Avalorizaeaodo cooperativismo

nomundo

IIU m homem vivia a beirade uma estrada e vendiacachorros-quentes. N13.o

ouvia bem, por isso n13.otinha ra-dio.Tinha problemas com os olhos,por isso n13.olia jornais, e nem as-sistia televis13.o. Tampouco tinhacomputador para acessar a In-ternet. Mas ele vendia bons ca-chorros-quentes, e colocava car-tazes pela estrada fazendo pro-paganda da qualidade de seu pro-duto. Ele ficava a beira da estradae ofere cia, em voz alta: Olha 0 ca-chorro-quente! Olha 0 cachorro-quente! Eo povo comprava. Len-tamente foram crescendo as ven-das e, cad a vez mais, aumentavaa compra de salsicha e p13.o.Com-prou um fog13.omaior para melhoratender aos fregueses, eo neg6-cio prosperava. Conseguiu darboa escola ao filho, que foi para aCapital".

"Final mente, 0 filho, ja forma-do, voltou para sua cidade. Mas,ent13.o,uma coisa aconteceu. 0 fi-Iho indagou ao pai: 0 senhor n13.oIejornais, n13.ove televis13.o,n13.oouveradio? N13.osabe que 0 mundo estaem crise? 0 pai pensou: bem, meufilho estudou, Ie jornais, ve televi-s13.o,ouve radio, esta ligado naInternet e, portanto, s6 pode estarcom a raz13.o. 0 pai foi gradati-vamente reduzindo os cartazes depropaganda, n13.omais an uncia-va em voz alta 0 seu produto, aba-tido pelas notfcias da crise. As ven-

CRISE OUOPORTUNIDADE?

das foram caindo, ele diminuiu ascompras de salsicha e P13.o,ateque 0 pai falou para 0 filho: voceestava certo meu filho, n6s real-mente estamos no meio de umagrande crise. A crise existe, mase no intimo de cada UlrT'.

Dedico 0 texto acima, de au-toria desconhecida, a todos que,ao inves de se pre-ocuparemcom a crise, seja ela norte-ameri-cana, europeia ou brasileira, seocupam em encontrar soluc;oese alternativas para vence-Ia.

Deixe 0 orgulho de lado, poisele n13.ovai te levar a lugar algum.E procure ajuda. Tenha forc;a devontade e disposiC;13.opara ararvelhos conceitos, mudando 0 quefor precise mudar, para podercrescer, independentemente dasituaC;13.oem que se encontra apropriedade, do tamanho dela, dorelevo, do tipo de solo, do regimede chuvas, da quantidade de ani-mais no rebanho, da produC;13.oatual de leite, se e que voce esta

produzindo leite no momenta; damedia de produC;13.ode suas va-cas, das benfeitorias edificadas,dos equipamentos existentes eda disponibilidade de dinheiro.

Nada dissoimporta! 0 queconta de verdadee a vontade derepaginar sua vi-da e, consequen-temente, a de suafamilia. Vontade ealgo que s6 se en-contra em pes so-as que acreditam,que sac entusias-madas e que seocupam, ao invesde se preocupa-rem. Alias, a pala-vra entusiasmo,de origem grega, significa "teruma forc;a interior capaz de mu-dar os rumos da vida". N13.oe 0sucesso que nos deixa entusi-asmados, mas, sim, 0 entusias-mo que nos leva ao sucesso.

De que 0 dinheiro e impor-tante, n13.oha duvida, mas a mol apropulsora das mudanc;as n13.oeo capital, mas, sim, 0 querer pro-gredir. A unica funC;13.odo dinhei-ro e acelerar 0 ritmo das mudan-c;as. A falta dele n13.osignifica queelas n13.oocorrer13.o, mas apenasque acontecer13.o em outro ritmo,maislento.

Seja humilde, reconhec;asuas falhas e pec;a socorro. Dei-xe de ser teimoso e de se gabarde fazer como seu pai, seu avo eseu bisavo faziam. Se n13.oestadando certo, esta errado. Darcerto e ganhar dinheiro. Eles ti-veram a epoca deles e, de certaforma, foram bem-sucedidos,pois, alinal voce continua na ati-vidade leiteira. No entanto, ostempos sac outros e voce preci-sa acompanhar a evoluC;13.o.

Querer datilografar um textonuma maquina de escrever, foto-grafar com camera que precisaser abastecida com filme fotogra-fico para posteriormente ser re-velado, ouvir musica numa vitrolade alta fidelidade sac atitudes que

carregam um sentimento nostalgicoe elevada dose de romantismo, de-monstrando 0 desejo inconscientede reviver tempos de outrora, emvez de encarar a realidade do mun-doatual.

Voce tambem precisa evoluir.E doloroso sair da acomodaC;13.odeque suas verdades 0 trouxeramate aqui, mas isso e preciso, paran13.oser engolido pela vida. Admitirpara si pr6prio que n13.oe 0 do noda verdade e 0 primeiro passo,caso seu plano seja permanecerna produC;13.ode leite.

Procure um tecnico competen-te para orienta-Io. Mas como sa-

ber se 0 tal tecnico ecompetente? Facil.Basta pedir a ele queo leve para visitarpropriedades queorienta, e la vocepodera avaliar se 0tecnico tem ou n13.ocondiC;13.ode auxilia-10. Se ele gaguejar, fi-car te enrolando en13.oagendar a visi-ta, isso e sinal deque certamente n13.oesta na categoria detecnicos que voceprocura. Muitos pro-

dutores ja me disseram que n13.oprocuram um tecnico porque n13.oquerem ser mandados, ou comoum deles disse: "n13.oquero serchoferado!".

o tecnico competente n13.oman-da, mas, sim, combina com 0 produ-tor as tarefas a serem efetuadas,cobrando a execuC;13.odas mesmas.Caso 0 produtor n13.otenha realizadoo servic;o e n13.ode uma desculpaaceitavel, 0 tecnico devera se livrardessa propriedade, excluindo-a dorol das assistidas. Se n13.o0 fizer,alem de n13.oser um tecnico compe-tente, estara se prostituindo, poratender a esse produtor apenas pelaremuneraC;13.orecebida.

Na cultura japonesa, 0 ideo-grama que representa a palavra cri-se se escreve de forma quase iden-tica ao ideograma que representa apalavra oportunidade. Voce poderaler notfcias sobre a crise, assistir anoticiarios sobre a crise, conversarsobre a crise, mas com 0 pensa-mento voltado para as oportunida-des que certamente aparecer13.o. Aescolha e sua! •

o lecnicoCOmpelenle nao

manda, mas, sim,combina como produlor as

larelas aserem eleluadas,

cobrandoa exeCUGaOdas

mesmas

Artur Chine/ato de Camargoe engenheiro agr6nomo epesquisador da EmbrapaPecuaria Sudeste, de SaoCarlos-SP. Cantatas, peloartur@cppse.embrapa.br.