avaliaÇÃo da seguranÇa na construÇÃo de edifÍcio …

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL BOZZETTO FERRAZ DOS SANTOS AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO CONFORME ESPECIFICAÇÕES DA NR-18 Florianópolis 2019

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Page 1: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

GABRIEL BOZZETTO FERRAZ DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO

DE EDIFÍCIO CONFORME ESPECIFICAÇÕES DA NR-18

Florianópolis

2019

Page 2: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

GABRIEL BOZZETTO FERRAZ DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO

DE EDIFÍCIO CONFORME ESPECIFICAÇÕES DA NR-18

Monografia apresentada ao Curso de

Especialização em Engenharia de Segurança

do Trabalho Universidade do Sul de Santa

Catarina como requisito parcial à obtenção do

título de Especialista em Engenharia de

Segurança do Trabalho.

Orientador: Prof. Msc. José Humberto Dias de Toledo

Florianópolis

2019

Page 3: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

GABRIEL BOZZETTO FERRAZ DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO

DE EDIFÍCIO CONFORME ESPECIFICAÇÕES DA NR-18

Esta Monografia foi julgada adequada à

obtenção do título de Especialista em

Engenharia de Segurança do Trabalho e

aprovada em sua forma final pelo Curso de

Especialização em Engenharia de Segurança

do Trabalho da Universidade do Sul de Santa

Catarina.

Florianópolis, 25 de Maio de 2019.

______________________________________________________

Professor e orientador Msc. José Humberto Dias de Tolêdo,

Universidade do Sul de Santa Catarina

Page 4: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

Dedico este trabalho ao meu avô Inelcy

Bozzetto “in memoriam” pelo incentivo e

aprendizado obtido e nobre ser humano que

representou nesse plano.

Page 5: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus.

Agradeço a família, esposa Deise Matias de Castro Ferraz e filha Isabela de

Castro Ferraz, pelo apoio, compreensão e incentivo.

Agradeço ao pai Milton Luiz Ferraz dos Santos, mãe Janice Maria Bozzetto dos

Santos e irmão Ramon Bozzetto Ferraz dos Santos.

Agradeço ao professor orientador José Humberto de Toledo pelo apoio na

realização deste trabalho.

Agradeço aos professores e colegas da Pós-Graduação em Engenharia de

Segurança do Trabalho pelo aprendizado e conhecimento adquirido.

Page 6: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

“Non Nobis Domine, Non Nobis, Sed Nomini Tuo, Da Gloriam!”. (Autor

desconhecido).

Page 7: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

RESUMO

A indústria da construção civil é caracterizada por inúmeros riscos de acidentes, que causam

danos aos trabalhadores e prejuízos aos órgãos administradores.

O interesse com relação à segurança do trabalho em obras da construção civil motivou este

trabalho. Por isso, procurou-se acompanhar as principais atividades em execução na obra e

observar os aspectos em conformidade e desconformidade de acordo com a NR-18, na

construção de uma edificação. O estudo de caso propõe avaliar as condições e o meio

ambiente de trabalho de uma edificação em fase de construção. A metodologia utilizada foi

uma análise comparativa das principais atividades, o ambiente, equipamentos e qualificação

dos profissionais da obra, em relação aos procedimentos especificados na Norma

Regulamentadora NR-18.

Palavras-chave: Segurança do trabalho. NR-18. Construção civil. Riscos de acidentes.

Page 8: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

ABSTRACT OU RÉSUMÉ OU RESUMEN

The construction industry is characterized by numerous risks of accidents, which cause

damage to workers and damage to the management bodies.

The interest regarding the safety of work in construction works motivated this work.

Therefore, it was sought to follow the main activities in execution in the work and to observe

the aspects in conformity and nonconformity according to the NR-18, in the construction of a

building. The case study proposes to evaluate the conditions and working environment of a

building under construction. The methodology used was a comparative analysis of the main

activities, the environment, equipment and qualification of the work professionals, in relation

to the procedures specified in Regulatory Norm NR-18.

Keywords: Work safety. NR-18. Construction. Risks of accidents.

Page 9: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Mapa de Risco, conforme especificações da CIPA. ................................................ 26

Figura 2 – Agentes de riscos no trabalho. ................................................................................ 27

Figura 3 - EPI’s mais utilizados na construção civil. ............................................................... 29

Figura 4 - EPC’s mais comuns: extintores, fitas, tela de proteção, cones, bandeja e sinalização.

.................................................................................................................................................. 29

Figura 5 - EPC’s contra queda de altura: grades de proteção lateral, cinto de segurança. ....... 30

Figura 6 – Extintor de combate a incêndio. .............................................................................. 30

Figura 7 – Esquema representativo de análise ergonômica do trabalho................................... 31

Figura 8 – Vista frontal da edificação em fase de construção. ................................................. 46

Figura 9 – Localização do empreendimento............................................................................. 46

Figura 10 – Armazenamento de materiais. ............................................................................... 48

Figura 11 – Assentamento dos tijolos na construção de parede. .............................................. 48

Figura12 – Assentamento dos blocos de concreto. .................................................................. 49

Figura 13 – Preparo e transporte de massa para assentamento e reboco das paredes. ............. 49

Figura 14 – Montagem de forma para construção da escada. .................................................. 50

Figura 15 – Quebra da parede e instalação dos dutos de energia elétrica. ............................... 50

Figura 16 – Preparo das armaduras da laje. .............................................................................. 51

Figura 17 – Conferência das armaduras e posicionamento dos eletro-dutos na laje. ............... 51

Figura 18 – Instalações Sanitárias: lavatórios e acesso ao mictório e vaso sanitário. .............. 54

Figura 19 – Vestiário: assentos, área de circulação e armários. ............................................... 55

Figura 20 – Vestiário: armários. ............................................................................................... 55

Figura 21 – Refeitório: mesas e bancos para a refeição. .......................................................... 56

Figura 22 – Refeitório: geladeira, freezer e pia de lavar. ......................................................... 57

Figura 23 – Passarela de acesso. ............................................................................................... 58

Figura 24 – Escada com corrimão e tela de proteção. .............................................................. 59

Figura 25 – Escada utilizada para circulação com infiltração aparente. .................................. 59

Figura 26 – Vão ao lado do elevador de transporte de materiais. ............................................ 61

Figura 27 – Bandeja de proteção com tela protetora. ............................................................... 61

Figura 28 – Bandeja de proteção. ............................................................................................. 62

Figura 29 – Risco de queda de altura. ...................................................................................... 62

Figura 30 – Portão de isolamento do elevador de transporte de materiais. .............................. 64

Figura 31 – Operação do elevador de transporte de materiais. ................................................ 64

Page 10: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

Figura 32 – Interior do elevador de transporte de materiais. .................................................... 65

Figura 33 – Transporte de massa no elevador. ......................................................................... 66

Figura 34 – Pavimento térreo, transporte de massa no elevador. ............................................. 66

Figura 35 – Instalação dos eletro-dutos e caixas de tomada. .................................................... 69

Figura 36 – Instalações elétricas: fiação com dimensionamento inadequado. ......................... 69

Figura 37 – Máquina de corte: moto serra. ............................................................................... 71

Figura 38 – Ferramenta: Alicate. .............................................................................................. 71

Figura 39 – EPI: Botas e capacete. .......................................................................................... 72

Figura 40 – Sinalização do vestiário......................................................................................... 73

Figura 41 – Sinalização do refeitório. ...................................................................................... 73

Figura 42 – Sinalização do posto de armadura. ........................................................................ 74

Figura 43 – Sinalização: Falta de manutenção da sinalização................................................. 74

Figura 44 – Sinalização: depósito sem identificação dos materiais. ........................................ 75

Figura 45 – Ordem e limpeza: entulho com pregos expostos próximo à entrada da obra....... 76

Figura 46 – Excesso de escoras na escada, dificuldade de acesso ao pavimento superior. ...... 76

Figura 47 – Excesso de madeira no chão dificultando a acessibilidade no local. .................... 77

Figura 48 – Madeira com prego no chão em área de trabalho. ................................................ 77

Figura 49 – Armazenagem de aço em local inadequado, dificuldade de acessibilidade na obra.

.................................................................................................................................................. 77

Page 11: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – SAT e variação do FAP ........................................................................................ 21

Quadro 2 – Trabalhadores afastados do mercado de trabalho brasileiro por acidente de

trabalho, de 2009 a 2013........................................................................................................... 22

Quadro 3 – Valor anual das despesas do INSS (R$ mil), segundo rubricas acidentárias, de

2009 a 2013. ............................................................................................................................. 22

Quadro 4 – (Quadro I da NR-4) Alterado pela Portaria SIT n°76, de 21 de novembro de 2008.

Relação da Classificação Nacional das Atividades Econômicas – CNAE, com Grau de Risco

– GR para o dimensionamento do SESMT. ............................................................................. 24

Quadro 5 – (Quadro II da NR-4) Alterado pela Portaria SSMT n°34, de 11 de dezembro de

1987. ......................................................................................................................................... 25

Quadro 6 – Ambiente de Trabalho. .......................................................................................... 52

Quadro 7 – Instalações Sanitárias. ............................................................................................ 53

Quadro 8 – Vestiário. ............................................................................................................... 54

Quadro 9 – Refeitório. .............................................................................................................. 56

Quadro 10 – Escadas, rampas e passarelas. .............................................................................. 57

Quadro 11 – Proteção contra queda de altura. .......................................................................... 60

Quadro 12 – Transporte de materiais e pessoas. ...................................................................... 63

Quadro 13 – Elevadores de transporte de materiais. ................................................................ 65

Quadro 14 – Andaimes. ............................................................................................................ 67

Quadro 15 – Instalações elétricas. ............................................................................................ 67

Quadro 16 – Máquinas, equipamentos e ferramentas............................................................... 70

Quadro 17 – Equipamento de Proteção Individual – EPI. ........................................................ 72

Quadro 18 – Sinalização. .......................................................................................................... 73

Quadro 19 – Ordem e limpeza. ................................................................................................. 75

Page 12: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 15

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO .............................................................................................. 15

1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 16

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA ......................................................................................... 17

1.4 OBJETIVOS .................................................................................................................... 17

1.4.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 17

1.4.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 17

1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................. 17

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 19

2.1 ACIDENTES DE TRABALHO ...................................................................................... 19

2.1.1 Causas dos acidentes de trabalho .............................................................................. 20

2.1.2 Custos dos acidentes de trabalho ............................................................................... 21

2.1.3 Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) ........................................................ 22

2.2 SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO (SST) ....................................................... 23

2.2.1 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho

(SESMT) .................................................................................................................................. 24

2.2.2 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) ............................................. 25

2.2.3 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) .......................................... 27

2.2.4 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) .......................... 28

2.2.5 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Proteção Coletiva (EPC) .............. 28

2.2.6 Prevenção contra incêndio.......................................................................................... 30

2.2.7 Ergonomia .................................................................................................................... 31

2.2.8 Treinamento ................................................................................................................. 32

3 CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA

CONSTRUÇÃO – NR-18 ....................................................................................................... 33

3.1 PROGRAMA DAS CONDIÇÕES DO MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO (PCMAT) ........................................................................ 34

3.2 ÁREAS DE VIVÊNCIA .................................................................................................. 36

3.2.1 Instalações Sanitárias .................................................................................................. 36

3.2.2 Vestiário ....................................................................................................................... 37

Page 13: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

3.2.3 Local para refeições .................................................................................................... 37

3.3 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDA DE ALTURA ................................... 38

3.4 ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS ....................................................................... 38

3.5 ANDAIMES E PLATAFORMAS DE TRABALHO ...................................................... 39

3.6 CARPINTARIA E ARMAÇÕES DE AÇO .................................................................... 39

3.7 ESTRUTURAS DE CONCRETO ................................................................................... 41

3.8 ESTRUTURAS METÁLICAS ........................................................................................ 41

3.9 TELA PROTETORA E REDES DE SEGURANÇA ...................................................... 42

3.10 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ........................................................................................ 42

3.11 MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE MATERIAIS ............................................. 43

3.12 MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS ................................................. 43

3.13 ARMAZENAGEM DE MATERIAIS ............................................................................. 44

3.14 SINALIZAÇÃO ............................................................................................................... 45

4 DESCRIÇÃO DA OBRA ................................................................................................. 46

4.1 LOCALIZAÇÃO ............................................................................................................. 46

4.2 IDENTIFICAÇÃO E VISTORIA .................................................................................... 47

4.3 ATIVIDADES EM EXECUÇÃO .................................................................................... 47

5 AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ................................................................................... 52

5.1 AMBIENTE DE TRABALHO ....................................................................................... 52

5.2 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS ..................................................................................... 53

5.3 VESTIÁRIO .................................................................................................................... 54

5.4 REFEITÓRIO .................................................................................................................. 56

5.5 ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS ....................................................................... 57

5.6 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS DE ALTURA ................................. 60

5.7 MOVIMENTAÇÃO DE TRANSPORTE DE MATERIAIS E PESSOAS .................... 63

5.8 ELEVADORES DE TRANSPORTE DE MATERIAIS ................................................. 65

5.9 ANDAIMES .................................................................................................................... 67

5.10 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ........................................................................................ 67

5.11 MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS ................................................. 70

5.12 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL-EPI ................................................ 72

5.13 SINALIZAÇÃO ............................................................................................................... 73

5.14 ORDEM E LIMPEZA ..................................................................................................... 75

6 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 78

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 79

Page 14: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

ANEXOS ................................................................................................................................. 82

ANEXO A – CHECK LIST NR-18 ....................................................................................... 83

Page 15: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

15

1 INTRODUÇÃO

A construção civil tem importância econômica e social a nível mundial, pois gera

progresso, renda e crédito, através de milhões de empregos as classes menos favorecidas e

classes estabilizadas, incluindo técnicos de áreas diversas, empresários, engenheiros,

arquitetos, contadores, advogados e médicos. Além disso, as obras de construção

movimentam economicamente indústrias, empreiteiras, fornecedores de materiais e

transportadoras (MACHADO, 2015).

O setor da construção abrange diversas atividades de produção, funções de

planejamento, projetos, execução e manutenção de obras. O ramo da construção civil é

dividido em dois campos básicos de atuação: edificações, para fins de moradia, comércio e

outros serviços, e a parte de infraestrutura em estradas, túneis, hidrelétricas, também

conhecida como construção pesada.

O trabalho é de fundamental importância para a subsistência dos indivíduos, no

entanto, essa atividade pode gerar riscos para a saúde e segurança do trabalhador. A segurança

do trabalho visa à prevenção de acidentes laborais, onde as atividades necessárias são a

antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle dos riscos de acidentes.

A segurança e saúde do trabalho na construção civil seguem os parâmetros

estabelecidos nas normas regulamentadoras. Devido a sua abrangência, a NR-18 serve como

referência para as atividades exercidas no canteiro de obras e tem como finalidade estabelecer

diretrizes para medidas de controle, sistemas de prevenção de segurança nos processos, nas

condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção.

O treinamento adequado do trabalhador e aplicação das práticas de segurança e

saúde, assim como um sistema de fiscalização eficiente, são imprescindíveis para o bom

andamento de uma obra, a fim de minimizar riscos, acidentes e custos.

Portanto, este estudo tem como objetivo realizar uma avaliação das condições de

trabalho, treinamento e qualificação dos trabalhadores envolvidos, serviços de execução e

equipamentos utilizados na construção de uma obra de edificação residencial, conforme as

especificações estabelecidas na norma regulamentadora NR-18.

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO

Este estudo tem como base a avaliação da construção de um edifício residencial,

localizado na cidade de São José/SC, conforme os critérios de segurança e saúde no trabalho

Page 16: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

16

regulamentados na NR-18. A pesquisa apresentada neste trabalho foi delimitada ao setor da

Construção Civil, subsetor Edificações.

1.2 JUSTIFICATIVA

O ramo da construção civil é responsável por obras habitacionais, comerciais,

industriais, obras do tipo social e destinadas a atividades culturais, esportivas e de lazer. No

entanto, esse setor é caracterizado pelo uso de procedimentos tradicionais que apresentam

inúmeras peculiaridades e tornam o processo construtivo diferente de outras atividades

econômicas.

Os acidentes de trabalho mais comuns verificados na construção são ocasionados

pela falta de treinamento e qualificação dos trabalhadores, associado ao descumprimento dos

regulamentos da NR-18, origem de riscos e acidentes de trabalho, além de elevado índice de

rotatividade dos funcionários.

Segundo Vieira (2006) mais do que cumprir a legislação existente, é um dever da

administração das empresas proporcionar um ambiente de trabalho seguro e saudável.

As empresas devem reduzir os riscos a que os trabalhadores estão expostos,

físicos, químicos, ergonômicos, biológicos, psicológicos, entre outros, pois num ambiente

inseguro não é possível obter qualidade (MACHADO, 2015).

De acordo com Benite (2004), as construtoras devem conhecer o tamanho dos

custos e recursos desperdiçados quando ocorre um acidente, de modo que sirva como um

argumento para o incentivo em investimentos de segurança.

Considerando o crescimento acelerado e desordenado na região da grande

Florianópolis, SC houve o surgimento de inúmeras obras, onde as empresas construtoras

buscam o aumento da produtividade, investimentos em tecnologia e redução de custos, com o

objetivo de atratividade ao consumidor. Contudo, a preocupação com a saúde e segurança no

canteiro de obras não é proporcional à demanda, o que tende a ocasionar diversos problemas

relacionados à segurança e saúde do trabalhador.

Portanto, optou-se pelo estudo de avaliação de uma obra de edificação relacionada

à NR-18 para verificar se realmente estão sendo aplicados conceitos e regulamentos

necessários à saúde e segurança do trabalho.

Page 17: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

17

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA

A avaliação de uma edificação em fase de construção, comparativa com as

especificações de segurança e saúde do trabalho em relação a NR-18, pode contribuir para

melhorias nas condições e ambiente dos trabalhadores?

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

O trabalho tem como objetivo principal avaliar a construção de um edifício com

relação a aplicação da Norma Regulamentadora NR-18, fazendo um acompanhamento da

obra e dos serviços em execução, de forma a contribuir com a preservação da segurança e

saúde dos trabalhadores.

1.4.2 Objetivos Específicos

Fundamentação teórica para aprimorar o conhecimento técnico e

normativo da segurança e medicina do trabalho;

Vistoriar e analisar o canteiro de obras;

Acompanhar tecnicamente a construção, junto com engenheiro, técnico

de segurança e trabalhadores;

Monitorar a exposição aos riscos de acidentes;

Analisar os trabalhos em andamento na obra e considerar a segurança e

saúde do trabalhador.

1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA

A pesquisa é caracterizada quanto a natureza, como aplicada, devido a sua

aplicação prática e busca da solução de problemas específicos. Consiste no embasamento para

a análise dos ambientes e as condições de trabalho em um canteiro de obras de um

empreendimento da construção civil, em fase de execução.

Consiste em uma análise qualitativa do ambiente, de forma descritiva, onde a

pesquisa é realizada na origem dos dados.

Page 18: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

18

O problema envolve a falta de segurança e os acidentes de trabalho, devido à

inexistência em muitos casos da aplicação dos fundamentos e das Normas de Segurança do

Trabalho.

Em relação aos objetivos, trata-se de uma análise exploratória que envolve

levantamento bibliográfico e experiências práticas.

Nos procedimentos técnicos, a composição é constituída de fundamentação

teórica: estudos de acidentes e especificações normativas, coleta de dados: vistorias, fotos e

entrevistas, levantamentos: checklist adaptado, e estudo de caso: descrição e avaliação do

ambiente em estudo.

Serão realizadas visitas na obra em construção com o acompanhamento do

engenheiro responsável e funcionários, buscando observar os ambientes e a forma como são

executados os trabalhos. Posteriormente, será realizado a avaliação dos principais aspectos em

conformidade e desconformidade da obra, de acordo com os critérios de segurança

estabelecidos na Norma Regulamentadora NR-18, sem consideração dos custos envolvidos,

multas ou adequações de inconformidades.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho está estruturado conforme descrições a seguir:

No título 1, tem como objetivo introduzir o objeto de pesquisa com seus

respectivos subtítulos, apresentam a introdução, tema e delimitação do trabalho, com o

problema de pesquisa, objetivo geral e específicos, justificativas e metodologia de pesquisa.

No título 2, é realizada a fundamentação teórica que inclui o estudo sobre os

acidentes de trabalho e as principais normas necessárias para o atendimento a segurança e

saúde do trabalho.

No título 3, são abordadas especificações da segurança e saúde do trabalho de

acordo com a NR-18.

No título 4, são apresentadas de forma geral, as principais características e os

trabalhos acompanhados da obra em estudo.

No título 5, constitui a avaliação da segurança da obra, a partir das verificações e

análises do cumprimento da NR-18.

No título 6, contém as conclusões obtidas no trabalho com base na fundamentação

teórica e análise dos resultados das verificações realizadas.

Após, seguem as referências bibliográficas e anexos utilizados para o trabalho.

Page 19: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ACIDENTES DE TRABALHO

A segurança do trabalho pode ser compreendida como o conjunto de medidas

preventivas adotadas com o objetivo de redução de acidentes de trabalho, doenças

ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade do trabalhador (MARTINS,

2004).

De acordo com o art. 131 do “Regulamento dos Benefícios da Previdência Social”

– Decreto n°2172 de 05/03/97, acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho

a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, que provoque lesão

corporal ou perturbação funcional causando morte, perda ou redução, permanente ou

temporária, da capacidade para o trabalho.

É importante considerar os tipos de acidentes de trabalho mais recorrentes na

indústria da construção civil:

Batidas;

Queda de objetos;

Queda de pessoas;

Prensagem;

Esforço excessivo;

Exposição a temperaturas extremas;

Contato com produtos químicos agressivos;

Contato com eletricidade;

Contato com equipamentos inadequados de trabalho.

Conforme Rocha (2007), o aumento de acidentes causa muitas consequências para

o trabalhador e sua família, as empresas e a sociedade. O trabalhador fica incapacitado de

forma total ou parcial, temporária ou permanente para o trabalho; a família sofre pela falta de

recursos; as empresas perdem a mão-de-obra, o material, os equipamentos e tempo, fazendo

com que aumentem os custos operacionais; na sociedade crescem o número de inválidos e

dependentes da Previdência Social (acidente de trabalho com afastamento). O país acaba

sentindo de forma negativa o conjunto dos acidentes de trabalho. No entanto, existe o acidente

de trabalho sem afastamento que ocorre quando o trabalhador sofre pequenas escoriações e

pode retornar ao trabalho após breve recuperação.

Page 20: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

20

2.1.1 Causas dos acidentes de trabalho

Associado as causas dos acidentes de trabalho está a ocorrência de atos inseguros

e condições inseguras. Os acidentes de trabalho podem ocorrer por causa do homem,

influência do meio social, personalidade e educação. Portanto, a fim de minimizar acidentes é

necessário administrar as condições de saúde do trabalhador, estado de ânimo e motivação

para o trabalho, temperamento e preocupações.

O ato inseguro é uma consequência de fatores pessoais de insegurança, pois

significa violar ou não respeitar um procedimento aceito como seguro, expondo as pessoas ao

risco (MOL, 2008).

As principais causas de ato inseguro, conforme DE CICCO (1991):

Inadequação entre o homem e a função;

Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los;

O ato inseguro pode ser sinal de desajustamento do trabalhador;

A condição insegura é inerente à empresa, constitui a condição física ou mecânica

perigosa, existente no local, máquina, equipamento ou na instalação, que permite ou

ocasionam o acidente.

MOL (2008) comenta:

“Tais condições manifestam-se como deficiências técnicas, podendo

apresentar-se: na construção civil e instalações: áreas insuficientes, pisos

fracos e irregulares, excesso de ruído e trepidações, falta de ordem e

limpeza, instalações elétricas impróprias ou com defeito, falta de sinalização.

Nas máquinas: localização imprópria das máquinas, falta de proteção em

partes móveis e pontos de agarramento, máquinas com defeitos. Na proteção

do trabalhador: proteção insuficiente ou totalmente ausente, roupas e

calçados impróprios, equipamentos de proteção com defeitos”.

Exemplos de condições inseguras de acordo com ZOCCHIO (2002):

Falta de proteção em máquinas e equipamentos;

Deficiência de máquinas e ferramentas;

Acessibilidade perigosa;

Instalações elétricas inadequadas;

Falta de equipamento de proteção individual;

Nível de ruído elevado;

Proteções inadequadas;

Defeitos nas edificações;

Page 21: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

21

Iluminação inadequada;

Risco de fogo ou explosão.

No entanto, as causas de acidentes de trabalho podem ter uma relação maior, na

prática, com as condições ambientais de trabalho, aspectos psicológicos do trabalhador e o

envolvimento de fatores humanos, econômicos e sociais.

As condições preventivas e ações corretivas de acidentes de trabalho na

construção civil são de responsabilidade total da empresa, através da participação efetiva dos

técnicos de segurança, encarregados e supervisores.

2.1.2 Custos dos acidentes de trabalho

Em relação ao valor dos custos dos acidentes de trabalho, SAAD (1981) divide o

custo total em custo direto e indireto:

a) Custo direto: são custos gerados com desembolso imediato, pois seu

custeio é feito mediante pagamento da empresa ao INSS do seguro de acidente de

trabalho (SAT). O pagamento está relacionado aos riscos ambientais sujeitos pelo

trabalhador de determinada atividade. O percentual sobre a remuneração total do

trabalhador está definido de acordo com o art.22 da Lei 8212/91:

1% (um por cento) para as empresas onde a atividade preponderante

seja avaliada com risco de acidente considerado leve;

2% (dois por cento) para as empresas onde a atividade preponderante

seja avaliada com risco de acidente considerado médio;

3% (três por cento) para as empresas onde a atividade preponderante

seja avaliada com risco de acidente considerado grave;

O fator acidentário de prevenção (FAP) varia para cada grau de risco.

Quadro 1 – SAT e variação do FAP

Fonte: Humberto (2019).

Page 22: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

22

b) Custo indireto: são os chamados não segurados, sem desembolso

imediato. Corresponde aos custos das consequências do acidente.

Quadro 2 – Trabalhadores afastados do mercado de trabalho brasileiro por acidente de

trabalho, de 2009 a 2013.

Ano

Total de

acidentes

Invalidez

temporária

Invalidez

permanente Mortes

Soma afastamento

permanente

Média p/

dia

2009 733.365 325.027 14.605 2.560 17.165 47

2010 709.474 309.827 15.942 2.753 18.695 51

2011 720.529 306.503 16.658 2.938 19.596 54

2012 713.894 288.063 17.047 2.768 19.815 54

2013 717.911 271.314 14.837 2.797 17.634 48

Total

79.089 13.816 92.905

Fonte: MTE/RAIS, MPS/AEPS.

Quadro 3 – Valor anual das despesas do INSS (R$ mil), segundo rubricas acidentárias, de

2009 a 2013.

Ano

Aposentado

p/ invalidez

Pensão p/

morte

Auxílio

doença

Auxílio

acidente

Auxílio

suplementar

Aposentadoria

especial Total

2009 1.849.968 1.327.884 2.103.376 1.467.534 124.348 6.858.291 13.731.401

2010 2.082.354 1.392.507 2.408.490 1.674.907 111.715 7.239.421 14.909.394

2011 2.371.443 1.513.935 2.627.518 1.817.623 124.587 7.873.494 16.328.600

2012 2.306.595 1.386.343 2.199.955 2.013.070 129.906 8.607.473 16.643.342

2013 2.597.552 1.472.290 2.379.629 2.248.006 132.503 12.067.967 20.897.947

Fonte: MPS/AEPS.

2.1.3 Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT)

A Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) é um documento emitido para

reconhecer um acidente de trabalho, de trajeto ou doença ocupacional. A CAT informa ao

Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) que o trabalhador sofreu um acidente ou

doença no trabalho. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no seu Artigo 169, Lei

8213/1991, contempla maiores informações sobre a CAT.

É necessário a empresa informar à Previdência Social sobre qualquer acidente de

trabalho ocorrido com os empregados. No caso de óbito, a comunicação deve ser imediata.

Não havendo informação por parte da empresa, a mesma estará passível de multa, conforme

consta nos Artigos 286 e 336 do Decreto 3.048/99.

Page 23: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

23

Portanto, é de suma importância a emissão da CAT, pois é a garantia de

assistência acidentária ou aposentadoria por invalidez do trabalhador junto ao INSS.

2.2 SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO (SST)

A Segurança do Trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas que

são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e proteger a

integridade e capacidade de trabalho do trabalhador (MARTINS, 2004).

A Segurança e Medicina do Trabalho preocupa-se com todas as ocorrências que

interfiram em solução de continuidade em qualquer processo produtivo, independente se nele

tenha resultado lesão corporal, perda material, perda de tempo, ou ambos os fatores. A

prevenção de acidentes só pode ser bem realizada a partir de um programa consistente, que

contenha objetivos muito claro e leve em conta desde um pequeno incidente até acidentes

mais graves (CAMPOS, 2014).

O quadro de segurança de uma empresa é composto de equipe multidisciplinar,

constituída por técnico de segurança, engenheiro de segurança, médico do trabalho e

enfermeiro. Esses profissionais integram o Serviço Especializado de Engenharia de Segurança

e Medicina do Trabalho – SESMT (NR-4). A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –

CIPA (NR-5) tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho,

de modo a tornar compatível o trabalho com a preservação da vida e saúde do trabalhador

(HUMBERTO, 2019).

É importante considerar a atuação dos profissionais de Segurança do Trabalho,

também integrantes da CIPA, no treinamento e orientação dos trabalhadores para a

conscientização na utilização de EPI’s (NR-6), elaboração de Programas de Prevenção de

Riscos Ambientais – PPRA (NR-9), inspeções de segurança, realização de laudos técnicos,

dentre outras responsabilidades.

Em referência as Normas Regulamentadoras (NR’s), são disposições expedidas

pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que visam a regulamentação e definição de

parâmetros de observância obrigatória, referentes aos dispositivos de Segurança e Medicina

do Trabalho, especificados no Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho

(CLT), conforme redação dada pela Lei 6.514 de 1977 e aprovação pela Portaria n° 3.214 de

1978 (BRASIL, 2019).

Portanto, é de responsabilidade do empregador o cumprimento das disposições

legais e regulamentares, com relação à Segurança e Saúde do Trabalho, através da elaboração

Page 24: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

24

de ordens de serviço sobre a segurança e saúde do trabalho, avaliação e treinamento dos

trabalhadores quanto a possíveis riscos no ambiente de trabalho, implantação de sistemas de

prevenção de acidentes, sistema fiscalização permanente e acompanhamento médico dos

funcionários. Cabe aos empregados cumprir as determinações do empregador e trabalhar com

vigilância e prudência para a melhoria das próprias condições de trabalho e saúde.

2.2.1 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho

(SESMT)

O SESMT está estabelecido no artigo 162 da Consolidação das Leis do Trabalho e

é regulamentado pela NR-4. Dependendo da quantidade de empregados e da natureza das

atividades, o serviço pode incluir os seguintes profissionais: médico do trabalho, enfermeiro

do trabalho, técnico de enfermagem do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho e

técnico de segurança do trabalho.

A Norma Regulamentadora NR-4 – Serviços Especializados em Segurança e

Medicina do Trabalho – SESMT, prevê em seu item 4.1 que as empresas devem,

obrigatoriamente, manter os SESMT com a finalidade de promover a saúde e proteger a

integridade do trabalhador no local de trabalho, sendo que o dimensionamento do serviço

vincula-se a graduação de risco da atividade principal da empresa e ao número total de

empregados do estabelecimento, devendo ser observado o quadro II da NR-4 que estabelece

quais e quantos profissionais deverão compor o serviço (ENIT, 2019).

De acordo com a verificação dos Quadros 4 e 5, pode-se verificar o grau de risco e

número de Técnicos especializados para as principais atividades do ramo da construção.

Quadro 4 – (Quadro I da NR-4) Alterado pela Portaria SIT n°76, de 21 de novembro de 2008.

Relação da Classificação Nacional das Atividades Econômicas – CNAE, com Grau de Risco

– GR para o dimensionamento do SESMT.

Código Denominação G.R.

43 Serviços especializados p/ construção

43.1 Demolição e preparação do terreno 4

42.11-2 Demolição e preparação do canteiro de obras 4

43.12-6 Perfuração e sondagens 3

43.13-4 Obras de terraplenagem 3

43.19-3 Preparação do terreno não especif. anterior

43.2 Instalações elétricas, hidráulicas e outras

43.21-5 Instalações elétricas 3

43.22-3

Instalações hidráulicas, ventilação e

refrigeração 3

Page 25: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

25

43.29-1 Instalações não especificadas anteriormente 3

43.3 Obras de acabamento 3

43.30-4 Obras de acabamento

43.9 Outros serviços especiais p/ construção

43.91-6 Fundações 4

43.99-1 Serviços especiais p/ construção não especif. 3

Fonte: NR-4 (2008).

Quadro 5 – (Quadro II da NR-4) Alterado pela Portaria SSMT n°34, de 11 de dezembro de

1987.

Dimensionamento dos SESMT

Grau

de

Risco

Técnicos/N° Empregados

no estabelecimento

50 a

100

101 a

250

251 a

500

501 a

1000

1001

a

2000

2001

a

3500

3501

a

5000

acima de

5000

adicionar

1 Técnico seg. trabalho 1 1 1 2 1

Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1*

Auxiliar de enfermagem 1 1 1

Enfermeiro do trabalho 1*

Médico do trabalho 1* 1* 1 1*

2 Técnico seg. trabalho 1 1 2 5 1

Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1 1*

Auxiliar de enfermagem 1 1 1 1

Enfermeiro do trabalho 1

Médico do trabalho 1* 1 1 1*

3 Técnico seg. trabalho 1 2 3 4 6 8 3

Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1 2 1

Auxiliar de enfermagem 1 2 1 1

Enfermeiro do trabalho 1

Médico do trabalho 1* 1 1 2 1

4 Técnico seg. trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3

Engenheiro seg. trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1

Auxiliar de enfermagem 1 1 2 1 1

Enfermeiro do trabalho 1

Médico do trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1

(*) Tempo parcial - mínimo 3 horas. Fonte: NR-4 (1987).

2.2.2 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem suas especificações na

Norma Regulamentadora NR-5, estabelece a obrigatoriedade das empresas em se organizarem

e manterem em funcionamento uma comissão constituída exclusivamente por representantes

Page 26: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

26

da empresa com o objetivo de prevenir infortúnios laborais e eliminar causas de acidentes de

trabalho e doenças.

O dimensionamento da CIPA é realizado de acordo com a Classificação Nacional

de Atividades Econômicas – CNAE e do número de empregados no estabelecimento. As

empresas que não se enquadram no Quadro I, anexo da NR-5, devem designar um

responsável pelo cumprimento da Norma. O dimensionamento da CIPA nas empresas do setor

da construção segue o disposto no item 18.33 da NR-18.

Uma das ferramentas mais importantes para atuação da CIPA é a manutenção de

verificações regulares nos locais de trabalho, visando identificar situações de risco que

ameassem a segurança dos trabalhadores e possam causar acidentes. Antes de iniciar a

verificação, os membros da CIPA devem preparar checklist por setor, enumerando as

principais condições de riscos. Quando verificado caso de risco grave ou iminente, o serviço

deve ser paralisado imediatamente (CAMPOS, 2014).

Figura 1 - Mapa de Risco, conforme especificações da CIPA.

Fonte: Google Imagens (2019).

Page 27: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

27

2.2.3 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais está especificado na Norma

Regulamentadora NR-9 e tem como objetivo identificar riscos potenciais à saúde do

trabalhador no seu ambiente de trabalho, além de definir medidas de eliminação ou controle

dos mesmos.

O PPRA de acordo com a Portaria 3.214/78 da NR-9, é considerado um programa

de higiene ocupacional que deve ser implementado em todas as empresas de forma articulada

com um programa médico o PCMSO.

Os riscos ambientais são agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de

acidentes nos ambientes laborais, que através de sua natureza, intensidade e exposição, podem

causar danos à saúde. A figura 2 apresenta os principais agentes causadores de riscos no

ambiente de trabalho.

Figura 2 – Agentes de riscos no trabalho.

Fonte: Google Imagens (2019).

No desenvolvimento do PPRA deve constar as seguintes etapas, conforme subitem 9.3.1, item

9.3 da NR-9:

a) antecipação e reconhecimento dos riscos;

b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;

c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;

d) implantação de medidas de controle e sua eficácia;

e) monitoramento da exposição aos riscos;

f) registro e divulgação dos dados.

Page 28: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

28

2.2.4 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)

O PCMSO está regulamentado pela NR-7, que especifica os exames médicos

necessários que devem ser adotados pela empresa com relação aos seus funcionários. Em cada

exame médico realizado, o médico do trabalho deve emitir o Atestado de Saúde Ocupacional

– ASO, onde consta a aptidão ou não para o desempenho de determinada função. Os exames

obrigatórios são: exame admissional, exame periódico, de retorno ao trabalho, mudança de

função, exame demissional e complementares (BRASIL, 2019).

É importante na elaboração do PCMSO considerar fatores como prevenção,

investigação e diagnóstico na evolução de doenças relacionadas a saúde do trabalho. O

PCMSO deve contemplar a prevenção de doenças e a promoção da saúde.

2.2.5 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Proteção Coletiva (EPC)

O EPI é um instrumento de uso pessoal, cuja finalidade é neutralizar a ação de

acidentes, que podem causar lesões aos trabalhadores, e proporcionar proteção contra

prejuízos à saúde, causados pelas condições de trabalho.

As empresas têm a responsabilidade de fornecer aos seus empregados de forma

gratuita o EPI adequado ao risco para execução de determinada atividade, com o Certificado

de Aprovação – CA do Ministério do Trabalho e Emprego, em estado de conservação e

funcionamento, de acordo com as especificações estabelecidas nos itens 6.2 e 6.3 da NR-6

(Equipamento de Proteção Individual - EPI).

A recomendação ao empregador com relação ao tipo de EPI a ser utilizado para

determinada atividade, é definida no SESMT e na CIPA em conjunto com os próprios

trabalhadores usuários dos equipamentos.

De acordo com a NR-6, o fornecimento de EPI deve ser realizado:

a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os

riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais;

b) Enquanto as medidas de proteção coletivas estiverem sendo implantadas;

c) Para atendimento a situações de emergência.

Page 29: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

29

Figura 3 - EPI’s mais utilizados na construção civil.

Fonte: Google Imagens (2019).

Segundo Sampaio (1998), são ações ou equipamentos que servem de barreiras

entre o perigo e os operários. São condições necessárias do EPC: adequação de acordo com o

risco, mínima dependência do homem para atender suas finalidades, ser resistente a

agressividade do ambiente, permitir sua limpeza e manutenção (PIZA, 1997 apud LUCCA,

2013).

A Norma Regulamentadora – NR18, através do Programa das Condições e Meio

Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil – PCMAT, estabelece condições para

o dimensionamento das proteções coletivas no canteiro de obras. Considera-se que o projeto

de implementação das proteções coletivas, devem estar de acordo com a evolução da obra,

conforme o planejamento estabelecido.

Figura 4 - EPC’s mais comuns: extintores, fitas, tela de proteção, cones, bandeja e sinalização.

Fonte: Google Imagens (2019).

Page 30: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

30

Figura 5 - EPC’s contra queda de altura: grades de proteção lateral, cinto de segurança.

Fonte: Google Imagens (2019).

2.2.6 Prevenção contra incêndio

Os empregadores devem adotar medidas de prevenção contra incêndios de acordo

com a NR-23, além da Legislação estadual vigente. É de responsabilidade do empregador

possibilitar a instrução ao trabalhador sobre:

a) Utilização dos equipamentos de combate ao incêndio;

b) Procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança;

c) Dispositivos de alarme existentes.

Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas

de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e

segurança, em caso de emergência, de acordo com a Portaria 221, de 06/06/2011 da NR-23.

Figura 6 – Extintor de combate a incêndio.

Fonte: Google Imagens (2019).

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31

2.2.7 Ergonomia

A ergonomia do trabalho está regulamentada na NR-17, que estabelece

parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho às características

psicofisiológicas dos trabalhadores, afim de proporcionar maior conforto, segurança e

desempenho (BRASIL, 2019).

O estudo ergonômico é constituído basicamente de quatro formas:

Ergonomia física;

Ergonomia cognitiva;

Ergonomia organizacional;

Ergonomia e desenvolvimento sustentável;

Os problemas ergonômicos mais comuns relacionados principalmente a indústria

da construção são: custos de doenças ligadas ao trabalho, inadequação dos postos de trabalho

e do ambiente, qualidade insatisfatória de produtos e do processo de produção, esforços

repetitivos, sobrecargas físicas e níveis de ruído acima do permitido.

Em referência a análise ergonômica do trabalho, é necessário considerar a análise

de demanda, análise das condições do trabalho, análise das atividades desenvolvidas, realizar

o diagnóstico e propor recomendações pertinentes.

Figura 7 – Esquema representativo de análise ergonômica do trabalho.

Fonte: Ana Regina (2019).

Page 32: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

32

2.2.8 Treinamento

O treinamento pode ser realizado em bases individuais, principalmente aquele que

acontece no próprio cargo de forma sistematizada, nos casos de novos empreendimentos ou

onde existe grande número de pessoas a serem treinadas (IIDA, 2005).

No caso das empresas da construção, a formação profissional do trabalhador,

normalmente acontece no próprio canteiro de obras, no molde “aprender fazendo” o que é

preocupante, visto que a população acidentada, é composta por trabalhadores que não

receberam treinamento para a tarefa realizada na hora do acidente, nem sobre riscos de

trabalho e sua prevenção (MENDES, 1995 apud SEEWALD, 2004).

O treinamento da mão-de-obra de uma construtora reduz desperdícios por

retrabalho e consumo exagerado de materiais, melhorando a produtividade, a qualidade do

produto e reduzindo os riscos à saúde e a segurança (SEEWALD, 2004).

Conforme consta na NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na

Indústria da Construção, o treinamento da mão-de-obra é obrigatório. Os trabalhadores devem

receber treinamento admissional, informando sobre as condições e o meio ambiente de

trabalho, riscos inerentes a função, utilização de EPI e informações sobre os EPC’s existentes

no canteiro.

Page 33: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

33

3 CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA

CONSTRUÇÃO – NR-18

O setor da construção civil foi contemplado com a Norma Regulamentadora NR-

18 através da Portaria n° 3.214, cujo título inicial era Obras, Demolição e Reparos. A Norma

trata da prevenção de acidentes dentro da construção civil. Entretanto, esta foi reformulada e

publicada em 1995, através de nova Portaria e passou a ser chamada de Programa de

Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. O objetivo de acordo

com a Norma é estabelecer procedimentos administrativos, de planejamento e organização,

que visam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança na

indústria da construção (BRASIL, 2019).

A Norma é composta de 39 itens, no qual o Programa das Condições do Meio

Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – PCMAT, é o principal elemento que

orienta o conjunto de ações afim de garantir a saúde do trabalhador, bem como sua

integridade e o controle de riscos no ambiente de trabalho.

É pertinente considerar que um planejamento do canteiro de obras através de um

layout organizado e dimensionado, vias de circulação com acessibilidade, treinamento

adequado, condições sociais, proporcionam maior segurança e motivação aos trabalhadores.

Lima Jr. (1995) lista uma série de novidades no texto da NR-18, em meio as quais

pode-se enfatizar as seguintes, em termos de progresso para a melhora das condições de

segurança e saúde do trabalhador:

“a) introdução do PCMAT (Programa das Condições do Meio Ambiente de

Trabalho na Indústria da Construção) visando formalizar medidas de

segurança que necessitam serm implantadas no canteiro de obras;

b) a criação dos CPN E CPR (Comitês Permanentes Nacionais e Regionais

ao mesmo tempo), com o intuito de avaliar e alterar a norma. A composição

destes comitês é feita através de grupos tripartites e paritários;

c) os RTP (Regulamentos Técnicos de Procedimentos), que contém o

objetivo de mostrar meios de como alguns itens da NR-18 podem ser

implantados. Estes procedimentos não são de caráter obrigatório, podendo

ser encarados como sugestões;

d) estabelecimento de parâmetros mínimos para as áreas de vivência

(refeitórios, vestiários, alojamentos, instalações sanitárias, cozinhas,

lavanderias e áreas de lazer), afim de que sejam avaliadas condições

mínimas de higiene e segurança nesses locais;

e) exigência em treinamento em segurança, admissional e periódico;

Page 34: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

34

f) desde 07/07/99 é obrigatória a instalação de elevador de passageiros em

obras com doze ou mais pavimentos, ou obras com oito ou mais pavimentos

cujo canteiro tenha pelo menos 30 trabalhadores.”

Conforme a NR-18 (BRASIL, 2019) aplica-se as atividades da indústria da

construção constantes no quadro I, código de atividade específica, da NR-4 (BRASIL, 2019) e

as atividades e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em

geral, de qualquer número de pavimentos ou tipo de construção, obras de urbanização e

paisagismo. Sua observância, não desobriga os empregadores do cumprimento das

disposições relativas às condições e meio ambiente de trabalho, determinadas na legislação

federal, estadual e/ou municipal, e negociações coletivas de trabalho, conforme consta no

subitem 18.1.4, item 18.1 da NR-18 (BRASIL, 2019).

3.1 PROGRAMA DAS CONDIÇÕES DO MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO (PCMAT)

A introdução da necessidade de elaboração do PCMAT é o ponto mais

significativo da atualização da NR-18. Este documento tem a importância de um instrumento

gerencial de apoio a organização do trabalho na obra, com aspectos administrativos e

técnicos. Proporciona a responsabilidade de preparação de uma série de documentos, como

cronograma de implantação, especificações técnicas e o projeto das proteções coletivas

(GONÇALVES, 2003).

O PCMAT deve incorporar um conjunto de medidas gerenciais, que contenha

educação e treinamento de funcionários, avaliação dos riscos, eliminação dos riscos em fase

de projeto, alocação de recursos financeiros para a segurança, especificações contratuais para

a saúde e segurança do trabalhador e plano de investigações de acidentes (ROUSSELET,

FALCÃO, 1999).

De acordo com Souza (2000), a NR-18 ao ordenar ações voltadas a segurança do

trabalho, tem no canteiro de obras o palco para a sua implementação. A requisição do

PCMAT, ainda de contemplar somente a distribuição inicial das instalações, induz a criação

de um projeto completo de canteiro, onde além dos cuidados específicos quanto a segurança,

é necessário decidir o processo construtivo de forma a tornar mínimo os riscos à saúde dos

trabalhadores.

É importante considerar que o PCMAT deve ser reavaliado periodicamente para

observar seu desenvolvimento e se ele está atendendo seu objetivo para o qual foi elaborado.

Se houver necessidade, devem ser feitos ajustes, estabelecendo novas metas de segurança. A

Page 35: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

35

implementação do PCMAT é de responsabilidade do empregador ou do condômino (NR-18,

BRASIL, 2019).

De acordo com a NR-18, um modelo completo de PCMAT contém:

1) DESCRIÇÃO DA OBRA

2) MEMORIAL DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO

2.1-Riscos de acidentes;

2.2-Riscos de doenças de trabalho;

3) PPRA

3.1-Risco físico;

3.2-Risco químico;

3.3-Risco biológico;

3.4-Limites de tolerância dos riscos ambientais;

3.5-Mapa de risco;

3.6-Medição dos riscos ambientais;

4) PROTEÇÕES COLETIVAS

4.1-Especificação técnica das proteções coletivas;

4.2-Especificação dos EPI’s;

4.3-Plano de limpeza e remoção de entulho;

5) PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA

5.1-Operação de máquinas e equipamentos;

5.2-Escavações e fundações;

5.3-Estruturas para concretagem;

6) CANTEIRO DE OBRA

6.1-Layout do canteiro

6.2-Área de vivência

7) EDUCAÇÃO PREVENTIVA

8) CONSIDERAÇÕES FINAIS

9) ANEXOS

Para Lima Jr. (2005), além da relação com o PPRA e o PCMSO, a elaboração do

PCMAT deve considerar a ergonomia dos postos de trabalho, avaliando condições de trabalho

na obra em função de fatores ambientais, como, chuva, umidade, vento e altitude.

Page 36: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

36

3.2 ÁREAS DE VIVÊNCIA

Segundo a NR-18, os canteiros de obras devem dispor de instalações sanitárias,

vestiário, alojamento, local de refeições, cozinha, lavanderia, área de lazer e ambulatório (no

caso de 50 ou mais trabalhadores).

O alojamento, a lavanderia e a área de lazer são obrigatórios onde houver

residência de trabalhadores no canteiro de obras. A lavanderia consiste em local apropriado

para o trabalhador lavar, secar e passar suas roupas, com tanques individuais ou coletivos, a

área de lazer é o local de recreação (NR-18, BRASIL 2019).

Conforme subitem 18.4.1.2 do item 18.4 da NR-18, as áreas de vivência devem

ser mantidas em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza.

No caso da necessidade de ambulatório, o ambiente onde o mesmo está

localizado, deve disponibilizar material necessário a prestação de primeiros socorros. Esse

material deve ser guardado sob os cuidados do profissional responsável para tal.

O subitem 18.4.1.3 do item 18.4 desta Norma, especifica sobre as instalações

móveis e contêineres nas áreas de vivência:

a) Possua área de ventilação natural, efetiva de 15% (quinze por cento) da área

do piso, composta por duas aberturas, adequadamente dispostas para permitir

eficaz ventilação interna;

b) Garanta condições de conforto térmico;

c) Possua pé direito mínimo de 2,40m (dois metros e quarenta centímetros);

d) Garanta os demais requisitos de conforto e higiene estabelecidos;

e) Possua proteção contra riscos de choque elétrico por contatos indiretos, além

de aterramento elétrico.

3.2.1 Instalações Sanitárias

Na avaliação das instalações sanitárias, deve-se considerar o lavatório, vaso

sanitário e mictório, na proporção de um conjunto para cada grupo de 20 trabalhadores ou

fração. Um chuveiro para cada 10 trabalhadores ou fração. As instalações devem ser mantidas

em perfeito estado de conservação e higiene, sem ligação com o local de refeições (NR-18,

BRASIL 2019).

As instalações sanitárias devem ter portas de acesso que impeçam o devassamento

e guardem o resguardo conveniente; paredes de material resistente e lavável; pisos

Page 37: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

37

impermeáveis laváveis e de acabamento antiderrapante; ventilação, iluminação e instalações

elétricas adequadas. É necessário pé direito mínimo de 2,50m e boa acessibilidade, não sendo

permitido deslocamento superior a 150m do posto de trabalho às instalações (NR-18,

BRASIL 2019).

3.2.2 Vestiário

De acordo com a NR-18, todo canteiro de obras deve possuir vestiário para os

trabalhadores que não residem no local. A localização dos vestiários deve ser próxima aos

alojamentos ou entrada da obra, sem ligação com o refeitório.

Conforme subitem 18.4.2.9.3 do item 18.4.2.9 desta Norma, os vestiários devem

conter:

a) paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente;

b) piso de concreto, cimentado, madeira ou material equivalente;

c) cobertura que proteja contra intempéries;

d) área de ventilação correspondente a 1/10 da área do piso;

e) iluminação natural ou artificial;

f) armários individuais ou dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado;

g) pé direito mínimo de 2,50m ou que respeito estabelecido pelo código de obras

do município da obra;

h) mantido em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza;

i) bancos em número suficiente para atender os usuários com largura mínima de

0,30 (trinta centrímetros).

3.2.3 Local para refeições

É obrigatório local adequado para as refeições, que atenda todos os trabalhadores,

com assentos em número suficiente. O refeitório no canteiro de obras deve possuir mesas com

tampos lisos e laváveis, depósito com tampa para detritos, lavatório instalado e local

exclusivo para aquecimento de refeições (NR-18, BRASIL 2019).

De acordo com a NR-18 (BRASIL, 2019), é obrigatório o fornecimento de água

potável e fresca para os trabalhadores, através de bebedouros de jato inclinado, sendo proibida

a utilização de copos coletivos. Não deve ser permitido preparar, aquecer e comer refeições,

fora do refeitório na obra.

Page 38: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

38

3.3 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDA DE ALTURA

Em referência a prevenção contra quedas de altura, a NR-18 determina condições

mínimas a serem implantadas e somente retiradas quando concluído o fechamento da abertura

da laje ou do piso. As principais determinações consistem na construção do sistema guarda

corpo e rodapé com corrimão superior posicionado a 1,20 metros do piso, intermediário a 0,70

centímetros do piso, com rodapé de 0,20 centímetros e espaços entre os vãos preenchidos com

tela.

A queda de materiais também deve ser evitada, por meio da instalação de

plataformas de proteção as quais são obrigatórias em edifícios acima de quatro pavimentos e

fechamento do perímetro da proteção com telas. No caso de risco da queda de materiais, a

área inferior necessita ser isolada e sinalizada ao nível do terreno (NR-18, BRASIL 2019).

3.4 ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS

A queda de materiais também deve ser evitada, por meio da instalação de

plataformas de proteção as quais são obrigatórias em edifícios acima de quatro pavimentos e

fechamento do perímetro da proteção com telas. No caso de risco da queda de materiais, a

área inferior necessita ser isolada e sinalizada ao nível do terreno (NR-18, BRASIL 2019).

No uso coletivo, as escadas provisórias devem ser dimensionadas em função do

fluxo de trabalhadores, com largura mínima de 0,80 metros e patamar intermediário a cada

2,90 metros de altura, com largura e comprimento no mínimo iguais à largura da escada (NR-

18, BRASIL 2019).

Conforme a NR-18 (BRASIL, 2019), a escada fixa tipo marinheiro deve ser presa

no topo e na base, quando tiver mais de 5 metros ser fixada a cada 3 metros. No caso, de mais

de 6 metros de altura, deve conter gaiola protetora.

As rampas provisórias devem ser fixadas nos pisos inferior e superior, e não

devem ultrapassar 30° de inclinação em relação ao piso, terem peças transversais para apoio

dos pés quando a inclinação for maior que 18° (NR-18, BRASIL 2019).

A madeira utilizada para construção das escadas deve ser de boa qualidade, seca,

sem nós e rachaduras que comprometam sua resistência, sendo proibido o uso de pintura que

cubra as imperfeições.

Page 39: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

39

3.5 ANDAIMES E PLATAFORMAS DE TRABALHO

De acordo com o item 18.15.1 da NR-18, o dimensionamento dos andaimes, sua

estrutura de sustentação e fixação deve ser realizado por profissional legalmente habilitado.

A NR-18 (BRASIL, 2019) determina o dimensionamento dos andaimes e de seu

piso de trabalho por profissional legalmente habilitado, de modo a suportar com segurança as

cargas a que estão sujeitos. Os projetos de andaimes do tipo fachadeiro, suspenso e em

balanço, devem ser acompanhados pela ART (Anotação de Responsabilidade Técnica).

Na confecção de andaimes de madeira, o material utilizado deve ser de boa

qualidade sendo vedado o uso de pintura que encubra imperfeições (BRASIL, 2019).

Os andaimes devem possuir sistema de guarda corpo e rodapé, em todo seu

perímetro, com exceção da face de trabalho. O acesso deve ser seguro, por meio de escadas ou

rampas (BRASIL, 2019).

O piso de trabalho deve ter forração completa, ser antiderrapante, nivelado e

fixado de modo seguro e resistente. Não é permitida a colocação de escadas, nos andaimes,

para atingir locais mais altos (BRASIL, 2019).

Os andaimes metálicos devem possuir travamento que impeçam o desencaixe

acidental de seus montantes, além de escada incorporada a sua estrutura para possibilitar o

acesso dos trabalhadores (BRASIL, 2019).

A montagem e desmontagem dos andaimes devem ser realizadas por

trabalhadores qualificados. É importante a utilização do cinto de segurança do tipo

paraquedista, com duplo talabarte e utilização de ferramentas manuais, amarradas de forma

que impeçam uma possível queda (BRASIL, 2019).

3.6 CARPINTARIA E ARMAÇÕES DE AÇO

Segundo Saurin et al. (2000), entre os principais agentes causadores de lesões na

construção civil, estão as peças soltas de madeira e peças metálicas (vergalhões), formas e

serras em geral (principalmente a serra circular). Portanto, é muito importante a consideração

dos itens 18.7 e 18.8 da NR-18 que trata da carpintaria e armações de aço.

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De acordo com o subitem 18.7.1, as operações em máquinas e equipamentos

necessários à realização da atividade de carpintaria somente podem ser realizadas por

trabalhador qualificado nos termos desta Norma Regulamentadora.

Devido à grande utilização e também proporcional risco de acidentes, convém

ressaltar o subitem 18.7.2 da Norma, onde constam especificações referentes a serra circular:

a) ser dotada de mesa estável, com fechamento de suas faces inferiores, anterior

e posterior, construída em madeira resistente e de primeira qualidade, material

metálico ou similar de resistência equivalente, sem irregularidades, com

dimensionamento suficiente para a execução das tarefas;

b) ter a carcaça do motor aterrada eletricamente;

c) o disco deve ser mantido afiado e travado, devendo ser substituído quando

apresentar trincas, dentes quebrados ou empenamentos;

d) as transmissões de força mecânica devem estar protegidas obrigatoriamente

por anteparos fixos e resistentes, não podendo ser removidos, em hipótese

alguma, durante a execução dos trabalhos;

e) ser provida de coifa protetora do disco e cutelo divisor, com identificação do

fabricante e ainda coletor de serragem.

É necessário que a carpintaria no canteiro de obras tenha piso resistente e

antiderrapante com cobertura, sendo que as lâmpadas de iluminação devem estar protegidas

contra impactos de partículas. Para o corte de madeira, é necessário utilizar guia de

alinhamento e empurrador (NR-18, BRASIL, 2019).

De acordo com o subitem 18.8.1 do item 18.8, desta Norma Regulamentadora, a

dobragem e o corte de vergalhões de aço em obra devem ser feitos sobre bancadas ou

plataformas apropriadas e estáveis, apoiadas sobre superfícies resistentes, niveladas e não

escorregadias, afastadas da área de circulação de trabalhadores.

É necessário apoiar e escorar a armação de pilares, vigas e estruturas verticais,

afim de evitar seu tombamento ou desmoronamento. Considera-se obrigatório a colocação de

pranchas de madeira apoiadas sobre as armações nas formas, para a circulação de operários

(NR-18, BRASIL, 2019).

Deve-se isolar a área de descarga de vergalhões e proteger as pontas dos mesmos.

Page 41: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

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3.7 ESTRUTURAS DE CONCRETO

Conforme especificações da NR-18 (BRASIL, 2019), o projeto e construção das

formas deve considerar a resistência da carga máxima de serviço, e os seus suportes e escoras

devem ser supervisionados antes da concretagem.

Para as operações de protensão dos cabos de aço, deve-se atentar para o

isolamento no entorno da área do macaco hidráulico ou dispositivos de protensão, afim de

garantir a segurança dos trabalhadores. Através de profissional habilitado é necessário a

inspeção do equipamento antes desta ação.

De acordo com o sub item 18.9.12 do item 18.9, as caçambas transportadoras de

concreto devem ter dispositivos de segurança que impeçam o seu descarregamento acidental.

Também deve-se considerar e ter atenção com relação à inspeção das formas a

serem utilizadas, as conexões dos dutos transportadores de concreto, peças e máquinas,

vibradores de imersão e o local de execução da concretagem.

3.8 ESTRUTURAS METÁLICAS

As peças das estruturas metálicas devem ter fixação prévia antes da soldagem ou

processo semelhante.

De acordo com o subitem 18.10.2, do item 18.10 da NR-18, na edificação de

estrutura metálica, abaixo dos serviços de rebitagem, parafusagem ou soldagem, deve ser

mantido piso provisório, abrangendo toda a área de trabalho situada no piso imediatamente

inferior.

É importante instalar redes de proteção junto as colunas, em caso de

complementação do piso provisório.

No subitem 18.10.5, está especificado sobre o recipiente adequado para depositar

pinos, rebites, parafusos e ferramentas, que deve ficar nas proximidades e a disposição do

trabalhador.

Na montagem das peças ou estruturas, deve-se atentar para a proximidade com

linhas elétricas, realizar desligamento da rede, afastamento dos locais energizados, proteção e

aterramento da estrutura e equipamentos (NR-18, BRASIL, 2019).

A execução de prumagem, marcação e fixação das peças, é imprescindível na

colocação de pilares e vigas por guindastes.

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3.9 TELA PROTETORA E REDES DE SEGURANÇA

Estes dispositivos de proteção são indispensáveis para a segurança do trabalhador

da construção civil, principalmente, no canteiro de obras de uma edificação predial.

Conforme subitem 18.13.9, o perímetro da construção de edifícios, além do

disposto nos subitens 18.13.6 e 18.13.7, deve ser fechado com tela a partir da plataforma

principal.

As telas funcionam como barreiras contra queda de materiais e ferramentas.

Em referência à tela de proteção, convém ressaltar conforme NR-18, que deve ser

instalada entre as extremidades de 2 (duas) plataformas de proteção consecutivas, só podendo

ser retirada quando a vedação da periferia, até a plataforma imediatamente superior, estiver

concluída (BRASIL, 2019).

As redes de segurança foram incluídas pela Portaria SIT de 10 de abril de 2006,

como medida alternativa ao uso de plataformas secundárias de proteção, como sistema

limitador de quedas de altura (NR-18, BRASIL, 2019).

Conforme subitem 18.13.12.2 da NR-18, o Sistema Limitador de Quedas de

Altura deve ser composto, pelos seguintes elementos:

a) rede de segurança;

b) cordas de sustentação ou de amarração e perimétrica da rede;

c) conjunto de sustentação, fixação e ancoragem e acessórios de rede, composto

de:

I. Elemento forca;

II. Grampos de fixação do elemento forca;

III. Ganchos de ancoragem da rede na parte inferior.

3.10 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

As exigências referentes à segurança no projeto, execução e operação das

instalações elétricas nos canteiros de obras estão dispostas no item 18.21 da NR-18 (BRASIL,

2019) e visam eliminar o risco de contato acidental de trabalhadores com as partes

energizadas das instalações elétricas, seja durante sua execução e manutenção, como também

na operação de máquinas e equipamentos (SAURIN et al., 2000).

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As instalações elétricas devem ser dimensionadas e supervisionadas por

profissional legalmente habilitado, atendendo todas as especificações contidas na NR-10

(BRASIL, 2019) e sua manutenção deve ser realizada por trabalhador qualificado.

Os equipamentos manuais utilizados na indústria da construção devem possuir

duplo isolamento, sendo essa medida uma proteção mínima para atividades, que, na maioria

das vezes, é realizada em ambientes úmidos (NR18, BRASIL, 2019). As estruturas e carcaças

de todos os equipamentos elétricos devem ser eletricamente aterradas.

3.11 MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE MATERIAIS

As manobras de movimentação devem ser realizadas por trabalhador qualificado,

onde são necessários dispositivos eficientes de comunicação, precauções especiais quanto a

movimentação dos materiais, máquinas e equipamentos próximos às redes elétricas.

Os equipamentos, como guindastes e de transportes de materiais e pessoas, devem

ser dimensionados, instalados, montados e desmontados por profissional legalmente

habilitado. São necessárias vistorias diárias, antes do início dos serviços pelo operador e

orientação do responsável técnico do equipamento em atendimento as recomendações do

manual do fabricante (NR-18, BRASIL, 2019).

Os guinchos devem ser providos de dispositivo próprio para sua fixação e

protegidos contra intempéries. O tambor do guincho deve estar nivelado para garantir o

enrolamento adequado do cabo. Os equipamentos de transporte de materiais devem possuir

dispositivos que impeçam a descarga acidental do material (NR-18, BRASIL, 2019).

Cabe salientar, que é proibido o acesso ou circulação de pessoas no canteiro de

obras, sem autorização, nas proximidades de movimentação de equipamentos ou transporte de

materiais.

3.12 MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS

Na operação de máquinas e equipamentos, é importante que o trabalhador seja

qualificado para exercer tal função e devidamente identificado com o crachá.

As partes móveis de motores, transmissões e regiões perigosas das máquinas

precisam ser protegidas, afim de garantir a segurança dos trabalhadores. O mesmo deve ser

planejado para máquinas que ofereçam riscos de ruptura em suas partes móveis, projeção de

peças ou partículas de materiais, os quais necessitam ter proteção adequada (BRASIL, 2019).

Page 44: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

44

De acordo com o subitem 18.22.5 do item 18.22 da NR-18, o abastecimento de

máquinas e equipamentos com motor a explosão deve ser realizado por trabalhador

qualificado, em local apropriado, utilizando-se de técnicas e equipamentos que garantam a

segurança da operação.

3.13 ARMAZENAGEM DE MATERIAIS

No planejamento do local de estoque e armazenagem dos materiais, é pertinente e

necessário considerar um ambiente que não prejudique o trânsito dos trabalhadores, a

circulação de materiais, o acesso de equipamentos e não obstrua as saídas de emergência, nem

provoque sobrecargas nas paredes, lajes e outras estruturas.

No caso de tubos, vergalhões, perfis, barras, pranchas e outros materiais de grande

comprimento ou dimensão devem ser arrumados em camadas, com espaçadores e peças de

retenção, separados de acordo com o tipo de material e a bitola das peças (NR-18, BRASIL,

2019).

Conforme os subitens relativos ao item 18.24 desta Norma, pode-se verificar

algumas especificações:

“18.24.3 Tubos, vergalhões, perfis, barras, pranchas e outros materiais de

grande comprimento ou dimensão devem ser arrumados em camadas, com

espaçadores e peças de retenção, separados de acordo com o tipo de material

e a bitola das peças.

18.24.4 O armazenamento deve ser feito de modo a permitir que os materiais

sejam retirados obedecendo à seqüência de utilização planejada, de forma a

não prejudicar a estabilidade das pilhas.

18.24.5 Os materiais não podem ser empilhados diretamente sobre piso

instável, úmido ou desnivelado.

18.24.6 A cal virgem deve ser armazenada em local seco e arejado.

18.24.7 Os materiais tóxicos, corrosivos, inflamáveis ou explosivos devem

ser armazenados em locais isolados, apropriados, sinalizados e de acesso

permitido somente a pessoas devidamente autorizadas. Estas devem ter

conhecimento prévio do procedimento a ser adotado em caso de eventual

acidente.

18.24.8 As madeiras retiradas de andaimes, tapumes, fôrmas e escoramentos

devem ser empilhadas, depois de retirados ou rebatidos os pregos, arames e

fitas de amarração.

18.24.9 Os recipientes de gases para solda devem ser transportados e

armazenados adequadamente, obedecendo-se às prescrições quanto ao

transporte e armazenamento de produtos inflamáveis.”

Page 45: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

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3.14 SINALIZAÇÃO

A sinalização de um canteiro de obras é imprescindível na orientação, circulação e

segurança dos trabalhadores e pessoas que transitam nos locais de trabalho.

Portanto, a NR-18 no subitem 18.27.1 do item 18.27, considera como parte da

sinalização, a identificação dos locais de apoio que compõem o canteiro de obras, indicação

das saídas, comunicação através de avisos e cartazes, advertência contra risco de quedas e

perigo de contato ou acionamento acidental, alerta quanto à obrigatoriedade do uso de EPI’s,

alerta para necessidade de isolamento das áreas de transporte ou circulação de materiais,

identificação de acessos e circulação de veículos ou equipamentos na obra, identificação de

locais com substâncias tóxicas, explosivas, inflamáveis, etc.

Page 46: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

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4 DESCRIÇÃO DA OBRA

O Empreendimento Residencial, consiste em um edifício de bloco único, estrutura

de 9 pavimentos, de responsabilidade da Empresa Ltda.

Figura 8 – Vista frontal da edificação em fase de construção.

Fonte: Autor (2019).

4.1 LOCALIZAÇÃO

O empreendimento está localizado na Rua Otto Júlio Malina, Bairro Ipiranga no

município de São José/SC.

Figura 9 – Localização do empreendimento.

Fonte: Google Maps (2019).

Page 47: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

47

4.2 IDENTIFICAÇÃO E VISTORIA

Após identificação da obra, foram realizados contatos por telefone e via e-mail

com os responsáveis, para solicitação das vistorias técnicas e elaboração deste trabalho.

As vistorias realizadas por este profissional, com a autorização do engenheiro e

diretor da empresa, foram feitas nos dias 12 de março de 2019, 21 de março de 2019 e 27 de

março de 2019, acompanhadas pelo técnico responsável pela execução dos serviços.

4.3 ATIVIDADES EM EXECUÇÃO

A fase de construção do edifício, encontra-se na concretagem da estrutura do

sétimo pavimento. É importante ressaltar as principais atividades da construção civil, que

foram acompanhadas ao longo das vistorias técnicas realizadas na obra:

Empilhamento dos tijolos para a construção das paredes em alvenaria;

Assentamento dos tijolos na construção das paredes;

Produção de massa para assentamento dos tijolos;

Chapisco das paredes;

Produção de massa para o reboco das paredes;

Reboco das paredes;

Assentamento de blocos estruturais;

Montagem e desmontagem de formas;

Instalação dos dutos e caixas para energia elétrica;

Armação das ferragens;

Preparação para concretagem da laje do sétimo pavimento.

Portanto, com relação a estrutura à construção está avançada, o que permitiu uma

redução, de inicialmente 50 trabalhadores na obra, para aproximadamente 20 trabalhadores no

momento.

A verificação atual do número e função dos trabalhadores na obra consta de:

1 assistente administrativo;

1 Mestre de Obras, 4 pedreiros e 8 serventes;

2 carpinteiros e 1 armador;

2 encanadores;

1 eletricista;

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Nas figuras a seguir, pode-se verificar algumas atividades que foram

acompanhadas na obra:

Figura 10 – Armazenamento de materiais.

Fonte: Autor (2019).

Figura 11 – Assentamento dos tijolos na construção de parede.

Fonte: Autor (2019).

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Figura12 – Assentamento dos blocos de concreto.

Fonte: Autor (2019).

Figura 13 – Preparo e transporte de massa para assentamento e reboco das paredes.

Fonte: Autor (2019).

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Figura 14 – Montagem de forma para construção da escada.

Fonte: Autor (2019).

Figura 15 – Quebra da parede e instalação dos dutos de energia elétrica.

Fonte: Autor (2019).

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Figura 16 – Preparo das armaduras da laje.

Fonte: Autor (2019).

Figura 17 – Conferência das armaduras e posicionamento dos eletro-dutos na laje.

Fonte: Autor (2019).

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5 AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA

A verificação e avaliação do cumprimento das especificações do edifício em fase

de construção com relação a NR-18, foram realizadas através da análise de conformidade ou

não da obra em comparação com os itens da Norma. Foi utilizado um checklist adaptado da

NR-18, disponível no Ministério Público do Trabalho (MPT), onde considerou-se uma análise

da fase atual de construção do edifício.

5.1 AMBIENTE DE TRABALHO

Considerada a abrangência da NR-18 na construção civil, para verificação da

aplicação das especificações contidas nesta Norma, foram avaliados questionamentos

referentes ao Programa das Condições no Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção-PCMAT (NR-18), associados ao Programa de Prevenção de Riscos Ambientais-

PPRA (NR-9) e Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho-

SESMT (NR-4).

Quadro 6 – Ambiente de Trabalho.

AMBIENTE DE TRABALHO SIM NÃO OBSERVAÇÕES

Há 20 trabalhadores ou mais? Caso sim, há PCMAT? (18.3.1) X

Há SESMT? Está dimensionado de acordo com o Quadro II da NR-4? X

O PCMAT contempla a NR-9-PPRA? (18.3.1.1) X

PCMAT é mantido no estabelecimento disponível a fiscalização? (18.3.1.2) X PCMAT não disponível.

O PCMAT foi elaborado e é executado por profissional legalmente

habilitado em segurança do trabalho? (18.3.2) X

A implementação do PCMAT nos estabelecimentos é de responsa-

bilidade do empregador ou condomíno? (18.3.3) X

Os seguintes documentos integram o PCMAT? (18.3.4)

a) memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho, com ris- X

cos de acidentes, doenças de trabalho e medidas preventivas. X

b) projeto de execução das proteções coletivas em conformidade

com as etapas de execução da obra. X

c) especificação técnica das proteções individuais e coletivas a serem

utilizadas. X

d) cronograma de implantação das medidas preventivas definidas

no PCMAT. X

e) layout inicial do canteiro de obras, contemplando previsão de

dimensionamento das áreas de vivência. X

f) programa educativo contemplando a temática de prevenção

de acidentes e doenças de trabalho, com carga horária. X

Fonte: Autor (2019).

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53

Em relação ao ambiente de trabalho, de acordo com a avaliação, foi considerado

apenas uma inconformidade, devido a não disponibilização do PCMAT no escritório da obra.

O mesmo foi disponibilizado apenas para verificação momentânea no ambiente da empresa.

5.2 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS

Foram avaliados os lavatórios, mictórios e vasos sanitários, além do ambiente

como um todo que integra as instalações sanitárias.

Quadro 7 – Instalações Sanitárias.

INSTALAÇÕES SANITÁRIAS SIM NÃO OBSERVAÇÕES

Há lavatório na proporção de 1 p/ 20 trabalhadores? (18.4.2.4) X

Há mictório na proporção de 1 p/ 20 trabalhadores? (18.4.2.4) X

Há vaso sanitário na proporção de 1 p/ 20 trabalhadores? (18.4.2.4) X

Há chuveiro na proporção de 1 p/ 10 trabalhadores? (18.4.2.4) X

As instalações estão em perfeito estado de conservação e higiene? (18.4.2.3a) X Necessitam de melhorias.

As paredes são de material resistente e lavável? (18.4.2.3c) X

Os pisos são impermeáveis, laváveis e de acabamento antiderapante?

(18.4.2.3d) X Não em todo sanitário.

Não se ligam diretamente com o local destinado às refeições? (18.4.2.3e) X

Há separação por sexo? (18.4.2.3f) X

Apenas sanitário

masculino.

Há instalações elétricas adequadamente protegidas? (18.4.2.3g) X

Há ventilação e iluminação adequadas? (18.4.2.3h)

X Iluminação deficiente.

O pé direito é de no mínimo 2,50m? (18.4.2.3i) X

Há deslocamento superior a 150m do posto de trabalho aos sanitários

(18.4.2.3j) X

Os mictórios são providos de descarga provocada ou automática? (18.4.2.7.1c) X

Há chuveiro com água quente? (18.4.2.8.3) X

Os chuveiros elétricos são aterrados adequadamente? (18.4.2.8.5) X Aparentemente sim.

Fonte: Autor (2019).

As instalações sanitárias atendem a Norma em relação a quantidade especificada,

porém deixam a desejar quanto a limpeza, higiene, manutenção e qualidade.

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Figura 18 – Instalações Sanitárias: lavatórios e acesso ao mictório e vaso sanitário.

Fonte: Autor (2019).

5.3 VESTIÁRIO

Foram verificadas as condições do vestiário, como: bancos para assento, armários

e etc., conforme pode-se observar a seguir:

Quadro 8 – Vestiário.

VESTIÁRIO SIM NÃO OBSERVAÇÕES

Há paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente? (18.4.2.9.3a) X

Há pisos de concreto cimentado, madeira ou material equivalente? (18.4.2.9.3b) X

Há cobertura que proteja contra as intempéries? (18.4.2.9.3c) X

Há área de ventilação corresponde a 1/10 da área do piso? (18.4.2.9.3d) Não consta.

Há iluminação natural e ou artificial? (18.4.2.9.3e) X Iluminação artificial.

Há armários individuais c/ fechadura ou dispositivo com cadeado? (18.4.2.9.3f) X

Os vestiários possuem pé direito mínimo de 2,50m? (18.4.2.9.3g) X

São mantidos em perfeito estado de conservação, higiene e

limpeza?(18.4.2.9.3h) X

Há banco suficiente para atender aos usuários, c/ largura de 0,30m?(18.4.2.9.3hi) X Aparentemente sim.

Fonte: Autor (2019).

O vestiário, aparentemente, atende os requisitos básicos da Norma, além de estar

em boas condições para sua utilização.

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55

Figura 19 – Vestiário: assentos, área de circulação e armários.

Fonte: Autor (2019).

Figura 20 – Vestiário: armários.

Fonte: Autor (2019).

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5.4 REFEITÓRIO

No local das refeições, além dos itens especificados a seguir, também procurou-se

observar a sua higiene, limpeza e organização.

Quadro 9 – Refeitório.

LOCAL PARA REFEIÇÕES SIM NÃO OBSERVAÇÕES

O local p/ refeição não está situado em subsolo ou porões? (18.4.2.11.2j) X Pavimento térreo.

O local p/ refeição não tem comunicação c/ as instalações sanitárias?

(18.4.2.11.2k) X Sem comunicação.

O local p/ refeições tem pé-direito mínimo de 2,80m? (18.4.2.11.21) X

O local para refeições tem (18.4.2.11.2)

a) paredes que permitam o isolamento durante as refeições? X

b) piso de concreto, cimentado ou de outro material lavável? X

c) cobertura que proteja das intempéries? X

d) capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores? X No momento sim.

e) ventilação e iluminação natural e/ou artificial? X Natural e artificial.

f) lavatório instalado em suas proximidades ou interior? X

g) mesas com tampos lisos e laváveis? X

h) assentos em número suficiente p/ atender os usuários? X No momento sim.

i) depósito c/ tampa p/ detritos? X

Há bebedouro? X

Fonte: Autor (2019).

A inconformidade verificada no refeitório, foi a ausência de bebedouro, no

entanto, tinha água na geladeira para consumo dos trabalhadores.

É um refeitório pequeno que atualmente atende a capacidade de trabalhadores da

obra. Encontra-se em estado limpo e organizado, no geral de acordo com a higiene e

segurança do trabalho.

Figura 21 – Refeitório: mesas e bancos para a refeição.

Fonte: Autor (2019).

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57

Figura 22 – Refeitório: geladeira, freezer e pia de lavar.

Fonte: Autor (2019).

5.5 ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS

As escadas e os acessos de madeira foram analisados de maneira geral, no qual

houve a redução da quantidade desses meios de acesso, durante o andamento da construção.

Também foram verificadas as escadas que integram a construção e servem de circulação.

Quadro 10 – Escadas, rampas e passarelas.

ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS SIM NÃO OBSERVAÇÕES

A madeira é de boa qualidade, sem nós e rachaduras? (18.12.1) X

As escadas são de construção sólida e dotadas de corrimão/rodapé? (18.12.2) X

Há escadas ou rampas na transposição de pisos c/ diferença de nível superior a

0,40m? (18.12.3) X

Escadas provisórias de uso coletivo tem largura mínima de 0,80m c/ patamar a cada

2,90m de altura? (18.12.5.1) X

Escadas de mão têm até 7m de extensão e espaçamento entre degraus de 0,25m a

0,30m? (18.12.5.3) X

É proibido colocar escada de mão (18.12.5.5):

a) nas proximidades de portas ou áreas de circulação? X

b) onde houver risco de quedas de objeto ou materiais? X

c) nas proximidades de aberturas e vãos? X

A escada de mão (18.12.5.6):

a) ultrapassa em 1,00m o piso superior? X

b) é fixada nos pisos inf./sup. e dotada de dispositivo q/ impeça seu escorregamento?

X Sem antider-

c) é dotada de degraus antiderrapantes? X rapante.

d) é apoiada em piso resistente? X

Qto as escadas (18.36.5):

a) as escadas de mão portáteis e corrimão de madeira apresentam farpas saliências Saliências e

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58

estado

ou emendas? X de uso duvidoso.

b) as escadas fixas, tipo marinheiro, são fixas no topo e na base? X

c) as escadas fixas, tipo marinheiro, de altura superior 5,00m são fixadas a cada

3,00m? X

A escada de abrir é rígida, possui trava p/ não fechar, comprimento máximo de

6,00m? (12.2.5.8)

A escada extensível tem dispositivo limitador de curso, qdo estendida, há sobrepo-

sição de 1,00m? (18.12.5.9)

Na escada marinheiro, p/ cada lance de 9, há patamar intermediário c/ guarda-corpo

e rodapé? (18.12.5.10.1) X

As rampas e passarelas provisórias são construídas e mantidas em condições de uso

Na passarela de

acesso,

de segurança? (18.12.6.1) X

verificação de

risco.

As rampas provisórias são fixadas no piso inferior e superior e não ultrapassam 30°

de inclinação? (18.12.6.2) X

Fonte: Autor (2019).

Pode-se observar na figura a seguir, acesso de passagem com tábuas de madeira

simplesmente apoiadas e em estado inadequado de manutenção, possível risco de acidentes.

Figura 23 – Passarela de acesso.

Fonte: Autor (2019).

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59

Figura 24 – Escada com corrimão e tela de proteção.

Fonte: Autor (2019).

A escada da edificação, ilustrada na figura 25, é utilizada para o trânsito de

pessoas e trabalhadores. No entanto, foram observadas quantidades de infiltração e umidade

consideráveis, que pode provocar acidentes, através do escorregamento e queda de

trabalhadores.

Figura 25 – Escada utilizada para circulação com infiltração aparente.

Fonte: Autor (2019).

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60

5.6 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS DE ALTURA

Em relação as medidas de proteção contra altura, foram verificadas condições

mínimas a serem implantadas, como: plataformas de proteção para quedas de materiais,

sistema guarda-corpo e rodapé com corrimão e fechamento do perímetro com tela de

proteção.

Quadro 11 – Proteção contra queda de altura.

MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDA DE ALTURA SIM NÃO OBSERVAÇÕES

Há proteção coletiva onde houver risco de queda de trabalhadores ou de projeção

c/ materiais? (18.13.1) X

As aberturas no piso têm fechamento provisório resistente? (18.13.2) X

Os vãos de acesso dos elevadores possuem fechamento provisório de 1,20m de

altura fixado à estrutura? (18.13.3) X

Há na periferia da edificação, instalação de proteção contra queda de trabalhadores

e materiais? (18.13.4) X

A proteção contra quedas por meio de guarda corpo e rodapé (18.13.5):

a) é construída com altura de 1,20m p/ o travessão superior e 0,70m p/ o travessão

intermediário? X

b) tem rodapé com altura de 0,20m? X

c) tem vãos entre travessas preenchidos com tela ou outro dispositivo que garanta

o fechamento seguro da abertura? X

Há mais de 4 pavimentos ou altura equivalente? Há plataforma principal na primeira X

laje? (18.13.6) X

A plataforma tem 2,50m de projeção horizontal e complemento de 0,80m c/ inclina-

ção de 45°? (18.13.6.1) X

A plataforma é instalada após a concretagem da laje a que se refere e retirada só X

após o revestimento do prédio? (18.13.6.2)

Acima e a partir da plataforma principal, há plataformas secundárias, em balanço

de 3 em 3 lajes? (18.13.7) X Não consta.

As plataformas secundárias tem 1,40m de balanço e complemento de 0,80m de

extensão com inclinação de 45°? (18.13.7.1) X

A plataforma secundária é instalada após a concretagem da laje e retirada só após

a conclusão da periferia? (18.13.7.2) X

O perímetro da obra de edifícios é fechado com tela a partir da plataforma principal

de proteção? (18.13.9) X

A tela é instalada entre as extremidades de 2 plataformas de proteção consecutivas?

(18.13.9.2) X

Fonte: Autor (2019).

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61

Nas figuras 26 e 27, pode-se observar proteções contra altura que foram

verificadas na construção da edificação.

Figura 26 – Vão ao lado do elevador de transporte de materiais.

Fonte: Autor (2019).

Figura 27 – Bandeja de proteção com tela protetora.

Fonte: Autor (2019).

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62

Na figura 28, a bandeja de proteção encontra-se bastante danificada em sua

extremidade, o que de fato comprometi a sua funcionalidade, e não garanti ou minimiza a

queda de materiais e possível risco de acidente.

Figura 28 – Bandeja de proteção.

Fonte: Autor (2019).

Na figura 29, foi verificado vão com ausência de proteção contra queda de

trabalhadores e materiais.

Figura 29 – Risco de queda de altura.

Fonte: Autor (2019).

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63

5.7 MOVIMENTAÇÃO DE TRANSPORTE DE MATERIAIS E PESSOAS

A movimentação de pessoas ou trabalhadores no momento atual da obra, é

diretamente pela escada da edificação em construção. Esse item, também foi avaliado com

atenção ao transporte de materiais.

Quadro 12 – Transporte de materiais e pessoas.

MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE MATERIAIS E PESSOAS SIM NÃO OBSERVAÇÕES

Os equipamentos de transporte vertical são dimensionados por profissional legal-

mente habilitado? (18.14.1) X

A montagem e desmontagem dos equipamentos de transporte vertical são realiza-

das por trabalhador qualificado? (18.14.1.1) X

A manutenção é executada por trabalhador qualificado, sob supervisão de profissio-

nal legalmente habilitado? (18.14.1.2) X

Os equipamentos de movimentação de materiais/pessoas são operados por trabalha- Inconformidade na

dor qualificado com anotação de função na CTPS? (18.14.2) X operação.

No transporte de materiais, é proibida a circulação de pessoas sob a área de movi-

mentação da carga? É isolada? (18.14.3) X

São tomadas precauções especiais na movimentação de máquinas e equipamentos

próximos a redes elétricas? (18.14.10) X

O tambor do guincho de coluna está nivelado para garantir o enrolamento adequado

do cabo? (18.14.13) X

A distância entre a roldana livre e o tambor do guincho do elevador está compreen-

dida entre 2,50 e 3,00m? (18.14.14) X

O cabo de aço situado entre o tambor de rolamento e a roldana livre está isolado Aparentemente

por barreira segura? (18.14.15) X não.

O guincho do elevador é dotado de chave de partida/bloqueio? (18.14.16) X

É proibido o transporte de pessoas por equipamento de guindar não projetado para

este fim? (18.14.19) X

Fonte: Autor (2019).

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64

Figura 30 – Portão de isolamento do elevador de transporte de materiais.

Fonte: Autor (2019).

Na figura 31, observa-se o responsável pela operação do elevador de transporte de

materiais com a porta de segurança aberta, sendo que o elevador está no pavimento térreo

para o transporte do material. Esta inconformidade, pode gerar um acidente para o próprio

operador ou pessoas que circulam nas proximidades do local.

Figura 31 – Operação do elevador de transporte de materiais.

Fonte: Autor (2019).

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5.8 ELEVADORES DE TRANSPORTE DE MATERIAIS

O elevador de transporte de materiais encontra-se em estado razoável de

conservação, porém não atendeu a algumas especificações da Norma NR-18.

Quadro 13 – Elevadores de transporte de materiais.

ELEVADORES DE TRANSPORTE DE MATERIAIS SIM NÃO OBSERVAÇÕES

Há placa no interior do elevador com indicação de carga máxima e a proibição de

transporte de pessoas? (18.14.22.2) X

Os elevadores de materiais dispõem de (18.14.22.4):

a) sistema de frenagem automático? X

b) sistema de segurança eletromecânica no limite superior a 2,00m abaixo da viga

superior da torre? X

c) sistema de trava de segurança para mantê-lo parado em altura, além do freio do

motor? X

d) interruptor de corrente para que só se movimente c/ portas ou painéis fechados? X

As irregularidades no elevador são anotadas pelo operador no livro e comunicadas

por escrito ao responsável? (18.14.22.5) X

O elevador conta com dispositivo de tração na subida e descida, para impedir a

queda livre (banguela)? (18.14.22.6) X

Os elevadores de materiais tem botão, em cada pavimento, para comunicação com

o guincheiro? (18.14.22.7) X

Os elevadores de materiais são providos, nas laterais, de painéis fixos com altura de Painéis < 1,00m.

1,00m? (18.14.22.8) X

Os elevadores de materiais são dotados de cobertura fixa, basculável ou removível?

(18.14.22.9) X

Fonte: Autor (2019).

Figura 32 – Interior do elevador de transporte de materiais.

Fonte: Autor (2019).

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Figura 33 – Transporte de massa no elevador.

Fonte: Autor (2019).

Figura 34 – Pavimento térreo, transporte de massa no elevador.

Fonte: Autor (2019).

Com relação ao elevador de transporte de materiais, foram observadas as

seguintes inconformidades: o mesmo não possui painéis laterais fixos com altura especificada,

não consta placa com indicação de carga máxima e proibição de pessoas, ausência de

cobertura.

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67

5.9 ANDAIMES

No momento que foram realizadas as vistorias na construção, nenhum andaime foi

utilizado ou encontrado.

Quadro 14 – Andaimes.

ANDAIMES SIM NÃO OBSERVAÇÕES

Os andaimes são dimensionados e construídos de modo a suportar, com segurança No atual momento

as cargas de trabalho a que estarão sujeitos? (18.15.2) da obra em cons-

O piso de trabalho dos andaimes tem forração completa, antiderrapante, é nivelado trução, não foi

e fixado? (18.15.3) utilizado/verificado

São tomadas precauções, na montagem/desmontagem e movimentação de andaimes nenhum andaime.

próximos as redes elétricas? (18.15.4)

A madeira utilizada nos andaimes é de boa qualidade, sem nós e rachaduras?

(18.15.5)

São utilizadas aparas de madeira na confecção de andaimes? (18.15.5.1)

Os andaimes dispõem de guarda-corpo e rodapé? (c/ exceção da face de trabalho)

(18.15.6)

Foi retirado qquer dispositivo de segurança dos andaimes ou anulada sua ação?

(18.15.7)

O acesso aos andaimes é feito de maneira segura? (18.15.9)

Fonte: Autor (2019).

5.10 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

A análise das instalações elétricas é de grande importância, tanto em relação as

instalações do canteiro de obras, quanto as instalações elétricas da edificação.

A maioria dos acidentes que envolvem instalações elétricas são de consequências

graves e tornaram-se bastante comuns na construção civil.

Quadro 15 – Instalações elétricas.

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS SIM NÃO OBSERVAÇÕES

A execução e manutenção das instalações elétricas são realizadas por trabalhador

qualificado? (18.21.1) X

Serviços em circuito elétrico ligado apresentam medidas de proteção, uso de ferra-

mentas apropriadas e EPI's? (18.21.2.1) X

Há partes vivas expostas de circuitos e equipamentos elétricos? (18.21.3) X

As emendas e derivações dos condutores são seguras e resistentes mecanicamente?

(18.21.4) X

O isolamento de emendas e derivações possui característica equivalente à dos

condutores utilizados? (18.21.4.1) X

Page 68: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

68

Os condutores tem isolamento adequado, não sendo permitido obstruir a circulação

de materiais e pessoas? (18.21.5) X

Os circuitos elétricos são protegidos contra impactos mecânicos, umidade e agentes

corrosivos? (18.21.6) X

As chaves blindadas são protegidas de intempéries e impedem o fechamento aci-

dental do circuito? (18.21.8) X

Os porta fusíveis ficam sob tensão quando as chaves blindadas estão na posição

aberta? (18.21.9) X

As chaves blindadas são utilizadas somente para circuitos de distribuição?

(18.21.10) X

As instalações elétricas provisórias de um canteiro de obras são constituídas de

(18.21.11):

a) chave geral do tipo blindada e localizada no quadro principal de distribuição? X

b) chave individual p/ cada circuito de derivação? X

c) chave-faca blindada em quadro de tomadas? X

d) chaves magnéticas e disjuntores p/ equipamentos? X

Os fusíveis das chaves blindadas são compatíveis c/ o circuito a proteger? Há subs-

tituição p/ dispositivos improvisados? (18.21.12) X

Há disjuntores ou chaves magnéticas, independentes, para acionamento fácil e

seguro de equipamentos? (18.21.13) X

As redes de alta tensão estão implantadas de modo seguro e sem risco de contatos

com veículos, equipamentos e trabalhadores? (18.21.14) X

Os transformadores e estações abaixadoras de tensão são instalados em local isola-

do? (18.21.15) X

As estruturas e carcaças dos equipamentos elétricos são elétricamente aterradas?

(18.21.16) X A princípio sim.

Há isolamento adequado nos casos em que haja possibilidade de contato acidental

com qualquer parte viva? (18.21.17) X

Os quadros gerais de distribuição são trancados, sendo seus circuitos identificados?

(18.21.18) X

Máquinas ou equipamentos elétricos móveis são ligados por intermédio de conjun-

to de pluge e tomada? (18.21.20) X

Fonte: Autor (2019).

De maneira geral, as instalações elétricas que foram verificadas atendem a Norma

NR-18, no entanto algumas inconformidades foram verificadas. Na figura 36, por exemplo,

no círculo em amarelo, pode-se observar dois fios que ligam o distribuidor externo a parte

interna da construção, passando muito próximo das instalações de contêiner metálico da obra,

que pode ocasionar curto circuito. Neste caso, é necessário maior atenção e melhor

dimensionamento da instalação elétrica, afim de melhoria da segurança na construção.

Page 69: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

69

Figura 35 – Instalação dos eletro-dutos e caixas de tomada.

Fonte: Autor (2019).

Figura 36 – Instalações elétricas: fiação com dimensionamento inadequado.

Fonte: Autor (2019).

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70

5.11 MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS

Na avaliação de máquinas, equipamentos e ferramentas diversas, é muito

importante considerar o estado de conservação e a manutenção periódica realizada ou não,

além da qualificação do sistema operacional.

Quadro 16 – Máquinas, equipamentos e ferramentas.

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DIVERSAS SIM NÃO OBSERVAÇÕES

As partes móveis e perigosas das máquinas ao alcance dos trabalhadores são

protegidas? (18.22.2) X

As máquinas e os equipamentos que ofereçam risco são providos de proteção ade-

quada? (18.22.3) X

As máquinas e os equipamentos tem dispositivo de acionamento e parada de mo-

do que (18.22.7):

a) seja acionado ou desligado pelo operador na sua posição de trabalho? X Não em todas.

b) não se localize na zona perigosa da máquina ou do equipamento? X

c) possa ser desligado em caso de emergência por outra pessoa que não seja o

operador? X Não em todas.

d) não possa ser acionado ou desligado, involuntariamente, pelo operador ou por

qquer outra forma acidental? X Não em todas.

e) não acarrete riscos adicionais? X Não em todas.

As máquinas, equipamentos e ferramentas são submetidos à inspeção,

manutenção? (18.22.9) X

As inspeções de máquinas e equipamentos são registradas em documentos espe-

cíficos? (18.22.11) X

As ferramentas de fixação a pólvora são operadas por trabalhadores qualificados e

devidamente autorizados? (18.22.18) Não consta.

É proibido o uso de ferramenta a pólvora por trabalhadores menores de 18

anos? (18.22.18.1) Não consta.

É proibido uso de ferramenta de fixação a pólvora em locais contendo substância

inflamáveis ou explosivas? (18.22.18.2) X

É proibida a presença de pessoas nas proximidades do local de disparo, inclusive

o ajudante? (18.22.18.3) Não consta.

As ferramentas de fixação a pólvora são descarregadas sempre que forem guarda-

das ou transportadas? (18.22.18.4) Não consta.

Os condutores elétricos das ferramentas não sofrem torção, ruptura nem obstruem

o trânsito de trabalhadores? (18.22.19) X

As ferramentas elétricas manuais possuem duplo isolamento? (18.22.20) X

Fonte: Autor (2019).

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71

Alguns itens em relação as especificações normativas, não estão em

conformidade, devido ao fato da operação de algumas máquinas com sistema antigo que não

possuem os dispositivos de acionamento avaliados. Não foram encontradas ferramentas de

fixação a pólvora na obra.

Figura 37 – Máquina de corte: moto serra.

Fonte: Autor (2019).

Figura 38 – Ferramenta: Alicate.

Fonte: Autor (2019).

Foi verificado uma ferramenta (alicate) no chão, nas proximidades do portão de

entrada, dentro do canteiro de obras, caracterizando uma inconformidade, pois as ferramentas

devem ser guardadas em local específico.

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72

5.12 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL-EPI

Observou-se nos serviços em execução, a utilização de capacetes, botas, no

entanto, não foi visto a utilização de uniformes, luvas e óculos de proteção. O técnico

responsável pelo andamento dos serviços, justificou que: “são fornecidos todos os

equipamentos de proteção necessários”.

Quadro 17 – Equipamento de Proteção Individual – EPI.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL SIM NÃO OBSERVAÇÕES

A empresa fornece aos trabalhadores, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em

perfeito estado de conservação e funcionamento? (18.23.1 c/c NR6.6.1 "a" e "b") X

O cinto de segurança tipo abdominal somente é utilizado em serviços de eletricida-

de para limitar a movimentação? (18.23.2) X

O cinto de segurança tipo paraquedista é utilizado em atividades a mais de 2,00m

de altura do piso? (18.23.3) X

O cinto de segurança é dotado de dispositivo trava-quedas e é ligado a cabo de se-

gurança independente da estrutura do andaime? (18.23.3.1) X

Fonte: Autor (2019).

Figura 39 – EPI: Botas e capacete.

Fonte: Autor (2019).

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5.13 SINALIZAÇÃO

Existem pontos básicos com sinalização, porém nem todos ambientes de trabalho

ou da obra encontram-se devidamente sinalizados.

Quadro 18 – Sinalização.

SINALIZAÇÃO SIM NÃO OBSERVAÇÕES

São colocados cartazes alusivos à prevenção de acidentes e doenças de trabalho?

(18.37.1) X c/ ressalvas.

Fonte: Autor (2019).

Figura 40 – Sinalização do vestiário.

Fonte: Autor (2019).

Figura 41 – Sinalização do refeitório.

Fonte: Autor (2019).

Page 74: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

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Figura 42 – Sinalização do posto de armadura.

Fonte: Autor (2019).

Figura 43 – Sinalização: Falta de manutenção da sinalização.

Fonte: Autor (2019).

Page 75: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

75

Figura 44 – Sinalização: depósito sem identificação dos materiais.

Fonte: Autor (2019).

5.14 ORDEM E LIMPEZA

A ordem e limpeza da obra de maneira geral está razoável, porém existem

inconformidades como: excesso de escoras dificultando a circulação dos trabalhadores,

grande quantidade de entulhos e remoção lenta, madeiras com pregos espalhados no chão e

outros materiais.

Quadro 19 – Ordem e limpeza.

ORDEM E LIMPEZA SIM NÃO OBSERVAÇÕES

O canteiro de obras está organizado, limpo e desimpedido nas vias de circulação

passagens e escadarias? (18.29.1) X

O entulho e sobras de materiais são regularmente coletados e removidos, evitando Entulhos removidos

poeiras? (18.29.2) X c/ morosidade.

A remoção de entulhos é feita por meio de equipamentos ou calhas fechadas em

locais com diferença de nível? (18.29.3) X

É proibida a queima de lixo ou qquer outro material no interior do canteiro de

obras? (18.29.4) X

É proibido manter lixo ou entulho acumulado ou exposto em locais inadequados Restos de materiais

do canteiro de obras? (18.29.5) X Em local inadequado

Fonte: Autor (2019).

Page 76: AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO …

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Figura 45 – Ordem e limpeza: entulho com pregos expostos próximo à entrada da obra.

Fonte: Autor (2019).

Figura 46 – Excesso de escoras na escada, dificuldade de acesso ao pavimento superior.

Fonte: Autor (2019).

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Figura 47 – Excesso de madeira no chão dificultando a acessibilidade no local.

Fonte: Autor (2019).

Figura 48 – Madeira com prego no chão em área de trabalho.

Fonte: Autor (2019).

Figura 49 – Armazenagem de aço em local inadequado, dificuldade de acessibilidade na obra.

Fonte: Autor (2019).

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6 CONCLUSÃO

A concorrência entre as empresas do setor da construção civil, tornou necessária a

otimização entre o aumento da produtividade, com redução de custos e tempo. Nesse

contexto, o sistema da construção busca uma padronização das atividades e serviços, afim de

garantir a segurança e qualidade do produto, de forma competitiva no mercado.

A dinâmica e realidade de um canteiro de obras, necessita de uma atualização e

revisão periódica do PCMAT, para a consideração e minimização dos riscos existentes em um

canteiro de obra em construção.

Foi verificado na análise da construção, o PPRA, PCMSO e Laudo Técnico

Ambiental, disponíveis para consulta na obra. O PCMAT não está disponível no escritório da

obra para a consulta do responsável de segurança ou da fiscalização. O PCMAT, foi

disponibilizado para consulta breve, somente no escritório da empresa.

Na avaliação da construção da edificação, pode-se observar diversos aspectos de

inconformidade com as especificações da NR-18, que podem propagar o risco ou agravar os

acidentes, e através de fiscalização dos órgãos competentes são passíveis de notificação e

multa.

É necessário o acompanhamento permanente dos serviços, por profissional

qualificado na área de segurança do trabalho, para garantir maior eficiência na implantação

dos programas de segurança verificados na construção do edifício avaliado.

No entanto, no canteiro de obras, de maneira geral também foram verificados

aspectos em conformidade que garantem a melhoria das condições e do meio ambiente de

trabalho, bem como, reduzem os riscos e acidentes aos trabalhadores.

A segurança na construção civil deve ser de caráter prioritário desde a fase de

projeto, treinamento de mão de obra, integração dos processos de planejamento e produção,

com objetivo de prevenção ou redução de acidentes ao trabalhador.

Contudo, a avaliação de uma edificação relacionada a aplicação da Norma

Regulamentadora NR-18, é muito importante para melhoria das condições de segurança do

trabalho. A NR-18 deve ser considerada na construção, como um fundamento básico e

imprescindível à segurança, de forma que a sua implementação associada a outros

procedimentos de segurança, garantem maior efetividade no processo construtivo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BENITE, A. G. Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho para empresas

construtoras. São Paulo, 2004.

BRASIL. NR-04 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do

Trabalho - SESMT. Disponível em:http://portal.mte.gov.br/legislação/normas-

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ANEXOS

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ANEXO A – CHECK LIST NR-18

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