balsailhabela

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REF.: Travessia São Sebastião - Ilhabela Excelentíssimo Senhor Promotor de Justiça de São Sebastião - SP Senhor Promotor, Vimos por meio deste requerimento, mostrar a atual situação que se encontra a Travessia São Sebastião - IIhabela, e, pedir providências cabíveis. o modus operandi da travessia vem sendo alterado desde o final do ano passado, de uma forma que privilegia carros, em detrimento de pedestres. Através do Capitão da Marinha da Delegacia dos Portos de São Sebastião, foram criadas novas "regras" para os pedestres. Mascaradas da prerrogativa de segurança aos usuários a pé, tratam-se de normas que estão segregando socialmente o serviço de travessia. Ao analisar ponto à ponto as mudanças, vê-se claramente tal situação. Em primeiro plano, os pedestres foram obrigados a permanecer em apenas UM LADO da embarcação, ficando o outro lado vazio, ou, para os usuários motorizados sentarem-se confortavelmente. Em seguida, mudou-se a ordem de entrada na balsa, primeiro entram os carros - privilégio de quem tem o poder aquisitivo maior - para em seguida ser liberado aos pedestres (cuja maioria são pessoas de baixa renda, idosos, crianças, deficientes, entre outros).

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Representação civil sobre o descaso e desmandos por parte da Marinha e Dersa na travessia São Sebastião - Ilhabela.

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Page 1: Balsailhabela

REF.: Travessia São Sebastião - Ilhabela

Excelentíssimo Senhor

Promotor de Justiça de São Sebastião - SP

Senhor Promotor,

Vimos por meio deste requerimento, mostrar a atual situação que se

encontra a Travessia São Sebastião - IIhabela, e, pedir providências cabíveis.

o modus operandi da travessia vem sendo alterado desde o final do ano

passado, de uma forma que privilegia carros, em detrimento de pedestres.

Através do Capitão da Marinha da Delegacia dos Portos de São Sebastião,

foram criadas novas "regras" para os pedestres. Mascaradas da prerrogativa

de segurança aos usuários a pé, tratam-se de normas que estão segregando

socialmente o serviço de travessia.

Ao analisar ponto à ponto as mudanças, vê-se claramente tal situação.

Em primeiro plano, os pedestres foram obrigados a permanecer em apenas UM

LADO da embarcação, ficando o outro lado vazio, ou, para os usuários

motorizados sentarem-se confortavelmente.

Em seguida, mudou-se a ordem de entrada na balsa, primeiro entram os

carros - privilégio de quem tem o poder aquisitivo maior - para em seguida ser

liberado aos pedestres (cuja maioria são pessoas de baixa renda, idosos,

crianças, deficientes, entre outros).

Page 2: Balsailhabela

A segregação é clara, priori de quem paga, chega primeiro escolhe o

assento, se não sobrar assento, azar da população a pé.

Na saída para IIhabela, existem dois caminhos, pela direita, onde existe

uma passarela que passa sobre a água e dá acesso aos táxis. Na esquerda,

onde há cobertura, e proteção contra intempéries. A passagem da direita foi

obstruída por uma catraca de uma via apenas - só para quem desce à ilha -

impedindo o acesso para quem tem qualquer tipo de necessidade especial, e

para quem quiser embarcar na balsa no sentido São Sebastião.

Os horários das balsas, de 30 em 30 minutos, das 6hOO às OOhOOe de

1h em 1h na madrugada, não são respeitados. Como se pode averiguar em

diversas reclamações de usuários. O tratamento dispensado aos pedestres

pela terceirizada da DERSA, a Internacional Marítima é de doer. Tratam as

pessoas da pior maneira possível, enquanto os usuários de carros são tratados

como Lordes.

Nas balsas existem limites de carros e pedestres estipulados e afixados

para todos verem. Mas não é isso que ocorre na realidade. Sob o comando dó

Capitão da Marinha, a balsa FB-14 NÃO leva pedestres, apesar de ter uma

capacidade para tal. E, quando a fila da balsa está grande, saem balsas SEM

pedestres, contrariando o direito de ir e vir do cidadão que não possui

automotor.

A situação está no limite de uma revolta popular. Ontem, dia 24 de

fevereiro, estudantes pararam a travessia em protesto, pela balsa sair sem

horário, e, sem levar pedestres. É sabido que 18hOOe 18h30 uma quantidade

considerável de estudantes atravessam ao continente para estudarem todos os

dias, mas infelizmente a DERSA não atua no sentido de otimizar este

processo.

A DERSA, empresa que terceiriza seus serviços de travessia, está muito

aquém do desejado para uma empresa pública, sendo seus fiscais

corporativistas, que debocham de reclamações, e, não levam adiante as

insatisfações dos usuários.

Page 3: Balsailhabela

A situação das balsas na travessia é extremamente precária. Apenas o

refugo de Santos é mandado pra cá. Balsas velhas, como a Valda, e "novas"

como a FB-29 e FB-30, e, a de maior capacidade, a FB-25, estão totalmente

sucateadas. Enquanto ouvimos promessas do Governador - que sempre vem

de helicóptero, e, nunca deve ter atravessado na balsa - de que melhorias

virão. Anos se passam, e nada vem, apenas sucata de Santos. As balsas não

estão adaptadas aos usuários pedestres, seus assentos são horríveis, sem

qualquer anatomia. Quem senta fica com dor nas costas, porque existe uma

barra de ferro que não se deixa encostar as costas adequadamente.

o Capitão da Marinha atravessa todos os dias para São Sebastião com

seu motorista pela manhã. Sempre entra primeiro na balsa, não pega fila, não

sabe a humilhação que os usuários vem passando ultimamente, ou, finge que

não quer ver.

Ainda, mas não menos importante, quando há SHOWS em São

Sebastião, a balsa vai lotada só com pedestres. Por quê quando tem show,

pode ir além da capacidade de pedestres?

Em anexo segue links extraídos de redes sociais, e, notícias e

entrevistas do representante da Marinha em São Sebastião.

Diante do exposto, considerando que os fatos acima narrados

caracterizam, em tese, ofensa à Constituição Brasileira, e a moral, requere-se

ao Ministério Público que sejam tomadas as providências cabíveis.

São Sebastião, 25 de janeiro de 2014

Francisco André Santiago Michelino RG. 21.329.123-X

R. Antonia Silva Santana, 112 cs2 Portinho, IIhabela - SP

Page 4: Balsailhabela

~ IMPRENSA LIVREQUARTA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 2014- -- --',..,.

'. - ~ -~- - -

Com a palavra,

o LEITORt 11111 t 11 ti t 111111'111 t

Como cidadã ilhabelense e cai-çara deixo aqui minha indigna-ção com o Dersa ou sei lá, ocapitão dos portos! Já viram asituação que os pedestres es-tão passando na balsa? Quan-do entramos na balsa comopedestre, somos "encurrala-dos", para um determinadolocal que não podemos sair delá e se sair leva bronca dosfuncionários do Dersa, ou seja,foi criado diversas "regras"novas na travessia! Ainda nes-te sol, o lado que ficamos en-curralados é a parte do sol.nem para terem o bom sensoe virarem a balsa. Onde dizemque é preocupação na segu-rança dos travessantes a pé,eles estão é mascarando umadiscriminação social para comos mesmos. Situação degra-dante e humilhante, tanto aosfuncionários da Dersa, quantoaos pedestres, um não res-peita o outro.Os funcionáriosnão sabem nem o porquê, masmanda irmos para o determina-do local.Enquanto isso cadê amelhoria na travessia? Cadê oinvestimento em melhorias nasbalsas? Nem vou mencionar ovalor que pagamos ao entrarem nossa cidade, quando saí-mos de carro, isso vou pularlObarulho é tremendo, a demoraé muita. No livro do saudosoNivaldo Sirnões diz que a tra-vessia se faz em 15 minutos.Hoje tá levando mais de 30. Aspessoas conversam gritandoporque não dá nem para con-versar, sei _lá quantos decibéis!

"s

Page 5: Balsailhabela

Tanto qúe os funcionários temproteção auditiva e nós não,claro!E ainda dizem qu e-tão preocupados com nossasegurança!A balsa 29, então,demora mais tempoque se umapessoa fosse nadando!Não po-demos aceitar isso sem fazernada!!!Uma pessoa que põe re-gras e nem têm lei! Isso pode?Passar humilhação e ainda per-der o ônibus porque a balsanão atraca enquanto todos não"estiverem encurralados umpor cima do outro" por que nãohá espaço para todos ficaremali???Chega! Temos que porum basta nisso, não podemos 'Iaceitar sem fazer nada!

Jaqueline palrnejaneIIhabela......................