aventuras na história - grandes guerras vol.02

81
5/17/2018 AventurasnaHistria-GrandesGuerrasVol.02-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 1/81

Upload: gleidson-ronei-santos

Post on 20-Jul-2015

293 views

Category:

Documents


10 download

TRANSCRIPT

Page 1: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 1/81

Page 2: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 2/81

Page 3: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 3/81

Fundador:V1CTQR(MTA

(1901-1990)

(onStlho(dllor~:~~("o1a~

~ S c\ .b ( O' rf , l \\ (e ·P !t sd er rt e! k M Ro be no Gu zr o. "l .7 .u 0) J, 1, )I JJ O

Prtikltfltf E~t<"IIYO:MilIJ'lllOMa\Iro

OirClor Stuet.jrio E di to ri al e de I lN oc ;6 es ! mt jt uc jo na is : S in & a .Vi(e-Pre:sidtnte (omfrdal: DHo'iII Wr.ghl

DlrttOf~COfJlOr. tlvadePublkidadf:":tYo§OItotw6B8a:"e\O

OiretOfGt. . .N.J.auo~lul

Direlor~perinttndef\If:' itr loNCJ9uil.

HISTORlADI'elordeRI'd~:Adria~oSdlr.l

01retordeArtt:Ake~Cllle~rln"'~f~

E di lo rt ~. C fl !o C JM t ~d a (ttl,"1(»),D .! bo ra 8 anthi ( ~ rl l ). l u :l ' I II ~ ( fI 1 10 l )f a fi ij

G U E R R A SCoI.bor.r .m nt!'5t, ~~ao : r.-o'\eIO (edQloO!' tmO~ fd~IOst.M(fdiy"oCJOf

1rl<' I.lsibfII.lRoc:r;q","I~~~ElIlf,.rll lO(svbtd;;Jodt:awt. ~~IO\~

WWW.aVe-nturasnahiSloria.com.br

Apoio~i loNl -6 t"1l 6tCMji lMerc: nCI!Ic 'i (j ra~~M¢s Edi lo rIai s. :Wqt .&n. ra

O'plo. de OOcu",enu~io e Abril Pfe u: Uratll de !.ovl. 1 'U 8 l1 C IDA D ~ : O ir et or de

I 'UbI lckI ic I I : : 'A<90 >JlDin!tOfdl!PubicldadtRegioMI:~~Rka~doDir"Ofde

f 'u b li d dad e RiDd e Jl " o ;P . .. .. ,R IN I0 5AC ir l En c ll t iw s d eN e gOOo s ;l t oo JD l iI O ;

Mar<t>O~~fItmonMonlt .lIodrIgofblR).;)eToiedJlSPI,EdIonI.ol tlo(RflGerentesdl!

PubIic~~'""~NGoIt>!'i!j5P1t~lHtr<It(R.I)[J"t<UlivO!idt!(ont.ft;;~

, , ~ , , \ ' : . n , iIIO HoIIlW,r. ~abo (v...s kflll M¥Cf'i.:I,""",<i, ~.".l;J Ndi ( S P ) . \ J ls l I1 t IO

"lgIardl~"""CitInH...:(IIJ:MARI(ETI1I(jECIll(U~:Geffllt.defMtktting·Rlca"1ll

C~Geftntedo!,roduto;Ga:nNYI~Estiglario: PaWM~'rojn05

l 'f l' Ki ai s: ( 'l Sn at Io iI O ll! olo M ar k. ,I "! ! N II k, t. tn o: E nc a L I! I! "! 1! 0G ef en tr d. Cifculalj6D

AI'\IIs.rI~;Rool.'do ~ ~ Ger tflt.lh Cimr"'~oA»o ... IUrM: E!N;)~H.ldorlilllil

/. . t ' tC't~toeCol1tro1t:llIMlu~<bS¥llOlt~!Ii~'~I 'rI:lu~SO$;~

(_I" t~~Cfl~ NUclEO AIRll D £ PUeU( IDADt . Di.~tof e N ! Pui)1l(Jcl.adt: PteI~Ccd::ql(IlDGtoent"deVend.n:ClaldlaProl:lOl<trn~~nGtt_dePUblil;iclade

Rio de Janeiro: P,ulo 1 1 '" '1 0 S ,m 6 t$ ASSINATURAS: DIr.lora de Opera~oes de

" t fl l lf i men t o it O (on~ lI IT 1i do r; A ( :.O f 't ll ! I! o O I r et o rd eV enda 5: f oe r n am l oCOIU

EM sA o PAULO:Rlda~io I (o<rr1~ : fW dn N~¢ ts U n . 1221. '4° all lial ;

p;"Iwlroi.C£P~2S·902.tfl.(ll)J011·2OOO,11IC1'1)30l1·5618Publicid"de:(11))CH·

5OOO.Ctnllal·~{II)30J7-6564,Classfficall05:oaOOt}1OOO.(j''"'ctSJolW<lj037·210Q

b("t6r~elleprt~enl<lnt"lhf'llbliUd"'no Brasll:8eloHOfUOntf:R_f\' lTlo\l'dH

T ou nro ho . 1 41 . S N ] 03 . S irro SNW . ( [~ X l ' 1 2 -0 00 . \ < " - " ' " R. p~90. tel. i)'1 3n2·0&1'3.1A \)I)J2aHIOOl81urr1Mau:R.I"IQ.!.oe)".Olrl. 219. Bmoei~r_"CEP890;l6-!)c.

M1JIaI:tt"oIleplfien ta¢tsUdi.It!:(.1)329·3820.fl>;(41})29-61918.a,uIi.l:SCN,QOI8..xoo

&ihjI. lT, .dr(IfIIl!~14". . ,. ,StI . I1401,Cl'7NI().!I(It~Til\Qftl"ltIs- ,161))IS-

1')~5rIS61S1.!&O;(611l15·15S8(~inis;ItCo-.;:f~.m.26·"'.dK4261li1614W·

1)(1\(1-916,(Z P'fSI (C/I , RtpI~:tS .tdt _ ~.-. (19) 3Bj·rn ( 1 iNW: R

~llll'_an.Met"dlS,,, .. CEP7eD!>~s)O_r~~Ltd.i,0IrItlb~

"".CJtc4adfAblN.116.""0II~6GI'W2.(e-r:J(I(""",CfP8CS3Cl-OOO.Mail'ri

J n . G - 1 I O O O . t. { Jl l ~ H II O flOflan6polis: R . fh,:lti 1Ii . . :or~

ClP88C62-oE.O

Mulo~l'I ilm~ulIIiodadIIl1l:1.I . ~~I~,;:;;~i:;~j~~~;~~1~~~EP l(o lHJlo . k 'I 1e rmcQhp<H

Rloi;leJan,elro:Pr.- ,ach!kt.!!ogo.~I, l·

ln~.Paulo~L~MCIelttta\l .

lolllmo:. liM!. 80 ;, S i ll ' t O l l . d I1))1tO E m p r r w n a t , ~~ub~, C! P "''''12 1 .• ,.,,_P d o l e~ePl5.1 .1t1a..lfltl«:(I1)341·4W2,4996'116SVlI0rIa, .

U ,~ru l.Im ,(lP 2 90 S5 ·9 !6 .O U'A < tf ~a e Ma tk ed ng lt dl _, Il ''e la o; ;( 21 l l 3l S' J3 19

puBuu.c;0E5DA[Dl roIlAABRIL:Ye" :"~~holo,~Ri: l,V$S~~ Ntg6I: los:

E.<ar 'I t.Vo:tYAJoottm:Alrr""*IUfr1b~(""DD1",o.s. ' I i ' I :GuIi~E~rt. IienJ6,M!!OIIdirv:

PQ.'.u, RfIlt.o, ~ 1I !' pI OO I. ~ ~ . WIltl1. (",ilho, ~ fniio: Oi'.ldli, ~11e,!$tjD~!VrlI.

~"",Mi~Ntm.Il jC*iTl irilmo.Tt'OIOIogll :AIO«1L.:as""I!IIIOr;a_(jJ".JQl .\Jt roRod . .

W~t.6undoUlr~N.lIOtWIGto,~PlP.Q.I;JIrQIb:l1 II.Rr~~iI!if.t l96ft.~~

~tT~V(I(auf'-bI;ar.A.·~;,nt~~~II~~Q!.l

o.u:oI,~(~'I I,,~','IId.I5"'PeAIID( __ :.w.~CotrI;pDI.f,}()t·~

Mm.NDW& it1lll , 1"'"'11.1.1"fund."iktVictof ~H::I4~;'

COU(J.OGRAHDESGUlMAS~l4AHm)6".oJm6I.ouWbud!2OO( , _ p J ; O o : • .~_IIiIl;l£;j, AOi~ACOt.(~GAANO[SGUlAAA'5 .... IlbaID-~

seM(o.aAs~IioIIcItIokl""":*7·1111.o-.iI~QICO.JOA.lltl.

_.~""~Gr-'cSlof'lloolD:l147·2121.

RMo¥aFadI:5t»1-21.SIall:508J.2I00~~1I8Ot)-701-2UB

!j,l,p AE SS AN A O Ms io W AC " DA . E DrT OR A "B Al l U .

Av.Ot"...1aflO A IveI . . t .. mI , 4 400 CEP: 02909 -900 F f8Q 006 · 5aoPauIo- Sf'

l ' rflido'ntfdoCOIIMfIo."dminktr~CI:"-toCio.-lw

Pr~ttExtcuti~o:\I ' IJI!MI.IJUlO

VjcrH',.~ldtntH;OCbDt.h'l.~Ig~l,.EJ1II,)(~ltlai,

JOst'Mso-lAnr~rtJ""KIloII,\ ' ' ' ' ItI~III"

Todos n6s, de certa forma, vivemos 0 Vierna , Quem nao

assistiu a Apocalip se Now, a obra-prirna de Francis Ford

Coppola, ou Platoon, 0 classico de Oliver Stone? Quem

nunca ouviu Bob Dylan canrando Masters of Wzr, a hi-

no da gera~iio "paz e amor"? Pais e . Talvez par isso a "guerra dos £5 -

rados Unidos", como os vietnarniras chamam a refrega, renha me-

xido tanto com a equipe da segunda edicao da Cole fao Grande s Guer-

ras. E rnuiro familiar, muito proxima dos nossos dias. A turrna dorexto chafurdou nas rrilhas das selvas asiaricas, E arrebanhou repor-

ragens viscerais, que rraduzem a garra dos cornbatentes do Vierna

na sanha de liberdade e a desespero dos soldados americanos, que

nem sabiam pOI' que lutavam. Da Holanda, onde vive hoje, a ati-

vista John inclair, um slmbolo da rebeldia da juventude daqueles

anos, deu urn resternunho hiper-realista do que foi tal insanidade.

Enfirn, cada pagina traz inforrnacoes contundentes da crueza e tam-

bern da revolucao que a conAito causou no comportameneo do po-

vo do mundo inreiro, A ([upe do visual rnerece uma salva de pal-

mas. a ilustrador Kako e a quadrinhisra Bruno D'Angelo deram

um show it parte. E os designers Fabio Silveira e Isabella Rodriguesmonraram uma guerrilha, conseguindo exprimir com criarividade

a guerra mais pop de todos as tern pas.

Boa leitura!

KARLA MONTEIRO

E 0 ITO R A

Page 4: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 4/81

<»~II·;(;I'II·I

~,

~

Page 5: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 5/81

06 M APAS

O S C A M IN H O S D A G U E R R A

De 1960 a 1968, a escalada do conllito.

E,de 1969 a 1975, a retirada dos americanos

10 CONTEXTO

I N D E P E N D E N C IA O U M O R T E

Para conquistar a liberdade, 0Vietna encarouj apones e s, f ra nce s es e ame ri ca nos

1 2 C URTAS

M U IT A S R E S P O S T A S

o q ue sign ifica vietcon gu e? C om o fu ncion ava

o agente laranja? Emuito mais

1 6 F E

E M N O M E D E B U D A

M an ge s a te ara m fo go a o proprio c o rp o em

protesto contra a persequkao aos budistas

1 8 M ASSACRE

H O R R O R E M M Y L A I

Emlim ataque de furia, soldados americanos

mataram 504 aldeces vietnamitas

20 RECIC lAGEM

C I C A T R I Z E S

32 DROGAS

P S I C O D E L I A N A S E L V A

Heroina, cpio, lSD, maconha ... Os soldados

americanos bus ca ram na s d rogas a san idad e

38 AMER ICA

A P O C A L I P S E N O W

Jovens rebeldes, artistas engajados e 0 povo

contra 0 governo: caos no s E sta do s U n id o s

44 RETIRADA

B Y E , B Y E S A IG O N

Em 1975, os americanos lugiram da briga.

Chegava ao lim a guerra do Vietna

50 DEPOIMENTOSC O M A P A L A V R A , O S V I E T N A M IT A S

T re ch o s d e e n tr ev is ta s c om ex-combatentes

contam historias que Hollywood nao lilmou

54 QU AD RINH OS

M A N D iB U L A D O D R A G A O

A historia d o p ilo to am erica na q ue c aiu n a

s elv a e v iro u re fe m d os querrilheiros

60 C OREIA

G U E R R A I N A C A B A D A

Nos an as 50, as duas Coreias se enfrentaram,

marcando 0 inicio d a G ue rra F ria

66 ARMAS

C O N F L IT O D E S I G U A L

Page 6: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 6/81

Por Fabiano On~a

Mapas Paulo Nilson

1960a 1968AESCALADA

DAGUERRAom a rend i saod a F ran ~a em 1 954 ,a Vietna v i s lumbrou

a lib erdade . N o aco rdo

d e paz , a ssin ado emG en eb ra . n o e nt an to ,

a s d erro ta do s fra nc ese s, c om 0apaiod es E sta do s Un id os ;,; fo r~ ram a d iv is ao do pat~o mun do vivia a G ue rra F r ia.

Vie tn a do No r te fic ou c om ascomunistas. E 0 Vie tna d o S ui, so bo ( am a nda c ap it al is ta . U r na e l ei ~ofo i p re vista p ara 1 95 6. S 6 q uea c on su lt a p o pu la r n a conteceu.Os am er ic a no s a pa dr in h ar am 0 n ovo

dir igen te su lis ta, Ngo D in h D iem, que

deu in ida a urn reg ime de repressao ,

Em re sp osta , a oposi~aoorganizoua gue rr ilha. Em 1 960 , su rg ia a Fre nte

p ara a lib erta ~o N atio na l,o V ie tco ngue . Em 1 961 , Jo hn K en ne dy

e nv io u o bs er va do re s m ili ta re s p ar aa regiao. Em 1 963 , a C IA patro cin ou

u rn g ol pe c on tr a 0 i mp op ula r D i eme coloc ou no lug ar um a jun ta m ilitar.o e nv olv im en to d os E sta do s U nid osc re sd a p au la tin am en te , E m 1 96 4.o pals tinha 2 1 m il hom ens no pais.Q uatro an os d ep ois, 5 50 m il. E m 1 96 8,quando 0gen~estm oreland pediu~i.s 200 m il hom~s invasoresse ~m conta: os vietrutm itasqueria e lutariam come dentes - . dependencia.

LYNDONJOHNSON

Empossado apds

~e~~ass;nato de

Joh edy, em 1963

que ' :: ;~ aCredjtall~

nao devj~fadoS Unidosfracas m parecermund aOS o/hos do

o.Ordeno~oenv;o de maisu

. pas ao VietnaImpulSionando I

escalada d aEm 1968 a guerra.

i'!,lpopu/~r e~::ao

~ : ; ! O i . reeleito,~(Sne p8g. 2 6)

IIIIVA5AOD£

D" III"IIIG

o ve rn o do sQuando a 9 , do s p e re .ebeu

~stados ~e~~i.\hamea~a"aque a 9 centro docontr~\ar °ua taO esperada

Vietna,.~~ese",barquemordem ,. ," Em 8OS r na rm e sd e 1 9 65 ,de m al~o .os iUl.I\e\ro s n av a's

d esc eram a ' \~o ai

de D a N~n9~os entraramo s a m en ca ina.de tato no con \

S ec re ta rio d e D e fe sado go verno K enn ed y.M cN am ara foi a m aoq ue ex ecu to u a p olttic a

a ntic om un ista d op re si den te . I nv e st iuem for ~a s e sp eci at iz ad a sem con tr a -espionagem

e to rtu ra .Tambemaumentou 0 tamanhod o ex.rd to : d e 2 .4 83 .000,em 1 96 1, p ara 3 .5 50 .0 00h om ens, em 1 96 5,quando deixou a posto.

Page 7: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 7/81

Inconformados c~~a persequicao reliqiosa

im po sta p elo go ve rn o

do V ietna do Su i, m onges

b u di sta s in ic ia ram

p ro te sto s q ue c ho (a ra '!1

o m undo . Em 29 de r;'a lo

de 1 9 66, a mo n ja Th ic h

Than h Quan g ateo u fo go

a o p ro p ri o corpo. ~eu

a te c au so u cornocaoe tel 0 estopim

da revo lta em Hue,

ue culm inou com

~ que im a do consu lado

am ericana por . . )

e st ud a nte s e ,r eh gl os o s.

m siz n a pa g. 76 )

Page 8: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 8/81

1969a 1975S A I D A A

FRANCESAm 3 d e n ove mb ro

de 1969, 0 recem-eleitop re si de nt e R ic ha rdNixon iniciou 0 prejeto

de "vietnamiza~ao"da guerra . O u seja,

a transfer@ :nC l e pcskces ocupadas

pa r ropas a me ric an as p ara 0 exerdtcaliado d o V ietn a do S uI. N a pratica,as Estados U nidos buscavam um a

safda hon rosa do ato le irC \em q ue

se haviam m etido. D os 550 m il

c om ba te nte s e l) 1 \968, apenas 3 34 m ilperm aneceram na Asia em 1970.

No ano s eg uin te , a e fe tiv o re du ziu -s e

para 15 6 m il s old ad os . E nq ua nto isso,

H en ry K iss inger n ego ciava as term os

de paz em Paris . Mesmo batendo em

ret irada , as forces amer ic anas a inda

rea li zaram algumas operacoes ,Em 1 97 0, in va dira m 0 Camboja .

E , n o a no s eg uin te , 0 laos. M as

a go ra tu da 0 q ue N ix on q ue r iae ra e nc er ra r 0 c on fJ ito . E m 1 97 2.

a s d ais la do s c on clu ir am u rn a co rd ode Com a saida dos E stados

da guerra, as trop as do S ui

Em 30 d abril

E l eit o p el os amer ka no s

p a ra en ce rra r 0 conflito,

N ix on p rom oveu um a

r et ir ad a g ra du al d ast ro pa s, embo ra d es se

s up or te a in cu rs oe sc 1and es ti na s d e tropesno L aos e no C am boja,

e p ermit is se a execu~aode mac ic ;a s c ampanha sd e bombarde io aereo(ujo un icc resu't~dofoi a m orte d e m llh ares

d e campones es .( le ; a r n a ;s n a p ! J g . 44 )

T~CED'" De

T~NC8"NCEm8d .ur n av;:j~~hO de 1972,

d o V ietn a d o ~ o;,a Aerea

n ap alm s ob re uUm:espejou

s~posta pas;~aoVletcongue. A s vi reram na ve dimascomo' a r a de , c iv is

Kim Ph /e quena PhanTh i

ape~as 9 " a ~ ~ :mhao eplSodio ch a e pO ca .a m und o e e s o co ua bruta'id cancarau( Ie ia m a ; s n ; d ~do conf l jto .

{Jag. 14)

Page 9: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 9/81

P a ra d is su ad ir a s nO rt e-

v ie tn am ita s a voltarem para

a mesa de negoc'ia~oes,Nixonor de nou u m b om bar deio semp re ced en tes as cid ad es d e

Hano i e H a ip h on g. A opera~aof oi d en or ni na da Bomba rd ei oNatalino . Come~oun o d ia18 de dezembro de 1972.

Em onze dias, 40 m il tonela

d e b om ba s fo ram lan~adas.(/eia meis na pag. 14 )

o grande estadista

H o C hi M i nh n aa v iveu

para ve r 0Vietna unificado.Morreu no dia 3

de setembro de 1969.

Ma s fa i el e a m e nto r darevo'u~ao comunistano V ie tn a, q ue come~ouComa e xp u /s ao des

japoneses durante

a " Guerra Mundi.,.(/e/a mei: na P,;g. 10)

Page 10: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 10/81

Indcpendencia ou

ore

APANHADO NO REDEMOINHO DA IIGUERRA E

RACHADO AO MEIO PELA GUERRA FRIA, 0 VIETNA

ENCAROU TRES CONFLITOS NA SANHA DE LIBERDADE

Por Cristiane Rogerio

briga por um Vietna unido e livre cornecou

muitos anos antes de o s am ericanos a terris-

sarem seus helicopreros naquele pedaco de

chao. Mais precisamenre no ana de 1941,epoca em que 0mundo chafurdava nas rna-

zelas da II Guerra. Primeiro, os viemamitas, liderados pelo

comunisra Ho Chi Minh, urn sujeito de aparencia frigil e

ideais inabalaveis, varreram do seu territorio os japoneses, que

haviam ocupado a regiao. Em seguida, travaram uma bata-

lha de oito anos contra a Franca, na chamada Guerra da In-

dochina. De ambos as conflitos, sairam vitoriosos. Mas 0

triunfo sobre as duas gran des potencias nao garantiu a rao al-

mejada independencia. Nas negociacoes de paz com os fran-

ceses, em Genebra, 0Vietna acabou dividido ao meio. Os co-

munisras ficaram co m 0 norte . E urn governo de orientacao

capiralisra abocanhou 0 sul. A Guerra Fria havia rachado 0

Vietna e plantado 0 ernbriao da pendenga com os Estados

Unidos, que se esrenderia de 1965 are 1975.

Durante a ocupacao japonesa, 0Viema fazia parte da In-

dochina, dominio frances desde 0 seculo 19. Com a invasao

niponica, Ho Chi Minh, um vererano rnilitanre das fileiras

com unista s m undo afora, voltou para casa e deu irucio ao

m ovim ento guerrilh eiro gue entrou para a historia co m 0 no-

me de Vietrninh. Ele e seus homens encararam 0 poderio ini-

m ig o c om recnicas caseiras, que inclu iam nineis subrerraneos,

armadilhas e ataques-surpresa. Nascia nesse momento, diga-

se, 0 embriao da mais bem-sucedida guerrilha do mundo.

Quando, em agosto de 1945,0 japao se rendeu, 0Vietminh

10 GRANDES GUERRAS OUTUBRO 2004

proclamou a independencia da Indochina com 0 nome de

Republica Dernocratica do Vietna. 56 que a Franca nao es-

tava disposta a perder a valiosa colonia. Em 1946, 0 general

Charles de Gaulle ordenou que suas tropas sufocassem os re-beldes e restaurassem 0 dominic franco. Mais uma vez, Ho

Chi Minh usou em sell favor a paciencia e a deterrninacao

para sustentar uma longa guerrilha.

A guerra da Indochina durou oito sangrentos anos. Os

homens de Ho Chi Minh combateram nos arrozais e mon-

tanhas do Vietna, desgastando 0 inimigo europeu lenta-

mente. 0 lfder comunista extraiu da lura contra os gaule-

ses uma li<;ao polfri ca. Percebeu que a longevidade do con-

flito jogava a seu favor. A sociedade francesa passou a ques-

tionar De Gaulle sobre 0 custo humano e material da guer-

ra que ate 1952 ja havia produzido 90 mil baixas. 0mes-

rn a aconteceria, alias , n a gu erra contra as E stados U nidos.

A vit6ria final sobre a Franca veio em 1954, com urn gol-

pe de mestre do general Vo Nguyen Ciap, brace direito de

Ho Chi Minh. Enquanto os franceses se preocupavam em

estabelecer urn cornplexo defensivo em Dien Bien Phu pa-

ra bloquear a rota de fuga para 0 Laos, Giap mandou ca-

var trinch eiras em volta da fortaleza in im iga e montou um a

operacao para transportar os canhoes enviados pelos chi-

neses ate 0 local. Os arrnamentos eram desmontados e le-

vados de bicicleta por trilhas no meio da densa mata. As-

sim, em marco, 11 mil soldados gauleses foram surpreen-

didos por 50 mil cornbatentes comunistas - e pot uma ar-

tilharia que nem sonhavam existir,

Page 11: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 11/81

Mesmo com 0 rriunfo, a almejada

liberdadc nao estava conquistada. Os

Esrados Unidos impediram a unifica-

~aodo pals e mantiveram urn regime-

sarelire na parte su i do Vietna. 0 pais

foi dividido em duas porcoes pelo pa-

ralelo 17. 0 norte era dominado pelos

cornunisras de Ho Chi Minh e 0 sui.

pelos nacionalisras liderados por Ngo

Dinh Diem. sob a influencia america-

na. Dessa vez, os interesses dos Esrados

Unidos nao eram econornicos, mas

ideol6gicos. Com a revolucao vitorio-

sa no norte, os americanos v i r am a ne-

cessidade de deter 0 avanco da onda

vermelha. Em 1954, 0 presidente

Dwight Eisenhower justificou a posi-

~o do seu pars na regiao: ..Se voces co-

locarern uma serie de pe~as de domino

em fila e empurrarem a primeira, logoacabara caindo ate a ultima. Nao per-

D ep ois d e v en eer

ja po ne se s e fra nc es es ,

a V ie tn a e nfre nto u

as Es ta do s U nid os

para conqui st a ra independencia

m irirem os qu e o s co mu nisras conquis-

rem 0 Vierna. Corre-se 0 risco de se

provocar uma reacao em cadeia e ro-

dos os Esrados da Asia Oriental tornar-

se-ao cornunisras, urn apos 0 outro."

o velho Minh. enrao com 66 anos,

acredirou que 0Vietna seria unido pelas

eleicoes de 1956, como previa 0 acor-

do de Cenebra. A visao do general viet-

namira era partilhada pelo pr6prio Ei-

senhower, que escreveria em suas me-

m6rias: "Eu nunca conversei com ne-

nhum correspondence ou pessoa com

conhecirnenros sobre esta questao que

nao concordasse que. se houvesse elei-

~6es. 80% da populacao voraria no co-

munista Ho Chi Minh." S6 que as elei-

c r o e s nunca aconrecerarn. Com 0 apoio

do s Esrados Unidos, Ngo Dinh Diem

prodamou a independencia do Viernado SuI. Uma revolta popular explodiu.

reduto do pais virou alvo

de araques terroristas, S6 naquele ano,

cerca de 1.200 oficiais do governo fo -

ram morros em emboscadas. Ho Chi

Minh era contra a terror. Mas, dianre

do recrudescirnento do confliro, orga-

nizou a Prenre Nacional para a Liber-

ta~ao do Vietna do SuI, sua Ultima rnis-

sao como estadista, Cornecava af a guer-

ra que rnudaria a repuracao politico e

moral dos Esrados Unidos para sern-

pre. E, enfim, unificaria 0Vierna, •

SAIBAMAIS

l IVROS

A Guerra do Vietna, d e N els on B ad e o n e ,Cole~ao Polemka, Ed it or a M o d er n a. 1 9 88

SITES

http://www.militarypower.com.br/

frame4-warViet4S,htm

http:/ /educaterra,terra,com,brlvoltairelmundol

guerra_vietnaS.htm

OlJT UB RO2004 G RA ND ES GU ER RA S 11

Page 12: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 12/81

THE

o que significavietcongue?

A palavra vietcongue e a forma abreviada

para Viet Nam Cong San, que no idioma

l ocal s ign if ica "cornunista vietnamita", 0

terrno foi cunhado no Vietna do SuI ainda

nos anos 50, para descrever os inimigos

do regime de Ngo Dim Diem. Os

pr6prios viercongues, porem, nunca

aceitaram a alcunha. Eles se auto-

denominavam Frente Nacional para a

Liberracao do Vietna do SuI, organizacao

cujo brace armado era a Forca Armada

Popular de Libertacao, Vietcongue passou

a ser considerado urn rermo pejorative e

ideologicamente forjado, j:i que a Frente

Nacional de Liberracao rambem dizia

englobar guerrilheiros nao comunisras.

1 2 GRANOES GU ERRAS QU TU BRQ 20 0 4

Page 13: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 13/81

'D 06 ~THE VIET POST

Como funcionavao agente laranja?So para esclarecer: 0 agente laranja era incolor.

Ganhou esse nome porque os barris em que ficavam

arrnazenados rinham urna tarja de identificacac corde laranja. Outros "agentes" menos famosos cram 0

37.UJ, 0 branco, 0 rosa e 0 rcxo. 0 agente laranja eurna mistura de dois herbicidas agdcolas usados

desde os anos 40: os addos diclorofenoxiacetico e

triclorofenoxiacetico. Foi despejado em larga escala

nas plantacoes e floresras do Vietna do Sui para

o que foi0

Khmer Vermelho?

Com certeza voce ja ouviu falar no lider desse grupo:

Pol Pot. Ele ganhou for~a e poder no Camboja

gra~s ao sentimento antiamericano causado por

ataques ao pais durante a Ouerra do Vietn •. Para

capturar comunistas que se refugiavam no territ6rio

vizinho, os Estados Unidos passatam a bombardear

constantemente 0 Camboja a partir dos anos 60. 0

Khmer Vermelho, fac~ao do Partido Comunista do

Camboja que durante os anos 50 era filial do

Partido Comunista do Vierna, despontou como a

voz do nacionalismo emergente. E, em 17 de abril

de 1975, 0 grupo abocanhou a capital Phnom Penh,

derrubando 0 regime do general pro-americano Lon

No!. Com urna forre ideologia maofsta, 0 Khmer

Vermelho e acusado de assassinar pelo menos urn

milhao de pessoas. Seu dom!nio durou apenas

quarto anos, sendo derrubado pelo proprio exerciro

comunista do Vierna unificado. Mas 0Khmer

Vermelho causou terror at e a sua rendi~ao final, em

1999, urn ano apes a morre de Pol Pot.

ClREPRODUI ;A.O

cortar as suprimentos alimentares dos vietcongues e

facilitar os ataques americanos. Quando cafa sobre a

mara, nao deixava U1ll3 unica folha nas mores,

facilitando a localiza?o das tropas inimigas. Como

era despejado a revelia, tanto americanos quanto

vietnamiras foram e..xpostos a seus efeitos, entao

desconhecidos, que incluem cancer e deformidades

em redm-nascidos. 0 agente laranja acabou banido

do uso militar em 1971.

Por que

"Hamburger

Hill"?

Humor negro, sem duvida .

q nome remere amontanha de corpos

amontoados na colina 937,

na fr on te ir a com 0 Laos ,

ap6s wna das mais

sangren tas baralhas da

guerra. Tombaram ali 630

viemamitas do norte e 70

americanos. Em 10 de maio

de 1969 , os Estados Unidos

decidirarn destruir as bases

comunistas no vale A Shaw.

No total, 1.800 hornens

foram recrutados pata

enfrentar 0 2 9° regimento

vietcongue, 0 "orgulho de

Ho Chi Minh". Foram dez

dias de embare.

Page 14: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 14/81

'f03 ~THE VIET POST

Richard Nixon foi eleiro prometendo "acabar com a

guerra" - e acabou mesmo. 0 presidente propos uma

"viernamizacao" do conflito. Sua ideia era de que a

batalha fosse passada para os vietnamiras do sul,

evitando 0constrangimento de uma contend a que

nao tinha objetivos daros e acontecia em um campo

no qual os americanos estavam em larga desvantagem.

Essa doutrina foi levada a cabo entre 1969 e 1973,

culminando C0111 a pal. assinada em Paris. Apesar

disso, rnais soldados morreram e mais ataques aereos

foram efetuados durante 0governo Nixon (1969-

1973) do que no de seu predecessor, Lyndon Johnson.

No final, os vietnamitas do norte ganharam e

levaram: .invadiram 0 apadrinbado Vietna do Sui e

reunificaram 0pais ern 30 de abril de 1975,

expulsando vergonhosamente os americanos de sua

propria ernbaixada.

o que eraa Doutrina

Nixon?

o que e napalm?

E urna especie de gasolina gelatinosa, inventada pelaDow Chemicals em 1942. 0 nome vern dos dois

componentes adicionados para causar 0 resultado

desejado: napteno e palmiuuo. 0 napalm,

diferentemente da gasolina comum, adere ao alvo e

queima devaga r. 0 efeito incendiario e supereficiente.

Ao longo dos anos, a cornposicao quimica do napalm

mudou, mas 0 nome permaneceu. Estima-se que 0

exercito arnericano tenha usado 338.237 toneladas

desse produto durante a Guerra do Vietna,

principalmente em bombas incendiaries lancadas por

avioes. Mas tambern em lanca-chamas carregados portanques, que ganharam 0 ironico nome de Pelotao

Zippo, rnarca de isqueiros famosa nos Esrados Unidos.

1 4 G A A N D E S G U E R R A S O UTU BR O 2 00 4

Qual a importancia

do b o d y c o u n t ?Para sus.tentar 0argumento de que inumeras vitorias

estavarn sendo obtidas nos campos de batalha

vietnamitas, os americanos usaram a estratcgia do

body count - ou contagem dos corpos inimigos. So

que 0 body count nao diferenciava guerrilheiros dos

camponeses que tarnbern tombavam vitirnas da

guerra, tornando 0 numero de baixas mais elevado

que 0Indice real. Alem disso, algumas unidades

passaram a operar por cotas, e a falsificacao dos

numeros c re sce u a in da mais, Isso sem mencionar adisputa entre a aviacao e as forcas de terra,

reclamando os mesmos cadaveres.

Page 15: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 15/81

o que foi 0incidente em Kent State?

)!. 12 - TH}O Vrsr Posr

EIl12 de maio de 1975. estudanres da Universidade

de Kent State, em Ohio, incendiaram urn posro de

alistamento do exercito em protesto contra os

bombardeios no Camboja. Dois dias depois, em mais

urn protesto dos universitdrios, a Guarda Nacional

- especie de poltcia milirar americana - foi chamada

para intervir, Os guardas lancaram granadas de g a s ereceberam ped.ras em resposta. E abriram fogo.

matando quatro esrudantes e ferindo nove.

lronicarnente, apenas urn des mortos participava do

protesto. Os manifestanres ficaram ainda mais

furiosos. 56 forarn contidcs com a inrervencao do

professor Glenn Flank. que pediu aos alunos que

evitassem uma carnificina. Hoje hi um monumenro

a s vitimas no patio da universidade.

Quando foi declarada

a Guerra do Vietna?Nunca. Contrariando a Convencao de Genebra, a

Guerra do Vierna jarnais foi formalizada. Nem os

Estados Unidos declararam guerra ao Vietna do

Norte, nem 0Vietna do Norte dedarou guerra aos

Estados Unidos. Muitos esrudiosos chamam a Guerra

do Vietna de conjjito, ja que nao bouve a formalizacao

exigida pela lei internacional. Na verdade, 0 embare

fai uma serie de "auxilios taticos" foruecidos ao Vietna

do Sui. Eo tipo de eonflito classico da Guerra Pri a,

em que a declaracao oficial de guerra poderia levar a

urna rea~o em cadeia e, conseqiientemente, a temida

Tereeira Guerra Mundial. Mesmo sendo urua

guerra. digamos, informal. a paz entre os Esrados

Unidos e 0Vietna do Norte foi assinada em Paris,

em 27 de janeiro de 1973.

SITES

http://www.pbs.org/wgbh/amexlvietnam/

http://www.cnn.com/2000/US/OS/04/kent.state.revisltl

http://www.lewispublishing.com/orange.htm

Page 17: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 17/81

No dia 11 de junho de

1963,0 monge Thich

Quang Due sentou-se

no chao, em posicao de

lotus, bern no meio de

urn movimentado cruzamento em Sai-

gon. Calmamente, banhou sua tunica

com gasolina, acendeu urn fosforo e

ateou fogo ao proprio corpo pecante 0

olhar at6nito da rnultidao. Era urn pro-

teste contra as arbitrariedades do CO[-

rupro governo de Ngo Dinh Diem, que

reprimia violentamente 0 Budismo no

Vietna do Sul. "Enquanto queimava,

ele nao moveu urn musculo, nao pro-

nunciou urn som. Sua compo5tura coo-

trastava niridamente com as pessoas ge-

mendo ao seu redor", relatou David

Halberstam, reporter do jornal ameri-

cano The N ew Y ork T im e s, que testemu-

nhou 0 ate de fe do monge vietnamita.

Due morreu em questao de rni-

nutos, cercado por 300 disdpulos e

outras centenas de vietnamitas que

nao conseguiam desgrudar os olhos

das charnas. Nunca se havia vista na-

da igual. Todos os que presenciaram

a cena se incIinaram em sinal de re-

verencia, inclusive a polfcia. Nao se

po de esquecer que 0 Vietna era - e

ainda e - urn pals de maio ria budis-

ta o Em carta, 0 religioso explicou as

autoridades suas motivacoes para a

auto-irnolacao. "Antes que eu passe

pelo portae de Buda, rezo para que

Diem trate 0povo com cornpaixao ,

mantendo 0 tesouro da nacao, 0 Bu-

dismo, para sernpre", escreveu. 0to

do monge nao foi - pelo menos to-

talmente - em vao.

Depois da morte do religioso, 0 ca-

rolico Ngo Dinh Diem foi obrigado a

rever sua politica de perseguicao aos bu-

distas, As fotos do monge queimando

rodaram 0mundo, chamando a atencao

da opiniao publica internadonal para a

tragedia que acontecia no pais. Pressio-

nado, Diem libertou centenas de man-

ges presos em Hue, urn importante cen-

tro budista no Vietna do Sui. 0gover-

nante tambem se comprorneteu a reava-liar a lei que impedia os seguidores de

Buda de se reunirem livrernente. A pres-

A AUTO-

IMOLA< ; : : AO

ERA UM A

FORMA DEPROTESTO

CONTRA 0

GOVERNO

sao externa, no entanro, nao foi suficien-

teo A polftica de intolerancia religiosa

continuou por baixo dos panos.

No dia 21 de agosto, 0irrnao de

Diem, Ngo Dinh Nhu, liderou urn ata-

que a templos budistas de todo

opals, alegando que tais locais abriga-

vam vietcongues. Mais de 1.400 rnon-

ges foram presos sob suspeita de cola-

borar com a guerrilha. 0desprew pe-

1 0 Budismo era tamanho que a esposa

de Nhu chegou a dedarar a urn rcpor-

ter americana: "Tudo que as budisras

fizeram foi 0 churrasco de urn monge,

e nem mesmo a propria custa, ja que a

gasolina que utilizaram era importada."

Com a repressao crescente, Due

se tornou urn martir, E urn exemplo

a set seguido. Os budistas precisavam

chamar a atencao do mundo para a

sua causa. Muitos manges optaratll,

entao, pelo sacrificio em pra~a publi-

ca nos meses seguintes. Os estudan-

tes de Saigon apoiaram com veernen-

cia os religiosos. Protestos contra 0

governo explodirarn em toda a parte,

com religiosos em chamas e jovens en-

louquecidos. Foi a gota d'agua para a

ditadura de Diem. Afinal, 0 caos po-

Iirico colocava em jogo todo 0 esfor-

~o americano - que vinha ajudando

o governo de Saigon desde a decada

de 50 - para conter 0 avan~o cornu-

nisra no pals do Sudeste Asiatico. Os

Estados Unidos estavam gas tan doUS$ 1,5 milhao por dia no conflito e

16 mil assessores militares america-

nos estavam em solo vietnamita. Era

preciso deter a sanha religiosa do ca-

tolico Diem.

As tensoes em Saigon culmina-

ram com urn golpe de Estado, que

contou com0

apoio americano. A l-guns dos pr6prios generais do gover-

no de Diem procuraram a embaixada

americana em Saigon com planes pa-

ra depor 0 ditador. Com a aprovacao

tacita dos Estados Unidos, ern lode

novembro de 1963, Diem e seu irrnao,

Nhu, foram capturados e depois as-

sassinados. No ana seguinre, comes;a-

ria uma das guerras mais sangrentas

do seculo 20.

Em 1963, a adolescente paulista

Claudia Souza, entao com 15 anos,

viu no jornal fotos dos monges em

cham as pelas ruas de Saigon. Ficou

tao impressionada que decidiu des-

vendar os segredos da forca daqueles

sujeitos. Vinte anos depois, ela se tor-

nou a monja Coen, uma das mais co-

nhecidas budistas brasileiras. Antes

de adotar 0 codinome religioso - que

significa "urn so cfrculo" -, caspar a

cabeca e vestir a tunica da fe , Claudia

cobriu a guerra do Vietna, como jor-

nalista do Jornal da Tarde, de Sao Pau-

lo. Era 0 ano de 1968.

No inicio dos anos 70, ela fez as

malas e embarcou para a California,

onde pipocavam comunidades budis-

tas. Em 1976, a jornalista se estabe-

leceu nos Estados Unidos. L a Coen

conheceu 0monge Thich Tri Quang,

Hder dos budistas rebel des do Vietna,

Ele havia sido expulso do pals pelo

governo de Diem. "Quang era uma

pessoa muito correta, a propria per-

sonificacao da cultura da paz e da nao

violencia", diz a monja. "Mais uma

vez, 0 meu destino se cruzou com os

dos monges vietnarnitas." •

[

LlVROSo Elefante e 0 tigre, Hist6ria da Guerre

do vtetns, d e G i lb e rt e Ag o st in o ,

Imprinta, 2004

OUTUBRO 2004 GRANDf.5 GUERRAS 17

Page 18: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 18/81

ra 0 dia 16 abril do agitado ano de 1968.

Logo nas primeiras horas daquela manha ,

os 120 soldados da Companhia Charlie re-

ceberam uma missao: "Iimpar" a aldeia de

My Lai. Suspeitava-se que ali, no humilde

v ila re jo , e sti ve ss em e sc on di do s a lg un s "gooks"- au lodos, como as arnericanos chamavam

os soldados inimigos. Pouco depois das 8 horas, dois pelot6es

invadiram 0povoado, enquanto urn terceiro ficou na retaguar-

da. Em quatro horas, estava consumada a maior matanca de

civis ciahistoria da Guerra doVietna. Os combatentes dos Es-

tados Unidos vasculharam as choupanas, onde se encontra-

yam apenas mulheres, criancas e idosos. Centenas de tiros fo-

ram disparados sem alva certo. As mulheres eram estupradas

e mortas. Os homens, torrurados e mutilados antes de serem

assassinados a sangue-frio. A soldadesca ainda usou baionetas

para inscrever "Companhia C" no peito das vftimas. No fimdo esperriculo sangrento, 0saldo: 504 alde6es abatidos de urna

so vez sob a lideranca do tenente William Calley.

18 GRANDES GUERRAS OUTUBRQ2004(lISABElLA RODRIGUES

omassacre de My Lay foi abafado pelos oficiais da com-

panhia por quase urn ano. 0 genoddio s6 veio a publico em

1969, provocando reacoes de repudio mundo afora. Durante

as horas de atrocidades, nao houve sequer urn tiro que nao ti-

vesse saido das armas dos soldados americanos. Ou seja, a sus-

peita de que My Lai era esconderijo de combatentes do Viet-na do Norte era falsa. "Pressoes psicologicas, medo, raiva e fra-

ca lideranca sao elementos-chave para explicar tal comporta-

mento brutal", afirma 0professor da Universidade Estadual

da California, David L. Anderson, autor de Facing My Lai

("Encarando M y Lai", inedito no Brasil) e ex-combarenre da

Guerra do Vietna. "Quando 0 massacre foi divulgado, rnos-

trou 0 que 0 conflito estava causando a americanos e vietna-

mitas. Revelou tarnbern os rumos que a guerra tinha tornado

em termos de objetivos e custos, e como era urgente urn des-

fecho." Segundo 0 professor, 0 pelotao responsavel pelo mas-

sacre estava ha apenas tres meses no Vietna.Jovens e sem experiencia de guerra, muitos soldados da

Companhia Charlie entraram em panico durante a carnifici-

Page 19: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 19/81

na. 0 unico americana ferido foi urn

soldado que deu urn tiro no pe pata nao

ser obrigado a participar do show de hor-

ror que se descartinava a sua frente. Urn

piloro de urn helicoptero que dava co-

bertura it operacao, Hugh Thompson,

pousou na frente de urn dos pelotoes pe-

dindo para que parassem de atirar. Mes-

rna tendo causado asco em muitos dos

combatentes da pr6pria companhia, a

verdade sabre a massacre demorou a apa-

recer. Ao reportar-se a seus superiores,

o capitao Ernest Medina disse que ha-

viam morrido apenas 20 civis na acao,

De acordo com Anderson, as oficiais

tambem dcram ordem de silcncio it tro-

pa. Mas, urn ano depois, 0 recem-che-

gado Ronald Ridenhour ouviu 0 relato

contado pelos colegas da Companhia

Charlie. E, chocado, escreveu a s autori-

dades revelando os bastidores de My Lai.

A imprensa publicou a hist6ria. Chega-

va ao fim a terrlvel farsa.

De rodos os oficiais que foram it cor-

te marcial, apenas Calley saiu condena-

do. Ele teria de curnprir prisao perpe-

tua. M as nao chegou sequer a ficar em

uma cela. Durante tres anos permane-

ceu em prisao domiciliar em wn forte

do exercito, no Estado da Georgia. Em

1974, sua pena acabou comutada para

dez anos. E, no mesmo ano, foi perdoa-

do pelo presidente Richard Nixon e li -

bertado. "Eta impossivel pata urn tribu-

nal determinar se houve ordens superio-

res pata matar os aldeoes, Mas e verda:de que as comandantes responsaveis pe-

1 0 planejamento e a lideranca da opera-

s;ao deveriam ter evitado 0 massacre",

diz Anderson. 0 piloto Hugh Thomp-

son, par outro lado, foi considerado urn

traidor durante anos, recehendo are amea-

~ de morte. 0reconhecimento pelo

ato de heroismo chegou com mais de tres

decadas de atraso. Em mar~o deste ano,

sell nome entrou para 0 Hall da Fama

da Aeronautica norte-americana. I

SAIBAMAIS

L1VROS

Four Hours in My Lai, de Michael Bilton

e Kevin Sim, Penguin Books, 1993

My Lai: A Brief History With

Documents, de James Stuart Olson e

Randy Roberts, Bedford, 1998Facing My Lai, de David L. Andrerson,

University Press of Kansas, 2000

OU TU B RO2 00 4 G RAN D ES G U ER RAS 19

Page 20: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 20/81

Page 21: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 21/81

Page 22: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 22/81

preaosaAo FINAL DO CONFLlTO, MAIS DE 3 MIL 6RFAOS VIETNAMITAS

FORAM RESGATADOS EM VOOS IMPROVISADOS PARA 0 OCIDENTE.

Nos ESTADOS UNIDOS, os BEBES GANHARAM UM NOVO LAR

Por Natalia Yudenitsch

Oaviao cargueiro esta abarrorado de caixas de papelao, uma

ap6s a ourra, 0 conteudo s6 e denunciado pelo choro in-

cessanre que sai de dentro delas: sao bebes. Os pequenos es-

tao disposros como sardinhas em lata, dividindo a aperra-

do espaco dos caixotes com mais urn au dais companhei-

ros de viagem. Outras dezenas de criancas estao presas par cintos de segu-

ran~a nos duros bancos de aluminio localizados nas larerais da aeronave. Tra-

ra-se de rnais urn tfpico voo da Operacao Babylift, que, ern abril de 1975,

salvou mais de 3 mil orfaos viernarniras do agonizanre cenario que culrninou

com a queda de Saigon e a final do sangrento confliro, que durou dez anos.

"Os ptimeiros resgares are que erarn organizados. Os ultimos, porern,

um verdadeiro inferno! Bombas explodiam do nosso lado e a calor dentro

dos avi6es era tanto que vi varies bebes, ja enfraquecidos par doencas, mor-

22 GRANDES GUERRA5 oUTU.RQ 2004COIVUlGAt;AO

Page 23: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 23/81

DURANTE A

OPERA< ; : AO ,

UMA V I A O

CA IUCOM

MA I S DE 400

CR IA N< ;:A S A

BORDO

rerem nos braces

das enfermeiras. Foi

horrfvel", ernocio-na-se LeAnn Thie-

man, ex-voluntaria

e aurora do livro

This must be My

Brother ("Este deve

se r Meu Irrnao",

inedito no Brasil),

no qual relara 0res-

gate e a adocao de

urn bebe vietnarni-

ta, seu filho Mitch.A opcracao foi

criada dois anos ap6s a assinatura do

tratado de cessar-fogo entre Estados

Unidos e Vietna, em Paris. Na epoca,

grupos hurnanitarios pressionavam 0

governo americana a criar uma opera-

,ao de evacuacao, tendo como alvo

principal as criancas, Assirn, em 3 de

abril de 1975,0 presidenre Gerald Ford

anunciou a Operacao Babylift para sal-

var 70 mil orfaos. "A verdade e que

Ford nao rinha muita opcao, 0 resga-

te ja havia comecado extra-oficialrnen-

te no dia 2 de abril, rnesrno sern apoio

formal do governo", explica 0historia-

dor Ben Kiernan, da Universidade de

Yale, nos Estados Unidos.

o pior, contudo, aconteceu jus-

tarnente apos a oficializacao. Duran-

te 0 prirneiro voo autorizado, um C5A

Galaxy - na epoca 0 maier aviao do

rnundo - caiulogo ap6s a decolagem

de Saigon com mais de 400 criancas

e 60 voluntaries a bordo. Mas a habi-

lidade dos piloros, que conseguirarn

fazer urn pouso de ernergencia, irnpe-

diu que a rragedia tornasse proporcoes

a in da m a jo re s. "Foi U111a rnanobra he-

roica, lembrada ate hoje nos anais da

aviacao americana. Os pilotos inacre-

diravelmente c on seg uiram v iral' 0 aviao

de volta p a ra S a ig on ", conta 0 vetera-

no de guerra John Paul Bollinger, gue

serviu na lOla divisao de para-quedis-

ras da Forca Aerea americana. 0 es-

force dos pilotos garantiu a sobrevi-

vencia de 170 uipu-

lantes, Entre elesMe-

lody, urna 6rfa viet-narnita adotada pelo

ator Yul Brynner, co-

nhecido pelo visual

ca reca e po r f ilmes

como 0 classico de f u -

roeste Set e Homens e

um Destino.

Apes 0 aciden-

re, a operacao COD-

rinuou em rirm o

frenerico, contandocom a ajuda de

avi6es de passageiros, aero naves de

carga e helic6pteros. 0 ultimo voo

deixou 0 Vierna em 26 de abril de

J 975. Os bebes tiveram como desti-

no, alern do s Esrados Unidos, Aus-

tralia, Canada e Europa. E viraram

coqueluche: apareceram em progra-

mas de rad io e TV e geraram um ver-

dadeiro boom de interessados em ado-

tar criancas de olhos puxados. A maio-

ria saiu frustrada: os bebes ji vinham

do Vierna com seus futuros pais ado-

tivos definidos.

Desconfortavel mesmo foi a acao

coleriva movida contra 0 presidente

Ford e 0 secretario de Estado Henry

Kissinger no final de 1975. As acusa-

coes eram de procedimentos irnpro-

p rio s n a evacuacao das criancas. Ma i s

grave ainda: muitos dos supostos "or-

faos" tin ham pais em perfeira saude,

que vieram reclamar seus filhos. Apes

uma exaustiva jornada de depoirnen-

tos, en trevistas e exames, 0 processo foi

encerrado e os reus, absolvidos. •

SAIBAMAIS

L lVROS

T his m u s t b e M y B ro th er, de LeAnn

Thieman. Victor Books. 1995

Th e Wa r C ra d le . de Shirley P. Barnes.

Vintage Pressworks. 2000

SITES

http:ltwww.vietnambabylift.orgl

http://www.vietnam,ttu.eduJvirtualarchive/

" SENT I

S AUDADES

DOQUENEM

CONHEC . "

Richard F. Barnett, professor

em uma pequena escola em

Minneapolis, nasceu

Nguyen VanBinh. Adotadodurante aOperacao Babylift,Barnett, hoje com 27 anos, acaba

de voltar de sua primeira viagem

para sua terra natal: 0 Vietna.

Como surgiu 0 interesse em

conhecer 0 pais onde nasceu?Descobri que Binh, meu nome de

registro, significa "paz". Muitos

bebes receberam esse nome na

epoca e acho que era uma

esperance de tempos melhores.

Aprender isso me deu vontade de

saber mais sabre minhas origens

e acabei indo em urn tour criado

especialmente para as

vietnamitas adotados.

E como foil

Emocionante e ao mesmo tempo

doloroso. Muitos nao acreditavam

que eu era vietnamita, pois soufruto da uniao entre uma nativa e

urn soldado america no. Eu sou

acidental demais para ser

vietnam ita e asiatico demais para

ser americana. Ao mesmo tempo,

conheci 0 hospital onde nasci e 0

que sobrou do orfanato onde

fiquei durante os primeiros meses

da minha vida. Vi as dais lados da

moeda: a mise ria e a maravilhosa

cultura do que era para ser meu

lar. Saf com uma sensecacestranha, de saudades de alga

que nunca conheci.

Como foi crescer com 0 peso da

guerra?

Tive alguns momentos dificeis na

infancia, Nos Estados Unidos,

eramos a memoria viva da

derrota amarga sofrida no Vietna.

A questao da adocao inter-racial

tarnbern incomodava muita

gente. Mas s6 pas so me sentir

feliz por ter sido salvo e adotado

par meus pais.

Page 24: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 24/81

Page 25: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 25/81

Page 26: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 26/81

•e1Z

ana-novoMESMO COM PERDAS NOS CAMPOS DE BATALHA, 0 GENERAL

Vo NGUYEN GIAP ATINGIU EM CHEIO 0 ALVO: A OPINIAo PUBLICA

AMERICANA. A INVESTIDA DECISIVA COME<;:OU NO REVEILLON DE 1968

Par Fabiano Onc;a

s 2h 15 da madrugada

do dia 31 de janeiro de

1968, durante as co-

mernoracoes do Ter, 0

ana-novo lunar, urn

taxi passou na frente da embaixada

americana em Saigon. De repente, de

dentro do veiculo, tiros de metralha-

dora foram disparados contra os dais

guardas que vigiavam a porta do quar-

tel-general dos Estados Unidos. Sur-

presos, as soldados ianques mal rive-

ram tempo de pedir ajuda par radio.

Urn pouco mais abaixo, seguindo 0

rnuro, uma forte explosao abriu urn

rombo na parede. Dezenove cornan-

dos do baraihao C-l 0, a tropa de eli-

te dos vietnarnitas do norte, invadi-

ram 0 complexo diplomatico. 0 que

parecia inacrediravel esrava aconte-

cendo. Os cornunistas, em urn aro ab-

solutarnenre ousado, tinham se infil-

trado na capital inimiga e agora, em

pleno reveillcn, atacavarn a ernbaixa-

da, 0 maior leone da presenca ameri-

cana no solo do Vierna,

2 6 G RA ND ES G UER RA S O UT UB RO 2 004

o ataque era 0 sinal. Enquanro

os comandos C-IO invadiam a redu-

to americana, varias rropas vietcon-

gues miravam alvos espalhados na ci-

dade. Ao total, pelo menos 4 mil sol-

dados, que durante as meses anrerio-

res haviam se escondido entre a po-

pulacao civil, romaram de assalto 0

predio da radio oficial, depositos de

rnunicoes e edificios de importancia

estrategica. Para os poucos america-

nos que guarneciam Saigon, a caos

rornou-se tOtal. Ninguern sabia de on-

de haviam surgido tantos inimigos. A

surpresa, enrretanro, nao ficou resrri-

ta it capital. fu 3h40 da mesma rna-

drugada, Hue, a auriga capital do pais

e a segunda maior cidade do Vierna

do SuI, tambern sofria a ataque do

exercito vermelho que havia penetra-

do previamente na cidade e, assim co-

mo em Saigon, so aguardava a ordern

para agir. Antes que a dia 31 rerrni-

nasse, cinco das seis cidades aurono-

mas, 36 das 44 capita is de provincias

e 64 dos 245 disrritos municipais es-

Page 27: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 27/81

tavam sob ataque. Os viercongues bro-

taram do nada, rodos ao mesmo tem-

po, em quase todas as cidades irnpor-

rantes do Vietna do SuI. Tinha inicio

a "of ens iva geral" do general Giap.

MESTRE DO DISFARCE

Quando elaborou seu plano, seis

meses antes, em julho de 1967, a ideia

de Ciap, brace direito de Ho Chi Minh

na Guerra da Incochina, era romper

urn impasse. A essa altura, ran to os

american os quanta os comunistas es-

tavarn numa guerra de atrito, muito

custosa para 0 regime de Hanoi, a ca-

pital do Vietna do Norte. Algo novo

tinha que aconrecer para demonstrar

ao mundo e principal mente a opiniaopublica dos Esrados Unidos que a per-

petuacao da guerra seria pessima tam-

bern para eles. Assim, ao realizar uma

"ofens iva geral" nas maiores cidades do

Vietna do SuI, 0 general tinha em men-

te provocar tanto um estrago militar

quanto urn estrago politico em seus

inimigos. Se tudo desse cerro, as co-

mun is ra s i nf il rr ado s atacariam as guar-

nieces das cidades, provocando tumul-

to e desordem. Segundo as expectati-

vas do plano, ao perceber 0 regime de-

sabando, 0 povo das cidades esponta-

neamente aderiria a revolucao, no que

G iap d en om in av a c om o 0 "levante ge-

[a!". Finalmente, ao ver a viola em ca-

cos, os americanos perceberiarn que 0

conflito esrava perdido e sentariam em

desvantagem na mesa de negociacoes,

Encretanto, para dar cerro, 0 pla-

no teria de contar com dois farores-cha-

ve: a surpresa e 0 engano. Em relacao

ao elernento-surpresa, nao haveria da-

ta melhor para a of ens iva do que 0 fe-

riado de cornemoracao do ana-novo lu-

nar, conhecido como Tet. Para os viet-

narnitas de ambos os lados, esta era, de

longe, a ocasiao mais irnporranre do

ano. Tradicionalmente, tarnbem era urn

periodo de cessar-fogo, respeitado en-

tre as partes. A v ig ila n cia diminuia e

rnuitos soldados ganhavam folga para

c om emo ra r c om as fa mflia s. Em suma,

a data perfeira para 0 golpe. Quanto ao

elemento engano, a principal preoell-

pacao de Giap foi com as fortes unida-

Page 28: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 28/81

des do exercito america no. Ele precisa-va desviar sua atencao e faze-los pensar

que 0 grande ataque seria nao nas ci-

dades, mas em algwn outro lugar bern

distante de Saigon.

Assim, em outubro de 1967, 0 ti-

gre comunista deu seu primeiro passe

para atrair os in im igos p ara a arrnadi-

lha. No dia 29 daquele m es, a 2370 rc -

gimento viercongue aracou a cidade de

Loc Ninh, na regiao noroeste de Sai-

gon. Em seguida, de 3 a 22 de novem-

bro, 01740 regimen to do exerciro nor-

te-victnamira investiu prox imo a cida-

de de Oak To, na fronteira com 0 Laos.

O s am er ic an os contra-atacaram, numa

das batalhas mais sangrentas da guer-

ra. A o final do confronro, a s nor te -v ie t-

n ami ra s r ec u ar am , deixando 1.455 rnor-

ro s p ara tras. O s amer ica no s larnenta-

ram 285 mottos e 985 feridos. Con-

fiante, 0 presidente Lyndon Johnson

diria, em discurso proferido em 22 de

dezembro de 1967: "Todos os desafios

fc ram v en cid os. 0 in im ig o nao esta ba-

tido, mas ele sabe que encontrou seu

mestre no campo de batalha." Em rer-

mas taticos, a lura fora ap enas L Im ba-

nho de sangue. Estrategicarnente, po-

rem, estas baralhas davarn aos Estados

Unidos a falsa sensacao de que a of en-

siva comunista seria pelo norte do pais.

o ENGANO DE KHE SANH

Giap alimentava a pisra traicocira.

Enquanto mais e mais hornens da guet-

rilha comunista infiltravam-se nas gran-

des cidades do sui, principalmenre Sai-

gon, tropas do exerciro norte-vietnarni-

ta marchavarn rumo it base militar de

Khe Sanh, no POntO mais isolado do

norte, quase na fronreira entre 0 Vier-

n;; do Norte e 0Vietna do Sul. Consi-

derada um a base de imporrancia esrra-

regica para os Esrados Unidos, Khe Sanh

era tanto um a barreira defensiva contra

urn ataque macico vindo do Vietna do

Norte como tam bern estava geografica-

28 GRAND ES GUERRAS ourUBRO004

Page 29: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 29/81

mente pr6xima da trilha Ho Chi Minh,

fazendo dela 0lugar ideal para urna ofen-

siva comra a famosa linha de suprimen-

toS dos cornunisras. Em 15 de janeiro

de 1968, 0 service de inreligencia do

exercito americana esrimou entre 20 mil

e 40 milo numero de tropas do exerci-

to rival escondidas nas f lo re sr as p ro x i-

mas a base de Khe 5anh. 0general Wil-

liam Westmoreland, comandante geral

das forcas dos Esrados Unidos, havia se

convencido de que 0 alvo principal de

um a of ens iva seria a qu ela b ase . ElTI ar -

rigo apresentado a revista Milita ry H is-

tory em fevereira de 1993, ele argumen-

tou: "0 curso de acao mais logico para

o inim igo era realizar um a forte ofens i-

va e tornar as d ua s provtncias do no rte .

No sui, imaginava apenas alguns ata-

ques secundarios." Na epoca, 0 service

de inteligencia concordou com a per-

cepcio de Westmoreland.

o araque inicial a Khe Sanh foi rea-

lizado no dia 21 de janeiro. Ate aquele

ponto, Giap havia rido sucesso em sua

manobra diversionaria, Diante do que

parecia ser uma batalha decisiva, roda a

arencao da -opiniao publica americana

estava fixada na amea~a a tal base enosmarines que a defendiam, Nao era pa-

ra rnenos. Receosos COlU a rnovimenta-

<;ao vietnami ta, o s amer ic an o s corneca-

ram a ser assombrados pelo fantasmade

uma outra batalha decisiva - Dien Bien

Phu- travada em 1954 pelos cornunis-tas do Vietna contra seus antigos senho-

res coloniais, os franceses. Naquela oca-

siao, uma base francesa guardada por

paraquedisras foi cereada e levada a ren-dicao pe l os viernamiras, numa inima-

ginavel acao militar. A derrora em Dien

Bien Phu, principalmente por seu sig-

nificado junto a opiniao publica, repre-

sentou 0 fim da guerra para a Franca.

Naq uela epoca, as trapas viroriosas em

Dien Bien Phu eram comandadas pelornesmo general que agora ordenava 0

cerco a Khe Sanh: Vo Nguyen Giap.

A rensao chegou a urn nfvel in-

suportavel, E Giap colocou ai nda

mais lenha na fogueira. Utilizou urn

reporter australiano, Wilford Bur-

chett, para plantar na imprensa a tam-

bern falsa noticia de que ele, em pes-

soa, havia tornado a di recao das ope-

racoes e estava nas imediacoes de Khe

Sanh orientando as rropas comunis-

tas. A essa altura, nao so 0 general

Westmoreland mas 0 proprio Lyndon

Jonhson tornararn-se cornplerarnen-

te obcecados pelo destine de Khe

Sanh, a ponto de instalar urna rna-

quete da base em plena Casa Branca,

Urn dos poucos a perceberem que

algo esrava errado foi 0 tenente-ge-neral Fredrick C. Weyand, cornan-

dante das forcas de campo proxirnas

O UT UB RO2 004 G RA ND E S G UE RR AS 29

Page 30: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 30/81

Page 31: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 31/81

a fr on re ira c om 0 C am boja. S uas g uar-

n icoes estavarn tendo m uiro pouco

c on ra ro c om o s c om u nisra s. Alern dis-

so , urna comunicacao inimiga via r a -dio cada vez m ais frequenre era cap-

rada perro de Saigon, no su i do pais.

No dia lO de janeiro , W eyand con-

venceu W estm oreland a deixar ao m e-

IlOS algum as de suas unidades nos ar-

redores da capital sul-viernamita _

um a m edida considerada por m uiros

como a acao mais decisiva de toda a

of ens iva do Ter,

o RUGIDO DO TIGRE

Tudo parecia perfeiro no plano de

Giap . M as a insisrencia ern manter 0se -

gredo da operacao acabou eausando fa-

Ih as n a co ord enacao das in vesrid as. A

O h15 da m adrugada do dia 3 0 de janei-

ro, um dia antes cia data previsra, tropas

co rnun is ra s i ni ci ar ar n ataques-surpresa

em 12 cidades do cenrro do V iern f do

Sui, induindo Oa N ang , P leiku e Nha

T rang . Com o resulrado , as 11h2 5 do

r ne sm o d ia tropas sul-viernamiras e arne-

ric an as rec eb eram o rd en s d e co lo ca r-se

em pronridao ro ra l em rodas as cidades

do pais. N ing uern sab ia ex atarnenre 0

que iria acontecer, mas todos sabiam que

o tig re co rn un ista estav a rondando,

Foi 11am adm gada seguinre, em 3 1

de janeiro , que a of ens iva com ecou pa-

r a v al er . A 1h3 0, 14 cornandos cornu-

n is ta s a ra c ar am 0 Pa la ci o P r es id enc ia l

em Saigon . L ogo em segu ida, fo i a vezda em baixada am ericana. A o todo, os

c or nu nista s tin ham e le iro o ito o bje riv os -

chave na area ao redor da cap ital inim i-

g ao C om estes lu ga res ro m ad os, 0 gover-

no sul-viernarnita enrraria em colapso,

abrindo eam inho para 0 le va nr e p o pu -

lar pais afor a . S om ados, 3 5 bata lhoes,

o rg ani zados em uma d iv isa o do cxerci-

to n orr e- vie tn ar nira e dua s v ie rc on gu es ,

renraram tamar os centres de comando,

co nrro le e cornunicacio d e S aig on ; c ap -turar a artilharia e os tanques do depo-

sito de Go Y ap; destruir a ponte N ew -

e DIVULGA~AO

po rt, q ue lig av a S aigo n a B ien -B ien H o a

atra ve s d a ro do via 1 ; n eu traliz ar 0 cen-

tro de logfstica m ilirar em L ong B inh,

neutralizar a base aerea norte-america-

na de B ien H oa e danificar os centres de

com ando m ilitar das forcas in im igas,

a lern d e rornar os ja ci tad os P alacio P re-

sidencial e em baixada am ericana . S ur-

preendenternenre, l1eITI com quase to-

das as cidades do V ierna arden do 0 ge-neral W estm oreland reconsiderou sua

esrraregia. Em uma conferencia de irn-

p rensa conced ida no m esrno dia 3 1 de

j an ei ro , e le a inda manteve firm e sua COI1-

viccao de que os araques rea lizados nas

c id ad es e ra rn a pe na s m a no br as d iv ersio -

nisras para roubar a arencao do que irn-

portava: 0 ataque a K he Sanh.

CONTRA-ATAQUE

Mas, se em um prirneiro mornen-ro a reacao inim iga fo i de esp an ro , os co-

m unisras logo constataram que as for-

c as e sc ala da s p ar a a s d iv er sa s r ar ef as e ram

in su ficien re s p ara o s o bjeriv os p ro po s-

tos, Na ernbaixada am ericana, p or exern-

plo , os 19 com andos que hav iam inva-

dido 0 cornp lexo n ao co nsegu iram p or

abaixo as portas do pred io principa l e se

virarn num riroreio com os guardas re- .

rnanescentes, C om a chegada dos para-

qu ed isras am erican os en viad os p or he-licoprero, as cornunisras nao duraram

muiro. Pelo rneio da m anha do dia 3 1

as i nv a so r es e st av am monos no jardirn,

contra cinco guardas americanos. A mes-

rna ceria se reperiu e rn v aria s outras ci-

dades, onde os batalhoes do V ietna do

N orte fo ram ceread os po r in im ig os m ais

nurnerosos e m e lh or arrnados.

Na rn aio r p arte da s c id ad es , em p ou -

c os d ias, o s v ie tc on gu es fo ram d om in a-

dos. O s cornbares em Saigon duraram

cerca de um a sernana, em bora a cap ita l

so F osse total m ente controlada em 7 de

marco de 1968, quando 0 d isrriro d e

Cholon, 0 bairro c hin es , a ca bo u iiber-

tado . A cidade que m ais tem po ficou sobo poder dos norre-viernarnitas [oi Hue,

so retom ada quase urn mes depois, no

dia 2 5 de fevereiro, apos intensas bata-

Ihas. Quan te ao cerco em K he Sanh,

apo s algu lls furiosos ataq ues co ntra 0

b em fo rr ific ad o e nc la ve , a s tro pa s c orn u-

n is ta s co rneca ra rn a dirninuir 0 firma.

Em lode abril, 0 e xe rc ir o amer ic an o I an -

,ou a O peracao Pegasus e rerom ou con-

ta to rerrestre com a base. A of ens iva do

T er esrava acab ad a. E m terrn os rn ilira -res, fo i u m fracasso . N enh um a d as cida-

d es in vad id as fo i, d e fa ro , ro ma da , T am -

bern nao se v iu urn levanre popu lar. Em

terrnos de v idas hum anas, m ais de 58

m il v ietcongues e tropas regula res do

exercito norte-viernamira haviarn sido

m ortos, co ntra rn en os de 4 m il so ld ad os

am eric an os e ce rc a d e 5 m il so ld ad os SlJ-

v ictnarn itas. E m v erd ad e, desta o pera-

~ ao em diante , a guerrilha vietcongue

nunca mais conseguiu se reerguer. Asrnaiores operacoes passararn a s er fe ir as

pelo exerciro norte-viernamita. •

L lVROS

A Time for War: The United States and

Vietnam, 1941-1975, de Robert D.

Schulzinger, Oxford University Press, 1997

Strategy for Defeat: Vietnam in Retrospect,

de Ulysses Grant Sharp, Presidio Press, 1998

SITES

http://www.vietnampix.com

OUTUBRO 2004 GRANOES GUERHAS 3 1

Page 32: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 32/81

Page 33: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 33/81

ao e diffcil imaginar a

cena: meio cia tarde,

so l rachando em Bang-

coc, capital da Tailan-

dia. Uma trupe de jo-

yens americanos entorna cervejas em

urn boteco imundo. E dia de folga e

escapar do cenario da guerra faz par-

te do ritual da soldadesca. Recostado

no balcao, 0 dono do bar dispara uma

proposta de rrabalho para 0 grupo.

Service facil, rapido e bern men as pe-

rigoso do que a vida nas selvas viet-

namitas. A ideia parece boa. Enviar

heroina pelo correio para as Estados

Unidos. 0 lucro e cerro - para as dois

lados. Nas cidades asiaricas, compra-

se uma dose da droga par US$ 2. E,

nas ruas americanas, ela vale ouro,

cerca de US$ 100 pela mesma quan-

tidade. Ainda garotos, transrornados

pelo confliro e desesperancados, mui-

tos topam a parada. 0 service postalusado na transacao seria 0 correio mi-

litar do governo americana.

Tal cena nao e fruto da imagina-

,io. Aconteceu em 1971, no Five Star

Bar, a ponto de encontro preferido

dos soldados nos raros dias de des-

canso. 0 dono do botequirn era Wil-

liam Henry Jackson, ex-cornbarente

do exercito dos Estados Unidos. Lon-

ge de ser uma excecao, a Five Star fa-

zia parte de urn esquema que escon-

dia um esqueleto no armaria da guer-

ra do Vierna: 0 rrafico e a usa de dro-

gas pelos herois americanos. "As dro-

gas foram uma especie de combusti-

vel essencial para as tropas no Vier-

ria", explica Henrique Soares Carnei-

ro, doutor em Hist6ria Social e pro-

fessor de Hist6ria Moderna da USP.

"No seculo 17 foi a dlcool, muiro usa-

do na guerra dos 30 anos. No seculo

19, entrou em cena 0 tabaco, que vi-

rou a racao dos soldados. E logo apa-

receram as anfetaminas, entregues 'fte

hoje pelos pr6prios exercitos, com 0

objetivo de manter 0 combatente aler-

ta e acordado", completa.

No Vierna, os soldados "desbun-

davam", para usar uma giria da epo-

ca. As substancias que faziam patte

do cotidiano nas selvas eram de ma-

xima paten cia - alias, encaixavam-se

perfeitamenre na moda daqueles anos

de psicodelia: heroina, LSD, opio,

maconha e barbiuiricos, nessa ordem,

De acordo com relarorio elaborado

por dais congressistas americanos no

infcio da decada de 70, 0 republica-

no Robert Steele e a democrata Mor-

gan Murphy, 15% a 25% do conrin-

gente militar no sudeste asiatica con-

sumia heroina regularmente. Mais

tarde, em 1974, outre relatorio di-

vulgaria que 34% dos cornbarentes

usaram dragas, incluindo ai maco-

nha, opio, anferaminas e alucin6ge-

nos. "As drogas atuavarn como rna-

nipuladoras do tempo, atenuando as

experiencias traumaricas do front",

esclarece Gilberto Agostino, historia-dar e professor da UFRJ. "Para se rer

uma ideia, dados oficiais falam em

Page 34: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 34/81

mais de 80 mil viciados em heroina

no Vietna, contra cerca de 68 mil nos

Esrados Unidos. Havia mais droga-dos entre os soldados do que em to-

do 0 territorio americana."

EPIDEMIA DE VICIADOS

Em 16 de maio de 1971, 0 desa-

tino da rapaziada nas florestas asiati-

cas tornou-se publico. 0jomal T h e

New York T im es publicou uma repor-

tagem que estarreceu 0 pais. Na ca-

pa, 0 titulo chocante: Heroin Add ic -

tion Epidem ic in V ietnam - ou "Epi-demia de viciados em heroina no

Vierna". A materia caiu como uma

bomba sobre a Casa Branca. A opi-

niao publica tinha mais urn argumen-

to para lurar contra a guerra. Na epo-

ca, 0 govemo ja vinha enfrentando

protestos raivosos nas ruas, com os

jovens cncabecando 0 movimento

hippie e inaugurando a "gera~ao paz

e amor", Diante dos fares, veio a rea-

cao. 0presidente Richard Nixon de-

clarou 0 uso de drogas pelos solda-

dos como "0 inimigo publico n? 1

dos Estados Unidos". Pois e. Os co-

munistas perderam 0posto. A decla-

racao do presidente foi acornpanha-

da pelo anuncio da criacao do Spe-

cial Action Office for Drug Abuse

Prevention (Escrit6rio Especial de

A~ao para Prevencao do Abuso de

Drogas), chefiado por Jerome Jaffe,

urn renomado especialista no trata-

men to de viciados em herofna. "Aad-

minisrracao Nixon encarou 0 vieio

como uma especie de doenca conta-

giosa, que poderia se espalhar caso

nao fosse erradicada. 0medo era de

que os veteran os adictos voltassern pa-

ra casa e se tornassem criminosos pa-

ra sustentar 0 vfcio", escreveu 0 pro-

fessor Daniel Weiner, do Departamen-

to de Hist6ria do Northwest Vista

College, no artigo D rug s as a D isease

("Drogas como uma Doenca"), 0temor do presiclente nao er a em vao,

o passo seguinte do govemo foi

instituir a cham ada O peration G ol-

den Flow - ou "Operacao Fluxo Dou-

rado", urn apelido de humor dubio

para os testes de urina entre os solda-

dos do Vietna. A partir de entao, to-

dos os militares deviam ser submeri-

dos ao tal teste antes de retornar aos

Estados Unidos, alern de exames es-

poradicos durante 0 tempo que per-

maneciam em combate. Caso Fosse

detectada a presen~a de herofna, 0 tra-

tamento era 0 confinamento por uma

semana. Depois do penodo de soli-taria, 0 sujeito estava "limpo", As me-

didas de seguran~a de Nixon pare-

ciam dar resultado. Pelo menos as-

sim ele imaginou. Em 1972, a por-

centagem de ccrnbatentes pegos em

flagrante pela Gold en F low cai u para

4,5%. 0 presidente festejou, decla-

rando que a epidemia estava centro-

lada. Ledo engano. Como todo born

viciado que se preze, os garoros de-

ram urn jeito de burlar 0 esquema

Nixon. Levavam para 0 teste urina

de colegas que nao usavam a droga.

Ou enrao faziam 0 sacrificio de ficar

longe da heroina por quatro dias,

tempo necessario para obter 0 certi-ficado de clean.

A HIERARQUIA DO vtooo veterano James Lesley Roberts

assume, sem pestanejar, que tiSOU he-

rofna durante toda a guerra. E a dro-

ga 0 ajudou a nao enlouquecer. Urn

contra-sensa, mas que, no context a

dos campos de batalha, faz to do sen-

tido. "N6s tinhamos uma hierarquia

pelo uso das substancias, Quem s6

fumava maconha estava no topo.

Eram os caras mais confiaveis e con-

siderados cool. Na posicao mais bai-

xa do ranking ficavam os usuaries de

drogas alucinogenas", conta. "Quemtomava LSD, por exernplo, era tido

como suspeiro, Nao dava para saber

o que 0 sujeito ia fazer em a~ao. As

anfetaminas deixavam os caras hipe-

rativos. Ficavam chatos. Falavam de-

rnais. J a nos, os usuaries de heroina,

esravarnos no meio, po is a droga nos

impedia de agir em situacao de com-

bate. Mas nao represenravarnos peri-

go", cornpleta. Segundo Roberts, a

O p er atio n Gold en F low assustava mais

do que qualquer vietcongue. "Na

guerra, voce conta os meses, as dias

e as horas que faltam para voltar pa-

ra casa. A ideia de ter seu retorno adia-

do em uma semana par causa dos tes-

tes era terrfvel", diz. 0 soldado do

Marine Corps conseguiu veneer a

batalha contra 0 vicio ao volrar para

os Esrados Unidos.

As auroridades americanas tam-

bern dividiam - e ainda dividem - as

drogas ern categorias. A maconha, porexemplo, entrava na classe C. [a a he-

roina se encaixava na classe A. A sol-

dadesca nao perdia a piada. Costu-

maya brincar dizendo que a heroina

vietnarnira era, de faro, "classeA". 0

p6 branco que circulava com fartura

nos campos de batalha passava por

quatro estagios de refinamento. A

morfina extraida das papoulas e tra-

tada quimicamente para virar herof-

na tinha entre 80% e 90% de pure-za, infiniramenre mais potente do que

Page 35: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 35/81

a substancia granulada normalrnen-

te vendida nos submundos do trafi-

co. Segundo Thiago Rodrigues, au-

tor do livro Politica e Drogas nas Ame-

ricas, 0 exerciro americano foi, na pra-

tica, conivente com 0 trafico, em es-

pecial de heroina. Cooptava os senho-

res da guerra iocais, que detinharn os

estOques da droga, em troca de apoio

contra os comunistas. "Esses chefes

regionais, que represenravam familias

au clas, sempre civeram auronomia

junto aos poderes colonials no Viet-

na, mesmo na epoca do dornfnio fran-

ces", conta Rodrigues. "Frente ao con-

fliro ideo16gico da guerra, com un is-

mo versus capitalismo, eles barganha-

vam 0 apoio", cornplementa.

o PARAisO DA HEROiNA

Nao se pode esquecer que a guer-

ra do Vietna aconteceu bem no meio

do chamado Triingulo Dourado, for-

mado pelas plantacces de papoula do

Camboja, Laos e Birrnania. Os sol-

dados estavarn simplesmenre no pa-

raiso da heroina. No infcio dos anos

70, os laborat6rios locais produziam

toneladas de 6pio anualmente, expor-

tando a base da morfina para a Euro-

pa e a heroina ja refinada para Hong

Kong, de onde seguia para os Esta-

dos Unidos. Nos relarorios da CIA de

1971, consta 0 inicio do processo de

precipiracao do erer e conversao da

producao da heroina "devido ao cres-cenre mercado consumidor no sui do

Vietna", exararnente onde as tropas

americanas se concentravam. "A gen-

re encoritrava a n? 4 (0 tipo mais pu-

ro de heroina) em qualquer lugar.

Vendedores enfiavam doses em nos-

sos bolsos nas ruas. Garoras de 14 ou

1 5 anos vendiam a droga nas esqui-

na de Saigon e as mama-sans (vierna-

micas conrratadas para limpar os quar-

teis) sempre tinharn um pouquinho

para quem esrivesse de service", re-

lernbra 0 veterano James L Roberts.

Page 36: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 36/81

Em 1970, a morre par overdose su-

biu 175% so entre agosto e serernbro

do mesmo ano. Estes numeros, en-

tretanto, so foram revelados guatro

anos depois, ja no fim do confliro.

ALiADOS OU INIMIGOS?

Corn a consumo e a erafico de

heroina cad. vez mais descarado, a

comando do exerciro americana em

Saigon deu 0service. De acordo com

relatorio tam born de 1971, "as dro-

gas n ao v ern das plantacoes de papou-

la do Vietna do Norte. Quem finan-cia a rrafico sao grupos formados par

proerninenres polfticos, rniiitares e 1 1 -

deres governamentais do Vierna do

Sui". Ou seja, as pr6prios aliados dos

Esrados Unidos estavarn par tras da

psicodelia selvagem. as campos de

baralha, as americanos lutavarn ao la-

do dos sulisras. J a na guerra contra as

drogas ficaram ern lados opOStOs. Nao

e dificil enrender as regras do jogo. A

explicacao e simples e pode ser rra-

duzida em urn unico numero: US$

88 m ilhoes. E sta e • esrirnariva con-

servadora do cora l gasto pel as vicia-

dos anualrnente com heroina. Paaen-

do as comas, cerca de 20 mil jovens

americanos gastavam em media US$

12 par dia, a equivalenre a quatro do-

ses. Era mu it o d in he ir o, especial men-

re para urn pais empobrecido pelos

longos anos de guerra.

o envolvirnento de altos escaloes

do govern a do Sui no rrafico de he-roina foi abafado pelas autoridades

dos Estados Unidos. A divulgacao de

tal inforrnacao poderia aumenrar a

caos nas ruas americanas, onde esta-

yam aconrecendo em media cem pro-

testes par dia contra a conlliro. En-

quanro 0 governo se via encurralado,

a bandalheira aurnentava nas tetras

asiaticas, Americanos, como 0 dono

do Five Stars Bar, em Bangcoc, pro-

liferavam. Os soldados liberados do

zas do Vierna e passavam a ganhar a

vida vendendo heroina para as cole-

gas - au mandando mercadoria para

casa. 0veterano e barman William

Henry Jackson chegou a ser conside-

rado um dos mais perigosos rrafican-

re s da regiao pelos agentes do U.S.

Narcotics - Departamento de Nar-

coricos dos Esrados Unidos. "Era fa-

cil traficar. 0 LSD e a heroina po-

diam ser mandados para os Esrados

Unidos corn cranquilidade em cartas,

papeis, pacotes e suprimentos. E, na

selva, a demanda aumentava a cada

OTRAFICO

RENDIAAO

VIETNA DO SUL

US$ 88 MILHOES

PORANO. UM

SOLDADOCONSUMIA US$

12 POR DIA

dia", afirma a professor Carneiro. A

falra de uma fiscalizacao rigida tor-

nava 0 lucrarivo neg6cio muito pra-

rico. A pior punicao para lim so lda-

do que fosse pego consurnindo a dro-

ga era 0 envio surnario para casa com

a f ic ha m i li ra r suja. Urn casrigo rnui-to bem-vindo, diga-se de pa sagem.

AMARGO REGRESSO

As consequencias da proliferacao

das drogas entre as tropas sao urn dra-

ma a parte na hisroria da guerra do

Viernii. Pelo menos para as Esrados

Unidos, Com a fim da refrega, a res-

posra do governo americano ao pro-

blema foi lima juncao de aparia e em-

baraco. A aparia devia-se ao pensa-

menta da epoca de que "quem usa

heroina merece 0 que Ihe aconrecer

de ruirn". 0 ernbaraco vinha do en-

volvirnenro dos supostos protegidos

cia Casa Branca, os viernamitas do

Sui, no rrafico. "Nao houve, de fa-

to, nenhurn tipo de apoio ou trata-

rnenro especlfico para os veteranos.

Are mesmo a stress de combate s6 foi

reconhecido como caso cllnico bern

depois, durante 0governo de Jimmy

Carter)', cementa Agostino. 0 vlcio

entre os veteran os tornou-se urna es-

pecie de segredo sujo, varrido para

debaixo do rapete.A volta dos her6is de guerra - cer-

ca de mil par dia, sendo 10% a 15%

viciados em herolna - acabou provo-

cando tarnbern lima grande mudan-

ca social nos Es ta do s Un id o s. Os tem-

pos erarn de psicodelia, com a surgi-

mento do movimento hippie, mas a

heroina nao era comum entre a clas-

se media predorninanrernente bran-

ca. A te enrao, estava resrrita a gueros

da comunidade negra. 0 quadro rnu-

dou com a retorno dos cornbatentes.

Aos poucos, a compra e venda da

tern ida droga insraurou-se definitiva-

mente no seio da WASP (sigla ern in-

gles para Americanos Brancos, An-

glo-saxoes e Proresrantes) da Ameri-

ca. Ate hoje, 0assunto, conhecido co-

mo a "epidemia de herofna entre as

soldados", e urn tabu nos pais. Mui-

toS vereranos defendern a tese de que

o mimero de adicros nao era taO ex-

pressivo assim, enquanto outros des-rilarn ressenrirnenro pela forma co-

mo foram abandonados. E tiveram

de lidar com a dependencia quimica

a pr6pria custa. I

5AJ8AMAIS

UVROS

TOY, de Douglas Valentine. Authors Choice

Press. 2000

Cora~aod a s T re va s.

de Joseph Conrad,

I luminuras. 2002

Page 37: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 37/81

Page 38: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 38/81

Page 39: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 39/81

Page 40: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 40/81

mundo melhor. 0 racismo cornecou

a ser combarido, e as movimentos

negros e feministas ganhavam forca,Em 1977, na resenha do celebrado

livro Dispatches ("Disparates", inedi-

ro 00 Brasil), de Michael Herr, urn

dos melhores relatos [ornalfsticos do

Vierna, 0 jornal T he New York T im es

chamou 0 confliro de "a primeira

Guerra do Rock'n'Roll". A classifi-

cacao, embora soe simplisra, e das

mais perrinenres. Se associarmos 0

surgimento do rock ao aparecimen-

ro de urna nova forca polfrica e so-

cial nos Estados Unidos - a forca jo-

vern -, entao a Guerra do Vierna foi

sim a primeira em que a juventude

o JORNALTHE NEW

YORK T IMES

·@ELJPQU..... ,."',, , ,

o (:ONFLttODE 'WPR IME IRA

GUERRA DO

ROCK'N 'ROLL"

americana teve Ulna participacao ati-

va, nao s6 como rnao-de-obra na zo-

na de combate mas tam bern em ca-

sa, questionando 0 governo e, 'por

fim, exigindo 0 fim da loucura,

Ate meados dos anos 5P - antes,

portanto, do surgimento do rock'n'roll

como fenorneno social - 0 jovem nao

apitava nada nos Estados Unidos. Foi

so depois da II Guerra, quando a eco-

nomia do pais voltou a prosperar e os

adolescentes nao precisaram mais aju-

dar a familia, que 0 pais viu 0 surgi-

menro de urn novo mercado de con-

sumo - 0 mercado jovem. Surgiu 0

rock, e aSfIOS como Marlon Brando

(0 Selva gem ) e James Dean (Rebelde

Page 41: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 41/81

Sem C ausa) mostravarn, nas telas do

cinema, 0abismo gigantesco que exis-

tia entre as gerac;6es. Esse abismo foi

crescendo, ate tornar-se intransponi-vel. Se, na II Grande Guerra, redo

garoto americano pensaria em alis-

rar-se no Exerciro, em 1967 isso se

tornou fato raro. Ate mesrno urn ra-

paz chamado Bil l Clinton, que viria

a se sen tar na cadeira de presidenre,

queimou 0 carrao de alisramenro e

recusou-se a lurar no Vierna. Dife-

renterncnre dos pais, os "rebeldes sem

causa" dos anos 60 nao pareciam rao

dispostos a aceitar cegamente as in1-posicoes do governo. Com 0agrava-

men to da guerra e 0crescente nurne-

01 R A:QU EL A VIA NI • P RO OU <;A .O ISA BE LL A R OD RIG UES 02 R EP RO DIJ c;A O

ro de rnortes, as politicos corneca-

ram a ser questionados sabre a real

necessidade do conflito.

SOCIEDADE ALTERNATIVA

Outros fa to res contribufram pa-

ra a rn udanca de ru rno da opiniao

publica: as negros - que roralizavam

10% da populacao americana, mas

20% do roral de morros em cornba-

te - passararn a acusar 0 governo de

esrar favorecendo brancos no envio

de tropas a s zonas de conflito. Os gas-

ro s com a guerra - que chegaram aZ

bilhoes de dolares par rnes em 1968

(ou 13% de rodo a gasro publico) _

prejudicararn as investirnentos em

saude e educacao, a que fez a popu-

lacao rever suas prioridades. 0 Viet-

na estava cusrando caro demais para

a America. Outre duro golpe na ere-

dibilidade dos manda-chuvas foi a

divulgac;ao, em 1969, do relatorio do

Pentagono conhecido par Pentagon

Papers, sobre a atuacao do governo

americana na conducao da guerra.

o docurnenro coneluia que os poli-

ticos haviarn iludido a opiniao pu-

bl ica, divulgando informa,6es falsas

au incompletas e escondendo fates

sabre a exrensao do envolvirnenro

militar do pais no Vietn •.

o otirnismo da America do pos-

guerra cedeu lugar, enrao, a urn ceri-

O UT UB RO 2 004 G RA ND ES G UE RR AS 41

Page 42: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 42/81

Page 43: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 43/81

cismo cada vez maior. Surgi-

ram grupos radicais, como osPanteras Negras, que prega-

yam a lura armada contra 0

governo. Nas universidades,

jovens protestavam e eram

espionados pela CIA, que

passou a perseguir tambern

musicos, cineastas e arores,

Idolos como John Lennon,

Jimi Hendrix e Muhammad

Ali falavam aberrarnente

contra a guerra. Ali chegoua perder 0 cinrurao dos pe-

so s pesados por recusar 0

alistam ento: "Nenhum

vietnarnita jamais me cha-

rnou de crioulo", disse ele.

Poi nessa epoca que surgiu 0

movimento hippie, inspirado inicial-

mente pelo ex.istencialismo dos beat-

niks - a turma de Jack Kerouac e

Allen Ginsberg, que revolucionou a

literatura nos anos 50. Os hippies

pregavam a nao-violencia e 0 desa-

pego a valores materiais. Sua meca

era Sao Francisco, na California, ci-

dade de rradicao liberal, para onde

dezenas de mil hares de garatos se mu-

daram e passaram a viver etu comu-

nidades alrernarivas.

·SiNDROME DO VIETNA"

As manifestacces contra a guer-

ra cornecararn a pipocar por todo a

pais. Em 1967, 100 mil pessoas mar-

chararn pela paz em Washington, e

50 mil em Nova York. Dais anos de-

pais, meio milhao de ativisras roma-

ram as ruas cia capital americana, na

maior dernonsrracao pela paz ja rea-

lizada no pals. Em 1970, houve uma

media diaria de cern protesros au gre-

ve s de estudanres, e mais de 500 co-

legios e universidades faram fecha-

dos pela men as um dia par manifes-,

tacoes, Urn dos episodios mais mar-

cantes da epoca aconteceu durante

urn pratesto na Universidade Kent

01 R AQUEL AV IAN I - PRODU~O IS AB ElL A R OD RIG UES C l2 REPRODU~O

State, em Ohio, quando quatro es-

tudantes acabaram rnortos a tires par

militares. 0 confliro no Vierna en-

fraq uecia dia apos dia a confianca do

povo no governo e nas Forcas Arma-

das. As imagens rransmitidas pela TV

- de bebes vietnarnitas sendo quei-

mados vivos par napalm - chocou a

pals. E e bom lembrar que 0Vietna

foi a primeira guerra a ref ampla co-

bertura da televisao. Para completar

a caos, soldados que retornavarn do

front passaram a ser recebidos 11aO co-

mo herois, mas como assassinos, lti-

nham rnuira dificuldade de readap-

tacao a vida cotidiana.

A hurnilhacao da derrota desa-

bou sabre a grande America. As con-

sequencias financeiras, politicas e so-

ciais foram enorrnes e desastrosas. Os

Estados Unidos saiam da guerra 167

bilhoes de dolares mais pobres, com

aeconomia em crise, a inflac;ao em

alta, e agora tinham de lidar com do is

milhoes de ex-cornbarentes, 'muitas

viciados em hercina e safrendo dis-

turbios psicol6gicos profundos. Urn

dado estarrecedar: rnais militares

arnericanos se suicidararn depois de

rerornar ao pals, do que haviam mor-

rido em cornbare no Vierna. Em

1991, celebrando a vitoria america-

na na Guerra do Golfo, George Bush

disse: "Par Deus, finalmenre acaba-

mas de uma vez com a sindrome do

Vietna!" Esse terrno, "sfndrorne do

Vietna", cunhada pela presidente Ri-

chard Nixon, da uma dimensao do

peso que a pals carregou devido it

derrota. Curiosarnente, e 0 filho de

Bush que parece estar revivendo,no

Iraque, as mesrnos erros da Guerra

do Vierna, engajando a pals numa

batalha irnpopular e contra urn ad-

versario reoricamente fraco, mas que

tern se revel ado uma pedra no sapa-

to dos Estados Unidos. •

IISAIBA MAIS

L lVROS

A Grande Guerra, d e M arc F erro .

Edi~oes 70, 2002

Deutsche Gese l/schaf tsgeschichte ,

1849~1914,d e H a n s- U lr ic h We h le r.

Beck Mt inchen. 1995

E ra d os E xtr em os - 0Breve SecuJo

XX, de eric H o bs ba wm , C om p an hia

das Letras, 1995

aU TU BR o 2 00 4 G RA ND ts G U ER RA S 43

Page 44: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 44/81

Page 45: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 45/81

Page 46: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 46/81

o dia 30 de abril de 1975 chegou ao fun

a mais longa guerra da hisroria dos Esta-dos Unidos. Derrotados pel os teimosos

comunistas, os americanos se retiraram

da terra de Ho Chi Minh, digamos, a fran-

cesa. 0marco derradeiro do conflirc foi

a tomada de Saigon pelas tropas verme-

Ihas. Contra todas as expectativas, os vietnamitas do norte ha-

viam vencido a queda-de-braco contra a maior potencia do

mundo, Para os com unistas , a ocupacao da cap ital do Vietna

aconteceu como urn passeio dominical. A cidade sucumbiu

sem resisrencia, "Nos sabfamos que os homens que corriam

s o de cueca e camiseta regata eram soldados. Eles nac tiveramtempo de colocar roupas civis'', cementa Pham Xuan The, na

epoca assisrente de infantaria do exerciro socialisra e hoje ge-

neral. 0governo dos Estados Unidos, no en tanto, dell duro

para evacuar Saigon antes da invasao final. "Retirem o s v ie t-

namitas aliados que correm risco de morte. E evacuem rodos

os americanos. Repito: todos os american os" , dizia 0 relegra-

rna rransmitido as 6h30 do dia 29 de abril polo secretario de

Estado dos Estados Unidos Henry Kissinger ao embaixador

em Saigon, Graham Martin.

A confusa evacuacao de Saigon tern explicacio. Em 1973,

dois anos antes da ocupacao da cidade pela trupe vermelha, 0

exercito arnericano ja havia deixado 0 Vietna. Urn acordo de

paz tinha sido assi.nado em Paris e os vietnamitas do sul esra-

vam, pelo menos em tese, sozinhos na briga contra os compa-

triotas do norte. Com 0 terreno livre das forcas ocidentais, os

eornunistasvinham tomando urn a LUll o s v il ar ej os no cami-

nho ate Saigon. Nos dias que antecederam 0 golpe que piJs 0

ponto final no confliro, abiscoiraram seis locais csrrategicos ao

redor da capital sul-vietnamita. S6 ai 0 governo dos Estados

Unidos percebeu que os civis american os e os sul-vietnarniras

cumplices do capitalismo corriam perigo. Com a ajuda dos ma-

r i ne s , montarama sp re ssa s u rn plano de fuga em massa: 50 mil

'"vietnamitas e 6 mil arnericanos abandonaram a cidade pelos

princip ais p ontos de fuga da regiao, principalmenre pelo aero-

porto Tan Son Nhut. A debandada durou de 15 a 28 de abril,

Na madrugada do dia seguinte, 0 galo cantou bern cedo na ca-

pital vietnarnita: as 3h45 da manha seis misseis alvejaram 0ae-

roporto. Em seguida, vieram mais 22. A te as seis da manha,

140 projeteis ja tiuham esburacado toda a pista de decolagem

e destrocado os avi6es que esravam sendo usados na ernigracao

apressada. Saigon virou um beeo sem saida.

Page 47: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 47/81

COMADESTRUI(:A.O

DO AEROPORTO,

EM ABRIL

DE 1975, A

CIDADE VIROU

UMBECO

SEMSAIDA

BOM-DIA, VIETNA

Foi esse bom-dia mortifero que

sepultou os unicos marines vitirnados

durante a evacuacao de Saigon: Dar-

win Judge e Charles McMahon. A lern-

branca comove ainda hoje Ken Loc-

ke, 0 melhor amigo de infll.nei. de Dar-

win: "Ele estava de guard. naquela

manha em que as norte-vietnamitas

atacaram 0 aeroporto para evitar a sat-

da das pessoas. No dia seguinte, todos

as marines tiverarn que se refugiar na

embaixada. 0 eorpo de Darwin fieou

abandonado na rua e s o volrou para afamilia urn ano depois do fim da guer-

ra", diz, Tal ataque, de faro, nao esta-

vanos pianos dos lideres americanos.

Com a destruicao do aero porto, prin-

cipal rota de fuga, U1113 nova medida

rornou-se urgente. Kissinger deu a 0[-

dern: "Recorra a evacuacao por heli-c6ptero. Cacas darao cobertura." A

prioridade era rerirar de Saigon as ame-

ricanos, E os vietnamitas aliados, cla-

ro, ficariam aver navios. A cidade vi-

rou, entao, urn pandernonio. Milha-

res de pessoas desesperadas se acoto-

velaram na frente da embaixada dos

Estados Unidos. Ninguem queria dar

as boas-vindas aos conterraneos nor-

tistas. Os marines puseram-se nos mu-

ros das dependencias americanas e sa-

raivaram balas de borracha para evi-

0 1 BE TT MA NN IC OR .BI S/S TO CK Q 2 D 1V UL GA <;p .O

tar uma invasao frenerica. S6 podiam

passar pela peneira americanos com

passaporre, sul-vietnamitas que rinham

trabalhado para 0 governo dos Esta-

dos Unidos e sul-vietnamitas com au-

rorizacao para deixar 0 pals. A embai-

xada tinha .penas urn heliporto. A tro-

pa de elite teve de usar tinta lumino-

sa para improvisar urn outro local de

pouso no terral'o do predio.

FUGA DESESPERADA

o plano era 0 seguinte: 81 heli-c6pteros CH-46, com capacidade pa-

ra transportar 20 pessoas, pousariarn

no teto da embaixada, enquanto os

CH-53, com 50 Iugares, arerrissariam

no heliporto ofieial. A operacao eo-

mecaria a s 15 horas. Durante dezes-

sere horas ininrerruptas, as aguias de

ac;o chegariam e partiriam de dez ern

dez minutos. Os fuj6es seriam leva-

dos para 25 navios americanos anco-

rados no mar do sui da China. Por

causa de tal frenesi, 0 plano ganhou

o apelido de Vento Frequente, Mas

os piloros logo deram 0 alarme: nao

seria possivel encarar pousos e deco-

lagens apressadas quando a noite cafs-

se. A solucao enconrrada foi deixar

carros corn faro is acesos, ilurninando

o heliporro. E, no alto do predio, no

local de pouso irnprovisado, urn pro-

jetor de slides de 35 milimetros ser-

viu de luz. Assi m a operacao Vento

Freqilente obteve urn quase sucesso.

As 4 horas da manha, foi dada a ul-

tima orde,.m. Os marines dever iam

abandouar a prorecao da embaixada

para embarcar na caravana de fuga.

Quando ainda restavam 200 sol-

dados americanos para ser evacuados,

uma horda de sul-vietnamitas inva-

diu 0 predio, derrubando os porroes

com urn carro-pipa, jogado contra a

fortaleza.dos Esrados Unidos. Era a

guerra entre os aliados. A turma de-

sesperada entupiu os corredores da

ernbaixada. Inconformados com a es-

capadela dos imbatfveis heroi s norte-

americanos, eles se esgoelavam: "Nos

queremos partir tarnbern." No co-

mando da operacao, 0 marine Jim

Kean lembra que vieram do chao ti-

IOS esporadicos: "Eu ordenei que os

soldados ficassem longe d. borda do

terrace para nao virarem alvos faceis."

o sargemo John Valdez ainda sente na

pele 0desalenro daqueles minutos fi-

nais: "De repenre, a s 6 da manha, os

helicopteros comeram a sumir. Por dezanos, eu tinha ouvido historias, sobre

as torturas que os prisioneiros sofriam

nas maos dos comunistas. Essas eram,

no entanro, as piores imagens, e que

nunca sairam da m inha cabeca." 0 ul-

timo helicoptero abarrotadc com ma-

rhus remanescentes decolou a s 7h58da manhji de 30 de ahril. Cerca de 10

mil sul-vietnarniras, mu itos ex-fun-

cionarios do governo americano, fica-

ram para tras. Menos de wna hora de-

pois, assistiram a chegada dos tanquesdos norte-vietnarniras.

OUTUBRO 2004 GRANDES GUERRAS 47

Page 48: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 48/81

tes verrnelhos, muitos

de adolescentes. 0 uiun.to::ap'dte6tico

cado por trapalhadas. e desp reparada, a

soldadesca teve que parar os pelas ruas para per-

guntar aos transeuntes on-de ficava 0 tal pa-

lacio presidencial que teriam quI' invadir. Os blindados,

todos vindos da Uniao Sovietica, eram do modelo T-54.

veram 0 enconrro q

biamos quanto~ esta

numa des grandes sal

ram de pe. Vimos que el

4 8 G R A N n E S G U E R R A S O UTU BR O 2 00 4

Page 49: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 49/81

Em j an eiro d e 1 97 3, u rn tra ta do a ssin ad o

em Paris acabo u form alm en te com a

gue rr a d o V ie tnA .Os E sta do s U ni do s

re tira riam su as tro pa s em tro ca dalib er ta ~o d e 591 p ris io ne ir os .O

p re sid en te R ic ha rd N ix on , n o e nta ntp ; fe z

j ogo dupl o: a ss inou 0armistlcio, A I ,c on tin uo u fin an cia nd o p or b aix o d os

panos 0V ie tn a d o S uI. E le ain da m an do u

intensificar 0b omb ar de io n o v iz in ho

c amb oj a. Em s ei s me se s, 0p ais v ;u c air

do ceu 2 50 m il ton elad as d e bombas,

m als d o q ue fo ; j og ad o so bre 0Japao

d urante tod a a II ~u erra M und ial. C om tal

Page 50: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 50/81

TRECHOS DE ENTREVISTAS COM GUERRILHEIROS DO VIETNA

MOSTRAM 0 LADO DA GUERRA QUE HOLLYWOOD NAO FILMOU

Por Carla Aranha I

Com a p a l a v r . asvletnarmtas

O s j o ve n s q ueempunhavam a rmas

so nh av am com uman a¢ o in d ep en d en te

Page 51: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 51/81

s mazelas vividas pelos soldados americanos todo mundo co-

nhece. Afinal, a experiencia dos Estados Unidos em solo asia-

tico caiu na boca do povo. Literalmente. A visao dos guerri-

Iheiros do Vietna, no entanto, permanece longe dos holofotes.

Ate as dias de hoje, os vencedores esrao mudos, A guerra aca-

bou - e a vida seguin nos arrozais, nas montanhas, nas selvas e nas cidades viet-namitas. Sem esrardalhaco. Ern raras ocasioes des se pronunciaram ou foram

ouvidos pelo mundo. Na V02 de personagens celebres all anonirnos do Vietna,

porem, Ita guerra dos Estados Unidos", como eles chamam 0 em bate que rna-

tau mais de urn milhao de pessoas daquele pais, assume outros contornos, al -

gumas vezes heroicos, algumas vezes crueis.

s 0 inirnigoe pressentl.ssea !)Ossa presenya,

estavarnos rnortos• ~

"0 perigo de ser atacado pelo inimigo era eonstante. Os

soldados do Vietna do SuI sempre estavam a poucos passas.

E mal tlnhamos 0 que comer. Era so arroz. Fomos abrindo

a trilha aos poucos, durante a tempo em que as tropas de

Diem paravam para jantar. Alguns de nos salam entao dos

buracos onde i'ieB.vamosdurante 0 dia para ver se 0 local

estava seguro. Se estivesse, 0 resto do grupo tambem sala

da toea. famos eolocando pedayos de plastico no chao e

pisB.vamos em eima para nao deixar pegadas. Todo euidado

era pouco. Se 0 inimigo pressentisse a nossa presen9a, es-

tavamos mortos. Quando chegavamos na trilha pegavarnas as

picaretas e continuavamos 0 trabalho na estrada. Depois

de urna ou duas horas, todo reunde veltava para os buracos.

A vida na selva era indescritivel. Dormlamos sabre folhas

coloeadas em cima da terra, para nao deixar pistas, e

passavamos muita fome. Imagine 0 que e comer so arroz 0

tempo todo? Alem do mais, todos nos tlnhamos a mais com-

pleta n09aO de que podlamos ser mortos a qualquer momen-

to. 0 perigo era enorme. 1I1asquerLamos wn Vietna livre

da dominayao estrange ira. Era muito arnor pelo pais e urn

forte espirito revolucionario~"

OUTUBRO 2004 GRANDES GUERRAS 51

Page 52: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 52/81

"Eu estava em Hanoi e acompanhei de per-t.oos bombardeios. No comeco, os ame-e

ricanos so miravaro alvos militares. Tinham uma precisao impressionante. As

pessoas que moravam la acabaram se habituando com esses bombardeios, e mui-

tos ate gostavaro de assisti-los. Era um programa. Na prime ira vez que os

inimigos bombardearam alvos eivis, todo mundo foi pego de surp~esa, ate eu.

Hinguero esperava aquilo. Natar pessoas inocentes e crime de guerra, pela

Conven9ao de Genebra, e nao .havi.anecessidade de jogar bomb~s no centro da

cidade. Acho que os americanos queriam fazer pressao polltica. As primeiras

bombas que ca.ir-amfizeram urnestrago tremendo , I\iorreramcent.enas de pe ssoas.

As bombas carregavam bolinhas de a90 que penetravam nos orgaos e provocavam

urnador horrlvel antes de matar a vitima. A popula9ao pas sou a ouiar os ame-

ricanos. Quando urnsoldade era capturado, os meradores queriam lincha-le. A

pelleia tinha que protege-Ie. Vi muita gente merrer na rua. Cabe9as explo-

diaro, era bra90 e perna para tudo quanta era lado."

Bui Van Tai, sargento do exercito do Vietna do Norte. Hanoi foi alve de

sucessivos bombardeies americanos ate 1972

,.,.

havia n e ce s s i da de de jo g a rn o ce n t r o da ci da de . E l a s

ca r r e g a v a m bo l i n ha s de a y o quep :n e t r a v a ~ n o s o r g a o s e p r o v o ca v a m umao r ho r r l v e l a n t e s de ma t a r a vitima.

• • • n a obombas

"Com a repressao ao Budisroo, pereeberoos que tinharoos que fazer algo para

dii'undir os ensinamentos de Buda. Resolvemos mandar religiosos pregarem nas

alde1as. Como so os catolicos recebiam ajuda iinanceira do governo, as pes-

soas estavam abandonando 0 Budismo, ate errtao major1tar-io no paLs, A s1-

tua9ao piorava a cada dia. Hao podiames nero mesmo nos reunir livremente.

Depois da auto-imola9aO de Quang Luc, urn grande eseandalo internacional,

Diem cercou Hue, 0 maior centro budista do Vietna. Por pouco nao morremos

todos. Picamos sem coroida, sem agua. Quando 0 eereo Beabou, reeebemos urn

a v i s o de que a p o l l ci a a t a ca r i a t o do s o s t e mp l o s do Vi e t n a do S ul . O p t a -

nos , entao, por urn protesto pac it'Lco, Sentamos no chao, em posi9ao de lo-

tus, e ficamos med1tando, enquanto os soldados invadiam nessas casas. 0 ate

comoveu ate os policiais, que pediram perdao pela violencia."

G i a n D ue , l l de r budi s t a que de i xo u 0 V~ e t n a dur a n t e 0 co n l l i t o .o governo de Ngo Dinh Diem reprimiu violentamente 0 Bud~smo ate ser de-

o s t o , e m n o v e mbr o de 1963

52 GRAN D ES GUERRAS OUTUBRO 2004

Page 53: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 53/81

"hlinha missao era considerada a mais perigosa da guerra. Fui destacado

para armar minas nas zonas de combate. Os americanos faziam urna guerra

moderna, com artilharia, suporte aereo, helicopteros. Nos, os armadores

de minas, nos especializamos no combate corpo-a-corpo. Aprendiamos como

rastejar, como se mover silenciosamente na lama e na agua, como andar so-

bre folhas secas .•• Antes de colocar as minas, preparavamos 0 campo de

batalha. Isso significava chegar 0 mais perto possivel dos americanos, pa-

ra saber exatamente onde estavam todas as poSi90es. Tinhamos que passar

debaixo do arame farpado do campo inimigo sem deixar rastros. Eu sempre

tremia quando tinha que passar pelo arame cheio de minas nas maos. Se um

americano pegasse a gente ali, era morte na certa. 1epois que as grana-

da s e xp lo di ar o t ln ha ro os que v ol ta r 0 r o a i s r a p ido p o s s l v e l . 0 pr i nci p a l ob-

jetivo era destruir 0 local onde ficavam as armas. Acabavam morrendo mui-

tos soldados tambem. Era inevitavel. hlas estavamos em guerra, e 0 nosso

lade tinha muito menos recursos do que eles."

"Em 1964, as avioes americanos come9aram a

aparecer nos ceus do Laos, na fronteira com

o Vietna, onde eU e outros guerrilheiros

vietnamitas estavamos acampados. Um-dia caiu

urnaviao bem perto de nos. Conseguimos cap-

turar um dos pilotos. A noticia do desapa-

recimento dele foi dada na radio BBC e na

Voice of America. Pensamos que devia ser umapessoa importante e perigosa. 0 comandante

da minha unidade me pediu para interroga-

10. Mas meu ingles era hOTTivel. Escrevi em

urn papel algumas perguntas basicas. Preci-

savamos saber com uTgencia qual era 0 codi-

go que ele usaria para Se comunicar com seus

companheiros. No dia seguinte a captura, as

tropas dos Estados Unidos iriam, com certe-

za, procurar 0 piloto. Ai bolamos urnplano.

D nosso soldado mais alto e corpulento se

faria passar pelo americano, usando as rou-

pas dele, para atrair as patrulhas. Quando

o helicoptero e os jatos americanos se apro-

ximaram, ele saiu correndo para uma clare i-ra. 0 plano ia muito bem ate as pilotos gri-

tarem perguntas em ingles. D nosso compa-

nheiro nao entendeu nada, mas teve urna ideia

brilhante. Jogou-se no chao, fingindo um des-

maio. Ai, sem que os inimigos esperassem,

abrimos fogo e derrubamos 0 helicoptero."

an Anh, guerrilhe~ro vietcongue. hla~s de

2 mil soldados amerlcanos cons tam da lista

de desaparecldos na guerra do Vietna

Vietnam, a Portrait of its

People at War, David

Chanoff e Doan Van 'foal,

I. .B. Taur is . 1986

Eu sempre

tremiaquando

tinha quepassar

peloarame

cheio deminas. . ,

maos

nas

.~

armas dos soldados comun~stas

t-:guen Van wo, sargento do exe rcito do Vietna do t-7orte.AS minas,cr~adas a part~r do reaprove~tamento de bombas ~nimlgas, eram urna das

O UT UB RO 2 004 G RA ND ES G UE RR AS 53

Page 54: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 54/81

Page 55: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 55/81

Page 56: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 56/81

Page 57: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 57/81

Page 58: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 58/81

58 G RA ND ES GU ER RAS OUTU.RO 2004

Page 59: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 59/81OUTUBRO 2004 GRAN DES GUERRAS 59

Page 60: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 60/81

60 GA A N DE S GUE R RA 'i OUTUBRQ 2004

Page 61: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 61/81

uerrinacabada

Nos ANOS 50, AS DUAS COREIAS SE ENFRENTARAM

PELA UNIFICA<;:AO. MAIS DE MEIO SECULO DEPOIS,

OS DOIS PAlSES AINDA VIVEM 0 CLIMA DE TENSAO

P0 rEI' i z a M u t 0

ais de cinquenta anos ja se passaran1 desde 0 cessar-fogo entre a

Coreia do Norte e a Coreia do Sul. Mas, para quem vive na fron-

reira entre as dais paises, 0 tempo pareee nao ter passado. Todos

os dias milirares armados ate os dentes perarnbulam de urn lado

para outro, A missao da soldadesca e patrulhar a chamada "zona

desmilitarizada", a disputada terra de ninguem que divide 0terri-

torio coreano no paralelo 38. A vigilia ininrerrupra tern explicacao, Tecnicamente, a

guerra da Coreia nao terminou: 0 armisticio foi assinado em 27 de julho de 1953.

56 gue nao houve urn acordo formal de paz. Ate hoje, a faixa que cotta a peninsula

ao meio e cereada pot barreiras de arame farpado. De urn lado, mais de urn rnilhao

de soldados norte-coreanos protegern seu pedaco, A outra porcao conta com 660

mil combatentes sul-coreanos e 37 mil arnericanos. Todos de prontidao 24 horas por

dia. Ironicamente, a "zona desmilitarizada" e a mais miiitarizada do mundo.

Pela faixa de terra de 4 quilornetros de largura ja marchararn tropas do norte

e do sul, ambas interessadas em consrruir urna unica Coreia. A diferenca e que 0

norte sonha com uma peninsula cornunisra. E 0 sui, com uma democracia capi-

ralista. A luta pela unificacao do pais cornecou as 4 horas da manha do dia 25 de

junho de 1950, em urn atague-surpresa do Exercito Popular da Coreia do Norte.

Uma imensa forca invasora de 135 mil homens, com apoio material da Uniao 50-

vietica, atravessou a paralelo 38 em direcao a capital sul-coreana. 0resultado foi

arrasador. Como se nao basrasse estar em desvantagem militar - COIn menos ho-mens e equipamentos -, metade dos soldados sulistas havia deixado seus postos na

tron teira para passar 0 final de semana com a familia.

OUTUBRO 2004 G R A N DES G U E R R A S 6 1

Page 62: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 62/81

Na rnanha daquele mesmo dia, 0

Ifder norte-coreano, Kim I I -sung, 0mais

longevo ditador da h is to ri a, j us ri fi co u 0

ataque em discurso it radio oficial de

Pyongyang. Em mensagem enderecada

ao povo da Coreia do SuI, disse que a

invasao era uma resposta a "investida

i nj us ra ' f ei ta pelas forcas armadas da Re-

publica da Coreia. Na verdade, a of en-siva tinha sido rnotivada por outra ra-

cio: 0 esperado apoio da Uniao Sovie-

tica. Hi alguns anos, 0 ditador vinha

tentando c on v en ee r 0 aliado comunis-

ta a dar 0 sinal verde para a investida

contra a porcao sui da peninsula. 0jor-

nalista e professor de Relacoes Inrerna-

cionais da Universidade John Hopkins,

Don Oberdorfer, revela em seu livro T h e

T wo K oreas (''As Duas Coreias", inedi-

La no Brasil) q L ie , ern d i versas circuns-rancias nos anos de 1949 e 1950, Kim

implorou a Joseph Stalin e seus diplo-

62 GRAN DES GUERR>IS OU TU BRO 200'

rna tas que aurorizassern a invasao, Em

lima das ocasioes, disse a lima autorida-

de sovierica: "Ultirnamente, nao tenho

dorrnido a noire, pensando em como

resolver a questao da unificacao de to-

do 0 pais. Se a questao da Iiberracao do

povo da porcao sui da Coreia e da uni-

ficacao da nacao for prolongada, posso

perder a confianca do povo."

d

Nas semanas que se seguiram ao

ataque, Kim teve morivos de sobra pa-

ra nao pregar 0 olho. Rapidamenre, as

forcas cornunistas rumaram em dire-

,ao a Seul. "Nessa corporacao tinha

uma ordern de ocupar a parte leste de

Seul e cornpletar sua m issao em 48 ho-

ras", conta 0 general Chae Lin, chefe

da 2' Corporacao. Essa cra tarefa f"eilpara os tanques T-34 de fabrica,ao so-

vietica, que nem se abalavarn com os

tiros de artilharia de 57 mm au fogue-

re s de 2,36 polegadas, as principais ar -

mas contra blindados das f o rc a s i nim i-

gas. Os carros de cornbate entraram nos

arredores da capital sul-coreana a 1 ho-ra da madrugada de 28 de junho. E as

2h15, Seul eaiu. Em poueo tempo, as

soldados do norte tomaram conrrole

de quase roda a peninsula, deixando asdefensores encurralados em urn peque-

no canto do sudeste do pais, conheci-

do como 0 "perfmerro de Pusan".

Foi somen te apos a queda de Seul

que as Estados Unidos perceberam 0

real perigo do avanco cornunisra na pe-

ninsula coreana. A te enrao, a Coreia do

Sui nao era uma prioridade para a po-

lfrica extern a americana, que conside-

rava 0 pais um a area auxiliar para a se-

guran<;a e defcsa do japao. Em 1949,por exernplo, retirararn suas [orcas de

ocupacao da metade capiralista, deixan-

Page 63: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 63/81

do apenas urn pe-

queno ruimero de as-

sessores militares, A

medida podia pare-

eer d rastica , m as, afi-

nai, a U niao Sovieti-

ca tarnbern havia re-

rirado suas tropas cia

peninsula . A diferen-

,a foi que as soviet i-

cos riveram a precau-

,ao de fazer isso so

depois do esrabeleci-

m ento de urn exerci-

to bern equipado e

rreinado no norte, 0

ataque de Kim, no

e n ta nto , d esp er ro u a s

americanos. Na tarde de 2 5 de junho, a

presid en te H arry T rum an reu niu -se com

seus p rin ci pa is c on se lh eir os , Eles Ioram

unanimes em reconhecer a gravidade da

situacao e concordaram COIn 0 general

Omar Bradley, chefe do Esrado-Ma ior

das Forcas Armadas. Na opiniao do ge-

nera l, a R ussia "a inda nao esta prepara-

da para a guerra , m as obviam enre os fUS-

sos estao nos restando na Coreia, e a li-

nha deve ser tracada agora". A Guerra

Fria cornecou a esquentar.

GUERRA FRIA

o presidente americano deterrni-

nou 0 envio de armas para 0 exercito

sul-coreano, E tarnbern autorizou 0 ge-

neral Douglas MacArthur a dar prote-

,00 militar para a entrega do material,assim como para a evacuacao dos ame-

ricanos da regiao. No dia 29 de junho,

Truman decidiu tarnbem enviar ao pais

duas divis6es de soldados americanos

que estavam no japao. Afinal, a sirua-

cao estava cada vez m ais quelue naque -

las bandas. 0 ditador Kim Il-sung ha-

via deixado claro: nao aceiraria a reso-

lucao do Conselho de Seguranca das

Nacfies Unidas, adotada em 2 5 de ju-

nho par 9 a0,com a abstencao da Iu-

goshivia, que exigia que a Coreia do

Norte retirasse suas rropas 0 mais ra-

CREPRODU<;AO

pido passive! do so -

lo sul-coreano "A

guerra da Coreia es-

tabeleceu a Guerra

Fria e fez com que a

peninsula coreana se

rornasse 0 centro da

atencao global", ava-

lia Oberdorfer.

o clirna esguen-

tou ainda mais quan-

do 0Ocidenre deci-

diu se unir para con-

tel' 0 avans;o comu-

nista. Dois dias de-

pois do pronuncia-

mento do !ider nor-

te-co rean o, as N aco es

Unidas solicitaram aos pafses membros

ajuda para a Coreia do Sui. No total,

alern dos Esrados Unidos, 15 paises en-

viaram cerca de 300 mil soldados para

a regiao. 0 contra-ataque teve inicio

em 15 de setembro, quando a general

MacArthur desembarcou suas tropas

na cidade portuaria de Inchon, na por-,ao oeste da peninsula. Era urna rna-

nobra arriscada: as soldados precisavam

veneer as mares imprevisiveis de urn

porto rochoso e escala r paredoes de qua-

se 6 metros para entao enfrenrar uma

ilha fortificada e urna cidade oeupada

par forcas norte-coreanas, Mas, contra-

riando rodas as previsoes pessimistas, a

general americana liderou uma jogada

de mestre, Ap6s urn bombardeio pre-

paratorio, dois batalhoes entraram emInchon , baten do a resis tencia com pou-

cas baixas. Ao mesmo tempo, as arne-

ricanos romperam 0 cerco a Pusan e

iniciaram uma invesrida em direcao ao

norte, Os comunistas entrararn em pa-

nico e baterarn em retirada, Eo que era

ir na gi na ve l a co nr ec eu : os ocidenta is re-

capturaram Seul.

o general MacArthur poderia ter

parado no paralelo 38, ja que a Coreia

do SuI esrava livre. Mas agora as Esta-

dos Unidos t inham outros planes: que-

riam unificar a Coreia sob urn unico

Durante a Guerra da Coreia, uma

unidade do exercito dos EstadosUnidos matou a sangue-frio cerca

de 300 civis no vilarejo de No Gun

Ri, a 160 km de Seul. Foi 0 segundo

maior massacre cometido por

tropas americanas no seculo 20,

perdendo apenas para a rnatanca

de My Lai, no Vietna, quando 504

pessoas foram mortas em 1968.

A traqica hist6ria aconteceu nos

primeiros dias de confUto, quando

recrutas inexperientes receberam

ordens do alto escalao americana

para impedir - se necessario atorca - a passagem de civis por

suas linhas de defesa. Os jovens

combatentes responderam

abrindo fogo contra centenas

de camponeses amontoados

pr6ximos a uma ponte de

No Gun Ri durante tres dias.

o resultado: mais de 300 mortos.

o epis6dio veio a tona somente

em 1999, quando uma equipe

de jornalistas publicou uma serie

de reportagens sabre a massacre

com base em entrevistas com

sobreviventes corea nos e

veteranos de guerra americanos.

Relutante no inicio, Washington

s6 reconheceu a crime de guerra

dois anos depois.

Page 64: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 64/81

governo pr6-ocidente. MacArthur tam-

bern acreditava que aquele era urn mo-

mente favoravel para urn golpe decisi-

vc contra 0 comunismo. Em 30 de se-tembro, ele mandou um recado para

Kim ll-sung: os comunistas deveriam

depor as armas e se render. 0supremo

comandante do Exercito Popular ignoc

rou 0 ultimate do general americano e,

imediatamente, 0 excrciro das Nacoes

Unidas atravessou 0 paralelo 38. Em

sua m archa para 0 norte) deram 0 tro-

co e tomaram a capiral do norte, Pyong-

yang, em 20 de ourubro.

A CHINA ENTRA NA BRIGA

A ousadia do Ocidente teve um

pre<;o alto: a entrada da China no con-

flito. Pequim ja havia sinalizado que

nao to leraria a aproxin1a<:;:ao da s tfOpas

lideradas por MacArthur do territ6rio

chines. Alguns dias depois que os sol-

dados das Nacoes Unidas cruzaram 0

paralelo 38, centenas de milhares de

c hin es es in v ad ir am a p e nin su la c or ea -

na pela Manchuria. "Tcdo 0povo chi-

ne s de c id iu , voluntarialnente, dedicar-

se ao clever sagrado de resisti r a A m e -rica, ajudando a Coreia do Norte e de-

f endendo seus l ar es e suas rerras", de-

clarou 0 lider chines Mao Tse-tung, em

novembro. A guerra tomava novos ru-

mos. Sob 0 comando do celebre lider

g ue rr ilh eiro L in P ia o, o s c hin ese s rc-

conquistaram a capital do norte em 4

de dezembro. A rnassa de soldados tam-

bern fez com que as tropas das Nacoes

Unidas batessem em retirada desorde-

nada. E, em 4 de janeiro de 1951, Seul

foi novamente capturada pelos cornu-

nistas. Abalado, 0 general MacArthur

avisou Washington. "Esrarnos enfren-

tando uma guerra completamente no-

va', declarou. Para ele, medidas rnais

duras precisavam ser tomadas.

Por pOlleD 0 mundo nao assistiu a

Terceira Guerra Mundia!. "Pesquisas

recentes revelam que 0 presidente Tru-

man esteve rnuito perto de urilizar born-

bas at6micas contra cidades norte-co-

reanas e chinesas em abril de 1951. Mas

ainda sabemos muito poueo sobre es-

se grande segredo", revel a 0 professor

da Universidade de Chicago, Bruce Cu-

mings, especialista em Hist6ria da Co-

reia. A eclosao de um conflito total 56foi evitada gra~as a modera<;ao de Sta-

lin durante a refrega, segundo 0 espe-

cialista. "Diria que a cautela de Stalin

foi mais importante que qualquer ou-

Page 65: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 65/81

tra coisa para impedir a Terceira Guer-

ra. Cinicarnente, ele se distanciou de

Kim Il-sung ap6s a ocupacao america-na da Coreia do Norte e estava feliz em

ver os americanos entrarem em guerra

com a China", avalia Cumings. "Stalin

nao queria que a guerra assumisse pro-

porcoes globais. Ele sabia que perderia

a um pre~o terrivel, ja que as Estados

Unidos tinham pelo menos 350 born-

bas at6micas e a Uniao Sovietica, cer-

ca de 25", acrescenta.

Em 1951, os lideres chegaram a con-

clusao de que a guerra havia ido longedemais. Ambos as lados viram-se dian-

te de urn estado de impasse, com a re-

cuperacao do exercito das Nacocs Uni-

das que, em 30 de abril, avancou a linha

de frentc para as arredores do paralelo

38. Assim como no inicio do confliro,

as inimigos se defrontavarn na faixa de

terra que divide as duas Coreias. Foi en-

tao que a presidente arnericano anun-

ciou que as Nacoes Unidas estavarn dis-

pastas a assinar wn cessar-fogo. Mas, an-

tes de levar a cabo sua estrategia, teve de

enfrenrar urn "adversario" muito proxi-

mo: 0 ambicioso general MacArthur. Ele

defendia urn ataque direto a China e

pronunciou aos quatro ventos sua opi-

niao. Foi a gota d'agua. 0presidente

exonerou MacArthur por insubordina-

~ao em abril e as negociacoes de paz ri-

verarn inicio em 10 de julho.

As conversacoes se arrastararn por

dois anos, com interrninaveis discus-

soes sabre quest6es como a reparriacao

de prisioneiros e 0 posicionamenro da

linha de arrnisticio. A morte de Stalin,

em marco de 1953, acelerou 0 proces-

so. E, em 27 de julho de 1953, 0 ar-

misticio acabou, enfim, assinado, com

o estabelecimento da fronteira no pa-

ralelo 38 e a criacao da Zona Desmili-

tarizada - mais conhecida pela sigla em

ingles DMZ. Com a arrnistfcio, a sorn-

bra de uma guerra mundial se dissipou.

Mas a peninsula coreana estava devas-

rada. Embora os nurneros sejam incer-

tos, estimativas indicam que, em tres

<01 DIVULGAC;:AO 2 EGElERTO NOGUEIRA

anos de conflito, as tropas comunistas

sofreram baixas de 900 mil chineses e

520 mil norte-coreanos. Do lado ini-

migo, mais de 130 mil soldados sul-co-

reanos e 54 mil combatenres america-

nos morreram durante a guerra. 0 em-

bare deixou marcas profundas nas duas

Coreias, Are hoje fanlflias estfio separa-

das pelo paralelo 38. Inicialmente, a in-

rencao era de que a armisticio Fosse tern-

porario. De acordo com 0documento,

o cessar-fogo seria manrido "ate que urn

acordo de paz final fosse aringido". S6

que tal tratado de paz nunca aconte-

ceu. E essa assustadora faixa de terra

que divide a peninsula continua petri-

ficada no rempo.

IIAlSA MAIS

LlVROS

Korea's Place in the Sun - A Modem

History, Bruce Cumings, Norton, 1997

The Two Koreas - A Contemporary Histo ry,

de Don Oberdorfer, Basic Books, 1997

The Korean War - The First Comprehensive

Account of the Historical Background and

Development of the Korean War, de Kim Chum-

Kon, Kwangmyong Publishing Company, 1973

The Bridge at No Gun Ri - A Hidden Nightmare

from the Korean War; de Sang-Hun Choe, Martha

Mendoza e Char les J. Hanley, Henry Holt &

Company, 2001

SITES

http://www.korea50.army.mil

Em 6 de janeiro de 1956,

Kim Chang Eon, ex-prisioneiroda Guerra da Coreia, desembarcouno Rio de Janeiro com urn grupode 50 norte-coreanos. A cidade estavaem testa, em pleno camavat,Para 0 soldado, as ruas cariocastornaram-se portas do ceu,"Depois de viver 0 inferno da guerra,o Brasil parecia 0paraiso", recorda-se.Desde que chegou aqui, Kim nuncamais voltou para casa. Econfessa: naotem vontade de retornar ao cenarlodo conflito. "Quando voce apanhauma vez da guerra, nao apanhanunca mals". diz.a Brasil foi urn dos poucos paisesque acolheram ex-prisioneiroscorea nos. No contexto daGuerra Fria, era uma questaodelicada tomar partido. Mesmoassim, 0 governo brasileiro deuasilo a soldados que haviarn side

capturados pelas tropas das Nac;6esUnidas e se recusaram a voltar paraa terra natal ap6s a assinatura doarrnisticio, em 1953. Uma vez no Brasil.eles queriam esquecer a insanidadedos campos de batalha. Desse periodo,Kim so traz mas lembrancas. "Urn dia,o exercito apareceu em rninha escolaenos levou para a guerra. Nem tivetempo de me despedir dos meus pais",conta ele. "Eu ainda era molequee nem sabia usar uma arma." Aos 71anos, Kim adotara definitivamentea patrla brasileira. Quer apagar deseu documento de identidade 0termo

"nacionalidade ignorada" e aguardaseu pedido de naturalizecao: "Eu meconsidero brasileiro."

O UT UBR O 2 004 G RA ND ES G UER RA S 6S

Page 66: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 66/81

• •

NAS SELVAS E CIDADES, 0 GIGANTESCO

ARSENAL AMERICANO ENFRENTOU A

CRIATIVIDADE MILITAR DOS VIETNAMITAS

Por Fabiano On<;a I Ll u s t r a c o e s Kako

guerra do Vietna foi, em

rermos de arrnas, urn con-

fliro desigua! De urn la-

do, os Estados Unidos,

com amplos recursos e 0 mais moder-

no arsenal do planer a. Do ourro, 0

exerciro do Vietna do Norte e a guer-

rilha vietcongue, cujo principal trun-fo era a habilidade de transforrnar fer-

ro-velho em armas letais. Mas a des-

vantagem belica dos vietnamitas po-

de ser cornpensada, em parte, pela aju-

da de seus amigos comunisras, URSS ,

China e Tchecoslovaquia inundaram

Hanoi com todo tipo de armamento.

E as batalhas se transformaram em

uma verdadeira queda-de-braco entre

as industrias belicas do capitalisrno e

do cornunismo.

66 GRAND ES GUERRAS OUTUS'O 2004

Motor/Empuxo

2 T e xt ro n l y com in gT 55- l7 1 2 c om 4 .5 0 0 HP

Comprimento ...30 m

L argura .... . ..3 ,8 mA ltura.... . ..5 ,8 mPeso.. ..8 ,4 t

So ldados transportados ....3 3Tripula~ao minima ...4Capacidade de carga interna 4,5 t

Capacidade de carga externa

(com ganchos) ......7 ,2 t

Velocidade maxima 296 k m / h

Autonomia de voo 360 kmTeto de vee (altura) ...3 .000 m

A rm ome nto : m etra lh ad ora 7 .6 2 mm n a p orta

CH·47A CHINOOKo C hinook foi usadopara transportar pecas

de artilharia, munlcao,suprimentos e soldados.

Tarnbern foi muito utilem atendimentos medicos,

rnissoes de resgate e outras

cperecces especiais.

POR QUE ENTJlOUPARA A HISTORIA?o m odelo C H -4 7 A en trouem combate pela primeira

vez em 1962 e logo se tornouo "burro de carga" do exercito

americana. Gra~asa ele,

foi possivel transportar

u ma g ran de q uantidad ede material pelas selvas

e montanhas do inospito Vietna.

Page 67: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 67/81

BELL UH-1DIROQUOIS (HUEY)Apelidado de Huey -

au "Huguinho" em ingles,

elusao a urn dos sobrinhos

do Pato Donald -, 0 helicoptero foiutilizado em assaltos aereos, suporte

a infantaria, transporte

de pelotoes, operecoes

de resgate, socorro medico

e reconhecimento de terre no.

POR QUE ENT~OUPARA A HISTORIA?o Huey foi a expressao maxima

da doutrina americana de

mobi l i dade aerea no Vietna.

Com 0helic6ptero, patrulhas

foram enviadas ou resgatadas

nos lugares mais remotos.

A aeronave tambern foi valiosana evacuacao de feridos, pais tinha

capacidade interna para transportar

ate seis macas enf i le i radas.

•. l"~·

Motor/Empuxo

LycomingT53-L11 com 1.100 HP

Comprimento ...

Largura .....

Altura ..

P eso ..

....17,6m

....2,6 m

.. 4,4m

.. 2,1 t

Soldados transportados 12

Tripulat ;ao m inim a . 2

Capacidade de carga interna 4, 5 t

Capacidade de carga externa

(atravesdeganchos) . . ......7,2 t

Velocidade maxima 296 km/h

Autonomia de v60 360 km ",leto de v60 (altura) .. 3.000 m

Armamento: m etralhado ra 7 .6 2 m m n a po rta

OUTUBRO 2004 GRANDES GUERRAS 67

Page 68: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 68/81

o EXERCITO DOS

ESTADOS UNIDOSA soldadesca que combatiano Vietna era bastante jovem.

Os recrutas tinham, em media,

19 anos . Ao desembarcar

em solo vietnamita, recebiam

urn uniforme especial para

o inferno das selvas. As botastinham buracos para permitir

o escape de agua e sola

reforcada para protegercon tra a rm ad ilh as . O s so ldados

tarnbern carregavam uma

capa de chuva e urn par

de meias extra. Outro

companheiro mseperevelera 0 capacete, onde ficavamas pertences mais valiosos,como cartas e cigarros.

.M16Fuzil de assalto leve, era feito em

plastico e aluminio. Foi empregado

pela primeira vez em fevereiro de 1964.

POR QUE ENT~OUPARA A HISTORt~?o M16 era dificil de rnanejar e,

por isso, causou inumeras baixas.Suas pec;astinham que ser limpasconstantemente. Alern disso, nao

podiam entrar em contato com a

umidade, 0 que era praticamente

impossivel no Vietna. Resultado:

a arma travava e os sold adosficavam amerce dos w:otfhimigos.

M60Metralhadora leve que podia

ser carregada ate por urn sola ado- bern ao estilo Rambo.

Tarnbern podia ser acoplada

em veiculos e helic6pteros.

, / I tPOR QUE ENTJlOU'PARA A HISTORIA?A M60 detinha 0 maior Rodel

de fogo .ern urn pelotaoitle '

infantaria.O unico problema

era que, as vezes, falhava e

slmplesmente nao parava de atirar.

Comprimento.. ....98,6 e m

Calibre" '"'''' "",,5,56 mm

Alimenta~ao (cartuchos) """,20/30 balas

Peso (semrnunkao). .. '"' ' "".".2,8 k g

(com cartucho de 30 balas)"""..3,6 k g

Cadencia (tires por minuto) ",}50

~:~:~~::! i i :~::::::::::::::~}~~~

-Cadancia cielica (p/min)"""",100 tires

Cadencia (ininterrupta p/min) .200m

Alcance efetivo fL 1 ,1 m

Alcance maximo .'.3,75 m

Page 69: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 69/81

M203o lane;;:a-granada, que podia ser acopla-dq..ao rifle de assalto, foi usado paraapoiarataques. manter posicoes e

lancer sinais de comunlcacao.

POR QUE ENTJlOUPARA A HISTORIA?o M203 supriu uma falha de seu

antecessor M79. Antes. 0 soldadocarregava apenas 0 lanc;a-granada.Se urn inimigo surqisse a curtadlstancfa, nao tinha chance de reac;ao.Ja 0 M203 podia ~eFacoplado ao rifle.

o recruta podia granadas

e nolo ficava a do inimigo.

Cadencia cielica (plmin) 100 t iros

-Cadencia (ininterrupta plmin) .200 m

Alcance

(efetivo do alvo espedfko) ~..150 m(efetivo da area) .. . ~50 m

(maximo) .400 m

(m inimo d e sequrancal .3 1 mAlcance efetivo.. .. 1,1 m

. . ..

MARK 1 PBRo barco de patrulha fluvial percorreu

as areas ribeirinhas do delta do rioMekong, principal arteria do Vietna

do SuI. Suas miss6es inclufam escolta

armada, trans porte, reconhecimentoe lnterceptecec de embarcacoes.

POR QU.EENTROU PARAA HISTORIA?Como a Vietna do Sui e cortado parmais de 5 mil quilcmetros de rios,o trabalho dos barcos fluviais erainfinito. John Kerry, candidatodemocrata das elekces de 2004 nosEstados Unidos, serviu durante 1967nesse tipo de embercecao.

Motores2 jatas d'aquamavidosa diesel

Comprimento, 9.4 m

Material.. . fibrade vidraTrlpulacao minima .4

Velocidade maxima ~.4q.5kmlh

Armamento: duasmetralhadoraspesadas.50,umametralhadaraM60au lanca-granada

B·52Go 8-52 "Stratofortress't-era capazde voar em grandes altitudes,no limite da estratosfera, 0 queo protegia de interceptadores.

POR QUE ENTJlOUPARA A HISTORIA?o bombardeiro foi 0 pesadelodos norte-vietnamitas - destruiudiversas fabricas e cidades. Noscampos de batalhas, 0 B-S2 deteve

ofensivas inimigas e quebrou linhasde suprimentos. No campo politico,os americanos recotreram ao aviaomilitar para forcar concessoes norte- ' __vietnamitas na mesa de negocia~oes.

Soldados transportados ,12

;rripula~ao minima 6Capacidade.... . 221.3 t

Velocidade maxima . . ' . . t 9 5 6 kmlh

Autonomia de veo 12.077 km

Teto de veo 12.191 m

Armamento: 4 metralhadoras M2 50

Turbinas8 turbinas Pratt & Whitney J57·P-43WB

Comprimento 49 mfnvergadura .56.3 m

Altura, 12.3 m

Peso ,... . ~.~.1 t

'I

' .;

Page 70: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 70/81

F·4 PHANTOM IIEra urn caca-bombardeiro

supersonico capaz de voar

Ionqas distancias e interceptarinimigos em altitudes elevadas.

POR QUE ENTfiOUPARA A HISTORIA?Versati l, real izava rnlssoes

de escolta, bombardeioe interceptacao, Original mente,

so combatia utilizando misseis ar-are quando nao tinha mais misseisficava indefeso. Varies foram

abatidos par avioes como 0MiG 17 (*),

que era armada com canhoese metralhadoras. Com a Introducac

de urn canhao de 20 mm no "nariz"

do caca. 0 Phantom tornou-se urnpareo duro para as aeronaves inimigas.

"MIG· SIGLA fORMAOA PELOS SOBRENOMES DOS 0015

INVENTORES RUSSOS DESSA AERONAVE: MIKOYAN EGUReVICH.

Motores2 GEJ79·GE·17

Comprimento ..

Envergadura ..

Altura .

Peso ..

.. 1 9 ,2 m

.. 11,7 m

.. .5m

. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 26 . 300 k g

Tripulac;;ao minima.. . 2Capacidade . .. 2 2 1 ,3 t

Velocidade maxima 2.305 km/h

Autonomia de vbo 865 km

Teto de veo . .. 18.000 m

Armamento: variavel - bombas convencionais,

mfsseisar-arAIM-7 Sparrow,misseisat-terra

A GM ·65 M aver ic k , can hac de 2 0 mm .

CV59 USS FORRESTALo USS Forrestal estreou nos mares em

1955. Foi 0 primeiro suparporta-avloes

da Marinha americana, construido paraoperar com jatos. Seu desenho tinha

urn deck que permitia aterrissagens

e decolagens slmultaneas.

POR QUE ENTfiOU ..PARA A HISTORIA?Em 29 de julho de 1967, no deck

do navio, um foguete disparou

acidentalmente de urn caca F-4

Phantom, atinginda urn modela A-4

Skyhawk armada. 0avlao explodiu

e provocou uma reecac em cadeia.

varies avioes se incendiaram e 0 fogo

alcanc;ou 0 porao do navio. Foi 0 pior

acidente do genero desde a II GuerraMundial: 134 mortos e 64 feridos.

o USS Forrestal participou da guerra

do Golfo. Saiu de cena em 1993.

Empuxo

2 60.000 hp

Cornprimento.. . .323 m

Tonelagem 79.300 tPista de decolagem .. . 77 m

Tripulac;ao marinha 3.019

Tripulacao aerea.. . 2.480

Avioes embarcados 75

Page 71: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 71/81

Motores

P&W J -52 -P ·4 0 8 '

Comprimento. ,., 12 , 22 m

Envergadura .., ,8,38 mAltura. ...".4,57 mPeso " " 11,136 kg

Tripula~ao minima" 1

Capacidade """"".221,3 t

Velocidade maxima ."".""." 1 .1 0 0 km/hAutonomia de vee .3 .220 km

Teto de voo "."".". "".".12 .880 m

Armamento: var ia ve ! • 2 canh6es

C olt Mk 12 d e 20 mm, b om bas co nv en cio nais,

lancadores de foguet es , rnlsseis ar-terraAGM-12

B ullp up e e r- ar A IM ·9 S id ew in de r

A-4SKYHAWKCriado em 1956, 0 cacade ataque foi projetado

para atender a Marinha.

que precisava de umavtao para operar a

partir dos porta-avioes.

POR QUE ENTROUPARA A HaSTORIA?Desenhado pelo projetista

Ed Heineman, pesava ~/"~~~~ ......... ~'~~~~~~~~-1Smetade do estipulado ..

pela Marinha e possuia

asas tao compactas que

nao precisavam ser

~~ib~:i1j~~~~Sno~~i'n::i~c:i·O~vic'es,~."IoJ~

do conti ito como

bombardeiro leve.

o Skyhawk teria jogadoa ultima bomba

lancada pelos EstadosUnidos no Vietna.

Page 72: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 72/81

VIETCONCUEAssim as americanos chamavam as

guerrilheiros comunistas do Vietna. A

expressao e pejorativa. Recrutadosentre as jovens das aldeias, as

vietcongues se misturavam aosaldeoes, 0 que dificultava aldentificacao pelos inimigos. Nao

usavam uniforme. mas sim raupas

comuns, como 0popular pijama preto

e sandallas. Mestres na arte daimprovisacao, transformavam vel has

pistolas, armadilhas primitivas e atebombas inimigas nao detonadas emarmas letais.

EXERCITO POPULARDO VIETNA DO NORTEInicialmente, os sold ados vestiam osmesmos conjuntos pretos dosvietcongues. Depois, passaram a usaruniformes verde-oliva, com sandalias

de borracha ou botas. (ada soldadocarregava urn cantil, urn cobertor,uma capa de chuva, uma porcao decamerae ou franqo, 1,5 quilo de sal e7 qui los de arroz.

RPC 7V

oRPG7V (Rocket Propelled Grenade)

foi a principal arma antitanque dosvietnamitas. Esse lanc;;a-granada deorigem sovietica atingia alvos move isa uma distancia de ate 300 metroseo projetil rompia couracas de ate30 centimetros de espessura. 0RPG7Vera outro pesadelo dos helicopterosamericanos. Tambem podia serutilizado como artilharia, umavez que 0 projetll explodia cincosegundos apos ser disparado.

9,'t.!'~TOKAREVA fabricacao da pistola foi encerradapela URSSem 1954, mas a TokarevTT33 resistiu ao tempo e foi muitoutilizada como arma secunda ria pelosoficiais norte-vietnamitas. Simplese resistente, disparava seus oitoprojeteis a uma distancia de atednquenta metros.

72 G RA ND £S G UE RR AS OUTUBRO 2004

Page 73: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 73/81

AK-47o rifle de assalto, de fabriea~ao

sovietica, foi empregado tanto pelo

exercito norte-vietnamita quanta pel a

guerrilha vietcongue.

POR QUE ENTJ10UPARA A H.STORIA?Conhecido como 0 "rifle dos

camponeses", 0AK-47 foi a arma da

ha. Comparado com 0 M16

~·an,eriealno. tinha cadencia de tiro einferior. Mas possufa

Funcionamento

a ut om at ic o e s em i-a ut or n at lc o

....................... 87 em........ 7,62 mm

. . . . . .. . . . .. 20/30 balas...................... .4 ,3 k g

Cadencia (tiros por minuto) 600

Aleanee efetivo .350 m

Alcance maximo " ..800 m

Veloeidade

do pro!etil (inicial) 78 0 m/ s'I

." ". . . . .

MAT-49A submetralhadora foi utilizada pelo

exercito frances na guerra da

Indochina, em 1949. Com a retirada

gaulesa, as vietcongues adaptaram as

armas surrupiadas do inimigo,

instalando urn pente sovietlco de 35

balas. Era eficiente nos comhates acurta distancia, E ainda tinha urn

charme extra: a braco de metaldobrava-se para a frente, deixando-a

mais compacta para 0 trans porte.

TYPE 63o morteiro de origem chinesa foi

bastante empregado durante 0

conflito, devido a sua performance em

terrenos irregulares.

POR QUE ENTJ10UPARA A H.STOR.A?Considerado a "artilharia dos pobres",

o Type 63 era urn dos menores

rnorteiros do mundo. Podia ser

operado ate mesmo por um homemsozinho. Os Estados Unidos

capturavam a muni~ao desses

morteiros e a devolviam de forma

original: via helic6ptero. 0 artilheiro

lancava 0obus no estilo MAD (Mortar Air

Delivery - Entrega Ae r ea de Morteiro).

. '

Funcionamento

a ut o rn a ti co e s em i- au tomat ic o

Comprimento do cano 61 em

Muni~1io (obus) 60 mm

Peso.. .. 12.1 kg

Cadencia (obuses p/min) 20

Aleanee.. .. 1.530 m

Velocidade

do projetil (inieial) 134 ml s

Page 74: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 74/81

MiG·21o caca surgiu em 1956, na uniaoSovietka. Sua principal missao no

Vietna foi interceptar a forca inimiga

em curtas distancias e em ceu aberto.

Uma de suas qualidades era levantar

voo em pistas nao pavimentadas.

POR QUE ENTJlOUPARA A HISTORIA?o MiG-17 era 0 adversarlo do

F4 Phantom. Suas asas em delta

e as sucessivas rnudancas emseu instrumental eletr6nico

acabaram por toma-to 0 cacamoderno mais produzido

no mundo, com 8 mil unidades

fabricadas em pafses como URSS,

Tchecoslovaquia e China.

Motor

Kl imovVK-1 f

Comprimento ..

Envergadura ..

A ltu ra ..

Peso ..

. .. .. .. .. . 1 1 . 3 m

. 9 .6m. .3 .8m

. . .. . .. .. . ..6.069 kg

Soldados transportados .33Tripulacao . 1

Ve lo c idade maxima 2 .3 0 5 km /h

Autonomia de voo., ....1.860 kmTe to de v60 (a ltu ra) 1 7 .4 0 0 m

A rmamen to : var iave l-1 c an hao NR-37D

37 mm, 2 canh6es NR-23 23 mm, 4 m isseis ar-ar

A A -1 A lk ali o u 2 A A -2 A tto l

74 GR AN DES GU ER RAS OUlUB RO 2004

Page 75: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 75/81

Comprimento 15,8 m

Envergadura 7, 2 m

Altura 4.5 m

Peso 6.069 kg

Tripulacao 1

Velocidade maxima 1 .3 00 k m/h

Autonomia de voo 1 .860 km

Teto de voo (altura) 1 9.0 00 m

Armamento: varlavel - 1 canhao de dois

cano s G Sh-2 3L 2 3 mm c om 20 0 tiros , rn lsse is

ar-ar P L-7. P L-1 0.A A-2 .A A-8 o u b orn bas

MiG-17Originalmente um interceptador

defensivo, 0 MiG-17 demonstrou

ser "pau-para-toda-obra" na Guerra

do Vietna. Foi escalado para todo tipo

de missao. desde escolta ate bombardeio.

POR QUE ENT~OUPARA A HISTORIA?Mesmc ultrapassado, 0 MiG-17

foi urn dos avioes mais eficazes

do confUto. Armado com tres can hoes,era usado contra os Phantoms

e Skyhawks. Mesmo sendo uma solw;ao

intermediaria entre os subs6nicos

e os supersonicos, ainda participou

de quase todos os conflitos na Africa

e no Oriente Medio nos anos 80.

O UT UB RO 2 004 G RA ND E S G UE RR AS 75

Page 76: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 76/81

De olhos eouvidos bemabertosNENHUMA OUTRA GUERRA MERECEU TANTO A ATENC;:AO DE

GRANDES ARTISTAS. PARA MERGULHAR NA INSANIDADE

DO VIETNA, BASTA PASSAR NA LOCADORA OU OUVIR ROCK'N'ROLL

Por Andre Barcinski

A experiencia americana no Viet-

na virou rerna de incontaveis

filmes e inurneras rnusicas. As obras re-

Ileriam, clare, a visao de seus auto res,

e pOl' isso trataram 0 assunto por diver-

50S angulos, tao variados quanto as opi-

nioes. No inicio do conflito, quando 0

pals ainda acreditava na guerra, havia

poucas letras Oll roreiros que se opu-

nham a posicao dos Estados Unidos.

Devido a crescente insatisfacao da

populacao com os rumos do embate,

cornecaram a surgir trabalhos que qlles-

tionavam 0 papel arnericano na Asia,

especialrnenre no rock'n'roll. De Jimi

Hendrix a The Doors, todos os grandes

asrros lancaram hinos em prol do lema

da epoca: "paz e arnor".

Os cineasras demoraram mais pa-

ra abordar 0 assunto, mas, quando 0

fizerarn, demonstraram U1l1 talento es-

pecial para tocar nas feridas do pais.

Diretores como Marti n Scorsese, Fran-

cis Ford Coppola e Michael Cimino,

os bad boys de Hollywood, surgirarn

corno Ulna nova forca, trazendo para

as tel as 0 radicalismo da gera<;ao de

1968. A seguir, dez filmes e dez musi-

cas essenciais para entender a in-

sanidade da Guerra do Vietna.

•• NA MUSICA

STA R-S PA NG LED BA NN ER -

JlM I H EN DRIX (1 969 )

Quan do Hen dr ix sub iu ao palco para

encer ra r 0 Festival de W oods toc k e

toc ou essa versao d is to rc ida e "suja"

do hin o n ac io n al amer ican a, che ia de

m ic rafon ia, e le ten tou rep lic ar as son s

do s campo s de batalha. Fez mais que

isso : c r io u a momen ta mus ical

de fin itivo de um a gera,;;o .

© DIVUlGAt;AO

Page 77: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 77/81

i.NA S TELA S

APOC ALYPSE NOW (1 979)

D ir e,a o: fr an c is fo r d C o p po la

E sp ec ie d e "o pe ra " s ob re a d em sn c ia d a

gue r ra. C oppo la film ou em c ore s g lo rio sas ,

c om e fe it os fo to g rM i c os q ue p ra tic ame n te

tran sfo rmaram as co m b ates n um espetaculo

em t ec n ic o lo r , n uma c r itic a c la ra ainconsequence do pais, que parecia ver a

guerra como urn passeio po r uma

D i s n ey la n d ia e xo ti c a. Uma o b r a- pr ima .

OHIO - CROSBY, STILLS, NASH

& Y OU NG (1 970 )

C om po sta e g ra va da em uma ta rd e, fo i u ma

respostaam orte de quatro alunos da K ent

S ta te Un i ve r s it y, a lv eja dos p o r m i li ta re s

d ur an te um p ro te sto c on tr a a g ue rr a. Um a

d as le tr as m ais s om b ria s d e N eil Y o un g :

" Es tamo s s o zi n ho s ( ..) o s s o ld ad o s e s ta o

a rr as d e n o s."

WHAT'S GOING ON - MARVIN GAYE (1 971 )

Gaye fez urn disco in teiro que, em vez de dar

r es po s ta s p ar a a s it ua ca o, p er gu n ta va : " 0 q ue

e sta a co n te ce n do ?" A s le tr as fa la vam - p or

rnetaforas e sim bologias - da epoca ca6tica

qu e 0 p ais atrav essav a. Uma o bra-p rim a d o

s ou l- e d a r n us ic a p olit ic a.

PECADOS DE GUERRA (19 88)

Dire~ao : Brian D e Pa lma

Um g ra nd e film e, a te h oje p ou co c o me n ta do . Um a d as

p ou c as o b ra s h olly w oo d ia n as a n a o te n ta r ju s tific a r o s a to s

american os usando como desculpa a in san idade da guerra.

A o c o nta r a h is to ria d e um s old ad o (M ic ha el J . fo x) q ue

d ela ta c ompa n he ir o s p or e s tu pr ar uma v ie tn amit a, B ria n D e

P alm am o s tr a q ue um u ltim o s us pir o d e c ivil id ad e p od e

sob reviver, mesmo n o meio de tan ta vio len cia e in sensatez.

O UT UB RO 2004 G RA ND ES G UE RR AS 77

Page 78: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 78/81

III \JA r

BORN IN THE U SA - BRU CE

SPRINGSTEEN(1985)

C as o u nic o de m us ic s an ti-Vie tn a qu e

ac ab ou ap ro pr iada c om o hin o p ela

d ir ei ta ame ri ca n a, e s pe c ia lm e nt e d epo is

q ue R on ald R eagan a u tilizo u c om o

t ema de s ua c ampa n ha e le it or al .

Sp ri n gs teen f ic ou a rr a sado .

TH E END - TH E DOORS ( 19 67 )

U ma rn us ic a para s em pre

assoc iada a gue rra do vie tn a, par

c ulp a d e F ra nc is F or d C o pp ola , q ue

a utilizo u n um a fam os a c en a de

Apocal ypse Now.

78 GRA ND ES GUERJ1A S O UTU BR O 2 00 4

A NO lTE DOS MORTOS-VIVOS (1968 )

D ir e,a o: G eo rg e R om er oU m do s gran des filme s de te rro r do

c inema, e tar n be rn uma fe ra z

par ab o la s o b re 0 vietn a. A o c on tar a

h is t6 ria d e c id ad es in va did as p or um

e xe rc ito d e z um bis c an ib ais , q ue

p ar ec em te r vin do d e lug ar n en hum ,

o d ir eto r G eo rg e R om er o faz ur n

6 bv io p ar ale Jo (om a in va sao

am er ic an a n a A s ia .

o FRANCO -AT IRADOR ( 197 8)D ir ec ao : M i chae l C imi no

o fi lm e vai e vo lta, de um a pac ata

c id ad e am er ic an a - o nde jo ve ns s e

pr ep ar am par a emb ar car par a a

gu er ra - at e as c am po s d e

p ris io n eir os n o V ie tn a. o n de a s

m es mo s jo ve ns , R ob er t D e N ir a e

C h ris to ph er Walk en , s ao to rc ad os a

jo ga r r ole ta -r us sa . T ud o te rm in a d e

vo lta ao s Es tad os U n ido s, o nd e as

c o n se qu en c ia s d e t an to ba rb ar ismo

fin alm en te a tin gem a c id ad e.

@DIVUlGA<;AO

Page 79: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 79/81

R AMBO (1 9 85 )

D ir e, ao : G eor ge P an C o sma to s

N a e po ca em q ue R on ald R eag an a rn e ac ava r ep etir 0

V ie tn a in vadin do G ran ada e b rin can do d e G ue rr a F ria,

s u r g i r a m varies f i lm e s q u e t e n t a v a m ressusc i tar 0

Vie tna . C h u c k N o r r is f e z a se r ie Braddock, e m q u e u r n

v et er an o vol ta va a A s i a p ar a urn a certo de co ntas.

M a s 0 m a is f a m os o d o s f i lm e s r e vis io n is t a s f o i m e s m o

Rambo 2 , em que 0 t rog lod it a vo lt ava a s el va e a go r a

e n f r e n t a va u r n exercito d e c o m u nis t a s a ss a s s in os .

THE B AL LA D O F T HE GREEN BERETS -

SARG .BARRYSADLER(1966 )

U m a d a s p o u c a s - senao a u nic a - r nu sic as

pr 6-gu er ra a c he gar ao to po das p ar ad as

n o rt e -a m e r ic a n a s . S a d le r, u r n b oin a - v e rd e ,

p o s t e r io rm e n t e c a iu n o c r im e , a t i r o u e m

d u a s p e s s o a s e a c a b o u m a r t a a t i r o s .

B AC K TO THE WOR LD -

CURT ISMAYF IELD (1 973 )

E n q u a n t o a m a ia r i a d o s rnus icos f a l a v a d o

Vie tn a, M ay fie ld fe z u m dis co s ob re u ma d as

consequenc ias d a g ue rr a : a im p os si h il i d a d e

d e r ead ap ta cao d os ve te ra no s. Um a 6 pe ra -

s o u l a m b ic io s a e s o c ia lm e n t e r e le v a n t e ,

q u a s e u r n documentar io d a exper ienc ia

n egr a n a A sia. E d ep ois d ela.

TA X I DR IVER (1 9 76 )

D ir e,ao : M ar tin S co rs es e

o taxis ta ve te ran o do V ie tn a, vivid o p or R ob er t D eN ir o , e n f r e n t a nd o D u t r a s e lv a : a s r u a s v io l e n t a s d e

Nova Y o rk . Na e s pe ta cu la r s eq ue n c ia d imati ca ,

v e m o s 0 "soldado" e s c o lh e n d o s e u a rs e n a l , e

p a rt in d o p a ra 0 a t a q u e c o n t r a a "sujeira" d a s r u a s .

F ab ulo sa p ar ab o la s ob re a vo lta p ar a c as a.

I F EEL L I K E I 'M FIX IN ' TO D IE-

COUNTRYJOEAND THEF ISH ( 19 6 5)

U m d o s m o m e n t o s m a r c a n t e s d e

Woo ds to ck fo i 0 h ip po ngo C o un tr y Jo e

c a n t a nd o e st a cancao s a tf r ic a : " U r n ,

d ois , tr es , q uatr o ... P or q ue e stamo s

lu ta n d o r T }e s r n o? I E u n ao l i g o I P r o x i m a

par ad a - V ie tn a ."

M A STER SO FWAR - BO BD Y L AN (1 9 63 )

t an c ad a a n te s d o a gr avamen to do

conf l i to n o Vietna, t o r n o u -s e u m a

especie d e h in o d o s a tiv is ta s contrar ies a

g ue rr a: "V oc e, q ue c o ns tr 6i a s a rm as (...)

V o c e , q u e s e e sc o n d e arras d e m e s a s / 5 6

que ro qu e vo ce s aib a I Que e u v ejo

atraves d a s s u a s m a sc a ra s ."

OS BO INAS -VERDES ( 196 8)

D ir e,ao : J oh n Way ne e R ay K ello gg

T r e m e n d o a b a c a x i , q u e t e m p a r

a t r a t iv o a p e n a s a f a t o d e s e r a unico

film e ho llyw oo dian o d a e po ca

c la ram en te a favo r d a g ue rr a. A q ui,

J oh n Way ne r ep ris a s eu s c lic he s d o"b om s oldado " e home nag eia 0

exe r cit o ame ri ca n o .

CORA~OES E MENTES (1 9 74 )

Dire~ao: P e t e r D a v is

V en c ed or d o O sc ar d e m elh or

docurnentar io, f a i u r n h it d o c ir cu it a

a lt e rn a tiv o e e m u n i v e r s id a d e s n o s

Est ad o s U n i do s . Mo s tr a, em

e n t r e v is t a s e im a g e ns d e a rq u iv a

- m u i t a s c h a c a n t e s e g rM ic a s - , a

c ar n if ic in a c au sa da pel as t ro pa s

a m e r ic a na s. F o i a c u s a do d e

t e nd e nc io s o e an t i amer icana .

AMARGO REGRESSO (1 9 78 )

D ir e,ao : H al A s hb y

P o d e r a s o d r a m a s o b r e a s e f e i t o s d a

g u e r r a n a v i d a d e u r n a m ul h e r , v iv id a

p or J an e F on da, q ue s e ap aix on a p or

um vete r an o par ap le qi co , J on V o ig ht ,

e n q u a n t o 0 m a r id o , B ru c e O e r n ,

ain da luta n a A sia.

OUTUBRO Z004 GRANDES GUERAAS 79

Page 80: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 80/81

A guerra dos· , " , G " ' ' ' , " A G O " , . <

E 'tados Unidosm uando John Fitzgerald Ken-

nedy chegou a presidencia, em

janeiro de 1961, os Estados

Unidos possufam cerca de 600 conse-

lheiros militares no Vietna. Seu SUCesSOI,

Lyndon Johnson, materializou a chama-

da "escalada" - ou 0 envio de trapas e ar-

mamentos para auxiliar 0 governo sul-

viernarnira na conrencao das forc;as co-

munistas. Paralelamente, 0 comando em

Washington estabeleceu as diretrizes de

uma guerra aerea com 0 objetivo de for-

,ar as liderancas de Han6i a nego-

ciar em con dicoes desfavoraveis. E m

mar,o de 1965, foi desencadeada a

Operacao Rolling Thunder, uma

carga de fogo rres vezes maior do

que a utilizada na II Guerra Mun-

dial. Os cornunisras, por sua vez, in-

Forrnados dos passos do inimigo, ja

haviam dado infcio a urn programa

para deslocar nao so a populacao de

Han6i e Haiphong para areas do in-

terior, como tambem as unidades

Fabris e varias outras inscalacoes vi-

tais para a economia do pais.

Durante os prirneiros ataques,tal manobra angariou importanres

progressos, compromerendo a essen-

cia da esrraregia americana. Ao contra-

rio do previsro pelos analistas do Penta-

gono, m as perfeiram enre consonanre com

experiencias hisroricas sernelhanres, os

macicos bombardeios aereos, muito Ion-

ge de rninar a unidade do pais, acabaram

por criar laces de solidariedade entre a

populacao das areas aringidas, estreitan-

do a relacao entre os civis e0governo.

Conclamados pOl' Ho Chi Minh para

enfrentar a maior porencia do rnundo,

82 GRANDES GUERRAS OUTUBRO 2004

eerea de 90 mil norte-vietnamitas, entre

eles urn expressive mimero de mulheres

e criancas, trabalhararn incessantcmcn-

te para construir abrigos e tepatat insra-

lacoes e estradas desrruidas. Mais uma

vez, como ocorrera em momen tos crfti-

cos do passado, difundia-se 0mito da in-

vencibilidade vietnarnira.

Apesar do potencial de fogo, logo

ficou claro que as acoes aereas nao deci-

diriam facilmenre a qucstao, como se

pensara no primeiro momento. Ao lon-

MAIS DE 90 MILVIETNAMITASADERIRAMA

GUERRA CONTRAAMAIOR

POTENCIADO

MUNDOgo de 1965, enquanto 0 presidenre Jonh-

son, contrariando as promessas de cam-

panha, enviava ainda mais contingentes

milirares a Asia, os vietcongues ganhavam

terreno com acoes rapidas e dispersivas,

Diante das circunstancias, 0 cornandante

amcricano Westmoreland colocou em

curso uma estrategia baseada em ataques

realizados par grandes forrnacoes de tro-pas, lancadas por helicopteros, apoiados

pela artilharia e pela aviacao, vis ando

desarticular as bases de acao e desrruir

a infra-esrrutura de apoio cornunista

nas aldeias. Denominadas de "Busca e

Destruicao" (Search and Destroy), che-

garam a ocupar, em alguns mementos,

cerca de 80% das acoes dos batalh6es

aliados, atingindo amplamenre a popu-

lacao civil, que se voltava cada vez mais

contra os american os.

Nos mementos seguintes, os cornan-

dantes amencanos em Saigon passaram

a destruir as aldeias, consideradas pon-

tos de sustentacao dos vicrcon-

gues. Em rnuitos casos, a popula-

,"0 local era arrancada de suas ca-

sas e man dada para campos de re-

fugiados. A maior parte dessas pes-

soas acabaria sendo transferida pa-

ra zonas urbanas, uma esrrategia

vista como forma eficaz de isolar

os camponeses da intluencia eo-

munista. Uma vez nas miseraveis

favelas das cidades sul-vietnarn i-

tas, tais conringenres, invariavel-

mente, voltavam-se contra a pre-

senca americana, tida como res-

ponsavel pela desagregacao dasmais sagradas r radicoes campone-

sas viernamiras, notadamente a al-

deia (nhaj, que possufa significado equi-

valente a concepcao de nacao para os oci-

denrais. Para estes camponeses. a guerra

do Vietna seria sempre lernbrada como

a guerra dos Estados Unidos. I)

*0 PROFESSOR GILBERTO AGOSTINO

E UM D OS AUTO RES DO lI VR O

o S ECU LO S OMBR IO ,DA EDITORA CAMPUS,

E'LAN<;A, EM NOVEMBRO, 0 ELEFAN TE E aTIGRE - HIsr6RIA DA GUERRA DO VIETNA,

PElf' . EDITORA INTRINTA

Page 81: Aventuras na História - Grandes Guerras Vol.02

5/17/2018 Aventuras na Hist ria - Grandes Guerras Vol.02 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aventuras-na-historia-grandes-guerras-vol02 81/81