o registro de horário quando o ponto ele-trônico não é batido pelos funcionários do banco. O HSBC não apresentou novi-dades sobre o mecanismo.

O ponto eletrônico é regulamentado pela Portaria 373, do Ministério do Tra-balho (MTE), que irá controlar a jorna-da de todos os trabalhadores a partir de setembro de 2011. A utilização de ou-tras formas de registro do ponto pode prejudicar os direitos dos funcionários, já que o MTE não terá controle sobre a jornada efetivamente realizada.SE

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CUT-PR promove evento no 1° de Maio

A principal atividade do Dia do Tra-balhador da CUT-PR foi realizada no sábado, 30 de abril, no Parque Cambuí, em Curitiba. O evento foi feito em par-ceria com entidades dos movimentos sociais e defendeu, como bandeira prin-cipal, a liberdade e autonomia sindical, com o fim do imposto sindical. Também fizeram parte do rol de reivindicações

a redução da jornada de trabalho sem diminuição de salários, a campanha pelo trabalho decente, pela paz e auto-determinação dos povos e a política de reajuste permanente do piso regional.

A CUT-PR também promoveu ativi-dades na Regional Norte Central, em Londrina, além de programação especial em Cianorte, Umuarama e em Paranaguá.

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13.05.2011

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13.05.2011

Cicloturismo percorre Caminho Trentino

A 7ª edição do Cicloturismo dos Bancários foi realizada no dia 28 de maio e ficou marcada pela integração entre bancários e familiares, a natureza e a história local. Os ciclistas percorre-ram o Caminho Trentino, apreciando as paisagens da Estrada do Tiro e do Morro do Canal, regiões localizadas na Serra do Mar, na altura de Piraquara.

Ação judicial para bancários da Caixa

Em assembleia, os bancários da Caixa Econômica Federal aprovaram que o Sin-dicato entre com ação trabalhista por substituição processual para que sejam integrados valores do Complemento Temporário Variável de Ajuste de Mer-cado (CTVA) na complementação da aposentadoria. Serão duas ações judiciais para sindicalizados: uma para bancários

Reunião debate assédio com direção do HSBC

Representantes do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e da FETEC-CUT-PR se reuniram, no dia 13 de maio, com a direção regional do HSBC, no Palácio Avenida, para discutir denúncias de descaso e desvalorização do banco inglês com seus funcionários. Em Curitiba, foram denunciadas pressões para o cumprimento de metas, assédio

moral de nível grave e adoecimentos. O Sindicato também cobrou dos diretores uma postura quanto ao comportamento do gestor Jorge França. “O diretor chega a expor funcionários nas teleconferên-cias realizadas para cobrar as metas”, relatou Carlos Kanak, dirigente sindical. A direção do HSBC se comprometeu a buscar medidas imediatas.

que saldaram o REG/Replan e outra para quem possui REG/Replan não saldado. O prazo para sindicalização e participa-ção na ação é 15 de julho. A assembleia foi conduzida pelos dirigentes Otávio Dias, Antonio Fermino e Carlos Kanak, e contou com a participação do advogado Nasser Ahmad Allan e do presidente es-tadual da Agecef/PR, Almir José de Souza.

A cidade possui várias áreas de pro-teção ambiental, como o Pico do Ma-rumbi, o Parque Estadual da Serra da Baitaca e as Bacias dos rios Irai, Piraquara e Itaqui, fontes de abastecimento de água da região de Curitiba. “Mais uma vez, conseguimos promover um belo pas-seio”, comemorou Sélio de Souza Ger-mano, secretário de Esporte e Lazer.

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Rumo aos 20 anos de representatividade

Em 2012, a Federação dos Trabalha-dores em Empresas de Crédito do Estado do Paraná, a FETEC-CUT-PR, completa 20 anos. Criada nos dias 18 e 19 de janeiro de 1992, em Londrina, seu objetivo é de-fender interesses coletivos e individuais dos trabalhadores representados pelos sindicatos filiados.

Nestas quase duas décadas, a FETEC-CUT-PR esteve presente em importantes debates de defesa dos interesses dos tra-balhadores. “Lutamos contra a privati-zação do Banestado, contra a venda da Copel e, no auge do neoliberalismo, fo-mos contra as possíveis privatizações da Caixa Econômica, do Banco do Brasil e da Petrobrás”, lembra Elias Jordão, atual presidente da Federação.

Atualmente, a FETEC-CUT-PR con-ta com dez sindicatos filiados: Apuca-rana, Arapoti, Campo Mourão, Corné-lio Procópio, Guarapuava, Londrina,

FETEC-CUT-PR COMPLETA DUAS DÉCADAS DE LUTAS E CONQUISTAS PARA BANCÁRIOS DE TODO O ESTADO

Paranavaí, Toledo, Umuarama e Assis Chateaubriand, Curitiba e regiões res-pectivas. Estima-se que existam 48 mil trabalhadores no ramo financeiro pa-ranaense, sendo a categoria bancária composta por 30.032, de acordo com dados do Caged. A Federação representa 80% destes bancários. “Nosso diálogo com os sindicatos tem sido o mais amplo possível. Entendemos que a construção da FETEC-CUT-PR se dá a partir de cada sindicato filiado”, afirma Elias.

DemocratizaçãoExistem diferenças entre os sindicatos

com maior e menor número de trabalha-dores na base, mas, segundo Elias, estas diferenças são facilmente contornadas. “Os debates que os sindicatos levam para as suas bases são construídos em con-junto, dentro da Federação, democratica-mente. As entidades trabalham com alto

grau de solidariedade”, avalia. Sobre isso, o presidente ainda destaca

que cada entidade atua da forma mais ade-quada: se em uma base maior o trabalho é mais extensivo e intensivo para se con-seguir o diálogo com todos os trabalha-dores representados, em bases menores o contato é, possivelmente, mais aproxi-mado. “Muitas vezes, o dirigente, em suas abordagens, conhece o trabalhador pelo nome, qual seu local de trabalho. O con-tato é mais próximo”, conta o presidente.

Com essa filosofia, a FETEC-CUT-PR colabora diretamente na discussão de temas que atingem os trabalhadores do ramo financeiro. “Queremos a remunera-ção digna para estas pessoas que produ-zem os lucros das empresas, lutamos por saúde e condições de trabalho, por em-prego e por segurança. Queremos que a cada campanha tenhamos mais vitórias”, conclui Elias Jordão.

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