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Conhecendo as Divindades Yorubá

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ÈSÙ

PRIMEIRO DOS ÒRÌSÀ DO PANTEÃO YORÙBÁ. QUANDO ELÉDÙMARÈ / DEUS JUNTOU ILÉ /TERRA E OMI / ÁGUA E MODELOU O PRIMEIRO SER, SOPRANDO-LHE VIDA, NASCEU ÈSÙ YANGI. DAÍ

UM DOS MOTIVOS PELO QUAL ESTE ÒRÌSÁ DEVE SER LOUVADO EM PRIMEIRO LUGAR EM TODOSOS CULTOS. É ELE O ELO DE LIGAÇÃO ENTRE O ÒRUN / ALÉM E O ÀIYÉ / MUNDO, ASSIM NADA NOSCHEGA, OU É LEVADO À ELÉDÙMARÈ, OU AOS OUTROS ÒRÌSÀ, SEM QUE TENHA A ATUAÇÃO DEÈSÙ, O QUE TAMBÉM O FAZ DE GRANDE IMPORTÂNCIA, NÃO SÓ COMO PRIMOGÊNITO, MAS COMOO INTERMEDIÁRIO DIVINO. NOSSOS PEDIDOS À ELÉDÙMARÈ SÃO CONDUZIDOS POR ÈSÙ, E CASOELE NÃO ESTEJA PLENO EM SUA SATISFAÇÃO, PODERÁ CONDUZIR INDEVIDAMENTE NOSSASSOLICITAÇÕES GERANDO DESENCONTROS NAQUILO QUE PRETENDEMOS DE DEUS. EM ILÉ OLUJÍ  ANUALMENTE PRÓXIMO A FEVEREIRO SÃO REALIZADOS FESTIVAIS À ÈSÙ PARA MARCAREM OINÍCIO DO CULTIVO DA TERRA, AFIM DE PEDIR A ESTE ÒRÌSÀ BÊNÇÃOS AO CULTIVO ANUAL. É ASSIM TAMBÉM QUE NO INÍCIO DE QUALQUER CERIMONIA SE “DESPACHA” A ÈSÙ. TEM O TERMO“DESPACHAR” O SENTIDO DE SOLICITAR QUE ÈSÙ SEJA LIBERADO, ENVIADO, A LEVAR OSPEDIDOS AOS ÒRÌSÀ QUE SERÃO CULTUADOS.

Um mito Yorùbá que um rei tinha três filhos: Ògún, Sòngó e Èsù. Este último não

era um mau rapaz, mas era turbulento, brigão e lutador. Depois de sua morte sempre queos africanos faziam sacrifícios aos espíritos, ou celebravam uma festa religiosa, tudo davaerrado, os deuses não atendiam os pedidos devidamente, rebanhos eram reduzidos, ascolheitas secavam e produziam poucos frutos. Que há de errado? Um Bàbáláwoconsultou os obis e estes responderam que Èsù estava com ciúmes, queria sua parte nossacrifícios dos deuses. Como as calamidades não cessavam, cada vez piorando mais, opovo voltou a consultar o Bàbàlàwó, obtendo a seguinte resposta:

- Èsù quer ser servido em primeiro lugar. Mas quem é esse Èsù? Como? Vósnão lembrais dele? Ah, aquele pretinho muito chato, que amola muito! ExatamentePortanto daí nunca mais nada foi feito sem que Èsù fosse servido em primeiro lugar, anteque qualquer dos seus irmãos ou ainda outro Òrìsà.

PELA SUA RELAÇÃO DIRETA COM HOMEM, ÈSÙ ASSIMILA DELE MUITAS CARACTERÍSTICASE FORMAS DE PENSAR, INCLUSIVE ALGUMAS RUINS, COM MÁ ÍNDOLE, O AGRADO PELABARGANHA, OU O NÃO FAZER NADA SEM HAJA TROCA, NÃO ESQUECENDO-SE NUNCA DE COBRAR ALGO QUE LHE TENHA SIDO PROMETIDO. NÃO PODEMOS ESQUECER QUE TODOS OS SERES

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HUMANOS TEM EM SI A SEMENTE DO MAL. ESTE É O MOTIVO DE ÈSÙ SER TRATADO COMO O MAISHUMANO DOS ÒRÌSÀ. ESTA É A INFLUÊNCIA QUE O LEVA A REALIZAR PRÁTICAS MALDOSAS EMCERTOS MOMENTOS DE SUA IRA. MAS ISSO NÃO O TONA DEUS DO MAL, OU MUITO MENOS ODIABO, COMO PRETENDEM CERTAS FACÇÕES RELIGIOSAS. Sua predileção por receber oferendas desacrifício de animais – étù / galinha d’Angola, àkùkodìe / galos, e ako / bodes – somada a necessidade dohomem de saber que seus pedidos estão sendo conduzidos ao Àiyé corretamente, faz com sempre lhe seja

ofertado o que lhe é de mais predileto, isto fez com que lhe fosse dada, pelos católicos e seus descidentes, ainterpretação diabólica, tomando formas específicas. CABE REALÇAR QUE O NEGRO ESCRAVOPREVALECEU-SE DESTE SINCRETISMO, ADQUIRINDO, PELO MEDO, FORÇAS À SUA CULTURAJUNTO AOS SEUS SENHORES, O QUE AJUDOU A ACENTUAR ESTA RELAÇÃO ‘ÈSÙ-DIABO’, QUEPERMITINDO UMA MAIOR LIBERDADE RELIGIOSA E UMA RESISTÊNCIA CULTURAL YORÙBÁ. ERA ÀÈSÙ QUE OS NEGROS PEDIAM O MAL AOS QUE OS HAVIAM ESCRAVIZADO. PORTANTO O QUE ERABOM PARA UNS ERA VISTO COMO MAU PELOS PADRES JESUÍTAS E SENHORES DE ENGENHO. MAS A CULTURA NÀGÓ DESCONHECE QUALQUER SER ENDEMONIADO, OU MUITO MENOS TÊM EM SUADOUTRINA RELIGIOSA ALGUÉM QUE POSSA ASSIMILAR-SE AS CARACTERÍSTICAS DE UM ANJOCAIDO. PARA O POVO YORÙBÀ, TUDO O QUE ELÉDÙMARÈ CRIOU É BOM PARA O PROGRESSO, OUESTÁ RELACIONADO COM O BEM, PORTANTO SERIA ANTAGÔNICO A HIPÓTESE DE EXISTIR UMDEMÔNIO NESTA CULTURA. ESTAS INTERPRETAÇÕES BRASILEIRAS ERRÔNEAS QUANTO APERSONALIDADE – QUE POR VEZES É LEVIANA E AS VEZES DE UM RADICALISMO EXCESSIVO – É

QUE FAZ DESTE ÒRÌSÀ UM SER TODO ESPECIAL E POLÊMICO, PRINCIPALMENTE NA FORMA EMANEIRA DE SE LIDAR COM ELE. Em Cuba, Èsù é sincretizado com o Menino Jesus. HÁ DE SERRESPEITADO AQUELE QUE DESEMPENHA O PAPEL DE PODER AGIR LIVREMENTE EM TODOS OSNÍVEIS, PLANOS, ESPAÇOS E TEMPO, TANTO NO MUNDO DOS DEUSES COMO NO MUNDO DOSHOMENS. ELE É ÒJÍSÉ, O MENSAGEIRO.

MAS NÃO PODEMOS NEGAR QUE ESTE MODO ERRADO, DE OLHAR ÈSÙ COMO SENDODEMÔNIO EXISTE, E FORMA PRECONCEITOS EM DETERMINADAS CASAS DE SANTO QUE, AODEPARAR, PELO JOGO DE BÚZIOS, COM UM FILHO DE ÈSÙ, TENTA INDUZI-LO, AFIRMANDO QUE ELEÉ FILHO DE ÒGÚN OU AINDA DE ÒSUN. TRATAM O OMO ÈSÙ COMO SENDO UMA PESSOASOFREDORA, LIGADA AO MAL, OU QUE ESTÁ SENDO CASTIGADA POR SER FILHO DELE. TAIS AFIRMAÇÕES SE FAZEM NOTAR PELAS TERMINOLOGIAS UTILIZADAS NESTES TERREIROS. AFIRMAM QUE UM ELÈGÚN “POSSUI” DETERMINADO ÒRÌSÀ, ENQUANTO OS FILHOS DE ÈSÙ“CARREGAM” SEU SANTO. ENXERGAM EM ÈSÙ UM “ESCRAVO” DO SANTO. VEJA AI A CONTRADIÇÃO

CLARA GERADA PELO DESCONHECIMENTO: AO ÒRÌSÀ DISCRIMINADO É DADA A FUNÇÃO DE ZELARPELA SEGURANÇA DAS PORTAS DE ENTRADA DOS TERREIROS. NÃO É COISA DE DOIDOENTREGAR A SEGURANÇA DE SUA CASA AO DIABO? SERÁ QUE O POVO YORÙBÁ, CONHECEDORDE TODOS OS SEGREDOS DAS FORÇAS DA NATUREZA, É UM POVO TÃO BURRO?

SUA ATUAÇÃO ESTÁ DIRETAMENTE RELACIONADA COM AS FINANÇAS, A SEXUALIDADE, OPODER DE FERTILIZAÇÃO E A FORÇA TRANSFORMADORA DAS COISAS. É O AGENTE QUE CRIAEXPECTATIVA AOS SEUS CULTUADORES, GERA FÉ. ELE É A AGILIDADE, A FORÇA RENOVADORA. ÉO ARQUÉTIPO DA NÃO-SUBMISSÃO, DO PROTETOR, DA CORAGEM, DA VALENTIA, DA AGRESSIVIDADE, DA IMPULSIVIDADE, DA RESISTÊNCIA, PRÓPRIOS DE SEU DINAMISMO. PORTANTOÉ A REBELDIA AOS PADRÕES E CONVENÇÕES DA SOCIEDADE, SEM LIMITES ÉTICOS E MORAIS.FAZENDO O PROIBIDO PASSAR A SER PERMITIDO. SUA PRESENÇA SEMPRE INCOMODA, POIS ÉCONTESTADOR DA DOMINAÇÃO, PORTANTO SENHOR DA LIBERDADE. CONCENTRA O PODER DADEFESA E DA FIDELIDADE. SE POR UM LADO ÈSÙ TRANSMITE – LIGA – POR OUTRO TAMBÉM

 APRESENTA O PODER INVERSO, CONFUNDE E SEPARA. COMO POSSIBILITA A CRIAÇÃO TAMBÉMPERMITE A DESTRUIÇÃO. CONHECEDOR DE SUA GRANDE IMPORTÂNCIA NESTES CAMPOS DA VIDAHUMANA, E DENTRO DO RITUAL, ELE EXIGE SER MANTIDO EM LOCAL ESPECIAL, SEPARADO EISOLADO DOS LOCAIS DE LOUVORES À OUTROS ÒRÌSÀ, COMO TAMBÉM REQUER O MÁXIMO DERESPEITO AO SE LIDAR COM SEUS FUNDAMENTOS. Sendo assim ele é uma das poucas unanimidadesentre os cultuadores e das Ilé Àse Òrìsà / Casas de Força dos Santos, gerando para si pouquíssimasdivergências.

SEU ARQUÉTIPO É O DAS PESSOAS DOTADAS DE UM FORTE SENSO DE HUMOR, UMATENDÊNCIA A IRONIA E ATÉ AO DEBOCHE. ALTAMENTE COMUNICATIVOS, ADQUIREMPOPULARIDADE COM FACILIDADE. FACILMENTE ESTÃO ENVOLVIDOS EM INTRIGAS. ONDE ESTÁ ODINHEIRO E OS NEGÓCIOS ELES SERÃO ENCONTRADOS. GRANDES AMIGOS, COM MUITAFACILIDADE EM OUVIR OS PROBLEMAS DOS OUTROS, E ACONSELHAR. POSSUEM OLHOSINCISIVOS E BOCAS RASGADAS QUE SEMPRE ESTÃO DISPOSTAS A LARGOS SORRISOS. São

ambivalentes e relativos, tem falta de posturas morais rígidas e inabaláveis, maleáveis.Vêem cada situação como única, merecedora de uma saída diferente.

Outra Ìtòn conta que Sòngó e Òsun eram casados. Mesmo muito bonita Òsun nãoera feliz com seu marido, porque este sempre a deixava só. Grande conquistador, Sòngó

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não se contentava com uma única mulher, sempre saindo em busca de novos amores.Muito dengosa e chorona Òsun sempre estava a reclamar. De tanto chorar Òsun irritouSòngó, que a prendeu em uma torre bem alta em um de seus castelos.

Um dia Èsù, passando em frente ao castelo de Sàngó, ouviu Òsun chorar.Perguntou-lhe qual o motivo de tantas lágrimas, e ela lhe contou tudo sobre seu marido.

Èsù penalizado foi procurar Òrúnmìlà que lhe deu um tipo de  ìse / pó de folhas mágicasque deveria ser entregue a Òsun e que lhe fosse dito que mantivesse sua janela aberta.Èsù soprou o pó na janela e Òsun transformou-se em uma eyelé funfun / pomba branca,que sai voando e volta a se refugiar na casa de seu Pai. Ao chegar retornou a sua formaoriginal. Este é o motivo pelo qual Òsun tem èèwò / quizila – tabu com pomba branca,não comendo e não aceitando como oferenda. Demonstra esta lenda o caráter ora dócil eprotetor de Èsù.

Cada pessoa tem seu Òrìsà Orí / Santo de Cabeça – Anjo da Guarda e tambémtem seu Èsù, como parte da constituição de seu caráter. Ele é o momento da raiva queacomete o motorista, no trânsito ao receber uma fechada de um outro veículo, que podelevar a um acidente ou a uma briga com grave final; é a força que gera no interior do ser,

ao ver-se ofendido, e o leva as agressões; são as garras que surgem na mãe, queenfurece ao ver seu filho agredido, esteja ele certo ou errado; é o impulso que a emoçãocria, e que faz a razão ser ignorada. Características, como Senhor das ruas, esquinas eestradas, o faz por momentos confundido com Ògún, seu irmão, porém o seu domíniosobre o Àse / energia vital, como controlador e propulsor, como intérprete e acionador dosmecanismos litúrgicos de cada divindade, que cabe somente a Èsù, os diferencia.Podemos então concluir que o conhecimento de toda simbologia do Àse, de todos osÒrìsà, só é movimentado pela ação de Èsù. Portanto é simbolizado pelas três coresprimárias: o preto, o branco e o vermelho, de onde todas as outras variam.

Todos estes são alguns dos motivos pelo qual ele sempre é mantido também nasentradas dos Terreiros, pois como seu guardião atento, sempre estará alerta a prevenir 

àqueles pertencentes a família de Santo de tudo o que pode passar por aquela porteira,seja bom ou ruim, seja para o bem ou para o mal.

UM DE SEUS INSTRUMENTOS É O ÒGÒ, BASTÃO COM FORMA DE FALO, ENFEITADO COMPEQUENAS ÀDÓ / CABAÇAS, ONDE DENTRO ESCONDE OS PÓS MÁGICOS DE SEUS SEGREDOS.TAMBÉM É TRATADO POR ELÉGBÁRA / SENHOR DA FORÇA, E NOS RITOS ANGOLANOS COMOALUVIÁ. NO KÈTÙ TAMBÉM É OLÒOJÀ / O SENHOR DO MERCADO, ONDE SE REZA OS ORIN /CANTIGAS, DAS OFERENDAS DE EPO PUPA / AZEITE DE DENDÊ O SEGUINTE:

EPO NÍ ÈRÒ, NÍ O OJÚ OLÒOJÀO AZEITE DE DENDÊ É CALMA, O SENHOR DO MERCADO É TESTEMUNHA.ENCONTRA ÈSÙ, NAS FEIRAS LIVRES E MERCADOS, TUDO O QUE LHE DÁ PRAZER: GRITOS

PARA QUE SE EFETUE A TROCA ATRAVÉS DAS VENDAS, A POSSIBILIDADE DE SE PASSAR OCOMPRADOR PARA TRÁS, VENDENDO-SE GATO POR LEBRE; O MOVIMENTO GERADO PELO

DINHEIRO; O AGLOMERAMENTO DE PESSOAS CIRCULANDO; A ENERGIA VITAL QUE OS ALIMENTOS ALI ENCONTRADOS EMANAM; ENFIM TUDO ISSO SOMADO SEMPRE NOS FARÁ ENCONTRAR ÈSÙNESSES AMBIENTES SAUDÁVEIS.

Pierre Verger consagra 38 páginas do seu livro: “Esplendor e decadência doculto de Ìyàmí Òsòròngá entre os Yorùbá” à importância das feiras livres para o povoda Nigéria e Benin, onde relata: “.... para os Nagôs, o deus protetor das feiras é Èsù ealguns dos Oríkì que compilamos explica essa associação: ‘Sua mãe o pariu navolta da feira.’ ...tem seu lugar lá onde se dá o encontro das células sociais,familiares, étnicas e confrarias religiosas. E porque ele é o Senhor das Feiras, asmulheres sempre depositam em seu altar, antes de começarem as vendas, todasorte de oferendas: ‘Ele(Èsù) compra na feira sem pagar.’ Mas quem o esquece, ou

não lhe faz as devidas oferendas, incorre na sua ira e ele, por ser extremamentevingativo, provocará brigas e disputas – pois é o Senhor de quem está na feira – ou,então, fará as intercomunicações cessarem: ‘Ele pode fazer com que não secompre nem se venda nada até a noite.’.” Assim, toda feira livre tem seu altar 

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consagrado para Èsù, onde é garantida a justiça nos casos de roubo e disputas. Nasterras de Kètù este papel é cumprida pelo altar da “mãezinha”, especial fundadora dapequena feira local. O Rei designa um Ministro – “Esa-Kètu” – para tomar conta da feiraprincipal, e um “Igara” – o chefe dos mágicos – para dirigir a pequena feira. Foi somentemais tarde que o vigésimo Monarca de Kètù, o Rei Arogbo, trouxe para sua cidade uma

antiga tradição de Ilè Ifé – capital Yorùbá – que consistia em nomear um eunuco – ÒníOdja – para policiar as pequenas feiras, detendo este um caráter sagrado.Esta grande importância consagrada a relação Èsù – feira está também

comprovada quando ocorrem os festejos do nascimento das crianças Yorùbá. Elas sãoapresentadas para a multidão nas feiras, e no caso de serem gêmeas, a mãe devecomprar a maior variedade de comida, colocar em uma cabaça e apresentar comooferenda no momento dos sacrifícios do festejo. Também os mortos antes de serementerrados debaixo de suas casas, no terceiro ou sétimo dia após o falecimento, sãoapresentados à feira, acompanhados de músicos que cantam fatos acorridos em suavida.

No Brasil consagrou-se a Segunda-feira como dia deste Òrìsà, assim como ofertar 

a ele bebidas destiladas, como a pinga – água-ardente de cana-de-açúcar – massomente pelo seu baixo custo, e não por tratar-se de otí, bebida Yorùbá que lhe éoferecida. Podemos citar o otí olójé / Gin seco como o que mais se aproxima da origem,mas nem sempre seu custo está a mão do povo de Òrìsà. Quanto as comidas sãoofertadas a Èsù em troca de seus favores: Pàdé / farofa, que pode ser de farinha de milhobranca ( para o crescimento, progresso – o milho em seu cultivo cresce para o Céu, elesobe ), ou de farinha de mandioca – elubo ( para a neutralização, a mandioca como raiz,em seu cultivo dirige-se ao centro da Terra, que absorve tudo ). O pàdé pode ser de epopupa / azeite-de-dendê, Oyin / mel ou Omí / água. Oferta-se também gùgùrù / pipoca,èwà / feijão,  ìsú / inhame, ègbo / canjica branca, àkàsà / bolinho de canjica, ou arroz,envolto em folha de bananeira e omí / água, além dos animais para sacrifícios já citados.

Seu número é o 01, que representa o início, a ação, o movimento, a continuidade,o progresso. Dentre os elementos terra, água, ar e fogo, Èsù, é o  ìna / fogo. Sabemosque o fogo é o símbolo da transformação que purifica, ele é a renovação. No período daInquisição, aqueles se negavam ao Catolicismo, eram tidos como feiticeiros, e levados àschamas das fogueiras da purificação.

Estudiosos afirmam que as iniciais INRI pregada na cruz do Salvador do povoCristão significava IGNE NATURA RENOVATUR INTEGRA , ou seja, “O fogo renovaintegralmente a natureza”.

COMO MENSAGEIRO, ÈSÙ, É O INTÉRPRETE DAS COMUNICAÇÕES DE IFÁ (ÒRÚNMÌLÀ –DIVINDADE DA ADIVINHAÇÃO) EXERCIDA PELOS ORÁCULOS ÒPÈLÈ IFÁ / CORRENTE DE IFÁ, DECOCOS DE DENDÊ E MÉÉRÌNDÍLÓGÚN (JOGO DE 16 BÚZIOS CHAMADO IFÁ OLÓKUN). ALGUMAS

LENDAS DIZEM QUE ÈSÙ FOI QUEM ENSINOU OS SEGREDOS DA ADIVINHAÇÃO À IFÁ. DEVESEMPRE SER SAUDADO COM A EXPRESSÃO “LÁARÓYÈ!” / “VIVA ÈSÙ!”.

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 Assimilada a verdadeira realidade dos Òrìsà, cada um como elementos daNatureza, devemos qualificar Èsù como um todo em cada um destes elementos criadospor Elédùmarè / Deus. Ou seja, na água (Òsun), símbolo maior de vida, que fertiliza, quelimpa, que equilibra o planeta, também tem ela o seu lado Èsù, destruindo pelas

enchentes, pelos maremotos e tormentas, ou ainda pela sua falta nas secas. Tambémpodemos usar os metais (Ògún) como, por exemplo: o ferro que constrói, utilizado nascasas, nos edifícios e pontes, que trabalhado transforma-se em aço, também destrói seutilizado com leviandade, nos casos das facas, navalhas e tesouras, ou aindatransformado em armas de fogo, aviões bombardeiros e outros.

ESTA DUALIDADE DA NATUREZA É ÈSÙ. ELE É MOVIMENTO QUE GERA AÇÃO, QUE GERAVIDA. DESTA FORMA É QUE O POVO YORÙBÁ CRÊ QUE TODA A CASA, TODO AMBIENTE POSSUI UMÈSÙ, A QUEM SE DENOMINA ÈSÙ ÒNÍLÉ / DONO DA CASA. À ESSA ENERGIA, À ESSA FORÇA CABE OBOM, OU MAU, ANDAMENTO DA VIDA DAQUELES QUE HABITAM O AMBIENTE. ESSA ENERGIA (ÈSÙ)CASO ESTEJA PARADA, INERTE, CAUSARÁ: O REGRESSO DAQUELE LAR, PODERÁ TRAZERPROBLEMAS DE SAÚDE, E ATÉ A MORTE, O DINHEIRO NÃO FICARÁ NESTE AMBIENTE. OU CASOESTA FORÇA ESTEJA AGITADA, BRIGAS E DESENTENDIMENTOS OCORRERÃO TAMBÉM. ESTAFORÇA DEVE ESTAR EQUILIBRADA, OU SEJA, NEM TÃO ESTACIONADA, E NEM TÃOEXCESSIVAMENTE AGITADA. OS ESOTÉRICOS DÃO A ESSA FORÇA O NOME DE “EGRÉGORA”.ENTRE A EGRÉGORA E ÈSÙ NADA HÁ DE DIFERENTE. É ELE ESTE SER ENERGÉTICO QUE CRIAMOSPELA FORÇA DOS NOSSOS PENSAMENTOS, E QUE PASSAM A CONVIVER CONOSCO, AO NOSSOREDOR, OU NO AMBIENTE QUE VIVEMOS DIARIAMENTE.

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O Igbá Èsù é o assentamento do Òrìsà Èsù, ou ainda o altar de louvores eoferendas a ele. Para esta explicação vou ater-me aos ensinamentos daquele que hojezela pela minha Orí / cabeça, o Bàbálòrìsà T’Ogún – Altair B Oliveira. As minhas origens,como as De meu Pai, foram nos cultos Afro Brasileiros, que tem como costume fazer Igbápara todos os filhos, mas hoje sabemos que esse hábito não condiz com as tradições

Yorùbá. Lá, os Ojúbo / assentamentos, são coletivos, servindo a toda uma família, aldeia,vilarejo ou ainda uma cidade. Creio que o Igbá só deve ser feito para o elégùn – aquichamado também de Ìyàwó / literal = esposa ou filho de santo – quando este receber seu“Deká”, ou seja, passar pelos rituais mínimos após completados os aprendizados eobrigações de sete anos de iniciação, onde este receberá os Àse que o autorizam adesenvolver sua própria egbé / sociedade ou família de santo, tornando-se umBàbálòrìsà ou Ìyálòrìsà, e dando continuidade ao Àse que recebeu.

Cada Ilé Òrìsà adota uma maneira própria para fazer os fundamentos dos Òrìsàconforme a Nação - aqui como região africana – à que pertença ou ainda dentro dosparâmetros do Òrìsà que rege a Casa. Portanto não pretendo dar uma forma tratando-ade única forma correta de fazer  Igbá Èsù, mas de um modo geral todos se utilizam

destes materiais:

Argila ( amòn ); 17 imãs; 17 búzios ( owó eyo ); 17 moedas correntes; 01pedra ( òkúta ) pode ser de rua, rio ou minério de ferro, etc.; 01 faca ( òbe ) componta sem cabo ouro ; prata; chumbo; estanho; Mercúrio líquido ( azougue ); 05ovos brancos ( eyin ); 01 panela de ferro – podendo ser de barro ( vaso ); álcool;aguardente ( otí ); pimenta ( ataare ) ; pó branco da seiva de árvore ( efun ); póvermelho – pupa ( osùn ); pó índigo ( wájì ); banha vegetal ( òrí ); nóz de cola ( Obi

àbàtà ); cabacinha de pescoço ( àdó ); orógbó; maceração de folhas para banho;azeite de dendê ( epo pupa ); sal ( iyò ); mel ( oyin ); carvão vegetal ( èédú ); umàkùkodìe ( galo ) é suficiente para a obrigação da confecção do igbá.

 Algumas Casas de Santo, principalmente as que praticam o culto Afro-brasileiro,costumam utilizar ainda: guizos e cabeça de cascavel, penas de urubu, escorpiões,ferraduras, correntes, terras de banco, supermercado, praça, cemitério, folhas deurtiga brava, e outros elementos que julgo secundários, pois do meu ponto de vista nãocondizem totalmente com o Òrìsà em questão.

Com o àgbo lava-se todos os objetos que farão parte do assentamento. Prepara-se uma argamassa com amón, eyin, pouco de otí, efun, osùn, wájì, òrí, iyò, e um pouco

de àgbo e deixa-se descansar. Algumas pessoas costumam usar cimento branco paradar consistência à massa, porém este material a torna impermeável, não permitindo queos Àse penetrem. Deve-se colocar os metais dentro da panela e adicionar álcool eacender o fogo. Prepara-se enquanto isso um braseiro com um carvão bem vivo. Quando

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o fogo da panela apagar, colocar um pouco das folhas maceradas para o àgbo sobre osferros, onde se ouvirá um chiado dos ferros quentes. Sobre as folhas colocar um poucodas brasas bem acesas e unidas, ao seu redor coloca-se a argamassa e sobre o braseirocolocar os òkúta (pedra). Depois termina-se de cobrir tudo com a argamassa. Por cimada massa coloca-se o ouro, prata e joga-se o mercúrio – cuidado com o manuseio deste,

pois ele é altamente tóxico – 17 grãos de ataare, o obì e o orógbó. Costumo nesta etapacobrir tudo com folhas de fortuna. Depois disso preencher toda panela com argamassatomando cuidado de deixar aproximadamente uns três centímetros abaixo da borda, paraque sirva de aparador. Costuma-se também modelar com esta argamassa uma cabaça epescoço para que sirva de simbolismo ao ato de Elédùmarè na criação de Èsù Yangi.Enquanto a massa estiver mole fincar o sónsó òbe (faca pontiaguda) com a ponta paracima, enfeitando-se toda a massa com as moedas e os búzios (owó eyo). Faça umamarrado com palha da costa e prenda a cabacinha ao redor da panela. Cobrir tudo comum pano bem úmido para que seque de dentro para fora e não forme rachaduras.Durante todo o tempo da confecção do igbá, deve-se rezar os ofòs  fún Èsù(encantamentos para Èsù). Para este ritual o elégùn deve estar preparado, tomado

banhos de ariàse do Òrìsà e recolhido ao runko (quarto de santo) para efetuar as àdúràs(rezas). O igbá deve sempre ser mantido seco e limpo – nada de manter  Ojúbo sempreinundado de mel e dendê ou ainda impregnado de outros elementos – Costumo antes dequalquer obrigação dar ose (sabão, banho), lavando o igbá com sabão de coco, depoisem infusão de folhas, colocando para secar ao sol. Daí então serão feitos os sacrifíciosno igbá, que depois do período que as oferendas forem deixadas para o Òrìsà, seránovamente limpo e lavado com oti (pinga) sem retirar totalmente o èje impregnado,levado ao sol para secar, e depois de seco untado com epo pupa, e levado de volta aoseu lugar de origem. Sempre será mantida uma quartinha (tipo de Moringa) de barrotampada, com água filtrada e limpa junto ao Igbá.

Toda esta ritualística de confecção do Igbá deve ser preparada por um Sacerdote,

que executará toda liturgia devida, para a propiciação dos elementos utilizados. Casocontrário o assentamento não será mais nada do que um aglomerado de objetos sem odevido encantamento e sem possuir Àse.

Dou abaixo um oríkì fún Èsù (evocação para Èsù)ÈSÙ ÒTA* ÒRÌSÀ ÈSÙ INIMIGO DOS ÒRÌSÀÒSÉTÚRÁ L’ORÚKO BÀBÁ MÒ

Ó

ÒSÉTURÁ É O NOME PELO QUAL SEU PAI TE

CHAMAALÁGOGO ÌJÀ L’ORÚKO ÌYÁNPÈ É

 ALÁGOGO ÌJÀ É O NOME PELO QUAL SUAMÃE TE CHAMA

ÈSÙ ÒDÀRÀ OMOKÙNRIN ÈSÙ ÒDÀRÀ, O HOMEM FORTE DE IDÓLÓFIN

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 ÌDOLÓFIN.O LÉ SÓNSÓ S’ÓRÍ ESE ELÉSE ÈSÙ QUE SENTA NOS PÉS DOS OUTROSKÒ JE KÒ SÌ JÉ KÍ ENI NJE GBÉE MÍ

QUE NÃO COME E NÃO PERMITE A QUEMESTÁ COMENDO QUE ENGULA

A KÌ Í L’ÓWÓ LAI MÚ TI ÈSÙ

KÚRÒ

QUEM TEM DINHEIRO, RESERVA PARA ÈSÙ

UMA PARTEA KÍ Ì L’ÁYÒ LÁI MÚ T’ÈSÙKÚRÒ

QUEM TEM ALEGRIA, RESERVA PARA ÈSÙUMA PARTE

ASÒNTÚN-SÒSÌ LÁÌ NÍ’TIJÚ  ÀQUELE QUE JOGA NOS DOIS TIMES SEMCONSTRANGIMENTOS

ÈSÙ, ÀPÁTA S’ÓMO OLÓMOL’ÉNU,

ÈSÙ QUE FAZ UMA PESSOA FALAR COISASQUE NÃO DESEJA

O FI ÒKÚTA DÍPÒ IYÒ. QUE USA PEDRA EM VEZ DO MALLÓGEMO ÒRUN, A NLA KÁ’LU VINDO DO CÉU, QUE SUA GRANDEZA SE

MANIFESTA EM TODA PARTEPÀÁPA-WÀRÁ, A TÚKÁ MÁSE ISÀ

QUE QUEBRA EM FRAGMENTOS QUE NÃO SEPODERA JUNTAR NUNCA

ÈSÙ MÁ SE MÍ, OMO ELÓMÍRÀNNI KO SE

ÈSÙ NÃO ME FAÇA MAL, FAÇA AO FILHO DEOUTRAS PESSOAS

• Cabe aqui uma observação quanto a tradução da palavra òta como sendo“inimigo”. O termo Òòta sendo “oficial da guarda”, o que também achamos mais lógicado que a tradução dada pelo Sr. Síkírù Sàlámì, porém esta grafia do oríkì foi tirada dolivro: “Awon Àsà ati Òrìsà Ilè Yorùbá” (As tradições e Òrìsà na terra Yorùbá) UniversityPress of Ibàdàn – Nigéria que julgamos tratar-se de uma Universidade de mais altaconfiabilidade.

UM OFÒ FÚN ÈSÙ PODE SER ESTE:Èsù Òdàrà Èsù Òdàrà

Ònílé kóngun-kóngun òdè òrun. Dono da casa que está acima do infinito.Ó bá obìnrin je. Você que come com a mulher,Ó bá okùnrin mu. Você que bebe com o homem,

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Oníbodè òrun Porteiro do céu.Bàbá ó ! Pai !Wá gbèèmi ó (ou Wá gbè nome dapessoa)

Venha socorrer-me !

Ògà ki ó rí jé nínú ìdàrú, Chefe que é visto sempre e está dentro das

confusões,Èsù lógémón òrun Èsù, Senhor poderoso do CéuMájé kí mo (ou Májé kí nome da pessoa)

Não permita que eu (ou não permita que...)veja sua ira

Èsù m´sé mi, Èsù não me faça mal,Másé mi (ou Másé nome da pessoa ) Não faça mal a...Àgò l’ònòn fún wa, Me dê licença nos caminhos,S’ònòn mi (ou s’ònòn nome da pessoa) ní rere,

Faça que os caminhos de... sejam bons

Àse, àse, àse.  Assim seja, assim seja, assim seja.

Uma Ìtòn (lenda) conta que o monopólio do cultivo de milho era detido por Oko(Òrìsà da Agricultura). Isto trazia a ele um poder enorme, pois todos precisavam destecereal para subsistência. Ele era muito rico e ganancioso.

Oko, muito esperto, só vendia o milho torrado, para que ninguém conseguissefazer com que ele germinasse e assim viessem a surgir novas plantações.

O poder de Oko incomodava Èsù, pois também impedia o crescimento da Agricultura.

Como conseguir sementes de milho para o desenvolvimento do povoado? Era umadas questões que atormentava a vida de Èsù.

Èsù procura mais uma vez Oko propondo negociação para as sementes, mas Oko

nega-se incontinente as investidas insistentes de Èsù.Pois bem Oko – fala Èsù – não posso comprar suas sementes de milho, mas vimaqui afim de negociar. Então quero comprar uma de suas galinhas. Mas quero a maisgorda e que tenha mais apetite.

Satisfeito pelo cessar da insistência de Èsù em comprar sementes, e afim de ver-se livre o mais rápido dele, Oko busca a mais esfomeada das galinhas que ele possuía enegocia por ela o mais alto preço com Èsù. Fingindo-se enganado, Èsù sai com suacompra sobre o braço.

 Assim é que Èsù sai das terras de Oko com a galinha com o papo cheio de milhonovo.

 Ai vemos a astúcia de Èsù.

Sei que simplesmente transcrever  Orín ( cantigas de louvor ) não satisfaz muito,por não poder passar a música e o ritmo, mas a título de ilustração para que se tenhaidéia de como eles são, vai uma Orín fún Èsù :

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A jí kí Barabo e mo júbà, àwa kò sé Nós acordamos e cumprimentamos Barabo, avós os meus respeitos, não nos faça mal

A ji ki Barabo e mo júbà, e omodéko èkó ki

Nós acordamos e cumprimentamos Barabo, avós os meus respeitos a criança é educada naescola que a Barabo se respeita.

Barabo e mo júbà Elégbára Èsùl’ònòn.

Barabo eu apresento meus respeitos, Senhor daForça, Èsù dos Caminhos.

Bará o bebe Tiriri l’ònòn Èsù Tiriri realiza proezas maravilhosas noscaminhos

Èsù Tiriri, Bará ó bebe Tiriril’ònòn

Èsù Tiriri, é o Èsù Senhor dos Caminhos

Èsù Tiriri Èsù Tiriri

Já relatamos a grande importância das folhas no ritual dos Òrìsà, segue abaixoalgumas delas utilizadas no Àgbo de Èsù:

-Òfùèfùè( Urtigão )-Osàn Làkúègbé ( Limoeiro )

-Àbá Modá ( Fortuna )-erú Òdúndún ( Saião )-elésin Máso ( Picão )-Comigo-ninguém-pode-Làrá ( Mamona )

Nunca deve ser esquecido que todo Àgbo tem de levar  Obi e Orógbó ralados.Como os banhos são Asé (energia-força) das Ewé (folhas = Òrìsà Òsónyin), não se devemisturar a ele èje (sangue) ou ese (tripa de animais), como também sempre deve ser frio,na temperatura ambiente, pois o aquecimento ou a fervura muda a terapêutica da folha.

Àgbo (literal = sopa) é a maceração manual das folhas que se deixa fermentar em

porrões (jarros de barro). Portanto subentende-se que o sumo, ou extrato, obtido é opróprio sangue das folhas, este é o motivo pelo qual não devemos adicionar sangueanimal a ele. Em respeito ao Òrìsà Òsónyin todo banho de folhas deve ser tomadoagachado, nunca em pé, e sempre jogado em todo o corpo, o que inclui a cabeça. Dentro

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da verdadeira tradição do ritual, ao banhos eram feitos da seguinte forma: as folhasquinadas eram esfregadas no corpo nu do elègún pelo Bàbálòrìsà. Depois o elègúnagacha e recebe lentamente sobre si o Àgbo sem folhas. Porém tal prática causa extremoconstrangimento ao elègún, portanto com o passar do tempo foi sendo esquecida.

PARA QUE NÃO PAIREM DÚVIDAS QUANTO AO ÒRÌSÀ ÈSÙ, E OS EXÚS INVOCADOS EINCORPORADOS PELOS MÉDIUNS NA UMBANDA, TENHO A ESCLARECER QUE NADA HÁ ENTREELES QUE POSSA FAZER COM QUE SE ASSEMELHEM. OS EXÚS QUE COMPARECEM NA UMBANDASÃO ESPÍRITOS DESENCARNADOS, QUE VIERAM NO BRASIL ANTIGO, - SÉCULO XVIII E XIX – MUITOCARENTES DE ENSINAMENTOS E PROGRESSO ESPIRITUAL. RECEBEM DENOMINAÇÃO DEENCANTADOS, ASSIM COMO OS CABOCLOS – ÍNDIOS BRASILEIROS -, PRETOS-VELHOS –ESCRAVOS TRAZIDOS PARA O BRASIL -, E OUTRAS ENTIDADES UMBANDISTAS. NADA HÁPORTANTO ENTRE ESTES ENCANTADOS E ÈSÙ, QUE COMO ÒRÌSÀ, É UM ELEMENTO DA NATUREZA A QUEM FOI DADO UM ARQUÉTIPO HUMANO.

Na Umbanda Exú é a figura violenta e negativa. São espíritos das trevas ou dobaixo mundo astral. Consideram alguns como Exús Batizados – pouco mais evoluídos –são servis ao mal e ao bem, e responsáveis pela tutela dos Exús menos elevados e pelalimpeza dos Terreiros, levando as influencias negativas deixadas pelo ritual praticado.Seus cultos são as sextas-feiras, dia consagrado à Magia Negra no ocidente, assim comoo horário da meia-noite. À eles são oferecidos pinga, velas pretas e vermelhas, echarutos, nas portas do cemitério e encruzilhadas. Pela característica de Religião criadano Brasil, a Umbanda aboliu os sacrifícios animais, como também a iniciação de seusmédiuns. Também utilizam-se das chamadas Pomba-Giras, nome vindo de Pongogira,dos rituais Angolanos. Muito parecidas com prostitutas, sem compostura, sensuais,gostam de saias rodadas, perfumes e champanhe.

Tenho a concluir que: A MORALIDADE, E O BEM, DEVEM ESTAR EM QUEM PRATICA A RELIGIÃO, E NÃO NO ÒRÌSÀ

QUE ESTÁ SENDO CULTUADO. QUERO MOSTRAR AQUILO QUE ESTÁ OBSCURO NO CULTO DOSÒRÌSÀ, PARA ALGUNS, QUE TENTAM DEPRECIÁ-LO, AGREDINDO, EM DECORRÊNCIA DOS RITOS,POR VEZES ARCAICOS, QUE ELA UTILIZA. ESTA É UMA RELIGIÃO MILENAR, QUE TEM COMO BASE ATRADIÇÃO, A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO HUMANO, O ENSINAMENTO DA LIBERAÇÃO DOHOMEM PELA TRANSFORMAÇÃO DO SEU CARÁTER, PORTANTO ESTÁ FORA DA RITUALÍSTICA ATUALIZAR OS CULTOS, DESCULPANDO-SE COM O “CHAVÃO” – O HOMEM EVOLUIU ENTÃO ARELIGIÃO TEM QUE EVOLUIR -. DIVULGAR A PALAVRA DE DEUS ESCRITA EM UM LIVRO QUE TEMMAIS DE 2000 ANOS, É ATUAL? NEM POR ISSO ELA DEIXA DE SERVIR AO HOMEM DO SÉCULO XXI. AEVOLUÇÃO TEM QUE ESTAR NAS PRÁTICAS DA VIDA DO HOMEM, E NÃO NOS CULTOSDOUTRINÁRIOS, E MUITO MENOS NA LITURGIA DA RELIGIÃO. A MISSA NÃO É UMA LITURGIA QUEREVIVE O QUE JESUS CRISTO PRATICOU COM SEUS APÓSTOLOS HÁ QUASE 2000 ANOS? NÃO ÉELA TODA CHEIA DE SIMBOLISMO?

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JÁ É BEM CLARO AOS QUE ESTUDAM AS RELIGIÕES, O POTENCIAL DE ENERGIA QUE OSCULTOS AOS ÒRÌSÀ SÃO CAPAZES DE REALIZAR. AS ESCONDIDAS, PADRES, PASTORES E OUTROSMEMBROS DE RELIGIÕES RADICAIS CONTRA O ESPIRITISMO DE UM MODO GERAL, VÊEM SESOCORRER PROCURANDO OS EBOS DO CANDOMBLÉ, QUANDO TEM PROBLEMAS MATERIAIS ÀRESOLVER. PORQUE NÃO SOLUCIONAM SUAS QUESTÕES COM AQUILO QUE PREGAM?

PORQUE A IGREJA EXCOMUNGOU MARTINHO LUTÉRO? POR QUE ELE TORNOU A BÍBLIA UM

LIVRO PÚBLICO, PERMITINDO A TODOS ACESSO A ELA, COISAS QUE ERAM RESTRITAS AOSPADRES. NO CONCÍLIO VATICANO II, MARTINHO LUTÉRO FOI NOVAMENTE CONSIDERADO PADRE, EDELE FOI RETIRADA A EXCOMUNHÃO. PORTANTO ELES PODEM FAZER E DESFAZER, A SEU BELPRAZER. MAS OS OUTROS TODOS NÃO PODEM ERRAR, POIS SE COMETEM LAPSOS, NÃO ESTÃOPRATICANDO A RELIGIÃO DE DEUS.

COMO QUERIA DETER O CONHECIMENTO DA BÍBLIA, A IGREJA TAMBÉM QUERIA DETER OMANUSEIO DA MAGIA. PRETENDIAM MANTER SOMENTE PARA OS PADRES OS PODERES QUE ELAPROPORCIONA. E ATÉ NOS DIAS DE HOJE CONTINUAM A FAZER USO DESSES CONHECIMENTOS.QUALQUER UM QUE SE PROPUSER A ESTUDAR IRÁ ENCONTRAR NAS IGREJAS UMA DEZENA DESÍMBOLOS MÁGICOS E DE MANUSEIO DE ENERGIAS.

Posso exemplificar: toda Igreja possui um altar Mor as duas colunas quesimbolizam o bem e o mal; algumas possuem em seu teto torres triangulares para que asenergias sofredoras que adentram a Igreja sejam captadas pela base do triângulo, eespargidas pela ponta para o infinito, ou então tem seu teto com forma de arco, com omesmo sentido de espantar as energias ruins; também o altar Mor sempre está sob umtriângulo; os nichos, onde os Santos são colocados para visitação não possuem cantosvivos – de 90 graus – para que as energias das súplicas não permaneçam naquele local.

Temem a magia, mostrando dela somente a parte Negra, divulgando somente oruim, como se não houvesse o ruim em suas Igrejas, afim de colocarem um vel opaco nosentido real que a Magia tem que é fazer um ser humano feliz, realizado, de sucesso empaz, comprovando a bondade de Deus, que nos doou alimentos energéticos, de extremopotencial de força e realização de força e realização, que a Natureza detém em si.

ONDE ESTÁ O INCONVENIENTE EM UTILIZAR-SE AS FORÇAS DA NATUREZA PARASOLUCIONAR NOSSOS PROBLEMAS? DEUS NOS DEU A NATUREZA SOMENTE PARA EXTRAIRMOS

DELA CHÁS E REMÉDIOS DE SUAS FOLHAS E RAÍZES? CLARO QUE NÃO! Ainda há alguém sobre aTerra que duvide da eficácia desses medicamentos?

O HOMEM SÓ EVOLUIU QUANDO APRENDEU A RETIRAR E TRANSFORMAR OS POTENCIAISDA NATUREZA. DO MOVIMENTO DAS ÁGUAS O HOMEM APRENDEU A RETIRAR A ENERGIAELÉTRICA; DE VER OS PÁSSAROS VOAR, ABUSOU, E HOJE TRANSITA PELO AR INDO DE PAÍS ÀPAÍS, PARA LUA E OUTROS PLANETAS; DO PETRÓLEO SE VESTE, PELOS FIOS DE POLYESTER QUETECE; ENFIM TUDO O QUE SE VÊ, UTILIZA E CONSOME, NOS FOI DADA POR DEUS ATRAVÉS DANATUREZA.

MAS SERÁ QUE DEUS SÓ NOS DEU, ATRAVÉS DA NATUREZA, AQUILO QUE PODEMOS VER,PEGAR, APALPAR? SERÁ QUE NELA NÃO HÁ ALGO MAIS? INVISÍVEL, ABSTRATO, MAS QUE LÁ ESTÁ,PRONTO A SER UTILIZADO EM FAVOR DO BEM DA HUMANIDADE, como os exemplos acima?

 AQUELES QUE CULTUAM OS ÒRÌSÀ APRENDEM A SABER QUE NA NATUREZA HÁ UMA SÉRIEDE OUTRAS ENERGIAS, QUE PODEM PROPORCIONAR COISAS MUITO MELHORES, E MAIORES, DO

QUE AS QUE O HOMEM ENCONTROU ATÉ AGORA. LÁ EXISTE A FORÇA DESTE DEUS TÃO BOM, QUENOS PERMITE A PAZ, A SAÚDE, AS ALEGRIAS, A UNIÃO, A ESTABILIDADE, O EQUILÍBRIOEMOCIONAL, O PROGRESSO, A PROSPERIDADE, O SUCESSO NOS NEGÓCIOS E NAS FINANÇAS, OUSEJA, TODA FELICIDADE QUE ELEDÙMARÉ, COMO PAI E MÃE BONDOSO, QUER PARA SUA MAIORCRIAÇÃO QUE É O HOMEM.

NOS ÒRÌSÀ NÃO EXISTE INFELICIDADE. TODOS VÊM PARA O MUNDO PARA SEREM FELIZESE PRÓSPEROS. MAS COMO CONSEGUIR ESTA BENÇÃO DO PAI ETERNO? EXISTE TODA UMARITUALÍSTICA A SER APRENDIDA. OS CONHECIMENTOS QUE AS PALAVRAS DE LOUVORES,SÍMBOLOS E SINAIS, DEDICAÇÃO E INTERIORIZAÇÃO, AUTO CONHECIMENTO E MODIFICAÇÕES DECARÁTER, ACONSELHAMENTO COM OS ANTEPASSADOS, ENFIM, UMA SÉRIE DE PRÁTICASMÁGICAS, QUE OS ANTIGOS PESQUISARAM, CONHECERAM, PRATICARAM E DESENVOLVERAM AFIM DE QUE O HOMEM ENCONTRE ESTA FORÇA NA NATUREZA E CANALIZE PARA SUA FELICIDADENA VIDA DA TERRA.

 APRENDA COMO USAR A LIMPEZA ENERGÉTICA QUE A ÁGUA (ÒSUN) PROPORCIONA. USE OVIGOR DOS METAIS (ÒGÚN) PARA AS CONQUISTAS QUE SEUS OBJETIVOS PRETENDEM ; ABUSEGRACIOSAMENTE DAS FORÇAS VITAIS QUE OS BANHOS DE FOLHA (ÒSÓNYIN) PODEMPROPORCIONAR; SEJA FELIZ BUSCANDO A BELEZA DAS FORÇAS DO ARCO-ÍRIS (ÒSÙMÀRÉ) QUE

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TEM EM SEU FIM UM POTE DE OURO; ENCONTRE O PODER DA JUSTIÇA CONTIDO NO TROVÃO(SÒNGÓ) COM A RIGIDEZ DAS ROCHAS; SAIBA COMO APROVEITAR A ASTÚCIA DAS SITUAÇÕESINESPERADAS (ÈSÙ) EM PROVEITO DE SUAS FINANÇAS; GLOBO TERRESTRE (ONILÈ) CONCENTRATODA FORÇA DA CRIAÇÃO, ESSE NOS SEUS PROPÓSITOS. ESTES SÃO ALGUNS EXEMPLOS DOQUE É O VERDADEIRO CULTO DOS ÒRÌSÀ, E NÃO ESTA PARAFERNÁLIA DE ABUSOS DOILUSIONISMO E DA BOA FÉ DO SER HUMANO QUE ALGUNS QUE SE AFIRMAM PAIS DE SANTO

DESENVOLVEM NOS LUGARES QUE CHAMAM DE TERREIRO.PORQUE A NIGÉRIA E BENIN, PAÍSES DA ORIGEM DOS ÒRÌSÀ, NÃO SÃO POTÊNCIASMUNDIAIS, SENDO ELES SENHORES DESTES VALORES ENORMES QUE ELEDÙMARÉ ENSINOU?

 A NIGÉRIA FOI COLÔNIA INGLESA ATÉ 1960. COMO OUTROS COLONIZADORES, OSINGLESES VAMPIRIZARAM QUASE TUDO DE VALOR QUE ELES POSSUÍAM, DA MESMA FORMA QUEOS PORTUGUESES FIZERAM COM O BRASIL E ANGOLA. EM SEGUNDO LUGAR, A CULTURANIGERIANA DÁ VALORES MAIORES PARA O QUE NÃO SE VÊ, COMO A ÍNDIA, O TIBÉT, AS FILIPINASE OUTROS PAÍSES ONDE, A VIDA MATERIAL É SECUNDARIA. PARA ELES A RIQUEZA DO HOMEMESTÁ NO ESPÍRITO, E NÃO NO BOLSO. A MORAL O RESPEITO, A HONRA, O TEMOR A DEUS, AEVOLUÇÃO DO ESPÍRITO, A TRANSFORMAÇÃO DO CARÁTER, SÃO ALGUNS DOS VALORES QUEELES PERSEGUEM EM SEU DIA – A – DIA, COMO A GRANDE MAIORIA DOS POVOS ORIENTAIS.

OS ÒRÌSÀ EM SUAS MENSAGENS QUASE QUE DIÁRIAS, SEMPRE FALAM QUE O HOMEM TEMQUE BUSCAR SUA FELICIDADE MATERIAL TAMBÉM NESTE MUNDO BASTA SEGUIR AQUILO QUE

ELÉDÙMARÈ DEU, ATRAVÉS DE CADA UM DOS ÒRÌSÀ QUE CRIOU. PELA MANHÃ, BEM CEDO, FECHESEUS OLHOS E VEJA O TAMANHO DO GLOBO TERRESTRE. VOCÊ ENTROU EM CONTATO COMONILÉ. IDENTIFIQUE COMO ELEDÙMARÉ, ESSE DEUS PAI CRIADOR, É GRANDE EM PODER CRIAR ALGO TÃO ENORME. ENTÃO PEÇA A ONILÉ, O SENHOR DE TODAS AS FORÇAS QUE ESTÃO SOBRE A TERRA, QUE LHE TRAGA SUA FORÇA A FIM DE QUE NA POSSE DELA SEU LUGAR SEJA FELIZ, SUAVIDA SEJA CHEIA DE SAÚDE, E QUE A PROSPERIDADE, O PROGRESSO E O SUCESSO HABITEM OSEU LAR. AGUARDE O RESULTADO.

 Exu, filho primogênito de Iemanjá com Orunmilá, o deus da adivinhação, é irmão deOgum, Xangô e Oxóssi. Ele é o deus da comunicação, do dinamismo, muito queridoentre os iorubás.

Exu é a figura mais controvertida dos cultos afro-brasileiros é também a mais conhecida.Há, antes de mais nada, a discussão se EXU é um orixá ou apenas uma entidadediferente, que ficaria entre a classificação de orixá ou ser humano. Sem dúvida, eletrafega tanto pelo mundo material (ayê), onde habitam os seres humanos e todas asfiguras vivas que conhecemos, como pela região do sobrenatural (orum), onde trafegamorixás, entidades afins e as almas dos mortos.

Esse orixá não deve ser confundido, porem, com os ÉGUNS, (almas) dos mortos. Exu éfigura de status entre os orixás. Apesar de ser subordinado ao poder deles, constitui umafigura tão poderosa que são freqüentes as lendas onde não apenas desafia as próprias

divindades como lhes prega peças e até as vence. Sua função mítica é a de mensageiro -é o que leva os pedidos e oferrendas dos seres humanos aos orixás, já que o únicocontato direto entre essas diferentes categorias só acontece no momento daincorporação, quando o corpo do ser humano é tomado pela energia e pela consciênciado seu orixá pessoal (QUANDO A CONSCIÊNCIA DE QUEM "carrega" O ORIXÁDESAPARECE).

É Exu quem traduz a linguagem humana para as das divindades. Por isso, éimprescindível para a realização de qualquer ritual, porque é o único que efetivamenteassegura em uma dimensão (ayê ou orum) o que esta acontecendo na outra, abrindo oscaminhos para os orixás se aproximarem dos locais onde estão sendo cultuados.

O poder de comunicar e ligar confere a ele também o oposto: a possibilidade de desligar e comprometer qualquer comunicação. Possibilita-se a construção, também permite adestruição. Esse poder foi traduzido mitologicamente no fato de Exu habitar as

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encruzilhadas, passagens, os diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas, eser o senhor das porteiras, portas, entradas e saídas. Isso não entra em contradição como fato de Ogum, o orixá da guerra, ser considerado o senhor dos caminhos. Além dagrande afinidade entre as duas figuras míticas (QUE SÃO IRMÃOS DE ACORDO COM AS LENDAS), Ogum é o responsável pelo desbravamento, pelo desmatar e o criar de

novo caminhos, pela expansão imperialista do reino, enquanto Exu é o senhor da força(axé) que percorre esses caminhos.

Exu é o primeiro orixá a ser louvado no candomblé, porque representa o principio domovimento. Uma vez acionado é preciso controla-lo, como se sabe com respeito aqualquer movimento. Como a fome é um dos motivos que levam o homem a se mover emdireção a um objetivo, Exu come demais. E por comerem as plantações, é que asformigas são tidas como sendo de Exu e a terra dos formigueiros também. Ele écompreendido na África como um deus do movimento (nada a ver com o diabo cristão,embora o sincretismo o associe assim, no Brasil), que come tudo que pode, e que é"quente".

Exu mora nas encruzilhadas (a idéia é "o que é, mas não é", sempre. Uma encruzilhada aprincípio não é caminho algum e ao mesmo todos eles, certo?) Os pés de qualquer animal também são de Exu, segundo os africanos. E Exu é controvertido, porque tem umgênio travesso (Em Cuba, por causa disso ele é o Menino Jesus) e faz o que lhe pedem.Não tem noção de bem e de mal e se movimenta apontando o pênis para o lugar ondequer ir. Não existe lugar, no passado, presente ou futuro a que Exu não possa ir. Existeum oriki (verso sagrado) que diz, inclusive, que "Exu mata ontem um passarinho compedra que atirou hoje para o amanha."

Exu também é associado à sexualidade, a segunda fome humana. O dia da semana:segunda-feira (o primeiro dia na semana Iorubá , que tem 4 dias, também).

Existem infinitos avatares de Exu, e mitos muito bonitos também. Um deles, de que eugosto muito conta que “Exu, filho primogênito de Iemanjá com Orunmilá, o deus daadivinhação e irmão de Ogum, Xangô e Oxóssi, era voraz e insaciável. Conseguiu comer todos animais da aldeia em que vivia. Depois disso, passou a comer as árvores, ospastos, tudo que via até chegar ao mar. Orunmilá previu então que Exu não pararia eacabaria comendo os homens, e tudo que visse pela frente, chegando mesmo a comer océu. Ordenou então a Ogum que contivesse o irmão Exu a qualquer custo. Paraconseguir isto, Ogum foi obrigado a matar Exu, a fim de preservar a terra criada e osseres humanos. Mas mesmo depois da morte de Exu, a natureza, os pastos, as árvores,os rios, tudo permaneceu ressecado e sem vida, doente, morrendo. Um babalaô(representante de Orunmilá na terra) alertou Orunmilá de que o espírito de Exu sentiafome e desejava ser saciado, ameaçando provocar a discórdia entre os povos comovingança pelo que Orunmilá e Ogum haviam feito. Orunmilá determinou então”. que”. emtoda e qualquer oferenda que fosse feita pelos homens a um orixá, houvesse uma parteem homenagem a Exu, e que esta parte seria anterior a qualquer outra, para que semantivesse sempre satisfeito e assim possibilitasse a concórdia".

Cor: preto e azul escuro entre os iorubás, preto e vermelho entre os angolas (A cor pretase relaciona ao fato de que para que a luz chegue a algum lugar o movimento já precisater sido acionado, ou seja Exu deve ser antes do movimento da luz)

Elemento: fogo e ar.Símbolo: ogó (um pênis de madeira, com búzios pendurados simbolizando o sêmen)Numero 1Comida: farofa

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Saudação: Laroiê, Exu!  

LENDA EXÚ

Exu, filho primogênito de Iemanjá com Orunmilá, o deus da adivinhação, é irmão deOgum, Xangô e Oxóssi. Ele é o deus da comunicação, do dinamismo, muito querido entre

os iorubás. Exu era voraz e insaciável. Conseguiu comer todos animais da aldeia em quevivia. Depois disso, passou a comer as árvores, os pastos, tudo que via até Chegar aomar.

Orunmilá previu então que Exu não pararia e acabaria comendo oshomens, e tudo que visse pela frente, chegando mesmo a comer o céu. Ordenou então aOgum que contivesse o irmão Exu a qualquer custo.

Para conseguir isto, Ogum foi obrigado a matar Exu, a fim de preservar a terra criada e osseres humanos. Mas esmo depois da morte de Exu, a natureza, os pastos, as árvores, osrios, tudo permaneceu ressecado e sem vida, doente, morrendo. Um babalaô

(representante de Orunmilá na terra) alertou Orunmilá de que o espírito de Exu sentiafome e desejava ser atendido, ameaçando provocar a discórdia entre os povos comovingança pelo que Orunmilá e Ogum haviam feito.

Orunmilá determinou então que em toda e qualquer oferenda que fosse feita peloshomens a um orixá, houvesse uma parte em homenagem a Exu, e que esta parte seriaanterior a qualquer outra, para que se mantivesse sempre satisfeito e assim possibilitassea concórdia.

I

Exú sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixás. Olorun, quando o criou,

deu-lhe, entre outras funções, a de comunicador e elemento de ligação entre tudo o queexiste. Por isso, nas festas que se realizavam no orun (céu), ele tocava tambores ecantava, para trazer alegria e animação a todos.

Sempre foi assim, até que um dia os orixás acharam que o som dos tambores e doscânticos estava muito alto, e que não ficava bem tanta agitação.

Então, eles pediram a Exú, que parasse com aquela atividade barulhenta, para que a pazvoltasse a reinar.

 Assim foi feito, e Exú nunca mais tocou seus tambores, respeitando a vontade de todos.

Um belo dia, numa dessas festas, os orixás começou a sentir falta da alegria que amúsica trazia. As cerimônias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores.

Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Exú que voltasse a animar as festas,pois elas estavam muitas sem vida.

Exú negou-se a fazê-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua animação foracensurada, mas prometeu que daria essa função para a primeira pessoa queencontrasse.

Logo apareceu um homem, de nome Ogan. Exú confiou-lhe a missão de tocar tambores eentoar cânticos para animar todas as festividades dos orixás. E, daquele dia em diante,

os homens que exercessem esse cargo seriam respeitados como verdadeiros pais edenominados Ogans.

II

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Orunmilá e Exú eram amigos, mas disputavam entre si o poder.Houve uma guerra na cidade de Ajala Eremi. Tendo isso chegado ao conhecimento deExú, por seus seguidores que invocavam-no e pedia a sua ajuda, ele correu a Orunmilápara contar a novidade.

Orunmilá ficou curioso de saber como Exú já sabia da guerra, uma vez que a cidade eralonge e parcos os recursos.

Exú, muito vaidoso, disse saber tudo, em virtude de seus poderes, e completou - "Vamoslá salvá-los".

Viajaram juntos, e chegando à Ajala Eremi, ajudaram o povo a vencer a guerra, e foramreverenciados e louvados.

Na volta, Exú disse a Orunmilá - "Você vai ver, a minha magia é maior que a sua".

Orunmilá riu, disse que seus poderes eram bem maiores, e disse também:

"Ki okunrin ma to ato rinKi obinrin ma to ato rin

Ki awo eni ti aso re yio rin"."O homem fica em pé e urina andando A mulher fica em pé e urina andando

Vamos ver a roupa de quem fica molhada primeiro".Com essas palavras ele desafiou Exú.

Caminharam muito até que anoiteceu, e pararam em Ileto (pequena cidade baale - aldeiapobre). Orunmilá pediu aos mais velhos pousada por uma noite para ambos.

O Rei permitiu que dormissem e determinou em que casa ficariam. No meio da noite,estando Orunmilá dormindo, Exú acordou bruscamente.

Exu saiu para o pátio, foi ao local onde as galinhas dormiam, agarrou o galo pelos pés,torceu-lhe o pescoço, arrancou-lhe a cabeça e enfiou no bolso. Fez uma ótima e solitáriarefeição com a carne e alguns inhames, pimentas, tomates e cebolas que achou noscampos, temperou tudo com óleo dendê, bebeu vinho de palma e completou com litros elitros de água fresca.

Voltando à casa, chamou Orunmilá, e disse -" Vamos embora depressa". Orunmiláacordou estremunhado, e ainda tonto, achou que era de manhã, e seguiu com Exú pelaestrada como bons amigos.

Em Ileto, assim que amanheceu, descobriram a morte do galo, a fuga dos hóspedes e opovo, revoltado, decidiu persegui-los. Juntaram os Ode (soldados). Correram atrás deExú e Orunmilá e alguém lembrou que Exú usava uma roupa de búzios (símbolo demagia).

Exú sabia que o povo de Ileto e os soldados vinham em sua perseguição. Olhava paratrás e ria. Falou a Orunmilá -"O povo vem aí, traz lanças, facas e soldados. Mostre a forçade sua magia agora". Orunmilá, sempre muito calmo, disse a Exú -"A mim não pegam. Euadivinho que você matou o galo e comeu-o, porque o sangue pinga de seu bolso". E disse"A ki gbo iku a fibi oba sa". ("Não se pode ter má notícia da terra. Ela não morre".)

Depois de proferir estas palavras mágicas, Orunmilá disse a Exú:

-"Agora você dá a solução".

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Exú sugeriu que subissem em uma árvore sagrada (ikin), de cuja madeira são feitosinstrumentos para o culto, e esperassem para ver os Ode passarem. Os soldados e opovo viram o sangue, e revistando a árvore acharam Exú lá em cima, junto com Orunmilá. Alguns ficaram de guarda à árvore, enquanto outros foram buscar machados e facõespara derrubá-la.

Quando começaram a cortar a árvore, Exú riu e disse a Orunmilá:

- "É agora! Vamos cair os dois, faça a sua magia, eu faço a minha e veremos qual opoder maior". A árvore caiu. Orunmilá se enterrou no chão e virou água. Exú bateu no chão e viroupedra.

O povo e os Ode procuraram e não acharam ninguém. O lugar virou uma grandeconfusão, com todos gritando e se acusando mutuamente.Os que estavam sedentos, viram a água que era Orunmilá, beberam dela e seacalmaram.

Os que estavam cansados sentaram na pedra que era Exú e ficaram agitados.E daí para a frente, dois tipos de pessoas se criaram no mundo, os calmos e os agitados.E todos que jogam Ifá (antigo sistema yorubá de adivinhação), têm que cultuar Exú eOrunmilá.

III

Exu foi o primeiro filho de Iemanjá e Oxalá. Ele era muito levado e gostava de fazer brincadeiras com todo mundo.Tantas fez que foi expulso de casa. Saiu vagando pelomundo, e então o país ficou na miséria, assolado por secas e epidemias. O povo

consultou Ifá, que respondeu que Exu estava zangado porque ninguém se lembrava delenas festas; e ensinou que,para qualquer ritual dar certo, seria preciso oferecer primeiroum agrado a Exu. Desde então, Exu recebe oferendas antes de todos, mas tem queobedecer aos outros Orixás, para não voltar a fazer tolices.

IV

Um homem rico tinha uma grande criação de galinhas. Certa vez, chamou um pintinhomuito travesso de Exu, acrescentando vários xingamentos. Para se vingar, Exu fez comque o pinto se tornasse muito violento. Depois que se tornou galo, ele não deixavanenhum outro macho sossegado no galinheiro: feria e matava todos os que o senhor comprava. Com o tempo, o senhor foi perdendo a criação e ficou pobre. Então, perguntou

a um babalaô o que estava acontecendo. O sacerdote explicou que era uma vingança deExu e que ele precisaria fazer um ebó pedindo perdão ao Orixá. Amedrontado, o senhor fez a oferenda necessária e o galo se tornou calmo, permitindo que ele recuperasse aprodução.

V

Certa vez, dois amigos de infância, que jamais discutiam, esqueceram-se, numasegunda-feira, de fazer-Ihe as oferendas devidas para Èsù.

Foram para o campo trabalhar, cada um na sua roça. As terras eram vizinhas, separadas

apenas por um estreito canteiro. Èsù, zangado pela negligência dos dois amigos, decidiupreparar-Ihes um golpe à sua maneira.

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Ele colocou sobre a cabeça um boné pontudo que era branco do lado direito e vermelhodo lado esquerdo. Depois, seguiu o canteiro, chegando à altura dos dois trabalhadoresamigos e, muito educadamente, cumprimentou-os:

-"Bom trabalho, meus amigos!"Estes, gentilmente, responderam:-"Bom passeio, nobre estrangeiro!" Assim que Èsù afastou-se, o homem que trabalhava no campo à direita, falou para o seucompanheiro:-"Quem pode ser este personagem de boné branco?"-"Seu chapéu era vermelho", respondeu o homem do campo a esquerda.-"Não, ele era branco, de um branco de alabastro, o mais belo branco que existe!"-"Ele era vermelho, um vermelho escarlate, de fulgor insustentável!"-"Ele era branco, tratar-me de mentiroso?"-"Ele era vermelho, ou pensas que sou cego?"Cada um dos amigos tinha razão e ambos estavam furioso da desconfiança do outro.

Irritados, eles agarraram-se e começaram a bater-se até matarem-se a golpes de enxada.Èsù estava vingado! Isto não teria acontecido se as oferendas a Èsù não tivessem sidonegligenciadas. Pois Èsù pode ser o mais benevolente dos òrìsà se é tratado comconsideração e generosidade.

VI

Conta-se que Aluman estava desesperado com uma grande seca. Seus campos estavamsecos e a chuva não caia. As rãs choravam de tanta sede e os rios estavam cobertos defolhas mortas, caidas das árvores.

Nenhum òrìsà invocado escutou suas queixas e gemidos. Aluman decidiu, então, oferecer a Èsù grandes pedaços de carne de bode.

Èsù comeu com apetite desta excelente oferenda. Só que Aluman havia temperado acarne com um molho muito apimentado. Èsù teve sede. Uma sede tão grande que toda aágua de todas as jarras que ele tinha em casa, e que tinham, em suas casas, os vizinhos,não foi suficiente para matar sua sede!

Èsù foi á torneira da chuva e abriu-a sem pena. A chuva caiu. Ela caiu de dia, ela caiu denoite. Ela caiu no dia seguinte e no dia depois, sem parar.

Os campos de Aluman tornaram-se verdes. Todos os vizinhos de Aluman cantaram sua

glória:

"Joro, jara, joro Aluman,Dono dos dendezeiros, cujos cachos são abundantes;Joro, jara, joro Aluman,Dono dos campos de milho, cujas espigas são pesadas!Joro, jara, joro Aluman,Dono dos campos de feijão, inhame e mandioca!Joro, jara, joro Aluman!"E as rãzinhas gargarejavam e coaxavam, e o rio corria velozmente para não transbordar! Aluman, reconhecido, ofereceu a Èsù carne de bode com o tempero no ponto certo da

pimenta. Havia chovido bastante. Mais, seria desastroso! Pois, em todas as coisa, odemais é inimigo do bom.

VII

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Lenda de Eshu Jelu ( Ijelu ou Ajelu )

Mandaram Eshú fazer um ebó, com o objetivo de obter fortuna rapidamente e de formaimprevista.

Depois de oferecer o sacrifício, Exú empreendeu viagem rumo a cidade de Ijelu.Lá chegando, foi hospedar-se na casa de um morador qualquer da cidade, contrariandoos costumes da época, que determinavam que qualquer estrangeiro recém chegadoreceberia acolhida no palácio real.

 Alta madrugada, enquanto todos dormiam, Exú levantou-se sorrateiramente e ateou fogoas palhas que serviam de telhado à construção em que estava abrigado, depois do que,começou a gritar por socorro, produzindo enorme alarido, o que acordou todos osmoradores da localidade.

Eshú gritava e esbravejava, afirmando que o fogo, cuja origem desconhecia, havia

consumido uma enorme fortuna, que trouxera embrulhada em seus pertences, que comomuitos testemunharam, foram confiados ao dono da casa.Na verdade, ao chegar, Exú entregou ao seu hospedeiro um grande fardo, dentro do qual,segundo declaração sua, havia um grande tesouro, fato este, que foi testemunhado por enumeras pessoas do local.

Rapidamente, a notícia chegou aos ouvidos do Rei que, segundo a lei do país deveriaindemnizar a vitima de todo o prejuízo ocasionado pelo sinistro.

 Ao tomar conhecimento do grande valor da indemnização e ciente de não possuir meiospara saldá-la, o rei encontrou, como única solução, entregar seu trono e sua coroa a

Eshú, com a condição de poder continuar, com toda sua família, residindo no palácio.Diante da proposta, Eshú aceitou imediatamente, passando a ser deste então o rei deIjelu.

VIII

Sobre Eshú existem muitas lendas, mas esta demonstra bem o carácter irreverente deEshú:

Eshú, sabedor de que uma rainha fora abandonada pelo seu Rei (dormindo assim emaposentos separados), procurou-a, entregou a ela uma faca e disse que se ela desejasse

ter ele de volta, deveria cortar alguns fios da sua barba ao anoitecer quando o Reidormisse. Em seguida, foi à casa do Príncipe Herdeiro do trono, situada nos arredores dopalácio e disse ao Príncipe que o Rei desejava vê-lo ao anoitecer com o seu exército. Emseguida, foi até ao Rei e disse: "A Rainha magoada vai tentar matá-lo à noite. Finja queestá dormindo para não morrer. E a noite veio. O Rei deitou-se e fingiu dormir e viudepois a Rainha aproximar uma faca de sua garganta. Ela queria apenas cortar um fio dabarba do Rei, mas ele julgou que seria assassinado. O Rei desarmou-a e ambos lutaram,fazendo grande algazarra. O Príncipe, que chegava com os seus guerreiros, escutougritos nos aposentos do Rei e correu para lá. O Príncipe entrou nos aposentos e viu o Reicom a faca na mão e pensou que ele queria matar a Rainha e empunhou a sua espada.O Rei, vendo o Príncipe entrar no palácio armado, à noite, pensou que o Príncipe queria

matá-lo, gritou pelos seus guardas pessoais e houve uma grande luta, seguida de ummassacre generalizado.

IX

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Conta-nos uma lenda, que Òsùn queria muito aprender os segredos e mistérios da arteda adivinhação, para tanto, foi procurar Èsù, para aprender os princípios de tal dom.

Èsù, muito matreiro, disse a Òsùn que lhe ensinaria os segredos da adivinhação, maspara tanto, ficaria Òsùn sobre os domínios de Èsù durante sete anos, passando, lavandoe arrumando a casa do mesmo. Em troca, ele a ensinaria.

E, assim foi feito. Durante sete anos, Òsùn foi aprendendo a arte da adivinhação que Èsùlhe ensinava e consequentemente, cumprindo seu acordo de ajudar nos afazeresdomésticos na casa de Èsù.

Findando os sete anos, Òsùn e Èsù, tinham se apegado bastante pela convivência emcomum, e Òsùn resolveu ficar em companhia desse Òrìsà.

Em um belo dia, Sàngó que passava pelas propriedades de Èsù, avistou aquela lindadonzela que penteava seus lindos cabelos na margem de um rio e, de pronto agrado, foideclarar sua grande admiração para com Òsùn.

Foi-se a tal ponto que Sàngó, viu-se completamente apaixonado por aquela linda mulher,e perguntou se não gostaria de morar em sua companhia no seu lindo castelo na cidadede Oyó. Òsùn rejeitou o convite, pois lhe fazia muito bem a companhia de Èsù.

Sàngó então, irado por ter sido contrariado, sequestrou Òsùn e levou-a em suacompanhia, aprisionando-a na masmorra de seu castelo.

Èsù, logo de imediato sentiu a falta de sua companheira e saiu a procurar, por todas asregiões, pelos quatro cantos do mundo, sua doce pupila de anos de convivência.

Chegando nas terras de Sàngó, Èsù foi surpreendido por um canto triste e melancólico

que vinha da direcção do palácio do Rei de Oyó, da mais alta torre. Lá estava Òsùn, tristee a chorar por sua prisão e permanência na cidade do Rei.

Èsù, esperto e matreiro, procurou a ajuda de Òrùnmílá, que de pronto agrado lhe cedeuuma poção de transformação para Òsùn fugir dos domínios de Sàngó.Èsù, através da magia, pôde fazer chegar às mãos de sua companheira a tal poção.

Òsùn tomou de um só gole a poção mágica e transformou-se numa linda pomba dourada,que voou e pode então retornar em companhia de Èsù para a sua morada.

X

Como Èsù tornou-se Òsijè-Ebó

Essa história revela o nascimento do 17o. Odù, como e de onde nasceu Òsetùwá, emdecorrência, veremos a analise através de como Èsù se tornou Èsù Òsijè-Ebó, otransportador e encarregado de encaminhar as oferendas entre a terra e o òrun.

Quem deveria consultar o porta-voz-principal-do-culto-de-Ifá; a nuvem está penduradapor cima da terra...

Bábálàwó dos tempos imemoriais;

Os "siris" estão no rio; a marca do dedo requer Yèréòsùn (pó sagrado de Ifá).Estes foram os Bábálàwó que jogaram Ifá para os quatrocentos Irúnmolè, senhores dolado direito, e jogaram Ifá para os duzentos malè, senhores do lado esquerdo. E jogaramIfá para Òsun, que tem uma coroa toda trabalhada de contas, no dia em que ele (Òsetùá)

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veio a ser o décimo sétimo dos Irùnmolè que vieram ao mundo, quando Òlódumàrèenviou os òrìsà, os dezesseis, ao mundo, para que viessem criar e estabelecer a terra.

E vieram verdadeiramente nessa época. As coisas que Òlódumàrè lhes ensinou nosespaços do òrun constituíram nos pílares de fundação que sustentam a terra para aexistência de todos os seres humanos e de todos os ebora. Olódumàrè lhes ensinou quequando alcançassem a terra, deveriam abrir uma clareira na floresta, consagrando-a deOrò, o Igbó Orò. Deveriam abrir uma clareira na floresta, consagrando-a a Eégún, o IgbóEégún, que seria chamado Igbó Òpá. Disse que deveriam abrir uma clareira na florestaconsagrando-a a Odù Ifá, o Igbó Odù, onde iriam consultar o oráculo a respeito daspessoas.

Disse ele que deveriam abrir um caminho para os Òrìsà e chamar esse lugar de IgbóÒrìsà, floresta para adorar os òrìsà. Olódumàrè lhes ensinou a maneira como deveriamresolver os problemas de fundação (assentamento) e adoração dos ojóbo (lugares deadoração) e como fariam as oferendas para que não houvesse morte prematura, nemesterilidade, nem infecundidade, que não houvesse perda, nem vida paupérrima, nãohouvesse nada de tudo isso sobre a terra. Para que as doenças sem razão não lhessobrevivessem, que nenhuma maldição caísse sobre eles, que a destruição e a desgraçanão se abatessem sobre eles.

Olódumàrè ensinou aos dezasseis òrìsà o que eles deveriam realizar para evitar todas ascoisas. Ele os delegou e enviou à terra, a fim de executarem tudo isso. Quando vieram aoòde àiyé, a terra, fundaram fielmente na floresta o lugar de adoração de Orò, o Igbá Orò.Fundaram na floresta o lugar de adoração de Eégún. Fundaram na floresta o lugar deadoração de Ifá que chamamos Igbódù. Também abriram um caminho para os òrìsà, quechamamos igbóòòsa.Executaram todos esses programas visando a ordem.

Se alguém estava doente, ele ia consultar Ifá ao pé de Òrúnmìlá. Se acontecia que Eégúnpoderia salvá-lo, dir-lho-iam. Seria conduzido ao lugar de adoração na floresta de Eégúnao Igbó-Igbàlè, para que ele fizesse uma oferenda para Egúngún. Talvez que um de seusancestrais devesse ser invocado como Eégún, para que o adorasse, a fim de que esseEégún o protegesse. Se havia uma mulher estéril, Ifá seria consultado, a respeito dela, afim de que Orúnmìlà pudesse indicar-lhe a decoação de Òsun, que ela deveria tomar. Sehavia alguém que estava levando uma vida de miséria, Orúnmìlà consultaria Ifá, arespeito dele. Poderia ser que Orò estivesse associado à sua própria entidade criadora.Orúnmìlà diria a essa pessoa que é a Orò que ela devia adorar. E ela seria conduzida àfloresta de Orò.

Eles seguiram essa prática durante muito tempo.

Enquanto realizavam as diversas oferendas, eles não chamavam Òsun. Cada vez queiam à floresta de Eégún, ou à floresta de Orò, ou à floresta de Ifá, ou à floresta de Òòsà, aseu retorno, os animais que eles tinham abatido, fossem cabras, fossem carneiros,fossem ovelhas, fossem aves, entregavam-nos a Òsun para que ela os cozinhasse.

Preveniram-na que quando ela acabasse de preparar os alimentos, não devia comer nenhum pouco, porque deviam ser levados aos Malè, lá onde as oferendas são feitas.

Òsun começou a usar o poder das mães ancestrais - àse Iyá-mi - e a estender sobre tudoo que ela fazia esse poder de Iyá-mi-Àjé, que tornava tudo inútil.Se se predissesse a alguém que ele ou ela não fosse morrer, essa pessoa não deixavade morrer. Se fosse proclamado que uma pessoa não sobreviveria, a pessoa

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sobreviveria. Se se previsse que uma pessoa daria à luz um filho, a pessoa tornava-seestéril. Um doente a quem se dissesse que ele ficaria curado não seria jamais aliviado desua doença.

Essas coisas ultrapassavam seu entendimento, porque o poder de Olódumàre jamaistinha falhado. Tudo que Olódumàre lhes havia ensinado eles o aplicavam, mas nada davaresultado. Que era preciso fazer ?

Quando se congregaram numa reunião, Orúnmìlà sugeriu que, já que eles eramincapazes de compreender o que se estava passando por seus próprios conhecimentos,não havia outra solução senão consultar Ifá novamente.Em consequência, Orúnmìlà trouxe seu instrumento adivinatório, depois consultou Ifá.Contemplou longamente a figura do Odù que apareceu e chamou esse Odù pelo nome deòsetùá.

Ele olhou em todos os sentidos. A partir do resultado definitivo de sua leitura, Orúnmìlàtransmitiu a resposta a todos os outros Odù-àgbà. Estavam todos reunidos e

concordaram que não havia outra solução para todos eles, os òrìsàs-irúnmàlè, senãoencontrar um homem sábio e instruído que podesse ser enviado a Olódumàrè, para quemandasse a solução do problema e o tipo de trabalho que devia ser feito para orestabelecimento da ordem, a fim de que as coisas voltassem a normalizar-se, e nadamais interferisse em seus trabalhos.Ele, Orúnmìlà, deveria ir até a Olódumàrè. Orúnmìlà ergueu-se. Serviu-se de seusconhecimentos para utilizar a pimenta, serviu-se de sua sabedoria para tomar nozes deobi, despregou seu òdùn (tecido de ráfia) e o prendeu no seu ombro, puxou seu cajado dosolo, um forte redemoinho o levou, e ele partiu até aos vastos espaços do outro mundopara encontrar Olódumàrè. Foi lá que Orúnmìlà reencontrou Èsù Òdàrà. Èsù já estavacom Olódumàrè. Èsù fazia sua narração a Olódùmarè. Explicava que aquilo que estavaestragando o trabalho deles na terra era o fato de eles não terem convidado a pessoa queconstitui a décima sétima entre eles. Por essa razão, ela estragava tudo, Olódumàrècompreendeu.

 Assim que Orúnmìlà chegou, apresentou seus agravos a Olódumàrè. Então Olódumàrèlhe disse que deveria ir e chamar a décima sétima pessoa entre eles e levá-la a participar de todos os sacrifícios a serem oferecidos. Porque, além disso, não havia nenhum outroconhecimento que Ele lhes pudesse ensinar senão as coisas que Ele já lhes havia dito.Quando Orúnmìlà voltou à terra, reuniu todos os òrìsà e lhes transmitiu o resultado de suaviagem.

Chamaram Òsun e lhe disseram que ela deveria segui-los por todos os lugares ondedeveriam oferecer sacrifícios. Mesmo na floresta de Eégún. Òsun recusou-se: ela jamaisiria com eles. Começaram a suplicar a Òsun e ficaram prostrados um longo tempo. Todoscomeçaram a homenageá-la e a reverenciá-la. Òsun os maltratava e abusava deles. Elamaltratava Òrìsànlá, maltratava Ògún, maltratava Orúnmìlà, maltratava Òsányín,maltratava Orànje, ela continuava a maltratar todo mundo. Era o sétimo dia, quando Òsunse apaziguou. Então eles disseram que viesse. Ela replicou que jamais iria, disse,entretanto, que era possível fazer uma outra coisa já que todos estavam fartos dessahistória.

Disse que se tratava da criança que levava no seu ventre. Somente se eles soubessem

como fazer para que ela desse à luz uma criança do sexo masculino, isso significaria queela permitiria então que ele a substituísse e fosse com eles. Se ela desse à luz umacriança do sexo feminino, podiam estar certos que esta questão não se apagaria em suamente. Ficariam aí, pedaços, pedaços, pedaços. E eles deveriam saber com certeza que

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esta terra pereceria; deveriam criar uma nova. Mas se ela desse à luz um filho homem,isso queria dizer que, evidentemente, o próprio Olórun os tinha ajudado.

 Assim apelou-se para Òrìsàlá e para todos os outros òrìsà para saber o que deveriamfazer para que a criança fosse do sexo masculino. Disseram que não havia outra soluçãoa não ser que todos utilizassem o poder - àse - que Olódumàrè tinha dado a cada umdeles; cada dia repetidamente deveriam vir, para que a criança nascesse do sexomasculino, Todos os dias iam colocar seu àse - seu poder - sobre a cabeça de Òsun,dizendo o que segue:

"Você Òsun ! Homem ele deverá nascer, a criança que você traz em si!" Todosrespondiam "assim seja", dizendo "tó!" acima de sua cabeça...

 Assim fizeram todos os dias, até que chegou o dia do parto de Òsun. Ela lavou a criança.Disseram que ela deveria permitir-lhes vê-la. Ela respondeu "não antes de nove dias".Quando chegou o nono dia, ela os convocou a todos. Esse era o dia da cerimónia donome, da qual se originaram todas as cerimónias de dar o nome. Mostrou-lhes a criança,

e a pôs nas mãos de Òrìsàálá. Quando Òrìsàálá olhou atentamente a criança e viu queera um menino, gritou: "Músò"...! (hurra...!). Todos os outros repetiram "Músò".....! Cadaum carregou a criança, depois o abençoaram. Disseram "somos gratos por esta criançaser um menino". Disseram: "Que tipo de nome lhe daremos?". Òrìsàálá disse: "Vocêstodos sabem muito bem que cada dia abençoamos sua mãe com nosso poder para queela pudesse dar à luz uma criança do sexo masculino, e essa criança deveria justamentechamar-se À-S-E-T-Ù-W-Á (o poder trouxe ela a nós)" Disseram: "Acaso você não sabeque foi o poder do àse, que colocamos nela, que forçou essa criança a vir ao mundo,mesmo se antes ela não queria vir à terra sob a forma de uma criança do sexomasculino? Foi nosso poder que a trouxe à terra". Eis por que chamaram a criança de Àsetùwà.

Quando chegou o tempo, Orúnmìlà consultou o oráculo Ifá acerca da criança, porquetodos devem conhecer sua origem e destino, colheram o instrumento de Ifá paraconsultá-lo. Eles o manipularam e o adoraram. Era chegado o momento de consultar Ifá arespeito dele, para saberem qual era seu Odù, para que o pudessem iniciar no culto deIfá. Levaram-no à floresta de Ifá, que chamamos Igbódù, onde Ifá revelaria que Òsè eÒtùá eram seu Odù. Este foi o resultado que ele deu a respeito da criança. Orúnmìlàdisse: "a criança que Òsè e Òtùá fizeram nascer, que antes chamamos de Àsetùwá",disse, "chamemo-la de Òsètùá". Foi por isso que chamaram a criança com o nome doOdù de Ifá que lhe deu nascimento, Òsètùá.

 Àsetùá era o nome que ele trazia anteriormente. Assim, a criança participou do grupo dosoutros Odù, ao ponto de ir com eles a todos os lugares onde se faziam oferendas naterra. Foi assim que todas as coisas que Olódùmàrè lhes tinha ensinado deixaram de ser corrompidas. Cada vez que proclamavam que as pessoas não morreriam, elas realmentesobreviviam e não morriam. Se diziam que as pessoas seriam ricas, elas tornavam-serealmente ricas. Se diziam que a mulher estéril conceberia, ela realmente dava à luz. Aprópria Òsun deu a essa criança um nome nesse dia. Disse ela: "Osó a gerou(significando que a criança era filho do poder mágico), porque ela mesma era uma ajé e acriança que ela gerou é um filho homem. Disse ela: "Akin Osò", (Akin Osò: poderosomago; homem bravo dotado de um grande poder sobrenatural) eis o que a criança será !

É por isso que eles chamaram Òsetùá de Akin Osò, entre todos os Odù Ifá e entre osdezasseis òrìsà mais anciãos. Depois eles disseram que em qualquer lugar onde osmaiores se reunissem, seria compulsório que a criança fosse um deles. Se nãopudessem encontrar o décimo sétimo membro, não poderiam chegar a nenhuma decisão,

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e se dessem um conselho, não poderiam ratifica-lo.Finalmente, aconteceu! Sobreveio uma seca na terra. Tudo estava seco! Não havia nemorvalho! Fazia três anos que tinha chovido pela última vez. O mundo entrou emdecadência. Foi então que eles voltaram a consultar Ifá, Ifà àjàlàiyé. (aquele queadministra a terra) Quando Orúnmìlà consultou Ifá àjàlàiyé, disse que deveriam fazer uma

oferenda, um sacrifício, e preparar a oferenda de maneira que chegasse a Olódùmàrè,para que Olódùmàrè pudesse ter piedade da terra, e assim não virasse as costas à terrae se ocupasse dela para eles. Porque Olódùmàrè não se ocupava mais da terra. Se issocontinuasse, a destruição era inevitável, era iminente. Somente se pudessem fazer aoferenda, Olódumàrè teria sempre misericórdia deles. Ele se lembraria deles e zelariapelo mundo.

Foi assim que prepararam a oferenda. Eles colocaram, uma cabra, uma ovelha, umcachorro e uma galinha, um pombo, uma preá, um peixe, um ser humano e um touroselvagem, um pássaro da floresta, um pássaro da savana, um animal doméstico.

Todas essas oferendas, e ainda dezasseis pequenas quartinhas cheias de azeite dedendê que eles juntaram nesse dia. E ovos de galinha, e dezasseis pedaços de panobranco puro. Prepararam as oferendas apropriadas usando folhas de Ifá, que todaoferenda deve conter. Fizeram um grande carrego com todas as coisas. Disseram então,que o próprio Èjì-Ogbè deveria levar essa oferenda a Olódumàrè. Ele levou a oferendaaté as portas do òrun, mas elas não lhe foram abertas. Èjì-Ogbè voltou à terra. Nosegundo dia Òyèkú-Méji a carregou, ele voltou. Não lhe abriram as portas. Ìwòrí-Méjilevou a oferenda, assim fizeram Òdi-Méji; Ìrosùn-Méji; Òwórin-Méji; Òbàrà-Méji; Òkànràn-Méji; Ogúndá-Méji; Òsá-Méji; Ìká-Méji; Òtúrúpòn-Méji; Òtúá-Méji; Ìrètè-Méji; Òsè-Méji;Òfún-Méji. Mas não puderam passar, Olórun não abria as portas. Assim decidiram que odécimo sétimo entre eles deveria ir e experimentar o seu poder, antes que tivessem que

reconhecer que não tinham mais nenhum poder.Foi assim que Òsetùá foi visitar certos Babaláwo, para que eles consultassem o oráculopara ele. Esses Babaláwo traziam os nomes de Vendedor-de-azeite-de-dendê eComprador-de-azeite-de-dendê. Ambos esfregaram seus dedos com pedaços de cabaça.Jogaram Ifá para Akin Osò, o filho de Enìnàre (aquela que foi colocada na senda do bem)no dia em que ele conseguiu levar a oferenda ao poderoso òrun. Disseram que eledeveria fazer uma oferenda; disseram, quando ele acabasse de fazer a oferenda,disseram, no lugar a respeito do qual ele estava consultando Ifá, disseram, ali, ele seriacoberto de honras, disseram, sucederá que a posição que ele ali alcançasse, disseram,essa posição seria para sempre e não desapareceria jamais.

Disseram, as honras que ele ali receberia, disseram, o respeito, seriam intermináveis.

Disseram: "Você verá uma anciã no seu caminho", disseram, "faça-lhe o bem". Assim,quando Òsetùá acabou de preparar a oferenda, seis pombos, seis galinhas com seiscentavos e quando estava em seu caminho, ele encontrou uma anciã. Ele carregava aoferenda no caminho que levaria a Èsù, quando encontrou essa anciã na sua rota. Essaanciã era da época em que a existência se originou. Disse: "Akin Osò! à casa de quemvai você hoje ?" Disse: "eu ouvi rumores a respeito de todos vocês na casa de Olófin, queos dezasseis Odù mais idosos levaram uma oferenda ao poderoso òrun sem sucesso".

Disse: "assim seja".

Disse: "é sua vez hoje?''Disse: "é minha vez".Disse: "tomou alimentos hoje?"Respondeu ele: "eu tomei alimentos".

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Disse ela "quando você chegar a seu sitio, diga-lhes que você não irá hoje".Disse ela: "Esses seis centavos que você me deu", Disse: "há três dias não tinha dinheiropara comprar comida"Disse: "diga-lhes que você não irá hoje".Disse: "quando chegar amanhã, você não deve comer, você não deve beber antes de

chegar ali".Disse: "você deve levar a oferenda".Disse: "todos esses que ali foram, comeram da comida da terra, essa é a razão por queOlórun não lhes abriu a porta!"Quando Òsetùá voltou a casa de Oba Àjàlàiyè, todos os Odù Ifá estavam reunidos lá.Disseram: "você deve estar pronto agora, é sua vez hoje de levar a oferenda ao òrun,talvez a porta seja aberta para você!" Disse ele que estaria pronto no dia seguinte, porquenão tinha sido avisado na véspera.Quando chegou o dia seguinte, Òsetùá, foi encontrar Èsù e lhe perguntou o que deveriafazer.

Èsù respondeu: "Como! Jamais pensei que você viria me avisar antes de partir". Disseele: "isso vai acabar hoje, eles lhe abrirão a porta !" Perguntou ele: "Tomou algumalimento?" Òsetùá lhe respondeu que uma anciã lhe tinha dito na véspera que ele nãodevia comer absolutamente nada. Então Òsetùá e Èsù puseram-se a caminho. Partiramem direcção aos portões do òrun.

Quando chegaram lá, as portas já se encontravam abertas. Quando levaram a oferenda aOlódùmarè e Ele examinou. Olòdumarè disse: "Haaa! Você viu qual foi o último dia quechoveu na terra?! Eu me pergunto se o mundo não foi completamente destruído. Quepode ser encontrado lá?" Òsetùá não podia abrir a boca para dizer qualquer coisa.Olódùmarè lhe deu alguns "feixes" de chuva. Reuniu, como outrora, as coisas de valor do

òrun, todas as coisas necessárias para a sobrevivência do mundo, e deu-lhas. Disse queele, Òsetùá, deveria retornar.

Quando deixaram a morada de Olódumarè, eis que Òsetùá perdeu um dos "feixes" dechuva. Então a chuva começou a cair sobre a terra. Choveu, choveu, choveu, choveu....

Quando Òsetùá voltou ao mundo, em primeiro lugar foi ver Quiabo. Quiabo tinhaproduzido vinte sementes. Quiabo que não tinha nem duas folhas, um outro não tinhamesmo nenhuma folha em seus ramos.

Voltou-se em direcção à casa do Quiabo escarlate, Ilá Ìròkò tinha produzido trintasementes. Quando chegou a casa de Yáyáá, esse havia produzido cinquenta sementes.

Foi então até à casa da palmeira de folhas exuberantes, que se encontrava na margemdo rio Awónrin Mogún. A palmeira tinha dado nascimento a dezasseis rebentos. Depoisque a palmeira deu nascimento a dezasseis rebentos ele voltou à casa de Oba Àjàlàiyé.

 Àse se expandia e se estendia sobre a terra. Sémen convertia-se em filhos, homens emseu leito de sofrimento se levantavam, e todo o mundo tornou-se aprazível, tornou-sepoderoso. As novas colheitas eram trazidas dos plantios. O inhame brotava, o milhoamadurecia, a chuva continuava a cair, todos os rios transbordavam, todo mundo erafeliz.

Quando Òsetùá chegou, carregaram-no para montar num cavalo (signo de realeza: só os

mais poderosos podem-se permitir a criar ou montar cavalos em País Yorùbá). Estavammesmo a ponto de levantar o cavalo do chão para mostrar até que ponto as pessoasestavam ricas e felizes. Estavam de tal forma contentes com ele, que o cobriram depresentes, os que estavam em sua direita os que estavam em sua esquerda. Começaram

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a saudar Òsetùá: "Você é o único que conseguiu levar a oferenda ao òrun, a oferendaque você levou ao outro mundo era poderosa !

Disseram, "sem hesitação, rápido, aceite meu dinheiro e ajude-me a transportar minhaoferenda ao òrun! Òsetùá! Aceite rápido! Òsetùá aceite minha oferenda!" Todos ospresentes que Òsetùá recebeu, os deu todos a Èsù Òdàrà. Quando os deu a Èsù, Èsùdisse: "Como!" Há tanto tempo ele entregava os sacrifícios, e não houve ninguém pararetribuir-lhe a gentileza.

"Você Òsetùá! Todos os sacrifícios que eles fizerem sobre a terra, se não os entregaremprimeiro a você, para que você possa trazer a mim, farei que as oferendas não sejammais aceitáveis".

Eis a razão pela qual sempre que os Babaláwo fazem sacrifícios, qualquer que seja oOdù Ifá que apareça e qualquer que seja a questão, devem invocar Òsetùá para queenvie as oferendas a Èsù. Porque é só de sua mão que Èsù aceitará as oferendas paralevá-las ao òrun. Porque quando Èsù mesmo recebia os sacrifícios das pessoas da terra

e os entregava no lugar onde as oferendas são aceitas, eles não demonstravam nenhumreconhecimento pelo que ele fazia por todos até o dia em que Òsetùá teve de carregar osacrifício e Èsù foi abrir o caminho apropriado para o òrun, para alcançar a morada deOlódumàrè. Quando se abriram as portas para ele.

 A qualidade de gentileza que Èsù recebeu de Òsetùá era realmente muito valiosa paraele (Èsù). Então ele e Òsetùá decidiram combinar um acordo pelo qual todas asoferendas que deveriam ser feitas deveriam ser-lhe enviadas por intermédio de Òsetùá.Foi assim que Òsetùá converteu-se no entregador de oferendas para Èsù. Èsù Òdàrà, foiassim que ele se converteu em O portador de oferendas para Olódumàrè, Èsù Òsijé-Ebó,no poderoso òrun. É assim como este Itan (verso) Ifá explica, a respeito de Èsù e Òsetùá.

XI

"Exu, filho primogénito de Iemanjá com Orunmilá, o deus da adivinhação e irmão deOgum, Xangô e Oxóssi, era voraz e insaciável. Conseguiu comer todos animais da aldeiaem que vivia. Depois disso, passou a comer as árvores, os pastos, tudo que via atéchegar ao mar. Orunmilá previu então que Exu não pararia e acabaria comendo oshomens, e tudo que visse pela frente, chegando mesmo a comer o céu. Ordenou então aOgum que contivesse o irmão Exu a qualquer custo. Para conseguir isto, Ogum foiobrigado a matar Exu, a fim de preservar a terra criada e os seres humanos. Mas mesmodepois da morte de Exu, a natureza, os pastos, as árvores, os rios, tudo permaneceu

ressecado e sem vida, doente, morrendo.Um babalaô (representante de Orunmilá na terra) alertou Orunmilá de que o espírito deExu sentia fome e desejava ser saciado, ameaçando provocar a discórdia entre os povoscomo vingança pelo que Orunmilá e Ogum haviam feito. Orunmilá determinou então queem toda e qualquer oferenda que fosse feita pelos homens a um orixá, houvesse umaparte em homenagem a Exu, e que esta parte seria anterior a qualquer outra, para que semantivesse sempre satisfeito e assim possibilitasse a concórdia".

XII

Filho de Oxalá com Yemanjá e irmão gémeo de Ogum, Elegbará sempre aprontava para

chamar a atenção, devido aos seus ciúmes.

Destemido, valente e brincalhão, adorava se envolver em tudo o que acontecia na Terra.Devido à sua imensa curiosidade e vontade de viver, ele andou pelos quatro cantos do

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mundo, buscando descobrir todos os segredos e mistérios que envolviam a nossoplaneta.

Elegbará era um orixá que ao mesmo tempo que era amado, era muito temido, pois jáintimidava a todos com seus olhos, que eram duas bolas de fogo. Ao contrário de algunsorixás que ansiavam em ter um reino, fundando nações, ele queria o mundo todo, por istosaía pelas estradas, vivendo aventuras e angariando adoradores em todas as tribos quevisitava.

Elegbará é aquele que vive no plano intermediário entre o Orum e o Aiyê.Ele é o protector dos aventureiros, jogadores e todos aqueles que gostam de viver.

Dia: Segunda-feiraCores: Vermelho e preto, violeta cintilante.Metal: Ferro, bronze e TerraPedra: Rubi, granada

Comida: Aguardente, cebola e mel, Farofa de dendê, bife acebolado, picadinho demiúdos, omolocum. LimãoSímbolos - Tridente, bastão (agô)Elemento - FogoPlantas - Pimenta, capim tiririca, urtiga. Arruda, salsa, hortelã.Bebidas - Cachaça e batida de mel para exu; anis e champanha para pomba-gira.Sincretismo - Santo Antonio e São Benedito.Domínio - Passagens : Encruzilhadas e portas.Missão - Vigia as passagens, abre e fecha os caminhos.por isso ajuda a resolver problemas da vida fora de casa e a encontrar caminhos para progredir, além de proteger contra perigos e inimigos.Quem é - Mensageiro dos mortais para os orixás, senhor da vitalidade.Características - Apaixonado, esperto, criativo, persistente, impulsivo, brincalhão.Quizília - Comidas brancas e sal.Saudação - Laroiê!Onde Recebe Oferendas - No canto das encruzilhadas.Riscos de Saúde - Dores de cabeça relacionadas a problemas de fígado.Presentes Prediletos - Dinheiro, velas, suas comidas e bebidas preferidas, charutos (exu)ou cigarros (pomba-gira).

Observação - Pomba-gira (de bombogira, nome de exu em angola) é o nome dado aosexus femininos. Na Umbanda, existem muitos exus e pombas-giras que governamlugares diferentes e auxiliam os Vários orixás.

EXU é o pré-existente à ordem do mundo. Como a própria vida, ele se transforma semparar, mas não uniformemente, porque EXU muda o jogo a seu bel prazer - é um"tríckster". É astucioso, vaidoso, inteligente e ambíguo- a tal ponto que os primeirosmissionários assustados com pararam-no ao diabo, dele fazendo símbolo de tudo que émaldade. Mas EXU, por ser o próprio dinamismo, é quem faz, com seus paradoxos, ascoisas manterem-se vivas. É ele que propicia estar o AXÉ sempre circulando e, ao ser tratado com consideração (oferendas), reage favoravelmente, mostrando-se serviçal eprestativo. EXU revela-se o mais humano dos ORIXÁS, nem completamente mau, nemcompletamente bom. Por estar relacionado com os ancestrais, ele é o guardião dostemplos, das casas, das cidades e das pessoas. Cada pessoa tem o seu BARA - até cadaORIXÁ tem seu EXU. Ele está em tudo e com tu do, pois à o intermediário eterno entre oshomens e os deuses. É por isso que em todas as cerimônias do CANDOMBLÉ, sua

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oferenda é a primeira e chama-se PADÉ - que significa re-união. No PADÉ, EXU échamado, saudado, cumprimentado e enviado ao alem, com dupla intenção: convocar osoutros ORIXÁS para a festa e ao mesmo tempo afasta-lo, para que não perturbe a boaordem da cerimônia, com seus golpes de "tríckster". Como transportador das oferendas,ele é OXETUÁ, filho de OXUM com os dezesseis ODU do oráculo (Jogo de búzios)

(CAURI) Este aspecto benfazejo de EXU outorga-lhe o poder de restituir a fecundidadeao mundo. Como senhor do poder da transformação, ele é EXU ELEGBARA, que foicortado em pedaços e em seguida se regenerou e, ao fazê-lo, reuniu simbolicamente oUniverso inteiro.

EXU mantém o equilíbrio das trocas, provoca o conflito para promover a síntese. Tudoque se une, multiplica-se, separa-se, transforma-se - tudo é EXU, personificação doprincipio da transformação. Seu dia é segunda-feira. Ele está associado ao nascente e aofuturo e sua cor é o azul-escuro arroxeado, cor do mistério da procriação. Seu animal e ocão; o cacto e o mandacaru são suas plantas. Rege o sexo e usa um chapéu que seassemelha ao falo: não há sexualidade sem EXU.

OKOTÓ é o caracol, símbolo de EXU, e representa a espiral da evolução. Quando semanifesta, é saudado por um de seus nomes (LAROYE). Veste-se de branco, azul evermelho, leva na mão um tridente ou um ferro de sete pontas ou ainda uma lança.

O tipo psicológico do filho de EXU tem as seguintes características: é robusto, ágil,dinâmico, incansável, transborda vitalidade. Ë grande amigo dos prazeres da vida,guloso, está sempre com fome e bebe bastante. E por isso que ninguém doCANDOMBLÉ deve beber nada sem antes jogar no chão da porta da rua, bebida paraEXU. Alegre, brincalhão, gosta de pregar peças, esconder objetos, contar mentiras,ensinar o caminho errado. Adora chocar, dizer palavrões. E desordeiro e adora tumultuar festas e reuniões. Quando lhe convém, pode ser extremamente trabalhador, eficiente,incansável e obstinado tendo em vista sempre o que com isso irá ganhar. Mas etotalmente imprevisível, podendo deixar o trabalho em que se empenha apenas por capricho. Não é, entretanto, Insensível. É prestativo e não recusa sua ajuda aos amigos.É chamado sempre para resolver problemas financeiros, brigas, encrencas amorosas, asquais com habilidade e bom humor consegue dar uma solução feliz. Mas a principalcaracterística dos filhos de EXU e a exarcebação da sexualidade; suas vidas são regidaspor intensa atividade sexual, e fidelidade sexual e algo impossível de obter-se dos filhosde EXU.

Estereótipo de Esù

O arquétipo de Exu é muito comum em nossa sociedade, onde proliferam pessoas comcaráter ambivalente, ao mesmo tempo boas e más, porém com inclinação para amaldade, o desatino, a obscenidade, a depravação e a corrupção. Pessoas que têm aarte de inspirar confiança e dela abusar, mas que apresentam, em contrapartida, afaculdade de inteligente compreensão dos problemas dos outros e a de dar ponderadosconselhos, com tanto mais zelo quanto maior a recompensa esperada. As cogitaçõesintelectuais enganadoras e as intrigas políticas lhes convêm particularmente e são, paraelas, garantias de sucesso na vida.

Oríkìs

Oríkì à EsùÈsù òta òrìsà. Osétùrá ni oruko bàbá mò ó. Alágogo Ìjà ni orúko ìyá npè é, Èsù Òdàrà,omokùnrin Ìdólófin, O lé sónsó sí orí esè elésè Kò je, kò jé kí eni nje gbé mì, A kìì lówó láì

mú ti Èsù kúrò, A kìì lóyò láì mú ti Èsù kúrò, Asòntún se òsì láì ní ítijú, Èsù àpáta sómo

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olómo lénu, O fi okúta dípò iyò. Lóògemo òrun, a nla kálù, Pàápa-wàrá, a túká máse sà,Èsù máse mí, omo elòmíràn ni o se.

TraduçãoExú, o inimigo dos orixás. Osétùrá é o nome pelo qual você é chamado por seu pai.

 Alágogo Ìjà é o nome pelo qual você é chamado por sua mãe. Exú Òdàrà, o homem fortede ìdólófin, Exú, que senta no pé dos outros. Que não come e não permite a quem está

comendo que engula o alimento. Quem tem dinheiro, reserva para Exú a sua parte, Quemtem felicidade, reserva para Exú a sua parte. Exú, que joga nos dois times sem

constrangimento. Exú, que faz uma pessoa falar coisas que não deseja. Exú, que usapedra em vez de sal. Exú, o indulgente filho de Deus, cuja grandeza se manifesta em

toda parte. Exú, apressado, inesperado, que quebra em fragmentos que não se poderá juntar novamente, Exú, não me manipule, manipule outra pessoa.

Padê para Esú

Ingredientes:- 01 pcte. de farinha de milho amarela- 01 vidro de azeite de dendê- 01 cebola grande- 01 bife- 03 charutos- 01 caixas de fósforo- 01 garrafa de aguardente- 07 pimentas vermelhas

Modo de preparo: Em um alguidar coloque a farinha de milho e um pouco de dendê,com as mãos faça uma farofa bem fofa sempre mentalizando seu pedido. Corte acebola em rodelas e refogue ligeiramente no dendê, faça o mesmo com o bife. Cubrao padê com as rodelas de cebola e no centro coloque o bife, enfeite com as setepimentas. Ofereça a Exú o padê não esquecendo dos charutos e da aguardente.

As Comidas do Santo

EXÚ - Farofa - Dendê e Pinga.OGUN - Feijão Preto com Cebola ( macundê ).OXOSSI - Milho e Coco.OSSAIN - Feijão Preto com Mel e Coco.OBALUAIÊ - Pipocas.

XANGÔ - Quiabo ( Ajobô ).OXUMARÊ - Batata Doce ou Amendoim Cozido com Casca e Mel.OXUN - Ovos Cozidos, Camarões, Milho e Coco.IANSÃ - Acarajés.NANÃ - Folha de Mostarda com Arroz.OBÁ - Divide com Xangô o Quiabo ( Amalá ).EWÁ - Frutas.IROCO - Verduras e Cebola.IEMANJÁ - Arroz com Mel e Manjar Branco.OXALÁ - Arroz Branco - Inhame Pilado e Cozido.

COMIDA PARA ESUMaterial Necessário:FarinhaAzeite-de-DendêMel de AbelhaMilho BrancoFigado, Coraçãoe Bofe de BoiCebolaCamarão Seco SocadoUm Oberó

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Maneira de Preparar:

Mi-Ami-Mi : É a farofa amarela ( farinha misturada com Azeite-de-Dendê ).

Padê Branco : É a farofa de Mel ( farinha de mandioca misturada com mel de Abelha ).

Acaçá Branco: O acaçá feito de milho branco de canjica, moído e enrolado na folha dabananeira depois de cozido.

Eram: Figado, coração e bofe de boi, cortados em pedaços muídos, misturados com Azeite-de-Dendê, camarão seco socado e cebolas cortadas em rodelas, num oberó. 

Esú torna-se o amigo predileto de Orunmila

Como se explica a grande amizade entre Orunmila e Exu, visto que eles são opostos emgrandes aspectos?

Orunmila, filho mais velho de Olorun, foi quem trouxe aos humanos o conhecimento do

destino pelos búzios. Exu, pelo contrario, sempre se esforçou para criar mal-entendidos erupturas, tanto aos humanos como aos Orixás. Orunmila era calmo e Exu, quente como ofogo.

Mediante o uso de conchas adivinhas, Orunmila revelava aos homens as intenções dosupremo deus Olorun e os significados do destino. Orunmila aplainava os caminhos paraos humanos, enquanto Exu os emboscava na estrada e fazia incertas todas as coisas. Ocaráter de Orunmila era o destino, o de Exu, era o acidente. Mesmo assim ficaramamigos íntimos.

Uma vez, Orunmila viajou com alguns acompanhantes. Os homens de seu séqüito não

levavam nada, mas Orunmila portava uma sacola na qual guardava o tabuleiro e os Obisque usava para ler o futuro.

Mas na comitiva de Orunmila muitos tinham inveja dele e desejavam apoderar-se de suasacola de adivinhação. Um deles mostrando-se muito gentil, ofereceu-se para carregar asacola de Orunmila. Um outro também se dispôs à mesma tarefa e eles discutiram sobrequem deveria carregar a tal sacola.

 Até que Orunmila encerrou o assunto dizendo: "Eu não estou cansado. Eu mesmocarrego a sacola".

Quando orunmila chegou em casa, refletiu sobre o incidente e quis saber quem realmente

agira como um amigo de fato. Pensou então num plano para descobrir os falsos amigos.Enviou mensagens com a notícia de que havia morrido e escondeu-se atrás da casa,onde não podia ser visto. E lá Orunmila esperou.

Depois de um tempo, um de seus acompanhantes veio expressar seu pesar. O homemlamentou o acontecido, dizendo ter sido um grande amigo de Orunmila e que muitasvezes o ajudara com dinheiro. Disse ainda que, por gratidão, Orunmila lhe teria deixadoseus instrumentos de adivinhar.

 A esposa de Orunmila pareceu compreende-lo, mas disse que a sacola haviadesaparecido. E o homem foi embora frustrado. Outro homem veio chorando, com

artimanha pediu a mesma coisa e também foi embora desapontado. E assim, todos osque vieram fizeram o mesmo pedido. Até que Exu chegou.

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Exu também lamentou profundamente a morte do suposto amigo. Mas disse que atristeza maior seria da esposa, que não teria mais pra quem cozinhar. Ela concordou eperguntou se Orunmila não lhe devia nada. Exu disse que não. A esposa de Orunmilapersistiu, perguntando se Exu não queria a parafernália de adivinhação. Exu negououtra vez. Aí Orunmila entrou na sala, dizendo: "Exu, tu és sim meu verdadeiro

amigo!". Depois disso nunca teve amigos tão íntimos, tão íntimos como Exu eOrunmila.

Esu instaura o conflito entre Iemanjá, Oiá e Oxum

Um dia, foram juntas ao mercado Oiá e Oxum, esposas de Xangô, e Iemanjá, esposa deOgum. Exu entrou no mercado conduzindo uma cabra. Exú viu que tudo estava em paz edecidiu plantar uma discórdia. Aproximou-se de Iemanjá, Oiá e Oxum e disse que tinhaum compromisso importante com Orunmila.

Ele deixaria a cidade e pediu a elas que vendessem sua cabra por vinte búzios. Propôsque ficassem com a metade do lucro obtido. Iemanjá, Oiá e Oxum concordaram e Exu

partiu. A cabra foi vendida por vinte búzios. Iemanjá, Oiá e Oxum puseram os dez búziosde Exu a parte e começaram a dividir os dez búzios que lhe cabiam. Iemanjá contou osbúzios. Haviam três búzios para cada uma delas, mas sobraria um. Não era possíveldividir os dez em três partes iguais. Da mesma forma Oiá e Oxum tentaram e nãoconseguiram dividir os búzios por igual. Aí as três começaram a discutir sobre quemficaria com a maior parte.

Iemanjá disse: "É costume que os mais velhos fiquem com a maior porção. Portanto, eupegarei um búzio a mais". Oxum rejeitou a proposta de Iemanjá, afirmando que ocostume era que os mais novos ficassem com a maior porção, que por isso lhe cabia.

Oiá intercedeu, dizendo que, em caso de contenda semelhante, a maior parte caberia àdo meio. As três não conseguiam resolver a discussão. Então elas chamaram um homemdo mercado para dividir os búzios eqüitativamente entre elas. Ele pegou os búzios ecolocou em três montes iguais. E sugeriu que o décimo búzio fosse dado a mais velha.Mas Oiá e Oxum, que eram a segunda mais velha e a mais nova, rejeitaram o conselho.Elas se recusaram a dar a Iemanjá a maior parte. Pediram a outra pessoa que dividisseeqüitativamente os búzios. Ele os contou, mas não pôde dividi-los por igual. Propôs que aparte maior fosse dado à mais nova. Iemanjá e Oiá. Ainda um outro homem foi solicitadoa fazer a divisão. Ele contou os búzios, fez três montes de três e pôs o búzio a mais delado. Ele afirmou que, neste caso, o búzio extra deveria ser dado àquela que não é nem amais velha, nem a mais nova. O búzio devia ser dado a Oiá. Mas Iemanjá e Oxum

rejeitaram seu conselho. Elas se recusaram a dar o búzio extra a Oiá.Não havia meio de resolver a divisão. Exu voltou ao mercado para ver como estava adiscussão. Ele disse: "Onde está minha parte?".

Elas deram a ele dez búzios e pediram para dividir os dez búzios delas de modoeqüitativo. Exu deu três a Iemanjá, três a Oiá e tre a Oxum. O décimo búzio ele segurou.Colocou-o num buraco no chão e cobriu com terra. Exu disse que o búzio extra era paraos antepassados, conforme o costume que se seguia no Orun.

Toda vez que alguém recebe algo de bom, deve-se lembrar dos antepassados. Dá-seuma parte das colheitas, dos banquetes e dos sacrifícios aos Orixás, aos antepassados.

 Assim também com o dinheiro. Este é o jeito como é feito no Céu. Assim também na terradeve ser. Quando qualquer coisa vem para alguém, deve-se dividi-la com osantepassados. "Lembrai que não deve haver disputa pelos búzios."

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Iemanjá, Oiá e oxum reconheceram que Exu estava certo. E concordaram em aceitar trêsbúzios cada.

Todos os que souberam do ocorrido no mercado de Oió passaram a ser maiscuidadosos com relação aos antepassados, a eles destinando sempre uma parteimportante do que ganham com os frutos do trabalho e com os presentes da fortuna.

Exu leva aos homens o oráculo de Ifá

Em épocas remotas os deuses passaram fome. Às vezes, por longos períodos, eles nãorecebiam bastante comida de seus filhos que viviam na Terra. Os deuses cada vez maisse indispunham uns com os outros e lutavam entre si guerras assombrosas. Osdescendentes dos deuses não pensavam mais neles e os deuses se perguntavam o quepoderiam fazer. Como ser novamente alimentados pelos homens? Os homens nãofaziam mais oferendas e os deuses tinham fome. Sem a proteção dos deuses, a desgraçatinha se abatido sobre a Terra e os homens viviam doentes, pobres, infelizes. Um dia Exupegou a estrada e foi em busca de solução. Exu foi até Iemanjá em busca de algo que

pudesse recuperar a boa vontade dos homens. Iemanjá lhe disse: "Nada conseguirás.Xapanã já tentou afligir os homens com doenças, mas eles não vieram lhe oferecer sacrifícios".

Iemanjá disse: "Exu matará todos os homens, mas eles não lhe darão o que comer.Xangô já lançou muitos raios e já matou muitos homens, mas eles nem se preocupamcom ele. Então é melhor que procures solução em outra direção. Os homens não temmedo de morrer. Em vez de ameaçá-los com a morte, mostra a eles alguma coisa queseja tão boa que eles sintam vontade de tê-la. E que, para tanto, desejem continuar vivos".

Exu retornou o seu caminho e foi procurar Orungã. Orungã lhe disse: "Eu sei por quevieste. Os dezesseis deuses tem fome. É preciso dar aos homens alguma coisa de queeles gostem, alguma coisa que os satisfaça. Eu conheço algo que pode fazer isso. É umagrande coisa que é feita com dezesseis caroços de dendê. Arranja os cocos da palmeirae entenda seu significado. Assim poderás conquistar os homens".

Exu foi ao local onde havia palmeiras e conseguiu ganhar dos macacos dezesseis cocos.Exu pensou e pensou, mas não atinava no que fazer com eles. Os macacos então lhedisseram: "Exu, não sabes o que fazer com os dezesseis cocos de palmeira? Vaiandando pelo mundo e em cada lugar pergunta o que significam esses cocos depalmeira. Deves ir a dezesseis lugares para saber o que significam esses cocos de

palmeira. Em cada um desses lugares recolheras dezesseis odus. Recolherás dezesseishistórias, dezesseis oráculos. Cada história tem a sua sabedorias, conselhos que podemajudar os homens. Vai juntando os odus e ao final de um ano terás aprendido o suficiente. Aprenderás dezesseis vezes dezesseis odus. Então volta para onde moram os deuses.Ensina aos homens o que terás aprendido e os homens irão cuidar de Exu de novo". Exufez o que lhe foi dito e retornou ao Orun, o Céu dos Orixás. Exu mostrou aos deuses osodus que havia aprendido e os deuses disseram: "Isso é muito bom".

Os deuses, então, ensinaram o novo saber aos seus descendentes, os homens. Oshomens então puderam saber todos os dias os desígnios dos deuses e osacontecimentos do porvir. Quando jogavam os dezesseis cocos de dendê e

interpretavam o odu que eles indicavam, sabiam da grande quantidade de mal quehavia no futuro. Eles aprenderam a fazer sacrifícios aos Orixás para afastar os malesque os ameaçavam. Eles recomeçavam a sacrificar animais e a cozinhar suas carnes

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para os deuses. Os Orixás estavam satisfeitos e felizes. Foi assim que Exu trouxe aoshomens o Ifá.

Porque Esu não deve viver na Casa de Oxalá

Eshu gostava muito de dançar e para ir a uma festa fazia qualquer coisa. Um dia

havia uma festa e ele não podia ir porque não tinha dinheiro. Fez todos os esforçospossíveis até que, como última alternativa, chegou a casa de Oxalá e prometeulimpar-lhe a casa todos os dias se ele o livrasse de um grande apuro que tinha. Oxaláaceitou e pagou-lhe adiantado, pelo que Eshu pode ir à festa nessa noite. Estevemuito contente e divertiu-se muitíssimo, estando tão cansado no outro dia que lhecustou fazer o trabalho a Oxalá como tinham combinado. A limpeza foi feita de mávontade, nesse e em todos os outros dias. Enquanto isto sucedia, Oxalá ficou doenterepentinamente, a tal ponto que teve que consultar Orunmilá. Nesta consulta saiu quena sua casa havia alguém que não era dali e que era necessário que se fosse embora.Que apenas esse alguém saísse de sua casa, ele melhoraria de saúde, e também lhefoi dito que aquele que estava em sua casa se sentia preso e que essa era a razão da

sua enfermidade. Oxalá recordou-se do rapaz que tinha na sua casa para a limpeza,mas não o despediu de imediato, e, quando houve outra festa na povoação disse-lhe:"Toma este dinheiro e vai à festa. Já não me deves nada, mas não me abandones evisita-me quando quiseres". Eshu foi-se embora muito contente e desde essemomento Oxalá começou a melhorar e curou-se da doença que tinha.

Sobre as Qualidades

Exú 1. Elegbára2. Alákétu3. Laalu4. Jelu5. Run danto6. Tiriri7. Lonan8. Jele bara9. Anan ou Inan10. Bará11. Jigidi12. Mavambo13. Embeberekete

14. Sinza Muzila15. Sandú16. Baragbo17. Akesan18. Baralajki19. Betire20. Lamu Bata21. Okanlelogun

Folhas Litúrgicas no Candomblé

Èsù Odun-dun - Folha-da-costaTeté - Bredo sem espinhos

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Orim-rim - AlfavaquinhaPepé - Malmequer bravoLabre - TiriricaKanan-kanan - Folha de bobóKan-kan - Cansanção de porco

Inã - Cansanção branco de leite Aberê - Picão-da-praia, carrapicho-de-agulha