b43f21945b991b4e99923bee1b2e5d7c

23
1 GÊNEROS E FORMATOS NA COMUNICAÇÃO MASSIVA PERIODÍSTICA: UM ESTUDO DO JORNAL "FOLHA DE S. PAULO" E DA REVISTA "VEJA" Coordenador: Prof. Dr. José Marques de Melo Edição final: Paulo da Rocha Dias Rosemary Bars Mendez Grupo de pesquisadores: Paulo da Rocha Dias Rosemary Bars Mendez Daniella Crespin Villalta Gláubio Batista UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO RESUMO Os gêneros da comunicação massiva são os lugares privilegiados da apropriação do comunicólogo e exercem influência fundamental no processo de legitimação e autonomia das Ciências da Comunicação. Esta pesquisa, com base em amplo referencial teórico, aborda os gêneros da comunicação massiva periodística que têm como suporte o jornal e a revista propondo uma nova classificação geral dos mesmos. ABSTRACT The Mass Communication Genders are fundamental as objects of empirical observation for scholars dedicated to the study of Communications. They are also fundamental in the making of Communication Research as an autonomous Field of Knowledge. This paper, based on solid research and review of the state of the art on the matter, analyses the printed Mass Communication Genders, specifically those circulated by newspapers and magazines. Its main objective is to propose a new general classification for the Genders.

Upload: elis-barreto

Post on 13-Sep-2015

214 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Artigo de opinião

TRANSCRIPT

  • 1GNEROS E FORMATOS NA COMUNICAO MASSIVA PERIODSTICA:UM ESTUDO DO JORNAL "FOLHA DE S. PAULO" E DA REVISTA "VEJA"

    Coordenador: Prof. Dr. Jos Marques de MeloEdio final: Paulo da Rocha Dias

    Rosemary Bars MendezGrupo de pesquisadores:Paulo da Rocha Dias

    Rosemary Bars MendezDaniella Crespin VillaltaGlubio Batista

    UNIVERSIDADE METODISTA DE SO PAULO

    RESUMO

    Os gneros da comunicao massiva so os lugares privilegiados daapropriao do comuniclogo e exercem influncia fundamental no processo delegitimao e autonomia das Cincias da Comunicao. Esta pesquisa, combase em amplo referencial terico, aborda os gneros da comunicao massivaperiodstica que tm como suporte o jornal e a revista propondo uma novaclassificao geral dos mesmos.

    ABSTRACT

    The Mass Communication Genders are fundamental as objects of empiricalobservation for scholars dedicated to the study of Communications. They arealso fundamental in the making of Communication Research as an autonomousField of Knowledge. This paper, based on solid research and review of the stateof the art on the matter, analyses the printed Mass Communication Genders,specifically those circulated by newspapers and magazines. Its main objective isto propose a new general classification for the Genders.

  • 2INTRODUO

    O conjunto formado pela Comunicao Interpessoal, Grupal, Comunitria e Massiva

    constitui-se num campo especfico de conhecimento que progressivamente se autonomiza

    dentro das Cincias Sociais e Humanas e se caracteriza como Cincias da Comunicao1. Na

    medida em que esse campo especfico de conhecimento se homogeneiza e se constitui como

    uma Cincia Social Aplicada, torna-se patente a necessidade de se elaborar,

    concomitantemente ao processo de legitimao, uma abordagem terica, um conjunto de

    hipteses e metodologias que permitam superar a fragmentao e ao mesmo tempo delimitar o

    campo como cincia que se estabelece a partir de paradigmas prprios2.

    Para que toda e qualquer cincia se desenvolva fundamental a produo,

    armazenamento, organizao e classificao dos conhecimentos. O mtodo basilar para

    qualquer sistema de classificao fundamentalmente a observao, o mtodo emprico, e o

    lugar privilegiado de observao para os estudiosos de comunicao so os gneros.

    Os gneros da comunicao de massa assumem papel de grande importncia no

    processo de legitimao e autonomia das Cincias da Comunicao. comunidade cientfica,

    os gneros so fundamentais pois permitem a discusso sobre a abrangncia dos fenmenos

    comunicacionais como prtica estruturadora e construtora de significados na sociedade. Os

    gneros so os lugares da apropriao emprica do investigador onde so apontadas as linhas

    gerais dos procedimentos analticos para a compreenso da comunicao, sua natureza e suas

    dinmicas internas como campo autnomo de conhecimento3. Como afirma Lorenzo Gomis, os

    gneros ajudam o escritor a escrever e o leitor a ler4, permitindo relacionar formas e

    contedos.

    Jesus Martin-Barbero mais claro ao afirmar que os gneros atuam estrategicamente

    na produo e como leitura de si mesmo, permitindo que o sentido da narrativa seja produzido

    1 VASSALO LOPES, Maria Immacolata - Pesquisa em Comunicao: formulao de um modelometodolgico. 2a. edio. So Paulo: Loyola, 1994, pg. 112 WOLF, Mauro. Teorias da Comunicao. 1a. edi. Lisboa, Presena, 1995, pg 133 RIBEIRO, Lavina Madeira - Contribuies no Estudo Institucional da Comunicao. Teresina: Edufpi,19964 in Armaanzas, Emy y Noci, Javier Daz - Periodismo y argumentacin. Gneros de Opinin,Barcelona, Universidade del Pais Vasco pg. 77

  • 3e consumido, lido e compreendido, e que, diferentemente do funcionamento da obra na

    cultura culta, constitui-se na unidade de anlise da cultura de massas5.

    Para Alceu Amoroso Lima o gnero compreendido no como uma imposio ou um

    modelo, de fora para dentro, mas como uma livre disciplina, de dentro para fora, como

    princpios ordenadores determinados pela prpria arte em sua funo criadora 6. O gnero

    possui carter mutvel, por ser um instrumento de dilogo entre produtor e receptor. Na

    medida em que o dilogo avana, as formas de apresentao vo mudando. Trata-se de uma

    realidade dinmica.

    Das cincias naturais, passaram para a filosofia e dela para a literatura. via literatura

    que comeam a ser usados no jornalismo, permitindo que os produtores possam estruturar suas

    matrias, numa produo coletiva. Atuam como normas que possibilitam unificar, uniformizar

    a informao, em determinados formatos.

    OBJETIVO

    A comunicao massiva periodstica tem como suporte o jornal e a revista. Para

    identificar as estruturas que compem os espaos destes peridicos foram analisadas todos as

    edies, procurando decifrar os espaos ocupados pelas informaes. O objetivo principal

    desta pesquisa foi o de estabelecer uma nova classificao para os gneros, possvel atravs da

    reviso de literatura, sendo posteriormente realizado a anlise emprica. O estudo quantitativo

    levou em conta as Unidades Comunicacionais - UC - matrias publicas neste perodo.

    A pesquisa proposta teve a inteno de identificar os gneros jornalsticos para estes

    periodcos, a partir de uma anlise emprica do jornal Folha de S.Paulo, nas edies publicadas

    entre 20 a 26 de outubro de 1997, e da revista Veja, edies de 15 de outubro a 5 de novembro

    de 1997. A semana foi escolhida por no haver programao de eventos nacionais ou

    internacionais de grande impacto que pudessem alterar a apresentao do jornal e da revista.

    5 Martin-Barbero, Jesus - Diletica escritura/leitura in Dos Meios s Mediaes - Comunicao, Culturae hegemnonia, Rio de Janeiro, Editora UFRJ, 1997, pg. 1836 Lima, Alceu Amoroso - O Jornalismo como Gnero Literrio, Belo Horizonte, Agir, 1960, pgi 15

  • 4O critrio para classificao baseia-se na seguinte ordem CAMPO, MODALIDADE,

    CATEGORIA, GNERO E FORMATO, como est definido abaixo:

    CAMPO :

    Comunicao

    CONJUNTO :

    1. Interpessoal 2. Grupal

    3. Massiva

    3. COMUNICAO MASSIVA

    MODALIDADE :

    3.1 Bibliogrfica - livros e

    assemelhados

    3.2 Periodstica - jornal e revista

    3.3 Cinematogrfica - cinema

    3.4 Fonografica

    3.5 Radiofnica - rdio

    3.6 Televisiva - televiso

    3.7 Videogrfica - vdeo

    3.8 Ciberntica - computador

    3.2 COMUNICAO PERIODSTICA

    CATEGORIA:

    Jornalismo

    Propaganda

    Educao

    Entretenimento

    JORNALISMO

    GNERO:

    Informativo

    Interpretativo

    Opinativo

    Diversional

    Utilitrio

    JORNALISMO INFORMATIVO

    FORMATO :

    Nota

    Notcia

    Reportagem

    Entrevista

  • 5JORNALISMO INTERPRETATIVO

    Anlise

    Perfil

    Enquete

    Cronologia

    JORNALISMO OPINATIVO

    Editorial

    Comentrio

    Artigo

    Resenha

    Coluna

    Caricatura

    Carta

    Crnica

    JORNALISMO DIVERSIONAL

    Histria de interesse humano Histria colorida

    JORNALISMO UTILITRIO

    Chamadas

    Indicador

    Cotao

    Roteiro

    Obiturio

    PROPAGANDA

    GNERO:

    Comercial

    Institucional

    Ideolgico

    Legal

    PROPAGANDA COMERCIAL

    FORMATO :

    Avulsos Encartes

    Classificados Calhau

    PROPAGANDA INSTITUCIONAL

    Empresarial

    Governamental

    Comunitria

    Corporativas

  • 6 Social Funerria

    PROPAGANDA IDEOLGICA

    Poltica

    Religiosa

    Ineditorial

    PROPAGANDA LEGAL

    Edital

    Balancetes

    Atas

    Avisos

    EDUCAO

    GNERO:

    Formal Informal

    FORMAL

    FORMATO:

    Apostilas

    Testes

    INFORMAL

    Receitas

    ENTRETENIMENTO

    GNERO:

    Fico

    Passatempos

    Jogos

    FICO

    FORMATO:

    Histria em quadrinhos

    Contos

    Mini-contos

    Novelas

    Poesia

  • 7PASSATEMPOS

    Palavras Cruzadas

    Charadas

    Horscopo

    JOGOS

    Dama Xadrez

    Proposta para classificao

    Apesar de haver uma ampla produo sobre gneros, nota-se que poucos oferecem

    uma classificao consistente, como o livro do Prof. Doutor Jos Marques de Melo, sobre

    jornalismo opinativo, podendo ser considerada uma obra completa.

    Emy Armaanzas e Javier Diaz Noci afirmam que os gneros jornalsticos ficam mais

    evidentes a partir do sculo XIX, quando a notcia se consolida como gnero jornalstico,

    com informaes sobre os acontecimentos polticos e sociais mais importantes. Apontam ainda

    a reportagem, com longos relatos sobre guerras, ou sobre as viagens dos exploradores.

    Segundo os autores, com o amadurecimento do trabalho da imprensa fica evidente as

    diferenas entre jornalismo opinativo, informativo7 e interpretativo8.

    Neste trabalho, os autores recorrem a Josep Maria Casasss e Maria Pilar Diezhandino

    para explicar que a partir da dcada de 80 o jornalismo tem uma nova classificao: o

    jornalismo de servios, de bem-estar ou social9, em decorrncia das necessidades da

    sociedade, com carter de utilidade para o leitor.

    A proposta dos autores, porm, aprofundar a discusso sobre jornalismo opinativo,

    dividindo em editorial, colunas, crticas, comentrios e artigos10. Para eles, o que h de

    comum entre estes textos que todos trabalham com idias, a partir de um acontecimento

    atual ou no.

    Luiz Nez Ladevze procura mostrar a funo do jornal, que o intermedirio entre a

    informao e o leitor, selecionando os acontecimentos que merecem ser considerados como

    7 Idem, pg. 758 Idem, ibidem9 idem, pg 8110 Idem, pgs 83 a 85.

  • 8notcias, devendo estabelecer o melhor critrio para sua publicao. Alerta para a distino

    entre os fatos que so informados e as opinies de quem informa.

    Apesar desta distino, o autor, garante que no existe uma funo informativa que no

    inclua algum tipo de apreciao subjetiva ou juzo de valor, de critrio interpretativo. O

    jornalismo informativo aquele que tem predominantemente por objeto a informao da

    atualidade; seu fim principal dar conta do que acontece (...). O jornalismo interpretativo

    um modo de aprofundar a informao; seu fim principal o de relacionar a informao da

    atualidade com seu contexto temporal e espacial; tem, pois, um sentido conjuntural e no se

    limita a dar conta do que acontece, j que o jornalista interpreta o sentido dos acontecimentos.

    No jornalismo de opinio, a recompilao de dados informativos subsidiria, o principal

    que o jornalista toma posio a partir desses dados e trata de convencer o leitor de que esta

    tomada de partido a mais adequada ou correta11.

    Mais adiante, Ladevze afirma que os gneros se distinguem por seu fim

    comunicativo e por sua forma de exposio12. Em sua anlise, estabelece que informativo

    proporcional informao obtida, noticiando o que acontece, utlizando a linguagem de forma

    funcional. No interpretativo, tambm h informao, que aparece atravs de crnicas e

    comentrios. A opinio publicada em forma de artigos e crticas.

    A proposta da professora Ana Atorresi consiste numa diviso mais sistemtica para os

    gneros, afirmando que existem trs grandes formas de expresso no jornalismo, que

    implicam intencionalidades diferentes e, assim, possuem caractersticas diferentes. Podem ser

    definidos como informativo, de opinio e de entretenimento13.

    No jornalismo informativo so encontradas as notcias, as crnicas, as notas,

    trabalhos de investigao, reportagens, chamadas de 1o. pgina e fotografias. No formato

    opinio pode ser definido como editoriais, comentrios, fotografias e cartas de leitores. A

    anlise do formato entretenimento levou classificao de desenhos de humor e histrias,

    jogos, entretenimento variado e literatura.

    Os autores Ana Francisca Aldunate e Mara Jos Lecaros afirmam que a tradio

    jornalstica da Amrica Latina compreende os gneros: informativo, interpretativo e de

    11 idem, pg 3412 dem, pg 3713 Atorresi, Ana - Los Gneros Periodsticos, Argentina, ediciones Colihue pg. 19

  • 9opinio14. O primeiro se dedica a comunicar os fatos noticiosos, em menor tempo possvel,

    nutrindo-se basicamente de fatos atuais, curiosos. A interpretao aprofunda e explica a

    notcia, situando os fatos em um contexto, preocupando-se com o processo. Na opinio h a

    argumentao, convencendo o leitor para um determinado ponto de vista, trabalhando com

    idias e valores.

    Em cada gnero, acentuam, h um esquema para se tratar a informao, para que a

    notcia seja clara e sua compreenso rpida. Esse esquema uma regra que d unidade

    informao e pode ser traduzido como nota, crnica, entrevista e reportagem, editorial,

    comentrio ou coluna. O gnero periodstico um modo de informar e esse modo depende

    da expectativa do leitor 15.

    Definindo de forma prtica e didtica os gneros encontrados no jornalismo, Sibila

    Camps e Luiz Pazos afirmam que as fronteiras entre os gneros esto cada dia mais ambguas

    e muitas vezes aparecem o que na Argentina chamam de sub-gneros. Essas modificaes,

    assinalam, so decorrentes de vrios fatores, como as novas tecnologias e a necessidade dos

    meios (impresso, rdio e tev) de atingir todos os nveis sociais e culturais.16 Desta forma, os

    autores apresentam a definio para gneros.

    O trabalho aponta a crnica como o relato de um fato mediante a informao pura e

    sem interpretao ou opinio17. crnica pode ter descries, comparaes ou referncias

    quando tem uma relao direta com o fato, ou quando o leitor precisa de mais informaes

    para entender o que aconteceu. As declaraes podem ser includas, desde que se respeitando a

    preciso dos acontecimentos.

    O gnero nota tem uma descrio mais ampla: a narrao de um fato, com enfoque

    particular, que admite o uso da literatura, com estrutura fixa (introduo, corpo e ltimo

    pargrafo), podendo ser informativa, descritiva, declarativa, extica. Admite a opinio ou a

    interpretao da notcia.18

    14 Aldunate, Ana Francisca e Lecaros, Mara Jos - Gneros Periodisticos, Pontificia UniversidadeCatlica de Chile, 1989, pg. 715 Idem, pg. 1316 Camps, Sibila e Pazos, Luiz, Los gneros periodsticos in As se Hace Periodismo - Manual prticodel periodista grfico, Barcelona, Paids, 1994, pg.12917 Idem, Op. cit, pg 13018 idem, Op. cit, pg 136

  • 10

    Os autores ainda classificam histria colorida, que descreve uma situao, com

    recursos literrios, transmitindo emoes e sentimentos, exemplificando com a saga de uma

    famlia que deixa o lugar onde vive. Outra proposta dos autores a identificao dos gneros

    biogrficos, que podem ser identificados com a biografia, o perfil da pessoa, necrologia e

    histria de vida da pessoa.

    Para opinio encontramos a proposta: editorial, coluna fixa e nota de opinio19.

    Camps e Pazos ainda apresentam a classificao de cronologia, que seria informao

    complementar da crnica ou da nota, enumerando os fatos. Como seo fixa, os autores

    indicam cartas aos leitores, que podem conter informao ou opinio.20

    Nos estudos estabelecidos pelo professor Jos Marques de Melo, ao fazer a anlise

    morflogica dos jornais Jornal do Brasil, Jornal do Commercio e Correio da Paraba, so

    identificados trs categorias: o jornalismo, a propaganda e o entretenimento. Em Jornalismo

    aparecem o informativo, opinativo e entretenimento 21.

    Em outro trabalho morfolgico, publicado em 1972, Marques de Melo utilizou a

    mesma classificao, chamando de informao as notcias -- reportagens, entrevistas,

    editoriais, crnicas, artigos, comentrios; as propagandas -- econmica, administrativa,

    religiosa, poltica e pessoal; e entretenimento -- histrias em quadrinhos e variedades. 22

    Mrio Erbolato ao falar sobre as tcnicas jornalsticas definiu a prtica jornalstica em

    quatro gneros: informativo, interpretativo, opinativo e diversional23.

    A anlise sobre o jornalismo de opinio ganha fora quando Melo faz um estudo

    especfico para a sua classificao. Na publicao ressalta, porm, uma proposta para

    reclassificar jornalismo informativo e o opinativo, a partir de uma avaliao criteriosa sobre

    os estudos norte-americanos, europeus e hispano-americanos, centrando sua ateno na

    classificao utilizada por Luiz Beltro, que se aprofundou na avaliao do jornalismo

    opinativo, dividindo-o em editorial, comentrio, artigo, resenha, coluna, caricatura e carta.

    19 Idem, Op. cit, pg 144 e 14820 Idem, Op. cit, pg 151 e 15321 Marques de Melo, Jos, Comunicao Social - Teoria e Pesquisa, Rio de Janeiro, Editora Vozes, 1971,pg. 13522 Marques de Melo, Jos, Estudos de Jornalismo Comparado, So Paulo, Pioneira, 1972 pg 92 a 9823 Erbolato, Mrio - A Tcnica de Codificao em jornalismo, Rio de Janeiro, Editora Vozes, 1979, pg.32

  • 11

    Em sua anlise, Marques de Melo afirma que Beltro adota critrio funcional e que o

    pesquisador no se ateve natureza de cada um (estilo, estrutura narrativa, tcnica de

    codificao), mas obedeceu ao senso comum que rege a prpria atividade profissional24. A

    proposta do professor engloba dois critrios: definir os gneros que correspondem

    intencionalidade dos relatos, levando em considerao a praxis jornalstica; e busca identificar a

    natureza estrutural dos relatos.

    Dessa forma, o trabalho de Marques de Melo estabelece como proposta para

    classificao o seguinte: Jornalismo informativo nota notcia, reportagem e entrevista

    que se estruturam a partir dos acontecimentos e da relao dos profissionais com os

    protagonistas; e Jornalismo opinativo editorial, comentrio, artigo, resenha, coluna,

    crnica, caricatura e carta 25.

    Juarez Bahia ao escrever sobre As Agncias de Propaganda procura explicar a

    diferena entre propaganda e publicidade. Segundo ele, os termos convergem para o mesmo

    significado, dependendo dos meios e dos assuntos abordados. A publicidade conserva sua

    natureza comercial e o seu propsito levar as pessoas a comprar produtos de consumo. A

    propaganda tem uma inegvel correlao poltica e visa conseguir a concordncia do pblico a

    respeito de indivduos, idias, princpios, decises. A classificao que Juarez Bahia determina

    para a propaganda so, como ele diz, as mais conhecidas: propaganda de protesto; a de

    interesse atual; de utilidade pblica e a institucional 26.

    Jos Martinz Terrero afirma que a publicidade tambm uma forma de comunicao

    e tem funo social, podendo possuir carter econmico e de negcios ou ser identificada como

    ideologia e poltica. Publicidade a atividade que tem por objetivo criar na mente e vontade

    dos consumidores potenciais uma imagem do produto e a disposio de compr-lo. A

    publicidade se realiza criando e produzindo uma mensagem adequada e a transmitindo de

    maneira eficaz, econmica e competitiva atravs dos meios de comunicao comercial27.

    24 Marques de Melo, Jos, Classificao dos Gneros jornalsticos in A Opinio no JornalismoBrasileiro, So Paulo, Vozes, pg. 6025 Idem, Op. cit, pg 6426 Bahia, Joarez, Agncias de Propaganda in Jornal - Histria e Tcnica - Histria da ImprensaBrasileira, So Paulo, tica, 1990, pg.28727 Terrero, Jos Martinz, Integrao de Publicidade y Medios de Comunicacin Masivain LaPublicidade En Venezuela, Venezuela, Valencia, 1991, pg. 109

  • 12

    Sua classificao abrange duas partes: a publicidade comercial e a no-comercial. O

    autor entende como comercial as publicidades de carter informativo; as persuasivas e as

    manipulantes, todos com objetivo de vender um bem ou um servio. As no-comerciais esto

    divididas em publicidade institucional e educativa, com finalidades de criar uma reputao

    positiva de um estabelecimento ou de uma empresa diante da comunidade28.

    Enquanto a publicidade trata de vender um produto ou uma idia concreta, a

    propaganda, diz, mais geral: pretende assegurar a fidelidade das massas a um sistema

    poltico, governo, partido ou personagem29. Os gastos do governo venezuelano para

    promoo de seus programas e ideologia definido por Terrero como propaganda

    governamental.

    Mas, segundo ele, quando a propaganda se utiliza das mesmas tcnicas da

    publicidade comercial, ela deve ser definida como publicidade poltica. Ele se refere s

    campanhas eleitorais, classificando-as como eleitoral, por utilizar, para vender a imagem do

    candidato, os mesmos recursos que se utiliza para a venda de um produto com carter

    meramente econmico. Terrero, porm, no retira da publicidade seu carter ideolgico,

    afirmando ser um instrumento manipulador dos monoplios anunciantes para seus fins

    ideolgicos30.

    Diante das argumentaes dos estudiosos da rea fica evidente a necessidade de se

    ampliar a discusses sobre os critrios utilizados para a classificao dos gneros

    jornalsticos. O objetivo bsico deste trabalho o de apresentar novas propostas para a anlise

    do que o jornalismo impresso brasileiro vem apresentando, justamente por seu carter mutvel,

    exigncia da prpria dinmica do processo de comunicao e do fazer jornalstico.

    A utilidade da classificao est no prprio exerccio profissional, porque cada gnero

    cumpre uma funo especfica que responde a diferentes necessidades sociais e as formas de

    satisfaz-las31.

    Para que possamos entender os formatos definidos para a modalidade Periodstica, de

    acordo com as categorias de Jornalismo, Propaganda, Entretenimento e Educao

    28 Idem, Op. cit, pg. 11029 Idem, Op. cit, pg 17030 Idem, Op. cit, pg. 17931 Casass, Josep Maria e Ladevze, Luiz Nez, Estilo Y Gneros Periodsticos, Barcelona, EditoraArieal S.A., pg. 91

  • 13

    explicamos abaixo as denominaes utilizadas para o estudo emprico proposto neste trabalho,

    resultado de longas discusses durante o segundo semestre de 1997, com o professor doutor

    Jos Marques de Melo, baseado na reviso de literatura especfica ao assunto.

    Para os formatos de Jornalismo Informativo nota, notcia, reportagem e entrevista

    recorremos ao conceito estabelecido pelo professor Marques de Melo, assim como as

    definies para o Jornalismo Opinativo -- editorial, comentrio, artigo, resenha, crnica,

    coluna, caricatura e carta 32.

    Para classificarmos o Jornalismo Interpretativo definimos anlise quando a

    informao analisada pelo autor do texto publicado, com dados complementares que fazem

    com que o leitor possa ter uma compreenso maior dos fatos. Mrio Erbolato define anlise o

    estudo do que foi veiculado pelo meio33. Para Algar, anlise corresponde investigao dos

    elementos que compem uma mensagem informativa34.

    Perfil compreende a apresentao descritiva do personagem enfocado, possibilitando a

    interpretao de seu comportamento diante da sociedade. Para os autores Rabaa e Barbosa,

    a descrio das caractersticas prprias do entrevistado, representado atravs da narrao da

    histria da pessoa, com a descrio fsica do personagem e seus aspectos exteriores, traos

    morais, psicolgicos ou fsicos. Esclarecem ainda que Perfil pode ser uma entrevista com uma

    personalidade, com informaes biogrficas, com as idias, opinies do entrevistado,

    descrevendo seu modo de falar, suas roupas e gestos 35. Tem relao direta com o fato de

    atualidade que motiva a sua incluso.

    A enquete corresponde ao espao dedicado para que a informao seja interpretada

    pelo entrevistado de forma rpida e sucinta. Rabaa e Barbosa explicam que este formato

    rene testemunhos de um determinado nmero de pessoas sobre um determinado assunto da

    atualidade, com a finalidade de se registrar as diferenas de opinio do pblico ou do grupo

    entrevistado e de se avaliar uma mdia de opinies.36

    Mrio Erbolato divide a mesma opinio sobre enquete: quando se colhe entrevistas

    sobre o mesmo assunto, ouvindo diversas pessoas, com depoimentos a respeito de um

    32 Marques de Melo, Jos, Op. cit pg 6533 Erbolato, Mrio - Diconrio de Propaganda e Jornalismo, SP, Papirus, 1986, pg 3634 Lagar, Antonio Lpez de Zuago, Dicionrio del Periodismo, Madrid, Ed. Pirmide, 1978, pg 1935 Rabaa, Carlos Alberto e Barbosa, Gustavo - Dicionrio de Comunicao, SP, tica, 1987, pgs 197 e23836 Idem, Op. cit, pg 235

  • 14

    problema ou ocorrncia. As opinies so divulgadas em poucas linhas, com nome do

    entrevistado, idade, profisso e residncia37.

    Cronologia a complemento da informao principal (seja ela reportagem ou notcia),

    com dados cronolgicos dos acontecimentos. Camps e Pazos afirmam que cronologia consiste

    na enumerao de forma sucinta de uma srie de fatos vinculados a um mesmo tema,

    apresentada como informao complementar da reportagem, notcia, como os principais

    acidentes de avio38.

    No Jornalismo Diversional, cujo objetivo o prprio nome diz informao que diverte

    , encontramos histria de interesse humano e histria colorida, que seguem a descrio

    estabelecida por Camps e Pazos39. A histria de interesse humano utiliza um arsenal peculiar

    ao universo da fico para abordar um fato que foi notcia retomado na sua dimenso humana

    com a finalidade de suscitar o interesse e a ateno do pblico, caracterizado pela narrao de

    um fato de interesse social. A histria colorida descreve uma situao em que se desenvolve o

    fato, com recursos mais ligados literatura, transmitindo emoes e sentimentos. A nfase no

    modo como a histria se desenvolve e no na informao.

    Entendemos como Jornalismo Utilitrio as informaes que se caracterizam por

    prestar servios, como as que auxiliam o leitor a manusear o peridico, no caso as chamadas.

    Mrio Erbolato caracteriza a chamada como um resumo da notcia, ilustrada ou no, colocada

    na primeira pgina ou capa de caderno, com esclarecimento sobre a seo ou pgina em que

    pode ser lida40. A mesma definio adotada por Rabaa e Barbosa, complementando que

    chamada tambm o anncio de uma determinada campanha publicitria para divulgar um

    produto41.

    Para os autores Rabaa e Barbosa, em indicador esto as informaes teis sobre

    rgos governamentais, empresas, instituies, pases ou sobre determinado assunto

    especializado, como mercado econmico42. Mrio Erbolato completa a definio lembrando

    37 Erbolato, Mrio, Op. cit. Pg. 13438 Camps, Sibila e Pazos, Luiz, Op. cit, pg. 15139 Idem, Op. cit, pgs 129 a 14840 Erbolato, Mrio, Op. cit. Pg. 7741 Rabaa, Carlos Alberto e Barbosa, Gustavo, pgs 122 e 48142 Rabaa, Carlos Alberto e Barbosa, Gustavo, Op. cit. Pg 333

  • 15

    dos indicadores profissionais, que a seo destinada insero de pequenos anncios, sob

    vrias especialidades como mdicos, bares, institutos de beleza, melhores espetculos43.

    Para o formato cotao optamos pela definio de que so informaes sobre peas de

    mercadorias, bolsas de valores, preo de ouro, aes de bancos ou de fundos pblicos e valores

    das moedas estrangeiras.

    Em roteiro esto dicas sobre shows, espetculos, a relao de musicais selecionados,

    trecho da programao de uma emissora ou um texto com indicaes sobre o programa de

    rdio, televiso ou cinema, como exemplificam Rabaa e Barbosa44. A mesma descrio est

    em Mrio Erbolato45.

    Obiturio so informaes sobre os bitos registrados pelos Cartrios especializados,

    publicados geralmente em coluna especfica. Camps e Pazos estabelecem que nessa coluna

    esto os dados sobre a morte de uma pessoa, quando e onde ocorreu e a causa. Pode incluir

    uma biografia ou o perfil da pessoa e, dependendo da personalidade, pode acompanhar

    informaes especficas sobre as circunstncias da morte (suicdio, assassinato)46.

    Para Propaganda Comercial, cujo objetivo a venda de um produto, encontramos as

    seguintes definies. Avulsos so as propagandas realizados pelas agncias, que tratam o

    objeto anunciado com grandes trabalhos de divulgao. Mrio Erbolato diz que o tipo de

    anncio que ocupa quase toda a pgina de jornal, cercado por matrias produzidas pela

    redao47.

    Para Erbolato, encarte tambm o anncio completo, de fora a fora, cobrindo toda a

    pgina de jornal ou da revista, podendo aparecer em formato de tablide, com papel

    diferenciado e tendo mais destaque do que os demais anncios publicados na edio48.

    Em classificados esto os anncios, geralmente feitos pelo cidado comum, para a

    venda de um carro ou de uma casa. So anncios de pequeno ou mdio tamanho, inserido em

    seqncia na pgina, no final dos ltimos cadernos, reunidos em blocos, de acordo com o que

    oferecem ou solicitam49.

    43 Erbolato, Mrio, Op.cit pg 7644 Rabaa, Carlos Alberto e Barbosa, Gustavo, Op.cit pg. 52045 Erbolato, Mrio, Op. cit. pg 27746 Campz, Sibila e Pazos, Luiz, Op. cit. pg 14647 Erbolato, Mrio, Op. cit. pg 4048 Erbolato, Mrio, Op. cit. pg. 4049 Idem, ibidem, pg 39

  • 16

    Calhau a propaganda da prpria empresa de comunicao, normalmente recurso

    utilizado pelo jornal, para preencher espao vago nas pginas internas.

    Levando em considerao a definio de propaganda Institucional, que prev a

    promoo da imagem de uma empresa, marca, instituio ou rgo pblico, encontramos a de

    carter empresarial, quando uma empresa investe em seu prprio nome, independente do

    produto que comercializa, publicando segundo Erbolato, texto ilustrado ou no50. O autor ainda

    define a propaganda governamental, que so textos ilustrados ou no para divulgao de

    obras ou metas oficiais dos governos federal, estadual ou municipal, e de seus respectivos

    ministrios e secretarias51.

    A propaganda comunitria destina informao uma determinada comunidade, como

    por exemplo, falta de gua em bairro, na cidade. A corporativa a propaganda realizada por

    entidades de classe, como sindicatos e associaes; a social visa a valorizao da imagem

    pessoal, composta de um s pargrafo, onde se aborda nascimento, compromissos sociais e

    empresariais.

    A propaganda funerria patrocinada por empresas do ramo, com divulgao de seus

    servios, relao dos bitos e indicaes sobre o velrio e o enterro.

    Em Propaganda Ideolgica esto as que emitem mensagem com conotao poltica e

    ou religiosa. Propaganda poltica tem por objetivo a conquista e a conservao do poder,

    utilizando as mesmas tcnicas da propaganda comercial, embora os fins sejam distintos, como

    colocam os autores Rabaa e Barbosa52. Para Mrio Erbolato, esse tipo de propaganda

    utilizada para a divulgao de programas e idias de organizaes polticas e de seus

    candidatos, visando a obteno do poder pelo voto53.

    Em propaganda religiosa optamos pela definio do professor Marques de Melo, de

    que esse o formato para a divulgao de diversos credos religiosos, de seus ideais com

    finalidade de conquistar adeptos54.

    Nesse gnero h tambm a propaganda ineditorial, que representa a opinio emitida

    por uma empresa, independente da linha editorial adotada pelo veculo escolhido para divulgar

    sua mensagem. Erbolato mais claro ao afirmar que a publicao feita por terceiros sem

    50 idem, ibidem, pg, 3951 Idem, ibidem, pg 3952 Rabaa, Carlos Alberto e Barbosa, Gustavo, Op. cit. pg. 48253 Erbolato, Mrio, Op. cit. pg 254

  • 17

    responsabilidade da empresa jornalstica55, como relatrios comerciais ou textos transcritos de

    outros jornais.

    Propaganda Legal so os anncios realizados mediante legislao vigente.

    Encontramos nesse item o edital (para concorrncia pblica, por exemplo), que segundo

    Erbolato corresponde s publicaes inseridas na imprensa visando dar conhecimento sobre a

    existncia de um processo, um leilo, ou a compra e venda de materiais por empresas pblicas

    ou particulares, ou assemblias de sociedades56.

    Rabaa e Barbosa completam a definio lembrando dos avisos, das citaes, afixadas

    em lugares pblicos e anunciadas na imprensa para o conhecimento dos interessados ou de

    determinada pessoa de paradeiro desconhecido57.

    Em balancete esto as publicaes que mostram dados financeiros das empresas e do

    governo, podendo ser parcial. Para Rabaa e Barbosa, em atas esto as ocorrncias e decises

    tomadas em uma reunio58.

    As informaes relacionadas Educao Formal so as encontradas em apostilas e

    testes. So matrias jornalsticas que seguem a L.D.B. - Lei de Diretrizes de Bases. Rabaa e

    Barbosa colocam apostila como sendo as publicaes para fins didticos, dirigido educao

    ou a professores, constitudo de pontos, notas de aula ou registro de palestras59. Para eles,

    testes compreendem a verificao rpida e objetiva de uma determinada avaliao60.

    Em Educao Informal esto as receitas, comportando parte da educao popular,

    com descrio minuciosa dos procedimentos a serem adotados na culinria, no artesanato e

    jardinagem.

    Nos peridicos tambm encontramos informaes que levam exclusivamente ao

    Entretenimento do leitor, com carter de Fico , que so as histrias construdas a partir da

    imaginao do autor. Nesse gnero encontramos a histria em quadrinhos, que segundo

    Rabaa e Barbosa, a descrio visual de um fato, de uma histria, formando a narrao em

    54 Marques de Melo, Jos, Comunicao Social, Teoria e Pesquisa, RJ. Vozes, 1971, pg. 14655 Erbolato, Mrio, Op. cit. pg 20856 Idem, Op.cit. pg. 12757 Rabaa, Carlos Alberto e Barbosa, Gustavo, Op. cit. pg. 22558 Idem, ibidem, pg. 5359 Idem, ibidem, pg. 4660 Idem, ibidem, pg. 568

  • 18

    seqncia dinmica da situao representada por meio de desenhos que constituem pequenas

    unidades grficas sucessivas, geralmente integradas a textos sintticos e diretos61.

    Contos e mini-contos correspondem a narrao literria publicada por revistas ou

    suplementos de jornais, como afirma Mrio Erbolato62. Em Massaud Miss, esse formato

    permite sutilezas para descrever esteticamente uma cena do cotidiano. O conto, diz, contm

    um drama, um conflito ou uma ao63.

    Rabaa e Barbosa definem novelas como gnero literrio estruturado em srie de

    unidade dramtica encadeada e sucessiva, um entretenimento superficial e absorvente64. A

    poesia, na descrio de Geri Campos, a obra literria escrita em versos, com sentido

    completo ou fragmentrio, que se caracteriza pela obedincia a determinados preceitos rtmicos

    e fnicos65.

    Os Passatempos so espaos ocupados com palavras cruzadas e charadas. A palavra

    cruzada uma espcie de diverso utilizando os sinnimos, tendo como suporte um desenho

    quadriculado, de tal modo que a coluna horizontal se complete com a vertical. Charada

    consiste em solucionar um enigma, utilizando significados parciais ou palavras chaves para

    encontrar a palavra desejada. Em horscopo encontramos as orientaes para os 12 signos do

    zodaco.

    Como Jogos temos dama e xadrez. O jogo de dama praticado num tabuleiro

    desenhado com 64 quadrados, permitindo disputa entre dois adversrios, que elimina o

    concorrente com a supresso de peas do tabuleiro. Xadrez possibilita a diverso do leitor com

    a movimentao de 32 peas de diferentes valores (rei, rainha, peo, bispo e cavalo).

    RESULTADO DA PESQUISA

    Definidas as classificaes para gneros peridicos, chegou-se ao resultado final da pesquisa,

    descrito abaixo:

    61 Rabaa e Barbosa, Op. cit. pg. 31462 Erbolato, Mrio, Op. cit. pg. 19463 Moiss, Massaud, Dicionrio de Termos Literrios, SP. Cutrix, s./d., pgs 98 a 10364 Rabaa, Carlos Alberto e Barbosa, Gustavo, op. cite. pag. 41865 Campos, Ger, Pequeno Dicionrio de Arte Potica, RJ, Conquista, s/d. pg. 157 a 205

  • 19

    Quadro de avaliao da Folha de S.PauloEdio: 20 a 26/11 de 1997

    JORNALISMO INFORMATIVOFORMATO

    Nota 161 Reportagem 202Notcia 271 Entrevista 21

    JORNALISMO INTERPRETATIVOFORMATO

    Anlise 21 Enquete 04Perfil 06 Cronologia 10

    JORNALISMO OPINATIVOFORMATO

    Editorial 21 Coluna 60Comentrio 21 Caricatura 08Artigo 39 Carta 117Resenha 33 Crnica 06

    JORNALISMO DIVERSIONALFORMATO

    Histria de Interesse Humano 04Histria Colorida

    JORNALISMO UTILITRIOFORMATO

    Chamadas 110 Roteiro 756Indicador 118 Obiturio 49Cotao 453

    PROPAGANDA COMERCIALFORMATO

    Avulsos 856Encartes 03Classificados 31357Calhau 147

    PROPAGANDA INSTITUCIONALFORMATO

    Empresarial 168Corporativa 14Governamental 23Social 05Comunitria 06Funerria 52

    PROPAGANDA IDEOLGICAFORMATO

    Poltica IneditorialReligiosa

    PROPAGANDA LEGALFORMATO

    Edital 126 Atas 04Balancetes Aviso 39

    EDUCAO FORMALFORMATO

    Apostilas 01Testes 02

    EDUCAO INFORMALFORMATO

    Receitas 07

    ENTRETENIMENTO FICOFORMATO

    Histria em quadrinhos 64Contos 01 NovelasMini-contos Poesia

    ENTRETENIMENTO PASSATEMPOFORMATO

    Palavras CruzadasCharadasHorscopo 04

    ENTRETENIMENTO JOGOSFORMATO

    DamaXadrez

  • 20

    Quadro de avaliao da Revista VejaEdio: 15/10 a 5/11de 1997

    JORNALISMO INFORMATIVOFORMATO

    Nota Reportagem 31Notcia 51 Entrevista 04

    Outros/data 04

    JORNALISMO INTERPRETATIVOFORMATO

    Anlise 01 Enquete 01Perfil 04 Cronologia

    JORNALISMO OPINATIVOFORMATO

    Editorial 04 Coluna 16Comentrio 04 Caricatura 04Artigo 07 Carta 91Resenha 16

    JORNALISMO DIVERSIONALFORMATO

    Histria de Interesse Humano 02Histria Colorida

    JORNALISMO UTILITRIOFORMATO

    Chamadas 04 RoteiroIndicador 02 ObiturioCotao 04 Expediente 01

    ndice 04

    PROPAGANDA COMERCIALFORMATO

    Avulsos 170 Encartes 03Classificados Calhau 01

    PROPAGANDA INSTITUCIONALFORMATO

    Empresarial 31Corporativa 03Governamental 11SocialComunitria 02Funerria

    PROPAGANDA IDEOLGICAFORMATO

    Poltica IneditorialReligiosa

    PROPAGANDA LEGALFORMATO

    Edital AtasBalancetes Aviso

    EDUCAO FORMALFORMATO

    ApostilasTestes

    EDUCAO INFORMALFORMATO

    Receitas

    ENTRETENIMENTO FICOFORMATO

    Histria em quadrinhosContos NovelasMini-contos Poesia

    ENTRETENIMENTO PASSATEMPOFORMATO

    Palavras CruzadasCharadasHorscopo

    ENTRETENIMENTO JOGOSFORMATO

    DamaXadrez

  • 21

    CONCLUSO

    A primeira concluso que se pode tirar sobre a classificao apresentada que a maioria dos

    gneros definidos nesta nova proposta pode ser encontrado no jornal Folha de S.Paulo, ao

    contrrio da revista Veja, onde esto apenas duas categorias no total das mensagens veiculadas

    - Jornalismo e Propaganda.

    Apesar da pesquisa priorizar as Unidades Comunicacionais e no a medida cm/coluna, o

    resultado inicial de que a Folha de S.Paulo prioriza o jornalismo informativo, procurando o

    fato do dia para ser noticiado; apresenta preocupao com o jornalismo utilitrio, o que parece

    ser a nova tendncia entre os peridicos. Outra evidncia a importncia que o jornal dedica ao

    jornalismo opinativo, deixando claro aos leitores sua postura, e, ao mesmo tempo, dando-lhes

    espaos para manifestaes, atravs das cartas. No gnero da propaganda, a Folha de S.Paulo

    tem mais espaos para os classificados, seguido dos avulsos e faz uso do calhau. A

    propaganda institucional tambm comum em suas pginas.

    Na revista Veja o maior espao, 52,75%, ocupado pela propaganda, dividida entre os gneros

    comercial o que representa a maioria e institucional. J, o calhau, diante dos modernos

    meios de diagramao, tende a desaparecer da revista semanal, e os classificados nas

    edies examinadas inexistem, tendo espao reservado no suplemento Vejinha. A principal

    observao que o setor privado o maior anunciante da Veja. Por excelncia, a revista de

    informao e de anlise de notcias, ou seja, uma revista de jornalismo, levando-se em

    considerao que os cinco gneros desta categoria esto em suas pginas. A abordagem da

    notcia, contudo, tem a caracterstica cold news, -- notcias frias --, que acabam sendo

    interpretadas por seu autor. O jornalismo interpretativo mais presente nos perfis, enquetes e

    anlises. Vale ressaltar que o interpretativo pode ser considerado um rebento do informativo e

    na Veja, s vezes, difcil distinguir se uma mensagem puramente informativa ou se

    interpretativa. O jornalismo utilitrio tem pouca presena na Veja, assim como os gneros

    diversionais.

    Para fechar este trabalho, recorremos reflexo de Marques de Melo: Enfrentar esta questo

    (os gneros) representa o maior dilema dos que se dedicam a estudar o jornalismo nas

  • 22

    universidades brasileiras. Esperamos que a reflexo aqui contida, as observaes registradas e

    as evidncias apreendidas possam estimular muitos outros a prosseguir a caminhada.66

    BIBLIOGRAFIA

    Aldunate, Ana Francisca e Lecaros, Mara Jos Gneros Periodisticos, Santiago, Ed.

    Pontficia Universidad Catlica de Chile, 1989

    Algar, Antonio Lpez de Zuazo Dicionrio del Periodismo, Madrid, Ed. Pirmide, S.A,

    1978

    Armaanzas, Emy y Daz Noci, Javier Periodismo y Argumentacin. Gneros de Opinin,

    Barcelona, Ed. Universidade del Pas Vasco, s/d

    Atorresi, Ana Los Gneros Periodsticos, Argentina, Ediciones Colihue, s/d

    Bahia, Joarez Jornal, Histria e Tcnica, Histria da Imprensa Brasileira, So Paulo, Ed.

    tica, 1990

    Borelli, Silvia Helena Simes (org.) - Gneros Ficcionais. Produo e Cotidiano na Cultura

    Popular de Massa. So Paulo, Intercom/CNPq/Meca, 1994

    Campos, Geri Pequeno Dicionrio de Arte Potica, Rio de Janeiro, Ed. Conquista, s/d

    Camps, Sibila e Pazos, Luiz As se Hace Periodismo, Barcelona, Ed. Paids, 1996

    Casasus, Josep Maria e Ladevze, Luiz Nez Estilo Y Gneros Periodsticos, Barcelona,

    Editorial Ariel, S.A, s/d

    Casass, Josep Mara Iniciacin a La Periodstica, Editorial Teide, s/d

    Dias, Paulo da Rocha - Classificando os Seres Vivos. So Paulo, Umesp, 1997

    Dines, Alberto - Mdia, Civilidade, Civismo. In: AAVV - O Preconceito. So Paulo, IMESP,

    1996

    Eco, Humberto Apocalpticos e Integrados, Editora Perspectiva, s/d

    Erbolato, Mrio Dicionrio de Propaganda e Jornalismo, So Paulo, Ed. Papirus, 1986

    Katz, Samuel Chaim, Doria, Francisco Antonio e Lima, Luiz Costa - Dicionrio Bsico de

    Comunicao, Rio de Janeiro, Ed. Paz e Terra, 1975

    Ladevze, Luiz Nez Introduccin al Periodismo Escrito, Barcelona, Editorial Airel, S.A,

    1995

    66 Marques de Melo, Jos - A Opinio no Jornalismo Brasileiro, pg. 184

  • 23

    Lima, Alceu Amoroso - O Jornalismo como Gnero Literrio, Rio de Janeiro, Agir Editora,

    1960

    Marro, Mabel S. e Dellamea, Amalia B. La Comunicacion Social, Elementos, Claves y

    Proyecciones, s/d

    Marques de Melo, Jos A Opinio no Jornalismo Brasileiro, So Paulo, Editora Vozes,

    1994

    __________ Estudos de Jornalismo Comparado, So Paulo, Ed. Pioneira, 1972

    __________ Comunicao Social, Teoria e Pesquisa, Rio de Janeiro, Ed. Petrpolis, 1971

    __________ Gneros Jornalsticos na Folha de S. Paulo, So Paulo, Ed. FTS, 1992

    __________ -- Comunicao e Transio Democrtica. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1985

    Martin Barbero, Jesus Dos Meios s Mediaes: Comunicao, cultura e hegemonia, Rio

    de Janeiro. Ed. UFRJ, 1997

    Moiss, Massaud Dicionrio de Termos Literrios, So Paulo, Ed. Cultriz, s/d

    Pasquali, Antonio Comprender La Comunicacion, Monte Avila Editores,

    Rabaa, Carlos Alberto e Barbosa, Gustavo Dicionrio de Comunicao, So Paulo, tica,

    1987

    Ribeiro, Lavina Madeira Contribuies ao Estudo Institucional da Comunicao. Teresina,

    Edfpi, 1996

    Terrero, Jos Martnez La Publicidade Em Venezuela, Venezuela, Valencia, 1991

    VASSALO LOPES, Maria Immacolata Pesquisa em Comunicao: formao de um

    modelo metodolgico. 2a. ed. So Paulo, Loyola, 1994

    Wolf, Mauro Teorias da Comunicao, 4a. ed. Lisboa, Presena, 1995

    Wright, Charles Comunicao de Massa. Rio de Janeiro, Bloch Editores, 1973