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Nesta edição www.bancariosdf.com.br Brasília, 3 de outubro de 2014 Ano 20 - Número 1.346 Nova assembleia segunda (6), às 17h, na Praça do Cebolão Pág. 2 /bancariosdf Em greve, bancários protestam contra independência do Banco Central C omo parte do calendá- rio da greve nacional dos bancários, que estão de braços cruzados desde 30 de setembro, trabalhadores das instituições financeiras de dez ca- pitais realizaram um ato público, nesta quinta-feira (2), para protestar contra a independência do Banco Central (Bacen). Em Brasília, a mani- festação, organizada pelo Sindicato, pela Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e pela CUT Brasília, ocorreu em frente ao Bacen, no Setor de Autarquias Sul (SAS). O Bacen, que tem como prin- cipal função regularizar e fiscalizar o sistema financeiro brasileiro, é responsável pela política de crédito cambial e monetária. Para cumprir esse papel, é necessário que a en- tidade esteja entrelaçada com o projeto de governo e priorize o in- teresse público acima dos privados. O Sindicato se posiciona contra a mudança no papel do Bacen, pro- posta por alguns partidos políticos com o apoio da mídia monopolista”, ressaltou o presidente do Sindica- to, Eduardo Araújo. Segundo ele, o Brasil não pode ficar refém de especuladores, que manipulam o mercado na busca do lucro fácil. Queremos que o Bacen continue tra- balhando a favor da sociedade brasi- leira e não a serviço da ganância do sistema financeiro”, frisou. Eduardo Araújo, que é bancário do Banco do Brasil, esclareceu que faz parte da pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Ban- cários 2014, a reforma do sistema financeiro, a democratização do Co- mitê de Política Monetária (Copom) e a regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, que trata do sistema financeiro nacional. Terceirização O ato também serviu para protestar contra a terceirização ilimitada de serviços. Na opinião do secretário de Finanças do Sindicato, Wandeir Severo, “é preciso denunciar à po- pulação que o Bacen tem que dar satisfação ao Estado e à sociedade e não a meia dúzia de banqueiros e políticos”, afirmou o dirigente sin- dical, que também é empregado da Caixa. Representando a Central Úni- ca dos Trabalhadores (CUT Brasí- lia), o secretário de Política Social, Ismael José César, endossou as palavras dos dirigentes sindicais, lembrando que, enquanto os bancos têm lucros exacerbados, os bancários são submetidos a condições terríveis de trabalho. Não podemos aceitar as propostas apresentadas por alguns candida- tos, de tornar o Bacen independen- te. Caso isso aconteça, a condução da política econômica será feita por meia dúzia de banqueiros”, alertou. Para o presidente da Contraf- -CUT, Carlos Cordeiro, tornar o Banco Central independente, como defende a candidata Mari- na Silva, seria entregar a condu- ção da política macroeconômica aos bancos privados, que se tor- nariam assim o quarto poder e governariam de fato o país, com o mínimo de emprego e o máxi- mo de juros, roubando a atribui- ção constitucional dos governos democraticamente eleitos pela população. Além da CUT Brasília, a Fede- ração Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) e o Levante Popular da Juventude es- tiveram presentes no ato público para reforçar que o modelo apre- sentado por candidatos à Presi- dência da República não dá certo. Caixa Atendendo reivindicação do Comando Nacional dos Bancários, a Caixa Econômica Federal suspen- deu, nesta quinta-feira (2), todos os Processos Seletivos Internos (PSIs) em andamento. A medida fi- cará em vigor até o encerramento da greve nacional dos bancários. A solicitação do Comando para o cancelamento dos PSIs durante a paralisação da categoria foi baseada no entendimento de que o direito de greve seja assegurado por inter- médio, inclusive, da manutenção das condições de igualdade nos processos de ascensão na carreira. Greve continua na próxima semana A paralisação continua na pró- xima semana, uma vez que não tive- mos nenhuma resposta dos bancos quanto às pautas de reivindicações da categoria”, esclareceu o presiden- te do Sindicato, Eduardo Araújo. Eduardo Araújo (microfone): queremos que o Bacen continue trabalhando a favor da sociedade e não a serviço da ganância do sistema financeiro Bancários querem um Bacen que priorize o interesse público acima dos privados

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Page 1: bancariosdf Brasília, 3 de outubro ... · Em greve, bancários protestam contra independência do Banco Central C omo parte do calendá-rio da greve nacional dos bancários, que

Nesta edição

www.bancariosdf.com.br — Brasília, 3 de outubro de 2014 — Ano 20 - Número 1.346

Nova assembleia segunda (6), às 17h, na Praça do CebolãoPág. 2

/bancariosdf

Em greve, bancários protestam contra independência do Banco CentralComo parte do calendá-

rio da greve nacional dos bancários, que estão de braços cruzados desde 30

de setembro, trabalhadores das instituições financeiras de dez ca-pitais realizaram um ato público, nesta quinta-feira (2), para protestar contra a independência do Banco Central (Bacen). Em Brasília, a mani-festação, organizada pelo Sindicato, pela Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e pela CUT Brasília, ocorreu em frente ao Bacen, no Setor de Autarquias Sul (SAS).

O Bacen, que tem como prin-cipal função regularizar e fiscalizar o sistema financeiro brasileiro, é responsável pela política de crédito cambial e monetária. Para cumprir esse papel, é necessário que a en-tidade esteja entrelaçada com o projeto de governo e priorize o in-teresse público acima dos privados.

“O Sindicato se posiciona contra a mudança no papel do Bacen, pro-posta por alguns partidos políticos com o apoio da mídia monopolista”, ressaltou o presidente do Sindica-to, Eduardo Araújo. Segundo ele, o Brasil não pode ficar refém de especuladores, que manipulam o mercado na busca do lucro fácil. “Queremos que o Bacen continue tra-balhando a favor da sociedade brasi-leira e não a serviço da ganância do sistema financeiro”, frisou.

Eduardo Araújo, que é bancário do Banco do Brasil, esclareceu que faz parte da pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Ban-

cários 2014, a reforma do sistema financeiro, a democratização do Co-mitê de Política Monetária (Copom) e a regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, que trata do sistema financeiro nacional.

TerceirizaçãoO ato também serviu para

protestar contra a terceirização ilimitada de serviços.

Na opinião do secretário de Finanças do Sindicato, Wandeir Severo, “é preciso denunciar à po-pulação que o Bacen tem que dar satisfação ao Estado e à sociedade e não a meia dúzia de banqueiros e políticos”, afirmou o dirigente sin-dical, que também é empregado da Caixa.

Representando a Central Úni-ca dos Trabalhadores (CUT Brasí-lia), o secretário de Política Social, Ismael José César, endossou as palavras dos dirigentes sindicais, lembrando que, enquanto os bancos têm lucros exacerbados, os bancários são submetidos a condições terríveis de trabalho. “Não podemos aceitar as propostas apresentadas por alguns candida-tos, de tornar o Bacen independen-te. Caso isso aconteça, a condução da política econômica será feita por meia dúzia de banqueiros”, alertou.

Para o presidente da Contraf--CUT, Carlos Cordeiro, tornar o Banco Central independente, como defende a candidata Mari-na Silva, seria entregar a condu-ção da política macroeconômica aos bancos privados, que se tor-nariam assim o quarto poder e governariam de fato o país, com o mínimo de emprego e o máxi-mo de juros, roubando a atribui-ção constitucional dos governos democraticamente eleitos pela população.

Além da CUT Brasília, a Fede-ração Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) e o Levante Popular da Juventude es-tiveram presentes no ato público

para reforçar que o modelo apre-sentado por candidatos à Presi-dência da República não dá certo.

CaixaAtendendo reivindicação do

Comando Nacional dos Bancários, a Caixa Econômica Federal suspen-deu, nesta quinta-feira (2), todos os Processos Seletivos Internos (PSIs) em andamento. A medida fi-cará em vigor até o encerramento da greve nacional dos bancários.

A solicitação do Comando para o cancelamento dos PSIs durante a paralisação da categoria foi baseada no entendimento de que o direito de greve seja assegurado por inter-médio, inclusive, da manutenção das condições de igualdade nos processos de ascensão na carreira.

Greve continua na próxima semana

“A paralisação continua na pró-xima semana, uma vez que não tive-mos nenhuma resposta dos bancos quanto às pautas de reivindicações da categoria”, esclareceu o presiden-te do Sindicato, Eduardo Araújo.

Eduardo Araújo (microfone): queremos que o Bacen continue trabalhando a favor da sociedade e não a serviço da ganância do sistema financeiro

Bancários querem um Bacen que priorize o interesse público acima dos privados

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Sindicato dos Bancários de Brasília

Sindicato dos Bancários de Brasília2

Presidente Eduardo Araújo de Souza Secretário de Imprensa José Garcia Rocha ([email protected])Conselho Editorial Rafael Zanon (BB), Wandeir Severo (Caixa), Antonio Eustáquio (BRB) e Paulo Frazão (Bancos Privados)Jornalista responsável e editor Rodrigo Couto Redação Mariluce Fernandes, Thaís Rohrer, Janaina Scartazzini (estagiária) e Luana Pontes (estagiária) Editor de Arte Valdo Virgo Assistente de Arte Fabricio Oliveira (estagiário) Webmaster Elton Valadas Redes Sociais Matheus Machado Cinegrafista Wellington dos Santos Fotografia Guina Ferraz Sede SHCS EQ 314/315 - Bloco A - Asa Sul - CEP 70383-400 Telefones (61) 3262-9090 (61) 3346-2210 (imprensa) Fax (61) 3346-8822 Endereço eletrônico www.bancariosdf.com.br Tiragem 22.000 exemplares Distribuição gratuita Todas as opiniões emitidas neste informativo são de responsabilidade da diretoria do SEEB-DF

Bancários intensificam greve no terceiro dia

Para pressionar os bancos a apresentarem uma proposta decente,

os bancários e bancárias de Brasília intensificaram a paralisação nesta quinta-feira (2), terceiro dia da greve nacional da categoria.

O sucesso da greve dos bancários depende necessariamente do bom

funcionamento dos comitês de esclarecimento. E para que essas comissões

cumpram seu objetivo é essencial que os trabalhadores participem ativamente

da mobilização.

Nova assembleia na segunda (6)

Para avaliar os rumos do movimento e analisar uma possível proposta da Fenaban, o Sindicato convoca todos os bancários e bancárias para nova

assembleia na segunda-feira (6), às 17h, na Praça do Cebolão, Setor Bancário Sul (SBS).

“Não deixe de comparecer à assembleia para ajudar a fortalecer nosso movimento. A luta é sua também”, afirmou a secretária-

geral do Sindicato, Cida Sousa, que também é bancária do BRB.

Confira mais fotos da greve no site bancariosdf.com.br e na nossa fanpage no facebook bancariosdf.