_bactÉrias
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BACTÉRIAS
Bactérias - microrganismos procariotas, microscópicos, unicelular e que se reproduzem principalmente por fissão binária transversa.
IMPORTÂNCIA
Controle biológico de patógenos e pragas
Bactérias fixadoras de nitrogênio
Doenças em homens, animais e plantas+ 1.600 espécies conhecidas, - ± 100 espécies causam doenças em plantas
MORFOLOGIA DA CÉLULA BACTERIANA
Forma, tamanho, e arranjo
1. FORMA: cocos (esferas), bacilos (bastões) e espirais (Fitopatogênicas- bastonetes)
As bactérias pleomórficas podem assumir várias formas
(Ex. Rhizobium).
2. TAMANHO: Bastonetes fitopatogênicos - 1 a 3 µm comprimento x 0,3 a 0,8 µm de diâmetro
Cocos
DiplococosEstreptococosTétradesSarcinasEstafilococos
A
R
R
A
N
J
O
S
Streptococcus sp.
3. ARRANJOS:
A
R
R
A
N
J
O
S
Staphylococcus sp.
Cocos
DiplococosEstreptococosTétradesSarcinasEstafilococos
Bacilos - Bacilo único
DiplobacilosEstreptobacilosCocobacilos
A
R
R
A
N
J
O
S
Streptomyces sp.
ESTRUTURAS DA CÉLULA BACTERIANA
•Funções: conter o limite osmótico interno da célulaforma da célula bacteriana
“ Diferenciar as bactérias em Gram positivas e Gram negativas”
1. PAREDE CELULAR
Célula bacteriana – Estrutura do peptideoglucano
NAM e DAP – ñ eucariotos
Forma D dos aminoácidos
Açúcares aminados β(1,4)
– Lisozina (N- acetil muramidase)
Aminoácidos
Açúcares aminados (N-acetil glucosmina e N-acetil murâmico)
• Composição: peptideoglicano (Heteropolímero composto de
açúcares aminados e aminoácidos).
Tripeptideoglicano
1.1. PAREDE CELULAR –Gram positivas
•Estrutura –90% peptídioglicano–10% ác. Teicóicos, lipoteicóicos, teicuróicos(Ribitol, glicerol, esteres fosfatados, acúçares,
D-alanina• Funções: - carga negativa da superfície celular,
. regular alargamento da parede celular durante a divisão celular (regulação da autolisina)
PAREDE CELULAR – Bactérias Gram positivas
1.2. PAREDE CELULAR – Gram negativas
•Estrutura – Camada rígida: peptídioglicano (5-10% da espessura da célula)
Função: prevenir choques osmóticos
– Camada externa: fosfolipídios, porinas, lipoproteínas, lipopolissacarídios – LPS
(95-90% da espessura da célula)
•Funções: difusão passiva de nutrientes; barreira para antibióticos, detergentes e toxinas; sítios receptores para fagos e bacteriocinas; formação e manutenção de pares na conjugação; capacidade hidrofílica a superfície celular
•Lipopolissacarídios (LPS) –Estrutura: lipídio A, polissacarídeo (cerne),
antígeno O–Função: reconhecimento do hospedeiro, toxicidade (endotoxinas- siringomicina)
PAREDE CELULAR – Bactérias Gram negativas
– Espaço periplasmático nas bactérias Gram negativas (matriz periplásmica -polipeptídeos e sacarídeos, contendo enzimas, como celulases e pectinases)
Funções: digestão extracelular, transporte de moléculas, movimento flagelar
– Arqueobactérias: podem não ter parede celular ou ter paredes incomuns compostas de polissacarídeos e proteínas, mas sem peptideoglicano.
Possuem uma substância similar denominada pseudomureína (N- acetil talosaminurônico ao invés de NAM e não possui os D-aminoácidos)
– Fitoplasmas e espiroplasmas: não possuem parede celular
– Bactérias limitadas ao xilema e floema: têm parede celular ondulada
Bactéria Gram positiva - cor violeta
Bactéria Gram negativa – cor avermelhada, rósea
Exemplo: forma bastonetes
Exemplo: forma cocos
2. ESTRUTURAS EXTERNAS À PAREDE CELULAR
2.1 FLAGELO
•Composição:-corpo basal (anéis)- gancho ou alça-filamento helicoidal
(proteína globular flagelina)
• Função: motilidade (algumas bactérias possuem flagelo)
•Características:- Mais longos que a célula (15 a 20 µm de comprimento) e com diâmetro somente de uma porção do diâmetro da célula)- Melhor visualizado através da microscopia eletrônica
Filamento
Filamento
GanchoGancho
Anel P Anel L
Anel M
Anel S Periplasma
Peptídeoglicano
Membrana
Citoplamática
Membrana Externa
• Bactéria Gram Negativa: 4 anéis, sendo 2 na membrana citoplasmática e 2 na parede celular ( 1 na camada de peptideoglicano e 1 na camada externa)
•Bactéria Gram Positiva: 2 anéis na membrana citoplasmática
• Classificação das bactérias quanto a presença de flagelos
Monotríquia Anfitríquia
Lofotríquia
Peritríquia
Atríquia – sem flagelo
•Movimento: TAXIA (quimiotaxia e fototaxia)
Receptores dentro ou logo abaixo da parede celular
2.2 FÍMBRIAS E PILI
• Composição: Proteína Pilina
• Função: Fixação (Gram negativas)
• Característica:Apêndices retos, curtos e finos
•Pólos ou toda superfície e são várias por célula.•Adesão a superfícies e a outras células.
Fímbrias
Mais longos que as fímbrias e um ou dois por célula.
Pili (pilus)
Pili comuns: aderência das bactérias às células hospedeiras. Pili sexuais: fixação das células doadoras e receptoras da
conjugação bacteriana
2.3 GLICOCÁLICE
• Funções:Fator de virulênciaResistência: antibióticos, ressecamento, produtos químicos.Adesão da célula a superfícies sólidasAbsorção seletiva de íons (nutrientes).Fonte de nutrientesToxidez a plantas e animaisAntígeno somáticoSítio receptor para fagos
Pseudomonas aeruginosagalactose, glicose e ramnose
• Composição: polissacarídeos e/ou polipeptídeos
Bacillus anthracispolímero de ácido
glutâmico
Camada mucilaginosa - pouco organizada, fracamente aderida à paredecelular
Cápsula - mais organizada e mais aderida à parede celular
• Classificação
EPS – camada extracelular polissacarídica
3.1. MEMBRANA CITOPLASMÁTICA (PLASMÁTICA)
• Funções:
Permeabilidade seletivaDigestão de nutrientes (transporte ativo e passivo de nutrientes)Produção de energia para rotação flagelarRespiração celularSegregação de material nuclear durante a divisão celular
• Composição: fosfolipídeos (20 a 30%) e proteínas (50 a 70 %)
Esteróis presentes -fitoplasmas (sem parede celular)
Messossoma
3. ESTRUTURAS INTERNAS À PAREDE CELULAR
3.2. CITOPLASMA
• Estruturas:Material genéticoRibossomosInclusõesEndosporos
• Composição: única molécula circular longa de DNA de fita dupla(cromossomo bacteriano)• Localização: próximo ao centro da célula (ligado à membranacitoplasmática)
3.2.1. MATERIAL GENÉTICO
NUCLEÓIDE
Em Escherichia coli, o DNA possui cerca de 4,7 Mb, exibindo aproximadamente 1 mm de comprimento, quando linearizado.
• Composição: 80% de água.Proteínas, carboidratos,lipídios, íons orgânicos ecompostos de baixo pesomolecular
PLASMÍDEOS
• Composição: moléculas de DNA de fita dupla, circulares (DNAextracromossômico). Contêm de 5 a 100 genes.
•Funções–Conjugação (fator F)–Toxinas–Bacteriocinas–Antibióticos–Pigmentos–Patogenicidade e virulência–Resistência a antibióticos
• Tipos: não conjugativos, conjugativos , epissomas (quando integrado ao DNAcromossômico)
•Funções: locais desíntese de proteínas(polissomos - agregados aoredor do mRNA)
• Composição:40% de proteína60% de rRNA
Tipo 70 S30S - 1 rRNA50S - 2rRNA
Localização: dispersosno citoplasma emnúmero de 5.000 a50.000 por célula
3.2.2. RIBOSSOMOS
3.2.3 CORPÚSCULOS DE INCLUSÃO
•Composição:Compostos orgânicos: glicogênio, amido e poliidroxibutirato.
Compostos inorgânicos: polifosfatos (volutina ou metacromáticos) eenxofre.
• Função: armazenameto de materiais de reserva - Metabolismo energético
A) Grânulos Metacromáticos (Volutina):Ralstonia spp.B) Grânulos de Polissacarídeos: glicogênio eamidoC) Inclusões Lipídicas: Bacillus spp.
3.2.4 ENDOSPOROS
• Função: células especializadas de repouso (resistência). Altamenteresistentes à dessecação, ao calor e agentes químicos.
Produção de uma única célula vegetativa
•Gêneros fitopatogênicos: Clostridium e Bacillus
Característica Gram Positiva Gram Negativa
Reação de Gram Cor violeta ou púrpura Cor vermelha
Camada peptideoglicana Espessa (múltiplas camadas) Fina (camada única)
Ácidos teicóicos Presente em muitas Ausentes
Espaço periplasmático Ausente Presente
Membrana externa Ausente Presente
Lipopolissacarídeo (LPS) Virtualmente nenhum Elevado
Lipídios e proteínas Baixo (bactérias álcool-ácido-resistentes sim)
Elevado na membrana externa
Estrutura flagelar 2 anéis 4 anéis
Toxinas produzidas Primariamente exotoxinas Primariamente endotoxinas
Resistência à ruptura física Alta Baixa
Ruptura da parede celular por lisozinas
Alta Baixa
Sensibilidade à penicilina e às sulfonamidas
Alta Baixa
Sensibilidade à estreptomicina, ao cloranfenicol e à tetraciclina
Baixa Alta
Inibição por corantes básicos Alta Baixa
Sensibilidade a detergentes aniônicos
Alta Baixa
Resistência ao dessecamento Alta Baixa
CARACTERÍSTICAS DIFERENCIAIS
REPRODUÇÃO DAS CÉLULAS BACTERIANAS
ASSEXUALFissão binária transversa
ou Cissiparidade
Formação de exósporos
Actinomicetos(Streptomyces spp.)
FragmentaçãoGemulaçãoASSEXUADA
TEMPO DE GERAÇÃO - célula se dividir (minutos até 24 h - 1 a 3 h)
Escherichia coli -20 minutos
Mycobacterium tuberculosis - 13 a 15 h
Pectobacterium carotovoram – 25 minutos
Xanthomonas axonopodis pv. Phaseoli – 134 min
CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS DA CÉLULA BACTERIANA
I- NUTRIÇÃO
“NUTRIENTES: Substâncias ou elementos retirados do ambientee usados para construir novos componentes
celulares ou para obter energia"
Nutrientes
Macronutrientes(C, O, N, H, S, P)
Micronutrientes(K, Mg, Na, Cl, Na, Fe, Mn, Zn, etc.)
1- MACRONUTRIENTES
1.1- CARBONO Maioria das substâncias que compõem a célula.
Compostos inorgânicos - CO2 ou carbonatosCompostos orgânicos - proteínas, carboidratos, lipídios, etc.
Ex. Pseudomonas - + de 100 compostos orgânicos diferentes
Fonte de energia e carbono para as bactériasTipo Fonte(s) de energia Fonte(s) de carbono
Fotolitótrofos(Fotoautotróficos)
Luz CO2
Fotorganótrofos (Fotoheterotrófico)
Luz Compostos orgânicos
Quimiolitótrofos (Quimioautotrófico)
Reações de oxidação-redução
CO2
Quimiorganótrofos (Quimioheterotrófico
Reações de oxidação-redução
Compostos orgânicos
1.2- OXIGÊNIOMolecular (O2) - requerido como aceptor final da cadeia de transporte de
elétrons aeróbia
Forma combinada - água, várias moléculas orgânicas e inorgânicas
1.3- HIDROGÊNIO Componente da matéria orgânica e inorgânica
Forma molecular (H2) e Forma combinada (constituintes da água e materiais orgânicos e inorgânicos)
1.4- NITROGÊNIO Síntese de aminoácidos, purinas, pirimidinas e outros compostos nitrogenados
Compostos inorgânicos - (nitratos, nitritos ou sais de amônia)Compostos orgânicos - (aminoácidos, aminoaçúcares, peptídeosNitrogênio atmosférico (N2) - Bactérias fixadoras de nitrogênio
Ex: Rhizobium, Azotobacter (habitantes do solo)Klebsiella pneumoniae e Clostridium spp. (patógenos humanos)
1.5 - ENXOFRE Biossíntese dos aminoácidos cisteína, cistina e metionina; de vitaminas e de
grupo prostéticos de várias proteínas importantes em reações de oxido-redução
As fontes naturais de enxofre incluem o íon sulfato (SO42-), sulfito de
hidrogênio (H2S) e aminoácidos que contêm enxofre na sua estrutura.
1.6 - FÓSFORO Síntese de ácidos nucléicos, fosfolipídios componentes da membrana
citoplasmática e adenosina trifosfato (ATP)
O íon fosfato (PO43-) é uma fonte importante de fósforo para a célula
Grânulos de fosfatos inorgânicos - grânulos de volutina
2- MICRONUTRIENTES (Elementos-traços)
• Ferro (Fe2+) - na respiração (co-fator enzimático do citocromo) e transportede elétrons
Sais de ferro inorgânico insolúveis - agentes queladores de ferro(Sideróforos) - solubilizar sais de ferro e transportam dentro da célula
•Sódio (Na+) - transporte de materiais através das membranas celulares (permease - açúcar melibiose em células de Escherichia coli)
• Magnésio (Mg2+) e Potássio (K+) - integridade dos ribossomos.
• Cálcio (Ca2+) - componente das paredes celulares das bactérias Gram-negativas
• Zinco (Zn+2), cobre (Cu+2), manganês (Mn+2), molibdênio (Mo+6) e cobalto (Co+2) - para ativar enzimas.
Ex: Mo+6 -- nitrogenase (N2 - NH3 - fixação de nitrogênio
3- FATORES DE CRESCIMENTOCompostos orgânicos essenciais que algumas bactérias não conseguem
sintetizar : Vitaminas, aminoácidos, purinas e pirimidinas.
Algumas espécies durante a evolução perderam a capacidade de sintetizar até 30-40 compostos essenciais
II - METABOLISMO BACTERIANO
Metabolismo
1- INTRODUÇÃO
Catabolismo e Anabolismo
Soma de todas as reações químicas dentro de um organismo vivo (reações enzimáticas)
2- CATABOLISMO (Fase degradativa)
Caracteriza as reações metabólicas que "quebram" os nutrientes para produção de energia química e compostos intermediários para a célula"
2.1- DIGESTÃO DOS NUTRIENTES
• Digestão extracelular - fora da célula - enzimas extracelulares (composiçãoquímica ideal para serem absorvidas)
• Digestão intracelular - dentro da célula - endoenzimas
2.2- TRANSPORTE DOS NUTRIENTES PARA O INTERIOR DA CÉLULA
• Difusão simples e difusão facilitada
• Transporte ativo e translocação em grupo
Difusão simples (A) e facilitada (B)
Transporte de nutrientes
Transporte ativo (A) e translocação em grupo (B)
Difusão simples
- transporte de solutos através dos fosfolipídios;- transporte sem gasto de energia (passivo) e a favor do gradiente de concentração;- substâncias comumente tranportadas: gás oxigênio, gás carbônico, ácidos graxos.
Difusão facilitada
-transporte onde uma proteína carrega um soluto através da membrana;- transporte sem gasto de energia (passivo) e a favor do gradiente de concentração;- substâncias comumente transportadas: monossacarídeos (glicose), aminoácidos.
Transporte Ativo
Bolinhas vermelhas: Íon sódio - mais abundante fora da célula;- Bolinhas azuis: Íon potássio- mais abundante dentro da célula;- Bola verde: ATP;- Bolas cinzas: ADP + P
- O bolão cinza é a bomba de sódio e potássio. Cada vez que gasta 1 ATP (conversão da bola verde em duas bolas azul/esverdeada) ela transporta 3 sódios para fora da célula e 2 potássios para dentro da célula.
2.3- PRODUÇÃO DE ENERGIA (ATP)• Fosforilação em Nível de substrato• Fosforilação Oxidativa (reações de oxido-redução)• Fotofosforilação
2.3.1- VIAS METABÓLICAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIACatabolismo dos carboidratosCatabolismo das proteínas
Catabolismo dos lipídeos
CATABOLISMO DOS CARBOIDRATOS
Via da Glicólise
ALTERNATIVAS À GLICÓLISE• Via da Pentose Fosfato - Bacillus subtilis, Escherichia coli, etc.• Via Entner-Doudoroff - Rhizobium, Pseudomonas e Agrobacterium (não encontrada em Gram positivas)
Via da Glicólise
Ciclo de Krebs ou do
Àcido tricaborxílico
Cadeia de Transporte de Elétrons
Respiração x
Fermentação
Comparação da Respiração Aeróbia, Respiração Anaeróbia e Fermentação
CATABOLISMO DAS PROTEÍNAS E LIPÍDEOS
3- ANABOLISMO (Fase BIOSSINTÉTICA)
Caracteriza as reações metabólicas que produzem novas estruturas celulares a partir da polimerização dos compostos intermediários e da
utilização da energia provenientes do catabolismo.
• Biossíntese de Polissacarídeos
• Biossíntese de Lipídeos
• Biossíntese de Aminoácidos e Proteínas
• Biossíntese de Purinas e Pirimidinas
• Biossíntese de Carboidratos
ANABOLISMO
III CRESCIMENTO BACTERIANO
1- DIVISÃO BACTERIANA
Crescimento exponencial - Tempo de geração1 : 2: 4 : 8 : 16 : 34 : 64: ...
20 : 21 : 22 : 23 : 24 : 25: 26 : ...2número de gerações
(2,2 x 1043 células em 48h)
2- FASES DO CRESCIMENTO BACTERIANO
.Fase lag: as células estão mudando seu metabolismo para se adaptarem ao novo meio. Nesta fase as célulasrapidamente replicam DNA e RNA e induzem a síntese de novas enzimas necessárias para a divisão celular eassim um grande aumento na atividade metabólica aparece, porém não há aumento do número de células (taxade crescimento zero).
Fase logarítmica (log) ou exponencial: nesta fase a divisão celular ocorre em uma taxa de crescimento máxima econstante para as condições fornecidas pelo meio. O logaritmo do número celular aumenta linearmente com otempo. Verifica-se o pico de atividade e eficiência fisiológica.
Fase estacionária: não há aumento ou decréscimo sensíveis no número de células. Com o acúmulo de produtosmetabólicos tóxicos e/ou exaustão de nutrientes, algumas células morem enquanto outras crescem e se dividem.O número de células viáveis diminui, porém a taxa de crescimento zero.
Fase de declínio ou morte: o acúmulo adicional de produtos metabólicos inibitórios e depleção dos nutrientesessenciais provocam a morte celular. A taxa de morte é acelerada e o número de células viáveis diminui deforma exponencial, obtendo-se uma taxa de crescimento negativa.
Curva de crescimento de Pseudomonas syringae pv. garcae em tecidos de folha de cafeeiro, artificialmente inoculados (adaptado de Oliveira et al., 1991)
Quorum sensing
Quorum sensing... ou auto-indução... ou sensoriamento populacional...
Processo de comunicação célula-célula no qualgenes bacterianos são expressos de acordo com adensidade populacional, após uma concentraçãocrítica de moléculas auto-indutoras ter sidoatingida (Fuqua et al,1994).
Gram negativas: N – acil homoserinas lactonasGram positivas: peptídeos modificados pós tradução; Peptídeos não modificados; g - butirolactonas (semelhantes a AHLs)
Formaçãode biofilmes
ConjugaçãoMetabólitossecundários
Motilidade
Nodulação
Virulência
Quorum
sensing
Alguns processos regulados por Quorum sensing
Quorum sensing x biofilmes
Biofilmes - associações de microrganismos e de seus produtos extracelulares, que se encontram aderidos a superfícies bióticas ou abióticas.
Biofilmes – proteção contra antimicrobianos, radiações UV, alterações de pH, choques osmóticos e dessecação,...
3- FATORES QUE AFETAM O CRESCIMENTO BACTERIANO
3.1- TEMPERATURA
Classificação das bactérias quanto a variação de temperatura ideal:
Bactérias encontradas em alimentos rerigerados, nas profundezas dos oceanos e certos locais da região Ártica
- Psicrófilas: mínima - 0°C ou menosótima 15 - 20°Cmáxima em 30°C.
Maioria das bactérias que degradam alimentos, patogênicas e habitantes do solo
- Mesófilas: ótima - 25-40°Cmínima - 15-20°Cmáxima - 43°C
Compostos orgânicos, mistura de fertilizantes e nascentes quentes.
- Termófilas: ótima - 50 e 60°Cmínima - 25-45°Cmáxima 85°C
HipertermófilasÁreas vulcânicas, profundezas
oceânicas em regiões hidrotermais
Metabolismo x enzimas x temperatura
Bactéria Temperatura (oc)
Mínima Ótima Máxima
Pseudomonas fluorescens 4 25-30 40
Pseudomonas syringae pv. glycinae 2 24-26 35
Bactérias fitopatogênicas são tipicamente Mesófilas – ótima de 25 a 28oc
3.2- OXIGÊNIO
- Aeróbias: requerem oxigênio para o crescimento e produção de energia. Podem crescer a uma atmosfera padrão de 21% de oxigênio.
Ex.: Bactérias do gênero Pseudomonas, Ralstonia, Xanthomonas, etc. (maioria das bactérias fitopatogênicas)
- Anaeróbias: podem ser mortas pelo oxigênio, não podem crescer na presença do ar e não utilizam oxigênio para as reações de produção de energia.
- Facultativas: crescem na presença de ar atmosférico e podem também crescer em anaerobiose. Elas não requerem oxigênio para o crescimento, embora possam utilizá-lo para a produção de energia em reações químicas. Sob condições anaeróbias obtém energia por um processo metabólico chamado fermentação.
Ex.: As bactérias fitopatogênicas dos gêneros Pectobacterium e Erwinia
- Microaerófilas: podem utilizar oxigênio nas reações químicas para produção de energia. Não podem resistir a níveis de oxigênio (21%) presentes na atmosfera e normalmente crescem melhores em níveis de oxigênio variando de 1 a 15%.
- RELAÇÕES COM O OXIGÊNIO LIVRE
Bactérias fitopatogênicas
- Aeróbicas (maioria)
-Anaeróbicas facultativas
(ex. Pectobacterium carotovorum)
O2 + e- → O2- (radical superóxido) - enzima superóxido dismutase↓
2O2 + 2H+ → O2 + H2O2 (peróxido de hidrogênio) - enzimas catalase e peroxidase↓
02 + H2O2 → O2 + OH-2 + OH (radical hidroxila)
A B C D
A = Aeróbica
B = Anaeróbica
C = Anaeróbica Facultativa
D = Microaeróbica
Bactéria Limites de pH
Mínimo Ótimo Máximo
Erwinia amylovora 4,0-4,5 6,8 8,8
Ralstonia solanacearum 5,0-5,3 6,8-7,1 9,1-9,4
Bactérias fitopatogênicas tipicamente Neutrófilas – pH ótimo em torno de 7,0
pH intracelular neutro - expulsão ou absorção de íons hidrogênio pela célula, através de sistemas de transporte de prótons na membrana citoplasmática
3.3- POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (pH)
Faixa ótima - 6,5 -7,5Faixa de tolerância - 4,0 - 9,0
Célula em meio isotônico Célula em meio hipotônico Célula em meio hipertônico
Bactérias fitopatogênicas são não-halófilas
(só toleram baixas concentrações de sais no meio)
3.4- PRESSÃO OSMÓTICA
Plasmólise - perda de água por osmose
-Meio isotônico: o fluxo de água para dentro e para fora da célula está emequilíbrio; a célula cresce normalmente.
-Meio hipertônico: a concentração de solutos é mais alta no meio externo do queno citoplasma da célula; a célula perde água para o meio e pode desidratar emorrer. Ex. Peixe salgado, frutas em calda, mel e leite condensado
- Meio hipotônico: na solução externa a concentração de solutos é muito maisbaixa do que na célula; a água flui para dentro da célula que rompe.
VARIABILIDADE EM BACTÉRIAS :MUTAÇÃO E RECOMBINAÇÃO
1- MUTAÇÃO
Alteração na sequência de bases do DNA
Classificação: mutação pontualmutação por deslocamento do quadro de leitura
a) Mutação pontualSubstituição de um nucleotídeo poroutro em um gene.
• Mutação neutra ou silenciosa• Mutação errônea (missense)• Mutação sem sentido (nonsense)
b) Mutação por deslocamento do quadro de leituraAdição ou perda de um ou mais nucleotídeos do gene
Principais modificações observadas:- Síntese de um ou mais fatores de crescimento como aminoácidos, purinas,
pirimidinas e vitaminas (Auxotróficos)- Resistência a antibióticos e quimioterápicos- Perda na capacidade de produzir flagelo, pili e cápsula
Transposons são segmentos de
DNA com grande mobilidade, eles
codificam a enzima
transposase -responsável por
sua transferência para outros
segmentos de DNA.
TRANSPOSONS
AGENTES MUTAGÊNICOS
Agente químico ou físico que faz com que a frequência de mutação (número de mutantes por gene em cada geração) supere a frequência espontânea
normal
Mutação natural - uma vez a cada 10-6 a 10-10 célulasAgente mutagênico - uma vez a 10-3 a 10-5 células
Tipos: luz ultravioleta (UV) e os raios Xácido nitroso, corante de acridina, 5-bromouracil,sulfonato de etil metano e nitroso-guanidina
Troca de genes entre duas moléculas de DNA para formar novas combinações em um cromossomo
Recombinação em bactérias: TransformaçãoConjugaçãoRecombinação
Célula doadora x
Célula receptora
2- RECOMBINAÇÃO
2.1- TRANSFORMAÇÃO
Célula receptora adquire genes de moléculas de DNA solúveis no meio, incorporando pequenos fragmentos de DNA do doador
em seu próprio cromossomo
Célula bacteriana competente - produzir proteína especial que liga osfragmentos de DNA doador em sítios específicos na superfície celular
Laboratório - competência induzida em Escherichia coli (incubada em CaCl2 echoque térmico)
DNA cromossômico e DNA plasmidial - engenharia genética.
2.2- TRANSDUÇÃO
Transferência de material genético de uma célula doadora para receptora, mediada por um vírus (bacteriófago)
Transdução generalizada
Ocorre no ciclo lítico. Durante a fase de montagem da progênie do fago dentro da célula hospedeira infectada, qualquer fragmento de DNA ou plasmídio da bactéria que tenha aproximadamente o mesmo tamanho do DNA do fago pode ser acidentalmente incorporado pelo capsídeo em vez do DNA fágico.
Transdução especializada
Quando a lisogenia é interrompida, o fago entra no ciclo lítico e é excisado do cromossomo. Como resultado, têm-se partículas virais intactas (evento normal) e partículas contendo DNA do fago mais genes específicos do hospedeiro, ou seja, genes adjacentes ao ponto de inserção do fago ao cromossomo (evento raro).
2.3- CONJUGAÇÃO
Material genético é transferido de uma bactéria para outra, através de contato célula-célula
Gram negativas - plasmídeo (F+) codifica síntese de pili sexuais
Gram positivas - co-agregação através de moléculas de superfíciesaderentes (feromonas) da célula doadora
Novos epítetos - proposições ou listas no International Journal ofSystematic Bacteriology (http://www.cme.msu.edu/bergeys/)
§CLASSIFICAÇÃO DAS BACTÉRIAS:Na classificação atual dos três Domínios e 25 Reinos (Woese, 1977), os procariotos fitopatogênicos dentro do domínio Eubacteria são encontradas nos Reinos Proteobacteria (bactérias Gram Negativas) e Firmicutes (bactérias Gram positivas)
International Committee on Systematic BacteriologyBacteriological Code
International Journal of Systematic Bacteriology - Bergey's Manual
TAXONOMIA DAS BACTÉRIAS
§IDENTIFICAÇÃO: características morfológicas, bioquímicas, sorológicas, moleculares
• NOMENCLATURA: Sistema estabelecido em 1935 por •Carolus Linnaeus
Nomenclatura binomial – Ralstonia soloanacearum
Gênero Forma Gram Parede celular Espécie Doença
Acidovorax - bastonete- monótrica
- sim Acidovorax citrulli(Acidovorax avenae subsp.citrulli)
Mancha-aquosa do melão
Agrobacterium (Rhizobium) - bastonete- monótrica
- sim Rhizobium radiobacter(Agrobacterium tumefaciens)
Galha em coroa
Bacillus - bastonete- perítrica
+ sim Bacillus cereusBacillus subtilis
Podridão em melão e batataPodridão em manga
Ralstonia (Pseudomonas) - bastonete- lofótrica
- sim Ralstonia solanacearum(Pseudomonas solanacearum)
Murcha bacteriana em solanáceas e bananeira
Clavibacter(Corynebacterium)
- bastonete clavado- imóvel
+ sim Clavibacter xyli subsp. XyliClavibacter michiganensesubsp. Michiganense
Raquitismo da soqueira da cana-de-açúcarCancro bacteriano do tomateiro
Clostridium - bastonete- perítrica
+ sim Clostridium puniceum Podridão em batata e cenoura
Xanthomonas - bastonete- monótrica
- sim Xanthomonas campestris pv.CitriXanthomonas campestris pv. Campestris
Cancro cítricoPodridão negra das crucíferas
Erwinia - bastonete- perítrica
- sim Erwinia amylovoraErwinia stewuartii
Queima da macieiraMurcha do milho
Pectobacterium - bastonete- perítrica
- sim Pectobacterium carotovorumsubsp. carotovorum
Podridões moles
Pseudomonas - bastonete- lofótrica
- sim Pseudomonas syringae pv. tomato
Murcha bacteriana pequena do tomateiro
Streptomyces - micelial- imóvel
+ sim Streptomyces sacabiesStreptomyces ipomeae
Sarna da baatata, nabo, etc.Sarna da batata-doce
BLX (Bactérias limitadas aoxilena)
- bastonete- imóvel
- sim (ondulada) Xylella fastidiosa Clorose variegada dos citrosEscaldadura das folhas da ameixeira
BLF (Bactérias limitadas aofloema)
- bastonete- imóvel
- sim (ondulada) Sem nomenclatura "Club leaf" do trevo
Principais gêneros de bactérias fitopatogênicas, aspectos
morfológicos, espécies representativas
e doenças causadas.
Exemplos de bactérias na agricultura
Murcha-bacteriana em tomateiro
Ralstonia solanacearum
Murcha-bacteriana da batata
Ralstonia solanacearum
Murcha-bacteriana em eucalipto – Ralstonia solanacearum
Podridão-negra das crucíferas
Xanthomonas campestris pv. campestris
Galhas em roseira e framboeseira
Rhizobium radiobacter (Agrobacterium tumefaciens)
Podridão-mole da alface
Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum
Cancro cítrico
Xanthomonas axonopodis pv. citri
Cancro da videira
Xanthomonas campestris pv.viticola
Sarna comum e ácida da batata
Sptreptomyces scabiei e S. acidiscabies
Mancha-aquosa do melão e melancia
Acidovorax citrulli (Acidovorax avenae subsp. citrulli)
Raiz de planta leguminosa apresentando nódulos de
Rhizobium sp.
Planta de amendoim sem e com Rhizobium sp.