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ISSN 1679-2645 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA SISTEMA FIEB Bahia ANO XXIII Nº 247 2016 MENOS REGRAS, MAIS NEGOCIAçãO Pesquisa revela que o trabalhador quer mais flexibilidade para negociar jornada e local de trabalho, incluindo horário de entrada, almoço e saída

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ISSN 1679-2645

Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB

Bahia

aNo XXIII Nº 247 2016

Menos regras,Mais negociação

Pesquisa revela que o trabalhador quer mais flexibilidade para negociar jornada e local de trabalho, incluindo

horário de entrada, almoço e saída

Trabalhador vacinado,

indústriafortalecida.

A gripe é facilmente transmitida e tornou-se uma das maiores vilãs da produtividade industrial. Por isso, aproveite a Campanha de Imunização do SESI e promova a vacinação em sua empresa. Prevenir é a melhor forma de proteger a saúde dos trabalhadores e da sua indústria.

Participe da Campanha de Imunização Contra a Gripe. Acesse: www.�eb.org.br/sesi ou procure a unidade do SESI mais próxima.

eDiToriaL

Em 1º de maio de 1943, a Consolidação das Leis do Traba-

lho (CLT) foi sancionada pelo presidente Getúlio Vargas, no

período do Estado Novo. Ela unificou toda a legislação tra-

balhista então existente no Brasil e, por essa razão, repre-

sentou um marco jurídico. No entanto, 74 anos depois, a CLT

já não atende todos os requisitos das complexas relações do

trabalho no mundo regido pelos avanços digitais.

Novas formas de trabalho, surgidas a partir das tecnolo-

gias digitais, não conseguem abrigo na CLT. Exemplos são o

home-office, o trabalho em casa, modalidade que tem cres-

cido em todo o mundo, sendo comum em atividades como

jornalismo, TI e em pesquisa; e o trabalho coletivo usado

cada vez mais por médicos em procedimentos complexos,

como cirurgias, com a participação de colegas à distância,

graças às ferramentas de videoconferência.

Recente pesquisa realizada pela Confederação Nacional

da Indústria, com trabalhadores de vários setores, revela

que 71% dos entrevistados gostariam de escolher o horário

de chegar e sair do trabalho; 73% desejariam trabalhar em

casa ou em locais alternativos ao da empresa, quando preci-

so; e 64% reduziriam o horário de almoço para, em contra-

partida, sair mais cedo do trabalho e poder evitar o horário

de pico no trânsito.

Modernizar e desburocratizar as relações do trabalho no

Brasil são uma necessidade a cada dia mais forte. Portanto,

soa como importante avanço o Projeto de Lei nº 6.787/16,

apresentado pelo governo federal no final do ano passado,

estabelecendo pontos que, se aprovados, poderão ser nego-

ciados entre patrões e empregados. A intenção é permitir

que o que for negociado entre os legítimos representantes

das duas partes prevaleça ante o legislado. Essa possibili-

dade de flexibilizar as leis do trabalho pode contribuir para

a melhoria do ambiente e negócios, dando a trabalhadores

e empresários segurança jurídica para a tomada de decisões

que atendam os interesses de ambos.

Adicionalmente, isso reduziria o número de processos na

Justiça do Trabalho. Hoje, consta que existem mais de 8 mi-

lhões de ações tramitando nessa esfera, um grande passivo

com forte componente de insegurança para a empresas. A

flexibilização das leis do trabalho também trará, como con-

sequência, o estímulo à criação de empregos.

Leis do trabalho, contidas na CLT, datam de mais de sete décadas e já não atendem às necessidade do mundo moderno

shutterstock

Mais liberdade nas relações de trabalho

Novas

tecnologias

criam

expectativa de

flexibilização na

jornada

4 Bahia Indústria

SindicatoS filiadoS à fiEB

Sindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e

tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria

do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] /

Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS Vege-

taiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da cerVeja e

de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta de

madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do trigo,

milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de

mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do eSta-

do da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado da

Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS in-

dúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari, diaS

d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no

eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do

eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de

mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS Para FinS

induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, gra-

nitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS,

concentradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado

da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sin-

dicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e

tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS in-

dúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana, [email protected] /

Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de

FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado

da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS

hoSPitalareS, [email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS de cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução

e olariaS da região SudoeSte e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do

nordeSte (Siacan) [email protected] / Sindicato nacional da indúStria da conStrução e reParação naVal e oFFShore (Sina-

Val) [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de PaniFicação e conFeitaria do eStado da Bahia, [email protected]

Filiada à

Bahia

fiEBPRESIDENTE Antonio ricardo Alvarez Alban. 1° VICE-

-PRESIDENTE carlos henrique Jorge Gantois. VICE-

-PRESIDENTES Josair santos Bastos; eduardo catha-

rino Gordilho; edison Virginio Nogueira correia;

Alexi Pelagio Gonçalves Portela Junior. DIRETORES

TITULARES Alberto cánovas ruiz;eduardo Meirelles

Valente; renata Lomanto carneiro Müller; Fernando

Luiz Fernandes; Juan José rosario Lorenzo; theofilo

de Menezes Neto; José carlos telles soares; Angelo

calmon de sa Junior; Jefferson Noya costa Lima;

Luiz Fernando kunrath; João schaun schnitman;

Antonio Geraldo Moraes Pires; Mauricio toledo de

Freitas; Waldomiro Vidal de Araújo Filho. DIRETORES

SUPLENTES Guilherme Moura costa e costa; Glads-

ton José Dantas campêlo; cléber Guimarães Bastos;

Jorge catharino Gordilho; Marcelo Passos de Araú-

jo; roberto Mário Dantas de Farias

conSElhoSMICRO E PEqUENA EMPRESA INDUSTRIAL carlos henri-

que Jorge Gantois; ASSUNTOS FISCAIS E TRIBUTáRIOS

sérgio Pedreira de oliveira souza; COMéRCIO ExTE-

RIOR Angelo calmon de sá Junior; ECONOMIA E DE-

SENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Antonio sergio Alipio;

INFRAESTRUTURA Marcos Galindo Pereira Lopes;

INOVAçãO E TECNOLOgIA José Luis Gonçalves de Al-

meida; MEIO AMBIENTE Jorge emanuel reis cajazei-

ra; RELAçõES TRABALhISTAS homero ruben rocha

Arandas; RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL

Marconi Andraos oliveira; JOVENS LIDERANçAS IN-

DUSTRIAIS Nayana carvalho Pedreira; PETRóLEO,

gáS E NAVAL humberto campos rangel; PORTOS

sérgio Fraga santos Faria

ciEBPRESIDENTE reginaldo rossi. 1º VICE-PRESIDENTE Jor-

ge emanuel r. cajazeira. 2º VICE-PRESIDENTE carlos

Antonio B. cohim da silva. 3º VICE-PRESIDENTE ro-

berto Fiamenghi. DIRETORES TITULARES Arlene A. Vil-

pert; Benedito A. carneiro Filho; cleber G. Bastos;

Luiz da costa Neto; Luis Fernando Galvão de Almei-

da; Marcelo Passos de Araújo; Mauricio Lassmann;

Paula cristina cánovas Amorim; hilton Moraes

Lima; thomas campagna kunrath; Walter José Papi;

Wesley k. F. carvalho. DIRETORES SUPLENTES Antonio

Fernando s. Almeida; carlos Antônio unterberger

cerentini; Décio Alves Barreto Junior; Jorge r. de o.

chiachio; Fernando elias salamoni cassis; José Luiz

Poças Leitão Filho; Mauricio carvalho campos; su-

dário M. da costa; CONSELhO FISCAL - EFETIVOS Luiz

Augusto Gantois de carvalho; rafael c. Valente; ro-

berto Ibrahim uehbe. CONSELhO FISCAL – SUPLENTES

Felipe Pôrto dos Anjos; rodolpho caribé de Araújo

Pinho Neto; thiago Motta da costa

SESiPRESIDENTE DO CONSELhO E DIRETOR REgIONAL

Antonio ricardo Alvarez Alban.

SUPERINTENDENTE Armando da costa Neto

SEnaiPRESIDENTE DO CONSELhO Antonio ricardo A. Alban.

DIRETOR REgIONAL Luís Alberto Breda

DIRETOR DE TEC. E INOVAçãO Leone Peter Andrade

iElPRESIDENTE DO CONSELhO E DIRETOR REgIONAL

Antonio ricardo Alvarez Alban.

SUPERINTENDENTE evandro Mazo

DIRETOR ExECUTIVO DA FIEB

Vladson Menezes

SUPERINTENDENTE ExECUTIVO DE SERVIçOS

CORPORATIVOS cid Vianna

Informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato

UNIDADES DO SISTEMA FIEB

sistema fieb nas mídias sociais

editada pela Gerência de comunicação Institucional

do sistema Fieb

CONSELhO EDITORIAL Mônica Mello, cleber Borges e Patrícia Moreira. COORDENAçãO EDITO-

RIAL cleber Borges. EDITORA

Patrícia Moreira. REPORTAgEM

Patrícia Moreira, carolina Men-donça, Marta erhardt, Luciane Vivas (colaboração). PROJETO

gRáFICO E DIAgRAMAçãO Ana clélia rebouças. FOTOgRAFIA coperphoto. ILUSTRAçãO E IN-

FOgRAFIA Bamboo editora. IM-

PRESSãO Gráfica trio.

FEDERAçãO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAhIA

rua edístio Pondé, 342 – stiep, ceP.: 41770-395 / Fone:

71 3343-1280 www.fieb.org.br/bahia_indus-

tria_online

As opiniões contidas em artigos assinados não refletem necessa-riamente o pensamento da FIeB.

FieB – FeDeração Das inDúsTrias Do esTaDo Da Bahia

sede: (71) 3343-1200

sesi – serviço sociaL Da inDúsTria

sede: 3343-1301@Educação de Jovens e Adultos – RMS: (71) 3343-1429 @Responsabilidade Social: (71) 3343-1490@Camaçari: (71) 3205 1801 / 3205 1805@Candeias: (71) 3601-2013 / 3601-1513@Itapagipe: (71) 3254-9901@Itaigara: (71) 3444-4250 / 4251 / 4253@Lucaia: (71) 3205-1801@Piatã: (71) 3503 7401@Retiro: (71) 3234 8200 / 3234 8221@Rio Vermelho: (71) 3616 7080 / 3616 7081@Simões Filho: (71) 3296-9300 / 3296-9330@Eunápolis: (73) 8822-1125@Feira de Santana: (75) 3602 9762@Sul: (73) 3639 9331 / 3639 9326@Jequié: (73) 3526-5518@Norte: (74) 2102-7114 / 2102 7133@Valença: (75) 3641 3040@Sudoeste: (77) 3422-2939 @Oeste: (77) 3628-2080

senai – serviço nacionaL De aprenDizageM inDusTriaL

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cieB - cenTro Das inDúsTrias Do esTaDo Da Bahia

sede: (71) 3343-1214

Iniciativa privada

espera avanços na

tramitação do PL

no Legislativo

Projeto de Leino Congresso

16

Método adotado pelo SENAI Bahia é

alternativa para prover consultoria para

micro e pequenas empresas, servindo

ao mesmo tempo ao aprendizado de

alunos de cursos técnicos

theoPrax: o Caminho Para Prover soLuções a baixo Custo

Programa desenvolvido há dez anos

qualifica, prepara e certifica micro,

pequenas e médias empresas para

atuarem como fornecedoras de grandes

empresas industriais na Bahia

ieL bahia quaLifiCa e CertifiCa emPresas forneCedoras

suMário

14

Ilustraçãogentil

26

João A

LVArez

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MA F

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Ex-aluno do SESI,

Igor Esquivel Souza

passou em 1º lugar

para o curso de

Medicina na Ufba

suCesso no enem

8

Bet

o JúNIo

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Iste

MA F

IeB

nº 247 jan/fev 2017

LuIs MAceDo /câMArA Dos DePutADos

6 Bahia Indústria

Com uma proposta pedagógica inédita no país,

o Serviço Social da Indústria (SESI) iniciou o

ano de 2017 oferecendo uma nova experiência

de educação a distância. Trata-se do progra-

ma de Educação de Jovens e Adultos Profissionali-

zante a Distância (EJA/EAD Profissionalizante), rea-

lizado em parceria com o Serviço Nacional de Apren-

dizagem Industrial (SENAI).

A gerente de educação do SESI Bahia, Cléssia Lo-

bo, explica que a proposta está em fase experimental.

Além da Bahia, Santa Catarina e Pará também ofere-

cem o curso como experiência piloto. Os resultados

vão validar a expansão do modelo para todo o país.

O processo de preparação dos alunos foi iniciado

em novembro de 2016, com a aplicação da Metodologia

SESI de Reconhecimento de Saberes, que reconhece a

experiência de vida e conhecimentos acumulados. As-

sim, é possível identificar as competências já adquiri-

das pelo estudante para encaminhamento do progra-

ma curricular. As aulas propriamente ditas iniciaram

dia 13 de fevereiro, no SESI e, no SENAI, responsável

pela formação técnica, iniciam-se em maio.

A primeira turma do projeto foi apresentada no

dia 12 de janeiro, na Escola Reitor Miguel Calmon,

onde está sediado o polo de Educação a Distância do

SESI Bahia. O objetivo é promover a elevação da es-

colaridade de jovens e adultos, oferecendo, ainda, a

oportunidade de aquisição de uma formação técnica

em elétrica, hidráulica e reparação de microcompu-

tadores. O diferencial deste curso é que as aulas são

ministradas a distância, com um encontro presencial

por semana.

EJA abre oportunidades para jovens e adultosProjeto de ensino médio a distância é oportunidade para a retomada dos estudos e uma nova qualificação

Por patrícia moreira

Para o superintendente do SESI, Armando Neto, a

expertise na educação de jovens e adultos habilitou

à Bahia a ser uma das três unidades da federação a

sediar o projeto de EJA Profissional. “Oferecemos

o EJA/EaD, desde 2013, com resultados positivos, e

isso contribuiu para que o Departamento Nacional

escolhesse a Bahia parta testar a nova metodologia”,

ressaltou.

Patrícia Evangelista, gerente de Educação Profis-

sional do SENAI Bahia, destacou os benefícios da

parceria na articulação da qualificação profissional

com educação de jovens e adultos para o ensino mé-

dio. Ela lembrou que o SENAI passou a oferecer qua-

lificação técnica a distância em 2016 com sucesso,

com 800 alunos matriculados. “Estamos à disposi-

ção da comunidade como uma oportunidade de asse-

gurar o processo de formação técnica com os cursos

presenciais e a distância que são oferecidos pela ins-

tituição”, recomendou.

eXpansãoPara 2017, o SESI também ampliou a oferta do ensino

médio a distância para jovens e adultos. Foram re-

alizadas mais de cinco mil inscrições, superando a

meta inicial de 2016, que era de três mil matrículas.

Até 2015, explicou a assessora de EJA do SESI, Gisele

Freitas, o serviço era oferecido apenas às indústrias,

mas foi ampliado para a comunidade. A meta é fechar

2017 com 5.500 matrículas.

A primeira turma de EJA Profissionalizante ofere-

ceu apenas 105 vagas. Entre os alunos matriculados,

está José Antonio Bispo dos Santos, de 46 anos. In-

Milena está

em busca

de nova

alternativa

profissional,

e José

Antonio

elogia a

metodologia

do SESI

Bahia Indústria 7

dustriário, ele é gerente em uma empresa terceirizada

da Ford, na área de alimentação, no Complexo Indus-

trial de Camaçari.

Com um curso de técnico em nutrição concluído,

ele não conseguiu obter o diploma porque não tem

o ensino médio. Ciente do problema, sua esposa, ao

navegar pela internet, ficou sabendo do programa de

educação a distância do SESI. José Antonio optou pe-

lo EJA Profissionalizante de Montador e Reparador de

Microcomputadores para agregar mais esta formação

ao seu currículo. “Para ampliar conhecimento e me

qualificar”, justificou, enxergando novas oportuni-

dades profissionais.

Ele elogiou a metodologia adotada, que leva em

conta os conhecimentos prévios. “Fiz várias avalia-

ções e vai faltar muito pouco para concluir o ensino

médio”, explica José Antonio, que já cursou o CPA e

pode eliminar algumas disciplinas.

Como explica Gisele Freitas, a Metodologia de Re-

conhecimento de Saberes (MRS) permite reconhecer,

validar e certificar as competências desenvolvidas

por jovens e adultos ao longo de sua vida. “É conce-

bida no contexto da educação ao longo da vida, cons-

tituindo um mecanismo que possibilita a redefinição

de projetos de educação”, acrescenta.

O momento para voltar a estudar é oportuno, na

avaliação de José Antonio: “Antes, não conseguia dar

continuidade”, explica, destacando os benefícios do

ensino a distância. Para o futuro ele pensa em outras

investidas. Pretende cursar uma faculdade. “Não tem

idade para adquirir conhecimento e o mercado exige

que as pessoas estejam sempre atualizadas”.

Milena Paixão Rocha Guimarães, de 25 anos,

também pensa assim. Quando viu a reportagem que

anunciava a oportunidade de concluir o ensino mé-

dio e ainda agregar uma formação profissional ela

não hesitou. Também inscrita para o curso de mon-

tagem de computadores, Milena explica que quer se

especializar nesta área e, após concluir a formação

do EJA Profissionalizante, vai buscar cursos comple-

mentares. Ela elogia a iniciativa do SESI de oferecer

esta modalidade de ensino. “A maioria das pessoas

trabalha e não teria esta facilidade e disposição para

estar todos os dias em sala de aula. O modelo a dis-

tância facilita bastante”, justifica. Milena parou de

estudar há sete anos, quando engravidou. Na época,

estava cursando o 1º ano do ensino médio. O modelo

adotado e a flexibilidade de horários é outro ponto

positivo, na avaliação dela. [bi]

Fotos: MArceLo GANDrA/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

8 Bahia Indústria

O meu conhecimento será para melhorar a vida das pessoas. Desejo fazer a diferença

Medicina em 1º lugarestudante do sesI foi o melhor aluno selecionado para o curso de Medicina da ufba

A divulgação do resultado fi-

nal do Sistema de Seleção

Unificada (Sisu) de 2017 teve

um gosto especial para o estudan-

te Igor Esquivel de Souza. Ao abrir

o portal e lançar sua senha, ficou

sabendo que foi o estudante clas-

sificado em 1º lugar para o curso

de Medicina da Universidade Fe-

deral da Bahia (Ufba). Ele obteve

814 pontos na média geral, na dis-

puta por uma das 32 vagas de am-

pla concorrência, em que a nota de

corte foi de 784 pontos.

Aos 19 anos, 16 deles passados

nas salas de aula das escolas do

SESI Bahia, onde entrou com 2

anos e saiu com 18, Igor procura

explicar o que fez dele um aluno

brilhante: “Curiosidade me de-

fine”, afirma, para justificar seu

gosto pelos estudos e seu desem-

penho. Mas não é só. Com nota de

900 pontos em redação e 934 em

matemática, Igor reconhece que

além de curioso, também teve

que estudar muito para alcançar

o resultado. “Quando penso no

quanto tive que estudar pra con-

seguir este resultado, posso dizer

que quando a gente se esforça

com dedicação, acaba recebendo

o que espera”.

Igor começou sua formação

escolar na Escola Bernardo Mar-

tins Catharino, no SESI Itapagi-

pe, e encerrou na Escola Djalma

Pessoa, onde cursou o EBEP, o

ensino médio do SESI articulado

com educação profissional do SE-

NAI. Com uma trajetória marca-

da por conquistas, Igor Esquivel Igor Esquivel, 1º lugar em Medicina da Ufba

foi medalha de ouro, em 2015, na

Olimpíada Baiana de Química,

promovida pela UFBA, e medalha

de bronze na Olimpíada Brasileira

de Química, na qual disputou com

alunos de estados do Nordeste.

reconheciMenToDepois de comemorar com a famí-

lia, a conquista de Igor Esquivel

foi destaque na primeira reunião

do Conselho do SESI de 2017, dia

16 de fevereiro, quando ele foi ho-

menageado. A reunião foi aberta

pelo presidente da Federação das

Indústrias do Estado da Bahia

(FIEB), Ricardo Alban, que pa-

rabenizou o estudante por suas

conquistas. A homenagem foi

conduzida pelo superintendente

Armando Neto. Participaram ain-

da a gerente de Educação Cléssia

Lobo, a diretora da Escola Djal-

ma Pessoa, Cristina Andrade, e o

conselheiro Djalma Pessoa, que

dá nome à escola onde Igor fez o

ensino médio.

Igor Esquivel é filho de indus-

triário do setor químico e revela

que encontrou no SESI o incentivo

que precisava para se dedicar aos

estudos. “Sempre fui incentivado

a buscar voos mais altos, inclusive

dando suporte técnico. No ensino

médio, tive professores excelen-

tes, que foram importantes para

eu decidir o trajeto da minha vi-

da”, ressalta Igor.

A mãe de Igor, Gilbene Souza,

credita o desempenho do filho a

um esforço que envolve a família e

a escola trabalhando juntas.

Beto JúNIor/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

circuito

Bahia Indústria 9

Por CLeber borges

Indústrias investem cada vez menosA crise econômica reduziu os

investimentos da indústria.

Apenas 67% das grandes

indústrias instaladas no Brasil

investiram no ano passado, e só

40% delas conseguiram tocar os

projetos como haviam planejado.

O percentual de empresas que

pretendem investir em 2017

também é de 67%, informa a

pesquisa divulgada pela

Confederação Nacional da

Indústria. O percentual de

empresas que investem cai ano a

ano. Chegou a 93% em 2010,

quando começou a pesquisa. Em

2016, ficou 7 pontos percentuais

abaixo dos 74% registrados em

2015. Entre as empresas que

investiram no ano passado, 36%

aplicaram recursos em novos

empreendimentos.

Venda de veículos cai, estoques sobemA venda de veículos novos no

Brasil alcançou 147.219 unidades

em janeiro, queda de 5,2% em

comparação com igual mês do

ano passado e tombo de 28%

sobre o resultado de dezembro,

conforme a Associação Nacional

dos Fabricantes de Veículos

Automotores (Anfavea). Por

segmento, os automóveis e

comerciais leves, juntos,

somaram 143.768 vendas em

janeiro, retração de 4% em

relação a janeiro de 2016. Entre os

pesados, foram 2.947 caminhões,

baixa de 33,3% ante igual mês do

ano passado. Nos pátios das

montadoras e das concessionárias

o estoque é suficiente para 38 dias

de venda, comparado a janeiro. O

ideal é que durem 30 dias.

Exportação impulsiona a produçãoApesar da retração no mercado interno, a produção das montadoras instaladas no

Brasil cresceu 17,1% em janeiro deste ano ante janeiro de 2016, mas caiu 12,9% em

comparação com dezembro, informou a Anfavea. No primeiro mês do ano, foram

produzidas 174.064 unidades, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e

ônibus. De acordo com a Anfavea, as exportações em valores de veículos e máquinas

agrícolas impulsionaram a produção em janeiro, com alta de 47,9% na comparação

com janeiro do ano passado, mas queda de 13,2% ante dezembro.

“Nos próximos anos, tudo que puder ser conectado à internet será conectado. Não adianta tentar lutar contra isso”.

Chris O’Neill, executivo canadense, presidente do Evernote, app com 200 milhões de usuários no mundo, que funciona como um bloco de notas inteligente.

Acordo entre blocos pode beneficiar brasileirosO lançamento oficial das

negociações entre o Mercosul e a

Associação Europeia de Livre

Comércio (EFTA) pode criar

oportunidades para a exportação

de 322 produtos brasileiros –

incluindo sucos, carnes,

automóveis e petroquímicos –

muitos deles produzidos na

Bahia. Um acordo com o bloco

europeu, que se situa fora da

União Europeia, dará acesso a um

amplo mercado consumidor,

cujas importações somaram

US$ 294 bilhões em 2016. O

EFTA é formado por

Suíça, Noruega,

Islândia e Liechtenstein.

10 Bahia Indústria

sindicatos

PDA define ações para 2017 Cursos sobre leis trabalhistas,

fiscalização do trabalho, NRs,

eSocial e regimes tributários

estão entre as ações do Programa

de Desenvolvimento Associativo

para 2017. Coordenado pela CNI,

o programa é executado na Bahia

pela FIEB. Serão 12 turmas de

cursos para empresários, em

Salvador e no interior. Também

estão programadas duas oficinas

para líderes e executivos

sindicais e um Bate-papo

Sindical.

Charuto baiano recebe reconhecimento da SeagriA história de mais de 450 anos de

plantio de tabaco no Recôncavo

da Bahia foi coroada com a

assinatura do termo de

delimitação geográfica de origem

pela Seagri. O documento

reconhece oficialmente a área

como detentora de características

exclusivas para produção de

charutos com qualidade. A ação

foi um dos passos finais em busca

do registro de Indicação

Geográfica de Denominação de

Origem para o charuto baiano.

ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

Dez consumidores baianos integraram o júri

popular que ajudou na escolha dos melhores

grãos de café do Brasil e na seleção do produtor

que venceu o 13º Concurso Nacional ABIC de

Qualidade do Café. Este ano, foram oito lotes

finalistas de quatro estados produtores: Bahia,

São Paulo, Paraná e Espírito Santo, que teve o

café campeão. Na Bahia, a avaliação foi

realizada na FIEB, em parceria com o Sincafé.

Além do júri popular, a avaliação conta com

análise de júri técnico, composto por

especialistas, e inclui ainda avaliação das

práticas sustentáveis da propriedade cafeeira.

Mapear as demandas do segmento para traçar um planejamento

estratégico que possibilite o crescimento do setor de cosméticos foi o

objetivo da Imersão Sindicosmetic. “É preciso compartilhar expertise

e tomar iniciativas coletivas em busca do crescimento do setor”,

destacou o presidente do sindicato, Raul Menezes, lembrando que é

preciso enxergar oportunidades mesmo diante do atual cenário

político-econômico do país. Esta também foi a mensagem do

psicólogo Alessandro Marimpietri. Ele pontuou que, diante da crise,

é preciso analisar a situação por diversos ângulos para traçar a

melhor estratégia de enfrentamento. O evento contou com palestra

sobre o Simples Nacional e com o case de sucesso da Avatim.

VALter PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

Alessandro Marimpietri ministrou palestra

Evento apresenta tendências da modaCom o apoio do Sindvest Feira,

foi realizado, em dezembro, o

Inova Moda Verão 2018, parceria

entre o Sebrae e SENAI que

aponta as tendências mundiais

da moda. O evento ocorreu no

Polimoda, centro que reúne lojas

de fábricas de confecções em

Feira de Santana, e contou com

palestra da consultora de design,

Ana Luiza Guimarães. “A ação

busca levar informação

atualizada aos empresários”,

afirmou Edison Nogueira,

presidente do Sindvest Feira.

Planejamento estratégico

baianos selecionam melhores cafés

Júri popular

avaliou oito

lotes de cafés

Bahia Indústria 11

ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

29ª Feira internacional da agropecuária • O Sindileite

marcou presença na 29ª Fenagro, no Parque de Exposições de

Salvador. No estande do sindicato, visitantes degustaram produtos

lácteos de indústrias baianas. “É uma oportunidade de nos

aproximar dos produtores de leite de todo o estado, além de

favorecer o networking e a troca de experiências entre

empresários”, explica Lutz Vianna, presidente do sindicato.

O portfólio de produtos das indústrias de cimento e gesso foi

apresentado no I Ciclo de Palestras Sinprocim-BA, na FIEB. “O portfólio

surge a partir das tratativas com o Governo do Estado, para promover

os produtos das empresas do nosso setor e fomentar sua utilização nas

obras públicas. Além dos produtos, o portfólio traz informações com

relação à normatização”, pontuou o presidente do Sinprocim-BA, José

Carlos Telles Soares. O 1º vice-presidente da FIEB, Carlos Gantois,

ressaltou a importância do evento para a qualificação das empresas do

setor, sobretudo as de menor porte. Ele destacou, ainda, a relevância do

segmento para o setor da construção civil.

Simagran lança Núcleo de Inovação e TecnologiaCom foco na busca e implantação de novas

tecnologias e soluções inovadoras nos processos

produtivos do setor, o Simagran-BA lançou o

Inovasim – Núcleo de Inovação e Tecnologia do

Simagran-BA. O setor de rochas ornamentais na

Bahia tem um grande potencial a ser explorado, o que

levou o sindicato a formar o Núcleo, que busca

identificar problemas do setor e desenvolver soluções,

além de atrair investimentos para financiar os

projetos. “Os empresários, muitas vezes, não têm

tempo para buscar novas tecnologias de processos

produtivos, bem como novas formas de utilização dos

seus produtos e rejeitos”, afirmou o presidente do

Simagran-BA, Marcos Régis, destacando, ainda, que

o Núcleo também tem o propósito de fomentar a

sinergia entre as instituições e o mercado,

diminuindo as distâncias entre os órgãos

fomentadores, universidades e o setor produtivo.

Carga tributária é desafio para SindicouroEmpossada em dezembro, a diretoria do Sindicouro

tem mandato até 2019. Presidente da entidade, o

empresário Sérgio Aloys Heeger afirma que ser

reeleito demonstra a união entre os associados em

busca de melhorias para o setor. Entre as

dificuldades, ele destaca a complexa e alta carga

tributária brasileira. “Chegamos a um nível

insustentável. A redução do poder aquisitivo do

consumidor reflete diretamente na competitividade

do setor industrial. Precisamos cobrar do governo a

simplificação ou a redução dos impostos. Para tanto,

o sindicato conta com o apoio da FIEB nas ações de

defesa de interesses”, afirmou Heeger.

Sindirepa capacita em temáticas comportamentaisO Sindirepa-BA realizou, de outubro a dezembro de

2016, seis turmas de cursos comportamentais, como

parte do projeto Trilha do Comportamento. O projeto

tem o propósito de atender à demanda de empresas

do setor para a formação de equipes capacitadas nos

aspectos comportamentais. “Esta questão tem

preocupado os reparadores tanto quanto os aspectos

ligados à capacitação técnica”, avaliou o presidente

do sindicato, Maurício Freitas.

sinprocim lança portfólio de produtos do segmento

Documento foi apresentado no I Ciclo de Palestras, realizado na FIEB

ANGeL

o P

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s/c

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to/s

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MA F

IeB

12 Bahia Indústria

No final de janeiro, seis

presidentes de federa-

ções da indústria, dentre

os quais o presidente da

FIEB, Ricardo Alban, e membros

da CNI, entregaram ao ministro

da Fazenda, Henrique Meirelles,

em Brasília, um documento com

21 propostas para aperfeiçoar o

Programa de Regularização Tribu-

tária (PRT), enviado pelo governo

federal ao Congresso Nacional, no

final de 2016, por meio da Medida

Provisória 766.

O PRT prevê a quitação de débi-

tos de natureza tributária ou não

tributária, contraídos por pessoas

físicas ou jurídicas junto à Receita

Federal ou à Procuradoria-Geral

da Fazenda Nacional. A MP 766, a

ser tratada no âmbito de uma co-

missão mista, formada por depu-

tados e senadores, faz parte de um

pacote de medidas, anunciadas

pelo governo Temer, para a reto-

mada do crescimento. “A reunião

FIEB quer ampliar alcance de medida provisóriao presidente ricardo Alban participou da reunião com o ministro da Fazenda, em que se discutiu também sobre os incentivos fiscais do IcMs

Por cleber borges

Documento

com 21

propostas de

melhorias no

texto do PRT

foi entregue

ao ministro

Meirelles

trias estão a redução de multas,

juros e encargos legais. Inclui

também a possibilidade de liqui-

dação do débito consolidado com

a compensação de outros créditos

que não exclusivamente os pró-

prios, exigência de notificações

com prova de seu recebimento

para o contribuinte, no caso de ex-

clusão do PRT, entre outras.

Boa iniciaTivaNo documento entregue às autori-

dades federais, as entidades des-

tacam que o programa representa

uma boa iniciativa por colocar

em pauta a necessidade de se fa-

cilitar o pagamento de obrigações

tributárias e não-tributárias com

o Estado. No entanto, o acúmulo

de juros e multas agravado pe-

la recessão econômica sufocam

as empresas, que se encontram

em “endividamento crescente”,

sendo necessário repensar tais

cobranças. Para elas, o cenário

com Meirelles teve como objetivo

buscar uma melhor compreensão

da Fazenda sobre as propostas de

emenda da Medida Provisória 766,

que serão discutidas no Congres-

so”, explicou Ricardo Alban.

Dias depois do encontro em

Brasília, no dia 5 de fevereiro, a

FIEB juntou-se à Federação do

Comércio de Bens e Serviços da

Bahia (Fecomércio) e à Federa-

ção da Agricultura do Estado da

Bahia (Faeb) e, juntas, divulga-

ram uma nota pública na qual

afirmam que, se o texto da MP

766 permanecer como está “não

será capaz de reduzir pendências

da grande maioria das empresas

brasileiras quanto às suas obriga-

ções tributárias e não tributárias

junto ao Fisco nacional”. Para que

seja efetivo e atinja seus propósi-

tos, diz a nota, o programa preci-

sa ser aperfeiçoado.

Entre as propostas elaboradas

pela CNI e federações de indús-

Bahia Indústria 13

exige “criar condições para normalizar a situação

fiscal das empresas para que o objetivo do Governo

Federal, que é a retomada do crescimento econômico,

seja alcançado”.

FIEB, Faeb e Fecomércio vão além. As três entida-

des representativas do empresariado baiano afirmam

que, se não for aperfeiçoado, o Programa de Regulari-

zação Tributária, lançado pelo Governo Federal, não

irá atingir seus propósitos.

Ainda segundo o documento, em razão do momen-

to econômico do país, que passa por uma de suas pio-

res recessões, com o fechamento de elevado número

de empresas em todos os setores da economia e a

consequente perda de milhões de postos de trabalho,

o sucesso do Programa de Regularização Tributária

depende do seu aperfeiçoamento, via emendas, no

âmbito do Congresso. Uma delas será a ampliação do

seu alcance, para incluir todos os créditos da União,

inclusive aqueles administrados pelos demais órgãos

da administração pública direta e indireta, incluindo

fundações e autarquias.

ponTos iMporTanTesOutros pontos são: Utilização da Taxa de Juros de

Longo Prazo – TJLP por ocasião do pagamento da

prestação mensal, em vez da Selic; redução de mul-

MIGueL ANGeLo/cNI

tas e encargos legais na consoli-

dação da dívida parcelada; pos-

sibilidade de que os depósitos

judiciais referentes a débitos in-

cluídos no PRT sejam resgatados

pelas empresas; possibilidade de

liquidação, total ou parcial, do

débito consolidado com a com-

pensação de créditos de terceiros

relativos a tributos administrados

pela Receita Federal.

Para FIEB, Faeb e Fecomércio é

preciso compreender que o crédito

é essencial à realização de investi-

mentos e o PRT precisa colaborar

de maneira mais efetiva para criar

um cenário favorável à expansão

da atividade econômica no pa-

ís. “Emendas importantes foram

apresentadas e o setor empresarial

baiano está disposto a discuti-las,

na certeza de que nossos deputa-

dos e senadores atuarão de ma-

neira decisiva para aperfeiçoar a

Medida Provisória 766”, afirma o

documento. [bi]

Principais Propostas Elaboradas pela CNI e Federações de Indústrias

»Redução de multas

»Redução de juros e encargos legais

»Possibilidade de liquidação do débito consolidado com a compensação de outros créditos que não exclusivamente os próprios

»Exigência de notificações com prova de seu recebimento para o contribuinte, no caso de exclusão do PRT

14 Bahia Indústria

Com quase 2.500 projetos

realizados por estudantes

de cursos técnicos, o méto-

do TheoPrax, adotado pelo

SENAI-BA desde 2007, estabele-

ceu-se como forma de aprender e

também de propor soluções para

problemas enfrentados pelas em-

presas industriais, principalmente

as de pequeno porte. A metodo-

logia, que alia a teoria à prática,

possibilita que alunos do terceiro

semestre ofereçam consultoria

técnica, supervisionada por pro-

fissionais experientes, por um cus-

to baixo, em valores que vão de R$

100 a R$ 2.500 por projeto.

Desenvolvida pelo Instituto

Fraunhofer de Tecnologia Quími-

ca, na Alemanha, a metodologia

TheoPrax é executada de forma

pioneira pelo SENAI-BA, que

“colhe” resultados positivos. Ini-

cialmente implantado nos cursos

técnicos presenciais, o método co-

Soluções para a indústriatheoPrax se consolida no seNAI-BA como metodologia e, ao mesmo tempo, oferta de consultoria para a indústria

Por carolina mendonça

porque este aluno sai daqui com

uma experiência profissional”, diz.

Empresas de todos os portes já

foram contempladas com a meto-

dologia. Um dos clientes dos alu-

nos, em 2015, foi a maior produto-

ra nacional não integrada de cobre

primário, a Paranapanema, que

procurou a instituição buscando

melhorar a medição da vazão no

processo do refino do metal, que

era totalmente manual, o que in-

duzia ao erro. Dois estudantes do

Curso Técnico em Automação da

unidade Lauro de Freitas desen-

volveram um sensor ultrassônico

que, associado a um microcom-

putador, faz os cálculos da vazão,

apresentando o valor mensurado

no display LCD, o que garante uma

medição precisa.

“Os estudantes mostraram ter

conhecimento do assunto e desen-

volveram um protótipo de medi-

dor que, com alguns ajustes, aten-

meça, este ano, a ser aplicado tam-

bém entre os alunos que estudam

a distância e vai ganhar, até 2018,

uma adaptação para os cursos de

Aprendizagem Básica (CAI), com

dois meses de duração, em média.

Gestores de outros SENAI pelo pa-

ís, a exemplo de Santa Catarina,

Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro

já demonstram interesse em repli-

car o modelo em seus estados.

A estrutura do método vem

se mostrando vantajosa para es-

tudantes, empresários e para a

própria entidade, como analisa o

coordenador do Centro TheoPrax,

Augusto Araújo. “Ao aluno é apre-

sentado um desafio real, fazendo

com que ele ponha em prática o

que aprendeu no curso e pise os

pés no mercado. As empresas têm

a oportunidade de contratar uma

consultoria técnica de qualidade

por um valor muito baixo, e a ins-

tituição estabelece um diferencial,

Estudantes

são preparados

para

desenvolver

soluções

práticas, como

o carrinho

elétrico (acima,

à esq)

Bahia Indústria 15

Fotos: João ALVArez/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

deu satisfatoriamente à necessidade da área”, conta o

coordenador de produção da Divisão de Cátodos (ele-

trodos negativos) da Paranapanema, Roberto Müller.

O projeto foi um dos destaques do Prêmio TheoPrax

2016, ficando em 3° lugar na competição. Uma das

responsáveis pela solução, a ex-aluna Joilma Batis-

ta, conta por que a experiência foi interessante. “O

contato direto com a empresa e o fato de termos que

resolver um problema real nos deu a vivência de um

verdadeiro profissional da área”.

“Os alunos se relacionam diretamente com a em-

presa sob a supervisão de professores e coordenado-

res. São eles que apresentam a proposta, o plano de

trabalho, com prazos e custos, e a solução final, sen-

do esta um protótipo ou a melhoria de um processo”,

explica Augusto Araújo. Ele afirma que a experiência,

em 20% a 30% dos casos, resulta em contratação de

novos empregados.

Para as empresas de pequeno porte, o retorno deste

tipo de consultoria pode ser ainda maior. O empresário

Antônio Neto, sócio da Gallu’s, especializada em fran-

gos congelados, viu o negócio de sua família crescer

sem ter como contratar mais gente para fazer as entre-

gas. Ele entrou em contato com o SENAI, que enviou

alunos do curso Técnico em Logística para a “missão”.

Depois de um diagnóstico, os estu-

dantes desenvolveram um quadro

de gerenciamento de entregas e um

mapa de roteirização virtual, redu-

zindo o tempo em 8,34% e a distân-

cia dos percursos em 24,49%.

“O investimento que fizemos foi

irrisório, demos apoio para o trans-

porte e a alimentação dos estudan-

tes, e os resultados foram bastante

proveitosos pois, reduzindo o tem-

po e os percursos, diminuímos os

custos”, explica Antônio Neto.

carro eLÉTricoOs projetos são prospectados pelo

Centro TheoPrax, que identifica

possíveis desafios para os alunos

da instituição e atua na formação

das equipes. E assim se formou o

grupo que construiu o carro eco-

lógico, um veículo que funciona

com força humana e energia elétri-

ca e chamou a atenção do público

na 9ª edição da Olimpíada do Co-

nhecimento 2016, em Brasília.

Desenvolvido por alunos e

professores dos cursos técnicos

de Mecânica, Mecatrônica e TI

de Salvador e Feira de Santana, o

carro, que transporta uma pessoa

de até 90 kg e altura de 1,80m, foi

escolhido embaixador na ocupa-

ção Tecnologia de Manufatura e

Engenharias da maior competição

de educação profissional das Amé-

ricas. O veículo tem como propos-

ta a autonomia e a integração com

o transporte público coletivo das

grandes cidades e centros urba-

nos, podendo ser acionado pelo

celular, via bluetooth.

Para um dos integrantes da

equipe do carro, o aluno do Curso

Técnico em Mecatrônica do SE-

NAI Feira de Santana, Carlos Her-

mon Peixoto, 22, a elaboração do

projeto foi uma oportunidade de

ampliar os horizontes do conheci-

mento. “Tivemos que estudar as-

suntos que a gente não conhecia,

trocar ideias, buscar a internet,

livros, foi gratificante”, conta.

Já o coordenador do curso e do

projeto, Edeilson Brito Santos, en-

fatiza que este tipo de desafio con-

tribui para o processo de amadu-

recimento dos estudantes. [bi]

Vantagens do Theoprax para as empresas

» Baixo custo

» Otimização de recursos

» Solução de problemas/melhoria de processos

» Foco na demanda da empresa

» Identificação de talentos

» Estudantes e profissionais experientes

» Inovação

16 Bahia Indústria

ito em cada dez brasileiros têm

o desejo de trabalhar em ca-

sa ou em locais alternativos à

empresa, conforme sua neces-

sidade. Além disso, 73% dos

trabalhadores querem ter mais

flexibilidade na jornada de trabalho, adequando

horários de entrada, de almoço e de saída do tra-

balho. É o que mostra a pesquisa Flexibilidade no

Mercado de Trabalho, da Confederação Nacional

da Indústria (CNI), feita em parceria com o Ibope.

Segundo a pesquisa, o brasileiro gostaria de ter

mais espaço para negociar com a empresa opções

para suas rotinas de trabalho, mesmo que isso sig-

nifique flexibilizar regras trabalhistas. O levanta-

mento mostra, ainda, que além do chamado home

office ou da possibilidade de uma jornada flexível,

cresceu o interesse do brasileiro por alternativas

para o seu dia a dia, que permitam adequações na

rotina de trabalho de acordo com suas necessida-

des pessoais (ver quadro ao lado).

Por exemplo, 64% dos entrevistados – ante 58%

Leis criadas há mais de sete décadas não atendem mais às necessidades do mundo contemporâneo, ditado pelas novas tecnologias

BrasiLeiro quer negociar FLeXiBiLiDaDe no TraBaLho

Por cleber borges

rotinas Set/15 Set/16 horário de trabalho 71% 73% Poder escolher horário de chegar e sair do trabalho

Local de trabalho 73% 81% Trabalhar de casa ou em locais alternativos quando preciso

Intervalo/Sair mais cedo 58% 64% Redução do horário de almoço para sair mais cedo do trabalho

Fracionamento de férias 53% 60% Poder dividir os 30 dias de férias em mais vezes

horas e folgas 63% 67% Trabalhar mais horas por dia em troca de folgas

FoNte: retratos da Sociedade Brasileira: Flexibilidade no mercado de trabalho 2016 (CNI/Ibope)

O que já pode mudarEntre 2015 e 2016 aumentou o percentual dos que desejam liberdade para negociar

Bahia Indústria 17

18 Bahia Indústria

MArceLo GANDrA/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

em 2015 – gostariam de reduzir o

intervalo de almoço para, em con-

trapartida, sair mais cedo do tra-

balho e poder evitar o horário de

pico de trânsito. A pesquisa indica

também que o trabalhador gostaria

de poder dividir os 30 dias anuais

de férias em mais de dois períodos

e com períodos mais curtos: 60%

dos entrevistados se mostraram

favoráveis a esta possibilidade, em

relação a 53% da pesquisa anterior.

MoDernizaçãoHoje, existem no Brasil 12 milhões

de desempregados, de acordo

com o IBGE. Também existem 8

milhões de ações transitando na

Justiça do Trabalho. Ambas são es-

tatísticas que expõem os efeitos no

mundo real de uma legislação tra-

balhista dissociada da realidade.

Modernizar e desburocratizar

as relações do trabalho no Brasil

são uma necessidade a cada dia

mais premente. As leis trabalhis-

tas estão definidas na Consolida-

ção das Leis do Trabalho (CLT),

publicada em 1943. À época, ela

representou um importante avan-

ço na proteção do trabalhador.

Mas, com os avanços da tecnolo-

gia e a evolução nas formas de se

produzir, a CLT se tornou obsoleta

sob diversos aspectos, sobretudo

em relação às novas formas de tra-

balho, realizado à distância e com

rotinas flexíveis – incompatível

com o obrigatório cartão de ponto.

Um exemplo de adaptação ne-

cessária é quanto ao desejo do

trabalhador negociar a redução do

horário de almoço com a contrapar-

tida de sair mais cedo do trabalho,

que tem respaldo na Constituição

de 1988, a qual reconhece a nego-

ciação coletiva como um direito de

todo trabalhador (art. 7º, XXVI). No

entanto, as empresas que avançam

nesse sentido correm o risco de responderem ações

trabalhistas, uma vez que a Justiça do Trabalho en-

tende que o intervalo mínimo de uma hora é ques-

tão de saúde e segurança do trabalho e não pode ser

objeto de negociação coletiva.

Nesse sentido, soa como um avanço o Projeto

de Lei nº 6.787/16, anunciado pelo governo fede-

ral, no final do ano passado, estabelecendo pontos

que poderão ser negociados entre patrões e em-

pregados e que, em caso de acordo, passarão a ter

força de lei (veja a lista de pontos a seguir).

Um dos pontos em que o “negociado” prevale-

ce sobre o “legislado” é o da jor-

nada semanal (que pode ter além

das 44 horas da jornada padrão

mais quatro horas extras). Por

exemplo, em caso de acordo en-

tre a empresa e os trabalhadores,

a jornada em um único dia pode

chegar a até 12 horas (oito horas

normais mais quatro horas ex-

tras), respeitado o limite de 48 ho-

ras semanais (o trabalhador não

poderá fazer mais nenhuma ho-

ra extra no restante da semana).

Essa possibilidade de flexibilizar

a jornada proporcionará mais se-

gurança jurídica para empresas e

trabalhadores.

Para o presidente da Confede-

ração Nacional da Indústria (CNI),

Robson Andrade, as modificações

na legislação trabalhista propos-

tas pelo governo são importantes,

pois a negociação coletiva é a for-

ma pela qual empresas e traba-

lhadores, por meio de sindicatos,

assumem o "protagonismo" ao

formularem condições e rotinas de

trabalho, sempre de acordo com

as garantias da Constituição. Para

Andrade, o próximo passo do go-

verno deveria ser regulamentar o

trabalho terceirizado, que abran-

ge 13 milhões de brasileiros.

Por sua vez, o presidente da

FIEB, Ricardo Alban, afirma que

"a proposta, caso aprovada no

Congresso, dará mais segurança

jurídica aos empresários e traba-

lhadores e garantirá a retomada

das contratações com a perspecti-

va de recuperação da economia".

Para o secretário-geral da Força

Sindical, João Carlos Gonçalves, a

proposta de reforma trabalhista

"significa valorizar a negociação

entre trabalhador, sindicato e em-

presa". Segundo ele, isso diminui-

rá o número de processos na Justi-

ça trabalhista.

“A proposta, caso aprovada no Congresso, dará mais segurança jurídica aos empresários e trabalhadores e garantirá a retomada das contratações de recuperação da economiaRICARDO ALBANpresidente da fieb

Bahia Indústria 19

NEGOCIADO PREVALECE SOBRE O LEGISLADOO que for negociado pelos trabalhadores com as empresas, prevalece sobre o legislado. Com isso, acordos fechados pelas categorias terão peso legal, evitando a judicialização. Pontos que poderão vir a ser negociados:

PROTEÇÃO AO EMPREGOSerá prorrogado o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), criado em julho de 2015, pelo qual o trabalhador tem a jornada e o salário reduzidos em até 30%, mas com manutenção do emprego. A redução da jornada de trabalho, que deve ter duração de até seis meses, poderá ser prorrogada por períodos de seis meses - desde que o período total não ultrapasse vinte e quatro meses.

PRINCIPAIS PONTOS DA

REFORMA TRABALHISTA

JORNADA DE TRABALHOA proposta do governo mantém a jornada padrão de trabalho de 44 horas semanais com mais quatro horas extras, podendo chegar a até 48 horas por semana.

TRABALHO TEMPORÁRIOAumento do prazo de contratação de 90 dias prorrogáveis por mais 90 dias para um período de 120 dias com possibilidade de prorro-gação por mais 120 dias. São assegurados ao trabalhador tem-porário os mesmos direitos previs-tos na CLT relativos aos contrata-dos por prazo determinado (FGTS, adicionais, horas-extras etc).

REGIME PARCIALNo regime parcial de trabalho haverá ampliação do prazo de até 25 horas semanais para até 26 horas semanais, com 6 horas extras, ou 30 horas semanais sem horas extras.

INSPEÇÃO DO TRABALHO E TRABALHO INFORMALPara combater a informalidade no mercado de trabalho, o empregador que mantiver empregado não registrado ficará sujeito a multa no valor de R$ 6 mil por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada reincidência. O valor da multa será de R$ 1 mil por empregado não registrado, quando se tratar de microempresa ou empresa de pequeno porte.

▸ Parcelamento das férias em até três vezes, com pelo menos duas semanas conse- cutivas de trabalho entre uma dessas parcelas.

▸ Limite de 220 horas na jornada mensal, incluindo horas extras.

▸ O direito à participa-ção nos lucros e resultados da empresa.

▸ Formação de banco de horas, sendo

garantida a conversão da hora que exceder a jornada normal com um acréscimo mínimo de 50%.

▸ O tempo gasto no percurso para se chegar ao local de trabalho e no retorno para casa.

▸ Intervalo para almoço com, no mínimo, 30 minutos.

▸ Trabalho remoto.▸ Remuneração por

produtividade.

20 Bahia Indústria

HomEro ArANdAS arTigo

O rígido sistema trabalhista, construído na época

de uma economia agrária, tem como premissa a hi-

possuficiência do trabalhador. Esse sistema legal se

mostra distanciado do mundo moderno, de uma eco-

nomia globalizada que exige novas formas de traba-

lho. E traz uma consequência indesejada: existem, no

Brasil, quase 8 milhões de ações na área trabalhista.

A crescente insegurança jurídica que caracteriza o

sistema trabalhista brasileiro, acentuada pela mudan-

ça constante de interpretações dos tribunais e de ór-

gãos de fiscalização, surpreende o empreendedor com

passivos imprevisíveis. O que provoca a fuga de inves-

timentos produtivos inibindo a criação de empregos.

É preciso desideologizar o debate e adotar solu-

ções óbvias. Não precisamos discutir toda uma refor-

ma trabalhista, vamos começar com ações simples e,

à medida dos seus efetivos resultados, aprofundar-

mos novas ações.

Não defendemos a revisão e descarte de toda a le-

gislação trabalhista, apenas afirmamos que ela não

está adequada à realidade produtiva e do trabalho,

em plena era da revolução digital, marcada pelo al-

tíssimo grau de interconexão do mundo. Surge, em

países como a Alemanha, a chamada Indústria 4.0,

que se caracteriza pelo alto grau tecnológico, aten-

dimento quase personalizado ao cliente e uma forte

conectividade na produção. Isso muda tudo.

Que tal começarmos no Brasil:

• Estimulando e prestigiando a negociação coletiva

entre categorias organizadas e representadas por sin-

dicatos legal e legitimamente constituídos? Que tal

assegurarmos que aquilo que foi negociado por repre-

sentantes dos empregados e dos empregadores tenha a

mesma força de Lei, estando assim o Judiciário e o Mi-

nistério Público desautorizados a modificá-los. O STF

começa a se posicionar nessa direção. Aliás, a Cons-

tituição Federal já assegura isso: ... “reconhecimen-

to das convenções e acordos coletivos de trabalho” e

adiante: ... “é obrigatória a participação do sindicato

nas negociações coletivas de trabalho”

• Estabelecendo no país uma legislação sobre tercei-

rização que proteja os quase 13 milhões de trabalha-

dores que hoje trabalham nessa condição em empre-

sas de serviços. Terceirização não se confunde com a

contratação de mão de obra através de interposta pes-

soa. A terceirização é um fato do mundo atual, uma

realidade presente em todas as cadeias produtivas e

responsável por milhões de empregos formais. A Sú-

mula 331, do TST, que trata do tema, traz a contestada

divisão da atividade produtiva em atividades-fim e

atividades-meio, permitindo a terceirização apenas

na última hipótese.

A Constituição Federal, dentre suas cláusulas pé-

treas, garante que “ninguém será obrigado a fazer

ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da

lei”; estabelece, ainda, que a ordem econômica deve

ser fundada na valorização do trabalho e na livre ini-

ciativa, tendo por finalidade assegurar a todos uma

existência digna, observados os princípios da livre

concorrência, a busca do pleno emprego, asseguran-

do a todos o livre exercício da atividade econômica,

independentemente da autorização de órgãos públi-

cos, salvo nos casos previstos em lei. O STF julga, no

momento, a constitucionalidade da Sumula do TST.

Enfim, não interessa a empresários e trabalhado-

res brasileiros a manutenção e agravamento do cená-

rio que ora o país enfrenta. Para alcançar e manter o

desenvolvimento social e o crescimento econômico é

fundamental encarar o desafio da produtividade, e a

variável trabalhista é essencial.

Estudos sugerem que estaríamos iniciando uma

quarta revolução industrial. Precisaremos de profis-

sionais cada vez mais capacitados e uma legislação

moderna, capaz de atender, de forma dinâmica, neces-

sidades e interesses dos trabalhadores e das empresas.

A França, citada como exemplo de uma socieda-

de socialmente evoluída, com legislação trabalhista

excessivamente protetiva, constatou ser menos com-

petitiva que os demais países europeus. Vive hoje um

déficit de crescimento e de empregos (desemprego de

10% da PEA, em 2015).

Buscou nesse cenário a motivação, mesmo sob

protestos, com racionalidade e determinação, para

modernizar o seu sistema trabalhista, adotando uma

legislação menos complexa, centrada em princípios

fundamentais, com o intuito de proteger os trabalha-

dores, incentivar a contratação e reforçar o diálogo

nas relações trabalhistas. O ponto central da reforma

está no privilégio dado às negociações coletivas (es-

pecialmente aos Acordos Coletivos) e em ajustes de

alguns direitos via negociação, tornando aquele país

mais competitivo e atrativo a investimentos. [bi]

A quem interessa esse cenário trabalhista?

homero Arandas é coordenador do Conselho de Relações Trabalhistas da FIEB

Bahia Indústria 21

conselhos

secretário marca presença na primeira

reunião do Comam

José geraldo

dos Reis teve

encontro com

lideranças

empresariais

na FIEB

O novo Secretário de Meio Ambiente do Estado da

Bahia, o sociólogo e professor José Geraldo dos Reis

Santos foi o convidado da primeira reunião de 2017

do Conselho de Meio Ambiente (Comam), realizada

dia 9 de fevereiro de 2017. Geraldo Reis, que foi

diretor-geral da Superintendência de Estudos

Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) do governo

Jaques Wagner e secretário de Justiça, Direitos

Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) do

governo Rui Costa, substitui Eugênio Spengler na

pasta. Ele foi recebido com uma apresentação da

Gerência de Meio Ambiente e Responsabilidade

Social da FIEB, que demonstrou as ações realizadas

pela área no acompanhamento da questão

ambiental e orientação às indústrias para

atendimento à legislação. O novo gestor deu a tônica

da sua gestão, que irá priorizar a modernização do

sistema de fiscalização e de licenciamento

ambientais. Reis falou ainda que assumirá o papel

mediador dos diversos interesses que envolvem a

questão ambiental. “Chego com o propósito de

atuar como mediador e apaziguador de conflitos, de

forma a evitar que eles venham a travar o

desenvolvimento da Bahia”, sintetizou.

Parceria internacional capacita em gestão PortuáriaPor meio de uma parceria firmada entre o

SENAI Cimatec e o Porto de Antuérpia

(APEC), com apoio do Conselho de Portos da

FIEB, foi realizado, em dezembro, o Curso

Internacional de Gestão Portuária. O objetivo

foi qualificar profissionais de ponta da área,

aperfeiçoando-os na operacionalização de

portos e terminais. A ação é o primeiro

resultado do acordo de cooperação firmado

entre as instituições quando da ida do

presidente FIEB, Ricardo Alban, à Antuérpia,

Bélgica, com o diretor de Tecnologia e

Inovação do Cimatec, Leone Andrade. Além

de cursos de qualificação de alto nível, a

parceria prevê outras possibilidades como:

um módulo internacional do MBA Executivo

em Gestão Portuária, oferecido pelo SENAI

Cimatec, missões internacionais, e atuação

conjunta em projetos de PD&I.

Bancos Sociais fecham o ano com balanço positivo Com 16 indústrias cadastradas e 15 parceiros,

os Bancos de Articulações Sociais FIEB,

iniciativa do Conselho de Responsabilidade

Social (Cores), fecharam o primeiro ano de

atividades, com resultados positivos. Os

bancos de Vestuário, Material de Informática

e de Projetos Sociais, que buscam estimular

práticas sustentáveis nas indústrias baianas,

foram responsáveis pela doação de 9,7

toneladas de tecidos para instituições que

trabalham com artesanato e projetos sociais;

1.218 materiais de resíduo eletrônicos

(computadores e notebooks), para instituições

do terceiro setor que reutilizam, reciclam ou

realizam o descarte correto; e 2,5 toneladas de

papeis e papelão. Entre as ações do Banco de

Projetos Sociais, a indústria da Construção

Civil contribuiu com resíduos de obras e

fardamentos para o Projeto Passport0342, que

reutiliza os materiais para reformar casas de

famílias carentes e transformar fardamentos

em uniformes escolares.

ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

22 Bahia Indústria

minions, vaqueiros estili-

zados, Mario Brothers,

toucas coloridas de bichos

bem esquisitos e até um rei Midas.

Parecia um Carnaval antecipado,

mas na verdade cada time vestiu a

fantasia para participar da 4ª edi-

ção da etapa Regional Nordeste do

Torneio de Robótica First Lego Le-

ague (FLL). Promovido pelo SESI,

Lego Education e First, o torneio

de robótica educacional aconte-

ceu nos dias 17 e 18 de fevereiro,

na Escola Reitor Miguel Calmon,

em Salvador.

Foram 23 equipes da Bahia, Ala-

goas e Sergipe concorrendo a uma

das seis vagas para a etapa nacio-

nal, que será realizada nos dias 17 a

19 de março, em Brasília. A disputa

na Capital Federal, por sua vez, é

classificatória para o campeona-

to internacional do FLL que conta

com a participação de 80 países.

Na festa de encerramento do

Apaixonados por robóticaequipes da Bahia, Alagoas e sergipe disputaram a etapa regional do torneio de robótica FLL em salvador

Beto JúNIor/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

Torneio de Robótica First Lego League, a coordena-

ção do torneio regional anunciou uma novidade que

fez vibrar os participantes: a ampliação do número

de equipes classificadas para a etapa nacional, que

passou de quatro para seis este ano. “A nossa compe-

tição vem crescendo ano a ano e isso nos habilitou a

pleitear a ampliação de vagas para a etapa nacional”,

explicou Fernando Didier, coordenador do programa

de robótica educacional do SESI Bahia e organizador

do Festival.

Os Champion's Award da quarta edição foram as

equipes Tecmade (AL), que ficou em 1º lugar, Atabóti-

ca (AL), em 2º, e Dynasty (SESI-BA), na 3ª colocação.

Além dos três primeiros colocados, Tecnomaníacos

(SESI-BA), Robocoe (SE) e RoboCamb (AL) também

vão representar o Nordeste em Brasília.

Além da categoria Champion’s Award, que clas-

sifica para o torneio nacional, o Torneio de Robótica

FLL premiou os participantes em outras 11 categorias

(ver quadro), valorizando itens como desempenho de

robôs, programação, solução inovadora e processo de

pesquisa. O tema do Torneio FLL deste ano foi Animal

Allies, que estimulou os competidores a buscar solu-

ções inovadoras para resolver problemas de coopera-

ção entre seres humanos e animais. [bi]

PREMIAÇÃO DO TORNEIO FLL 2017 – REGIONAL BAHIA

Equipes classificadas para o Torneio Nacional 1º – Tecmade (AL)2º - Atabótica (AL)3º – Dynasty (SESI-BA)Tecnomaníacos (SESI-BA)Robocoe (SE)RoboCamb (AL)

Outras CategoriasChampion's Award1º lugar Tecmade2º lugar - Atabótica3º lugar - Dynasty

Campeão das Finais Robolife (SESI-BA)

Desempenho de Robô Tecmade (AL)

Design MecânicoTechcoe (SE)

ProgramaçãoAutobot (BA)

Estratégia e InovaçãoRobolife (SESI-BA)

Processo de PesquisaMidas (SESI-BA)

Solução InovadoraAllego (AL)

Apresentação da pesquisaInvictus Lego Team (SESI-BA)

InspiraçãoRobocamb (AL)

Trabalho em equipe Tecnomaníacos (SESI-BA)

Gracious PrefessionalismRobocoe (SE)

»Veja fotos no Flickr/sistemafiebEquipes de vários estados participaram da competição em Salvador

Bahia Indústria 23

Inserção no mercadoserviço oferecido pelo Instituto euvaldo Lodi apoia empresas baianas no recrutamento de profissionais

Sandro Lisboa,

da Soft Line,

contratou

Jéssica Silva e

Lucas Soares

VALter PoNtes / coPerPhoto / sIsteMA FIeB

Avaliar as competências técnicas, as qualidades

comportamentais e identificar se há alinha-

mento dos profissionais aos valores da empresa

são alguns dos principais pontos de um processo de

recrutamento e seleção de pessoal. Com expertise de

dez anos na área, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA)

tem apoiado empresas baianas neste desafio com o

Serviço de Seleção de Profissionais, que recruta fun-

cionários, trainees, terceiros e consultores para em-

presas de todos os ramos.

“Com a inclusão deste serviço no portfólio, o IEL

busca se consolidar no mercado como provedor de

soluções na área de Desenvolvimento de Carreiras.

Oferecemos serviços para as diferentes etapas da tra-

jetória profissional, iniciando com jovem aprendiz,

passando pelo estágio até a seleção de profissionais”,

ressalta a gerente de Desenvolvimento de Carreiras

do IEL, Edneide Lima.

Ela explica que o processo seletivo é personaliza-

do de acordo com as necessidades de cada empresa.

Além do banco de currículos qualificado, um diferen-

cial do serviço é a equipe composta por profissionais

de Recursos Humanos e psicólogos, que identificam

profissionais com o perfil mais aderente às demandas

das empresas.

No último ano, quase 100 profissionais foram in-

seridos no mercado de trabalho através do IEL. Uma

das empresas que solicitou apoio nesta área foi a Soft

Line Sistemas de Informação, que há sete anos atua

com desenvolvimento e implantação de software.

A empresa contratou dois colaboradores. “O pro-

cesso é rápido e recebemos um relatório detalhado

com o perfil dos candidatos, indicando os mais ade-

quados”, relata o sócio administrador da empresa,

Sandro Lisboa. Ele destaca que os profissionais sele-

cionados pelo IEL estão na empresa até hoje. “Isso de-

monstra a assertividade do IEL na seleção dos profis-

sionais, identificando aqueles com perfis adequados

à nossa necessidade”, acredita.

Uma das funcionárias contratadas foi a gerente

de contas Jéssica Silva, que ficou bem impressiona-

da com os retornos a cada etapa do processo. “Vi que

existe uma preocupação de acompanhamento em re-

lação ao processo seletivo. Participei de outras sele-

ções e sentia dificuldade em ter esse retorno, sendo

ele positivo ou não. Esse feedback é importante por-

que o candidato não fica na expectativa”, avalia.

Outro colaborador selecionado para a Soft Line foi

Lucas Soares, da área comercial. “O processo foi rápi-

do. Participei da dinâmica de grupo, da entrevista e

fui selecionado para entrevista com o diretor. Até en-

tão não sabia que o IEL oferecia esse serviço. Hoje sei

que a atuação do instituto é mais ampla, incluindo

apoio à gestão empresarial”, pontua.

O gerente administrativo e financeiro da Assiste

Administradora de Benefícios, Marcelo Bastos, este-

ve dos dois lados no processo: participou da seleção

como candidato e como contratante. A primeira con-

tratação realizada com o apoio do IEL foi em 2014,

quando a empresa de benefícios de saúde e odonto-

lógico precisou de reforço na área administrativa.

“Sabia da qualidade do processo seletivo do IEL, pois

já havia participado de uma seleção como candidato.

Na parte técnica, as etapas são feitas com cuidado e

profissionalismo. A gente se sente amparado pelo IEL

em todo o processo”, conta.

As empresas interessadas no serviço de Seleção de

Profissionais podem entrar em contato pelo telefone

3343-1441 ou pelo e-mail [email protected]. [bi]

24 Bahia Indústria

João ALVArez/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

Triplicar a produção onshore (terrestre) no pa-

ís até 2030. Esta é a meta do Programa para

Revitalização da Atividade de Exploração e

Produção de Petróleo e Gás Natural em Áre-

as Terrestres (Reate), do governo federal, lançado em

27 de janeiro, no SENAI Cimatec, em Salvador, com a

presença do ministro de Minas e Energia, Fernando

Coelho Filho. O anúncio animou empresários e repre-

sentantes de entidades ligadas ao setor, especialmen-

te os baianos, já que o estado já foi o maior produtor

de petróleo, principalmente em terra, e hoje produz

não mais do que 40 mil barris/dia.

A produção atual em terra no Brasil é de 143 mil

barris diários de óleo e 26 milhões m3/dia, em 8 esta-

dos. “Com o território que temos, nós produzimos (em

terra) metade do que a Argentina e Equador produzem.

O governo quer dinamizar o setor ouvindo a indústria

e todos os interessados em nos subsidiar para criar

políticas que aumentem a competitividade e gerem di-

visas, emprego e renda”, disse o ministro na ocasião.

Injeção de ânimoPor carolina mendonça

Lançamento de programa de incentivo à produção em campos terrestres cria expectativas entre empresários baianos

Com três frentes estratégicas de atuação, o Reate

terá foco na consolidação, atração e diversificação de

operadores; adequação regulatória e disponibilidade

de bens e serviços no Brasil. Para o coordenador do

Conselho de Petróleo, Gás e Naval da FIEB, Humber-

to Rangel, o lançamento do programa coroou um es-

forço que a Federação vem fazendo em parceria com

outras instituições do setor, notadamente a Abpip, e

encerra uma etapa de estabelecimento de condições

institucionais para que haja uma retomada da produ-

ção on shore na Bahia.

“A partir de agora é o desafio de colocar isso em

prática. Nós vamos ter, no ano que vem, novas licita-

ções, está em andamento o projeto Topázio da Petro-

bras, que implica na transferência de áreas de pro-

dução para o setor privado, mas o resultado tem que

ser medido em termos da produção, de interiorização

das oportunidades de trabalho, principalmente no

Recôncavo”, disse o secretário de Desenvolvimento

Econômico do Estado, Jaques Wagner.

Ministro

Fernando

Coelho Filho

apresentou

o Reate

Bahia Indústria 25

“Para a Petrobras, que tem um

custo fixo maior e interesse por

áreas que têm uma produtividade

muito maior, pode não ser tão in-

teressante explorar esses poços.

Mas temos todo um conjunto de

pequenas e médias empresas que

podem gerar um volume de em-

prego significativo, gerar ICMS

pela extração. É uma riqueza que

está parada”, acrescentou o novo

gestor da SDE.

geração De eMpregosA ideia é concentrar esforços, a

partir também de consultas públi-

cas, trabalhando para propiciar o

desenvolvimento regional e esti-

mular a competitividade nacional.

De acordo com o MME, a iniciativa

pode gerar mais de 10 mil novos

empregos diretos e indiretos e mo-

vimentar a economia de centenas

de municípios.

Também é uma meta do progra-

ma dinamizar o mercado produti-

vo de gás natural, dando suporte

a um desenvolvimento industrial

regional, notadamente nas regi-

ões Nordeste, Centro-Oeste e Nor-

te do Brasil. O governo pretende

aprovar as medidas elencadas

no programa até 8 de junho, para

quando está prevista uma reunião

do Conselho Nacional de Política

Energética (CNPE).

Para o presidente da Asso-

ciação Brasileira de Produtores

» Road-show das Rodadas de Licitação;» Sinergia com programa de desinvestimento da Petrobras;» Definição de um calendário de oferta de novas áreas com mix apropriado de áreas a serem ofertadas;» Comercialização do óleo e do gás;» Alternativas de financiamento.

» Exigências compatíveis ao nível de complexidade dos ativos terrestres;» Fomentar sinergias no processo de licenciamento ambiental dos Estados;» Questões tributárias.

» Levantamento da demanda e oferta de bens e serviços;» Atração de novos fornecedores;» Desenvolvimento tecnológico;» Questões tributárias

Frentes Estratégicas do Reate

consoLiDação, aTração e

DiversiFicação De operaDores

aDequação reguLaTória

DisponiBiLiDaDe De Bens e

serviços no BrasiL

Independentes de Petróleo e Gás

(Abpip), Marcelo Magalhães, essa

é a oportunidade de reconstruir

a indústria onshore. “A produ-

ção da Bahia caiu mais de 24%

nos últimos dois anos, e a gente

acredita que isso pode ser rever-

tido, gerando empregos e desen-

volvendo a atividade econômica.

Esperamos que as medidas que

serão tomadas possam promover

o desenvolvimento da indústria

do petróleo no estado”, contou o

presidente da Abpip.

Durante a solenidade, o dire-

tor geral da Agência Nacional do

Petróleo (ANP), Décio Oddone,

também anunciou novidades: a

aprovação pela agência da pri-

meira renovação de concessão da

rodada zero de campo baiano de

Araçás e a criação de um comitê

permanente para aprimoramento

e acompanhamento dos contratos,

tanto de concessão, quanto de par-

tilha e de campos menores. “Cria-

mos um comitê permanente de

aprimoramento dos contratos das

rodadas de concessão, partilha e

campos marginais. E atendemos

uma velha reivindicação da indús-

tria, criando uma coordenadoria

responsável pelos campos terres-

tres”, acrescentou Oddone.

senai ciMaTecO presidente da FIEB, Ricardo Al-

ban, lembrou que a área de óleo

e gás é um dos focos de atuação do Cimatec, que já

desenvolve uma série de projetos para o setor. Ele en-

fatizou que a instituição pode contribuir com o Re-

ate por meio de capacitação profissional e inovação.

“Temos uma equipe extremamente comprometida em

contribuir para criar novos vetores de crescimento in-

dustrial e estamos buscando dar suporte tecnológico

para várias cadeias produtivas, pois o nosso objetivo

maior é ver a Bahia voltar a ser protagonista de de-

senvolvimento no Nordeste”, afirmou.

Na oportunidade, o diretor de Tecnologia e Ino-

vação do SENAI Cimatec, Leone Andrade, fez uma

breve apresentação sobre a trajetória da instituição

e destacou os principais projetos desenvolvidos no

Campus, como o Flatfish, veículo autônomo para

inspeção na exploração de petróleo e gás em águas

profundas, a implantação de um dos mais potentes

supercomputadores da América Latina em opera-

ção, o Cimatec Yemoja, além de ressaltar o Cimatec

Industrial, grande projeto de expansão para implan-

tação de um complexo tecnológico e industrial. Ele

citou, ainda, o hub Cimatec Oil & Gas. “O hub de so-

luções inovadoras vai atuar seguindo nossa estraté-

gia macro, que é integrar competências para atender

esta indústria”, disse Leone. [bi]

26 Bahia Indústria

Beto JúNIor/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

A importância do desen-

volvimento do mercado

fornecedor local para o

encadeamento produtivo

e o desenvolvimento regional foi

discutida no VI Encontro de Com-

pradores e Fornecedores, realizado

no Gran Hotel Stella Maris. Preço,

prazo, qualidade, aspectos técni-

cos, atendimento de requisitos de

segurança e sustentabilidade fo-

ram apontados por representantes

ENCONTRO DISCUTE DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORESIniciativa estimulou geração de negócios e networking entre empresas baianas

Por marta erhardt

SDE, MDIC,

IEL e Sebrae

participaram

da mesa de

abertura

de empresas como pontos obser-

vados no processo de seleção de

fornecedores.

Promovido pelo Instituto Eu-

valdo Lodi (IEL), em parceria com

o Ministério do Desenvolvimen-

to, Indústria e Comércio Exterior

(MDIC) e com o Serviço de Apoio

às Micro e Pequenas Empresas da

Bahia (Sebrae-BA), o evento tam-

bém estimula a geração de negó-

cios e fomenta o networking entre

grandes empresas compradoras e

fornecedoras baianas.

“Esse encontro é uma oportuni-

dade para conhecer pessoas, apro-

ximar empresas e gerar negócios”,

destacou o superintendente do

IEL, Evandro Mazo, lembrando,

ainda, a importância de as empre-

sas inovarem sistematicamente

para permanecer no mercado.

A iniciativa marcou o encerra-

mento das ações do Projeto de For-

talecimento da Cadeia Produtiva

de Petróleo, Gás e Naval da Bahia.

O coordenador-geral da área de Pe-

tróleo Gás e Naval do MDIC, Luiz

Miguel Calmon, ressaltou a impor-

tância do desenvolvimento de for-

necedores para gerar ganhos de

eficiência e produtividade, além

de melhorias em processos de ges-

tão e aumento da competitividade.

A mesa de abertura também con-

tou com a participação do coorde-

nador de Indústria do Sebrae-BA,

Bahia Indústria 27

ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

Tercio Calmon, e de Jean Freitas,

da Secretaria de Desenvolvimento

Empresarial (SDE).

As expectativas das empresas

compradoras e suas políticas de

relacionamento com os fornece-

dores foram apresentadas por

representantes das empresas De-

ten Química, Cristal, Veracel e

Monsanto do Brasil, âncoras do

Programa de Qualificação de For-

necedores (PQF).

“Precisamos desenvolver par-

cerias que utilizem inovação e tec-

nologia para aumentar a eficiência

e a produtividade, com menores

custos”, pontuou o diretor-geral

da Deten Química, José Luis Al-

meida, durante o painel.

O diretor financeiro da Veracel,

Anderson Souza, também desta-

cou a importância de compradores

e fornecedores atuarem em parce-

ria. “Temos que estar juntos para

vencer a crise. Essa aproximação é

importante, pois o meu fornecedor

tem que saber o que estou pensan-

do, onde quero chegar”, disse.

Também participaram do pai-

nel o gerente de supply chain da

Cristal, Alejandro Tochilovcky, e

a procurement operations Brazil

da Monsanto do Brasil, Daniela

Dell`Aglio, que falou sobre o Fó-

rum Empresarial de Suprimentos

Empresas

baianas

participantes

do PqF

receberam

certificado

de Camaçari, criado em 2014 e que

reúne 15 empresas do polo indus-

trial de Camaçari para compar-

tilhar boas práticas na gestão de

suprimentos e desenvolver ações

em parceria para identificar, atrair

e preparar fornecedores.

cerTiFicaçãoA programação do VI Encontro de

Compradores e Fornecedores tam-

bém incluiu a cerimônia de certifi-

cação das empresas participantes

do PQF. O programa, que há mais

de 10 anos qualifica e prepara mi-

cro, pequenas e médias empresas,

foi apresentado pela gerente de

Desenvolvimento Empresarial do

IEL, Fabiana Carvalho.

O PQF auxilia empresas forne-

cedoras na implantação de 92 prá-

ticas de excelência, distribuídas

em 10 critérios. As empresas parti-

cipantes são certificadas nas cate-

gorias Diamante, Rubi e Topázio.

Participante de programa desde

2013, a empresa MEC-Q, do ramo

de metrologia, conseguiu dobrar

o faturamento e ampliar a base de

clientes. “Isso só foi possível com

o auxílio do PQF, com os diagnós-

ticos e capacitações necessários

para que a empresa atingisse seus

objetivos”, explicou o gerente Leo-

nardo Cerqueira.

Rodada teve R$ 17,5 milhões em negóciosCom volume de negócios estima-

do em mais de R$ 17,5 milhões,

a rodada de negócios promovida

no VI Encontro de Comprado-

res e Fornecedores envolveu 59

empresas, entre compradores e

fornecedores de produtos e ser-

viços para a indústria.

Há mais de 20 anos no merca-

do, a AJ Manutenção teve cinco

encontros de negócios na roda-

da e tem perspectiva de fechar

novos acordos. “Alguns contra-

tos que temos atualmente foram

firmados por conta da partici-

pação em rodadas de negócios.

O encontro promovido pelo IEL

foi bem organizado e tivemos

condições de trocar informa-

ções com as empresas partici-

pantes”, avalia Elmo Fontes,

gerente da AJ Manutenção.

Fontes também ressalta que

participar do Programa de Qua-

lificação de Fornecedores (PQF)

é um diferencial. “As empresas

compradoras já sabem que as

fornecedoras certificadas pelo

PQF precisam atingir um padrão

de qualidade em diversas áreas.

Por isso a credibilidade é maior,

o que facilita no momento da ne-

gociação”, destaca.

Entre as empresas comprado-

ras que participaram da Rodada

de Negócios estão O Boticário,

Bridgestone, BSC, Continental,

Cristal, Kordsa, Deten, Magne-

sita, Monsanto, Tama, Tenda,

Unigel, Sertenge e Construtora

Gráfico. [bi]

28 Bahia Indústria

inDicaDores Números da Indústria

PRODUçãO INDUSTRIAL BAIANA CAI 4,2% EM 2016No Brasil, a indústria de transformação apresentou queda de 6,1%, com todos os estados registrando resultado negativo

A produção física da indústria de transforma-

ção da Bahia apresentou queda de 4,2% em

2016, na comparação com 2015. A Bahia caiu

três posições, obtendo o 6º lugar no ranking

dos 14 estados que participam da Pesquisa Industrial

Mensal – Produção Física, no ano passado. No Bra-

sil, a indústria de transformação nacional apresentou

queda de 6,1% em 2016.

Todos os estados registraram resultados nega-

tivos: Espírito Santo (-1,6%); Mato Grosso (-1,8%);

Santa Catarina (-3,3%); Rio Grande do Sul (-3,9%);

Paraná (-4,0%); Bahia (-4,2%); Minas Gerais (-4,3%);

Pará (-5,1%); Ceará (-5,2%); São Paulo (-5,2%); Rio de

Janeiro (-6,2%); Goiás (-6,5%); Pernambuco (-9,5%) e

Amazonas (-11,2%).

Na Bahia, cinco dos 11 segmentos pesquisados

apresentaram queda: Equipamentos de informática

(-20,3%); Minerais não metálicos (redução de 18,4%

na produção de cimentos “Portland”, de massa de

Bahia Indústria 29

massa de concreto preparada pa-

ra construção e elementos pré-fa-

bricados para construção civil de

cimento ou concreto); Alimentos

(-1,1%,); e Celulose e papel (-0,6%).

Apresentaram resultados positi-

vos: Equipamentos de informática

(25,0%); Couro e calçados (20,0%,

com maior produção de tênis feito

em material sintético); Veículos au-

tomotores (19,5%, maior produção

de automóveis); Bebidas (8,7%,

maior produção de refrigerantes);

Produtos químicos (0,4%), e Borra-

cha e plástico (0,1%).

noveMBroJá na comparação da produção

bahia: pim-pf de dezembro 2016

Indústria de Transformação -8,3 -4,2refino de petróleo e biocombustíveis -24,1 -11,0Produtos químicos 0,4 1,6Veículos automotores 19,5 -8,5Alimentos -1,1 3,3celulose e papel -0,6 1,9Borracha e plástico 0,1 -4,9Metalurgia -19,4 1,5couro e calçados 20,0 5,2Minerais não metálicos -11,3 -18,4equipamentos de Informática 25,0 -20,3Bebidas 8,7 8,6

Extrativa Mineral -26,7 -21,1

VArIAção (%)

SETORES DEz16/ JAN-DEz16/ DEz15 JAN-DEz15

concreto preparada para constru-

ção, argamassas e ladrilhos, pla-

cas e azulejos de cerâmica para

pavimentação ou revestimento);

Refino de petróleo e biocombus-

tíveis (-11,0%, devido a uma pa-

rada não programada da unidade

de craqueamento catalítico de

resíduos U-39 durante todo o mês

de julho); Veículos automotores

(-8,5%, automóveis e painéis pa-

ra instrumentos dos veículos au-

tomotores); e Borracha e Plástico

(-4,9%, pneus novos de borracha

para ônibus e caminhões, reser-

vatórios, caixas d’água e arte-

fatos semelhantes de plástico e

filmes de material plástico para

embalagem).

cresciMenToOs segmentos que apresenta-

ram crescimento, foram: Bebidas

(8,6%); Couro e Calçados (5,2%);

Alimentos (3,3%, açúcar cristal,

leite em pó, carnes de bovinos

frescas ou refrigeradas e massas

alimentícias secas); Celulose e

Papel (1,9%); Produtos Químicos

(1,6% amoníaco (amônia), ureia e

policloreto de vinila); e Metalurgia

(1,5%).

Na comparação de dezembro

de 2016 com igual mês de 2015, a

produção física da indústria de

transformação baiana apresentou

queda de 8,3%, enquanto a nacio-

nal fechou com retração de 1,2%.

Seis dos 11 segmentos industriais

da Bahia apresentaram resulta-

dos negativos: Refino de Petróleo

e Biocombustíveis (-24,1%, óleo

diesel, gasolina automotiva e

óleos combustíveis); Metalurgia

(-19,4%, barras, perfis e verga-

lhões de cobre e de ligas de cobre

e fios de cobre refinado ou de ligas

de cobre); Minerais não metáli-

cos (-11,3%, cimentos “Portland”,

física dos últimos 12 meses, ter-

minados em novembro, com igual

período anterior, a indústria de

transformação da Bahia apresen-

tou queda de 3,7%. Na pesquisa,

divulgada pelo IBGE, todos os

estados registraram naquele pe-

ríodoresultados negativos: Ma-

to Grosso (-0,1%), Espírito Santo

(-1,1%), Bahia (-3,7%), Santa Cata-

rina (-4,5%), Minas Gerais (-4,8%),

Rio Grande do Sul (-4,8%), Ceará

(-5,6%), Paraná (-5,9%), São Paulo

(-6,1%), Pará (-7,0%), Rio de Janei-

ro (-7,4%), Goiás (-8,2%), Pernam-

buco (-11,1%), Amazonas (-13,8%).

A indústria de transformação na-

cional apresentou queda de 7,0%

nos 12 meses.

Na Bahia, seis dos onze seg-

mentos pesquisados registraram

crescimento: Bebidas (7,7%), Me-

talurgia (5,8%), Alimentos (3,2%),

Couro e Calçados (3,1%), Celulose e

Papel (3,0%) e Produtos Químicos

(1,1%). Apresentaram resultados

negativos: Minerais não metálicos

(-18,3%), Equipamentos de Infor-

mática (-14,3%), Veículos automo-

tores (-11,4%), Refino de petróleo

e biocombustíveis (-9,2%, devido

a uma parada não programada da

unidade de craqueamento catalíti-

co de resíduos U-39 durante todo o

mês de julho) e Borracha e plástico

(-5,3%). [bi]FoNte: IBGe; elaBoração FIeB/SdI

JAN

JUL

FEV

MA

R

AB

R

MA

I

JUN

AG

O

SET

OU

T

NO

V

DEZ

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

115

110

105

100

95

90

85

80

75

70

2014

2016

2015

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2014-2016)

30 Bahia Indústria

painel

Porto de Salvador: canal para exportações

Reforçar a atuação do Conselho

de Consumidores de Energia da

Coelba, intermediando os pleitos

das classes de consumidor junto

à concessionária do setor de

energia é o objetivo do novo

presidente do órgão, Max Muniz,

eleito para o quadriênio 2017-

2021. “Nosso objetivo é fazer com

que o conselho seja cada vez

mais atuante e defenda os

interesses de cada classe que

representa, solucionando os

pleitos apresentados”, destaca

Max Muniz, que desde 2012 faz

parte do conselho como

representante da classe

industrial. O Conselho de

Consumidores da Coelba é um

Certificado simplifica os processos de exportação e importação de produtos A Federação das Indústrias do Estado da Bahia está habilitada a

emitir, desde o final do ano passado, o Ata Carnet, documento

aduaneiro que permite exportar e importar bens temporariamente

sem a incidência de impostos em 75 países. Com isso, é possível

reduzir a burocracia e estimular a participação de empresas

brasileiras no mercado internacional, além de favorecer a atração de

grandes eventos ao país. No primeiro semestre de 2016, em todo o

mundo, foram emitidos 95.846 documentos, amparando mais de

US$ 11 bilhões em bens. Os países que mais usam o instrumento são

Suíça, Alemanha, Estados Unidos, França, Itália e Japão.

O Brasil é o primeiro país do Mercosul a aderir ao sistema. A CNI

venceu o edital público para ser a instituição garantidora e emissora

do ATA Carnet durante cinco anos. A perspectiva é que ainda no

início deste ano todas as 27 federações de indústria estaduais stejam

capacitadas pela CNI para operar o sistema de emissão do

documento. Desde julho de 2016, a Receita Federal Brasileira passou

a reconhecer o Ata Carnet emitido pelos demais países para a

entrada de bens no Brasil. Um único documento reúne todas as

informações que devem ser apresentadas na aduana de saída e de

entrada, tornando mais rápidos os trâmites aduaneiros e pode ser

usado tanto por pessoa física quanto jurídica. Também é possível

solicitar o ATA pela internet, no site: www.ata.cni.org.br.

João ALVArez/ArquIVo sIsteMA FIeB

Max Muniz

(C) presidirá

conselho

até 2021

Com inscrições abertas, Prêmio IEL de Estágio tem novidades Reconhecer a atuação de todos os

agentes envolvidos no processo

de estágio é o objetivo do Prêmio

IEL de Estágio, que está com

inscrições abertas. A edição 2017

incluiu três novas subcategorias

na premiação: na categoria

Instituições de Ensino Destaque,

agora podem participar

instituições de ensino médio; na

categoria Estágio, podem se

inscrever estudantes de ensino

médio; e a categoria Empresa

Destaque abriu espaço aos órgãos

públicos. As inscrições podem ser

feitas até 30 de abril.

Informações: www.premioieldeestagio.org.br.

ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

órgão de caráter consultivo,

constituído por representantes

das classes residencial,

comercial, industrial, rural e do

poder público. O vice-presidente

da FIEB, Josair Bastos, é suplente

de Max Muniz no órgão.

Conselho de Consumidores de Energia da Coelba tem representante da classe industrial como presidente

Bahia Indústria 31

JeFFersoN PeIxoto/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

Fachada do

teatro, no

coração do

Rio Vermelho

Teatro SESI comemora 20 anos com arte e música Uma programação especial vai marcar os 20 anos do Teatro SESI Rio

Vermelho, em 2017. A casa faz aniversário em 6 de março e a gerência

do SESI Cultura organizou uma programação festiva, que vai envolver

os espaços do teatro e da Varanda para marcar a data. A ideia, como

explicam a gerente do SESI Cultura, Angélica Ribeiro, e a diretora do

Teatro, Rosa Villas-Boas, é reafirmar o papel de catalizador da cultura

do bairro do Rio Vermelho que o espaço cultural simboliza. A

programação do Teatro SESI 20 anos será anunciada em março e prevê

atividades a serem realizadas ao longo do ano.

VALter PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

governo atendeu pleito da indústria e do comércioResultado de mobilização das federações do Comércio e da Indústria da Bahia –

Fecomércio e FIEB –, a taxa de prestação de serviços nos distritos industriais

retornou aos valores praticados antes do reajuste aplicado pelo governo estadual no

final de 2016. A redução foi formalizada com a publicação, no dia 1º de fevereiro, do

Decreto nº 17.380. A taxa, que havia sofrido reajuste de 11,1%, passando a valer

R$ 0,10 por m², voltou a ser de R$ 0,09/m2. Também retornaram aos limites de

pagamento vigentes no ano passado o teto mensal de R$ 50 mil para empresas

localizadas no Distrito Industrial de Camaçari ou no CIA; de R$ 10 mil para as

instaladas no Centro Industrial do Subaé; e de até R$ 5 mil para a dos demais

distritos geridos pela Sudic. A ação foi conduzida pela Gerência de Relações

Governamentais da FIEB, que questionou o aumento, argumentando o percentual

acima da inflação e o momento de crise da economia nacional.

IEL oferece capacitação para líderes

Aprimorar competências

em gestão e liderança,

qualificando executivos de

modo a estimular o

crescimento da

competitividade

empresarial, é o objetivo

do curso de Gestão de

Negócios, promovido pelo

Instituto Euvaldo Lodi

(IEL/BA), em parceria com

a Fundação Dom Cabral.

Com inscrições abertas, o

curso é destinado a

empresários e executivos

que ocupam cargos de

liderança em médias e

grandes empresas. A

capacitação terá carga

horária de 96 horas e

duração de cinco meses. O

início das aulas está

previsto para abril de 2017,

em Salvador.

Com módulos teóricos e

práticos, a capacitação

integra o Programa de

Educação Empresarial do

IEL e vai abordar temas

como cenários

macroeconômicos, gestão

estratégica, proatividade

de mercado, liderança e

gestão de pessoas. Os

interessados podem

realizar a pré-inscrição

pela internet, no endereço

www.fieb.org.br/

gestaodenegocios, onde

também há mais

informações sobre o curso.

O IEL fará processo de

seleção dos candidatos.

32 Bahia Indústria

jurídico

MP altera lei que favorece Marinha MercanteA Medida Provisória nº 762,

publicada em 23.12.16,

alterou a Lei Federal nº

11.482/07, que prorrogou o

prazo de vigência da não

incidência do Adicional ao

Frete para Renovação da

Marinha Mercante –

AFRMM para as regiões

Norte e Nordeste, por dois

anos.

O AFRMM destina-se a

atender aos encargos da

intervenção da União no

apoio ao desenvolvimento da

marinha mercante e da

indústria de construção e

reparação naval brasileira.

Tal benefício é de grande

importância para o

desenvolvimento do

Nordeste, pois possibilita

que a região continue sendo

rota de importação de

insumos e mercadorias de

baixo valor agregado, o que

assegura a manutenção de

empregos e o

desenvolvimento e

diversificação da sua

economia.

Lei Complementar 157/2016 altera as regras do ISSFoi publicada, em 30.12.2016,

a Lei Complementar – LC nº

157 que, dentre as principais

mudanças, estabeleceu a

alíquota mínima de 2% para

o Imposto Sobre Serviços de

Qualquer Natureza – ISS e

ampliou a lista de serviços

constante do anexo desta LC.

Refis, remédio sintomático, amargo e paliativo

Em meio à tentativa de reto-

mada do crescimento econômico

e social, o Governo Federal admi-

nistra remédio amargo e paliativo,

enquanto a reforma tributária não

alça voo para aliviar o setor produ-

tivo. Assim foi editada a MP 766,

que instituiu o novo programa de

parcelamento de débitos Federais

de natureza tributária e não-tribu-

tária, cujos vencimentos tenham

ocorrido até 30 de novembro de

2016.

O prazo de adesão encontra-se

aberto, havendo possibilidade de

inclusão dos parcelamentos em

andamento e já rescindidos.

Entre as modalidades de re-

gularização está utilização dos

créditos decorrentes de prejuízo

fiscal e base negativa da CSLL.

Infelizmente, o programa limita,

de forma equivocada, a utilização

destes créditos. Manteve o Fisco

o seu perfil histórico de restrição

à autorização para que os contri-

buintes usem seus créditos para

saldar débitos junto ao governo.

Para que se tenha ideia, até a edi-

ção da MP, este uso limitava-se a

30% do lucro real apurado.

Cabe a lembrança de que os

prejuízos fiscais decorrem da sis-

temática de apuração do lucro

real, constituindo base de inci-

dência tributária artificiosamente

elevada e no mais das vezes díspar

do resultado contábil.

Outro entrave para a utilização

destes créditos está na impossibi-

lidade do seu uso para a liquida-

ção de débitos já inscritos em dívi-

Daniel Moreno Castillo é sócio do Lapa Góes e Góes Advogados

da ativa. Para que se tenha noção

do tamanho da restrição, nesta

categoria estão todos os débitos já

em execução fiscal. Isto equivoca-

damente limita o aproveitamento

dos créditos que as empresas de-

têm de forma declarada frente ao

Fisco, ainda que pendente de ho-

mologação.

Os prazos de parcelamento vão

de 96 a 120 meses, sendo permiti-

do o uso de créditos de empresas

coligadas, certo que o critério de

verificação da coligação residirá

na capacidade de controle e ges-

tão e não no número de ações ou

quotas.

Pecou a MP ao não abarcar os

honorários processuais da Procu-

radoria, quando a desistência das

ações é indispensável para gozo

do programa. Estes honorários

chegam a elevar em 20% o débito

a parcelar. Não custa lembrar que

muitas vezes o setor industrial se

vê obrigado a prestar caução atra-

vés de medidas cautelares, visan-

do sair da berlinda a que é subme-

tido com a negativa de certidões

fiscais, durante o período que vai

da inscrição em dívida ativa, até a

efetiva garantia da futura execu-

ção fiscal. Nesta fase, o Fisco cos-

tuma “atrasar um pouco” a execu-

ção para valer-se da coerção que a

negativa de certidão constitui.

A despeito destas incongruên-

cias, o programa melhora a situa-

ção das empresas em débito com o

Governo Federal, e desafoga, ain-

da que em parte, o setor produtivo,

incentivando o tão indispensável

crescimento econômico, sem dei-

xar de reforçar o caixa da União.

Por daniel moreno castillo

Bahia Indústria 33

AscoM/FPc

mal saído da primeira in-

fância, Sanderson Teixei-

ra teve que lidar com o

bullying e o racismo. Ele poderia

ter transformado a experiência

em revolta, mágoa, isolamento ou

agressividade. Em vez disso, fez

das palavras que um dia o machu-

caram, matéria-prima para rimas

da poesia “Querida gente branca”,

que conquistou o 1º lugar, na cate-

goria Poesia Fundamental II, no

III Concurso de Escritores Escola-

res – Redação e Poesia. O concur-

so foi destinado a estudantes do

ensino fundamental e médio de

escolas públicas e particulares da

Bahia.

Com “Querida gente branca”,

Sanderson, que é aluno da Esco-

la SESI, em Candeias, conta como

transformou seus sentimentos em

versos. “Tudo o que eu sofri na mi-

nha vida – as meninas me chama-

vam de ‘angola’, ‘macaco’ – resolvi

pegar e jogar na caneta”, revelou,

Poesia premiadaescola sesI candeias comemora premiação de estudante em concurso estadual

Sanderson

recebe prêmio

escritores

escolares

houve Menção Honrosa nas duas

categorias e em cada nível escolar,

onde os citados receberam um kit

contendo 50 livros.

esTíMuLoPresente à premiação, o secretário

da Educação, Jorge Portugal, falou

da importância dos professores na

sua formação profissional. “Lem-

bro até hoje dos meus professores

da infância, lá de Santo Amaro e

tenho certeza que o mesmo ocor-

rerá com estes jovens”, disse. O di-

retor da Fundação Pedro Calmon,

Zulu Araújo, falou da importância

do estímulo à leitura e escrita para

os jovens e do resultado surpreen-

dente da premiação, com textos

que trazem temas contemporâne-

os, como as causas ecológicas, so-

ciais, raciais e de gênero.

No SESI Candeias, a notícia da

premiação foi recebida com entu-

siasmo pela comunidade escolar.

O vice-diretor Luiz Luz explicou

que a premiação “simboliza o em-

penho e esforço da equipe que vem

adotando uma prática pedagógica

consolidada, que visa preparar o

aluno de forma crítica e conscien-

te a entender, interagir e colaborar

com o crescimento social”.

Luiz Luz revela que estas inicia-

tivas contribuem para os estudan-

tes valorizarem suas potencialida-

des, elevarem a autoestima, além

da capacidade de se reconhecer

como ser crítico, reflexivo e par-

ticipante ativo e produtivamente

da vida social. Ele destaca, ainda,

que práticas como esta fazem par-

te dos projetos pedagógicos das

mais diversas áreas do conheci-

mento a exemplo de robótica, te-

atro, matemática, música, língua

portuguesa, dança dentre outros

que compõem a matriz curricular

da escola.[bi]

após receber a premiação. Ele, que

ficou incrédulo quando soube que

tinha tido seu poema escolhido,

conta que a experiência despertou

ainda mais seu gosto pela escrita.

Promete participar de concursos

literários e se preparar para, no

futuro, fazer faculdade de Letras e

se tornar escritor.

O III Concurso de Escritores

Escolares, coordenado pela Di-

retoria do Livro e da Leitura da

Fundação Pedro Calmon, teve re-

corde de candidatos, com mais de

580 inscrições de todo o estado.

A premiação ocorreu no dia 18 de

dezembro, no Teatro Castro Al-

ves. Os selecionados para os três

primeiros lugares dos três níveis

– Ensino Fundamental I, Ensino

Fundamental II e Ensino Médio –

receberam uma bicicleta e um kit

com 100 livros; em segundo lugar,

uma câmera fotográfica e um kit

com 100 livros; e em terceiro lugar,

um kit com 100 livros. Também

livros

leitura&entretenimento

Atitude para o sucessoCom mais de 1,5 milhão de exemplares

vendidos, Mindset ganha edição revista e

atualizada. O livro traz o conceito

desenvolvido pela especialista

internacional em sucesso e motivação,

Carol Dweck, para quem a atitude mental

com que encaramos a vida, o “mindset”, é

decisiva para o sucesso. Ela explica por que

somos otimistas ou pessimistas, bem-

sucedidos ou não e define nossa relação

com o trabalho, as pessoas e a maneira

como educamos nossos filhos.

Livro como remédioUma declaração de amor aos livros, o

romance conta a história do parisiense Jean

Perdu que, em seu barco livraria, vende

romances como se fossem remédios. Ele sabe

que livro cada cliente deve ler para amenizar

os sofrimentos da alma. Menos uma

desilusão amorosa que o atormenta há 21

anos, desde que a bela Manon partiu. Tudo o

que ela deixou foi uma carta que Perdu não

teve coragem de ler. Até um determinado

verão em que ele embarca numa jornada que

o levará de volta ao mundo dos vivos.

Mindset – A nova psicologia do sucesso, Carol S. Dweck, Objetiva, 328 p. R$ 44,90

A livraria mágica de Paris, Nina George, 308 p., Record, R$ 34,90

34 Bahia Indústria

Teatro SESI sedia Prêmio Caymmi de MúsicaO Teatro SESI Rio Vermelho, reafirmando o seu papel de

apoiar novos artistas, e enquanto parceiro da iniciativa,

acolhe na sua programação o Prêmio Caymmi de Música, de

14 a 31 de março. Com o tema A música em movimento, a

premiação é dedicada a fomentar, reconhecer e revelar a

nova produção musical baiana. Na programação, artistas de

estilos diversos como Rebeca Tárique, com o show Obiriin

(14.3), Igor Gnomo Group (15.3), Jú Tavares, com o show À

Flor da Pele (16.3), Patrícia Hita, com Panapaná – O Show

(28.3), Alex Mesquita, com o show Trezena (29.3) e Janela

Brasileira, com Vista da Casa (30 e 31.3).

ANA roMero/DIVuLGAção

DIVuLGAção

Um passeio diferente por Salvador O Museu Pierre Verger apresenta um ângulo diferenciado da

capital baiana por meio da exposição Salvador por dentro. A

obra reúne trabalhos de 36 fotógrafos, entre eles Ana

Romero, que abordam 12 bairros de Salvador. A belíssima

exposição amplia a temática Paisagens Urbanas, exposição

já presente no espaço, sob a coordenação do fotógrafo e

também autor do livro Fazenda Grande do Retiro – Um

passeio pelo bairro, João Alvarez. Na exposição, visitantes

têm a chance de navegar pela cidade por meio de uma tela

touchscreen, que apresenta informações detalhadas do

ponto de vista em que a foto foi feita.

Não perca Fundação Pierre Verger, seg. a sex., 8h às 19h, Forte de Santa Maria, Porto da Barra. Tel. 71 3203 8400 – Gratuito

Não perca Teatro SESI, 14 a 31 de março, às 20h. Ingressos: R$ 30 a R$ 15 (meia). Rua Borges dos Reis, 9, Rio Vermelho

exposição

show