avenida brasil: um fenômeno nas mídias sociais

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EDIÇÃO ABRIL/MAIO/JUNHO

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O trabalho a ser apresentado tem o objetivo de verificar de que modo a telenovela Avenida Brasil foi apropriada por internautas/telespectadores nas mídias sociais.

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Page 1: Avenida Brasil: Um fenômeno nas mídias sociais

3ª edição Abril/MAio/Junho

Page 2: Avenida Brasil: Um fenômeno nas mídias sociais

A revista Ensaios acadêmicos é desen-volvida pelo programa de Iniciação Científica e Cultural em parceria com os coordenadores dos diferentes cursos, a Diretoria de Marke-ting e a Gerência Acadêmica da UniCarioca. Foi concebida com o objetivo de disponibili-zar aos professores, pesquisadores e estudantes um canal para a publicação de trabalhos rela-cionados às diversas áreas do conhecimento.

Editora-chEfERonize Aline Matos de Abreu

Editor-ExEcutivo Maximiliano Damas

consElho EditorialAlberto Tavares da Silva (UniCarioca)

Diana Cristina Damasceno Lima Silva (UFRJ)Fátima Cristina Regis Martins de Oliveira (Uerj)

Jalme Pereira (UniCarioca)Jorge Abreu Soares (UERJ)Lúcia Venina (UniCarioca)

Luís Alfredo Vidal de Carvalho (UFRJ)Manoel Martins Filho (UniCarioca)

Márcio Mori (UniCarioca)Marcos Antonio Silva (UniCarioca)

Regina Célia Pereira de Moraes (UniCarioca)Ronize Aline Matos de Abreu (UniCarioca)

Rosa Maria Esteves Costa (UERJ)Verônica Eloi de Almeida (UniCarioca)

ProjEto Gráfico Mayara Rufino Railane Louven

As ideias expressas na revista não refle-tem, necessariamente, a opinião da IES, dos Editores ou do Conselho Editorial, e são de exclusiva responsabilidade de seus autores.

[email protected]

Page 3: Avenida Brasil: Um fenômeno nas mídias sociais

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12 Projeto Santa Rita: Um es-tudo de coo-perativa de

lixo reciclável na cidade de Teresópolis

Sustentabilidade e osimpactos nos fatores hu-

manos: A responsabilidade social em complexo petroquímico do Rio de Janeiro - o Comperj em Itaboraí

A Rede Social como forma de interação, dis-

seminação e desenvolvedora cul-tural: A cultura carioca está no ar

A venida Brasil - um fenômeno nas mí-

dias sociais

14 20Avenida Brasil – Razões

de sua audiência

26A Rede Social :

UnirCarioca

38Normas de Publicação

Page 4: Avenida Brasil: Um fenômeno nas mídias sociais

Introdução

O ciberespaço é o local ideal para fazer uma verdadeira “teia de contatos”, é o ambiente

propício para se inteirar, ler, pesquisar, adquirir co-nhecimento e cultura. Este projeto se propõe a fazer uma investigação de como a rede social mais famo-sa no Brasil – Facebook – pode ajudar seus usuários a não apenas manter contato com antigos amigos de colégio, mas, como também favorecer seu desenvol-vimento sociocultural.

Esta pesquisa está sendo financiada pela Unicario-ca, através do programa de Iniciação Científica e a investigação buscará trazer dados sobre como se dão as interações na Web: indicações de amigos, socia-bilidade, troca de experiências, pesquisa na internet e outras possibilidades de relacionamento e constru-ção de conhecimento que se abrem.

A pesquisa pretende traçar um perfil dos usuários que se cruzam e se desenvolvem impulsionados pelo ritmo da rede, além de um mapa cultural da região metropolitana do Rio de Janeiro dentro do ci-berespaço.

Justificativa

Existe hoje um interesse muito grande em per-ceber o papel das Redes Sociais na formação de uma cultura democrática, com autonomia.

Justifica-se esta proposta de estudo neste cam-po ao trazer dados sobre os integrantes da Rede. Perfil, interesses, disponibilidade em debater, trocar ideias e informações sobre cultura, cida-dania, democracia ou mesmo compartilhar seu conhecimento, publicando, compartilhando, curtindo e respondendo às postagens.

Objeto de estudo

O foco da pesquisa se concentrará na Rede So-cial e seus usuários. O problema que se preten-de estudar é a avaliação de se a Rede é um ele-mento capaz de estimular a troca cultu-ral entre pessoas e grupos, e em decorrência gerar novas ideias, novos comportamentos.

*Jornalista, aluna do curso de Publicidade e bolsista do Programa de Iniciação Científica e Cultural da UniCa-rioca.

Ensaios Acadêmicos | Abril/ Maio/ Junho 2013

Artigo resultante do pro-jeto de Iniciação Científica da Unicarioca de Tássia de Carvalho Silva Albino, BSc. Tássia é jorrnalista e aluna do curso de Publicidade e Pro-paganda da Unicarioca.

Tássia de Carvalho Silva Albino*[email protected]

CoMuniCAção de PesquisA

A Rede Social como forma de interação, disseminação e desenvolvedora cultural: A cultura carioca está no ar

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Page 5: Avenida Brasil: Um fenômeno nas mídias sociais

A rede pode ser um espaço público onde as pessoas se encontram, trocam experiências e ideias? Pode ser um disseminador cultural? É apenas um lugar em que os usuários falam ame-nidades para descontrair durante o dia?

Hipótese

Como a mente é social, certamente a Rede tra-rá transformações na cultura, e isto se dá porque a Rede provoca interações e relacionamentos. Dependendo das amizades que o usuário possua no Facebook ele poderá, ou não, ter acesso a in-formações culturais de relevância e não apenas a amenidades.

Objetivo Geral

Estudar a Rede Social como elemento dinami-zador e construtor de capital social.

Objetivo Específico

Analisar em termos de conteúdo as interações provocadas e observar através dos diálogos pro-postos, as trocas, as influências e os memes que surgem a partir disso.

Metodologia

A metodologia pressupõe a criação de um grupo no Facebook – Cultura Carioca – para postagens, interações e relacionamentos entre os participantes. Quer-se observar através dos diálogos propostos, as trocas, influências e os memes que surgem a partir disso.

Também serão realizadas entrevistas qualitati-vas, com participantes da mídia social, morado-res do Município do Rio de Janeiro e sua região metropolitana. Os resultados obtidos servirão de embasamento para o mapeamento proposto anteriormente, juntamente com o perfil dos dis-seminadores culturais cariocas.

Um extrato das discussões do grupo

O que anda acontecendo no cenário cultural do Rio de Janeiro? Quem são as pessoas que pro-

duzem, divulgam e consomem cultura na cida-de e região metropolitana? Partindo com essas perguntas em mente, a autora elaborou propos-ta e foi agraciada com uma bolsa de iniciação científica, cedida pela Unicarioca em outubro do ano passado. A orientação está sendo feita pela professora Regina Célia Pereira de Mora-es, doutora em Engenharia de Sistemas e Com-putação - COPPE / UFRJ.

Todo o trabalho até aqui realizado foi apre-sentado no início de março deste ano, durante o Colóquio de Iniciação Científica, realizado no Auditório da Unicarioca, no Rio Comprido.

Durante a apresentação, enfatizou-se a criação do Grupo Cultura Carioca no Facebook, que atualmente conta com mais de 570 membros, e de como assim que foi criado, apenas a respon-sável por este artigo publicava, mas, depois de algumas semanas, outras pessoas começaram a postar seus próprios eventos. Hoje, postam também professores da Unicarioca e de outras instituições de ensino, além de artistas liberais, que divulgam suas atividades, discutem e opi-nam.

Fato interessante é que durante as férias, o Grupo Cultura Carioca caminhou sozinho, de-monstrando autonomia, pois a sua fundadora fi-cou afastada, mesmo assim, as pessoas continu-aram publicando. O Cultura Carioca começou a provar a sua relevância na Rede Social. Os membros criaram o hábito de divulgar.

Quem quiser discutir, divulgar ou apenas saber o que está acontecendo no Cultura Carioca, bas-ta acessar através do endereço:

https://www.facebook.com/groups/cultura.ca-rioca/

E se quiser conhecer um pouco mais sobre a autora, basta acessar seu blog neste endereço:

http://tassiadicarvalho.blogspot.com.br

Especialmente para este artigo, destacamos aqui algumas discussões realizadas no grupo.

Ensaios Acadêmicos | Abril/ Maio/ Junho 2013 05

Page 6: Avenida Brasil: Um fenômeno nas mídias sociais

Toda a discussão aqui apresentada está no ori-ginal conforme enunciado no Cultura Carioca. Erros de português ou gramática nada mais são do que o português coloquial.

Discussão iniciada no dia 07 de março de 2013

Regina Moraes - Alguém conhece um espe-cialista em Sociologia Política que pudesse ex-plicar para nós, aqui neste espaço, a questão dos royalties, mas associando à discussão o aspecto federativo?

Respostas:

Tássia Di Carvalho - Infelizmente não co--nheço alguém com uma formação tão especí-fica assim, mas gostaria de debater sobre isso, pois vi em um telejornal ontem de manhã, que é inconstitucional os estados produtores não re-ceberem os valores que os indeniza-riam pela extração de seus bens naturais.

Cleibi De Oliveira - Natalie Pereira, conhece?

Natalie Pereira - Posso ver com meu prof da pós...vou enviar e-mail a ele hoje!!

Análise de Conteúdo: A proposta do Cultura Carioca está se construindo, ainda estamos fa-zendo parcerias, tendo em vista o objetivo de estimular a tessitura de sociabilidade e gerar transformações. Tudo é muito novo na Web e estamos nos primórdios de grandes transforma-ções nas formas de comunicação. E há um fato importante: a mente é social e o ser humano aprende e se transforma no contato com o outro. Mas este contato tem cada vez mais se torna-do mais elaborado com o advento das mídias: o jornal, o cinema o rádio a Internet.

A comunicação de “face to face”, passa pro-gressivamente a ser comunicação “mediada por computador”. Quais serão as implicações destas novas variáveis na mente do ser huma-no? Evidente que não se pode trazer respostas imediatas, mas o que se pretende nesta pesqui-sa é reunir um referencial teórico capaz de dar conta das análises que se pretende fazer.

Discussão iniciada no dia 19 de fevereiro de 2013

Claudia Chaves - Queridos e queridas, aguar-do, no meu email, [email protected], a confirmacao dos que desejam participar do grupo de estudos de publicidade e comunicação empresarial. Já temos participações especialis-símas. Começamos dia 12 de marçø.

Respostas:

Tássia Di Carvalho - Oi professora, que grupo é esse? Aonde será? Quanto será? Como será?

Claudia Chaves - Quero comecar a juntar um grupo, de forma mais permanente possivel, para discutirmos temas da atualidade na area de pu-blicidade e comunicacao empresarial. Vai ser cobrado. Ainda nao sei quanto. E a ideia e ter-mos no maximo 20 pessoas. E um projeto para comecar em marco e sem prazo para acabar.

Danielle Cristine - E queroooooooooo...

Claudia Chaves manda email.

Tássia Di Carvalho - Eu quero também, mas dependo saber do quanto para ver se terei con-dições.

Tássia Di Carvalho - Claudia Chaves você já tem informações sobre o grupo para divulgar?

Claudia Chaves - Ainda nao querida. mais4 super profissionais e professores resolveram se agregar ao grupo. terça ja terei novidades. Bei-jo.

Tássia Di Carvalho - Por favor nos deixe a par disso. Há algumas semanas eu conversava com umas colegas de faculdade sobre isso e estamos bem interessadas. Eu principalmente.

Análise de Conteúdo: O Cultura Carioca está crescendo, aglutinando professores e alunos, tornando-se um canal para troca de conheci-mentos. Mas não é este o papel da cultura? Ser o veículo da palavra, do sentimento, do novo?

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Discussão iniciada no dia 20 de janeiro de 2013

Tássia Di Carvalho - Lançado há apenas algu-mas semanas, o nacional “De Pernas pro Ar 2” já levou aproximadamente 2,7 milhões de pes-soas aos cinemas brasileiros. Na sua opinião, o cinema do nosso país consegue esse tipo de mobilização apenas com comédias e violência ou o brasileiro começou a valorizar a “prata da casa”?

Respostas:

Deocleciano Moura Faiao - *** adoro os 2***azul 2013

Tássia Di Carvalho - Você assiste a outros gê-neros nacionais?

Tássia Di Carvalho - Ou gosta apenas destes?

Deocleciano Moura Faiao - **cara o nosso povo gosta de ver aquilo que é facill .que ele consegue transporta pro seu dia á dia ai mas quando o cinema pega um lance mas cabeça ,igual ao paraíso artificias já chama menos a atenção, eu que curti a pornochácha,e depois as coisas pessadas do cinema Canadence ,fran-cês e o espanhol e gosto das possibilidades que um filme me dar depois que saio do cinema não curto muito esses lances não .fiui ver as aven-turas de pi ,poi tinha lido o livro uns 3 anos an-tes e gosto do diretor e sai de alma lavada pela fidelidade, do texto era como se eu tivesse lido naquele dia e me fez ver coisas que não tinha percebido e isto com todo os efeito isso eu pago para ver por isso eu gasto o vale cultura e ainda faço a intera** azul 2013

Análise de Conteúdo: De aproximadamente quinze anos pra cá, brasileiros voltaram a pro-duzir Cinema massivamente. Da mesma forma como dito pelo usuário Deocleciano, estilos de filmes mais rentáveis são aqueles de fácil enten-dimento, mas é possível verificar uma mudança na postura dos espectadores, que nos últimos dez anos têm ido às escolas de cinema que se espalham pelo país para aprenderem a fazer

seus próprios filmes. Exemplo disso é a Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu.

Discussão iniciada no dia 30 de novembro de 2012

Tássia Di Carvalho: O que é Cultura na sua opinião?

Respostas:

Tássia Di Carvalho - Cultura é tudo, tudo o que faz parte dos costumes de um povo ou seg-mento da sociedade é cultural.

Regina Moraes - Cultura é linguagem, é a forma como o povo se “percebe” socio-políti-ca mente no quadro conceitual. Cultura é uma teia que só apanha, o que se deixa apanhar, em função do nível de percepção de cada um e de todos.

Análise de Conteúdo: Nota-se que há a opinião de que a Cultura é pessoal e variável, de pessoa para pessoa, como fica perceptível na discus-são acima. No entanto nota-se também que há uma cultura que une as pessoas, dentro de uma mesma língua e dentro de um mesmo processo histórico. Pode-se perceber pelas respostas que as visões fornecidas pelas lentes culturais são diferenciadas, porque há um conjunto de expe-riências pessoais e sociais, bem como processos educativos.

Discussão iniciada no dia 29 de novembro de 2012

Regina Moraes - Olha que frase bacana do Morgan Freeman, reiterando nossos debates aqui no Cultura Carioca. “O dia em que parar-mos de nos preocupar com Consciência Negra, Amarela ou Branca e nos preocuparmos com Consciência Humana, o racismo desaparece.” (Morgan Freeman)

Respostas:

Tássia Di Carvalho - O problema professora é

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Page 8: Avenida Brasil: Um fenômeno nas mídias sociais

que se nós paramos de nos preocupar com a cons-ciência negra enquanto gente preconceituosa não se preocupa com a consciência humana, não adian-ta nada. Afinal continuaríamos com o preconcei-to, só que o negro se tornaria passivo, e dessa vez seria uma passividade pior do que a escravização, pois desta vez seria uma escravização intelectual consentida.

Tássia Di Carvalho - Entendo o que o Freeman disse, mas para vivermos do jeito que ele pensa, todos, todos os seres humanos teriam que entrar nessa ideologia e não poderia haver espaço para nenhum ser humano contrário a essa ideologia.

Tássia Di Carvalho - Pensando que na terra exis-tem quase sete milhões de pessoas - ou até mais que isso - essa ideia é praticamente impossível.

Tássia Di Carvalho - O que acha professora Re-gina Moraes???

Regina Moraes - Penso que o Neo Liberalismo estimula o desenvolvimento de visões separatis-tas - os Direitos Individuais isolados: Consciência judáica; consciência gay; Consciência feminina; Consciência negra. Interessa ao Liberalismo que não exista unidade. Interessa que a causa comum fracasse imperceptivelmente. Morgan Freeman já percebeu, porque é um homem inteligente que per-cebe a importância de se ter uma visão de conjunto do povo pobre, humilhado, que está cada vez mais sem voz, porque não tem nenhuma bandeira, a não ser a do operário sem direito a emblemas.

Regina Moraes - Na terra somos mais de 6 bi-lhões de pessoas e excluidos são em torno de 3,5 bilhões, de todas as cores, credos e gêneros. Só uma consciência unificada pode fazer que sejamos irmãos numa causa comum. Mas isto não interessa ao neo Liberalismo que quer dividir para reinar.

Análise de Conteúdo: O senso comum nessa discussão foi a falta de unidade. A falta de uma consciência coletiva faz com que os indivíduos se tornem cada vez mais separatistas, gerando suas próprias consciências: negra, branca, gay. A per-gunta que fica no ar é: como fazer essa unificação? Como fazer com que mais de sete milhões de se-

res humanos parem de pensar em suas próprias minorias e juntem-se para formar uma maioria unificada?

No livro Filosofia World, Pierre Levy destaca:

“A partir de agora, a grande aventura já não é a de países, de nações, de religiões, de quais-quer ismos, a grande aventura é a aventura da humanidade, a aventura da espécie mais inteli-gente do universo que conhecemos. Esta espé-cie ainda não está completamente civilizada. Ainda não tomou integralmente consciência que constitui uma única sociedade inteligente. Mas a unidade da humanidade está sendo feita agora. Depois de tantos esforços, chegou finalmente a unificação da humanidade, sob uma forma que não esperávamos: não é um império, não é uma religião conquistadora, uma ideologia, uma raça pretensamente superior, qualquer ditadura, são imagens, canções, o comércio, o dinheiro, a ci-ência, a técnica, as viagens, as misturas, a In-ternet, um processo coletivo e multiforme que emerge por todos os lados. Que acontecimen-to extraordinário! Tentei neste livro discernir a unidade da corrente que nos leva a dar um nome a este processo: a expansão da consciência”.

Discussão iniciada no dia 24 de novembro de 2012

Tássia Di Carvalho - Você acredita que este-ja havendo uma revolução cultural no espaço que a mídia vem dando aos negros? Este fim de semana teremos o Back2Black - festival que busca “reconstruir a conexão da sociedade com suas raízes africanas através das artes”. Ontem tivemos o empossamento do ministro Joaquim Barbosa como presidente do STF. O que você pensa a respeito dessas mudanças que ocorre-ram na semana em que se comemora o Dia da Consciência Negra?

Regina Moraes - Eu acho que deveria se am-pliar para o dia da Consciência coletiva, onde negros, brancos, homens, mulheres e todos de-

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veriam refletir sobre suas práticas. Precisamos aprender a viver juntos.

Regina Moraes - Creio que hoje as pessoas vivem olhando para si mesmas, para os seus sofrimentos, suas angústias e esquecem que se precisa olhar para o mundo, para quem está ao lado, para quem está longe e para quem está perto. A consciência coletiva não tem cor.

Regina Moraes - Parabéns Tássia pela sua co-locação tão pertinente nos dias de hoje.

Regina Moraes - Chamar para o debate é jor-nalismo sério e democrático.

Cleibi De Oliveira - Vejo como curso natural proveniente de esforços solitários e tb dos “cor-porativistas”. Há 2 dias, conversava pela inter-net com um amigo sobre o ministro. Comen-tei que as pessoas começam a ensaiar um côro para presidente com seu nome, mas esquecem que ninguém governa só. Não me surpreende-ria com boicotes ao seu governo, caso eleito. O interessante nisso tudo é que o assunto é perti-nente. Nessa tal conversa com meu amigo, dis-se: O q o negro tem que continuar fazendo é estudar, se informar, se impor qdo necessário, no sentido de fazer valer seus direitos. Já que vivemos de acordo com os deveres, nada mais justo. Nunca mais esqueci, depois que ouvi uma estudante de sociologia, acho, no programa do Sergio Groisman, ainda no sbt, Programa Li-vre, ela disse que o povo precisa é de informa-ção. Eu era adolescente, a imponência e certeza nos olhos daquela jovem me emocionaram.

Análise de Conteúdo: De que importa a cor da pele? É só uma pele, por acaso o sangue do ne-gro é de alguma outra cor senão vermelho? Por acaso os órgãos dos negros não são os mesmos que os brancos possuem? Então por que tanto tempo é gasto em discussões sem sentido? Por que o negro ainda sofre com o Dia da Consci-ência? Apenas um dia do ano é separado para lembrar do que o negro sofreu com a escravi-dão, mas quem é que se lembrou disso? O que

fez nesse dia? Praias lotadas marcaram a data em 2012. Pra quem serve este feriado?

Conclusão

Esta pesquisa tem como foco o contexto da pós-modernidade, onde as Redes Sociais envol-vem a todos, possibilitando uma comunicação que se estende além de nossas vizinhanças pró-ximas.

O estudo não seria possível sem a bolsa de Ini-ciação Científica dada pela Unicarioca. Foram gastas muitas horas de estudo, leitura, dedica-ção e certamente muitas mais serão até que o estudo esteja concluído.

Certamente já foi dito por Pierre Lévy (2000) que o grupo influencia a inteligência de cada in-divíduo que é parte da rede, Podemos falar em memes, ideias. Conceitos que são repassados, criados, construindo uma cultura na web, que certamente mudará a todos os integrantes. Ou não. É isto que esta pesquisa pretende perceber, averiguar, entender e registrar

Bibliografia

LÉVY Pierre, O que é Virtual, Tradução de Paulo Neves; São Paulo; Editora 34; 1ª Edição, 1996.

LÉVY Pierre, Tecnologias da Inteligência, São Paulo; Editora 34; 2000.

LÉVY Pierre, Filosofia World – O Mercado, o Ciberespaço, a Consciência, capturado na Inter-net, em 22 de março de 2013, no link: https://dri-ve.google.com/?tab=mo&authuser=0#search/pierre+levy

TAPSCOTT Dan, A Hora da Geração Digital, Rio de Janeiro; Editora Negócios, 1ª Edição, 2010.

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Projeto Santa Rita:

“Não sabemos a proporção do ven-to, se nos entregarmos de corpo e alma seremos levados para um fu-turo novo e surpreendente, basta acreditar nas pessoas e confiar”.

Junara Helena Ayres* [email protected]

Introdução

O termo “sustentabilidade” foi criado pela ONU e implantado pela comissão mundial do meio ambiente. Alguns objetivos foram traçados pela ONU:

• Atender as necessidades das atuais gerações en-sinando como usar os recursos naturais sem cau-sar danos ao meio ambiente,

• Reduzir os impactos ambientais para que a ge-ração futura possa usufruir dos benefícios gerados pelo desenvolvimento sustentável que não esgo-ta os recursos naturais quando usados de forma consciente;

• Estimular crescimento econômico que respei-ta a natureza e preserva os recursos naturais para que a humanidade possa conviver e viver em um planeta mais consciente, sabendo que os recursos naturais se não forem preservados terão fim.

Este projeto de Iniciação Científica, com foco na sustentabilidade, tem como grupo de estudo os jovens moradores da periferia de Teresópolis.

Os órgãos governamentais que estão apoiando o projeto são a Secretária de meio ambiente de Te-

resópolis; a ONG Move Rio e Voluntários mo-radores da cidade e de fora da cidade.

Problema

A investigação a qual estamos nos propondo centra-se em uma cooperativa de lixo reciclá-vel em Teresópolis, e o que queremos verificar é como os jovens moradores e suas famílias da periferia de Teresópolis estão percebendo o pro-jeto de reciclagem Santa Rita, para uma cultura de sustentabilidade e trabalho?

Hipótese

Entramos em campo, neste projeto de Inicia-ção Científica com a crença de que “Iniciativas que implementem o trabalho apoiado em uma cultura de reciclagem podem estimular grupos excluídos a mudar a percepção, aderindo à im-portância de uma vida sustentável.

*Aluna do curso de Administração e bolsista do Progra-ma de Iniciação Científica e Cultural da UniCarioca.

Um estudo de cooperativa de lixo reciclável na cidade de Teresópolis

CoMuniCAção de PesquisA

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Page 11: Avenida Brasil: Um fenômeno nas mídias sociais

Objetivo Geral e Objetivo Específico

O objetivo geral desta pesquisa é “Estudar uma cooperativa de lixo reciclável na cidade de Te-resópolis que aproveita recursos que causam im-pacto no meio ambiente, e que ensina à comuni-dade o reaproveitamento de forma correta.

O Objetivo específico é “Conhecer e relatar a percepção dos jovens e suas famílias quanto aos impactos do uso do lixo reciclável na sustenta-bilidade em suas vidas de pessoas excluídas do bem estar social.

Metodologia da pesquisa

A metodologia pressupõe uma estratégia de pesquisa de campo, com entrevistas com os jo-vens do projeto e suas famílias. Também pres-supõe entrevista com a autora do projeto: Ana Lucia Leite.

Resultados

A pesquisa ainda esta em andamento e já foram construídas duas lixeiras que foram entregues e se encontram em execução.

Pensando nos jovens e em suas famílias, na missão do Projeto Santa Rita e nos objetivos que se pretende alcançar, é evidente que há um desa-fio “que exige aperfeiçoar sua qualificação, pro-piciar acesso á tecnologia, ao critério do mer-cado. É preciso conceber formas de integração desses segmentos na economia nacional. Uma ação em favor dos mais fracos, sem poder e sem voz” (SACHS, 2003).

Ao encerrarmos este primeiro artigo queremos ressaltar que o projeto está em andamento, esta-

mos montando uma estratégia para entrevistar os jovens e suas famílias. Os objetivos traçados estão progressivamente sendo alcançados.

Bibliografia

SACHS, Ignacy. Inclusão Social pelo Traba-lho – Desenvolvimento, trabalho decente e o fu-turo dos empreendedores de pequeno porte, Rio de Janeiro: Ed. Garamond, 2003, 200 p.5.

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“O que significa pós modernidade no campo do trabalho? Não se pode mais esperar por sua es-tabilidade, segurança e permanência – carac-terísticas pelas quais ele é retratado há pelo menos um século.” (BENDASSOLI, 2010)

Introdução

E ste projeto envolve a cidade em que vive minha família e onde passei toda minha infân-cia, Itaboraí já foi considerada pela ONU uma das cidades mais pobres do Brasil.

A notícia da escolha do município como local para receber o maior projeto já realizado pela Petrobras, trouxe uma série de expectativas para a população e a esperança de que mudan-ças positivas melhorariam a qualidade de vida de seus moradores.

É mensurar as ações tomadas pela Petrobras no que diz respeito a Responsabilidade social, procurando avaliar se os resultados obtidos são percebidos como satisfatórios para os envolvi-dos.

Metodologia

Estamos nos propondo a realizar uma pesqui-sa de campo, com formulários dirigidos à po--pulação de Itaboraí, para analisarmos impactos como: Aumento do custo de vida, Expectativa de vida, Educação, Saúde, Migração de pessoas entre outros fatores sociais e econômicos deste município.

A metodologia pressupõe também a aplicação de um questionário direcionado a empresa Pe-trobras, com o objetivo de conhecer as iniciati-vas tomadas pela Organização para minimizar os impactos sociais gerados.

Resultados

Já existem pequenos grupos se organizando em reuniões informais para questionarem e pedirem soluções para problemas de suas comunidades, portanto percebe-se a formação de redes sociais e começam a surgir pequenas lideranças, porém foi percebido que tanto o COMPERJ quanto a

Sustentabilidade e osimpactos nos fatores humanos: A responsabilidade social

em complexo petroquímico do Rio de Janeiro - o Comperj em Itaboraí

Artigo resultante do proje-to de Iniciação Científica da Unicarioca realizado por

Suellen Pereira*[email protected]

CoMuniCAção de PesquisA

Ensaios Acadêmicos | Abril/ Maio/ Junho 2013

*Aluna do curso de Administração e bolsista do Pro-grama de Iniciação Científica e Cultural da UniCarioca.

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Prefeitura não possuem um canal de comunica-ção para receber estas demandas.

Uma porção relativamente grande da popula-ção não acredita que o COMPERJ trará mudan-ças significativas em indicadores sociais liga-dos a educação e saúde.

Durante a aplicação dos questionários nas co-munidades mais próximas do complexo petro-químico, diversas pessoas relataram que estão tendo problemas de falta d’água, e indicaram as obras como o motivo para que seus poços (tanto comuns, quanto artesianos) secassem.

Conclusão

A pesquisa começa a demonstrar que as mu-danças ocasionadas por um projeto desta mag-nitude fazem com que a as comunidades se organizem, interajam e formem redes de comu-nicação, estas redes acontecem de forma espon-tânea.

Acreditamos ser possível (e interessante) aju-darmos na articulação dessas redes, incluindo no projeto a realização de reunião ou audiência pública, em que possamos mediar diálogos en-tre a Comunidade, Prefeitura e algum represen-tante da Petrobrás.

É notório que a vida dos moradores de Ita-boraí sofrerá transformações, pesquisas como a realizada pela FIRJAN, apontam que a popula-ção do município quadruplicará nos próximos 10 anos.

Outros itens somam para estas mudanças, como o fato que foi possível averiguar em cam-po, nas comunidades mais próximas ao empre-endimento em que existem casas e comércios sendo comprados e posteriormente destruídos e onde anteriormente haviam vidas e interação social hoje começa a existir o nada.

A cultura é viva, como uma planta ou animal que se adapta ou extingue-se, interações e redes sociais são como a natureza, a cultura local das

comunidades de Itaboraí, está sendo afetada e degradada e também está em risco de extinção.

Este é o fenômeno social que queremos obser-var medir e compreender...

Bibliografia

BENDASSOLLI, Pedro Fernando, Trabalho e Identidade em Tempos Sombrios, Editora: Idéias & Letras , 2010

TOURAINE, Alain, Um novo paradigma: para compreender o mundo de hoje, Editora: Petró-polis: Vozes, 2006. 261 p.

Ensaios Acadêmicos | Abril/ Maio/ Junho 2013 13

Page 14: Avenida Brasil: Um fenômeno nas mídias sociais

Introdução

O trabalho a ser apresentado tem o objetivo de verificar de que modo a telenovela Avenida Brasil foi apropriada por internautas/telespectadores nas mídias sociais. Assim, buscaremos compreender o cenário de interação entre televisão e internet que se verifica, atualmente, no Brasil. A teleno-vela possui uma penetração intensa na sociedade brasileira devido a uma capacidade peculiar de alimentar um repertório comum de representa-ções por meio do quais pessoas de classes sociais, gerações, sexo, raça e regiões diferentes se posi-cionam e se reconhecem umas às outras (LOPES, 2002:2).

Ao telespectador, acompanhar ou assistir a uma novela é incorporar a trama ao cotidiano e de cer-ta forma participar da dinâmica social que vai definindo os rumos da narrativa, o que também justifica o fato de ser uma obra aberta, sofrendo influências por parte do público e assim “o teles-pectador anônimo está incorporado à dinâmica do fazer novela”(HAMBURGER, 2005:44).

Presente há mais de 60 anos no país, a televisão se firmou como um dos mais importantes meios e

atinge diariamente mais de 90% do território na-cional, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE, 2008). Ainda é mais numerosa se comparada com outras mídias, como o computador pessoal, por exemplo, e ultrapassa inclusive a quantidade de rádios desde 2002 se-gundo a mesma pesquisa. A TV não pode ser vista como um veículo que comunica somente às clas-ses mais baixas: sua penetração é grande em todos os níveis socais: 94% na classe A1 e 96% na classe D (IBGE, 2008).

A telenovela nada mais é do que uma nova versão de um velho gênero, o folhetim, que começou no veículo impresso (jornal), adaptou-se para outro veículo (rádio) com as radionovelas e, finalmente, foi adequado para o mais novo veículo, e de maior refinamento tecnológico eletrônico, a televisão (PALLOTINI, 1998:34).

Assim como foi previsto que o advento da televi-são iria extinguir o rádio, pensou-se também que o desenvolvimento da internet, por sua vez, acaba-ria com a televisão. Porém, o cenário atual mostra

Avenida Brasil: Um fenômeno nas mídias sociais

Artigo resultante do proje-to de Iniciação Científica da Unicarioca realizado por

Allan da Conceição Jayme*[email protected]

Artigo

Ensaios Acadêmicos | Abril/ Maio/ Junho 2013

*É aluno do curso de Administração da UniCarioca e parti-cipa do projeto de Iniciação Científica e Cultural “Televisão e produção cultural brasileira: diálogos entre representa-ções”, orientado pela Profa. Dra.Veronica Eloi de Almeida.

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possuem seu espaço, como também esses dois meios muitas vezes atuam de forma integrada, nos fazendo perceber que os conteúdos e infor-mações podem permear ambos os espaços, as-sim como podem iniciar em um meio e invadir o outro, como veremos ao avaliar o caso da no-vela Avenida Brasil (2012).

A Interação

De acordo com dados do site Avantare, há sete bilhões de pessoas no mundo, sendo que pou-co mais de dois bilhões são habitantes digitais. A Avantare acredita que a internet aproximou as pessoas, e que as redes sociais são as nossas novas “praças”. Os dados desta fonte também mostram-nos que no Brasil o Twitter possui mais de 17 milhões de usuários. O Facebook, por sua vez, cresceu 479% no ano de 2010 e 300% em 2011. O que pode estar associado também ao declínio do Orkut, outra rede social que era bastante popular no Brasil. Através des-ses dados, percebemos a relevância que a in-ternet e as mídias sociais estão adquirindo com o passar dos anos. A cada dia há mais pessoas conectadas à internet e mais usuários ativos em mídias sociais. Não há como negar que a inter-net transformou o cenário social e configurou novas formas de interação.

Uma pesquisa do Ericsson ConsumerLab rea-lizada em 40 países mostrou que 62% das pes-soas usam redes sociais enquanto assistem à TV. No Brasil esse percentual é ainda mais alto: 73%, com um crescimento de 25% em relação ao ano anterior. É válido ressaltar que entre os que ficam ligados às duas telinhas ao mesmo tempo 25% usa a rede social para comentar o programa que assiste.

A ligação entre as ferramentas de interação so-cial e a televisão não são mero acaso. A empresa Hi-Mídia divulgou o estudo “Horário Nobre da Mídia Digital no Brasil”, em que constatou que o período preferido dos brasileiros para acessar a internet é entre 19h e 22h. Não por coicidên-cia esse é também o horário nobre da TV, onde

se concentram filmes, seriados e as novelas de maior audiência. Outro dado relevante sobre os usuários da internet é que as principais ati-vidades de quem frequenta o “primetime” bra-sileiro são as redes sociais (41%), ler e enviar e-mails (35%) e ler notícias (32%).

Diante desse cenário, alguns conteúdos se mostram populares tanto na TV quanto na rede, como é o caso da telenovela. Além de ser um dos principais gêneros das emissoras abertas no país em investimentos e retorno financeiro, é detentora das maiores audiências da TV. Atu-almente, a principal emissora brasileira em nú-meros de audiência (média de 21 pontos ante 7 e 6 pontos da segunda e terceira colocadas), a Rede Globo exibe seis telenovelas, dentre as quais em 2012 a Avenida Brasil. Esta foi re-conhecida pela emissora e pelo público como carro chefe da programação. Avenida Brasil apresentou expressivos números de audiência, chegando à marca de 50 pontos no painel na-cional do Instituto Brasileiro de Opinião Públi-ca e Estatística (IBOPE), o que equivale a oito em cada dez televisores ligados e sintonizados para assistir à exibição dos capítulos (Revista VEJA, 2012:153).

A repercussão ou o sucesso de um programa pode ser percebido através de vários fatores como a apropriação e os comentários nas mí-dias sociais. Avenida Brasil foi um exemplo de repercussão na internet, desde montagens com os personagens, perfis no Facebook, Twitter, hashtags, tumblers e imitações da história que tomaram conta da rede.

O conhecimento de que existe uma massa de telespectadores teclando e assis-

tindo ao mesmo tempo determinado progra-ma se mostra cada vez menos anônima, princi-palmente pelo compartilhamento ge-rado por sites como o Twitter e o Facebook.

Aliás, nestas redes Avenida Brasil obteve gran-de destaque. A campeã de compartilhamento na internet foi Avenida Brasil. Um levantamen-vantamen-to realizado pela Seekr, empresa que monitora

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Nas mídias sociais, o sucesso do folhetim pa-rece não ter precedentes. No Facebook a novela teve 286.149 fãs e a hashgtag #oioioi (que faz re-ferência à música de abertura da novela) chegou a ser mencionada mais de 1,3 mil vezes por dia no Twitter. Já as personagens principais Rita/Nina (Débora Falabela) e Carminha (Adriana Esteves) foram mencionadas em média mil vezes por dia no microblog, segundo o site Topsy, que mede a recorrência de palavras na rede.

Alguns bordões também ganharam muito desta-que na rede, por isso foram alvo de pesquisas no site de buscas Google e nas redes sociais Twitter e Facebook Brasil e no site compartilhador de ví-deos Youtube. Entre os sites mais visitados desta-camos:

• Me serve, vadia: frase da personagem Nina/Rita (Débora Falabela), em um dos momentos de maior audiência da novela, tal expressão apresen-tou mais de mais de 176 mil resultados no Goo-gle, 16.000 menções no dia da exibição do 101° capítulo e 7.593 durante os 30 dias seguintes no Twitter. Sobre essa frase, no Youtube, são aproxi-madamente 278 vídeos;

• Ariranha: termo que remete à personagem Suelen (Ísis Valverde). De acordo com o Goo-gle Insights, ferramenta que busca por palavras--chaves de um determinado tema fazendo compa-rações entre elas e classificando-as de diferentes

formas, tais como: localizações geográficas, ca-tegorias, palavras mais buscadas entre os usuá-rios, apenas um mês depois do início da novela, no dia 26 de março, a busca pelo termo já havia aumentado 390%;

• É tudo culpa da Nina: frase da perso--nagem Carminha (Adriana Esteves) que tam-bém obteve grande repercussão. Segundo o site Topsy, no dia 20 de julho, foram mais de 40 mil menções, colocando a personagem Rita como culpada pelos mais diversos fatos, desde o mau tempo, até a morte de celebridades. No Face-book a página mais influente é a Culpa da Rita com mais de 10 mil fãs. Em buscas no Google mais de 790 mil resultados são encontrados fa-zendo referência à novela;

• Oi Oi Oi: trecho da música de abertura da novela é a hashtag mais usada nos tweets que fazem referência à Avenida Brasil, sendo mais de 12.188 citações no mês de agosto. A expres-são tem no Youtube aproximadamente 15.200 resultados e no Google mais de 811.000. No dia do 100° capítulo, que prometia uma virada na história, quando a vilã descobre quem real-mente é sua opositora Nina, #OiOiOi100 atin-giu o topo dos Trending Topics mundial. Outras hashtags como #avenidabrasil, #congela, #Es-seCadinho, #MistériosdeCarminha e #Capítu-lo100 ficaram entre os dez assuntos mais cita-dos no Twitter no dia da exibição do centésimo episódio da novela.

Os Recursos Utilizados

Quanto às apropriações visuais da novela, o recurso de colocar a foto da protago-nista Nina nos mais diferentes locais e situações foi o mais utilizado pelos internautas. As mon-tagens faziam menção ao fato de que a persona-gem aparecia em grande parte das cenas inves-tigando a vida dos outros, presenciando assim momentos decisivos da trama.

Outro elemento recorrente em referências à novela são os tumblrs, sistema de mídia social e micro-weblog que permite aos seus usuários compartilhar links, textos, vídeos e áudio. Esta

Fonte: Divulgação/site. Disponível em: http://www.facebookstories.com/stories/3897/brasil-tendencias. Acesso em 14/03/2013

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marcas nas mídias sociais, encontrou sete mil menções a termos ligados à novela no Twitter, durante 24 horas entre os dias 9 e 10 de agosto de 2012, sendo o assunto mais comentado no Face-book Brasil em 2012 (Revista Exame 13/12/2012), conforme podemos observar:

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mídia foi responsável pela maior quantidade de montagens com a estética, conteúdo e persona-gens de Avenida Brasil.

Dentre todas as apropriações a mais famosa foi o congela - momento final dos capítulos da novela no qual em alguma situação delicada, um personagem aparece estático e em preto e branco, tendo um fundo desfocado. Por isso, é possível dizer que a essência do estilo folhe-tim, criado no rodapé dos jornais, em prender a atenção do leitor para o dia seguinte descrita por Meyer (1998: 14), foi aperfeiçoado com o congela.

Para incentivar a possibilidade de congela-mento entre os internautas, o site da novela dis-ponibilizou um aplicativo para o congelamento, que era divulgado e explicado pelos persona-gens da própria novela. Através de tutoriais es-palhados pela rede, personalidades e anônimos editaram fotos pessoais com essa estética, di-vulgando suas fotos congeladas nas mídias so-ciais.

As reflexões sobre a novela

A minha pesquisa dialoga com o trabalho da pesquisadora Maria Immacolata Lopes, que afir-ma que a novela constitui um exemplo de nar-rativa que ultrapassou a dimensão do lazer, que impregna a rotina cotidiana da nação, constrói mecanismos de interatividade e uma dialética entre o tempo vivido e o tempo narrado, e que se configura como experiência, ao mesmo tem-po cultural, estética e social (LOPES, 2002:16). Como experiência de sociabilidade, ela aciona mecanismos de conversação, de compartilha-mento e de participação imaginária. A novela tornou-se uma forma de narrativa sobre a nação e um modo de participar dessa nação imagina-da. Os telespectadores se sentem participantes das novelas e mobilizam informações que cir-culam em torno deles no seu cotidiano (LOPES, 2002:16).

Tão importante quanto o ritual de assistir os

capítulos das novelas cotidianamente é a infor-mação e os comentários que atingem a todos, mesmos aqueles que só de vez em quando ou raramente veem a novela. As pessoas através das redes sociais não necessariamente precisam assistir a novela, mas apenas pelos comentá-rios e informações postadas na rede mantém--se informadas sobre o que está acontecendo a cada novo capítulo. Independente de classe, sexo, idade ou região acabam participando do território de circulação dos sentidos das nove-las, como no caso de Avenida Brasil, forman-do inúmeros circuitos onde são reelaborados e ressemantizados (LOPES, 2002:16). A novela é tão vista quanto falada e seus significados são o produto tanto da narrativa audiovisual produzi-da da televisão quanto da interminável narrativa oral e virtual produzida pelas pessoas nas redes (LOPES, 2002:16).

Os usuários enquanto acompanham a novela opinam nas redes sociais sobre o conteúdo dos capítulos. Expressam se concordam ou não com as cenas da trama, riem e/ou falam mal, ou seja, externalizam suas reações, sentimentos e opini-ões acerca da novela através dos microblogs. Os telespectadores/internautas ainda recrutam seus seguidores para acompanhar Avenida Brasil, e até mesmo, para deixá-los informados sobre o que se passava na trama. Através das redes, e mais precisamente, através das hastags, os usu-ários que possuíam em comum o apreço pela novela, encontravam-se e tinham a possibilida-de de dialogar, proporcionando, assim,o diálogo entre diversas regiões do Brasil, que interagem e se comunicam dentro de um mesmo assunto, no caso pesquisado, a Avenida Brasil.

Percebemos que a grande diferença é que há alguns anos, antes das redes sociais, os teles-pectadores eram solitários, e suas considera-ções acerca das novelas que acompanhavam restringiam-se a um menor número de pessoas, dentro do convívio social e familiar deste. Com as redes, a possibilidade de a conversa aconte-cer em tempo real, ou seja, enquanto a novela está sendo exibida, tomou proporções muito maiores, unindo pessoas de diversos lugares em uma mesma conversação.

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Tais pessoas podem estar sozinhas em suas casas, mas estão acompanhadas, através de sua rede social preferida, de outras pessoas que também compartilham o mesmo hábito de as-sistir e comentar a novela. Além dos aprecia-dores da novela comungarem o mesmo hábito de assisti-la e comentá-la, por meio de hastags, os avatares congelados também são compreen-didos como meio de identificação entre tais te-lespectadores. Ou seja, através da foto de seu perfil, por exemplo, os usuários demonstram apreço pela Avenida Brasil, e assim são facil-mente identificados por outros apreciadores da novela. A ação do congela foi eficaz, se com-preendermos que um terço dos usuários alterou seu perfil particular do Twitter e Facebook para aderir ao grupo de fãs, e assim destacar-se dos demais usuários de sua rede.

A Repercussão

A repercussão da novela foi tão grande que alterou compromissos importantes não só do cotidiano das pessoas comuns, mas até mes-mo da presidente da república. Isto porque no capítulo final da novela, no dia 19 de outubro de 2012, a Presidente Dilma Rousseff foi conven-cida pela coordenação da campanha de Fernan-do Haddad (PT-SP) a mudar a data do comício em São Paulo, em que ela apareceria ao lado do candidato. A conclusão é que “não haveria nin-guém” no comício já que a maioria das pesso-as ficaria em casa para ver o desfecho da trama em vez de prestigiar a presidente (Folha de São Paulo, 2012).

Outro fato bastante relevante, na semana do julgamento do mensalão, o caso mais impor-tante da história do STF (Supremo Tribunal Federal) desde a redemocratização, foi a capa da revista Veja de 08 de agosto de 2012, que exibia a foto de Nina/Rita e Carminha, perso-nagens principais de Avenida Brasil, conforme podemos visualizar. Podemos notar que esta novela repercutiu tanto na mídia que a vingança entre as personagens parecia ter mais importân-

cia que os assuntos políticos daquele momento, visto que o assunto mensalão foi deixado como tópico bem menor na mesma capa.

Foto: Débora Falabella e Adriana Esteves. Divulgação/ Editora Abril/ Revista Veja.

Disponível em: http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx Acesso em: 02 fev. 2013

Assim, entendemos que, ao menos quando o assunto é telenovela, televisão e internet po-dem interagir fortemente, O destaque da novela Avenida Brasil repercutiu em diversos meios de comunicação, tornando-se um sucesso entre os programas da televisão brasileira. A audiência da novela não ficou restrita aos mediadores do IBOPE em televisores conectados no mesmo canal e hora, mas também pela internet, através das redes sociais que veem contribuindo para que este tipo de programação tenha vida fora da TV. E pode contribuir para compreendermos o sucesso da audiência de Avenida Brasil.

Bibliografia

HAMBURGER, Ester. O Brasil antenado: a sociedade da novela. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

LOPES, Maria Immacolata Vassallo. Narrati-vas televisivas e identidade nacional: O caso da telenovela brasileira. INTERCOM – Sociedade

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Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Co-municação XXV Congresso Brasileiro de Ciên-cias da Comunicação. Salvador, Bahia, 1 a 5 set, 2002.

PALLOTTINI, Renata. Dramaturgia de Tele-visão. São Paulo: Moderna, 1998.

Sites pesquisados:

GOOGLE. Disponível em: <http://www.goo-gle.com/insights/search/#q=ariranha&geo=BR&date=t oday%2012-m&cmpt=q>. Acesso em: 23 ago. 2012.

ESTADÃO. Disponível em: http://blogs.es-tadao.com.br/link/tv-e-redes-sociais-tudo-ao--mesmo-tempo/ Acesso em: 13 jan. 2012.

FACEBOOK.Disponível em: <https://www.Facebook.com/FatoCulpaDaRita?ref=ts>. Acesso em: 24 ago. 2012.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística. Disponível em: <http://midiadados.digitalpages.com.br/home.aspx>. Acesso em: 20 fev. 2012. Disponível em: <http://migre.me/9V4Ac>.

IBOPE, Instituto Brasileiro de Opinião e Pes-quisa. Disponível em: <http://www.ibope.com.br/ptbr/Paginas/home.aspx>. Acesso em: 23 ago. 2012.

REVISTA EXAME. Disponível em: http://www.facebookstories.com/stories/3897/brasil--tendencias. Acesso em: 25 ago. 2012.

REVISTA VEJA, edição 2281, p.153, 2012.

REVISTA VEJA, edição 2029, p. 85, 2007.

SEEKR. Disponível em: <http://seekr.com.br/>.

TOPSY. Disponível em: <http://analytics.top-sy.com/?q=carminha%2Cnina%2Crita&peri

od=1%20month>. Acesso em: 24 ago. 2012.

Créditos de Imagens:

Imagem (01). Foto: Divulgação/site. Dispo-nível em: http://www.facebookstories.com/stories/3897/brasil-tendencias. Acesso em: 14 março 2013.

Imagem (02) Foto: Débora Falabella e Adria-na Esteves - Divulgação/Editora Abril/Revista Veja. Disponível em: http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx. Acesso em: 02 fev. 2013.

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Introdução

O presente trabalho busca analisar o impacto das telenovelas na construção da identidade na-cional, dando ênfase à novela Avenida Brasil. A televisão está presente na maioria dos lares brasileiros. As telenovelas ocupam um lugar de destaque na grade de programação, lançam pautas, nacionalizam debates sobre os mais va-riados temas, integrando assim as pessoas (LO-PES, 2002).

As telenovelas refletem a nossa realidade ou através delas procura-se construir uma identi-dade nacional?

Neste artigo vamos refletir um pouco sobre o que consumimos na televisão, baseado em al-guns teóricos, passando para o caso específico das telenovelas e culminando com a análise de Avenida Brasil, novela líder de audiência, para deste modo responder essas questões.

Televisão: reflexão sobre o que consumimos

A televisão é um veículo que está presente em nove de cada dez casas dos brasileiros. Ela tem grande alcance nos conteúdos em que divulga, dita comportamentos e estabelece padrões.

Quais são os reflexos e a influência do con-teúdo apresentado pela televisão na sociedade? Será que seus programas são puramente comer-ciais, fazendo parte da indústria cultural?

Em meados dos anos 40, Adorno e Horkhei-mer (1980) criam o conceito de indústria cultu-ral. De acordo com suas ideias os bens cultu-rais são produzidos em escala industrial o que denota a tudo que é produzido certa semelhança (MATTELART, 2000: 77).

A televisão aposta em fórmulas que dão certo como novelas, programas de auditório, telejor-nais, reality shows. E os reproduzem incansa-velmente para telespectadores que consomem os produtos e ideologias ali contidos.

A audiência é marcada pelo grotesco, a junção de sangue e sexo são temas presentes e cada vez mais comuns (BOURDIEU, 1997).

Verdade que o veículo vem perdendo audiên-cia devido à internet e suas redes sociais, po-

Avenida Brasil: Razões de sua audiência

Artigo resultante do proje-to de Iniciação Científica da Unicarioca realizado por

Carina de Almeida Salgado*[email protected]

Artigo

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*Bacharel em Direito, é aluna do curso de Jornalis-mo da UNICARIOCA e participa do projeto de Ini-ciação Científica e Cultural “Televisão e produção cultural brasileira: diálogos entre representações”, orientado pela Profa. Dra.Veronica Eloi de Almeida.

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rém é muito comum as pessoas assistirem televisão e comentarem ou postarem algo na facebook, por exemplo.

Pierre Bourdieu reflete sobre a violência o-culta. O autor utiliza o termo habitus referindo-se à ma-nutenção de uma ordem social em suas desigualda-des (MATTELART, 2000: 76).

De acordo com Guy Debord (1994) vivemos na sociedade do espetáculo e a televisão faz parte dis-so. Em um mundo interconectado onde os indiví-duos expõem suas vidas, ao invés de apenas ob-servar a vida dos personagens, nos transformamos nesses personagens e também expiamos através dos reality shows.

Mas como podemos chamar a atenção da socieda-de para o que está sendo consumido. Pensar sobre a manipulação que sofremos, como se um chip invi-sível estivesse dentro de nós, o que nos impossibi-lita de questionar o que consumimos muitas vezes por osmose, não adianta muito.

Talvez a solução possa ser chamar a atenção das pessoas para questionarem o que estão assistindo. Criar programas em que elas possam refletir e de-bater um pouco sobre o que chega até elas.

A televisão expressa os valores de uma elite ou está comprometida em passar a realidade da nossa sociedade? Ela constrói nossa identidade ou apenas a reflete?

Buscando entender um pouco mais sobre os mo-dos de atuação da televisão estudaremos a seguir como surgiram as telenovelas.

As telenovelas

No século XIX surge na França o folhetim. Seu criador foi o jornalista francês Émile de Girardin. O folhetim consistia em histórias em capítulos es-critas nos rodapés dos jornais. Sempre ficava um suspense que seria revelado no dia seguinte, com isso, a vendagem do jornal era garantida instigando a curiosidade dos leitores (KORNIS, 2003).

Os enredos tinham um tema desencadeador da história e tramas paralelas a ele, que corriam num clima ao mesmo tempo lento e rápido; daí a preferência por ação e aventura, muitos diálo-gos, poucas descrições e repetições que forma-vam o novo leitor e o levaram a acompanhar um romance iniciado (MEYER, 1998: 14).

O melodrama é anterior ao folhetim e surgiu em 1800, após a Revolução Francesa, quando os teatros foram reabertos para o grande públi-co, que se distraía com a clareza nos textos e o apelo ao sentimental (KORNIS, 2003: 85).

O melodrama possui uma estrutura tripartide:

• antagonismo como situação inicial;

• uma violenta colisão;

• desfecho que representa o triunfo da virtude e a punição do vício (HAUSER, 1982: 855-886)

A telenovela utiliza o folhetim, a trama é con-tada em pedaços e o melodrama baseado em um conflito no decorrer da trama que se resolve ao final da história.

Além da influência do folhetim e do melodra-ma, destaca-se na telenovela o culto à peripécia, destacado por Samira Campedelli (1985). Para Campedelli (1985 apud ALMEIDA, 2012: 30), a telenovela se aproveita do enfoque na peripé-cia, onde os fatos não ocorrem simplesmente, mas são repletos de consequências para a cons-trução das tramas que envolvem vários núcleos, ou múltiplos, que são os diversos enredos acon-tecendo.

Diferentemente de outras telenovelas latino--americanas voltadas apenas para o melodrama, as telenovelas brasileiras contam com outros ingredientes como a comicidade, a aventura, a narrativa policial, o fantástico e o erotismo (BORELLI, 2001: 15).

A primeira telenovela a demostrar um conta-to mais próximo com a realidade brasileira foi

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Beto Rockfeller, de Bráulio Pedroso, que em for-ma de sátira, narrava as peripécias do anti-herói, que dava título à obra (CAMPEDELLI, 1985: 34).

De acordo com Almeida (2012) autores como Wolton, Rondelli, Eco e Martín-Barbero apontam que existem nexos entre a televisão e a construção da identidade cultural o que indica uma aproxima-ção com a realidade. Contrariamente Priolli, Kehl e Caparelli Priolli, Kehl e Caparelli defendem que a TV é mera reprodutora das ideologias burguesas.

As telenovelas brasileiras

A telenovela brasileira tornou-se um elemen-to importante para a compreensão da cultu-ra contemporânea (BORELLI, 2001). Exis-tente na grade televisiva há mais de 50 anos como uma das suas principais atrações en-volve a atenção de muitos telespectadores.

Por outro lado, foi pouco estudada pela acade-mia, considerada alienante e manipuladora pode-mos afirmar que existe um preconceito acadêmico em relação à telenovela, o que afasta os pesqui-sadores do referido tema (ALMEIDA, 2003).

O que distancia os pesquisadores do estudo das telenovelas, talvez esteja ligado ao con-ceito de cultura como algo vinculado ao eru-dito e as telenovelas ligadas à cultura de mas-sa, um misto de vulgarização do erudito e degradação do popular (BORELLI, 2001: 15).

O predomínio do pensamento de Adorno e Horkheimer na academia que critica a reprodução em série das obras de arte acaba excluindo a pos-sibilidade de tentar estudar e compreender o fenô-meno da cultura de massa (BORELLI, 2001: 15).

Pensadores como Martín-Barbero defendem um conceito de cultura popular de massa, ou seja, uma mistura dos tipos de cultura formando um novo olhar sobre o tema. ( BORELLI, 2001: 15)

Através de nossas pesquisas traçamos um breve histórico, destacando o surgimento e os momen-

tos importantes sobre as telenovelas brasileiras.

A implantação da televisão no Brasil ocor-reu em setembro de 1950, com a criação da TV Tupi/Canal 3, em São Paulo. Assis Chate-aubriand importou os equipamentos necessá-rios dos Estados Unidos para montar a nossa primeira emissora de TV (ALMEIDA; 2012).

Em 1964, durante o regime militar, o Esta-do investiu na infraestrutura para a forma-ção das redes nacionais em troca de interes-ses políticos para o fortalecimento do regime.

A Rede Globo foi a emissora que teve a maior parte dos investimentos e se desen-volveu rapidamente, pois tinha boas relações com o regime militar, marketing e propagan-da bem administrados e um grupo de criado-res de esquerda vindos do cinema e do teatro.

Nos anos 50 e 60 nota-se a busca pela lin-guagem televisual própria, narrativa melodra-mática, importação de produtores culturais de outros meios de comunicação e grande núme-ro de novelas adaptadas de textos literários.

Em 1960 chega ao Brasil o videotape. As emissoras tinham apenas que transmitir o que já estava gravado, e comprando programas de sucesso não gastavam dinheiro com produ-ções locais. Na década de 1960 foram criadas duas importantes emissoras: a TV Cultura e a TV Excelsior. Em 1965 entrou no ar no Rio de Janeiro, a TV Globo, que adquiriu a TV Pau-lista em 1966. No ano seguinte foi inaugura-da a TV Bandeirantes. (ALMEIDA, 2012).

Nos anos 70, temos como características: o de-senvolvimento das tecnologias, gerenciamento, qualificação de profissionais e fortalecimento das telecomunicações no Brasil, tom crítico e re-alidade brasileira (Bandeira 2, Saramandaia, Ir-mãos Coragem e Gabriela (BORELLI, 2001: 15).

Antes da década de 70, poucas pessoas possuíam um televisor, pois era muito caro porque parte do equipamento era importado. Com a Implantação do sistema de crédito, as classes populares tive-

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ram acesso ao aparelho televisor (SODRÉ, 1988).

Com o fim do regime militar na década de 90, as emissoras tornam-se cada vez mais in-dependentes de governos e partidos políticos. Existe um modelo de televisão comercial que mede sua audiência através do IBOPE (Institu-to Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) e assim descarta o que não satisfaz o mercado.

Em 1995 a Rede Globo de Produção unificou toda a sua produção no PROJAC (Projeto Jaca-repaguá). No PROJAC são gravadas simulta-neamente quatro novelas, uma série (minissérie ou seriado) e um especial (produção episódica).

A Rede Globo padronizou o horá-rio de suas novelas o que passou a se tor-nar um hábito para os telespectadores: • 17:30 hs – Malhação – Temática infanto-ju-

venil;• 18:00 hs – Temática histórica ou romântica;• 19:00 hs – Temática atual e comédia;• 21:00 hs – Temática social e adulta;

Entre a novela das seis e das sete um telejornal regional, e entre a novela das sete e das nove o principal telejornal com 40 minutos de duração.

As telenovelas abordam temas contemporâne-os, tais como:

• Vida profissional e independência financeira da mulher (Barriga de Aluguel, 1990; O Clone, 2001).

• Constituição de novos arranjos fami-liares em que uma mulher, mesmo soltei-ra, decide criar filhos concebidos em rela-ções diferentes (Laços de Família, 2000).

• Casamentos inter-raciais (Corpo a Corpo, 1984; A Próxima Vítima, 1995; A Indomada, 1996; Por amor, 1997; Suave Veneno, 1999; La-ços de Família2000; Porto dos Milagres, 2001).

• Uniões homossexuais seja entre homens jo-vens e adultos como entre mulheres (Vale Tudo, 1985; A Próxima Vítima, 1995; Por amor, 1997; Torre de Babel, 1998) (BORELLI, 2001: 15).

Apesar de todo aperfeiçoamento para uma te-levisão melhor, os autores, atores, produtores, enfim os que estão envolvidos na produção das telenovelas continuam recebendo inúmeras críti-cas, pois são vistos como divulgadores de produ-tos para indústria cultural (BORELLI, 2001: 15).

Vejamos em uma pesquisa realizada pelo IBOPE, a audiência de Avenida Brasil:

Total Domicílios Total IndivíduosAudiência

%Audiência

(000)Audiência

(%)Audiência

(000) CNT LEI ORD UN VIT ESPECIAIS 2 64 1 82 LEI ORD UN VIT ESPECIAIS NOT 2 62 1 69 SAMBA DE PRIMEIRA NOT 1 41 0 47 JOGO DO PODER 1 39 1 57 CNT JORNAL 1 36 0 45 SBT PROGRAMA SILVIO SANTOS 10 381 5 532 A PRACA E NOSSA NOT 9 336 4 409 NOVELA NOITE 1 - CARROSSEL 9 323 5 473 TELA DE SUCESSOS 8 292 3 365 DE FRENTE COM GABI DM 8 283 4 375 Record BALANCO GERAL GRJ 9 316 4 411 LEGENDARIOS 7 270 4 405 RECORD KIDS MAT 7 270 4 468 O MELHOR DO BRASIL 7 253 4 383 TOP MODEL O REALITY 7 247 3 294 Rede Tv! MEGA SENHA 2 60 1 63 A TARDE E SUA 2 59 1 67 SATURDAY NIGHT LIVE 1 52 1 60 CINE TOTAL NOT 1 44 1 56 SESSAO ESPECIAL NOT 1 40 0 4622

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Sem dúvida podemos observar que Aveni-da Brasil foi o programa de maior audiên-cia durante sua exibição. Os jornais, revis-tas, programas de TV, rádios, redes sócias também destacaram o sucesso de Avenida Brasil.

Através de diferentes enfoques Aveni-da Brasil ocupou as páginas dos princi-pais jornais do Brasil e também teve re-percussão na imprensa internacional.

Vejamos os principais destaques de ou-tubro, nas últimas semanas da novela:

• Final de “Avenida Brasil” vai deixar conta de luz mais cara

O último capítulo da novela “Aveni-da Brasil” contará com o reforço das ter-melétricas a óleo combustível, cuja ener-gia é seis vezes mais cara que a fornecida pelas hidrelétricas”(Folha de São Paulo).

• Lula cita final da novela ‘Avenida Brasil’ em comício em Santo André

Não é justo, porque ele era a única pessoa boa naquela novela. Sustenta um monte de gente, foi traído dentro de casa e ainda por cima foi sequestrado. Então, principalmente os homens desse Brasil, a gente tem que ajudar a encon-trar o Tufão, afirmou (Folha de São Paulo).

• Novela “Avenida Brasil” é destaque em jor-nal americano

O sucesso da novela “Avenida Brasil” (Globo) continua repercutindo mundo afo-ra. Neste domingo, foi o jornal americano “Los Angeles Times” que resolveu falar so-bre o folhetim. “Nada chama mais a atenção do Brasil que suas telenovelas”, diz o texto. “Exceto talvez a Copa do Mundo, nada jun-ta mais o país que seus dramas bem polidos de grande orçamento”(Folha de São Paulo).

• Último capítulo de Avenida Bra-sil faz Dilma mudar comício com Haddad

O motivo, segundo revelou à colunista do jornal “Folha de S. Paulo” Mônica Berga-mo, não é que Dilma não deseja perder o final do folhetim da TV Globo, mas a pro-babilidade de muitos militantes preferi-rem assistir ao capítulo final da novela do que ver a presidenta (Folha de São Paulo).

• Revista americana sugere que ‘Aveni-da Brasil’ vire série nos EUA. (O Globo)

• Avenida Brasil na reta final, veteranos se consa-gram com atuações impecáveis (Jornal do Brasil)

• ‘Avenida Brasil’: Tufão será sequestrado por Santiago na reta final da novela (Extra)

• Carminha fica morena na reta final de ‘Ave-nida Brasil’ (Extra)

• ‘Avenida Brasil’: Carminha é a assassina do Max (Extra)

Globo NOVELA III - AVENIDA BRASIL 48 1.755 25 2.660 GLOBO REPORTER 37 1.350 19 2.020 JORNAL NACIONAL 35 1.278 17 1.772 A GRANDE FAMILIA 32 1.169 16 1.691 SHOW DE TERCA FEIRA 1 - TAPAS E BEIJOS32 1.150 17 1.768 TV Brasil ESPORTVISAO 1 36 0 42 PATAGONIA SELVAGEM 1 36 0 38 RODA VIVA 1 27 0 38 PAPO DE MAE 1 26 0 38 VIOLA MINHA VIOLA MAT 1 23 0 22 TV BAND PANICO NA BAND 5 171 2 214 JORNAL DA BAND 4 163 2 217 CQC 4 142 2 178

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De acordo com os jornais pesquisados a novela Avenida Brasil foi gravada para atingir a classe C e acabou virando uma novela comentada em todas as classes. O subúrbio ganhou destaque na nove-la em seu realismo e sem ideologias. Nelson Ro-drigues dizia que “a novela mata nossa fome por mentiras”, mas esta novela matou nossa fome de verdades, na observação de alguns destes jornais.

De acordo com os jornais, podemos ressaltar que na novela todos eram importantes sem muitas di-ferenciações entre o núcleo principal e os coadju-vantes. Outra técnica muito utilizada foram cenas em que todos os personagens falavam ao mes-mo tempo o que deu um ar naturalista a trama.

Segundo o jornalista Arnal-do Jabour em crônica para o Estadão:

Esta produção da TV coloca lixão de um lado e Zona Sul do outro, mas nunca faz de-núncias sociais ou mostra contradições de um maniqueísmo fácil. E justamente essa recusa ou ausência de “mensagens” torna a obra extremamente, não direi “política”, mas enriquecedora do imaginário brasilei-ro, incluindo conceitos e comportamentos esquecidos ou ignorados pela dramaturgia nacional. Merece um sério estudo antropoló-gico que a antropóloga Ivana podia fazer…

Esta novela é parte importante da cultura brasileira atual, para longe dos esnobismos estetizantes. Vejo que aqui e no mundo au-diovisual nasce uma nova arte de massas, um barroquismo digital e pós-pós que não busca mais a realização de um sentido, mas uma convivência entre ficção e realidade. Há vá-rios anos a gente analisava a “importância” de uma obra de arte, para além de sua aura po-ética. Buscávamos alguma coisa que ajudas-se a “mudar” contradições e desse mais har-monia e sentido para a vida social. E agora?

Bem, esta novela foi vista por cerca de 80 mi-lhões de pessoas durante meses, e isso a tor-na não apenas uma ficção sobre nós. Ela faz parte da nossa realidade (JABOUR, 2012).

Em entrevista a revista Veja o autor da no-vela João Emanuel Carneiro também des-creve os se-gredos para o sucesso da trama. Segundo o autor, quando a proposta da tele-novela Avenida Brasil foi apresentada a TV Globo, houve um grande receio da emisso-ra, pois a heroína não pertencia aos padrões tradicionais das telenovelas. O próprio autor afirma que temeu uma rejeição do público.

Por outro lado, o autor observou que o público quer saber da vida daquele pessoal humilde que enriqueceu e mora em condomínios da Barra da Tijuca ou que continua morando no próprio su-búrbio e não mais da elite tradicional. Investiu nessa ideia e deu certo. E o mais impressionante foi atingir também a audiência das classes A e B.

Apostando em não subestimar a inteligên-cia do espectador, em protagonistas jovens como Débora Falabella e Cauã Reymond, em uma heroína nada ingênua, em mostrar a clas-se C, João Emanuel Carneiro criou uma tele-novela que entrou para a história das teleno-velas tais como Roque Santeiro e Vale Tudo.

De acordo com as fontes pesquisadas é pos-sível concluir que as telenovelas são vistas pelos jornais como portadoras simbólicas da realidade brasileira, tornando público aqui-lo que supostamente identifica os brasileiros.

Bibliografia

ADORNO, T.W. & HORKHEI-MER, M. “Dialética do esclarecimen-to”. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.

ALMEIDA, Veronica Eloi de. “Os reali-ty shows e o respeitável público da vida pri-vada”. 2003. 123 p. Dissertação (Mestrado em Sociologia e Antropologia) - Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universida-de Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

_____. O Brasil pela minisséries: A gente se vê por ali? Um estudo sobre a minissérie A

Globo NOVELA III - AVENIDA BRASIL 48 1.755 25 2.660 GLOBO REPORTER 37 1.350 19 2.020 JORNAL NACIONAL 35 1.278 17 1.772 A GRANDE FAMILIA 32 1.169 16 1.691 SHOW DE TERCA FEIRA 1 - TAPAS E BEIJOS32 1.150 17 1.768 TV Brasil ESPORTVISAO 1 36 0 42 PATAGONIA SELVAGEM 1 36 0 38 RODA VIVA 1 27 0 38 PAPO DE MAE 1 26 0 38 VIOLA MINHA VIOLA MAT 1 23 0 22 TV BAND PANICO NA BAND 5 171 2 214 JORNAL DA BAND 4 163 2 217 CQC 4 142 2 178

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Page 26: Avenida Brasil: Um fenômeno nas mídias sociais

Muralha. Tese. Programa de Pós Graduação em Sociologia e Antropologia do IFCS/UFRJ, 2012.

BORELLI, Sílvia Helena Simões. Te-lenovelas brasileiras – balanços e pers-pectivas. Revista São Paulo em Pers-pectiva. 15(3): 29-36, São Paulo, 2001.

BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.

CAMPEDELLI, Samira Youssef. A telenovela. São Paulo: Ed. Ática, 1985. (Série Princípios)

DEBORD, Guy. A sociedade do espetácu-lo. Rio de Janeiro: Ed.Contraponto,1997.

JABOR, Arnaldo. Avenida Brasil está aca-bando. Jornal Estadão. São Paulo. 9 out. 2012. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,avenida-brasil-esta-acaban-do,942905,0.htm Acesso em: 02 fev. 2013.

KORNIS, Mônica Almeida. Uma memó-ria da história recente: as minisséries da Rede Globo. In: XXIV Congresso Brasileiro de Ci-ências da Comunicação, 2001, Campo Gran-de (MS). Anais do XXIV Congresso Bra-sileiro de Ciências da Comunicação, 2001.

_____. Mídia televisiva e identidade nacio-nal: Anos dourados e a retomada da democra-cia. In: Abreu, Alzira Alves (org.), Mídia e po-lítica no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2003.

LOPES, Maria Immacolata Vassallo. Narrativas televisivas e identidade nacional: O caso da tele-novela brasileira. INTERCOM – Sociedade Bra-sileira de Estudos Interdisciplinares da Comuni-cação XXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Salvador, Bahia, 1 a 5 set, 2002.

MATTELART, Armand; MATTELART, Michèle. História das teorias da Comuni-cação. 3 ed. São Paulo: Ed. Loyola, 2000.

MEYER, Marlyse. “Folhetim: uma histó-ria”. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

SODRÉ, Muniz. A comunicação do gro-tesco – um ensaio da cultura de massa no Brasil. 11ed. Petrópolis: Vozes, 1988.

Sites pesquisados:

Tabela do IBOPEhttp://www.ibope.com.br/pt-br/conhecimento/TabelasMidia/audienciadetvrj/Paginas/TOP-5--RIO-DE-JANEIRO--SEMANA-42.aspx

FOLHA DE SÃO PAULO: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1171629-final-de-aveni-da-brasil-vai-deixar-conta-de-luz-mais-cara.shtml

http://www1.folha.uol.com.br/poder/1172223--lula-cita-final-da-novela-avenida-bra-s i l -em-comic io-em-san to-andre . sh tml

h t t p : / / w w w 1 . f o l h a . u o l . c o m . b r /ilustrada/1225038-novela-avenida-brasil--e-destaque-em-jornal-americano.shtml

http://www1.folha.uol.com.br/poder/1169486--dilma-muda-comicio-com-haddad-por--ultimo-capitulo-de-avenida-brasil.shtml

JORNAL DO BRASIL: http://www.jb.com.br/heloisa-tolipan/noticias/2012/10/18/avenida--brasil-na-reta-final-veteranos-se-consagram--com-atuacoes-impecaveis/

O GLOBO: http://oglobo.globo.com/revista--da-tv/revista-americana-sugere-que-avenida--brasil-vire-serie-nos-eua-7714800

O EXTRA: http://extra.globo.com/tv-e-lazer/avenida-brasil-tufao-sera-sequestrado-por-san-tiago-na-reta-final-da-novela-6397935.html

h t t p : / / e x t r a . g l o b o . c o m / f a m o s o s / c a r -m i n h a - f i c a - m o r e n a - n a - r e t a - f i n a l -- d e - a v e n i d a - b r a s i l - 6 4 3 9 1 5 3 . h t m l

h t t p : / / e x t r a . g l o b o . c o m / t v - e - l a -z e r / a v e n i d a - b r a s i l - c a r m i n h a - a - a s -s a s s i n a - d o - m a x - 6 4 1 7 1 9 1 . h t m l .

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Introdução

Quando ouvimos o termo “rede social”, pensa--se automaticamente em redes sociais online, que foram uma explosão em termos de popularidade. Sites como MySpace, Facebook e Linkedln estão entre os Websites mais visitados no mundo. Para muitos usuários as redes sociais online não são apenas uma maneira de manter contato, mas um modo de vida.

A maioria dos recursos das redes sociais online é comum a cada um dos milhares de sites de rede social existentes atualmente: A capacidade de criar e compartilhar um perfil pessoal é o recurso mais básico. Essa página de perfil normalmente possui uma foto, algumas informações pessoais básicas e um espaço extra para que o usuário in-forme suas bandas, livros, programas de TV, fil-mes, hobbies e Websites preferidos.

Cada rede social online possui regras e métodos diferentes de busca e contato com amigos poten-ciais. No MySpace, você pode buscar e entrar em contato com pessoas em toda a rede sejam elas membros afastados da sua rede social ou estra-nhos. Mas você só vai ter acesso às informações

completas de seus perfis se elas concordarem em aceitar você como amigo e fizer parte da sua rede.

A rede do Facebook, que começou como um aplicativo de rede social de uma faculdade é muito mais restrita e orientada a grupos. No Facebook, só é possível encontrar pessoas que estão em uma das suas “redes” existentes. Elas podem incluir a empresa onde você trabalha, a faculdade onde você estudou e até o seu colé-gio; mas você também pode participar de várias das centenas de redes menores “groups” criadas por usuários da Facebook, algumas baseadas em organizações reais, outras que só existem na mente de seus fundadores.

A Rede Social UnirCarioca

Antonio Podgorski*

[email protected]

Luiz Alfredo Vidal de Carvalho**[email protected]

Manuel Martins Filho***

[email protected]

Artigo

Ensaios Acadêmicos | Abril/ Maio/ Junho 2013

*Foi aluno-bolsista do Programa de Iniciação Científica da UniCarioca, sob orientação do professor doutor Luis Alfredo Vidal de Carvalho e atualmente é aluno do Mes-trado em Computação do IME.

*Doutor em Engenharia de Sistemas e Computação, COPPE/UFRJ 1989; professor do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva - IESC-UFRJ.

*Doutor em Engenharia de Sistemas e Computação, COPPE/UFRJ 2008.

2726

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Objetivo

As redes sociais digitais vêm dominando nos-so mundo atualmente e a cada dia seu uso atin-ge mais e mais milhões. Muitos fenômenos in-teressantes ocorrem nestas redes que podemos dizer têm comportamento complexo: o surgi-mento de focos de convergência, o desapare-cimento de focos de convergência, a mudança rápida dos padrões de conectividade da rede, entre outros fenômenos.

Para que tal estudo seja realizado, é necessário uma massa significativa de dados a ser anali-sada, então para a capacitação deste estudo foi criada a rede UnirCarioca, que será aplicada ferramentas de mineração de dados para que os fenômenos coletivos complexos possam ser ob-servados e registrados.

Através da rede UnirCarioca, não somente os alunos da UniCarioca terão uma ferramenta para se comunicarem e tratar dos seus estudos e relações com a universidade mas também serão modelos para estudos teoria da complexidade.

O que é UnirCarioca?

UnirCarioca é uma rede social a qual os alu-nos da UniCarioca poderão interagir entre si, a fim de melhorar seus relacionamentos, experi-ências, além de propiciar uma melhor interação entre alunos de diferentes unidades.

Sua essência vai além de uma rede Social co-mum, e sim um canal onde o aluno da UniCario-ca irá ganhar voz, poderá discutir sobre assun-tos relevantes ao mundo acadêmico e também extra acadêmico.

A UnirCarioca nasceu com este propósito, di-minuir as distâncias, tornar os canais entre alu-nos, professores, funcionários, coordenadores, reitoria mais fortes e estreitos. Tendo em vista um propósito comum que todos nós buscamos, melhorias constantes.

A UnirCarioca teve em sua concepção a usa-bilidade e acessibilidade como fatores essên-cias, tendo em vista a melhor experiência ao usuário final.

Tecnologias e recursos utilizados para rea-lizar este estudo

• Layout - HTML e CSS, para garantir uma formatação homogênea e uniforme em todas as páginas de um site as folhas de estilo em cascata (Cascading Style Sheets) facilitam muito o trabalho de criação.

Folha de estilo em cascata é um mecanis-mo simples para adicionar estilos (exemplos: fontes, cores, espaçamentos) em documentos Web.

Ou seja, CSS é um padrão de formatação (Web Standards) para páginas que permite ir além das limitações impostas pelo HTML.

Web Standards é um conjunto de normas, diretrizes, recomendações, notas, artigos, tu-toriais e afins de caráter técnico, e destinados a orientar fabricantes, desenvolvedores e pro-jetistas para o uso de práticas que possibilitem a criação de uma Web acessível a todos, inde-pendentemente dos dispositivos usados ou de suas necessidades especiais.

Foi proposto pelo World Wide Web Consor-tium, W3 Consortium, o qual é uma comissão que define os padrões de programação para a WWW, em duas especificações: CSS1 e CSS2.

• Linguagem – server sideASP (Active Server Pages) é uma plataforma

criada pela Microsoft para a criação de web sites interativos e dinâmicos. ASP foi criado para ser fácil de usar, rápido para desenvolver e ainda para ter melhor performance que o an-tigo Perl/CGI.

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É possível programar em ASP utilizando di-versas linguagens de scripts, porém as princi-pais linguagens de script mais utilizadas são VBScript e JScript. Neste projeto o VBScript foi o escolhido, devido a uma maior familiari-dade das partes envolvidas no projeto.

• Linguagem – client sideJquery é um framework que visa ajudar os

desenvolvedores a se concentrarem na lógica dos sistemas da web e não nos problemas de in-compatibilidade dos navegadores atuais. Uma função escrita em Javascript puro tem uma diminuição nótavel quando reescrita com este framework. Cumprindo muito bem seu slogan “write less, do more”, escreva menos, faça mais. A adoção do framework Jquery no projeto tem

em vista trabalhar a interatividade, usabilidade e experiência do usuário ao máximo, tornando--a única. Além de trabalhar toda a validação do lado do cliente.

• Banco de dados - MySQL é um sistema de gerenciamento de banco de dados (SGBD), que utiliza a linguagem SQL (Linguagem de Con-sulta Estruturada, do inglês Structured Query Language) como interface. É atualmente um dos bancos de dados mais populares. Ferramenta de análise de tráfego interno na

redeGoogle Analytics é capaz de identificar além

da tradicional taxa de exibição e hit (cliques) de uma página, localização geográfica do visitante, forma com a qual chegou na página (através de links de outros sites, buscador, AdSense ou di-retamente pelo endereço), sistema operacional, navegador, navegador e sistema operacional combinados e suas versões, resolução de tela, entre outros, em períodos diários, semanais, mensais e anuais.

Embora muitas pessoas vejam o Google Analytics apenas como uma ferramenta de mo-nitoramento de tráfego, esta ferramenta na ver-

dade funciona como uma poderosa ferramenta para tomada de decisões em negócios relacio-nados a Internet.

O Google Analytics se baseia no sistema de estatísticas Urchin, da Urchin Software Corpo-ration, adquirida pela Google em abril de 2005.

wwFerramenta para estudo dos fenômenos da rede

Gephi é uma plataforma interativa de visuali-zação e exploração de todos os tipos de redes e sistemas complexos, grafos dinâmicos e hi-erárquicos.

O que é um Grafo?“Um grafo G é definido como sendo um par

ordenado (V,E), onde V é um conjunto e E uma relação binária sobre V. Os elementos de V são denominados de vértices ou pontos ou nós, e os pares ordenados de E são denominados de ares-tas ou linhas ou arcos do grafo.”

“Um grafo pode ser dirigido ou não dirigido. Um grafo é dito dirigido se suas arestas pos-suem orientação.”

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Hospedagem e Recursos

O website e sua base de dados são hospedados na Locaweb, e seguem o padrão dos Requisitos de Sistema do Windows Server 2008 R2,como especificado em http://www.microsoft.com/win-dowsserver2008/pt/br/system-requirements.aspx

Apresentação iniciação científica

Foi apresentado em (18/04/12), o projeto UnirCarioca para os alunos na unidade do Rio Comprido, com o objetivo de explicar o que é iniciação cientifica, e apresentar o projeto Unir-Carioca.

Números da rede (de 22/04/12 à 28/04/12 – 1 semana)

Análise interna de utilização

número de usuários 333número de perguntas 126

número de visualizações das perguntas 2420média visualização / pergunta 19,21

número de respostas 651média respostas / pergunta 5,17

número de tags criadas 346cinco tags(assuntos) mais relevantes opinião, unicarioca, unircarioca,

entretenimento, dicas

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Fluxograma - Site Map

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Análise interna de utilização

número de usuários 333número de perguntas 126

número de visualizações das perguntas 2420média visualização / pergunta 19,21

número de respostas 651média respostas / pergunta 5,17

número de tags criadas 346cinco tags(assuntos) mais relevantes opinião, unicarioca, unircarioca,

entretenimento, dicas

Google Analytics

Visitas - refere-se ao número de visitas ao site.Páginas visitas - refere-se ao número médio de páginas visualizadas durante uma visita ao site.

Visualizações repetidas de uma única página são consideradas.

Duração média da visita - refere-se à dura-ção média de uma visita ao site.

Porcentagem de novas visitas - refere-se à porcentagem de visitas novas (de pessoas que nunca visitaram seu site antes).

Taxa de rejeição - Taxa de rejeição é a porcentagem de visitas a uma única página (isto é, visitas em que uma pessoa sai de seu site pela mesma página em que entrou).

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A fim de manter a identidade visual da UniCa-rioca o logo proposto, possui em sua concepção as principais características da logomarca ori-ginal como fonte, cores.

Figura – logomarca sugerida

Identidade Visual

Logotipo

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Figura – logomarca sugerida

Tela - Login

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Tela - Principal

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Page 35: Avenida Brasil: Um fenômeno nas mídias sociais

Tela – Tags Relacionadas

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Tela – Usuários

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Tela – Perguntas

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Page 38: Avenida Brasil: Um fenômeno nas mídias sociais

Tela – Perfil

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Continuação do projeto: Iniciação Científica

Será implementado melhorias constantes a par-tir das críticas e sugestões dos usuários da rede.

E a partir da massa de dados gerada será reali-zado estudos que explicam a teoria da comple-xidade das conexões que ocorrem em uma rede social.

Bibliografia

Sites Pesquisados

GOOGLE: Disponível em: http://www.google.com.br/analytics/

GEPHI: Disponível em: http://gephi.org/

WIKIPEDIA: Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Google_Analytics

BSF: Disponível em: http://bsf.org.br/2011/10/18/introducao-ao-gephi/

CÓDIGO FONTE: Disponível em: http://codi-gofonte.uol.com.br/codigos/asp

MYSQL: Disponível em: http://mysql.com/

UFPA: Disponível em: http://www.ufpa.br/di-cas/htm/htm-esti.htm

JQUERY: Disponível em: http://jquery.com/

MICROSOFT: Disponível em: http://www.mi-crosoft.com/windowsserver2008/pt/br/system-requirements.aspx

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A Revista Ensaios acadêmicos publica e divul-ga trimestralmente artigos científicos e acadêmicos, com áreas de concentração que correspondam aos campos da Administração, Análise e Desenvolvi-mento de Sistemas, Ciências Contábeis, Ciência da Comunicação, Design, Engenharia de Produção, Gestão de Recursos Humanos, Jornalismo, Marke-ting, Pedagogia, Publicidade e Propaganda e Redes de Computadores. Os artigos serão submetidos ao Conselho Editorial e, uma vez aprovados, serão pu-blicados na Revista. Os artigos deverão ser encami-nhados para o seguinte endereço eletrônico: [email protected].

São publicados artigos científicos, resenhas de obras acadêmicas, comunicações de pesquisa e co-mentários. Os textos devem ser escritos em Língua Portuguesa e seguir a seguinte padronização:

1. Artigos científicos: textos contendo análise, re-flexão e conclusão sobre os temas acadêmicos acei-tos. Devem ter entre cinco e quinze páginas (7 mil a 21 mil caracteres);

2. Resenhas de obras acadêmicas: textos con-tendo o registro e a crítica de obras, livros, teses, dissertações e monografias publicados recentemen-te. Deve ter entre três e cinco páginas (4.200 a 7 mil caracteres);

3. Comunicações de pesquisa: textos contendo descrição da pesquisa, metodologia, análise dos re-sultados e conclusões. Deve ter entre dez e quinze páginas (14 mil a 21 mil caracteres);

4. Comentários: textos contendo apreciações e de-bate sobre questões da atualidade nos temas acei-tos. Deve ter entre cinco e dez páginas (7 mil a 14 mil caracteres).

Os trabalhos devem ser digitados com o processa-dor de texto BrOffice ou MS Office Word e conter a seguinte formatação:

1. Formatação do papel: A-4 (29,7 x 21 cm) com margens: superior = 3cm, inferior = 2cm, esquerda = 3cm e direita = 2cm;

2. Fonte da letra Times New Roman;

3. Tamanho 12;

4. Espaçamento entre linhas 1,5;

5. Citações com mais de 3 linhas devem ter re-cuo de 04 cm da margem esquerda e não devem apresentar recuo na margem direita e nem aspas, e devem ter um espaçamento duplo, do corpo do tex-to. A fonte da citação deve ser menor que o corpo

Normas de Publicação

ensAios ACAdêMiCos

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do texto (tamanho 09) e o espaçamento entre as linhas deve ser simples;

6. Citações com até 3 linhas podem aparecer no corpo do texto e devem apresentar aspas;

7. Palavras estrangeiras escritas em itálico;

8. Os títulos devem ser apresentados em negrito;

9. Título e subtítulo devem figurar na pagina de aber-tura, no alto, escritos na língua do texto e em inglês. O título deve ser centralizado, em letras maiúsculas e em negrito;

10. Nome completo do(s) autor (es) na forma direta, acompanhados de um breve currículo que o(s) quali-fique na área do artigo;

11. O currículo: nome da instituição de origem, informação sobre a atual situação acadêmica do autor (se é graduando ou graduado), incluindo endereço (e-mail) para contato, deve aparecer em nota de rodapé;

12. Resumo na língua do texto: o resumo deve apre-sentar de forma concisa, os objetivos, a metodologia e os resultados alcançados, não ultrapassando 100 pala-vras. Não deve conter citações;

13. Resumo na língua inglesa (abstract): obrigatório em todos os textos;

14. Palavras-chave na língua do texto: elemento obri-gatório deve figurar abaixo do resumo, antecedidas da expressão: Palavras-chave;

15. Palavras-chave na língua inglesa: elemento obri-gatório deve figurar abaixo do resumo em inglês, ante-cedidas da expressão: Keywords;

16. Introdução: Na introdução deve-se expor a fina-lidade e os objetivos do trabalho de modo que o leitor tenha uma visão geral do tema abordado;

17. Desenvolvimento: parte principal e mais extensa do trabalho deve apresentar a fundamentação teórica, a metodologia, os resultados e a discussão. Divide-se em seções e subseções conforme a NBR 6024, 2003. Os títulos de cada seção devem ser apresentados em negrito;

18. Conclusões: as conclusões devem respon-der às questões da pesquisa, correspondentes aos objetivos e hipóteses; devem ser breves podendo apresentar recomendações e sugestões para tra-balhos futuros;

19. Notas explicativas: a numeração das notas é feita em algarismos arábicos, sobrescritos no fim da palavra ou expressão dentro do texto, em ordem sequencial, devendo ser única e consecu-tiva para cada artigo. Não se inicia a numeração em cada página. As notas explicativas, restritas ao mínimo, deverão ser apresentadas no rodapé, com fonte 8;

20. Referências: elemento obrigatório constitui uma lista ordenada dos documentos efetivamente citados no texto (NBR 6023, 2000);

21. Glossário: elemento opcional elaborado em ordem alfabética;

22. Apêndices: elemento opcional. “Texto ou documento elaborado pelo autor a fim de com-plementar o texto principal”(NBR14724, 2002, p.2);

23. As ilustrações (quadros, figuras, fotos etc) deverão ser enviadas em arquivos separados, em com resolução mínima de 500 pixels, claramen-te identificadas (ex: Figura 1, Figura 2 etc), indi-cando o texto e o local (espaço) onde devem ser inseridas. Sua identificação aparece na parte in-ferior, precedida da palavra designativa, seguida de seu número de ordem de ocorrência do texto, em algarismos arábicos, do respectivo título, a ilustração deve figurar o mais próximo possível do texto a que se refere. Conforme o IBGE (1993) as tabelas devem ter um número em algarismo arábico, sequencial, inscritos na parte superior da tabela, à esquerda da página, precedida da pala-vra Tabela. Exemplo: Tabela 5 ou Tabela 3.5. A fonte deve ser colocada imediatamente em baixo da tabela para indicar a autoridade dos dados e/ou informações da tabela, precedida da palavra Fonte;

24. As referências bibliográficas, digitadas em ordem alfabética no final do texto, devem seguir a NBR6023.

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