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República de Moçambique MIISTÉRIO DA AGRICULTURA Balanço Preliminar da Campanha Agrícola 2010/11 Maio de 2011

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República de Moçambique

MI�ISTÉRIO DA AGRICULTURA

Balanço Preliminar da Campanha Agrícola 2010/11

Maio de 2011

ÍNDICE

1. Sumário executivo .............................................................................................................................. 10

Província de Maputo ................................................................................................................................... 19

1. Precipitação ......................................................................................................................................... 19

2. Preparação de terras e areas semeadas ............................................................................................... 19

3. Disponibilidade de Insumos ................................................................................................................ 20

3.1 Sementes ................................................................................................................................. 20

3.2 Pesticidas ................................................................................................................................. 20

3.3 Mecanização Agrícola ............................................................................................................. 20

4. Situação fitossanitária ......................................................................................................................... 21

5. Linhas de crédito ................................................................................................................................. 21

6. Extensão agrária .................................................................................................................................. 21

7. Impacto das Calamidades Naturais ..................................................................................................... 21

8. Fomento Pecuário e Tracção Animal ...................................................................................... 22

8. Avaliação geral da campanha agrícola ................................................................................................ 22

1. Precipitação ........................................................................................................................................ 23

2. Preparação de Terra ............................................................................................................................ 24

2.1 Sementeiras ............................................................................................................................. 24

3. Disponibilidade de Insumos ................................................................................................................ 24

4. Situação fitossanitária ......................................................................................................................... 25

5. Fases e desenvolvimento das culturas ................................................................................................. 25

6. Impacto da Calamidades Naturais ....................................................................................................... 26

7. Avaliação Geral da Campanha ............................................................................................................ 26

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 3

Província de Inhambane .............................................................................................................................. 26

1. Precipitação ......................................................................................................................................... 26

2. Sementeiras ......................................................................................................................................... 27

3. Insumos e Equipamentos Agrícolas Disponibilizados .................................................................... 27

3.1 Sementes ................................................................................................................................. 27

3.2 Programa de Multiplicação de Estacas de Mandioca e Ramas de Batata doce ....................... 28

3.3 Equipamentos agrícolas .......................................................................................................... 28

3.4 Equipamento agrícola existente na Província por distrito ....................................................... 28

3.5 Motobombas ........................................................................................................................... 28

3.6 Pesticidas ................................................................................................................................. 28

3.7 Juntas de tracção animal ......................................................................................................... 29

3.8 Ponto de situação da semente básica ....................................................................................... 29

4. Situação fitossanitária ......................................................................................................................... 29

5. Impacto das adversidades climatericas ............................................................................................. 29

6. Extensão Agrária ................................................................................................................................. 30

8. Estado e fase das culturas.................................................................................................................... 30

Província de Manica ................................................................................................................................... 30

1. Precipitação ......................................................................................................................................... 30

2. Sementeiras ......................................................................................................................................... 31

3. Disponibilidade de Insumos ................................................................................................................ 31

3.1 Semente pré-básica e básica .................................................................................................... 31

3.2 Semente certificada ................................................................................................................. 32

3.3 Feiras de Insumos Agrícolas ................................................................................................... 32

3.4 Pesticidas, equipamentos de protecção/ aplicação e fertilizantes ........................................... 32

3.4.1 Fertilizantes ......................................................................................................................... 32

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 4

3.4.3 Equipamento hidro-agrícola, e áreas de irrigação ............................................................... 32

3.4.4 Tracção animal .................................................................................................................... 33

3.4.5 Extensão Agrária ..................................................................................................................... 33

4. Situação fitossanitária ............................................................................................................. 33

6. Estado geral das culturas ..................................................................................................................... 33

Província de Sofala ..................................................................................................................................... 34

1. Precipitação ......................................................................................................................................... 34

2. Preparação de terra e Sementeiras ...................................................................................................... 35

3.1 Feiras de insumos agrícolas ................................................................................................... 36

3.2 Aprovisionamento de Pesticidas ............................................................................................. 36

3.3 Fertilizantes ............................................................................................................................. 36

3.4 Equipamentos agrícolas .......................................................................................................... 36

3.5 Hidráulica Agrícola ................................................................................................................. 36

3.5.1 Sector familiar ..................................................................................................................... 36

3.6 Situação fitossanitária ............................................................................................................. 37

3.6.1 Amarelecimento Letal do Coqueiro (ALC) ........................................................................ 37

3.6.2 Armadilhas de feromona da Lagarta invasora .................................................................... 37

3.6.3 Mosca da Fruta (Bactrocera invadens) .............................................................................. 38

4. Programas específicos ......................................................................................................................... 38

4.1 Programa de hortícolas ............................................................................................................ 38

4.2 Programas de multiplicação de sementes ................................................................................ 38

4.3 Sector do Caju ......................................................................................................................... 38

4.3.1 Programa de Intensificação da Produção e Distribuição de Mudas (IPDM) ...................... 38

4.3.2 Comercialização da Castanha de Caju ................................................................................ 39

4.4 Programa de fruteiras ............................................................................................................. 39

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 5

4.4.1 A cultura do ananás ............................................................................................................. 39

5. Estagio actual das culturas .................................................................................................................. 39

6. Balanço preliminar .............................................................................................................................. 39

6.1 Sector Familiar ........................................................................................................................ 39

6.2 Produção do Sector Comercial ................................................................................................ 40

1. Precipitação ......................................................................................................................................... 40

2. Sementeiras ......................................................................................................................................... 41

3. Insumos Agrícolas .............................................................................................................................. 41

4. Equipamento Agrícola ........................................................................................................................ 42

5. Ponto de situação de contratação de extensionistas ............................................................................ 42

6. Situação fitossanitária ......................................................................................................................... 42

7. Situação do Pasto ................................................................................................................................ 42

10. Estimativas de produção das principais culturas alimentares ......................................................... 43

Província de Zambézia ............................................................................................................................... 43

1. Precipitação ......................................................................................................................................... 43

2. Sementeiras ......................................................................................................................................... 44

3. Disponibilidade de Insumos e Equipamentos Agrícolas ..................................................................... 44

3.1 Sementes ................................................................................................................................. 44

3.2 Feiras de Insumos Agrícolas ................................................................................................... 45

3.3 Ponto de Situação de Produção de Semente Pré-Básica e Básica ........................................... 45

3.4 Pesticidas ................................................................................................................................. 45

3.5 Equipamentos Agrícola .......................................................................................................... 45

3.5.1 Tracção Animal ................................................................................................................... 45

3.5.2 Tractores ............................................................................................................................. 45

3.5.3 Motocultivadoras ................................................................................................................ 46

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 6

3.5.4 Motobombas ....................................................................................................................... 46

3.5.5 Debulhadoras ...................................................................................................................... 46

3.6 Extensão Agrária ............................................................................................................................. 46

3.7 Situação fitossanitária ............................................................................................................. 46

3.7.1 Ponto de situação da Contenção da Doença do Amarelecimento Letal do Coqueiro ......... 47

3.8 Impacto das adversidades climatéricas ................................................................................... 47

3.9 Estado Geral e Fases das Culturas .......................................................................................... 47

3.10 Sector da Pecuária ................................................................................................................... 48

3.10.1 Estado geral das manada ..................................................................................................... 48

3.10.2 Estado das pastagens/disponibilidade de água para os animais .......................................... 48

3.10.3 Fomento pecuário e de Tracção Animal ............................................................................. 48

Província de Nampula ................................................................................................................................. 49

1. Precipitação ......................................................................................................................................... 49

2. Preparação de terras ............................................................................................................................ 49

3. Sementeiras ......................................................................................................................................... 50

4. Aprovisionamento de Insumos Agrícolas ........................................................................................... 50

4.1 Sementes ................................................................................................................................. 50

4.2 Pesticidas ................................................................................................................................. 50

4.3 Motobombas ........................................................................................................................... 50

4.4 Motocultivadoras ................................................................................................................... 50

4.5 Tractores ................................................................................................................................. 51

4.6.1 Tracção Animal ....................................................................................................................... 51

5. Situação fitossanitária ......................................................................................................................... 51

6. Estado geral e fase das culturas ........................................................................................................... 52

7. Estimativas de produção ..................................................................................................................... 52

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 7

8. Sub sector de cajú ............................................................................................................................... 52

9. Ponto de situação das áreas irrigadas .................................................................................................. 53

1. Precipitação ......................................................................................................................................... 53

2. Sementeiras ......................................................................................................................................... 54

3. Aprovisionamento de insumos e equipamento agrícolas .................................................................... 54

3.1 Equipamentos Agrícolas e tracção animal .............................................................................. 54

4. Situação fitossanitária ......................................................................................................................... 55

5. Extensão Agrária ................................................................................................................................. 55

6. Impacto das actividades climatéricas .................................................................................................. 56

7. Estado e fase das culturas.................................................................................................................... 56

7.1 Perspectivas de produção das principais culturas alimentares e de rendimento ..................... 56

Província de Niassa ..................................................................................................................................... 56

1. Precipitação ......................................................................................................................................... 56

2. Sementeiras ......................................................................................................................................... 57

3. Aprovisionamento de insumos e equipamentos agrícolas .................................................................. 58

3.1 Sementes ................................................................................................................................. 58

3.2 Feiras de insumos .................................................................................................................... 58

3.3 Ponto de Situação de semente pré- básica e básica ................................................................. 58

3.4 Fertilizantes e pesticidas ......................................................................................................... 58

3.4.1 Fertilizantes ......................................................................................................................... 58

3.3.3 Utensílios e equipamentos agrícolas .................................................................................. 59

3.3.4 Motobombas ...................................................................................................................... 59

3.3.5 Motocultivadoras ................................................................................................................ 59

3.3.6 Tractores ............................................................................................................................. 59

3.3.7 Tracção animal .................................................................................................................... 59

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 8

4. Extensão Agrária ................................................................................................................................. 60

5. Situação fitossanitária ......................................................................................................................... 60

6. Ponto de Situação de linhas de credito ................................................................................................ 60

7. Programa de fruteiras .......................................................................................................................... 60

8. Calamidades Naturais ......................................................................................................................... 61

9. Estado geral das culturas ..................................................................................................................... 61

10. Avaliação geral da campanha ......................................................................................................... 61

10.1 Culturas Alimentares............................................................................................................... 61

10.2 Culturas de Rendimento .......................................................................................................... 61

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 9

Agradecimentos

Para a materialização dos objectivos da avaliação final da Campanha Agrícola 2010/11, análise de dos resultados do campo, várias foram as contribuições dos técnicos do nível Central, Províncial e Distrital ao qual a Direcção Nacional dos Serviços Agrários (DNSA), Departamento de Culturas e Aviso Prévio (DCAP), agradece.

Agradecimentos especiais às comunidades de produtores visitados durante a recolha de informação sobre a campanha agrícola e todos que directa ou indirectamente contribuíram para o presente relatório de balanço preliminar da campanha, que acreditamos, que vai contribuir para a tomada de decisões e intervenções prioritárias.

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 10

�ota Introdutória

A agricultura é base para o desenvolvimento do País, criação de riqueza e desenvolvimento sócio económico sustentável.

Cerca de 80% da população activa Moçambicana dedica-se a agricultura, e o País possí grandes potencialidades agro-ecologicas para corresponder ao desafio. Todavia, a grande maioria das unidades produtivas pratica uma agricultura de subsitência, com baixa produtividade e consequentemente fraca produção e competitividade, tornando o País deficitário em principais produtos alimentares básicos e com impactos assialáveis de vulnerabilidade a fenómenos agro- meteorológicos.

Apesar da agricultura no País ainda ser dependente do comportamento climático, o Governo tem evidenciado esforços para o aumento de produção e da produtividade agrária através da aprovação da estratégia da Revolução Verde em 2007 e do Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Sector Agrário (PEDSA) em Maio de 2011 com um horizonte de curto, médio e longo prazo para o desenvolvimento da produção agrária com objectivo de duplicar a produção através do aumento da produtividade e expansão da área cultivada; intensificar o repovoamento pecuário e melhoramento genético; aumento da capacidade de produção de aves para carnes e ovos; gestão sustentável dos recursos naturais e crescimento acumulado da Agricultura em pelo menos 7% ao ano.

1. Sumário executivo

A avaliação da campanha constituí uma actividade importante, pois permite a tomada de decisões a vários níveis. O DECAP/DNSA tem vindo a monitorar as campanhas agrícolas a vários anos em coordenação com instituições relevantes como o MIC, IIAM, CEPAGRI, SETSAN, INAM, INGC, SADC, FAO, PMA, FEWs/NET, entre outras.

A actividade de monitoria e avaliação da campanha começa desde a análise dos indicadores de antevisão climática em Setembro/Outubro, antes do início da campanha agrícola e em seguida um acompanhamento em tempo útil do decurso da campanha agrícola (monitoria e avaliação de adversidade de fatores climáticos); avaliação do desenvolvimento das culturas em campo e dos rendimentos esperados através da realização de visitas de campo e inquéritos especifícos que permitem auferir para além de rendimentos das culturas, sua distribuição, áreas semeadas e perdidas por vários motivos. Este exercício tem o seu resultado final as estimativas indicativas de produção, cuja informação serve para avaliação do sector agrícola no âmbito do balanço do PES (Plano Económico e Social), elaboração do balanço alimentar, monitoria e avaliação do comportamento dos preços, análise de Vulnerabilidade a Insegurança Alimentar entre outros usos.

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 11

Em Setembro de 2010, foi divulgado o prognóstico da época chuvosa 2010/11, pelo INAM que previa para o 1º período (OND 2010) uma probabilidade de ocorrência de chuvas normais com tendência para abaixo do normal , no extremo norte; Chuvas acima do normal com tendênicias para o normal na região Centro; chuvas normais com tendências para acima do normal em toda região Sul e sul das Províncias de Manica e Sofala.

Para o 2º período, o prognóstico apontava para chuvas acima do normal com tendências para o normal para a região norte; Chuvas normais com tendência para acima do normal na região Centro e chuvas normais com tendências para abaixo do normal na região sul do país.

O Ministério da Agricultura, atráves da Direcção Nacional de Serviços Agrários fez a interpretação do prognóstico da época chuvosa para Agricultura em termos de satisfação das necessidades hídricas das culturas. Assim, para o período OND, nas provincias da zona Norte, incluindo Zambézia e planalto de Tete previa-se uma probabilidade de satisfação das necessidades hídricas nas culturas em cerca de 75 a 90%. Na zona Centro e uma parte do Sul (Norte de Gaza e Inhambane) a probabilidade de satisfação das necessidades hídricas era de 60 a 75%. Na zona Sul (Sul de Gaza e Inhambane, e Maputo) as probabilidades estavam abaixo de 60%.

Para o período JFM , no extremo Nordeste, as probabilidades previstas eram acima de 90%; Para zona Centro as probabilidades eram de 75 a 90%, com excepção do Sul de Manica e Sofala que a semelhança de quase toda zona Sul do País apresentava probabilidades de 60 a 75% para a satisfação das necessidades hídricas. O ponto critico era esparado na parte Sul da provincia de Maputo com probabilidades que indicavam uma satisfação hídrica abaixo dos 60%.

A campanha agrícola 2010/11 arrancou oficialmente no dia 16 de Outubro de 2010 em todo o País, cujas cerimónias centrais tiveram lugar no distrito de Massinga, na Província de Inhambane e foram orientadas por S.Excia Presidente da República de Moçambique.

As perspectivas para a campanha agrícola 2010/11 foram elaboradas e harmonizadas com as provincias e tiveram em conta, o prognóstico da estação chuvosa, dos esforços dos Governos e de Parceiros nas condições que assegurem o apoio em factores de produção e assistência técnica do sector produtivo e resultados obtidos na implementação do Plano de Acção para a Produção de Alimentos (PAPA) nas últimas duas campanhas.

As principais premissas para o alcance das metas foram baseadas nas condições meteorológicas favoráveis e disponibilidade e acesso atempado de semente certificada e outros factores de produção.

Sendo assim, no início da campanha agrícola 2010/11, as perspectivas das áreas totais para as principais culturas alimentares eram de 5.247.321 ha, sendo 2.889.905 ha com cereais, 897.229 ha de leguminosas e 1.347.187 ha de raízes e tubérculos e 113.000 ha de hortícolas diversas.

Em relação a produção, estavam previstas cerca de 2.917.529 tons de cereais, representando um crescimento de 3,9%, 436.430 mil toneladas de leguminosas representando um crescimento de

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 12

3,6 %, 10.851.499 tons de raízes e tubérculos representando um crescimento 8,6 % e 975.000 tons de hortícolas diversas.

Em relação a culturas de 2ª época, esta planificada a produção de 190.000 tons de batata reno representando um crescimento de 6,4%. A produção de tomate será de 195.000 tons representando um crescimento de 5,4%, a produção de cebola será de 80.000 tons, representando um crescimento de 16,0% e nas outras hortícolas espera-se atingir cerca de 700.000 tons representando um crescimento de 16,7%

Para as outras culturas de rendimento, perspectiva-se a produção de 300 mil toneladas de banana, 45 mil toneladas de citrinos, 19.5 mil tons de soja, 18.6 mil tons de girassol, 104.7 mil tons de gergelim, 70.2 mil tons de algodão caroço, 70 mil tons de tabaco, 3.9 milhões de cana de açucar, 35.5 mil tons de copra e 31.1 mil tons de chá e 95 mil de castanha cajú

�o âmbito de produção de semente básica o IIAM através dos seus Centros Zonais perspectiva produzir 365tons de milho, 366 toneladas de arroz, 68 toneladas de mapira, 3 toneladas de mexoeira, 55 toneladas feijão vulgar, 53 toneladas de feijão nhemba, 5 toneladas de feijão boer, 25 toneladas de soja, 40 toneladas de amendoim, 28 toneladas de algodão e 5.2 milhões de estacas de mandioqueiras,

Em relação a assistência técnica aos produtores através da rede pública prevê-se que até ao fim de 2011, se assista cerca de 400.000 mil produtores. Até finais de 211, prevê-se que um recrutamento adicional de 249 extensionistas o que poderá elevar o número de extensionistas para 950.

O balanço preliminar da campanha agrícola efectuado em todas as Províncias e visitados 40 Distritos entre os dias 03 à 13 de Maio contatatou o seguinte:

Em relação a Precipitação significativa, que permitiu as sementeiras nas zonas Sul e Centro iniciaram no mês de Novembro entre 1ª e 3ª década do mês. Na zona Norte a precipitação que permitiu as sementeiras iniciaram na 1ª década do mês de Dezembro na Província de Niassa, interior de Nampula e Cado Delgado. Nos Distritos costeiros das Províncias de Nampula e Cabo Delgado, o inicio das chuvas foi tardio tendo ocorrido na 1ª década de Janeiro de 2011.

Em geral no Período Outubro-Novembro-Dezembro de 2010, as chuvas foram caracterizadas por chuvas acima de normal com tendências para o normal nas zonas Sul e Centro do País e abaixo do normal na zona Norte.

No Período entre Janeiro-Fevereiro-Março de 2011, as chuvas estiveram abaixo do normal, com tendências ao normal nas zonas Sul e Centro e normal, com tendências para acima do normal na zona Norte.

Na 1ª década do mês de Novembro, a precipitação esteve acima do normal nas Províncias de Maputo, Gaza e Manica. Na 3ª década esteve muito acima do normal nas Províncias de Inhambane, Manica, Sofala, Zambezia e Tete.

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 13

Na 1ª década do mês de Dezembro, a precipitação registada esteve acima do normal com tendências a muito acima do normal em todo o País, com excepção da faixa costeira de Nampula e Cabo Delgado. Nas duas décadas subsequentes (2ª e 3ª décadas) a precipitação a precipitação registada esteve acima do normal nas Províncias de Maputo e Gaza e abaixo do normal com tendencias a normal na zona Centro e abaixo do normal com tendencias a muito abaixo do normal na zona Norte do País.

O mês de Janeiro foi caracterizado pela precipitação regular em todo o País, contudo foi muito acima do normal nas Províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Manica e Sofala na 2ª década do mês. Apesar de regular, a precipitação esteve abaixo do normal com tendências a muito abaixo do normal na zona Norte.

A 1ª década do mês de Fevereiro foi caracterizada por chuvas escassas nas zonas Sul e Centro, com excepção da Provincia de Zambezia e chuvas excessivas na zona Norte. Comparando com o normal da precipitação da década, esta esteve muito abaixo do normal nas zonas Sul e Centro e normal e muito acima do normal com tendecias a normal na zona Norte e Província de Zambezia.

Duma forma geral, entre a 2ª década de Fevereiro e 2ª decada de Março, as chuvas foram irregulares nas zonas Sul e Centro do País.

Em relação as sementeiras, as mesmas iniciaram nas zonas Sul e Centro com estabilidade entre a 1ª década de Novembro e 3ª década de Novembro respectivamente; No interior da zona Norte, as sementeiras iniciaram na 1ª década de Dezembro. De salientar que nesta região, as sementeiras iniciam, normalmente, em Dezembro; Na zona costeira das Províncias de Nampula e Cabo Delgado, as sementeiras iniciaram na 2ª década de Dezembro, a atraso do início das chuvas.

Em relação ao aprovisionamento de insumos e outros factores de produção, no âmbito do PAPA na 1ª época foram disponibilizadas aos produtores de todo o País um total de 1.865 tons de semente de milho VPA, 1.102 tons de milho híbrido, 535 tons de mapira, 1.825 tons de arroz e 300 tons de soja. (tabela 1 em anexo).

Para as culturas de 2ª época foram adquiridas e em processo de disponibilização em todo o País 627 toneladas de milho VPA , 21 híbrido, 800 toneladas de trigo e 2.000 toneladas de batata reno (tabela 2 em anexo)

As DPA’s e perceiros disponibilizaram 162 toneladas de milho, 90 tons de arroz, 69 tons de feijão vulgar e 28 tons de amendoim. Foram igualmente disponibilizadas 445 mil estacas de mandioca e 164 mil socas de ananaseiros.

Igualmente, foram realizadas feiras de insumos agrícolas nas províncias do centro do País em coordenação com os parceiros, com objectivo foi de potenciar em insumos às famílias vulneráveis afectadas pela estiagem na campanha agrícola 2009/10 tendo beneficiado cerca de 20 mil famílias vulneráveis nas Províncias de Gaza (2.000), Sofala (12.000), Manica (1.000), Zambézia (5.000).

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 14

No âmbito de programa de senhas (Vouchers), o MINAG em coordenação com a FAO disponibilizou 54,5 toneladas de NPK e 25 tons de Ureia, para a produção de semente feijões, trigo, soja e girassol e 1.250 tons de NPK e 1.250 tons de Ureia para a produção de alimentos, nas culturas de arroz e milho. Neste programa foram beneficiados 25 mil famílias nas regiões Centro e Norte do País. O kit foi composto por (25kg milho, 40 kg de arroz) e ( 50 kg de ureia e 50 kg de NPK) por família, dependendo da região agro-ecológica.

�o âmbito de disponibilização de pesticidas e equipamentos de aplicação e protecção para o controle das principais pragas migratórias e doenças nas culturas, foram disponibilizados em todo o País, pesticidas e equipamentos de protecção e aplicação em todo o País, constituído por 34.600 litros/kg de pesticidas diversos, 5.272 de equipamentos de protecção (botas, máscaras, luvas, óculos, fato-macaco e chapéus) e 598 unidades de equipamentos de aplicação (mini ulvas, atomizadores e pulverizadores). ( anexo tabela 3)

Em relação ao controle fitossanitário, em Janeiro foram realizadas prospecções do pardal de bico vermelho em Chókwè, Massagena, Chicualacuala e Chibuto que culminaram com a localização de uma zona de reprodução em Chókwè na zona de Wantimba (S24o 31’ 19.6”, E032o 49’ 37.6”) com uma população de pássaros estimada em 23.712.000.ocupando uma área estimada em 186 ha. Em termos de densidade de ninhos, esta varia de 10 a 350 por planta. Em Março foram realizadas prospecções nas zonas tradicionais de reprodução e pernoites habitualmente conhecidos nos Distritos de Chókwè, e Chibuto que, culminaram com a localização de 2 áreas de pernoites, ambas situadas no Distrito de Chókwè em Conhane ao longo do regadio com uma área de cerca de 6 ha e uma população de pássaro estimada em 8.600 e outra no regadio novo em Carpatoso com uma área de cerca de 16 ha e uma população de pássaro estimada em 8.000.000.

Os pássaros observados nos campos de produção e pernoites ao longo das valas é uma ameaça às culturas em campo (cereais). Não foi realizado o controlo terrestre devido a inacessibilidade das zonas de pernoites.

A eclosão da Lagarta invasora foi registada nas Províncias de Manica ( Distritos de Gondola e Guro), Cabo Delgado (Distritos de Montepuez e Namuno), Niassa (Distrito de Cuamba), Sofala (Distritos de Búzi e Nhamatanda) e Gaza (Distritos de Xai-Xai, Bilene e Massangena), tendo infestado uma área estimada em cerca de 1.407,9 ha nas culturas de milho, mapira e arroz, tendo sido controlados 1.295,5 ha, 112,4 ha perdidos e um total de 951 famílias afectadas

Foi registado um surto de gafanhoto elegante nas Províncias de Zambézia (Distritos de Mopeia, Nicoadala, Mocuba, Morrumbala, Lugela e Ile), Sofala (Distritos de Chibabava, Gorongosa, Caia, e Chemba) e Gaza (Distritos de Chibuto, Chókwè, Chigubo, Chicualacuala e Massangena), tendo infestado uma área estimada em 2.418,6 ha nas culturas de mandioca, feijão-boer, feijão-

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nhemba, abóbora, milho e mapira. Contudo foram controlados 1.925,6 ha, perdidos 493 ha e um total de 1.612 famílias afectadas

Em relação ao Amarelecimento Letal de Coqueiro (ALC) na Província de Inhambane, foi realizada a amostragem do ALC em toda Província em plantas sintomáticas e assintomáticas com resultados positivos no teste PCR (polimerase checking reaction) em Outubro de 2010. Colhidas 285 amostras para o diagnóstico laboratorial. Realizada monitoria da doença em todos os distritos da mesma província. Realizadas vigilâncias permanentes em todas as plantações na zona de foco da doença. Em curso a formação de brigadas de vigilância em Govuro, Inhassoro e Vilankulo, para monitoria da doença em toda província, envolvendo lideres comunitários e extensionistas. Foi concluída monitoria em Maputo-Cidade, Sofala e Gaza, com resultados de Sofala já disponíveis.

Na Província da Zambézia, está em implementação o programa de contenção/mitigação do ALC com apoio do Millenium Challenge Account (MCA) nas Províncias da Zambézia e Nampula. Este projecto tem como uma das componentes, o controlo da doença através do abate e substituição de plantas nas zonas infectadas para além da diversificação das culturas com a introdução de algumas culturas de rendimento. No âmbito deste projecto, foram abatidos 50.000 coqueiros doentes nos Distritos de Chinde, Inhassunge, Nicoadala, Namacurra, Maganja da Costa e Pebane, estando previsto até ao fim do projecto o abate de cerca de 800.000 plantas. Foram plantadas 90.810 mudas da variedade gigante verde, tolerante á doença, nos Distritos de Chinde, Inhassunge, Maganja da Costa e Namacurra e até ao fim do projecto prevê-se o plantio de cerca de 550,000 plântulas.

Está em curso em Nicoadala- Zambézia, a avaliação de 21 variedades de coqueiro importadas da Costa de Marfim, para se testar sobre a resistência/tolerância a doença do ALC.

Em relação a mosca da fruta, a praga foi identificada pela primeirra vez em Moçambique em 2007/2008. É uma praga considerada organismo de quarentena em vários países do mundo. A presença desta praga, levou o país a sofrer restrições no acesso aos vários mercados internacionais, decorrente das medidas de quarentena impostas pelos país. Para a contenção/mitigação desta praga, foi desenhado um plano de acção que está sendo implementado com o envolvimento de todos os intervenientes no sector da hortifruticultura, com destaque para académicos, sector privado e os próprios produtores.

No âmbito do plano de acção da mosca, foram treinados 50 técnicos nacionais do sector público e privado, ONGs e produtores, em matérias de biologia, ecologia e métodos de maneio e identificação de moscas da fruta. Estes técnicos são responsáveis pela monitoria da mosca em todo o país.

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Das monitorias da mosca no país constatou-se que a zona Norte do país é a mais infestada; a zona Centro regista baixa prevalência e a zona Sul não tem registo da mosca-da-fruta.

No âmbito da introdução de tecnologias, na Província de Cabo Delgado está em implementação o maneio integrado (IPM) que teve sucesso noutros países designadamente Quénia, Tanzânia e região da África Ocidental. Esta tecnologia está testado na área de produção de frutas. A segunda tecnologia em implementação experimental na Província de Cabo Delgado, é do controlo biológico da mosca da fruta usando o inimigo natural, o parasitoide Fopius arisanus.. Este método de controlo pode baixar a população da praga até 50-70% quando acompanhada de outras medidas de maneio. A multiplicação do inimigo natural está sendo realizado no Laboratório instalado na DPA de Cabo Delgado. Os resultados serão produzidos ao longo do presete ano.

Em relação a componente de irrigação, o País conta com uma área irrigada de cerca de 27 mil ha com culturas alimentares. Em 2010 foram construídos e reabilitados 1.723ha, nas Províncias de Maputo (110ha), Inhambane (297ha), Sofala (187ha), Zambézia (85ha), Nampula (900ha) e Niassa(144ha), representando uma realizaçào de 57%.

Para aumentar as áreas irrigadas perímetros irrigados foram disponibilizadas e instaladas em todo o País, 100 motobombas com respectivos acessórios, nomeadamente na Província de Maputo (12), Gaza (16), Inhambane (6), Manica (6), Sofala (10), Tete (10), Zambézia (20), Nampula (7), Cabo Delgado (7) e Niassa (6). Prevê-se que com a disponibilização destes equipamentos, haja um acréscimo de áreas irrigadas em cerca 3.930 ha.

Para além das aquisições do nível Central, foram adquiridas e disponibilizadas aos produtores 119 motobombas pelas Direcções Provinciais de Agricultura, nomeadamente, Maputo (7), Inhambane (9), Sofala (5), Tete (9), Zambézia (54), Nampula (29) e Niassa (6).

Para incrementar as áreas cultivadas e permitir uma boa preparação de terras, o País conta com um parque de 742 tractores adquiridos nos últimos 3 anos, com Fundos de Desenvolvimento Distrital (FDD), do PAPA, de GPZ e privados;

�o âmbito de mecanização, e para o incremento de áreas cultivadas foram disponibilizadas em 2010 um total de 100 motocultivadoras nomeadamente em Maputo Cidade (4), Maputo Província (4), Gaza (15), Manica (15), Sofala (14), Zambezia (20), Tete (9) e Niassa (19) para as zonas de produção de arroz e hortícolas.

�o âmbito de programa de tracção animal, foram planificadas a aquisição e distribuição de 2.033 juntas, das quais até ao momento foram entregues 1.253 juntas, sendo na Província de Maputo (153), Gaza (108), I’bane (120), Sofala (265), Manica (75), Zambézia (415), Nampula (15) e Cabo Delgado (103).

�o ambito de fomento de fruteiras foram importadas da África do Sul, 30.000 mudas de mangueiras em processo de distribuição na Província de Maputo. �o âmbito de produção de hortícolas todo ano, foram instaladas estufas com objectivo de disponibilização de plântulas das principais hortícolas. Assim, das 16 estufas planificadas a

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serem instaladas na Província de Maputo, foram instaladas 6. Destas, 2 foram instaladas no Distrito de KaMavota na Cidade de Maputo, 2 no Distrito de Moamba e 2 em Manhiça. A área total coberta pelas 6 estufas é de 30 ha com uma capacidade total de produção 750.000 plântulas.

Em relação as áreas preparadas, de um total de 5.247.321 ha planificados com principais culturas alimentares, foram preparados 4.729.890 ha correspondendo 90% da área planificada. Desta área foram semeados 4.228.368 ha, com culturas da 1ª época, correspondendo a 89% da área preparada.

As necessidades hidricas das culturas alimentares da 1ª época, em geral foram satisfeitas, com destaque para as zonas Centro e Norte com cerca de 99%, enquanto que na zona sul, as necessidades hídricas foram cobertas em 80%.

As chuvas excessivas e aumento dos caudais das principais bacias hidrográficas das zonas Sul e Centro verificadas entre os meses de Dezembro e Janeiro, originaram inundações nos campos agrícolas e perdas de cerca de 21.889,5 ha com culturas diversas nas Províncias de Maputo (5.948 ha), Maputo Cidade (87 ha), Gaza (12.442 ha), Inhambane (306 ha), Manica (34 ha), Sofala (1.978 ha), Tete (200 ha) e Zambézia (894,5 ha ), representando cerca de 0,55% das áreas semeadas. De realçar que as perdas não tiveram impacto significativo nas culturas.

Por outro lado, foi verificada uma interrupção de chuvas no mês de Fevereiro na região sul e parte da Província de Tete afectando as culturas em campo cujas sementeiras foram realizadas em Dezembro.

No sector da pecuaria, ficaram inundados cerca de 20.000ha de áreas de pastos, tendo sido afectados 6.749 bovinos e 2.801 pequenos ruminantes que foram sujeitos a pastar em áreas onde o encabeçamento é cerca de 8ha/UA contra os habituais 6h/UA.

Ainda pela consequência de chuvas excessivas foram reportados 62 mortes de gado bovino por afogamento na Província de Maputo, no Distrito de Manhiça, no posto administrativo de Calanga.

A avaliação geral da campanha é boa, tendo em conta os esforços empreendidos no início e durante a campanha agrícola 2010/11 na disponibilização de factores e meios de produção aliado ao comportamento positivo da estação chuvosa, apesar das sementeiras tardias em alguns pontos da zona norte, impacto das inundações nas zonas sul e centro e aliado a eclosão de pragas migratórias (Lagarta invasora e gafanhoto vermelho) principalmente na zona Centro.

Assim, para os Cereais estima-se um crescimento na ordem de 4.6 %, nas Leguminosas em 4.0 % e na Mandioca em 3.7% (vide a tabela 1 abaixo).

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Tabela 1: Estimativas Nacionais Preliminares de Produção( Campanha Agrícola 2010/11)

Culturas 2009/10 2010/11 Var(%)

Milho 2.089,890 2.178,842 4.3

Mapira 388,597 409,745 5.4

Mexoeira 48,698 51,602 5.9

Arroz 257,491 271,402 5.4

Total de Cereais 2,784.676 2.911,579 4.6

Feijões 263,771 273,034 3.5

Amendoim 157,685 165,373 4.9

Total Leguminosas 421,456 438,408 4.0

Mandioca 9.738,066 10.093,619 3.7

Fonte:DPA/SPA/DCAP

Em relação as culturas de rendimento, o destaque vai para a comercialização de castanha de cajú em curso, que até ao mês de Maio haviam sido comercializadas cerca de 112.000 toneladas das 95 mil toneladas planificadas. Destas, cerca de 30 mil toneladas são consumidas pela indústria nacional e 46 mil exportadas em bruto. Os preços que chegam a superar 20,00 Mt/kg, comparados com preços anteriores de 10 a 16 Mts/kg têm encorajados os produtores. As provínicas mais produtoras são Nampula, Zambezia e Inhambane.

Em relação ao sub-sector de algodão para a presente campanha, projecta-se uma recuperação dos níves de produção, estimando-se que se alcance 70 mil toneladas de algodão caroço, a serem produzidas numa área de cerca de 128 mil hectares, com rendimento médio de 550 kg/ha, representando um crescimento de produção na ordem de 70,7% comparativamente a campanha transacta, que foi de 41 mil toneladas. O sub sector envolve cerca de 200 mil produtores familiares com cerca de 0.77ha em média por família e mais de 80% da produção é exportada para a Asia e Europa.

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2. Ponto de Situação por Província

Província de Maputo

1. Precipitação

A precipitação foi escassa na maior parte dos Distritos no mês de Outubro com uma média mensal da Província de 16.5 mm. A partir da 1ª década do mês de Novembro, houve melhorias significativas de precipitação em todos os Distritos, tendo sido registado uma média mensal de 105 mm no mês de Novembro. No mês de Dezembro uma média mensal de 128 mm e em Janeiro de 163 mm. De salientar que devido a chuvas excessivas nos meses de Dezembro e Janeiro, com destaque para os distrito de Boane, Manhiça e Marracuene houve registo de inundações localizadas.

O gráfico abaixo ilustra a evolução de precipitação na Província. Pode-se observar que a precipitação acumulada entre os meses de Outubro à Abril esteve acima da média e superior a campanha 2009/10, contudo houve registo de precipitação irregular no mês de Fevereiro.

Gráfico 1: Evolução da precipitação na Província de Maputo (Outubro-Abril)

2. Preparação de terras e areas semeadas

Para a presente campanha foram planificadas cerca de 278.126 ha com culturas da 1ª e 2ª época. Para as cultura da 1ª época, foram lavrados e semeados cerca de 172. 557 ha que correpondem a 62% em relação ao plano e 100% em relação a 1ª época. Em relação as áreas lavradas/semeadas, o destaque vai para o distrito de Boane (92%), Magude e Moamba (61%) e Marracuene (59%).

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A preparação de terras em geral foi feita usando enxada pelo sector familiar, contudo foram usados igualmente tractores, motocultivadoras e juntas de tracção animal disponibilizados no âmbito de PAPA e aquisições locais feitas com Fundos de Desenvolvimento Distrital (FDD).

3. Disponibilidade de Insumos

3.1 Sementes

No âmbito do PAPA, foram aprovisionados e disponibilizados aos produtores 94 tons de semente de milho em todos Distritos permitindo semear uma área 3.760 ha e beneficiando cerca de 2.167 produtores. Foram igualmente disponibilizados 25 tons de arroz nos distritos de Matutuíne e Manhiça permitindo semear 250 ha e beneficiando 10 agricultores. De salientar que o plano de aprovisionamento e disponibilização de semente no âmbito de PAPA foi cumprido em 100%.

No âmbito do Programa de Intensificação e diversificação de culturas a DPA disponibilizou aos Distritos 2.8 tons de feijões (Manteiga e IT18) e 1.5 tons de amendoim Namitil.

No âmbito do programa de fruteiras, foram disponibilizadas 3.232 mudas de laranjeiras de variedade valencia importadas da RSA sendo 2.232 mudas para Boane e 1.000 para Namaacha.

Em relação ao material vegetativo nas zonas semi-áridas, foram disponibilizadas um total de 164.000 socas de ananaseiro na província, respetivamente nos distrito de Manhiça (63.000), Namaacha (45.236), Boane (29.112) e Moamba (26.652). Foram igualmente disponibilizados 2.500 metros cúbicos de estacas de mandioqueiras.

No âmbito da multiplicação de semente básica e certificada, na campanha 2009/10 a FAO apoiou a produção de 50 tons de arroz variedade ITA-312 no Distrito de Marracuene que foi usada na presente campanha.

3.2 Pesticidas

Para efeitos de prevenção e controle das principais pragas e doenças, foram aprovisionados e distribuídos em todos Distritos pesticidas diversos nomeadamente 455 litros de Cipermetrina, 350 litros de Protec e 456 de Morten actelic, o que representa uma realização em 84% em relação ao plano.

3.3 Mecanização Agrícola

Durante as últimas duas campanhas agrícolas foram adquiridas e alocadas , 30 unidades de maquinaria agrícola diversa nomeadamente 8 tractores, 3 autocombinadas, 3 debulhadoras, 5 multicultivadores e 13 motobombas, disponibilizadas no âmbito do PAPA e adquiridas pelos Fundos de desenvolvimento Distrital (FDD).

A DPA, adqueriu e disponibilizou em todos os dsitritos na campanha agrícola 2010/11, 07 motobombas com respectivos acessorios, totalizando neste momento 13 motobombas com capacidade de rega que varia de 2 a 50 hectares.

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A provincia possui um total de 43 tractores, 18 charruas, 3 autocombinadas, 3 debulhadoras , 5 multicultivadora 19 grades.

4. Situação fitossanitária De Outubro até ao momento, houve registo de algumas pragas e doenças em niveis não severos, afectando uma área de 66 ha e tendo ficado perdidos 15ha. As principais pragas foram o gafanhoto elegante, broca de colmo, mosca branca, ácaros, afídeos, pardal de bico vermelho e ratos nas culturas de milho, arroz, mandioca, amendoim e hortícolas diversas.

5. Linhas de crédito

Por forma a capacitar financeiramente os agricultores, decorreu durante o primeiro trimestre a divulgação das diferentes linhas de financiamento agrário na província. Foram divulgadas linhas de crédito de horticolas, fundo rotativo, linha Agra e avicola.

Neste momento, 3 candidatos (1 Matola e 2 Moamba) são beneficiários da linha de horticolas num valor aproximado de 1,527,799.00Mt. E quanto a linha de crédito Revolving Fund, a província conta com 15 beneficiários destes fundos (2 Matutuine, 4 Moamba, 5 Namaacha, 2 Manhiça e 2 Boane) num montante avaliado em 13,743,485.79Mts.

6. Extensão agrária

Durante a campanha 2010/11 foram assistidos 34,903 camponeses dos quais 25,816 mulheres e 9,087 homens, 164 associações em todos distritos incluindo a cidade da Matola o que representa a realização do plano em 91,8% e 86,3% respectivamente. A Extensão Agrária conta com cerca de 68 extensionistas incluíndo os supervisores. A extensão levou a cabo desde o início da campanha diversas actividades nomeadamente: disseminação de mensagens técnicas através da rádio, palestras e demonstrações prácticas, divulgação de tecnologias de conservação pós-colheita de produtos, agro-processamento de sumo de frutas, gestão de água nos regadios construídos e reabilitados, produção de adubos e insecticidas orgânicos entre outras. Com vista assegurar maior cobertura da extensão agrária nos postos administralivos e localidades foram adquiridos e distribuídas 14 motorizadas para todos distritos beneficiando 14 extensionistas (totalizando cerca de 50 motorizadas operacionais).

7. Impacto das Calamidades �aturais Devido a execessos de chuvas e aumento dos caudais dos principais rios (Maputo, Umbeluzi e Inkomati), ficaram afectados cerca de 16.192 ha dos quais ficaram perdidos cerca de 5.948 hectares de culturas diversas (milho, arroz, hortícolas, batata doce e mandioca) nos Distritos de Manhiça (4.849 ha), Matola (461 ha), Marracuene (308 ha), Boane (210 ha) e Magude (120 ha), representando 9.4% da área total semeada na Província.

Em relação ao sector da Pecuária, no Distrito de Marracuene, ficaram inundados cerca de 20.000 ha de áreas de pastos afectando 6.749 bovinos e 2.801 pequenos ruminantes que foram obrigados a pastar em áreas onde o encabeçamento é cerca de 8 ha/UA contra os habituais 6 ha/UA. Neste distrito, apenas foi reportada a morte de 1 bovino com suspeita de Riquetsiose e 2 por

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afogamento em Macandza. Na Manhiça, estão inundadas áreas consideráveis de pastos afectando cerca de 8.000 bovinos. Contudo a situação não é crítica pois dispõe de muito pasto na zona alta, onde o gado geralmente pasta. Foram reportadas 62 mortes por afogamento no posto administrativo de Calanga, e 8 cabeças desaparecidas. Em Matutuine, não se coloca o problema de inundação de áreas de pasto porque estas áreas estão na zona alta. Não se reportou ainda nenhum caso de morte por afogamento nem de desaparecimento de animais

Em Magude, foram inundados cerca de 600 ha de pastos mas não se registou nenhuma morte. Nos restantes distritos, nomeadamente, Boane, Moamba, Namaacha e Matola, não houveram situações de inundações, dignas de registo, na área da pecuária.

No aspecto sanitário, referir que a situação epidemiologica foi caracterizada pela eclosão do surto da febre aftosa nos distritos de Magude, posto administrativo de Motaze e Manhiça no posto admnistrativo de Xinavane, afectando cerca de 120 e 90 animais respectivamente. Como medidas de mitigação estão em curso acções de controlo, Intensificação da vigilância epidimeologica às zonas contiguas aos distritos de Magude e Manhiça, restrição da circulação de animas entre distritos e inspecção pré embarque.

Os pontos de abeberamento não foram afectados, e aumentaram quantitativamente. Assim, os animais recorreram as lagoas temporárias, mais próximas. A concentração de muitos animais em algumas zonas altas pode levar a subnutrição e contribuir para a fácil contracção de doenças, a humidade excessiva e o calor podem tambem contribuir para o aumento da população de carraças e consequentemente doenças transmitidas por carraças. Para alem das carraças, é de notar que a humidade e temperatura ora existentes favorecem sobremaneira a multiplicação de endoparasitas.

8. Fomento Pecuário e Tracção Animal

O fomento de tracção animal, vem contribuindo para o aumento das áreas cultivadas pelo sector familiar. A província possui 2.174 juntas que resultou num aumento de 12.000ha da área cultivada. Os distritos de Manhiça e Marracuene, possuem 272 e 345 juntas respectivamente. No ano de 2011 no âmbito PAPA foram disponibilizados 96 bovinos e 32 charruas no Distrito de Namaacha para tracção animal, 50 bovinos para reprodução no distrito de Matutuine beneficiando 25 criadores e ainda por disponiblizar 183 bovinos e 51 charruas nos distritos de Manhiça e Matutuine. Referir que os animais ainda não foram alocados aos produtores, devido a ocorrência da Febre Aftossa e a consequente interdição de circulação de animais.

Para o periodo em análise houve acções de fomento somente no distrito de Magude protagonizadas por alguns parceiros do sector agrário, onde foram entregues 8 cabeças a associação de Maguiguane, 4 cabeças para associação de chocotiva e 15 cabeças para associação Fakazissa. As juntas para tracção animal não foram entregues.

8. Avaliação geral da campanha agrícola Uma avaliação geral da campanha, permite afirmar que a mesma foi boa em todas as culturas, apesar das inundações, pragas e doenças e período de escassez de chuvas no mês de Fevereiro.

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Província de Gaza

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2009/10 Cumulativo

O aprovisionamento atempado de insumos agrícolas e disponibilização dos mesmos aos produtos a preços subsidiados, aliado ao bom comportamento de chuvas contribuiu de certa maneira os que resultados positivos. Das medições de campo efectuadas junto aos produtores, obteve-se rendimentos médios de milho que variaram entre 1.2 à 1.4 tons/ha em sequeiro e de arroz 1.3 ton/ha no sector familiar e 3.5 no sector privado. Província de Gaza 1. Precipitação

As chuvas tiveram o seu inicio nos meses de Setembro e Outubro, mas não foram suficientes para iniciar as sementeiras. A partir do mês de Novembro, registaram-se chuvas regulares e intensas em quase toda a província, com maior intensidade para a primeira década ,onde causaram inundações nos distritos de Chókwe, Xai-Xai e Bilene, sobretudo nas zonas baixas e nos regadios sem causarem danos avultados. Durante o mês de Dezembro, registaram-se chuvas menos intensas que o mês de Novembro em toda a província e irregulares. Na 2ª década registou se a precipitação mais alta e nas 4 estações do distrito de Chókwe registaram se precipitações máximas do mês (216,1mm; 210,0; 182,0 e 177,2 mm). Em Janeiro, as chuvas continuaram com maior intensidade e frequência em relação ao mês de Novembro. Aliada a esta situação ocorreram descargas dos países vizinhos, causando subida dos caudais dos rios criando inundações nos distritos de Xai-Xai, Chókwe, Bilene, Chibuto e Guijá, afectando uma área de 12.442 ha em toda a província. Nos distritos de Massingir, Mabalane e parte de Chicualacuala, não se registaram precipitações. A partir do mês de Fevereiro, a intensidade da precipitação reduziu em todos os Distritos da Província. O gráfico abaixo, ilustra a evolução da precipitação entre os meses de Outubro à Janeiro. Pode se observar que a precipitação esteve acima do normal e foi superior a campanha 2009/10, até ao mês de Janeiro, observando um abrandamento consideravel nos meses de Fevereiro e Março.

Gráfico 2: Evolução de precipitação na Província de Gaza (Outubro-Abril)

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2. Preparação de Terra

A provincia de Gaza planificou, uma área de 757. 593 ha, a realizar-se em duas épocas com culturas diversas. Devido a situação das inundações, houve necessidade de replanificar a 2ª época , tendo resultado num total de 770.055 ha. Para a 1ª época, a área planificada foi de 546.933 ha, para as culturas de milho, mapira, mexoeira, arroz, amendoim, feijão nhemba, feijão jugo, batata-doce, mandioca, tomate, melancia, abóbora, banana e ananás. A preparação de terras teve início no mês de Setembro, tendo se prolongado ate o mês de Dezembro. A área lavrada foi de 529.702 ha, o que representa 97% da área total planificada para primeira época da presente campanha agrícola que é de 532.933 ha.

2.1 Sementeiras

As sementeiras iniciaram no mês de Setembro, sobretudo nos regadios, com destaque para a cultura de arroz.

Com a queda das primeiras chuvas na última década do mês de Outubro ate Novembro, houve intensificação das sementeiras do milho, mapira, mexoeira, feijão nhemba e feijão jugo, sobretudo nas zonas altas.

Nos regadios, as sementeiras não tiveram nenhuma evolução, devido a queda de volumes elevados de precipitação, o que provocou alagamento dos campos até a segunda década do mês de Dezembro.

O distrito de Chókwè, foi o mais afectado pelas inundações, sobretudo no regadio, facto que levou a interrupção da sementeira do arroz. Em algumas zonas baixas dos distritos do Bilene, Chókwe e Xai-Xai, parte das culturas de milho, batata doce e tomate, foram afectadas pelo excesso de chuvas.

As sementeiras retomaram na 3ª década de Dezembro em diante, sobretudo nas zonas altas, depois do abrandamento das chuvas, mas, intensificaram no mês de Janeiro, aliadas as descargas dos países vizinhos, o que resultou no transbordo dos rio Limpopo e Elefante. Foram também realizadas actividades de transplante da cultura de arroz nas áreas já preparadas.

Até ao mês de Março foram semeados cerca de 502.946 ha, correspondentes a 95% da área lavrada. Cerca de 12.442 ha com culturas diversas, ficaram submersas por um período de 10 dias. Destacam-se como culturas perdidas as seguintes: milho, arroz, feijão nhemba, amendoim, batata doce, mandioca e tomate.

A redução das chuvas no mês de Fevereiro, possibilitou o decurso normal das operações culturais, apesar de atrasos, em algumas operações como a sementeira, influenciando desta forma as restantes operações culturais.

3. Disponibilidade de Insumos

Para presente campanha, no âmbito do PAPA, foram distribuídas 348 ton de arroz, 30 ton de mapira e 345 ton de milho, das quais 325 ton de Matuba e 20 ton de PAN67.

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A DPA com o apoio dos parceiros realizou duas feiras de insumos agrícolas no distrito de Mandlakazi na localidade de Macuacua e Chalala, que beneficiou 1.000 famílias. Nestas feiras foram vendidos 820 kgs de semente de milho e 2.450 kgs de feijão vulgar.

Para a 2ª época agrícola, o MINAG prevê disponibilizar 140 tons de semente de milho matuba, 300 tons de batata reno e 118 kg de hortícolas diversas. A DPA/SPA prevê disponibilizar 30 tons de semente de milho, 30 de feijão vulgar e 105 kg de hortícolas diversas; O SPER fez aquisição de 5 tons semente de feijão vulgar e 10,9 kg de horticolas diversas que foram distribuídas pelos distritos, dentro do processo de transferência de tecnologias. 4. Situação fitossanitária

Durante a campanha forma registados a praga de Lagarta Invasora, Gafanhoto Elegante e Pardal de bico vermelho. Para a resolução desta situação, foram realizadas prospecção do pardal de bico vermelho no mês de Janeiro de 2011 nos Distritos de Chokwe, Chibuto Chicualacuala e Massangena que culminou com a localização de duas áreas de nidificação do pássaro com cerca de 186 ha em Chokwe e Chibuto ainda na fase de postura de ovos;

Foi feito o controlo da lagarta invasora nos distritos de Xai-Xai, Chibuto, Massangena e Bilene, numa área afectada de 925 ha Foi realizado o controlo de Gafanhoto Elegante que ocorreu nos distritos de Chibuto, Chokwe Chigubo, Massangena e Chicualacula, afectando uma área de 1.330 ha.

5. Fases e desenvolvimento das culturas

No geral, as culturas estavam nas fases de maturação e colheita. Para as culturas de amendoim, feijão nhemba, melancia e abóbora, as colheitas já estavam no fim. Parte das culturas de milho, e feijão jugo nos Distritos de Xai-Xai e Massangena respectivamente estavam na fase de desenvolvimento vegetativo. O milho nesta fase, é resultado das ressementeiras que aconteceram depois das inundações. O arroz estava nas fases de maturação e colheita, embora no Distrito de Xai-Xai, parte desta encontrava-se na fase de espigamento. A maior parte das culturas de mandioca e batata doce apresentava-se na fase de desenvolvimento vegetativo.

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 26

6. Impacto da Calamidades �aturais

Devido ao excesso de precipitação e aumento dos caudais dos principais rios ficaram perdidos 12.442 ha de culturas diversas, representando 2.5% da área total semada, nos Distritos de Xai-Xai (7.051 ha), Chibuto (2.844 ha), Bilene (981), Massingir (487 ha), Guijá (442), Chokwé (343 ha), Massangena (200) e Mabalane (94). As culturas mais afectadas foram milho, aroz, amendoim e feijões.

7. Avaliação Geral da Campanha

Apesar de chuvas excessiva e eclosão de pragas e doenças, existem boas perspectivas de produção em todas as culturas. Contudo, ao nível de produção da cultura do arroz, a produção está abaixo do planificado, devido a interrupção da preparação de solos e sementeiras, causado pelas chuvas intensas nos meses de Novembro e Dezembro que inundaram os campos, comprometendo deste modo o cumprimento do plano. A provincia de Gaza havia planificado 13.256 ha, distribuídos pelos distritos de Chókwe, Xai-Xai, Bilene, Chibuto e Manjacaze, e foram lavrados 9.544ha. Foi possível semear uma área de 7.448 ha, o que corresponde a 75% do plano. Com as inundações houve uma perda de 50ha no distrito de Xai-Xai e até ao mês de Maio haviam sido colhidos 1.926 ha (aproximadamente 26% da área semeada), com uma produção correspondente de 6.596 tons (12% da produção planificada). As chuvas não só influenciaram no alcance da área planificada, como também no desenvolvimento da cultura, e consequentemente no rendimento e produção da mesma.

Província de Inhambane

1. Precipitação

De Outubro a Novembro a queda pluviométrica não foi satisfatória. Nos meses de Dezembro a Janeiro houve excesso de precipitação que inundou certos campos com culturas.

O gráfico abaixo ilustra a evolução da precipitação entre os meses de Outubro à Abril. A precipitação esteve acima da média e foi superior entre os meses de Novembro à Janeiro e com um abrandamento de precipitação a partir do mês de Fevereiro.

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Gráfico 3: Evolução de precipitação (Outubro - Abril)

2. Sementeiras

As sementeiras iniciaram na 3ª década de Novembro como resultado da precipitação significativa registada. Foram semeados cerca de 661.995ha na 1ª época. Desta área semeada, 321.669 ha são de cereais, 170.305 ha de mandioca, 79.38 ha de amendoim e 90.393 ha de feijões e 243 ha de ananaseiro. No âmbito do PAPA semeou-se uma área de 1.632 ha de milho.

Da área planificada para a 1ª época, cerca de 607.995 ha foram lavrados e semeados 661.995 ha o correspondente a 108.8%, dos quais 321.669 ha corresponde aos cereais, 170.305 ha as raízes e tuberculos, 169.778 ha corresponde as leguminosas, 243 ha correspondente a outras culturas.

3. Insumos e Equipamentos Agrícolas Disponibilizados

3.1 Sementes

A provincia recebeu do MINAG no âmbito do PAPA 60 tons de semente de arroz, 70 tons de milho e 20 tons de mapira.

Devido a procura da semente de milho e mapira em alguns distritos não abrangidos pelo PAPA, houve necessidade de redistribuir a semente por 11 distritos, beneficiando 1.270 familias, 757 familias na semente de milho e mapira.

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3.2 Programa de Multiplicação de Estacas de Mandioca e Ramas de Batata doce

Para esta campanha foram realizados 270 ha para a multiplicação de estacas de mandioca, beneficiando 62 produtores. Em relação a batata doce, foram disponibilizadas ramas para 70 ha beneficiando cerca de 64 produtores.

3.3 Equipamentos agrícolas

No âmbito do PAPA, foram disponibilizados um total de 80 charruas de tracção animal nos distritos de Inharrime (16), Massinga (6), Morrumbene (10), Zavala (6), Jangamo (10), Inhassoro (6) e Homoíne (26) beneficiando 80 produtores.

A DPA adquiriu 5 motocultivadoras no âmbito do programa de mandioca distribuídas para os distritos de Homoíne (2), Inharrime (1), Panda (1) e Zavala (1) beneficiando 5 produtores. Foram adquridos 12 maquinas de processamento de mandioca e alocados aos distritos de Zavala (2), Inharrime (2), Panda (1), Homoíne (2), Morrumbene (1), Massinga (2), Inhassoro ( 1) e Jangamo (1).

3.4 Equipamento agrícola existente na Província por distrito

A Província conta com um total de 54 tractores operacionais adquiridos de diferentes fontes nos últimos 2 anos, nomeadamente: PAPA (9), Programa de mandioca (3), FDD (9), Privados (28) e 17 motocultivadoras.

3.5 Motobombas

Na campanha agrícola 2009/10 foram disponibilizadas pelo MINAG no âmbito da metigação a seca 7 motobombas para os distritos de Govuro (3), Vilankulo (2), Jangamo (2), Panda (2). A DPA e seus parceiros disponibilizaram 2 motobombas no Distrito de Vilankulo. Estas motobombas irão aumentar a área irrigada em 711ha.

3.6 Pesticidas

Para a 1ª época, foram disponibilizados pelo MINAG, diverso material de protecção e aplicação, nomeadamente 500 litros de Cipermetrina 20% EC, 400 kg Actelic 2% DP, 200 kg Thiran 25% WG, 200 litros Protect 20% SL, 500 litros Forus 5% EC, 40 unidades fatos macacos de algodão, 40 pares de botas de borracha, 50 unidades de máscaras de protecção, 50 unidades de filtros para máscaras, 15 unidades de pulverizador de dorso, 3 unidades de tendas de campanha (para 4 pessoas).

Para reforçar o controle das principais pragas, a DPA adquiriu e disponibilizou aos distritos diverso material de protecção e aplicação nomeadamente 140 Pulverizadores, 200 kg de Mancozeb, 300 kg de Crater, 120 unidades de botas, 154 fatos macacos e máscaras .

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3.7 Juntas de tracção animal

No âmbito do PAPA, na campanha 2010/2011 a Província recebeu e disponibilizou aos produtores 80 juntas de tracção animal, das quais 160 machos e 80 fêmeas totalizando 240 animais. A junta é constituida por 2 machos e 1 fêmea.

3.8 Ponto de situação da semente básica

No âmbito de produção de semente básica, foram produzidas um total de 107 tons de milho (Matuba), 19 tons de arroz (ITA 312), 7 tons de amendoim (Namitil), 5 tons de Feijão nhemba (IT18) e 1.8 tons de mapira (Macia), para uma área total semeada de 133 ha. A execução foi de cerca de 86% em relação ao plano. O não cumprimento das metas, deveu-se a área que se perdeu devido a inundações dos campos pelas chuvas excessivas.

4. Situação fitossanitária A situação fitossanitária na província não é preocupante, apesar do registo de algumas pragas e doenças como a lagarta mineira da folha de Amendoim e mosaico africano na mandioca que não provocaram danos consideráveis, devido a pronta intervenção.

No mesmo período foram realizadas actividades de monitoria da doença do Amarelecimento Letal de Coqueiro (ALC), no distrito de Vilankulo e o resto da Província, tendo sido monitorados 44 pontos através de diagnostico visual dos sintomas do ALC e colhido 52 amostras em toda a província para o laboratório de biotecnologia da UEM, a fim de se realizarem testes.

Todavia, visitaram se os centros onde foram detectadas e abatidas plantas com sintomas, no bairro do Aeroporto e o povoado de Chichocane (Cachane). Tendo se verificado que as plantas encontram-se a desenvolver bem e a produzir normalmente

Visitou-se os postos de fiscalização nomeadamente o do Save, Lindela e Zandamela, com objectivo de se inteirar dos trabalhos de fiscalização no concernente a movimentação de plântulas germinadas a partir dos distritos que padecem da doença do ALC.

Em relação a Mosca de fruta ( Batrocera invadens), foram montados 38 armadilhas ao longo da estrada nacional N1 para controlar a movimentação de frutas pelo corredor, e para reforçar as actividades das armadilhas, estabeleceram-se três postos de fiscalização nomeadamente Save, Lindela e Zandamela, com objectivos de interditar a circulação de frutas do Norte ao Sul do rio Save.

5. Impacto das adversidades climatericas As chuvas excessivas nos meses de Dezembro e Janeiro provocaram a perda de 305 ha com culturas de milho e arroz nos Distritos do Govuro (104 ha), Mabote (141 ha) e Morrumbene (60 ha), correspondendo a cerca de 0.05% da área total semeada.

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6. Extensão Agrária A Província possuí um total de 75 extensionistas. Na 1ª época agrícola foram assistidos cerca de 23 mil produtores.

7. Sub Sector de Cajú

O plano de comercialização na presente campanha foi de 10 mil toneladas e até o mês de Abril haviam sido comercializadas 11,630 toneladas a um preço médio de 14,68 Mt/kg.

8. Estado e fase das culturas As culturas em campo apresentam se em geral em bom estado, na fase de crescimento vegetativa para tubérculos, maturação e colheita para cereais e leguminosas.

9. Estimativas de produção

Estima se que a provincia de Inhambane produza para a 1ª epoca desta campanha cerca de 258.737 tons de cereais, 85.076 tons de leguminosas, 1.476.689 tons de tuberculos, 2430 tons de ananas.

Província de Manica

1. Precipitação A precipitação foi regular a partir da 3ª década do mês de Novembro até finais de Janeiro, proporcionando humidade suficiente para o inicio das sementeiras, principalmente das culturas de milho e mapira em Novembro. Da 3ª década de Janeiro, até a 3ª década do mês de Fevereiro, as chuvas foram irregulares e escassas, tendo melhorado no mês de Março.

O grafico abaixo ilustra a evolução de precipitação entre os meses de Outubro à Abril. Pode-se observar que a precipitação foi acima da média e superior a campanha passada entre os meses de Novembro à Janeiro, tendo se registado escassez no mês de Fevereiro.

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Gráfico 4: Evolução de precipitação (Outubro – Abril)

2. Sementeiras A preparação de terras foi atempada sem atrasos, na sua maioria com recurso a enxada de cabo curto e tracção animal e muito pouco a tractorização. As sementeiras iniciaram na 3ª década de Novembro, em todos os distritos da província e para as diferentes culturas. As culturas de milho e mapira tiveram uma germinação a volta de 90%. Referir que a maior parte dos produtores aderiram a semente que foi disponibilidade no âmbito do PAPA, DPA e parceiros. 3. Disponibilidade de Insumos

3.1 Semente pré-básica e básica

O Centro Zonal Centro, na Província de Manica produziu na campanha agrícola 2010/11, um total de 28,5 tons de semente básica, designadamente 22 tons de milho matuba, 5 tons de milho sussuma e 1,5 tons de mapira. Espera-se também a colheita de cerca de 1,0 tons de semente de mexoeira.

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3.2 Semente certificada

No âmbito do PAPA foram disponibilizadas sementes de 146,7 tons de milho VPA, 247 tons de milho híbrido, 54,65 tons de mapira, 40 tons de soja

A DPA disponibilizou semente de feijão vulgar (13) tons e amendoim (2,7) tons. Igualmente foram disponibilizadas 15 m3 de estacas de mandioca e 15 m3 de batata-doce

Na Província de Manica, houve outras fontes de semente disponibilizada aos produtores, nomeadamente, da AGRA, Companhia do Vanduzi, empresas tabaqueiras no âmbito da diversificação de culturas.

3.3 Feiras de Insumos Agrícolas No âmbito da assitência as famílias vulneráveis a DPA realizou uma feira de insumos agrícolas, no Distrito de Manica, beneficiando 1.000 famílias. Nesta feira foram adquiridas 5,7 tons de semente de milho, 4,65 tons de mapira, 13 tons de feijão-vulgar, 12,7 tons de feijão-nhemba e 2,7 tons de amendoim.

O INGC disponibilizou ao distrito de Tambara 7 tons de semente de milho, 1 ton de feijão-vulgar e 1 ton de feijão-nhemba e um kit de sistema de irrigação no âmbito de mgitição a seca. 3.4 Pesticidas, equipamentos de protecção/ aplicação e fertilizantes Para o controle das principais pragas e doenças, a província recebeu do nivel central varios pesticidas, equipamentos de aplicação e protecção, tendo em stock 441 litros de Cipermetrina 20% EC, 175 kg de Mancozeb, 147 litros de Protec 20% SL, 100 kg de Stoprat 0,005% BB, 125 kg de Thiara 25% WP. Em relação ao material de aplicação a província tem em stock 06 atomizadores e 30 pulverizadores.

3.4.1 Fertilizantes

No âmbito do programa de vouchers MINAG/FAO, para a produção de sementes e produção de alimentos foram disponibilizados 250 tons de NPK e 250 tons de UREIA. 3.4.2 Maquinaria agrícola Foram disponibilizados nos últimos 2 anos no âmbito do PAPA um total de 7 tractores, 10 motocultivadoras, 10 semeadoras e 10 debulhadoras.

3.4.3 Equipamento hidro-agrícola, e áreas de irrigação

A provincia possui um total de 19.045 ha irrigaveis, dos quais 18.000 ha estão funcionais e 121 represas. Possuí igualmente 1.059 sistemas de rega por gravidade, 402 Motobombas, 2 electrobombas.

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3.4.4 Tracção animal A provincia possuí neste momento 393 juntas de tracção animal, 1.179 animais, 393 Charruas e 393 Carroças.

3.4.5 Extensão Agrária

A província conta com um total 87 extensionistas, dos quais 63 pertencem a rede pública e 24 aos parceiros. O plano de assistência é de 41.214 produtores ate o final do ano, representando um crescimento de 14% em relação ao ano passado.

4. Situação fitossanitária

Na presente campanha agrícola foi reportada a eclosão da praga de Lagarta invasora (Spodoptera

exempta) no Distrito de Gondola, Posto Administrativo de Matsinho que afectou a 72 famílias, numa área infestada de 194.4 ha (de milho e mapira), onde perderam-se 2 ha de cultura de milho.

A eclosão de Besouro (Ootheca mutabilis), em Gondola, destruindo 7 ha de gergelim, afectando 10 famílias.

Para além destas, foi também reportada a eclosão da praga de gafonhoto no distrito, afectando 721 famílias, numa área de 2.054,5 ha onde 222,5 ha de diversas culturas como milho, mapira e mexoeira ficaram perdidas.

5. Impacto das adversidades climatericas

Devido a queda excesiva de chuvas, ficaram afectados cerca de 36 ha com culturas diversas, tendo se perdido cerca de 34ha nos distritos de Machaze e Gondola afectando a cultura de milho.

6. Estado geral das culturas

Em geral a maior parte das culturas da 1ª época encontra-se na fase de maturação fisiológica e colheita. As culturas encontram se nas seguinte fases: milho, batata-doce e amendoim na fase de colheita; mapira, mexoeira e soja na fase de maturação fisiológica, gergelim na fase de enchimento do grão; feijão vulgar, na fase de maturação fisiológica e Colheita.

7. Avaliação geral da campanha agrícola

Apesar do impacto das calamidades naturais e pragas e doençcas, em geral o desempenho das culturas da 1ª época foi boa. Existem boas perspectivas de produção, principalmente para a cultura de milho.

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Província de Sofala

1. Precipitação

A precipitação significativa para a realização das sementeiras registou-se durante a 2ª e 3ª década do mês de Novembro e com particular destaque para o litoral e a zona Sul da província de Sofala. Com a continuação das chuvas na 1ª e 2ª década do mês de Dezembro garatiu-se o estabelecimento e bom desenvolvimento das culturas em todos os distritos da província. Na 2ª e 3ª década do mês Dezembro as chuvas foram escassas e irregulares, sobretudo nos distritos do litoral (Beira, Dondo, Buzi e Machanga). No inicio do mês de Janeiro houve registo de baixas precipitações que foram se tornando significativas no decorrer do mês em todos os distritos da província, tendo sido registado em alguns locais, precipitação acima dos 50mm em períodos inferiores a 24 horas. Desta forma, foram satisfeitas as necessidades hidricas para a cultura do arroz, cultura que apresenta uma elevada necessidade de agua para a realização do transplante, assim como, para o desenvolvimento de outras culturas (milho, mapira, feijão nhemba e mandioca). As primeiras decadas dos mêses de Fevereiro e Março foram caracterizadas por precipitações relativamente baixas com a média a situar-se entre 3 mm a 17,9mm, em quase toda província. As restantes décadas foram caracterizada pela ausencia de precitação em quase todos os distritos da provincia esta situação não teve impacto negativo sobre o desenvolvimento das culturas em campo. A 1ª década do mês de Abril registou maior queda de precipitação, facto que deixou as culturas em campo bem vigorosas. A 2ª decada foi caracterizada por precipitação alternada em alguns distritos da provincia e nalguns distritos pela ausência total. Na 3ª década registou-se precipitação nos distritos costeiros, contudo inferiores a 25 mm. O gráfico abaixo ilustra a evolução da precipitação na Província entre os meses de Outubro à Abril. Pode-se observar que a precipitação esteve acima da média e superior a campanha passada de Novembro à Janeiro, verificando se escasse no mês de Fevereiro e alguma precipitação entre os meses de Março e Abril.

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Gráfico 5: Evolução de precipitação (Outubro- Abril)

2. Preparação de terra e Sementeiras

No que concerne a disponibilidade de terra, não se verificou nenhum constrangimento e não foi notificado nenhum tipo de conflito de terra. Há grandes esforços dos camponeses no cumprimento das metas e abertura de novas machambas. Estima se que até ao final da campanha sejam lavrada e semeada para as duas épocas 634.408,4 ha equivalente a 99,9 % da área total planificada. A maior parte da terra (98,75%) foi preparada através da lavoura manual (enxada), seguida de tractor (0,79%) e através da tracção animal (0,47%). O uso de equipamentos têm se consubstanciado devido aos investimentos em maquinarias, fomento do gado bovino, treinamentos para a tracção animal nos últimos dois anos no âmbito do PAPA.

3. Aprovisionamento de insumos

Para campanha agrícola 2010/11, no âmbito dos vários programas a Província aprovisionou um total de 913,13 tons de sementes de culturas diversa. que foram entregues aos distritos.

No âmbito do Programa de Intensificação e diversificação das culturas a DPA disponibilizou aos distritos um total de 29,3 tons de semente, nomeadamente de mapira 6,7 tons, amendoim 1,5 tons, f.nhemba 7,2 tons, f. Vulgar 5,9 tons, milho 8 tons e horticolas 0,01 tons

No âmbito do PAPA, foram aprovisionados e disponibilizados um total de 775 tons de semente, nomeadamente arroz 410 tons, mapira 90 tons, milho 255 tons e soja 20 tons.

No ambito da produção local de sementes foram entregues pela DPA um total de 2,15 tons de semente nomeadamente arroz 1,6 tons, 0,35 tons de milho e 0,2 tons f. Nhemba.

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3.1 Feiras de insumos agrícolas

No âmbito de assistência as familias vulneráveis foram realizadas na 1ª época 12 Feiras de Insumos Agrícolas que beneficiaram 11.606 famílias camponesas nos Distritos de Nhamatanda (1.000), Buzi (400), Caia (5.094) e Chemba (5.112). Através das Feiras foram disponibilizadas cerca de 106,67 tons de semente de culturas diversas, bem como 3.202 utensílios e instrumentos agrícolas como, assim como agro - químicos diversos (20 kgs de ureia, 15 kgs de macozebe, 9 litros de cypermetrina, 4 litros de dimetoato e 3,8 kgs de actelic).

3.2 Aprovisionamento de Pesticidas

Relativamente ao aprovisionamento de pesticidas e materiais de aplicação e protecção, a Província encontra-se preparada em termos de stocks para controlar qualquer surto que eventualmente possa ocorrer no decurso da campanha, dispondo de 1.492,5 litros de (cypermetrina 200g/l, dimetoato 400g/l e cyflutrina 12g/l) e 639 kgs (macozeb 800g/kg, brodifacoum 0,05g/kg).

Para o aprovisionamento mínimo de pesticidas foram distribuídos a todos os distritos um total de 290 litros de cypermetrina, 65 litros de proctect, 39 litros de dimetoato, 39 litros de methamidophos, 39 kg de thiara, 28 pulverizadores de dorso, 13 microulvas, 7 atomizadores, 50 pares de botas, 45 pares de luvas, 41 pares de fato macaco, 50 mascaras e 45 pares de óculos.

3.3 Fertilizantes

É no âmbito do programa de Vouchers MINAG/FAO foram distribuídos 389,5 tons de fertilizantes das 400 tons planificadas beneficiando 3.710 produtores.

3.4 Equipamentos agrícolas

A província possui um total de 71 tractores, 14 motocultivadoras e 1.012 juntas para tracção animal e 623 carrocas operacionais adquiridos e disponibilizados através de vários programas.

Na presente campanha foram acrescidos 3 tractores ao parque de máquinas provincial, nomeadamente; 1 para Chibabava (DPA), 2 para Nhamatanda (Abiodes e Cesvi/Oram) para uso no sector familiar. No âmbito do PAPA foram distribuídos 14 tractores aos distritos nomeadamente Dondo (5), Búzi (5), Nhamatanda (1), Gorongosa (1), Caia (1) e Maringue (1).

3.5 Hidráulica Agrícola

3.5.1 Sector familiar

Para fazer face aos desafios da irrigação, para a Campanha 2010/11 planificou-se a instalação de 245,5 ha com infra-estruturas de rega. Até ao momento já foram instalados 230,5 ha correspondente a 93,98% que adicionados aos 573 ha irrigados pelo sector familiar totalizam neste momento 803,5 ha irrigáveis, beneficiando a 1.468 famílias. Até ao momento foram aprovisionados aos distritos 19 sistemas de rega por aspersão para 2 ha em todos os distritos, com excepção dos distritos de Maringue, Gorongosa e Marromeu.

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Importa mencionar tambem que um sistema de tanque elevado para 5 ha esta num processo de acabamento no distrito de Machanga. O INGC, através do programa de irrigação do vale do Zambeze adquiriu 5 motobombas e respectiva tubagem com capacidade para 2,5 ha para instalação nos distritos de Chemba e Caia, após o período chuvoso. 3.5.2 Sector comercial.

No sector comercial/ privado, a província dispõe de 14.369 ha irrigáveis principalmente das açurareiras.

3.6 Situação fitossanitária

As principais pragas que sistematicamente ocorrem na Província de Sofala, são as pragas migratórias como Gafanhoto vermelho (�omadacris septamfasciata), Lagarta invasora (Spodoptera exempta) e as pragas comuns como Gafanhoto vulgar (Cataloipus spp), e Gafanhoto elegante (Zonocerus elegans).

Controle de surtos de praga

Registou se a ocorrência de gafanhoto elegante, lagarta invasora e hispa numa área de 1. 115,4 ha, dos quais foram controlados 1.069,7 ha e perdidos 80,2 ha afectando cerca de 1.002 produtores dos distritos de Buzi, Chibabava, Gorongosa, Maringue, Caia, Chemba, Nhamatanda, Marromeu e Cidade da Beira.

Vigilância

3.6.1 Amarelecimento Letal do Coqueiro (ALC)

Realizou-se no dia 16 de Agosto uma monitoria do ALC nas zonas de Munhava Central (Abú e Crematório), Vaz, Manga-Mascarenha e Estoril. Nestas zonas, apesar da suspeita, não se registou indícios de ocorrência da doença. No mês de Novembro foram colhidas amostras de inflorescencia de coqueiro no distrito de Buzi (Barada) para análises no Maputo, sem resultados das analises ate ao momento. Entre os dias 9 a 19 de Fevereiro de 2011 foi realizada uma prospecção sobre o amarelecimento letal do coqueiro em todos os centros de concentração de palmares.

3.6.2 Armadilhas de feromona da Lagarta invasora

Com vista a avaliar a probabilidade de ocorrência da lagarta invasora foram estabelecidas ao nível da província 7 armadilhas de feromonas (Beira, Dondo, Nhamatanda, Caia, Gorongosa, Buzi, Cheringoma).

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3.6.3 Mosca da Fruta (Bactrocera invadens)

Com objectivo de monitorar a ocorrência da mosca da fruta ao nível da província foram instaladas 7 armadilhas de feromonas para captura da mosca da fruta e foram registadas 2 moscas.

No mês de Novembro foi feita uma monitoria na mosca da fruta ao longo do corredor da Beira, foram registadas 5 moscas da fruta (Batrocera), Sede Beira (1), Tica (1), Lamego (1), Nharuchonga (2).

Em vigor a medida de quarentena a qual proíbe a circulação de frutas do Norte para o Centro e Sul.

4. Programas específicos

4.1 Programa de hortícolas

No âmbito do programa de intensificação de hortícolas a DPA planificou a aquisição e disponibilização de 500 kg de semente de hortícolas diversas, nomeadamente tomate (100kg), cebola (60 kg), repolho (87,5 kg), couve (50 kg), alface (120 kg), pimento (21 kg), cenoura (20 kg), beringela (32 kg), pepino (4kg) necessárias para estabelecer uma área de aproximadamente de 1.236 ha no qual se espera obter um total de 8268,8 tons de hortícolas diversas.

4.2 Programas de multiplicação de sementes

No ambito do programa províncial de intensificação e diversificação de culturas a provincia prevê produzir cerca de 2.565 tons de semente basica diversas, numa área de 935 ha contra 433.6 tons produzidos na campanha passada, perspectivando-se um crescimento acima de 100%, onde destacamos 2.250 tons de arroz; 150 tons de milho, 40 tons de mapira, 20 tons de amendoim, 12 tons de feijão nhemba.

4.3 Sector do Caju

4.3.1 Programa de Intensificação da Produção e Distribuição de Mudas (IPDM)

Na campanha 2009/10 a província tinha como meta a produção e distribuição de 85.000 mudas enxertadas de cajueiros.

Efectivamente, foram enchidos 164.437 vasos, semeados 162.837 e germinadas 149.743 sementes. Dessas plantas, foram enxertadas 134.521 mudas, tendo pegado 86.487 mudas .

As 86.487 mudas enxertadas produzidas na campanha 2009/2010 representam um crescimento de cerca de 54% em relação a campanha 2008/2009, onde tinham sido produzidas 39.965 mudas.

Das mudas produzidas foram distribuídas 50.312 e plantadas 47.312 mudas, cerca de 55% das mudas produzidas. As restantes 39.175 transitaram para a campanha 2010/2011.

Para campanha agrícola 2010/11 espera-se que sejam distribuídas e plantadas 85.000 mudam de cajueiros

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 39

4.3.2 Comercialização da Castanha de Caju

A Campanha de Comercialização 2010/11 foi oficialmente lançada no dia 3 de Dezembro ultimo no distrito de Búzi, localidade de Bândua, e perspectiva-se que sejam comercializadas em toda província 4.000 tons métricas de castanha, contra 2.935 tons de castanha de caju comercializadas na campanha passada, perspectivando um crescimento de mais de 100%.

Espera se que as famílias produtoras dessa cultura arrecadem até ao final da campanha uma receita em torno de 80.000.000,00 MT (assumindo um preço médio de 20,11 MT/kg).

Até o momento a província de Sofala comercializou 5.402,437 ton (108.643.008,07 MT) de castanha de caju das 4.000 tons planificadas. O preço actual é de 20,11 MT/kg contra 13,17 MT/kg da campanha anterior, o que representa um crescimento de 52,70% quando comparado com a campanha passada

4.4 Programa de fruteiras

Para o ano 2011 prevê-se produzir 200.000 mudas de fruteiras em toda a província contra 104.116 da campanha anterior, perspectivando-se um crescimento de 92,1 %.

4.4.1 A cultura do ananás

Na presente campanha planificou-se 4.813 ha de ananás no distrito de Chibabava no qual espera-se obter 58.650 tons

5. Estagio actual das culturas No geral as culturas que ainda se encontram em campo estão em bom estado e encontram se nas seguintes fases de desenvolvimento: o Milho encontra se na fase de colheita; Mapira na fase de floração e frutifificação; Mexoeira na fase de frutificação; Feijão manteiga na fase de maturação; Mandioca na fase de produção de tubérculo; Horticolas na fase de viveiros; Batata reno na fase de germinação; Batata doce na fase de reprodução.

6. Balanço preliminar

6.1 Sector Familiar

Perspectiva-se um crescimento de cereais na ordem dos 55,4 % devido aos esforços empreendidos para a intensificação de algumas culturas (Milho, Arroz e Mapira.

Igualmente para o período em referência, perspectiva-se para outros grupos de culturas crescimentos acentuados como são os casos de leguminosas com 27,1 %, Raízes e tubérculos com 10,6 %, Culturas de Rendimentos com mais de 100 %, oleaginosas com 52,9 % e hortícolas com 1,4 %.

Acções estratégicas que contribuiram para o crescimento da produtividade e da produção

� Construção de 38 represas para garantir o abeberamento do gado e rega; Instalação de 20 sistemas de irrigação (10 sistemas de rega por aspersão e 10 sistemas compostos por

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 40

motobombas e tubagem) em todos os distritos que garantirão o suplemento de água nos períodos de ausência de precipitação, com vista a satisfação das necessidades hídricas da cultura, assim como a produção de culturas durante todo o ano em 134,5 ha.

� Distribuição de insumos agrícolas e particularmente de sementes de variedades melhoradas e de alto rendimento.

� Diversificação das culturas (Amendoim, feijões, mapira e hortícolas), que possuem um alto valor comercial e nutricional com vista a diversificação da dieta alimentar.

� Massificação da produção de culturas tolerantes a seca através do fomento de raízes e tubérculos (Mandioca e batata doce).

� Melhoramento da assistência técnica através do alargamento da cobertura da rede de extensão agrária, assim como o melhoramento do acesso as tecnologias de produção adequadas e equipamentos agrícola aos produtores.

� A provincia conta com 74 extensionista os mesmos possuem motorizadas e equipamentos como botas, fardamento e mascaras.

6.2 Produção do Sector Comercial

Na componente empresarial, especialmente para a produção da cultura de açúcar, na campanha agrícola 2009/10 foram estabelecidos 17.309,0 ha ate ao final da campanha produziu-se 105.949,9 tons de açúcar.

Província de Tete

1. Precipitação

As chuvas iniciaram na 3ª década de Outubro na zona Norte e na 1ª década de Novembro nos distritos da zona Sul da província. As mesmas tiveram uma distribuição irregular e foram normais e acima do normal nos meses de Dezembro até aos finais da 3ª década de Janeiro.

No mês de Fevereiro, em toda a província houve irregularidade das chuvas e as culturas encontravam se na fase de floração. No mês de Marco, houve registo de precipitação pouco significativa entre a 1ª e a 2ª década, principalmente na zona Sul da Província.

O grafico abaixo ilustra a evolução da precipitação entre os meses de Outubro à Abril onde se pode observar que a precipitação entre os meses de Novembro à Janeiro foi acima da média, sendo superior a campanha passada. A partir do mês de Fevereiro houve abrandamento das chuvas

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Gráfico 6: Evolução de precipitação (Outubro- Abril)

2. Sementeiras

As sementeiras iniciaram na 3ª década de Outubro na zona Norte, na 1ª década de Novembro nos distritos da zona sul da província e decorreram até Janeiro, período em que as culturas registaram boa germinação e vigor.

3. Insumos Agrícolas

Durante a campanha agrícola, os instrumentos e insumos agrícolas foram aprovisionados atempadamente através da alocação directa aos distritos e feiras de insumos nos distritos de Angonia e Tsangano.

Assim, foram aprovisionadas um total de 413 tons de milho matuba, 230 tons de mapira, 207 tons de PAN67, 0.8 tons de mexoeira, 3.5 tons de feijão nhemba, 0.3 tons de amendoim, 50 tons de soja e 0.35 tons de gergelim Foram igualmente disponibilizados nos distritos de Angónia e Tsangano, 125 tons de adubo NPK e 125 tons de Ureia.

A DPA em coordenação com parceiros disponibilizou 350 bombas pedestais nomeadamente os Distritos de Angonia 140, Macanga 90 e Tsangano 120.

Em parceria com a FAO, foram alocados aos distritos de Angonia, enxadas 312, machados 150, ancinho 150, catanas 336, carrinhas de mão 45, pulverizadores 20, carroças de tracção animal 1, charruas de TA 1 e semeadores de TA 2. No distrito de Tsangano foram tambem alocados

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 42

enxadas 312, machados 150, ancinho 150, catanas 336, carrinhas de mão 45, pulverizadores 20, carroças de tracção animal 1, charruas de TA 1 e semeadores 1.

4. Equipamento Agrícola Foram alocados aos distritos de Mutarara e Zumbo viaturas da marca Land cruizer, e estão disponíveis para os produtores 12 tractores e respectivas alfaias (charruas grades e atrelados) e outros equipamentos agrícolas e de transporte na SOVALE, nomeadamente, motobombas, motocultivadoras, carrinhas e camiões de múltiplo propósito, para aquisição mediante o pagamento de 15% do valor do equipamento. Para potenciar várias actividades no âmbito da produção agrícola nos distritos foram aprovisionados 6 camiões dos quais, em Angónia (2), Tsangano (3), Cidade de Tete (1), 9 motobombas, nomeadamente em Cidade de Tete (2), Macanga (1), Tsangano (2), Chiuta (1), Chifunde (1) e Angonia (2) e 6 multicultivadoras nomeadamente em Tsangano (4) e para Maravia (2).

5. Ponto de situação de contratação de extensionistas

Para a actual campanha agrícola 2010/11 foi planificada a contratação de 117 extensionistas. Actualmente a província conta com 42 extensionistas que irão assistir um total de 28.466 produtores até ao final do ano.

6. Situação fitossanitária

A partir da primeira quinzena de Fevereiro de 2011 verificou-se a ocorrência de pragas de gafanhotos espinhosos, vulgares, verdes, percevejos, porcos, macacos, hipopótamos e elefantes nos distritos de Chiuta, C. Bassa, Changara, Magoe, Zumbu, Cidade de Tete e Moatize afectando culturas de milho, mapira, mexoeria, tabaco gergelim e cucurbitaceas. Houve também ocorrência de pragas noutros distritos mas com baixos índices de incidência.

Apesar de disponibilização de pesticidas pela DPA, ficaram perdidos 1.198 ha de culturas diversas nos distritos acima mencionados. Para fazer face a invasão das machambas pelos animais bravios, foram usadas técnicas de afugentamento praticadas pelos próprios produtores e através de armas de fogo pelos fiscais de floresta e fauna bravia e do Chuma Chato. A DPA reforçou os distritos de C. Bassa e Mágoè por 2 armas de fogo em cada um e montou placas nestes Distritos para sinalizar os principais corredores dos elefantes.

7. Situação do Pasto

A distribuição das chuvas na província teve influência positiva no vigor das pastagens naturais, condição corporal dos animais, bem como na sobrevivência dos mesmos;

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 43

Neste momento os distritos da zona Norte (Macanga, Angónia e Tsangano), apresentam um pasto com um bom vigor comparativamente a zona Sul.

8. Impacto das Calamidades �aturais

Devido as calamidades naturais, principalmente chuvas excessivas ficaram afectadas um total de 36.583 ha e tendo se perdido cerca de 280 ha no distrito de Mutarrara, representando cerca 0.03% do total da area semeada afectando principalmente a cultura de milho, mapira e mexoeira.

9. Estado geral das culturas

Em geral na zona Sul da Província a maioria das culturas alimentares já foram colhidas enquanto que na zona Norte o milho ainda continua em campo para efeitos de secagem. As culturas de rendimento como por exemplo o algodão e gergelim continuam em campo.

10. Estimativas de produção das principais culturas alimentares

Na presente campanha para as principais culturas alimentares foram semeados 261.242 ha de milho, 69.340 ha de mapira, 34.444 ha de mexoeira, 350 ha de arroz, 134.596 ha de feijões, 27.961 ha de amendoim e 7.778 ha de mandioca. Esperando se uma produção de cerca de 269.293 tons de milho, 28.492 tons de mapira, 11.962 tons de mexoeira, 50 tons de arroz, 34.066 tons de feijões, 9.185 tons de amendoim, 14.477 tons de mandioca.

VII. Província de Zambézia 1. Precipitação

No geral as precipitações significativas que permitiram o inicio das sementeiras em quase todos os distritos da província, foram registadas na 3ª década de Novembro de 2010, principalmente para as culturas de milho, feijões, amendoim, mexoeira e outras.

O grafico abaixo ilustra a evolução de precipitação entre os meses de Outubro à Abril. Pode-se observar que houve registo de precipitação a partir do mês de Novembro com alguma irregularidade na 3ª década de Fevereiro e 3ª década de Março. Em geral a precipitação foi superior a da campanha passada e igual ou infeiror a média da província. Precipitação excessiva foi registada nos meses de Dezembro e Janeiro.

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Província de Zambezia

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Gráfico 7: Evolução de precipitação (Outubro – Abril)

2. Sementeiras

As sementeiras das culturas de 1ª época tiveram o seu inicío na 3ª década de Novembro nas zonas média e alta da província, sobretudo as culturas de milho, mexoeira e amendoim. Enquanto que para os distritos das zonas baixas onde essencialmente se pratica a cultura de arroz, as sementeiras desta cultura tiveram o seu início na sua maioria na 1ª década de Janeiro.

3. Disponibilidade de Insumos e Equipamentos Agrícolas

3.1 Sementes

No âmbito do PAPA o MINAG disponibilizou 388 tons de milho, das quais 15 tons de PAN67 e as restantes de VPA, 725 tons das 800 tons de arroz planificadas, 80 tons de soja, das 120 tons planificadas e 30 tons de mapira.

A DPA em coordenação com os parceiros contribuiram com as seguintes quantidades de sementes: Milho 57,68 tons, arroz 47 tons, mapira 13,4 tons, mexoeira 13,4 tons, feijões 21,37 tons, gergelim 3 tons, amendoim 13,55 tons, soja 36,45 tons e girassol 15 tons.

No âmbito do programa de senhas (Vouchers), MINAG/FAO, alguns produtores foram beneficiados com Kits constituidos por 40 kg de semente de arroz; 50 kg de ureia 46%; 50 kg de NPK 12:24:12. Este programa previa beneficiar 6.000 famílias nos distritos de Maganja da Costa, Nicoadala, Namacura e Mopeia.

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 45

3.2 Feiras de Insumos Agrícolas

No âmbito de assistência as famílias vulneráveis a DPA em coordenação com GTZ, realizou feiras de insumos agrícola, na 1ª época, que beneficiaram 5.146 famílias nos distritos de Mopeia e Morrumbala, onde foram adquiridas 29,885 tons de milho, 59,674 tons de arroz, 8,525 tons de F. Nhemba, 0,805 tons de F. Boer, 2,45 tons de F. manteiga, 5,029 tons de amendoim, 1 ton de gergelim e diversas quantidades de semente de horticolas.

3.3 Ponto de Situação de Produção de Semente Pré-Básica e Básica

O IIAM na provincia da zambézia está levar a cabo a produção de sementes pré-básicas e básicas, nas culturas de milho, arroz, feijões e soja. Paralelamente a isso, também estão sendo levado a cabo a produção de sementes certificadas com base num contracto de produtores que são devidamente acompanhados durante o processo da sua produção, nas culturas supracitadas.

3.4 Pesticidas

A disponibilização atempada do equipamento e dos pesticidas, incluindo as precipitações que ocorreram com uma certa regularidade, ajudaram grandemente no controlo de pragas, sobretudo do gafanhoto elegante.

A província recebeu as seguintes quantidades de pesticidas, equipamento de protecção e aplicação: Pulverizadores 50 unidades, Mini Ulvas 5unidades, Fato Macaco 50 pares, botas 50 pares, luvas 50 pares, oculos de protecção 50 pares, chapeus de protecção 50 unidades, Filtros para mascaras 137 unidades, Maconzeb 250 kg, Cypermetrina 20% EC 375 litros, Protect 2 % SL 75 litros, Stoprat 0,005%BB 350 kg, Mortein Actelic 2% DP 177 kg, Thiara 25% WG 1 kg 100 kg.

3.5 Equipamentos Agrícola

A provincia possui o seguinte equipamento operacional disponibilizado pelos vários programas em curso: 76 tractores, 27 motocultivadores, 278 juntas de animais que lavraram no total 6.155 ha.

3.5.1 Tracção Animal

Das 200 juntas de tracção animal planificadas no âmbito do PAPA, foram recebidas e distribuídas 133 juntas. Por outro lado, a DPA com os seus fundos adquiriu e distribuiu 33 juntas para tracção animal. Os parceiros contribuiram com 112 juntas de tracção.

3.5.2 Tractores

No âmbito do PAPA, a província recebeu do MINAG um total de 21 tractores, tendo sido lavrados com estes tractores uma área de 1.680 ha. Através do Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD) a província adquiriu 28 tractores que contribuiram para uma área lavrada de cerca de 2.240 ha.

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 46

O sector privado detém um parque de máquina constituido de 27 tractores em toda província, dos quais contribuiram para lavrar uma área de 2.160 ha. De salientar que a província neste momento depara-se com um grande défice de tractores para fazer face a grande demanda deste meio para actividades de lavouras. Neste contexto, a província conta com um parque de máquinas constituido por um total de 76 tractores operacionais 3.5.3 Motocultivadoras No concernente às motocultivadoras, no âmbito do PAPA a província recebeu um total de 25, que contribuiram para lavrar uma área de 75 ha. É importante salientar que uma destas veio com defeito de fabrico e foi afecta a um produtor do distrito de Nicoadala. A FAO disponibilizou 2 motocultivadoras ao distrito de Nicodala. No total, a província conta com 27 motocultivadoras. 3.5.4 Motobombas

Em relação às motobombas, a província recebeu na Campanha 2009/10, 8 unidades. Estas motobombas já se encontram nos distritos e todas elas foram instaladas e testadas. Apenas salientar que todas estas motobombas chegaram à província e consequentemente aos distritos sem a respectiva tubagem, ao que constituiu constrangimento para os produtores contemplados, visto que alguns deles não possuem condições para a obtenção dos tais acessórios.

3.5.5 Debulhadoras

No âmbito do PAPA a província recebeu um total de 12 debulhadoras na campanha 2009/10, que foram distribuidas aos vários distritos da província. 3.6 Extensão Agrária

A província possui um total de 94 extensionístas da rede pública, distribuidos do seguinte modo: Nicoadala 10, Namacurra 5, Mocuba 6, Ile 3, A. Molócue 4, Pebane 4, Chinde 3, Morrumbala 11, Gurué 7, Milange 2, Lugela 3, Mopeia 7, Gilé 4, Inhassunge 4, Namarroi 3, Maganja da Costa 8, Quelimane 3 e DPA-Sede 7. A província tem um plano de contractar 38 extensionístas.

Em termos de meios de locomoção, a província detém neste momento 38 motos operacionais, alocadas aos extensionistas e supervisores de extensão.

3.7 Situação fitossanitária

De Janeiro à Maio 2011 foi notório o ataque de pragas migratórias (Gafanhoto elegante e rato do campo) tendo sido afectados os distritos de Morrumbala 170 ha, Mopeia 55,5 ha, Mocuba 20 ha, Ile 5 ha, Alto Molocue 12 ha e Chinde 93 ha, nas culturas de milho, mapira, feijões, mandioca e gergelim, perfazendo uma área total de 355.5 ha. Desta, foi controlada uma área de 293.5 ha nos distritos atrás mencionados. Em relação a outros tipos de pragas e o seu controlo. É importante salientar que nenhuma área foi considerada perdida devido ao ataque de pragas e doenças.

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 47

3.7.1 Ponto de situação da Contenção da Doença do Amarelecimento Letal do Coqueiro

No âmbito da contenção da doença do Amarelecimento Letal do Coqueiro, estão em curso as actividades de abate de árvores doentes, plantio de novas mudas de palmeiras nos 6 Distritos da Zona Costeira da Província da Zambézia, recolha de amostras de insectos para análise laboratorial e colocação de armadilhas para a captura de insectos. De um total de 150.000 árvores planificada, foram abatidas 121.314 árvores doentes nos Distritos de Inhassunge, Nicoadala, Namacurra, Maganja da Coasta e Pebane. De um plano de 90.000 mudas, foram plantadas 90.809 mudas beneficiando um total 4.540 famílias de produtores dos Distritos de Inhassunge, Nicoadala, Namacurra, Maganja da Coasta e Pebane.

3.8 Impacto das adversidades climatéricas

Foi registado algum impacto negativo nas inundações de culturas em alguns distritos da província. No total foram inundados 3.069 ha, dos quais perdidos cerca de 894,5 ha, nos distritos de Mopeia, Morrumbala e Chinde. Nestas adversidades foram afectadas cerca de 2.097 famílias camponesas.

Na área de pecuária não se registou nenhum impacto negativo considerável, pelo facto de não se ter verificado nenhuma perda de animais devido as adversidades climáticas e nem registo de carrência de pasto em consequências destes fenómenos.

Como mitigação dos impacto das adversidades climátéricas, o Projecto de Desenvolvimento Agrícola Orientado para o Mercado, disponibilizou algumas sementes de horticolas em alguns distritos, para fazer face a 2ª época agricola às populacões afectadas nos distritos de Mopeia e Morrumbala.

3.9 Estado Geral e Fases das Culturas

No geral as culturas da 1ª época foi considerado bom, o que promete boas colheitas sobretudo para as culturas de milho, mapira, mexoeira, feijões, amendoim e mandioca. A cultura de arroz também encontra-se num estado de desenvolvimento bom e perspectiva-se boas colheitas, mercê das chuvas que se registaram com regularidade a partir de finais do mês de Fevereiro e que ainda continuam a registar com regularidade nos últimos meses nos distritos onde se pratica esta cultura, apesar de várias incertezas a cerca da obtenção de boas perspectivas de produção de arroz devido à quedas irregulares das chuvas na altura das sementeiras desta cultura.

No geral, a cultura de milho encontra-se nas fases de maturacão, colheita e comercialização; o arroz está nas fases de floração, maturação e colheita; mapira encontram-se nas fases de desenvolvimento vegetativo, floração, espigamento e maturação; mexoeira na fase de colheita; feijão nhemba na fase de colheita; Feijão Boer na fase de desenvolvimento vegetativo; amendoim encontra-se nas fases de maturação e colheita; Feijão Jugo na fase de colheita;

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 48

mandioca nas fases de maturação e colheita; batata doce nas fases vegetativa, maturacão e colheita.

A Estimativas de produção das principais culturas alimentares e de rendimento da campanha agricola 2010/11 é de 4,010,978.0 tons , para 1,425,710.0 ha de culturas diversas.

3.10 Sector da Pecuária

3.10.1 Estado geral das manada

O estado geral de saúde das manadas é considerado bom, embora tenha havido pequenos surtos de doenças provocadas por carraças e que pontualmente a DPA tem feito controlo da situação.

3.10.2 Estado das pastagens/disponibilidade de água para os animais

O estado das pastagens é considerado bom e a água não constitui problema para o gado, tendo em conta que o comportamento da estação chuvosa foi bom, o que influenciou grandemente na disponibilidade de pastagem e água para o gado.

3.10.3 Fomento pecuário e de Tracção Animal

No âmbito de fomento pecuário, a DPA através dos seus fundos adquiriu e distribuiu 808 cabeças de gado bovino às famílias, associações e FADM,.

O fomento de bovinos cresce de ano para ano mercê da conjugação de esforços entre projectos, ONG’s e o Governo (MINAG, DPAZ, FDD).

Em relação aos caprinos foram distribuídos 1.000 animais para 4 distritos tendo beneficiado a 333 famílias com financiamento da DPAZ.

O fomento de caprinos tem vindo a decrescer durante os últimos anos com a retirada de um número considerável de projectos e ONGs que eram os principais intervenientes na promoção de fomento desta espécie de ruminante.

O fomento avícola começa a ter expressão só em 2010 com a construção e povoamento de um aviário nos arredores da cidade de Quelimane.

Em relação a tracção animal, dois programas tiveram lugar na província. A DPA adquiriu e distribuiu 100 cabeças de bovinos. De referir que estes animais assim como os beneficiários ainda não foram treinados, devido a falta de fundos para o efeito. Ainda recebeu da Visão Mundial e distribuiu 338 bovinos, beneficiando cerca de 154 famílias.

No âmbito do PAPA, a província recebeu e distribuiu 399 animais para tracção animal, ficando agora por se distribuir 201 animais, num plano total de 600 animais. Para estes animais o processo de treinamento dos mesmos e dos beneficiários foi concluido.

É importante salientar que tanto os animais adquiridos pela DPA assim como no âmbito do PAPA, o processo de distribuição iniciou no mês de Dezembro 2010.

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Província de Nampula

2010/11 Decadal

2010/11 Cumulativo

Média

2009/10 Cumulativo

De acordo com o último arrolamento, a província tem um efectivo de 39.008 cabeças de gado bovino, das quais 908 foram compradas com fundos internos da DPA.

Província de �ampula

1. Precipitação

As chuvas nos distritos do interior da Província de Nampula (Malema, Ribaue, Lalaua, Murrupula e Mecuburi) e na zona intermédia (Nampula, Rapale, Moma, Mogovolas, Meconta, Muecate, Monapo, Nacaroa, Erati) tiveram inicio na 1ª década de Novembro 2010 de forma irregular e a partir da 3ª década foram mais significativas e regulares. Para os Distritos costeiros (Angoche, Mongicual, Mossuril, Nacala-Velha, Nacala-Porto e Memba), as chuvas iniciaram na 3ª década de Dezembro e 1ª de Janeiro. O gráfico abaixo ilustra a evolução da precipitação entre os meses de Outubro à Abril. Apesar de registos regulares de precipitação a partir do mês de Dezembro, as mesmas foram abaixo da média e inferiores as da campanha passada.

Gráfico 8: Evolução de precipitação (Outubro- Abril)

2. Preparação de terras O processo de preparação de terras iniciou em Setembro nos distritos das zonas interiores e nos meados de Outubro na zona intermédia e costeira, apesar da insuficiência de instrumentos agrícolas como enxadas e catanas, afectando principalmente os produtores mais distantes das sedes distritais e das cidades. Este problema de falta de instrumentos de produção foi

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 50

minimizado através da sensibilização dos comerciantes formais e informais, bem como os provedores de insumos para a sua disponibilização nas feiras que se realizam aos domingos.

A DPA sensibilizou o sector privado e Governos Distritais para assegurar a disponibilização dos tractores para as lavouras em campos de produção de alimentos do sector familiar.

Em relação ao plano, foram semeadas 99% com culturas alimentares e de rendimento.

Da área preparada, 5.670ha é a contribuição da mecanização agrícola (tractores) em toda a província, representando cerca de 0.37% da área preparada.

3. Sementeiras

Na zona do interior, as sementeiras iniciaram na 3ª década de Dezembro e nas zonas intermédia e costeira na 1ª década de Janeiro. Em relação as áreas preparadas 96% das áreas foram semeadas com culturas alimentares.

4. Aprovisionamento de Insumos Agrícolas

4.1 Sementes

No âmbito do PAPA foram disponibilizadas 120 tons de milho (Matuba), 385 tons de milho (PAN 67), 30 tons de mapira (Macia), 50 tons de soja (Soprano) e 106 tons de arroz (ITA 312). A DPA e parceiros disponibilizaram 10 tons de milho.

A DPA através de vários programas disponibilizou aos distritos 24 tons de milho, 10 tons de amendoim, 17.2 tons de fertilizantes, 580 litros de pesticidas e 22 motobombas.

4.2 Pesticidas

Para o controle das principais pragas e doenças foram disponibilizados diversos pesticidas, equipamentos de aplicação e protecção em quantidades consideraveis e disponibilizados aos distritos, havendo ainda em stock algumas quantidades.

4.3 Motobombas

Em relação aos equipamentos de rega, a província possuí um total de 24 motobombas a diesel distribuidas aos distritos do seguinte modo, Rapale 1, Malema 2, Ribaue 1, Mecuburi 2, Zonas verdes 3, Nacaroa 2, Meconta 1, Memba 2, ilha de Moçambique 1, Monapo 1, Erati 1, Murrupula 3, Moma 2 e Angoche 2.

4.4 Motocultivadoras

A DPA assistiu a montagem de 3 multicultivadoras. Uma com fundos da Visão Mundial alocada no distrito de Muecate - Comunidade de Imala, e duas no distrito de Nampula - Posto Administrativo de �amaita - Sede, com Fundos de Desenvolvimento Distrital (FDD) FIL, do Governo do Distrito.

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 51

4.5 Tractores

Nas campanhas 2008/09 e 2009/10 foram alocados aos Distritos, 12 tractores com respectivos implementos nos distritos de Malema 2, Ribaue 2, Murrupula 1, Angoche 1, Moma 2, Lalaua 1, Mogovolas 1, Mecuburi 1 e IIAM 1. Na presente campanha agrícola não foram disponibiulizados tractores.

4.6.1 Tracção Animal

No que se refere a T.A, na campanha 2008/09 foram recebidas 175 juntas de tracção animal e seus respectivos implementos e entregues aos Distritos de Malema(52), Ribaue (52), Mecuburi(18), Lalaua(35) e Murrupula(18). Dos animais acima referidos, registou-se uma redução do efectivo nos diferentes Distritos, por roubo, morte por acidentes durante o transporte, morte súbita, por mordedura por cobra, intoxicação por planta tóxica (nulula), assim como durante o processo de treinamento, pois os animais estavam fracos e chegaram na época seca.

Para a campanha 2010/11 a DPA e parceiros alocaram fundos para aquisição de 15 juntas alocadas aos distritos de Erati e Nacala Velha e 372 animais de Fomento para reprodução.

5. Situação fitossanitária

A ocorrência de temperaturas elevadas nos meses de Outubro, Novembro e Dezembro, favoreceu a eclosão do gafanhoto elegante na província, particularmente nos distritos de Erati, Nampula Rapale e Nacala Velha. Para fazer face a esta situação, foram alocados 200 litros de ciflutrina e equipamento de protecção a esses distritos. O rato do campo eclodiu em quase todos os distritos, sem contudo causar perdas significativas nas culturas.

No âmbito do projecto FISP (contenção da doença do amarelecimento letal do coqueiro) que abrange os distritos de Angoche e Moma, foram plantados 33.158 mudas, sendo 19.658 no distrito de Angoche(10.500 no Posto Administrativo de Sangage e 9158 em Naiculo) e 13.500 mudas no distrito de Moma, localidade de Pilivili.

Em relação a mosca da fruta, foi notificada a praga nos distritos de Erati, Nacaroa, Meconta, Nampula e Murrupula. Para a monitoria e controlo, foi montada uma rede de armadilhas de feromona constituída por 23 unidades colocadas ao longo das estradas Namapa-Namialo/Nampula, Namialo-Monapo/Nacala e Nampula-Murrupula. As armadilhas têm estado a capturar a mosca particularmente da espécie batrocera invadens, embora em densidade considerada baixa. Contudo, a densidade é relativamente alta na Vila de Namapa no distrito de Eráti junto a fronteira com a província de Cabo Delgado e na sede do Posto administrativo de Alua. As armadilhas colocadas em Monapo e Namialo, até ao momento não capturaram nenhuma mosca.

A empresa Matanuska vocacionada a produção de banana tem merecido atenção especial no monitoramento da mosca da fruta, tendo em conta a natureza da sua actividade, de produção e

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 52

exportação de banana. Para o efeito, a DPA e a empresa colocaram um total de 20 armadilhas em volta dos campos. Das monitorias que têm sido realizadas no local, tanto pela empresa como ao nível do Governo foi constatada a ocorrência da mosca.

Paralelamente as acções de monitoria, decorrem também acções de sensibilização aos vendedores informais, sobretudo em alguns mercados da cidade, mercado de Aresta, paragem dos CFM e mercado de posto administrativo de Namaita, sobre o perigo provocado por esta praga.

6. Estado geral e fase das culturas Considerando o regime de chuvas e o comportamento das mesmas, dum modo geral, as culturas do milho, amendoim e feijões estão em fase de colheita e em comercialização de produtos frescos e/ou secos, principalmente na zona interior e intermediária. As culturas da segunda época, nomeadamente feijões e hortícolas estão na fase vegetativa.

Na generalidade, a cultura da mandioca está na fase vegetativa, contudo algumas variedades estão em fase de maturação e colheita

A cultura do arroz esta na fase do enchimento do grão e em maturação, enquanto que a cultura do girassol e da soja na fase vegetativa.

7. Estimativas de produção

Para a cultura do milho espera-se um rendimento que varia entre 0.8 à 1,2 tons/ha; No distrito de Nampula principalmente, o rendimento previsto para a cultura do amendoim ronda entre 1,2 a 1,5 tons/ha e na cultura do feijão está em cerca de de 0,6 kgs/ha .

Para a cultura do arroz, na avaliação feita pelos SDAEs de Angoche nos principais blocos de produção desta cultura, prevê-se uma produção entre 18.000 à 20.000 tons contra as 24.000 planificados, devido principalmente a factores climáticos tais como o inicio tardio das chuvas e consequentes sementeiras tardias. Deste modo, espera-se um rendimento entre 1.8 à 2 tons/ha.

8. Sub sector de cajú

Para a campanha 2010/11 a província de Nampula planificou comercializar 47.000 tons de castanha de caju, tendo até ao seu final de Fevereiro, realizado um total de 55.115 tons. Foram processadas 26.000 tons de castanha e exportadas 30.095 tons.

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 53

9. Ponto de situação das áreas irrigadas

Foram reabilitadas 2 represas em Malema, 1 em Muecate e 1 em Nacaroa. Paralelamente, foram construídas 1 represa em Maratane (Rapale) e outra no distrito do Monapo pela Empresa Matanuska.

A província de Nampula, possui até ao momento um total de 202 represas, das quais somente 87 estão em pleno funcionamento.

Província de Cabo Delgado

1. Precipitação A queda de precipitação significativa iniciou em Dezembro na maior parte da província com excepção dos distritos da zona costeira nomeadamente, Ibo, Pemba Metuge, Mecufi, Macomia e Quissanga, onde iniciaram tardiamente, durante o mês de Janeiro. As precipitações mais elevadas foram registadas durante o mês de Fevereiro período no qual os distritos de Mueda, Ancuabe e Meluco registaram precipitações acumuladas mensais superiores a 300 mm, com destaque para o distrito de Mueda que registou uma precipitação acumulada de 529 mm.

O gráfico abaixo ilustra a evolução da precipitação entre os meses de Outubro à Abril. Pode-se observar que a precipitação esteve abaixo do normal no 1º período (Outubro-Dezembro) e igual ao normal a partir do mês de Fevereiro.

Gráfico 9: Evolução de precipitação (Outubro- Abril)

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Província de Cabo Delgado

2010/11 Decadal

2010/11 Cumulativo

Média

2009/10 Cumulativo

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2. Sementeiras

Na 1ª época da campanha agrícola 2010/11, foram semeados 990.578 ha de culturas alimentares diversas dos 1.008,123 ha planificados, o que representa uma realização de 98.2%, da área planificada, sendo de destacar a contribuição dos distritos de Chiure, Montepuez e Balama.

As sementeiras iniciaram tardiamente na zona do litoral (Palma, Mocimboa da Praia, Macomia, Quissanga, Ibo, Pemba-Metuge e Mecufi) devido ao atraso do início e irregularidade da queda das chuvas, que só começaram a ter uma distribuição regular a partir da 2ª década de Janeiro, motivo pelo qual as sementeiras foram realizadas no período compreendido entre a 2ª década de Janeiro e a primeira década de Março.

Para os restantes distritos (regiões Norte e Sul), o processo de sementeira teve o seu início na última década de Novembro, tendo se intensificado entre a 2ª década de Dezembro e a última de Janeiro.

Nos Distritos de Chiúre, Montepuez, Namuno e Ancuabe houve necessidade de se realizar ressementeiras durante o mês de Dezembro, devido à irregularidade da precipitação.

3. Aprovisionamento de insumos e equipamento agrícolas

No âmbito do aprovisionamento da semente para a 1ª época, O MINAG alocou aos 10 distritos contemplados pelo PAPA 261 tons de semente de milho, 85 tons de arroz, 50 tons de mapira e 10 tons de soja. A DPA disponibilizou 12 tons de arroz, 6.3 tons de feijão IT18, 5.1 tons de feijão B Mix, 3 tons de f.vulgar, 2 tons de f. boer, 24.3 tons de amendoim, 2 tons de Gergelim e 430. 000 estacas de mandioca.

Para assegurar o controlo de pragas e doenças, a província adquiriu todos os pesticidas planificados para esta campanha, que se resumem em 4.610 kg de Actelic e Klerat, bem como 2.847 litros de Cypermetrina, Imidacloprid, Lambda 20% e Metamidophos, dos quais 100 litros de Cypermitrin e 6 litros de Metamidophos foram usados para o controlo da lagarta invasora,

Adicionalmente, a província adquiriu 1.200 litros do herbicida Erase (Glifosfato), que serão alocados para o controlo de infestantes.

3.1 Equipamentos Agrícolas e tracção animal

A província conta com um total de 46 tractores, dos quais apenas 34 estão operacionais. Estas maquinas estiveram envolvidas na preparação de 1.682,8 ha, equivalentes a cerca de 24,7 % da capacidade de preparação de terras instalada. Na província existem 33 motocultivadoras, das quais 24 estão operacionais tendo sido preparada uma área de 96,0 ha. A fraca utilização das motocultivadoras registado na província deve-se ao facto dos beneficiários optarem por usar o equipamento na preparação de terra para o 2ª época,

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 55

visto que as áreas utilizadas durante o 1º época normalmente apresentam arbustos e raízes que impossibilitam a utilização destas, comparativamente as áreas do 2º época, que oferecem condições favoráveis para a utilização deste equipamento. A província conta com 28 motobombas que não são usadas neste período da campanha agrícola, pelo facto de durante o 1º época as necessidades hídricas das culturas serem satisfeitas pelas chuvas, motivo pelo qual no período em análise a província não possui áreas irrigadas. Nos finais do mês de Abril, a DPA recebeu 4 motobombas alocadas pelo MINAG, que serão alocadas a 4 produtores ainda por identificar. Em relação a tracção animal, no âmbito do PAPA foram adquiridas em 2010, 103 juntas com igual número de carroças e charruas.

Durante o 1º trimestre do ano em curso, foram disponibilizadas um total de 27 juntas e igual número de charruas e carroças disponibilizadas pelos parceiros, nomeadamente, Associação do Meio Ambiente (5), Empresa Algodoeira PLEXUS com (5) e Associação de Desenvolvimento de Iniciativas Privadas no Sector Agrário-ADIPSA (17)

4. Situação fitossanitária

Durante a 1ª época foi identificada a praga da lagarta invasora nas culturas de milho e mapira nos distritos de Montepuez e Namuno, tendo afectado uma área de 170 ha dos quais 148.5 foram controlados e o restante 21.5 foram perdidos.

O gafanhoto elegante afectou a cultura da mandioca nos distritos de Metuge, Mecufi, Chiúre, Montepuez, Ancuabe, Namuno, Balama, Quisssanga e Melupo, embora não tenha causado danos significativos na cultura.

A cultura de gergelim foi afectada pelo besouro e rato de campo nos distritos de Namuno, Metuge, Quisssanga. Foi ainda notificada a presença de afideos na cultura de feijão nhemba, mas sem causar danos significativo.

No âmbito da mitigação e combate a mosca da fruta (Bactrocera invadens), está decorrendo monitorias para controle do nível da população da mosca, foi feito teste de uso de método integrado que consistiu na aplicação de Fungos, Parasitoides e uso de Augmentorium para o controlo da infestação da mosca da fruta em três campos de produção de frutas em Mieze.

5. Extensão Agrária O Serviço de Extensão é composto por 77 extensionistas que durante a 1ª época da Campanha Agrícola 2010/11, assistiram 28.267 produtores em todos os distritos da província, cobrindo 49 postos Administrativos dos 56 que compõem a província de Cabo Delgado. Os postos Administrativos ainda não cobertos são Quionga e Olumbi (Palma), Chai e Quiterajo (Macomia), Bilibiza e Mahate (Quissanga) e Muaguide (Meluco).

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 56

6. Impacto das actividades climatéricas

Devido à subida do nível das águas do rio Messalo durante a 3ª década do mês de Fevereiro e 2ª década de Março, registaram-se inundações localizadas nos distritos de Muidumbe, Macomia e Mocimboa da Praia que afectaram um total de 222 ha , nomeadamente de Arroz 185 ha e de Milho 37 ha.

7. Estado e fase das culturas

Na província de Cabo Delgado, a maior parte das culturas da 1ª época encontram-se nas fases de maturação e colheita, exceptuando os feijões que se encontram nas fases de crescimento vegetativo e colheita.

7.1 Perspectivas de produção das principais culturas alimentares e de rendimento

Para a 1ª época da campanha agrícola em curso, perspectiva-se a produção de 482.264 tons de cereais, 133. 071 tons de leguminosas, 1.581.300 tons de raízes e tubérculos, 36.544 tons de algodão e 13.049 tons de gergelim e caju 11.039 tons.

Em relação ao cereais, as maiores contribuições são do milho, arroz e mapira com 336.009 tons, 82.197 tons e 60.341 tons, respectivamente, enquanto que nas leguminosas, o destaque vai para o Feijão nhemba com 51.884 tons e feijão boer com 20.593 tons.

Nas raízes e tubérculos, o único contribuinte é a mandioca cuja perspectiva de produção é de 1.581.300 tons.

Província de �iassa

1. Precipitação

A época chuvosa teve o seu início na 3ª década de Outubro. As quantidades significativas para o inicio das sementeiras foram registadas na 3ª década de Novembro até a 1ª década de Dezembro. Apesar do inicio tardio, as chuvas foram regulares e bem distribuidas comparativamente a campanha passada. Contudo, estas não foram satisfatórias para a cultura do Arroz na época de semeiteira/transplante, constrangimento que ficou superado na fase de crescimento vegetativo.

O grafico 10 abaixo, ilustra a evolução da precipitação entre os meses de Outubro à Abril. Pode-se observar que a precipitação esteve bem distribuida, apesar de ter estado abaixo da média e igual com tendências para inferiores a da campanha passada.

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Província de Niassa

2010/11 Decadal

2010/11 Cumulativo

Média

2009/10 Cumulativo

Gráfico 10: Evolução da precipitação (Outubro à Abril)

2. Sementeiras

Em relação a 1ª época da Campanha, a sementeira teve ligeiro atraso quando comparado com o igual período da Campanha anterior (condicionado pela queda tardia das chuvas). Entretanto, esta operação iniciou entre finais da 3ª década do Novembro e princípios de Dezembro.

Duma forma geral, a sementeira do milho foi efectuada na 3ª década de Novembro na zona Norte da Província ( Distritos do planálto ) e na 1ª década de Dezembro na zona Sul. A de mapira foi realizada na 3ª década de Dezembro com maior destaque nos distritos de Majune, Nipepe, Marrupa e Mavago. O feijão nhemba foi semeado na primeira quinzena de Fevereiro, enquanto que o feijão manteiga foi semeado nos finais de Fevereiro, tendo se prolongado até o mês de Março.

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 58

3. Aprovisionamento de insumos e equipamentos agrícolas

3.1 Sementes

Para a 1ª época, através do Programa de Intensificação e diversificação de Culturas, a DPA adquiriu 35 tons de milho (Matuba), 30.5 tons de arroz (ITA-312), 13 tons de amendoim (Namitil), 5.2 tons de feijao nhemba (IT 18), 4 tons. de feijao vulgar e 35 kgs de hortícolas diversas, tendo abrangido todos os distritos da província.

No ambito do PAPA o MINAG disponibilizou 425 tons de milho (Matuba), 75 tons de semente de milho (PAN 67), 70 tons de arroz (ITA-312), 50 tons de mapira (Macia) e 20 tons de soja. De salientar que as sementes de milho (PAN67) e mapira chegaram tarde a província.

Para 2ª epoca, o MINAG disponibilizou 70.5 kg de hortícolas e 150 tons de batata-reno.

3.2 Feiras de insumos

Ao nível da província foram promovidas 5 feiras de insumos e de troca de produtos sendo: 1 no distrito de Mecanhelas, 1 em Cuamba e 3 em Majune. Participaram, nestas feiras, mais de 50 expositores, tendo beneficiado mais de 5.000 produtores/camponeses. A semente de hortícolas e instrumentos agrícolas (enxadas, catanas, machados e foices) foram os produtos mais concorridos.

3.3 Ponto de Situação de semente pré- básica e básica

A semente pré-básica é usada pelos investigadores para o seu melhoramento e montagem de ensaios. Neste contexto, a Estação Agrária de Lichinga possui neste momento uma área de ensaio de 0.7 ha de semente pré-básica, sendo 0.5 ha de milho e 0.2 de feijões, prevendo-se a produção de 500 kg e 200 kg respectivamente.

Quanto a semente básica, foi semeada uma área de 15.3 ha de milho que inclui variedades Matuba, Tsangano, Changalane e Obligón Flint na qual prevê-se uma produção de 22 tons. No mesmo âmbito, foram semeados 1.8 ha de feijão vulgar esperando-se uma produção de 1.2 tons de semente. Para a cultura da soja, foram semeados 8.7 ha, onde se prevê a produção de 8,7 tons de semente.

3.4 Fertilizantes e pesticidas

3.4.1 Fertilizantes

Para esta campanha a DPA disponibilizou para campos de demonstração de resultados (CDRs), 11 tons de adubos (NPK) e 7 tons de Ureia.

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 59

3.3.2 Pesticidas

A DPA adquiriu, no período em análise, 1.150 litros de inseticida (Cipermetrina) e 400 litros de herbicida (Dual). Neste caso, houve um decréscimo devido a não disponibilização na totalidade das quantidades solicitadas pela DPA à empresa fornecedora “BONOMAR”. Contudo, através do MINAG, recebeu-se 600 litros de Insecticida e 100 kgs de Fungicidas.

3.3.3 Utensílios e equipamentos agrícolas

Para a presente campanha os equipamentos e utensílios agrícolas apenas foram fornecidos pelo MINAG, a destacar: 50 pulverizadores, 4 atomizadores e 20 balanças

3.3.4 Motobombas

Na presente campanha a DPA ainda não recebeu motobombas, mantendo se operacionais as da campanha anterior. No entanto, prevé-se adquirir brevemente 16 motobombas, que poderão incrementar a area irrigada de 634 ha irrigados na campanha passada para 734 ha.

3.3.5 Motocultivadoras

A província conta com 19 motocultuvadoras distribuidas do seguinte modo: Distrito de Muembe (5), Sanga (5) , Lago (5) e Lichinga (4). Destas, uma encontra-se avariada por falta de acessórios. 3.3.6 Tractores

A província possuí um total de 26 tractores dos quais 24 operacionais, nomeadamente no distrito de Maúa (2), Metarica (2), Nipepe (2) , Mecanhelas (4) , Mandimba (3), , Lichinga (4), Mavago (1), Majune (2), Muembe (1), Sanga (1), Lago (2), Cuamba (3), Mecula (1 inoperacional) e Ngaúma (1 inoperacional). Dos 26 tractores, 10 foram adquiridos no âmbito do PAPA (MINAG), 1 pela DPA e os restantes através dos Governos Distritais.

3.3.7 Tracção animal

A província possuí 67 juntas de tracção animal, contudo as mesmas não têm tido impacto desejado devido a resistência dos produtores à adopção desta prática. Para além deste problema, a que considerar dois factores: os Distritos da zona do planalto possuem solos pesados que não são compatíveis a força dos animais, enquanto os da zona Sul possuem solos leves mas com incidência da mosca Tsé-tsé. Dos poucos animais existentes na província, apenas registou-se uma área lavrada de cerca de 0,5 ha em média por junta em cada família, tendo-se realizado até então um total de 23 ha nos distritos de Mandimba, Lago, Cuamba e Lichinga.

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 60

4. Extensão Agrária

A província conta actualmente com 52 extensionistas da rede pública distribuidos da seguinte forma: Cidade Lichinga 7, lichinga 6, Cidade 3, Sanga 5, Majune 4, Mandimba 3, Cuamba 4, Maúa 2, Metarica 3, Nipepe 3, Marrupa 1, Muembe 3, Mecanhelas 2, lago 1, Ngaúma 1, Mavago 2 e Mecula 2, havendo, no entanto, um défice de 76 extensionistas para uma melhor cobertura.

Numa tentativa de ultrapassar o cenário, foi lançado um concurso para a contratação de novos extensionistas e, com descentralização da Gestão dos Recursos Humanos no âmbito da LOLE, cabe aos Governos Distritais a missão de contratação.

5. Situação fitossanitária

Na presente campanha houve registo de algumas pragas nomeadamente: rato, lagarta invasora, besouro da folha, gafanhoto elegante, joaninha e broca do colmo que não causaram danos alarmantes nas culturas, graça a prontidão na alocação e distribuição dos pesticidas aos camponeses. Contudo, continua em alguns distritos abrangidos pela reserva o conflito homem, fauna bravia, com destaque para os elefantes, porcos e macacos que tem devastado algumas culturas (milho e mapira). Como medida de controlo, foram estabelecidas machambas em blocos para facilitar o seu afugentamento. Este processo envolve os fiscais florestais e caçadores comunitários.

Em relação a mosca da fruta, existe um programa de monitoramento junto com o MINAG que culminou com a prospecção, em todos os distritos com a excepção do distrito de Mecula, que foi confirmada a presença da mosca nos distritos de Cuamba, Mecanhelas, Mandimba e Lichinga, estando a preparar acções subseqüentes de distribuição de panfletos aos distritos e controlo dos produtos.

6. Ponto de Situação de linhas de credito No geral, o fundo de impacto local (vulgo 7.000,00 Mt) alocado aos governos distritais constitui a única linha de credito que tem dado o impulso nas actividades agrícolas. Porém, a fundação Mundukide ( ONG espanhola com intervenção no programa de Fomento Agrario), destacou-se na presente campanha ao alocar programa de microcréditos aos produtores nos distritos de Marrupa e Majune, tendo beneficiado 323 produtores. Estes beneficiários tem a responsablidade de aplicar este dinheiro nas suas actividades agrarias (compra de insumos, pagamento de mão de obra, etc).

7. Programa de fruteiras Para garantir a situação nutrional das famílias foram produzidas 4.488 mudas de fruteiras diversas dentro de um plano de 6.500, o que representa uma realizacao de 96%. O processo de disponibilização esta em curso, tendo sido entregues até ao momento 2.341 mudas nas escolas e distritos.

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 61

8. Calamidades �aturais Durante a presente campanha agrícola (2010/11) a província de Niassa não registou nenhuma calamidade relacionada com cheias/inundações, seca, pragas ou outros fenómenos que punha em causa o desenvolvimento das culturas em campo. Contudo, 3 ha de milho foram dados por perdidos no distrito de Majune em consequência do transborde do rio.

9. Estado geral das culturas No geral o estado vegetativo das culturas é satisfatório, perspectivando-se no entanto uma boa produção da 1ª época, principalmente nas culturas de milho e mapira. Nesta altura a campanha é caracterizadas pelas seguintes fases das culturas: o milho: na fase de maturação completa e colheita; a mapira, mexoeira, arroz e leguminosas na fase de maturação.

Para as culturas da 2ª época, raízes e tubérculos (Batata Reno e Feijão verde) estão em sementeira e em crescimento vegetativo; as hortícolas na fase de viveiro, transplante e em crescimento e as leguminosas (feijões) encontram-se na fase de crescimento

10. Avaliação geral da campanha

10.1 Culturas Alimentares

Na presente Campanha Agrícola, das 916,319 tons planificadas, a previsão apontam para uma produção de 937,433 tons, o que representa um aumento em 28 % em relação a campanha anterior e uma realização de 102.3%.

10.2 Culturas de Rendimento

Na presente campanha agrícola registou-se uma redução de áreas semeadas para culturas de tabaco e gergelim em 13.8% e 52% respectivamente em relação a campanha anterior. Para o tabaco, essa situação deveu-se ao facto da queda tardia das chuvas e na mudança nos produtores da variedade Burley para Virgínia, esta última com mercado internacional garantido. Para o gergelim, a redução da área deveu-se a retirada do fomentador, o que fez com que esta cultura não tivesse mercado garantido. Contrariamente, o algodão registou um aumento da área semeada devido ao aumento do preço no mercado internacional.

Em relação a produção, o algodão registou um crescimento na ordem de 29.1%, e devido as razões acima evocadas, o tabaco e o gergelim registaram um decréscimo na ordem de 31% e 71.2% repectivamente.

Anexos: Estimativas de áreas e produção das principais culturas alimentares

Anexo A: Estimativas de Áreas das Principais Culturas Alimentares (ha)

2009/10 2010/11 % 2009/10 2010/11 % 2009/10 2010/11 % 2009/10 2010/11 % 2009/10 2010/11 %

Cabo Delgado 128,133 131,122 2.33 92,066 97,432 5.83 5,330 5,526 3.67 17,633 18,101 2.65 243,162 252,181 3.71

Niassa 198,246 209,186 5.52 49,690 51,761 4.17 2,608 2,686 2.98 5,818 6,040 3.81 256,362 269,672 5.19

Nampula 154,312 158,879 2.96 154,677 162,080 4.79 9,866 10,083 2.20 42,050 43,439 3.30 360,905 374,482 3.76

Norte 480,691 499,188 3.85 296,433 311,273 5.01 17,804 18,294 2.75 65,501 67,580 3.17 860,429 896,335 4.17

Zambezia 273,234 285,641 4.54 91,311 96,555 5.74 9,647 10,122 4.93 100,070 105,775 5.70 474,262 498,094 5.03

Tete 230,957 242,336 4.93 72,722 75,474 3.78 34,922 37,113 6.27 331 465 40.57 338,932 355,388 4.86

Manica 267,974 282,783 5.53 68,462 72,250 5.53 17,143 17,759 3.59 1,134 1,155 1.83 354,713 373,947 5.42

Sofala 113,474 118,280 4.23 76,414 80,597 5.47 14,575 15,270 4.77 37,200 39,635 6.54 241,663 253,782 5.01

Centro 885,639 929,040 4.90 308,909 324,877 5.17 76,287 80,265 5.21 138,735 147,030 5.98 1,409,570 1,481,211 5.08

Inhambane 127,414 130,317 2.28 28,950 29,993 3.60 13,399 13,543 1.08 4,525 4,719 4.30 174,288 178,572 2.46

Gaza 164,606 169,458 2.95 3,872 3,953 2.08 1,490 1,540 3.35 15,075 14,960 -0.76 185,043 190,491 2.94

Maputo 79,692 84,716 6.30 0 0 0.00 0 0 0.00 2,756 4,489 62.80 82,448 87,562 6.20

Sul 371,712 384,490 3.44 32,822 33,946 3.42 14,889 15,083 1.30 22,356 24,168 8.11 441,779 456,625 3.36

Total Nacional 1,738,042 1,812,717 4.30 638,164 670,096 5.00 108,980 113,642 4.28 226,592 238,778 5.38 2,711,778 2,834,171 4.51

Fonte: MINAG/DPA/DCAP

ProvinciasMilho (ha) Arroz (ha) Cereais (ha)Mexoeira (ha)Mapira (ha)

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 63

Anexo B: Estimativas de Áreas das Principais Culturas Alimentares (ha) - Continuação

2009/10 2010/11 % 2009/10 2010/11 % 2009/10 2010/11 % 2009/10 2010/11 %

Cabo Delgado 67,169 70,322 4.69 54,337 55,666 2.45 121,506 125,988 3.69 205,699 209,664 1.93

Niassa 76,271 77,430 1.52 5,173 5,511 6.54 81,444 82,941 1.84 32,533 33,212 2.09

Nampula 86,574 89,528 3.41 79,400 82,768 4.24 165,974 172,296 3.81 533,855 541,778 1.48

Norte 230,014 237,281 3.16 138,910 143,945 3.62 368,924 381,226 3.33 772,087 784,654 1.63

Zambezia 66,254 69,257 4.53 40,566 43,612 7.51 106,820 112,870 5.66 326,019 346,010 6.13

Tete 56,869 67,290 18.32 20,912 21,995 5.18 77,781 89,284 14.79 1,693 1,830 8.11

Manica 6,010 6,251 4.02 7,389 7,913 7.09 13,399 14,164 5.71 2,867 3,026 5.55

Sofala 23,950 25,021 4.47 11,048 11,320 2.46 34,998 36,341 3.84 19,563 19,958 2.02

Centro 153,083 167,819 9.63 79,915 84,840 6.16 232,998 252,659 8.44 350,142 370,825 5.91

Inhambane 64,320 66,620 3.58 89,410 93,753 4.86 153,730 160,373 4.32 79,957 82,927 3.71

Gaza 53,106 54,554 2.73 34,992 36,153 3.32 88,098 90,707 2.96 42,814 45,140 5.43

Maputo 16,495 17,050 3.37 13,617 14,274 4.82 30,112 31,324 4.02 9,294 10,022 7.83

Sul 133,921 138,224 3.21 138,019 144,179 4.46 271,940 282,403 3.85 132,065 138,089 4.56

Total Nacional 517,018 543,324 5.09 356,844 372,964 4.52 873,862 916,288 4.85 1,254,294 1,293,568 3.13

Fonte: MINAG/DPA/DCAP

ProvinciasFeijões (ha) Amendoim(ha) Mandioca(ha)Leguminosas

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 64

Anexo C: Estimativas de Produção das Principais Culturas Alimentares (Toneladas)

2009/10 2010/11 % 2009/10 2010/11 % 2009/10 2010/11 % 2009/10 2010/11 % 2009/10 2010/11 %

Cabo Delgado 279,590 284,161 1.63 65,255 68,941 5.65 3,736 3,869 3.56 24,000 24,180 0.75 372,581 381,151 2.30

Niassa 351,209 373,432 6.33 38,724 40,341 4.17 1,650 1,673 1.41 6,015 6,721 11.74 397,598 422,167 6.18

Nampula 265,764 273,092 2.76 108,001 113,142 4.76 6,008 6,365 5.94 27,000 28,390 5.15 406,773 420,988 3.49

Norte 896,563 930,685 3.81 211,980 222,424 4.93 11,394 11,907 4.50 57,015 59,291 3.99 1,176,952 1,224,306 4.02

Zambezia 330,165 351,956 6.60 52,964 58,030 9.57 5,252 5,689 8.32 110,000 117,098 6.45 498,381 532,774 6.90

Tete 266,923 270,397 1.30 38,963 40,790 4.69 14,254 15,441 8.33 23 31 32.74 320,163 326,659 2.03

Manica 222,692 236,487 6.19 40,759 42,966 5.42 9,189 9,487 3.24 262 289 10.18 272,902 289,229 5.98

Sofala 198,089 205,506 3.74 32,430 33,599 3.61 4,582 4,825 5.29 54,788 56,213 2.60 289,889 300,143 3.54

Centro 1,017,869 1,064,347 4.57 165,116 175,386 6.22 33,277 35,442 6.51 165,073 173,630 5.18 1,381,335 1,448,805 4.88

Inhambane 47,537 50,561 6.36 10,085 10,377 2.90 3,619 3,812 5.34 3,000 3,112 3.75 64,241 67,862 5.64

Gaza 92,258 95,211 3.20 1,416 1,558 10.02 408 441 7.98 28,750 29,243 1.71 122,832 128,740 4.81

Maputo 35,663 38,039 6.66 0 0 0.00 0 0 0.00 3,653 6,125 67.00 39,316 41,866 6.49

Sul 175,458 183,810 4.76 11,501 11,935 3.77 4,027 4,253 5.61 35,403 38,481 8.69 226,389 238,468 5.34

Total Nacional 2,089,890 2,178,842 4.26 388,597 409,745 5.44 48,698 51,602 5.96 257,491 271.402 5.40 2,784,676 2,911,579 4.56

Milho (ton) Mapira (ton) Mexoeira (ton) Arroz (ton) Cereais (ton)Provincias

Fonte: MINAG/DPA/DCAP

[Balanço Preliminar da campanha agrícola 2010/11 ] Pag. 65

Anexo D: Estimativas de Produção das Principais Culturas Alimentares ( Toneladas) - Continuação

Fonte: MINAG/DPA/DNSA

2009/10 2010/11 % 2009/10 2010/11 % 2009/10 2010/11 % 2009/10 2010/11 %

Cabo Delgado 45,184 47,132 4.31 29,585 30,244 2.23 74,769 77,376 3.49 1,752,122 1,784,446 1.84

Niassa 51,123 51,957 1.63 3,025 3,237 7.02 54,148 55,194 1.93 257,021 261,979 1.93

Nampula 44,927 46,770 4.10 49,983 52,278 4.59 94,910 99,048 4.36 4,134,109 4,234,917 2.44

Norte 141,234 145,859 3.27 82,593 85,759 3.83 223,827 231,618 3.48 6,143,252 6,281,342 2.25

Zambezia 41,047 43,393 5.71 25,329 27,638 9.12 66,376 71,031 7.01 2,537,525 2,703,267 6.53

Tete 30,856 31,502 2.09 9,092 9,594 5.52 39,948 41,096 2.87 12,009 12,609 5.00

Manica 3,038 3,139 3.31 2,467 2,581 4.63 5,505 5,720 3.90 15,262 15,894 4.14

Sofala 12,180 12,692 4.20 5,040 5,049 0.19 17,220 17,741 3.03 109,538 110,268 0.67

Centro 87,121 90,725 4.14 41,928 44,863 7.00 129,049 135,588 5.07 2,674,334 2,842,037 6.27

Inhambane 16,354 16,735 2.33 21,149 22,100 4.50 37,503 38,836 3.55 600,388 627,843 4.57

Gaza 15,686 16,258 3.64 9,423 9,806 4.07 25,109 26,064 3.80 275,494 293,395 6.50

Maputo 3,376 3,457 2.40 2,592 2,845 9.76 5,968 6,302 5.60 44,598 49,001 9.87

Sul 35,416 36,450 2.92 33,164 34,751 4.79 68,580 71,202 3.82 920,480 970,239 5.41

Total Nacional 263,771 273,034 3.51 157,685 165,373 4.88 421,456 438,408 4.02 9,738,066 10,093,619 3.65

Amendoim (ton) Mandioca (ton)Leguminosas (ton)Provincias

Feijoes (ton)