balancete 2013

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- 1 - Matéria - Contabilidade BALANCETES E RELATÓRIOS SUMÁRIO 1. Considerações Iniciais 2. Balancetes – NBC T 2.7 3. Modelos de Balancetes 4. Relatórios 4.1. Relatórios por área de responsabilidade 5. Balancetes para Finalidades Externas 6. Relatórios para Clientes de Escritórios de Contabilidade 7. Conclusão 1. Considerações Iniciais O balancete é uma ferramenta, normalmente de uso interno da contabilidade, que tem como principal função a verificação dos saldos das contas e serve de ponto de partida para as conciliações e, após efetuados os ajustes, é a base para elaboração das demonstrações contábeis. Atualmente, nas empresas em que a maioria dos registros contábeis é feita de forma descentralizada, o balancete de verificação passa a ser o primeiro contato que o setor de contabilidade tem com a movimentação do mês. A elaboração do balancete contábil não enseja grande dificuldade. Os softwares de contabilidade trazem modelos formatados em mais de uma versão de apresentação, que acabam sendo utilizados automaticamente. É importante observarmos que, embora o balancete seja de domínio geral dos contabilistas, para profissionais de outros setores da empresa ou para empresários e administradores clientes de escritórios de contabilidade, que também necessitam de informações, sua configuração chega a ser incompreensível. Daí existirem conflitos em que de um lado cada setor reclama a elaboração de relatórios específicos mais adequados às suas necessidades e, do outro, o contabilista que, diante da inviabilidade de elaborar um determinado número de relatórios, tenta padronizar modelos que atendam a usuários com interesses diversos. Os relatórios destinados aos demais setores de uma mesma empresa ou para clientes de escritórios de contabilidade devem ter uma linguagem mais simplificada e proporcionar uma leitura ágil. Essa tarefa requer domínio da técnica contábil e, também, com-preensão das dificuldades e necessidades do usuário da informação. Nessa hora, o contabilista deve usar seu bom senso e ser criativo. Também é verdade que, em grandes empresas, esses modelos já estão definidos e formatados, muitas vezes cabendo ao pessoal da contabilidade apenas “preencher formulários”. Mas isso não deve ser um inibidor da capacidade do profissional para melhorar a qualidade da informação que ele pode reportar. Sempre que possível, sugestões de aprimoramento dos modelos existentes devem ser apresentadas. Neste texto, observaremos os procedimentos constantes da norma emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), “NBC T 2.7 Balancete”, aprovada pela Resolução CFC nº 685/90, de 14/12/1990, e faremos alguns exercícios de transformação da informação contábil em informação destinada a leigos. 2. Balancetes – NBC T 2.7

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Matéria - Contabilidade

BALANCETES E RELATÓRIOS

SUMÁRIO1. Considerações Iniciais2. Balancetes – NBC T 2.73. Modelos de Balancetes4. Relatórios4.1. Relatórios por área de responsabilidade5. Balancetes para Finalidades Externas6. Relatórios para Clientes de Escritórios de Contabilidade7. Conclusão

1. Considerações Iniciais

O balancete é uma ferramenta, normalmente de uso interno da contabilidade, que tem como principalfunção a verificação dos saldos das contas e serve de ponto de partida para as conciliações e, após efetuadosos ajustes, é a base para elaboração das demonstrações contábeis.

Atualmente, nas empresas em que a maioria dos registros contábeis é feita de forma descentralizada, obalancete de verificação passa a ser o primeiro contato que o setor de contabilidade tem com a movimentaçãodo mês.

A elaboração do balancete contábil não enseja grande dificuldade. Os softwares de contabilidade trazemmodelos formatados em mais de uma versão de apresentação, que acabam sendo utilizados automaticamente.

É importante observarmos que, embora o balancete seja de domínio geral dos contabilistas, paraprofissionais de outros setores da empresa ou para empresários e administradores clientes de escritórios decontabilidade, que também necessitam de informações, sua configuração chega a ser incompreensível. Daíexistirem conflitos em que de um lado cada setor reclama a elaboração de relatórios específicos maisadequados às suas necessidades e, do outro, o contabilista que, diante da inviabilidade de elaborar umdeterminado número de relatórios, tenta padronizar modelos que atendam a usuários com interesses diversos.

Os relatórios destinados aos demais setores de uma mesma empresa ou para clientes de escritórios decontabilidade devem ter uma linguagem mais simplificada e proporcionar uma leitura ágil. Essa tarefa requerdomínio da técnica contábil e, também, com-preensão das dificuldades e necessidades do usuário dainformação. Nessa hora, o contabilista deve usar seu bom senso e ser criativo. Também é verdade que, emgrandes empresas, esses modelos já estão definidos e formatados, muitas vezes cabendo ao pessoal dacontabilidade apenas “preencher formulários”. Mas isso não deve ser um inibidor da capacidade do profissionalpara melhorar a qualidade da informação que ele pode reportar. Sempre que possível, sugestões deaprimoramento dos modelos existentes devem ser apresentadas.

Neste texto, observaremos os procedimentos constantes da norma emitida pelo Conselho Federal deContabilidade (CFC), “NBC T 2.7 Balancete”, aprovada pela Resolução CFC nº 685/90, de 14/12/1990, efaremos alguns exercícios de transformação da informação contábil em informação destinada a leigos.

2. Balancetes – NBC T 2.7

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A NBC T 2.7 aprovada pela Resolução CFC nº 685/90 tem o seguinte enunciado:

“NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC T 2.7 – Do Balancete

1. O balancete de verificação do razão é a relação de contas, com seus respectivos saldos, extraída dosregistros contábeis em determinada data.

2. O grau de detalhamento do balancete deverá ser consentâneo com sua finalidade.

3. Os elementos mínimos que devem constar do balancete são:

a) identificação da Entidade;

b) data a que se refere;

c) abrangência;

d) identificação das contas e respectivos grupos;

e) saldos das contas, indicando se devedores ou credores;

f)soma dos saldos devedores e credores.

4. O balancete que se destinar a fins externos à Entidade deverá conter nome e assinatura docontabilista responsável, sua categoria profissional e número de registro no CRC.

5. O balancete deve ser levantado, no mínimo, mensalmente.”

3. Modelos de Balancetes

De acordo com as exigências observadas na NBC T 2.7, podemos elaborar o modelo básico debalancete a seguir:

Comercial Vende Tudo Ltda. CNPJ XX.XXX.XXX/0001-XX Balancete de Verificação de 01/01/2010 a31/03/2010

Saldos 31/03/2010Devedores Credores

Contas

R$ R$ATIVOCirculanteDisponívelCaixa 1.000,00Bancos Conta MovimentoBanco do Brasil S.A. 25.000,00Caixa Econômica Federal 10.500,00Clientes 150.000,00(-) Duplicatas Descontadas 10.500,00(-) Provisão para Devedores Duvidosos 12.500,00EstoquesMercadorias para Revenda 125.000,00Almoxarifado 4.500,00Adiantamentos a Fornecedores 5.400,00Importações em Andamento 7.500,00Outros CréditosTributos a Recuperar 5.250,00Adiantamentos a Funcionários 4.600,00Despesas AntecipadasSeguros a Apropriar 2.400,00Assinatura de Livros, Jornais e Revistas a Apropriar 1.600,00Não CirculanteRealizável a Longo PrazoConta Corrente com Sócios 10.500,00Imposto de Renda Diferido 3.100,00InvestimentosParticipações Societárias Avaliadas pelo Custo de Aquisição 4.200,00Participações Societárias Avaliadas pelo MEP 22.500,00ImobilizadoVeículos 50.000,00Móveis e Utensílios 45.000,00Instalações 35.000,00Computadores e Periféricos 38.000,00Softwares 15.200,00

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Saldos 31/03/2010Devedores Credores

Contas

R$ R$Edificações e Benfeitorias 235.000,00Terrenos 125.000,00Direito de Uso de Marcas e Patentes 35.000,00(-) Depreciação/Amortização AcumuladaVeículos 27.500,00Móveis e Utensílios 15.750,00Instalações 12.250,00Computadores e Periféricos 13.300,00Softwares 10.320,00Edificações e Benfeitorias 35.250,00DiferidoDespesas Pré-Operacionais 112.000,00(-) Amortização Acumulada de Despesas Pré-Operacionais 86.751,00PASSIVOCirculanteFornecedores Nacionais 98.557,00Fornecedores Estrangeiros 45.300,00Contas a Pagar 11.920,00Empréstimos e Financiamentos 43.100,00Tributos a Pagar 25.800,00Obrigações Trabalhistas e Previdenciárias 35.400,00Não CirculanteEmpréstimos e Financiamentos 164.300,00Provisão para o Imposto de Renda 20.300,00Patrimônio LíquidoCapital Social 250.000,00Reservas de Capital 95.000,00Reservas de Lucros 70.000,00Prejuízos Acumulados 25.000,00CONTAS DE RESULTADO – RECEITASReceita Bruta de Vendas de Mercadorias 1.250.000,00(-) Devoluções e Cancelamentos 3.560,00(-) Impostos e Contribuições sobre VendasICMS 225.000,00PIS/PASEP 20.566,26COFINS 94.729,44Receitas FinanceirasVariações Cambiais Ativas 5.200,00Juros Ativos 7.555,00CONTAS DE RESULTADO – DESPESASCusto das Mercadorias Vendidas 528.622,00Despesas com VendasComissões 75.000,00Telefone 10.500,00Depreciação e Amortização 32.500,00Aluguel e Arrendamento 15.000,00Gastos com Pessoal 35.478,00Propaganda e Marketing 25.275,00Serviços de Terceiros 14.505,00Devedores Duvidosos 7.500,00Combustíveis 7.000,00Manutenção de Veículos 1.500,00Viagens e Estadias 9.850,00Despesas AdministrativasHonorários da Diretoria 70.500,00Gastos com Pessoal 40.400,00Aluguel 4.000,00Depreciação/Amortização 10.127,00Água/Luz/Telefone 1.823,00Manutenção de Veículos 840,00Viagens e Estadias 1.560,00Despesas FinanceirasJuros Passivos 5.465,00Descontos Concedidos 665,00Variações Cambiais Passivas 1.257,00Provisão para o IRPJ/CSLLProvisão para o IRPJ 3.322,55Provisão para a CSLL 1.757,90Total 2.346.553,00 2.346.553,00

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Os balancetes mensais também podem trazer o saldo anterior, a movimentação do mês e saldo atual,conforme exemplo resumido a seguir:

Comercial Vende Tudo Ltda. CNPJ XX.XXX.XXX/0001-XX Balancete de Verificação de 01/03 a31/03/2010

Saldo em 28/02/2010 Movimentação do mês Saldo em 31/03/2010ContasDevedor Credor Débitos Créditos Devedor Credor

ATIVOCirculanteDisponível 23.218,00 268.750,00 255.468,00 36.500,00Duplicatas a Receber de Clientes 100.750,00 302.500,00 276.250,00 127.000,00Estoques 101.800,00 172.755,00 132.155,00 142.400,00Outros Créditos 7.388,00 48.817,00 46.355,00 9.850,00Despesas Antecipadas 3.000,00 2.000,00 1.000,00 4.000,00Não CirculanteRealizável a Longo Prazo 10.200,00 3.400,00 13.600,00Investimentos 26.700,00 26.700,00ImobilizadoCusto de Aquisição 578.200,00 578.200,00(-) Depreciação/AmortizaçãoAcumulada

68.737,00 45.633,00 114.370,00

DiferidoDespesas Pré-Operacionais 112.000,00 112.000,00(-) Amortização Acumulada 84.884,00 1.867,00 86.751,00Total do Ativo 963.256,00 153.621,00 798.222,00 758.728,00 1.050.250,00 201.121,00PASSIVOCirculanteFornecedores 127.893,00 198.147,00 214.111,00 143.857,00Contas a Pagar 8.940,00 8.940,00 11.920,00 11.920,00Empréstimos e Financiamentos 32.325,00 2.900,00 13.675,00 43.100,00Tributos a Pagar 19.350,00 64.331,00 70.781,00 25.800,00Obrigações Trabalhistas ePrevidenciárias

30.550,00 30.550,00 35.400,00 35.400,00

Não CirculanteEmpréstimos e Financiamentos 160.000,00 4.300,00 164.300,00Provisão para o Imposto de Renda 15.225,00 5.075,00 20.300,00Patrimônio LíquidoCapital Social 250.000,00 250.000,00Reservas de Capital 95.000,00 95.000,00Reservas de Lucros 45.000,00 45.000,00Prejuízos Acumulados 25.000,00 25.000,00Total do Passivo 25.000,00 784.283,00 304.868,00 355.262,00 25.000,00 834.677,00RECEITASReceita Bruta de Vendas deMercadorias

937.500,00 312.500,00 1.250.000,00

(-) Devoluções e Cancelamentos 2.670,00 890,00 3.560,00(-) Impostos e Contribuições sobreVendas

255.221,77 85.073,92 340.295,70

Receitas Financeiras 9.566,00 3.189,00 12.755,00Total de Receitas 257.881,77 947.066,00 85.963,92 315.689,00 343.855,70 1.262.755,00DESPESASCusto das Mercadorias Vendidas 396.466,00 132.156,00 528.622,00Despesas com Vendas 175.580,00 58.528,00 234.108,00Despesas Administrativas 96.938,00 32.312,00 129.250,00Despesas Financeiras 5.540,00 1.847,00 7.387,00Provisão para o IRPJ/CSLL 3.713,83 1.237,61 5.080,45Total de Despesas 678.237,83 – 226.080,61 – 904.447,45 –Total Geral 1.924.375,50 1.884.970,00 1.415.134,50 1.429.679,00 2.323.533,10 2.298.553,00

O modelo de balancete apresentado contém todas as informações exigidas pela NBC T 2.7, mas tempoder informativo apenas para a contabilidade. Para os demais setores da empresa ou para clientes deescritórios de contabilidade ou, ainda, para finalidade externa, o balancete elaborado de acordo com conteúdomínimo exigido pelo CFC não representa uma fonte de informações claras e precisas em razão da falta decompreensão da linguagem técnica contábil.

Devemos observar que o próprio CFC prevê a necessidade de detalhamento de acordo com a finalidadedo balancete. Portanto, o contador deverá trabalhar as informações de forma mais adequada às suasfinalidades.

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4. Relatórios

A elaboração de balancetes para outros setores da empresa, e até para finalidades externas, deveobservar, atentamente, as necessidades de informação de cada usuário, para que não sejam verificadosescassez ou excesso de informações.

Em alguns casos, os saldos mensais acumulados não representam a informação principal, dando-semaior atenção à movimentação do período.

Também deve ser observada a necessidade de correlação entre saldos ou movimentações, até mesmo ainclusão de análises específicas por meio das quais seja possível tirar conclusões sobre a evolução dedespesas, de receitas, endividamento, rentabilidade, etc.

4.1. Relatórios por área de responsabilidade

Dependendo do organograma da empresa e das respectivas distribuições de áreas de responsabilidades,setores específicos não necessitam receber informações dos demais setores sobre os quais não têm ascensãoe, portanto, não podem interferir nas decisões.

Por exemplo, o setor comercial não controla os gastos administrativos, logo o interesse da diretoriacomercial está voltado para as receitas de vendas, os custos das mercadorias vendidas e as despesascomerciais.

Já a diretoria administrativa poderá receber tão somente relatórios sobre os gastos pertinentes à suaárea.

Os saldos e movimentações das disponibilidades das contas a pagar, das contas a receber, das receitase despesas financeiras normalmente são de responsabilidade da diretoria financeira.

Por sua vez, a diretoria-geral (presidência) recebe informações de todos os setores da empresa, mas deforma condensada (macro). Esses relatórios devem ser bastante claros e resumidos, pois devemos lembrar quediretores normalmente dispõem de pouco tempo.

Empresas mais bem estruturadas utilizam relatórios por centros de custos para gerarem essasinformações automaticamente, havendo, inclusive, a identificação de gastos, receitas e recursos disponíveis porgerência.

4.1.1. Exemplos

Vejamos um balancete que mostra apenas aquelas contas que entendemos ser de interesse da áreacomercial:

Relatório – Receitas/Custos/Despesas de VendasSaldo em 28/02/2010 Movimentação março/2010 Saldo em 31/03/2010Receitas/DespesasDevedor Credor Débitos Créditos Devedor Credor

Receita de Vendas 937.500,00 312.500,00 1.250.000,00(-) Deduções da Receita BrutaDevoluções e Abatimentos 2.670,00 890,00 3.560,00Impostos e Contribuições s/ VendasICMS 168.750,00 56.250,00 225.000,0

0PIS/PASEP 15.424,69 5.141,56 20.566,26COFINS 71.047,08 23.682,36 94.729,44(-) Custo das Mercadorias Vendidas 396.466,00 132.156,00 528.622,0

0Despesas ComerciaisComissões 53.250,00 21.750,00 75.000,00Telefone 6.800,00 3.700,00 10.500,00Depreciação e Amortização 28.437,00 4.063,00 32.500,00Aluguel e Arrendamento 12.100,00 2.900,00 15.000,00Gastos com Pessoal 28.678,00 6.800,00 35.478,00Propaganda e Marketing 19.175,00 6.100,00 25.275,00Serviços de Terceiros 12.405,00 2.100,00 14.505,00Devedores Duvidosos 3.600,00 3.900,00 7.500,00Combustíveis 5.050,00 1.950,00 7.000,00Manutenção de Veículos 590,00 910,00 1.500,00Viagens e Estadias 5.495,00 4.355,00 9.850,00

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Conforme já dissemos, o formato contábil não é o mais adequado para a leitura das informações pelopessoal da área comercial. Vejamos essas mesmas informações dispostas de forma diferente:

No formato da DRE, com análise vertical:Receitas e despesas Março/2010 % Janeiro a março/2010 %

Receita de Vendas 312.500,00 137,94% 1.250.000,00 137,94%(-) Deduções da Receita Bruta 0% 0%Devoluções e Abatimentos (890,00) 0,39% (3.560,00) 0,39%Impostos e Contribuições s/ Vendas 0% 0%ICMS (56.250,00) -24,83% (225.000,00) -24,83%PIS/PASEP (5.141,56) -2,27% (20.566,26) -2,27%COFINS (23.682,36) -10,45% (94.729,44) -10,45%= Receita Líquida 226.536,08 100% 906.144,40 100%(-) Custo das Mercadorias Vendidas (132.156,00) -58,33% (528.622,00) -58,33%= Lucro Bruto 94.380,10 41,66% 377.522,40 41,66%(-) Despesas Comerciais 0% 0%Comissões (21.750,00) -9,60% (75.000,00) -8,27%Telefone (3.700,00) -1,63% (10.500,00) -1,15%Depreciação e Amortização (4.063,00) -1,79% (32.500,00) -3,58%Aluguel e Arrendamento (2.900,00) -1,28% (15.000,00) -1,65%Gastos com Pessoal (6.800,00) -3% (35.478,00) -3,91%Propaganda e Marketing (6.100,00) -2,69% (25.275,00) -2,78%Serviços de Terceiros (2.100,00) -0,92% (14.505,00) -1,60%Devedores Duvidosos (3.900,00) -1,72% (7.500,00) -0,82%Combustíveis (1.950,00) -0,86% (7.000,00) -0,77%Manutenção de Veículos (910,00) -0,40% (1.500,00) -0,16%Viagens e Estadias (4.355,00) -1,92% (9.850,00) -1,08%

(58.528,00) -25,83% (234.108,00) -25,83%= Resultado com Vendas 35.852,08 15,83% 143.414,40 15,83%

Observe que a análise vertical consiste em dividir todos os valores de receitas e de despesas pelo valorda receita líquida, obtendo-se uma relação percentual de cada item em relação a essa receita.

No formato de relatório comparativo:

a) com períodos anteriores:VariaçãoPeríodosReceitas/Despesas

Fevereiro/2010 Março/2009 Março/2010Em relação aomês anterior

Em relação aomesmo mês do

ano anteriorReceita de Vendas 278.875,00 248.812,50 312.500,00 12,06% 25,60%Devoluções e Abatimentos (1.042,10) (832,55) (890,00) -14,60% 6,90%ICMS (50.197,50) (44.786,25) (56.250,00) 12,06% 25,60%PIS/PASEP (4.584,24) (4.091,67) (5.141,56) 12,15% 25,65%COFINS (21.115,30) (18.846,48) (23.682,36) 12,15% 25,65%= Receita Líquida 201.935,86 180.255,55 226.536,08 12,18% 25,67%(-) Custo das Mercadorias Vendidas (116.868,84) (104.689,02) (132.156,00) 13,08% 26,24%= Lucro Bruto 85.067,02 75.566,53 94.380,08 10,94% 24,89%(-) Despesas ComerciaisComissões (20.107,50) (17.666,25) (21.750,00) 8,17% 23,12%Telefone (2.543,00) (2.566,50) (3.700,00) 45,50% 44,17%Depreciação e Amortização (4.063,00) (3.453,55) (4.063,00) 0,00% 17,65%Aluguel e Arrendamento (2.900,00) (2.465,00) (2.900,00) 0,00% 17,65%Gastos com Pessoal (6.802,00) (5.781,00) (6.800,00) -0,03% 17,63%Propaganda e Marketing (4.679,00) (4.474,50) (6.100,00) 30,37% 36,33%Serviços de Terceiros (1.119,00) (1.294,50) (2.100,00) 87,67% 62,22%Devedores Duvidosos (2.100,00) (2.415,00) (3.900,00) 85,71% 61,49%Combustíveis (1.700,00) (1.532,50) (1.950,00) 14,71% 27,24%Manutenção de Veículos (609,90) (623,45) (910,00) 49,20% 45,96%Viagens e Estadias (1.550,00) (2.299,25) (4.355,00) 180,97% 89,41%

(48.173,40) (44.571,50) (58.528,00) 21,49% 31,31%= Resultado com Vendas 36.893,62 30.995,03 35.852,08 -2,82% 15,67%

b) com orçamento:De Janeiro a Março/2010Despesas/receitas

Real Orçado VariaçãoReceita de Vendas 1.250.000,00 1.362.500,00 -8,26%(-) Deduções da Receita Bruta -Devoluções e Abatimentos (3.560,00) (3.880,40) -8,26%Impostos e Contribuições s/ Vendas -ICMS (225.000,00) (245.250,00) -8,26%PIS/PASEP (20.566,26) (22.481,25) -8,52%COFINS (94.729,44) (102.000,00) -7,12%= Receita Líquida 906.144,40 988.888,35 -8,36%

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De Janeiro a Março/2010Despesas/receitasReal Orçado Variação

(-) Custo das Mercadorias Vendidas (528.622,00) (533.908,22) -0,99%= Lucro Bruto 377.522,40 454.980,13 -17,02%(-) Despesas ComerciaisComissões (75.000,00) (72.500,00) 3,45%Telefone (10.500,00) (9.935,00) 5,69%Depreciação e Amortização (32.500,00) (32.600,00) -0,31%Aluguel e Arrendamento (15.000,00) (15.000,00) 0,00%Gastos com Pessoal (35.478,00) (34.163,66) 3,85%Propaganda e Marketing (25.275,00) (24.266,75) 4,15%Serviços de Terceiros (14.505,00) (13.819,85) 4,96%Devedores Duvidosos (7.500,00) (3.750,00) 100,00%Combustíveis (7.000,00) (6.540,00) 7,03%Manutenção de Veículos (1.500,00) (1.205,00) 24,48%Viagens e Estadias (9.850,00) (9.304,50) 5,86%

(234.108,00) (223.084,76) 4,94%= Resultado com Vendas 143.414,40 231.895,37 -38,15%

Em cada um dos relatórios nos é possível fazer observações sobre as vendas e respectivas despesasnecessárias para obtê-las. O detalhamento dessas informações deve ser feito de acordo com os principaisdesequilíbrios.

Por meio desses relatórios, podemos observar, entre outros aspectos, que:

a) algumas despesas de vendas atingiram nível superior à evolução das receitas;

b) o CMV manteve-se proporcionalmente estável em relação às receitas;

c) o nível de devoluções é decrescente;

d) as receitas não atingiram a meta orçamentária;

e) os itens propaganda e marketing e devedores duvidosos tiveram uma elevação superior à esperada.

f) os gastos com pessoal e a despesa de depreciação manti-veram-se, praticamente, inalteradas e,ainda, estão dentro das previsões orçamentárias, o que significa que não foram feitos e, de fato, não estavamprevistos novos investimentos de capital para suportar a expansão de vendas.

Isso pode significar que houve um maior esforço de vendas, revelado por maior investimento publicitário.No entanto, além de não ter sido atingida a meta orçamentária, houve um volume de inadimplência maior doque era esperado.

Os gestores de vendas, diante dos dados obtidos, poderão analisar mais profundamente os fatos eidentificar os motivos de as metas não serem atingidas e tomarem providências cabíveis, tais como:

a) reavaliar a política de concessão de crédito, em trabalho conjunto com o setor financeiro;

b) identificar quais campanhas publicitárias não alcançaram o retorno desejado e avaliar as condiçõespara o redirecionamento de novas campanhas;

c) avaliar as condições de atendimento da nova demanda suportada pelo pessoal de vendas e, também,pelas instalações e demais equipamentos existentes.

Aspectos sobre a conjuntura econômica também devem ser levados em consideração, como, porexemplo, aumento do desemprego e elevação de taxas de juros que podem provocar elevação deinadimplência.

Em época de retração econômica, o maior investimento em publicidade é necessário para ter o nome daempresa em maior evidência e atrair o consumidor que está mais seletivo no momento de gastar seus recursos.

Se o momento é de retração do mercado, a não expansão dos investimentos de capital, que está refletidona não elevação da depreciação também se justifica quando a empresa quer se manter numa posiçãoconservadora e não adotar políticas agressivas num ambiente pouco favorável.

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O leitor poderá imaginar que tais comentários extrapolam a esfera contábil, mas observe que é a partir derelatórios organizados com dados contábeis que foi possível observar os fatos e fazer tais considerações.Portanto, recomendamos não substimar a capacidade informativa de dados contábeis.

5. Balancetes para Finalidades Externas

Os balancetes para finalidades externas, apesar de receberem esse nome, na verdade, na maioria dasvezes tratam-se de balanços de períodos intermediários. Devem, portanto, ser elaborados na forma tradicionalde balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício ou de qualquer outra demonstração solicitada,observando-se, nesses casos, a necessidade de identificação do contabilista responsável, conforme exigidopela NBC T 2.7:

– nome e assinatura do contabilista responsável;

– categoria profissional;

– número de registro no CRC.

6. Relatórios para Clientes de Escritórios de Contabilidade

Os clientes de escritórios de contabilidade podem ser de portes diversos, desde micro e pequenasempresas, até empresas de médio ou grande portes que terceirizam os serviços contábeis. É comum algunsescritórios de contabilidade se “especializarem” em determinado seguimento ou tipo de empresa. Há escritóriosque trabalham apenas com micro e pequenas empresas de determinado ramo de atividade, outros trabalhamcom empresas de médio porte e há, inclusive, aqueles que vivem de uns poucos clientes de porte maiselevado, assim como existem os escritórios que atendem a todo tipo de clientela.

Nesse universo eclético, é difícil estabelecer um modelo padrão de relatórios. Em alguns casos, seránecessário valer-se de modelos por área de responsabilidade, em outros, um fluxo de caixa feito de formasimplificada irá surtir mais efeito do que um balancete nos moldes tradicionais.

Vejamos um exemplo:Saldo de caixa/bancos em 28/02/2010................................................................... R$ 1.200,00Recebimentos e vendas à vista efetuadas no mês................................................. R$ 5.400,00Soma........................................................................................................................ R$ 6.600,00

Pagamentos efetuados no mês:A fornecedores de mercadorias........................................................ R$ 1.500,00A empregados................................................................................... R$ 2.000,00A prestadores de serviços................................................................. R$ 500,00Aos Fiscos Municipal/Estadual/Federal (Tributos)............................ R$ 700,00Encargos sociais sobre a folha de salários (INSS e FGTS).............. R$ 690,00Outros pagamentos R$ 250,00 (R$ 5.640,00)

Saldo de caixa/bancos em 31/03/2010:Banco X.......................................................................................... R$ 860,00Caixa............................................................................................... R$ 100,00 R$ 960,00

7. Conclusão

Os balancetes contábeis devem ser elaborados mensalmente, de acordo com as normas e osprocedimentos constantes da NBC T 2.7. Além de serem úteis para a realização dos trabalhos internos dacontabilidade, os balancetes também são a base para a confecção de relatórios para diversas finalidades.

Os modelos apresentados neste texto são apenas sugestões e exemplos que podem ser adaptados eutilizados pelo leitor como ponto de partida de modo que, mediante avaliação das possibilidades enecessidades em conjunto com clientes ou chefias e responsáveis pelos diversos setores e departamentos daempresa, modelos próprios possam ser elaborados.

A confecção de relatórios é uma forma de o contador valorizar seu trabalho e mostrar que a contabilidadeé uma ferramenta bastante útil e indispensável no auxílio à gerência dos negócios.