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Universidade Federal Fluminense
Polo Universitário de Volta Redonda
Instituto de Ciências Humanas e Sociais de Volta Redonda
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
RAYANE ALMEIDA BARCELOS
JÚLIA VALENTE BARROS
AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA LEI DE RESPONSABILIDADE
FISCAL NOS PROCEDIMENTOS DE CONTROLES INTERNOS: UM
ESTUDO EXPLORATÓRIO À LUZ DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
MUNICIPAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
VOLTA REDONDA/RJ
2017
Universidade Federal Fluminense
Polo Universitário de Volta Redonda
Instituto de Ciências Humanas e Sociais de Volta Redonda
AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA LEI DE RESPONSABILIDADE
FISCAL NOS PROCEDIMENTOS DE CONTROLES INTERNOS: UM
ESTUDO EXPLORATÓRIO À LUZ DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
MUNICIPAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao
Curso de Graduação em Ciências Contábeis do
Instituto de Ciências Humanas e Sociais da
Universidade Federal Fluminense, como requisito
parcial para obtenção do grau de Bacharel em
Ciências Contábeis, sob orientação da Prof.ª Dr.ª
Selma Regina Martins Oliveira.
VOLTA REDONDA/RJ
2017
AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL NOS
PROCEDIMENTOS DE CONTROLES INTERNOS: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO
À LUZ DA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA MUNICIPAL NO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
BARCELOS, Rayane Almeida1
BARROS, Júlia Valente2
RESUMO
O presente trabalho tem como principal objetivo avaliar os principais efeitos da Lei de
Responsabilidade Fiscal nos procedimentos de controles internos na Administração Pública
dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro, no período de 2001 a 2016. A pesquisa foi
elaborada à luz da literatura especializada, em que foram identificados os principais
procedimentos de controles internos à luz da Administração Pública. Num segundo momento,
para confirmar o estado da arte foi realizado um survey, com especialistas com conhecimento
sobre o objeto de investigação, selecionados por critérios técnicos e científicos da
Administração Pública dos Municípios do estado do Rio de Janeiro. Os dados foram extraídos
por meio de um questionário do tipo escalar/matriz de julgamento elaborada a partir dos
recortes teóricos. Antes da aplicação definitiva, foram aplicados pré-testes para verificar as
necessidades de ajustes, como por exemplo, inconsistências, compreensão ao responder o
instrumento, redundâncias e tempo de resposta que os especialistas demandariam. Logo após
este procedimento, foram realizados os ajustes e então foi realizada aplicação definitiva do
referido instrumento. Foram submetidos questionários para 80 gestores (80 municípios). No
entanto, foram retornados respondidos 14 instrumentos, que é considerada uma amostra
consistente, uma vez que este trabalho de graduação é limitado pelo tempo de
desenvolvimento. É factível e plausível referenciar que nenhum questionários respondido foi
eliminado por qualquer inconsistência ou viés. Os resultados mostraram-se satisfatórios,
validando os procedimentos metodológicos apresentados. Pode-se concluir que os principais
efeitos da LRF referem-se aos procedimentos de: Endividamento, Controle Interno,
Complexidade e Abrangência e Receitas e Despesas, confirmando com grande abrangência o
estado da arte com o estado da prática, mostrando algumas poucas questões em que a referida
comparação ainda precisa alcançar maior empenho para se concretizar.
Palavras-chave: Efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal; Procedimentos de Controles
Internos; Administração Pública dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro.
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................. 6
1.1. Tempos de Desafios ....................................................................................................... 6
1.2. Problema de Pesquisa ..................................................................................................... 7
1.3. Objetivos ......................................................................................................................... 7
1.3.1. Objetivo Geral ............................................................................................................. 7
1.3.2. Objetivos Específicos .................................................................................................. 7
1.4. Justificativa ..................................................................................................................... 8
1.5. Metodologia .................................................................................................................... 8
1.6. Organização do Trabalho................................................................................................ 9
CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................. 11
2.1. Introdução ..................................................................................................................... 11
2.2. O Estado e suas Funções .............................................................................................. 11
2.3. Fundamentos da Administração Pública ...................................................................... 12
2.3.1. Caracterização ........................................................................................................... 12
2.3.2. Finalidade .................................................................................................................. 14
2.3.3. A Questão da Necessidade de Planejamento e Controle na Gestão de Recursos
Públicos .............................................................................................................................. 14
2.3.4. Principais Mecanismos de Controle e Acompanhamento dos Recursos Públicos .... 15
2.3.5. A Contabilidade Pública como Instrumento de Controle e Acompanhamento dos
Recursos Públicos ................................................................................................................ 16
2.4. A Lei de Responsabilidade Fiscal ................................................................................ 17
2.4.1. Caracterização e Conceito ......................................................................................... 18
2.4.2. A Lei de Responsabilidade Fiscal como Instrumento de Controle e
Acompanhamento na Gestão dos Recursos Públicos .......................................................... 18
2.4.3. Os Desafios da Lei de Responsabilidade Fiscal ........................................................ 19
2.5. Comentários Parciais .................................................................................................... 20
CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA, RESULTADOS E ANÁLISES SUBJACENTES ... 21
3.1. Introdução ..................................................................................................................... 21
3.2. A Pesquisa .................................................................................................................... 21
3.2.1. Escopo da Pesquisa .................................................................................................... 21
3.2.2. Amostra e Coleta de Dados ....................................................................................... 21
3.2.3. Critérios de Análises dos Dados ................................................................................ 22
3.3. Resultados e Análises Subjacentes ............................................................................... 22
3.4. Análise Subjacente Comparada dos Efeitos da LRF nos Principais Procedimentos de
Controles Internos na Administração Pública dos Estados do Rio de Janeiro .................... 26
3.5. Comentários Parciais .................................................................................................... 28
CAPÍTULO 4 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................. 29
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 30
ANEXOS ................................................................................................................................. 32
6
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
1.1Tempos de Desafios
Os sistemas de controles internos permitem aos gestores acompanhar o
desenvolvimento dos serviços públicos e a adequada utilização dos recursos. Segundo a
Constituição Federal de 1988, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da Administração direta e indireta será exercida pelo
Tribunal de Contas, mediante o controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada
poder. Para Vignoll (2002), os julgamentos dos Tribunais de Contas poderão assegurar que a
norma técnica e legal prevaleça sobre os critérios obscuros que muitas vezes acabam
norteando a apreciação do parecer prévio do Legislativo. Buscando-se assim a transparência
nos processos que envolvem a Administração Pública. Seja como for, o objetivo da
Administração Pública é promover a Accountability.
Neste sentido, Di Pietro (2007) afirma que:
A finalidade do controle é a de assegurar que a Administração atue em consonância
com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico, como os da
legalidade, moralidade, finalidade pública, publicidade, motivação, impessoalidade;
em determinadas circunstâncias, abrange também o controle chamado de mérito e
que diz respeito aos aspectos discricionários da atuação administrativa. (DI
PIETRO, 2007, p. 670)
Definindo o Controle Interno da Administração Pública como o poder de fiscalização
e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e o Executivo,
buscando a garantia dos princípios norteadores do Estado Democrático do Direito: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Na tentativa de se equilibrar os gastos públicos do Brasil, que vem de décadas
passadas mostrando despesas sistematicamente superiores às receitas, e sendo palco de
grandes escândalos na Administração Pública, várias medidas foram tomadas, dentre as quais
destacamos, no presente estudo, a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), instituída
em 04 de maio de 2000, que por sua vez não veio para revogar a Lei 4.320/64. Seus objetivos
são distintos: “[...] enquanto a Lei 4.320/64 estabelece as normas gerais para a elaboração e o
controle dos orçamentos e balanços, a LRF estabelece normas de Finanças Públicas para a
Gestão Fiscal” (CRUZ, 2011). Há alguns requisitos essenciais para a responsabilidade na
Gestão Fiscal, como descrito no art.11 da própria Lei de Responsabilidade Fiscal,
Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na Gestão Fiscal a instituição,
previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do
ente da Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que
não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos (BRASIL. LRF,
2000).
Ainda que a LRF se utilize dos mesmos instrumentos já adotados pela Constituição
Federal de 1988: o Plano Plurianual - PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e a Lei
Orçamentária Anual - LOA. Segundo, DEBUS (2010), pode-se considerar que a LRF busca,
na verdade,
Reforçar o papel da atividade de planejamento e, mais especificamente, a vinculação
entre as atividades de planejamento e de execução do gasto público. A
7
Transparência utilizando relatórios, como o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária (RREO) e o Relatório de Gestão Fiscal (RGF), acompanhados por
audiências públicas, o Controle sendo exercidos pelos Tribunais de Contas e pela
sociedade, e a Responsabilização, reforçada com a aprovação da Lei 10.028/00 (Lei
de Crimes Fiscais) que imputa punições aos gestores que não respeitarem a Norma
(DEBUS, 2010).
Assim sendo, desde o ano de 2000, a LRF vem auxiliar na gestão dos recursos
públicos em todas as esferas de governo (federal, estadual e municipal) no que se referem às
receitas, despesas, endividamento e à gestão do patrimônio público, buscando maior
transparência e controle, planejamento, dando publicidade aos relatórios e demonstrativos da
execução orçamentaria dos governos e apresentando assim aos contribuintes a utilização dos
recursos por eles disponibilizados. A LRF representa um conjunto de regras claras e precisas
dentro da atual realidade do Brasil. A Lei entrou em vigor buscando criar um compromisso
com a gestão fiscal responsável e com o equilíbrio das contas públicas. Além disso, introduziu
novos mecanismos de controle dos recursos públicos, impondo restrições à conduta de seus
administradores (CULAU E FORTIS, 2006).
Neste espectro, a Contabilidade Pública favorece o ambiente para o alcance da LRF,
uma vez ao cuidar dos procedimentos de controles internos na perspectiva contábil, de
resultados e performance, como por exemplo, controles econômicos e financeiros, controles
de custos e despesas, no controle da apresentação completa das informações contábeis
sistematizadas nos relatórios, entre outros. Sendo assim, o presente trabalho tem como
objetivo avaliar os principais efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal nos procedimentos de
Controles Internos na Administração Pública dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro, no
período de 2001 a 2016. Este trabalho parte de um gap na literatura sobre este objeto de
investigação. Alguns estudos levantados sobre o tema são: Lima (2012), em um seu estudo
sobre o Controle Interno na Administração Pública, onde defende o referido como um
instrumento de Accountability; Costa (2014) investigou os Efeitos da Lei de Responsabilidade
Fiscal com base nos Controles Internos aplicados ao estado do Tocantins; e Santos e Silva
(2012) estudaram o Controle Interno aplicado ao setor público perante a Lei de
Responsabilidade Fiscal. No entanto, não há nenhum trabalho desenvolvido e aplicado aos
municípios do estado do Rio de Janeiro até o presente momento conforme a literatura
consultada.
1.2 Problema de Pesquisa
Quais os efeitos (graus) dos principais efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal nos
Controles Internos da Administração Pública nos municípios do Estado do Rio de Janeiro, no
período de 2001 a 2016?
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral
Avaliar os principais efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal nos procedimentos de
Controles Internos na Administração Pública dos Municípios do estado do Rio de Janeiro, no
período de 2001 a 2016.
1.3.2 Objetivos Específicos
8
Identificar, na literatura, os principais procedimentos de controles internos na
Administração Pública;
Identificar, por meio de um survey, os principais procedimentos de controles internos
na Administração Pública dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro;
Avaliar os principais efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal nos procedimentos de
controles internos na Administração Pública dos Municípios do estado do Rio de
Janeiro, no período de 2001 a 2016.
1.4 Justificativa
A LRF surge como um marco na história, pois se tornou a Lei de maior importância
no que tange o campo das Finanças Públicas no Brasil.
De acordo com o Site Portal da Contabilidade (2017):
A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF deu forma ao Relatório Resumido da
Execução Orçamentária, definiu o que compõe o relatório, como se publica essa
informação.
Também trouxe como inovação o relatório de gestão fiscal, que visa demonstrar se
foram atingidas as metas e os limites estabelecidos na lei de responsabilidade fiscal.
Outra inovação é que a lei exigiu que as receitas vinculadas tenham a contabilização
de onde está evidenciado o que já foi aplicado e qual é o saldo.
A lei também passou a dar uma maior importância e visibilidade à contabilidade
(PORTAL DA CONTABILIDADE, 2017).
A partir dos mecanismos introduzidos pela LRF, o sistema de Controle Interno, ganha
maior visibilidade dentro da gestão pública, como meio de garantir o cumprimento da Lei e
assegurar a busca da transparência perante a Sociedade.
Mediante o exposto, espera-se que o resultado do trabalho ajude a evidenciar os efeitos
da LRF, afim de que a mesma continue a contribuir para o fortalecimento da qualidade do
serviço das Administrações Públicas, no que tange as questões da empregabilidade dos
recursos destas.
O estudo reforça também a importância dos Controles Internos a favor da
Accountability, e se justifica por trazer benefícios à Sociedade através de informações
literárias de conteúdo abrangente sobre uma temática relevante e atual. Pode-se afirmar ainda
que os municípios pesquisados também ganham com a pesquisa, que por sua vez busca trazer
à tona questões públicas de interesse dos contribuintes, que são fonte de receita às
organizações pesquisadas, não obstante em esgotar aqui a temática envolvida, mas sim
ampliar discussões que ainda possam contribuir para a sociedade, de forma a levar a
transparência pública aos usuários do sistema, bem como nutrir a Sociedade sobre suas
expectativas com relação à gestão dos recursos públicos.
1.5 Metodologia
O trabalho se desenvolve com o intuito de atingir os objetivos pretendidos e resolver o
problema de pesquisa, que, por conseguinte foi desdobrado nas seguintes fases:
1ª fase: Revisão da literatura especializada sobre o tema:
Lei Complementar n° 101, de 4 de maio de 2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal;
Dúvidas e soluções da Lei de Responsabilidade Fiscal;
9
Fundamentos da Administração Pública;
A administração Pública como ferramenta de Controle dos Recursos Públicos;
Os desafios de implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal.
2ª fase: Coleta de dados que ocorreram da seguinte maneira:
Neste aspecto, o trabalho se desenvolve através de pesquisa de campo, iniciando-se
com a reformulação do questionário de COSTA (2014), para uma abordagem atualizada com
relação aos objetivos pretendidos.
O referido documento foi enviado para pré-teste e validação das informações por um
profissional conceituado, onde, após todo esse processo ficou formulado com 25 afirmativas
sobre a LRF, a serem julgadas de 1 a 5 - sendo 1 irrelevante influência e 5 extrema influência
– e, finalmente adaptado como adaptado como formulário, através do Google Forms para
envio aos profissionais especialistas, digo, contadores, administradores e afins, do Controle
Interno / Controladoria dos municípios do Estado do Rio de Janeiro, para coleta de dados.
3ª fase: Organização dos dados:
Após o recebimento dos formulários respondidos, os dados foram organizados de
acordo com o grau de importância relacionado na matriz – 1 a 5, por nível de importância – e
representados graficamente para facilitar o entendimento da temática.
4ª fase: Analise e Interpretação dos dados:
Para esta etapa, as afirmativas foram aglomeradas por semelhança de tema com o
intuito de facilitar a apresentação e evitar a redundância na exposição dos dados. Em um
primeiro momento, têm-se as respostas apresentadas com base na semelhança de temas citada
acima, e no momento seguinte, a interpretação conjunta, de todo o conteúdo das afirmativas,
buscando confrontar o Estado da Arte versus o Estado da Prática, ou seja, o choque da
pesquisa bibliográfica com a pesquisa de campo.
5ª fase: Conclusões e recomendações:
Enfim, neste momento, foram desenvolvidas as conclusões sobre o problema de
pesquisa e o alcance dos objetivos propostos pelo presente trabalho, onde se apresentam
também as limitações encontradas no desenvolvimento do tema e possíveis recomendações
para estudos futuros.
1.6 Organização do Trabalho
O trabalho foi elaborado e estruturado em 4 capítulos textuais, para facilitar o
entendimento do estudo e possibilitar o entendimento da pesquisa, visando solucionar o
problema de pesquisa e alcançar os objetivos propostos, conforme exposto a seguir:
Capítulo 1 – Definição do Trabalho: Nesse primeiro tópico se expõe a introdução ao
estudo, com o propósito de apresentar uma visão geral sobre o tema em questão, o problema
de pesquisa a ser decifrado, os objetivos geral e específicos a serem alcançados, a justificativa
da pesquisa e a metodologia aplicada ao estudo para o almejado alcance dos objetivos
propostos.
10
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica: Neste momento são retratados os principais
assuntos ao tema, com vistas a alicerçar o presente estudo com o conhecimento teórico
necessário para a correta compreensão e entendimento da proposta realizada. Os estudos
abordados neste capítulo referem-se à Administração Pública, procedimentos de Controles
Internos, e, conceitos, procedimentos e dificuldades acerca da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Capítulo 3 – Resultados e Análises Subjacentes: Engloba o delineamento da
pesquisa de campo, a metodologia pela qual a mesma se desenvolve, o conjunto de
informações extraídos das respostas dos especialistas por apresentação gráfica, análise
temática e análise conjunta, abordando também considerações parciais sobre o Estado da
Prática desenvolvido no capítulo.
Capítulo 4 – Conclusões e Recomendações: São demonstradas neste momento, as
conclusões acerca do estudo realizado, as limitações encontradas no decorrer da pesquisa e as
recomendações para o aprimoramento de estudos futuros relativos ao mesmo tema.
11
CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Introdução
Neste capítulo estão sistematizados os recortes teóricos para subsidiar o
desenvolvimento e análise dos resultados alcançados na pesquisa. Neste sentido, o capítulo
está estruturado conforme as seguintes seções:
Seção 1 – O Estado e suas funções: buscando demonstrar de acordo com a literatura
correspondente, o que é e faz o Estado dentro dos pressupostos desse estudo;
Seção 2 – Fundamentos da Administração Pública: englobando a caracterização,
finalidade, a necessidade de planejamento e controle na gestão dos Recursos Públicos, os
principais mecanismos de controle e acompanhamento dos recursos públicos e a
Contabilidade Pública como instrumento de controle e acompanhamento dos recursos
públicos;
Seção 3 – A Lei de Responsabilidade Fiscal: abordando sua caracterização e conceito,
a LRF como instrumento de controle e acompanhamento na gestão de recursos públicos, LRF
como instrumento de controle e acompanhamento na gestão de recursos públicos e os desafios
da LRF;
Seção 4 – Comentários Parciais: encerrando o capítulo com breves comentários dos
tópicos que o compõem.
Detalham-se a seguir estas seções.
2.2 O Estado e suas funções: o que diz a literatura?
Segundo Aristóteles (1891), “o Estado é uma Sociedade organizada dentro de um
determinado espaço físico, e que tem como finalidade o bem-estar do povo” O mesmo ainda
afirma, que “[...] desde a antiguidade já havia identificado três atividades exercidas pelo
Estado como meio para alcançar a felicidade humana: a função administrativa, legislativa e
judicial”. Weber (1967 –1968) assim define “o Estado é um aparato administrativo e político
que detém o monopólio da violência legítima dentro de um determinado território, a partir da
crença dos indivíduos em sua legitimidade”.
Os três poderes do Estado são chamados: Legislativo, Executivo e Judiciário, onde
cada um desempenha funções típicas e atípicas. O Legislativo, por exemplo, é responsável por
regular a relação dos indivíduos entre si, com a sociedade e com o Estado, tendo como
funções típicas: fiscalizar e legislar, contudo exerce funções administrativas, quando, por
exemplo, exerce a gestão de bens, pessoal e serviços, trabalhando assim uma função atípica.
Segundo Andrade (1985), pode-se observar como papel fundamental do Estado a
manutenção das instituições do bem-estar social:
O Estado desempenha, hoje, o papel de conciliar a contradição tornada,
historicamente, insolúvel: democratizar as condições materiais do exercício da
justiça e da liberdade. Se a cidade justa se caracteriza, como pretendiam os gregos,
pela isonomia (igualdade), pela eunomia (equidade) e pela politéia (legalidade), o
grande desafio sempre consistiu em se democratizarem as condições das cidadanias.
12
Ou seja, em tomá-las igualmente acessíveis a todos os elementos da sociedade, a fim
de evitar, na declaração dos direitos humanos, a cláusula que resta implícita,
conforme se vê na genial sátira de Orwell - A revolução dos Bichos: todos os
animais são iguais perante a lei, mas uns são mais iguais que os outros.
(ANDRADE, 1985, p. 113).
Quadro 1: Funções do Estado
Fonte: JUSBRASIL (2016)
2.3 Fundamentos da Administração Pública
Administração é a atividade funcional concreta do Estado que satisfaz as necessidades
coletivas em forma direta, contínua e permanente, e com sujeição ao ordenamento jurídico
vigente (DUEZ apud MEIRELLES, 1989). Administração é, pois o aparelhamento do Estado
estruturado com vistas à realização de seus serviços, para a satisfação das necessidades
coletivas (Meirelles, 1989).
O conceito técnico de Administração Pública segundo Cretella Junior (1995, p.11) é
“gestão ou gerenciamento dos serviços públicos”.
Para Meirelles (1989) a Administração Pública na sua acepção formal constitui-se do
conjunto de órgãos instituídos para a consecução dos objetivos do Governo. Sob o aspecto
material é o conjunto de funções necessárias à realização dos serviços públicos (Meirelles,
1989).
Segundo o Site Portal Administração (2014),
Administração pública é todo o instrumento do Estado preordenado à realização de
seus serviços, objetivando a satisfação das necessidades coletivas. Enquanto
administrar e conduzir os serviços públicos significa não só prestar serviço e
executá-lo, como também, dirigir, governar, exercer a vontade com o objetivo de
obter um resultado útil (PORTAL ADMINISTRAÇÃO, 2014).
2.3.1 Caracterização
13
A Administração Pública tem como principais características:
• praticar atos exclusivamente de execução – estes atos são designados atos
administrativos; quem pratica estes atos são os órgãos e seus agentes, sendo eles
sempre públicos;
• operar atividade politicamente isenta - sua atividade é vinculada à Lei e não à
Política;
• ter conduta hierarquizada – dever de obediência - escalonar os poderes
administrativos do mais alto escalão até a mais humilde das funções;
• praticar atos com responsabilidade técnica e legal – busca a perfeição técnica de
seus atos, que devem ser tecnicamente perfeitos e segundo os preceitos legais;
• caráter instrumental – a Administração Pública é um instrumento para o Estado
conseguir seus objetivos. A Administração serve ao Estado;
• competência limitada – o poder de decisão e de comando de cada área da
Administração Pública é delimitada pela área de atuação de cada órgão
(APRENDENDO DIREITO, 2011).
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, elenca ainda os princípios da
Administração Pública, a partir dos quais, todas as pessoas que fazem parte dessa
administração devem se pautar no exercício de suas funções: Legalidade, Impessoalidade,
Moralidade, Publicidade e Eficiência.
Segundo Meirelles (2000, p.81):
Os princípios básicos da administração pública estão consubstancialmente em doze
regras de observância permanente e obrigatória para o bom
administrador: legalidade, moralidade, impessoalidade ou finalidade, publicidade,
eficiência, razoabilidade, proporcionalidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, motivação e supremacia do interesse público. Os cinco
primeiros estão expressamente previstos no art. 37, caput, da CF de 1988; e os
demais, embora não mencionados, decorrem do nosso regime político, tanto que, ao
daqueles, foram textualmente enumerados pelo art. 2º da Lei federal 9.784, de
29/01/1999 (MEIRELLES, 2000, p.81).
Ainda, segundo o Portal Acordo Coletivo (2017), assim definem-se os princípios,
Princípio da Legalidade
A Legalidade está no fundamento do Estado de Direito, no princípio da autonomia
da vontade. É um dos mais importantes para a Administração Pública. Consiste no
Art. 5º da CF, que diz que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei", suposição de que tudo o que não é proibido, é
permitido por lei. Mas o administrador público deve fazer as coisas sob a gestão da
lei imposta. Portanto, só deve fazer o que a lei lhe autoriza. Ele não pode se
distanciar dessa realidade, caso contrário será julgado de acordo com seus atos.
Princípio da Impessoalidade
A imagem de administrador público não deve ser reconhecida quando a
Administração Pública estiver agindo. Outro fator é que o administrador não pode
fazer sua própria ascensão, tendo em vista seu cargo, pois esse atua em nome do
interesse público. E mais, ao representante público é proibido o privilégio de pessoas
exclusivas. Todos devem ser tratados de forma igual.
Princípio da Moralidade
Esse princípio tem a ligação de Legalidade com Finalidade, resultando em
Moralidade. Ou seja, o administrador deve trabalhar com bases éticas na
administração, salientando que não pode ser limitada na distinção de bem ou mal.
Não se devem visar apenas esses dois aspectos, incluindo a ideia de que o fim é
sempre será o bem comum. A legalidade e finalidade devem andar unidas na
conduta de qualquer servidor público, para a obtenção da moralidade.
14
Princípio da Publicidade
Na Publicidade, a gestão deve ser feito de forma legal, não oculta. A publicação dos
assuntos é relevante para a fiscalização, o que coopera para ambos os lados, tanto
para o administrador quanto para o público. Porém, a publicidade não pode ser
empregada de forma errada, para a propaganda pessoal, e, sim, para haver um
verdadeiro controle social.
Princípio da Eficiência
O administrador tem o dever de fazer uma boa administração. É o que esse princípio
alega. O representante deve trazer as melhores saídas, sob a legalidade da lei, bem
como mais efetiva. Com esse princípio, o administrador obtém a resposta do
interesse público e o Estado possui maior eficácia na elaboração de suas ações. Esse
princípio não estava previsto na Constituição e foi inserido após a Emenda
Constitucional nº 19/98, relativo à Reforma Administrativa do Estado. (ACORDO
COLETIVO, 2017).
2.3.2 Finalidade
A Administração Pública tem como finalidade trabalhar em prol do interesse público
e dos direitos e interesses dos cidadãos que administra. Ou seja, nela estão duas atividades
diversas como a superior de planejar e a inferior de executar. “Administrar significa não só
prestar serviço executá-lo como, igualmente, dirigir, governar, exercer a vontade com o
objetivo de obter um resultado útil e que até, em sentido vulgar, administrar quer dizer
traçar programa de ação e executá-lo” (DI PIETRO, 2010, p. 44).
O autor salienta que os fins da Administração Pública resumem-se num único
objetivo: o bem comum da coletividade administrada. Toda atividade do administrador
público deve ser orientada para esse objetivo. Se dele o administrador se afasta ou recua,
trai o mandato de que está investido, porque a comunidade não institui a Administração
senão como meio de atingir o bem-estar social. Todo o ato administrativo que não for
praticado no interesse da coletividade será caracterizado ilícito e imoral.
2.3.3 A Questão da Necessidade de Planejamento e Controle na Gestão de Recursos
Públicos
O conceito de Controle Interno, de maneira geral é: conjunto de normas e
procedimentos instituídos pelas organizações com vista na proteção de seu patrimônio e na
elaboração de dados confiáveis em busca de eficácia operacional. E seus fundamentos estão
na Lei nº 4.320/64. Nos arts. 83 a 89, a Lei 4.320 (1964), revela que “os serviços contábeis
deverão ser organizados com o objetivo de permitir o acompanhamento da Execução
Orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos
serviços industriais, o levantamento de balanços gerais, a análise e interpretação dos
resultados econômicos e financeiros”.
Também na Constituição Federal de 1988, arts. 165 a 169 referem-se a aspectos gerais
dos orçamentos. O planejamento orçamentário é estruturado em três modos: “O Plano
Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e a Lei Orçamentária Anual
(LOA)” (CRFB, 1988). Diante disso, fica clara a necessidade de a Administração Pública
traçar objetivos, metas e de se fazer controle e avaliação dos resultados das ações do governo
realizadas com recursos públicos.
Mediante a promulgação da LRF, tem-se o fortalecimento do controle interno ao
impor a publicação de relatórios resumidos da execução orçamentária em seus artigos 52 e 53
15
e da gestão fiscal em seus artigos 54 e 55, além de estabelecer o acompanhamento e a
fiscalização dessas informações pelos Tribunais de Contas, assim como pelo sistema de
controle interno de cada Poder (art. 59).
Paralelamente, a Lei de Crimes Fiscais, Lei nº 10.028/00, define as infrações a que
estão submetidos os agentes públicos quanto à inobservância das normas da LRF. Em seu art.
5º define como infração administrativa quando o agente público deixar de enviar ao Poder
Legislativo e ao Tribunal de Contas o Relatório de Gestão Fiscal. Como trata a Lei nº
12.465/2011 em seu art. 118:
Em cumprimento ao disposto no art. 5º, inciso I, da Lei nº 10.028, de 19 de outubro
de 2000, os titulares dos Poderes e órgãos referidos no art. 54 da LRF encaminharão
ao Congresso Nacional e ao TCU os respectivos Relatórios de Gestão Fiscal, no
prazo de 30 (trinta) dias após o final do quadrimestre. (BRASIL, 2011).
Assim sendo, o Relatório da Gestão Fiscal (RGF) e o Relatório Resumido da
Execução Orçamentária (RREO), são objetos que buscam conduzir e acompanhar a realização
orçamentária da gestão pública. Nesse mesmo sentido a administração pública conta com os
controles internos em busca de evitar abusos, fraudes e ineficiência fiscal.
Por fim, o legislador preocupou-se com a necessidade de informações contábeis e
gerenciais tempestivas e confiáveis, em consequência da exigência de cumprimentos de
limites estabelecidos, o qual enseja a permanente atualização de registros contábeis, a
produção de relatórios técnicos fidedignos, a manutenção de procedimentos, métodos e
rotinas que protejam o patrimônio, garantam a adequação dos dados gerenciais e contábeis e o
cumprimento das políticas administrativas, que constituem, em essência, o próprio controle
interno.
2.3.4 Principais Mecanismos de Controle e Acompanhamento dos Recursos Públicos
O art. 74 da Constituição Federal de 1988 determina aos três poderes de Estado manter
de “de forma integrada, sistema de controle interno”, e no § 1º do mesmo, adverte sobre os
riscos da responsabilidade solidária dos que devem exercer o controle, se cientes de eventuais
irregularidades não cientificarem o respectivo Tribunal de Contas. Institui ainda no art. 31 que
“a fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo municipal, mediante
controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo municipal, na forma
da lei”.
A partir disso, o art. 165 da referida Lei, determina que as leis de Iniciativa do Poder
Executivo estabelecerão o Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e os Orçamentos
Anuais, ou seja, o orçamento, que é elaborado em três documentos, com uma só finalidade.
O orçamento, segundo Angélico (1995, p.4) pode ser assim definido:
O orçamento não é essencialmente uma Lei, mas um programa de trabalho do Poder
Executivo. Programa que contém planos de custeio dos serviços públicos, planos de
investimentos, de inversões e, ainda, planos de obtenção de recursos. A execução
desse programa de trabalho exige autorização prévia do órgão de representação
popular; e a forma material de esse órgão expressar sua autorização é a Lei
(ANGÉLICO, 1995).
16
O orçamento, então, caracteriza uma forma de planejamento elaborada pelo Poder
Executivo e aprovado pelo Poder Legislativo, como uma forma de programação das
atividades e movimentação dos recursos pelos períodos a que se referem.
Além dos processos anteriormente citados, a partir da LRF, em seu art. 9º, têm-se os
Anexos de Metas Fiscais e Riscos Fiscais na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO),
impondo que os gestores cumpram as metas planejadas, ou sofram as medidas de correção
cabíveis, onde os administradores adotam a limitação de empenho quando a receita
arrecadada não suporta as metas previstas.
Originalmente, a LDO visava orientar a elaboração dos Orçamentos Anuais e
estabelecer as prioridades e metas da administração no exercício subsequente, diante das
novas imposições da LRF, a LDO engloba novas funções, a citar:
- dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas;
- estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência de arrecadação
da receita inferior ao esperado, de modo a comprometer as metas de resultado primário e
nominal previstas para o exercício;
Dispor sobre o controle de custos e avaliação dos resultados dos programas
financiados pelo orçamento;
Disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e privadas;
Quantificar o resultado primário a ser obtido com vistas à redução do montante
da dívida e das despesas com juros;
Estabelecer limitações à expansão de despesas obrigatórias de caráter
continuado;
Dispor sobre o Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos
contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas;
Dispor sobre a concessão de incentivos fiscais e o impacto dos mesmos.
O planejamento do gasto público passa a contar, assim, com uma sistemática que
evidencia a estrutura de seu financiamento num período mais longo, permitindo
maior controle social sobre ele. A questão é que estas práticas, de uso ainda
relativamente recente pela União, não são familiares e muito menos assimiladas por
vários estados e pela imensa maioria dos municípios brasileiros. A consistência entre
o PPA, A LDO e a LOA de cada ano é ainda fraca (GARSON Apud NASCIMENTO
2009).
2.3.5 A Contabilidade Pública como Instrumento de Controle e Acompanhamento dos
Recursos Públicos
Segundo o Tesouro Nacional (2009), Contabilidade Pública “é o ramo da
contabilidade que registra, controla e demonstra a Execução dos Orçamentos, dos atos e fatos
da fazenda pública e o patrimônio público e suas variações”. Ou seja, está relacionada ao
controle e Gestão dos Recursos Públicos. A partir da LRF, a Contabilidade Pública alcançou
maior valorização. “A parte mais relevante da Contabilidade Pública é o balanço de
resultados, que mostra as receitas e as despesas e de que forma foram arrecadadas e
aplicadas” (PORTAL DA CONTABILIDADE, 2010).
De acordo com a Lei 4.320/64, em seu art.85,
17
Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o
acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição
patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos
balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros.
(BRASIL, LEI DO ORÇAMENTO, 1964).
Podendo assim, afirmar a importância da contabilidade pública como sistema de
controle, visto que essa fornece as informações necessárias ao acompanhamento da gestão.
2.4 A Lei de Responsabilidade Fiscal
Segundo Khair (2000) A Lei de Responsabilidade Fiscal é fundamentada em quatro
pontos principais, quais sejam a responsabilização, o controle, a transparência e o
planejamento:
A Responsabilização ocorrerá quando houver o descumprimento das regras,
suspendendo as transparências voluntárias e com a permissão para a contratação
de operação de crédito. Os responsáveis sofrerão as punições previstas na
Legislação que trata do crime de Responsabilidade Fiscal;
O Controle é aprimorado pela melhor transparência e qualidade das informações,
exigindo uma ação fiscalizadora e contínua dos Tribunais de Contas;
A Transparência é realizada com a divulgação ampla de quatro Relatórios de
Acompanhamento de Gestão Fiscal, que permitem identificar receitas e despesas:
Relatório de Gestão Fiscal, Relatório Resumido de Execução Orçamentária,
Anexos de Metas Fiscais e Anexos de Riscos Fiscais;
O Planejamento é aperfeiçoado através de novas informações, metas, limitações e
condições para a renúncia de receitas e para a geração de despesas.
A LRF destina-se a regulamentar a Constituição Federal, na parte da Tributação e do
Orçamento (Título VI), cujo Capítulo II estabelece as normas gerais de finanças públicas a
serem observadas pelos três níveis de governo: Federal, Estadual e Municipal, segundo
Nascimento e Debus (2010):
A Lei de Responsabilidade Fiscal veio para somar. A LRF não substitui nem revoga
a Lei nº 4.320/64, que normatiza as finanças públicas no País, há mais de 36 anos. A
LRF atende também ao artigo 169 da Carta Magna, que determina o estabelecimento
de limites para as despesas com pessoal ativo e inativo da União a partir de Lei
Complementar. Neste sentido, a LRF revoga a Lei Complementar n º 96, de 31 de
maio de 1999, a chamada Lei Camata II (artigo 75 da LRF). (NASCIMENTO e
DEBUS, 2010).
O capítulo IX da LRF refere-se à transparência, fiscalização e controle, e define regras
e procedimentos sobre a transparência da gestão fiscal, o relatório resumido da execução
orçamentária, a escrituração e consolidação das contas, a prestação de contas e a fiscalização
da gestão fiscal, o relatório de gestão fiscal, tendo em vista permitir ao cidadão qualificar
através da informação acessível em relatórios, o grau de sucesso auferido pela administração
das finanças públicas, sobretudo a luz das normas previstas na LRF.
18
Para Motta (2001), o impacto causado pela LRF, desde sua proposição, encarece o
princípio da eficiência quando focaliza o estrito liame que deve existir entre a fixação e a
execução de metas fiscais, enfatizando o controle do percurso para consecução de resultados.
Torna concreto e palpável o princípio da economicidade, pela conceituação mais exata de
gestão orçamentária e fiscal. Reaviva a noção de continuidade administrativa, até então pouco
explorada pelo ordenamento legislativo e mesmo pela doutrina nacional. E desenvolve,
sobretudo, o principio fundamental da responsabilidade (Accountability), correlato a todos os
demais descritos no art.37 da Constituição Federal de 1988.
2.4.1 Caracterização e Conceito
A LRF estabelece normas a serem seguidas pelos administradores públicos, onde este
serão responsável pela ciência e responsabilidade quanto as questões de gestão fiscal. Pode-se
perceber que a gestão fiscal está ligada a três princípios básicos:
Ação planejada e transparente: A fim de se obter o cumprimento das metas pré-
estabelecidas, a ação deve ser planejada, ou seja, planejar antes de executar. Para garantir à
sociedade o acesso às informações de todos os atos e ações praticadas pelos governantes, deve
haver transparência, que está diretamente ligada ao princípio da publicidade, cuja previsão é
de ampla divulgação, inclusive por meios eletrônicos, além da realização de audiências
públicas demonstrando detalhadamente o planejamento, a transparência e controle da
execução orçamentária.
Prevenção de riscos: O responsável pela administração do dinheiro público
deve estar apto a prever os possíveis riscos e efetuar a correção de desvios que possam atingir
o equilíbrio das contas públicas. Nesse quesito, deve se valer de assessoria técnica
especializada nas áreas de atuação necessárias.
Equilíbrio das contas públicas: Basicamente não se gastar mais do que se
arrecada, para garantir o equilíbrio necessário nas contas públicas, através do cumprimento de
metas de resultado entre receitas e despesas obedecendo aos limites expostos pela LRF.
A LRF, como ficou conhecida a Lei Complementar Nº 101 de 04/05/2000, que
institui normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal
e dá outras medidas, veio acrescentar uma série de comandos, condicionamentos e
cautela à estrutura jurídica das licitações e contratos, ou seja, prezar pela eficiência
na gestão pública brasileira e pelo equilíbrio fiscal nas contas públicas. Trazendo
assim, alguns avanços importantes em termos econômicos e sociais, exigindo assim,
uma concentração de esforços de todos os seguimentos envolvidos na gestão da
coisa pública (MOTTA, 2002).
Assim, desde a vigência da LRF o gestor público tem o dever de conduzir todo o seu
planejamento em favor da administração dos recursos financeiros do órgão de sua
responsabilidade, tendo em vista o controle das contas públicas, preestabelecendo normas que
contribuam para a melhoria da economia e buscando investimentos externos, planejando cada
ação, prevenindo riscos futuros, e tudo isso acompanhado de transparência. Para se alcançar
tal finalidade, o administrador público deve se limitar a certas condições e restrições impostas
pela LRF, os quais darão suporte para a gestão fiscal responsável.
2.4.2 A LRF como um Instrumento de Controle e Acompanhamento na Gestão de
Recursos Públicos
19
A gestão pública como um todo, vem sofrendo constantes mudanças frente ao avanço
tecnológico que impõe uma grande facilidade de acesso à informação, junto à qualidade e
transparência que se espera dos serviços públicos, com foco na LRF, os gestores públicos
tem, nos dias de hoje passos a seguir, o que torna necessário maior empenho na utilização do
dinheiro público, mais critério e clareza para as receitas e despesas de suas administrações,
posteriormente divulgados para apreciação pelos Tribunais de Contas no Portal da
Transparência.
Segundo Matheson (2009), “A chave para melhorar o desempenho dos governos é a
formação de equipes de trabalho comprometidas com as instituições e, sobretudo com as
missões primordiais do Estado: prestar serviços de qualidade à população e induzir o
crescimento econômico do país”, em outra abordagem, Castro e Franco (1992, p.8) assim
definem “fica cada vez mais claro que o caminho a ser seguido é a qualificação dos
profissionais dirigentes, prepará-los para administrar as instituições com comprometimento,
tendo facilidade de comunicação e principalmente com habilidades e características de
liderança”, assim, pode-se perceber a necessidade de uma melhor adequação do setor público,
para melhores resultados.
A Gestão Pública embasada na LRF busca controlar o déficit público para estabilizar a
dívida em um nível razoável para a condição de economia emergente. A União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios deverão fazer prognósticos de médio prazo, que vão de 3
(três) a 4 (quatro) anos para todas as suas receitas e despesas, e acompanhá-las, mensalmente,
bem como possuir de um bom sistema de controle de suas finanças.
2.4.3 Os Desafios da Lei de Responsabilidade Fiscal
Segundo Souza (2010), “a edição da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) foi mais
um passo dado na direção do equilíbrio das Contas Públicas, só possível graças ao fim do
ciclo inflacionário que maquiava os Orçamentos Públicos e inutilizava o planejamento
governamental”.
Ainda que tenham se passado mais de 15 anos desde a promulgação da LRF, que foi
um grande e significativo passo para a transparência das contas públicas, a mesma ainda
enfrenta desafios. Segundo o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes (2010),
“A LRF mudou a mentalidade da sociedade e dos gestores públicos”. “[...] o primeiro desafio
é aplicar a Lei de Responsabilidade Fiscal plenamente, além de evitar a interpretação da Lei
inadequadamente como o que computar como receita e como despesa de pessoal”.
Alguns dos desafios da Lei de Responsabilidade Fiscal, na visão de Magalhães (2005),
são:
- coibir o desvio do dinheiro público, proibir o desperdício do recurso da
coletividade;
- inibir o Gestor de executar obras para não gastar mais que o previsto no
orçamento;
- visar o equilíbrio fiscal, ou seja, não poder gastar mais que recebe;
- moralizar a Administração Pública, manter um equilíbrio entre receitas e despesas;
- regularizar as Finanças Públicas, normalizar a situação de prefeituras que gastam
mais que arrecadam. (MAGALHÃES, 2005).
Ainda que represente um marco na Administração Pública do Brasil, a LRF continua a
enfrentar grandes desafios mesmo após tanto tempo. É necessário que os gestores
20
responsáveis pelas administrações públicas se adequem ainda mais, visando não só trabalhar
com o que se tem, ou seja, despesas que possam ser supridas pela previsão das receitas, como
melhor planejamento, dentro do necessário ao sustento de seus governos.
2.5 Comentários Parciais
No final dos anos 90, a realidade da situação fiscal no Brasil era de total desequilíbrio.
Operando com gastos sistematicamente maiores que as receitas, em todas as esferas das
administrações públicas, as finanças estavam em declínio, gerando desconfiança e abalando a
credibilidade do país frente a Sociedade.
Nesse contexto, surge a Lei de Responsabilidade Fiscal, como um instrumento para
auxiliar os governantes em todas as esferas de governo na gestão dos recursos públicos,
dentro de normas claras e precisas. A Lei, que tem como foco a transparência, busca
promover uma gestão fiscal e orçamentaria responsável, tornando, teoricamente mais fácil a
fiscalização das contas públicas.
A LRF trouxe maior importância e sistematização aos procedimentos de Controles
Internos nas Administrações Públicas, onde alguns meios já existentes, através de outros
mecanismos, como a Lei 4.320/64 – Lei do Orçamento, foram aperfeiçoados e também com a
implementação de novos relatórios como destacados no art. 48 da LRF, que enfatiza os
instrumentos de transparência da Gestão Fiscal tais como os Planos, Orçamentos e Leis de
Diretrizes Orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo Parecer Prévio; o Relatório
Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões
simplificadas desses documentos que devem ser publicadas para acompanhamento e
fiscalização da Sociedade.
21
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA, RESULTADOS E ANÁLISES SUBJACENTES
3.1 Introdução
Nesta seção são apresentados os procedimentos metodológicos, os resultados e
análises subjacentes da pesquisa. Neste sentido, este capítulo está estruturado conforme as
seguintes seções:
Seção 1 – A Pesquisa: analisando o escopo da pesquisa, amostra e coleta dos dados e
os critérios de análises dos dados;
Seção 2 – Resultados e Análises Subjacentes: onde se expõem de maneira ordenada e
coerente os resultados obtidos com a pesquisa de campo;
Seção 3 – Comentários Parciais: encerrando com o capítulo com breves comentários
sobre o Estado da Prática.
Detalham-se a seguir estes procedimentos.
3.2 A Pesquisa
Neste momento, a pesquisa, primeiro classifica-se como bibliográfica através da
literatura disponível, a partir de sites, artigos e monografias encontrados sobre o tema, e a Lei
Complementar nº101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal, de onde foram estudados e
extraídos os conceitos mais amplos necessários para abordagem do tema e delimitação das
afirmativas.
Posteriormente, por meio de pesquisa de campo, a partir da aplicação de uma matriz
de julgamento, com 25 afirmativas sobre a LRF, a serem julgadas de 1 a 5 - sendo 1
irrelevante influência e 5 extrema influência - enviada ao Controle Interno / Controladoria dos
municípios do Estado do Rio de Janeiro, para coleta de dados e posterior analise e utilização
desses dados no entendimento da temática, buscando demonstrar a teoria versus a prática da
LRF nas administrações publicas municipais.
Exploratória, para gerar maior familiaridade com o tema, e levantar hipóteses acerca
do mesmo, utilizando os mecanismos de pesquisa bibliográfica e o estudo de caso,
anteriormente citados. E, também, explicativa, segundo Gil (2007), “ao identificar os fatores
que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. É o tipo que mais
aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas”.
Por fim, aqui também a pesquisa apresenta características qualitativas e quantitativas,
posto que evidência a qualidade dos procedimentos utilizados para a aplicação da LRF nas
administrações públicas e dados numéricos após a coleta e análise das respostas da matriz de
julgamento.
3.2.1 Escopo da Pesquisa
A pesquisa trata da avaliação dos efeitos da LRF nos procedimentos de Controles
Internos nos municípios do Estado do Rio de Janeiro, no período de 2001 a 2016. A escolha
do espaço amostral se deve por ser o local onde estão os autores dessa proposta, inseridos
22
como Sociedade, e, portanto a delimitação surge da ideia de juntar um tema relevante em um
local de interesse particular, além de ser um espaço que conta atualmente com constantes
escândalos por questões políticas que envolvem a Administração Pública, e, portanto, existe o
interesse não só dos estudantes, mas da população em geral em entender essas questões.
Visto que a LRF surge no contexto de auxiliar a gestão dos recursos públicos, a
pesquisa visa explorar de que modo à transparência implica na promoção dessa gestão
responsável com vistas a facilitar a fiscalização das contas púbicas. A LRF caracteriza então,
uma mudança institucional e cultural no trato com o dinheiro público, gerando uma ruptura na
história político-administrativa do Brasil.
3.2.2 Amostra e Coleta dos Dados
A de coleta de dados se desenvolve através de pesquisa de campo, iniciando-se com a
reformulação do questionário de COSTA (2014), para uma abordagem atualizada com relação
aos objetivos pretendidos.
A pesquisa classifica-se como descritiva quali-quantitativa e exploratória. Descreve
através da literatura existente a teoria das afirmativas, e através da matriz de julgamento
apresenta características qualitativas e quantitativas, exploratória visando solucionar o
problema e atingir os objetivos pretendidos.
Após ser testado e validado, o conteúdo da matriz de julgamento (Anexo A), com 25
afirmativas sobre a LRF, a serem julgadas de 1 a 5 - sendo 1 irrelevante influência e 5
extrema influência – foi enviado a uma população de 80 gestores (80 municípios), resultando
na obtenção de uma amostra de 14 respostas, sem a ocorrência de desprezar alguma delas,
apresentadas como dados no decorrer deste capítulo, através dos quais pode-se entender
melhor as mudanças trazidas pela Lei, bem como o que ainda precisa ser estruturado para que
sejam atendidas todas as propostas da mesma.
Cabe salientar que o contato com especialistas, pode ser considerado uma das
limitações desse estudo, senão a única, a explicar-se pela baixa taxa de respostas, mesmo que
após o envio dos e-mails, tenham sido realizados contatos telefônicos, muito embora a taxa de
respostas encontre-se num patamar acima do esperado. Na verdade existe naturalmente uma
grande questão em se obter repostas de questionários, por fatores externos a pesquisa,
atribuídos talvez a falta de tempo, ou ao pouco conhecimento do assunto abordado.
3.2.3 Critérios de Análises dos Dados
Os resultados serão apresentados conforme os temas das afirmativas da matriz de
julgamento. Neste sentido, para melhor compreensão, algumas perguntas foram
condensadas/sintetizadas, com vistas evitar redundância nas análises e garantir maior
credibilidade aos resultados alcançados. Além deste procedimento, os dados foram
organizados e analisados em gráfico para maior visibilidade da informação. Detalham-se estes
procedimentos a seguir.
3.3 Resultados e Análises Subjacentes
Nesta seção estão apresentados os resultados por tema/questão, conforme critérios
definidos na seção anterior. Desta forma, a seguir são apresentados os resultados seguindo a
23
lógica da cronologia das perguntas referenciadas no questionário/matriz de julgamento.
Posteriormente foi elaborada uma análise conjunta de todos os efeitos da LRF nos
procedimentos de controles internos.
a) Sobre o tema: Efeitos da LRF sobre o Endividamento – aqui foram condensadas as
questões 1, 9 e 16:
A partir das respostas dos especialistas, é possível afirmar, com base nas questões 1 e
9 , que a “LRF ajudou os governos com relação a contenção dos déficits orçamentários e
redução do endividamento” através dos procedimentos de controle dos gastos públicos,
mostrando que 64,3% dos especialistas avaliaram essas afirmativas como grau máximo de
importância (5).
A questão 16, afirma que a “LRF influenciou de certa forma o padrão de
endividamento praticado pelos municípios”, por exemplo, impondo limites específicos para
cada despesa. 71,4% dos especialistas de dividem entre mediana e alta influência (3 e 4) e os
demais apontam extrema relevância (5).
Aqui se pode afirmar bastante coerência entre o estado da arte e o estado da prática,
concluindo que a transparência está avançando neste quesito, mas ainda é um desafio para a
Administração Pública do estado do Rio de Janeiro. Percebe-se que de alguma forma, não há
uma preocupação no aperfeiçoamento nos procedimentos de controles internos, o que levaria
sem dúvida à Accountability. Neste sentido, muitas vezes a contabilidade como uma
ferramenta de apoio à decisão perde seu maior sentido, que é facilitar de forma sistemática a
informação confiável na gestão dos recursos públicos.
b) Sobre o Tema: Efeitos da LRF sobre o Controle Interno – condensadas as questões 2,
12, 13 e 20:
Nas questões 2 e 12, tem-se que a LRF “trouxe novos elementos, facilitando os
procedimentos de Controle Interno, e reforçando a importância dos mesmos” mostrando, que
além dos instrumentos já conhecidos na Administração Pública, como: LDO, PPA e LOA, a
LRF trás novos relatórios que visam fortalecer a transparência para controle e fiscalização na
gestão dos recursos. Nesse quesito apenas 7,1% dos especialistas concluíram uma importância
mediana (3) enquanto os demais 92,9% dividem-se entre os graus de maior relevância (4 e 5),
mostrando que essas mudanças tem grande impacto nos processos, e aproximando
consideravelmente, nesse aspecto, o estado da arte e o estado da prática.
A afirmativa 13, mostra que a LRF define normas para a ação dos administradores
públicos, e estabelece também a forma de gerenciamento e disponibilização da informação
para o controle e transparência de suas ações, neste caso, 42,9% dos especialistas classificam
com mediana importância (3), e os demais 57,10%dividem-se igualmente entre os níveis de
maior importância (4 e 5).
Do total de 64,3% dos especialistas que responderam à matriz de julgamento
avaliaram com grau máximo (5) a afirmativa de número 20, onde se diz que o “controle a
ser exercido, interna e externamente ganhou maior importância decido ao fato de que o Poder
Legislativo, os Tribunais de Contas, e a população tem acesso a verificar e avaliar se as metas
estão sendo cumpridas”21,4% conferiram como muita influência (4), e pode-se perceber
ainda, um percentual de 14,2% que avaliou a importância de mediana e pouca influência.
24
Com as respostas dos especialistas é possível concluir que a instituição de novos
instrumentos de Controle Interno, vem para corroborar com informações fidedignas, na
expectativa de fortalecer a transparência para o controle e fiscalização nas Administrações
Públicas. Não obstante, observa-se em pequena proporção que os municípios podem não estar
exatamente adequados a uma mudança de tão grande teor, como trazida pela LRF, fator esse
que não impede a avaliação de uma boa aproximação entre o estado da arte e estado da
prática, no tema abordado pelas referidas questões.
c) Sobre o tema: Limitações Impostas pela LRF e Responsabilização dos Governos –
condensadas nas questões 3, 4,6, 8 e 14.
Sobre as Limitações impostas pela LRF, encontram-se nas questões 3 e 8 os “limites
de empenho aos prefeitos no último ano de mandato, e os limites sobre as despesas de caráter
continuado”, aspectos onde a Lei busca amenizar os gastos exagerados em situações
específicas. Os especialistas avaliam 7,1% de mediana importância (3) e dividem os demais
92,9% entre os graus de maior importância (4 e 5), demonstrando que esses efeitos estão de
alguma forma sendo colocados em prática.
Quanto a Responsabilização dos governos, a LRF se mostra importante instrumento
para reduzir a manipulação e gerar nos administradores maior critério nas decisões dos gastos
com vistas a praticar apenas o estipulado pela Lei, bem como demonstrar de forma clara a
utilização dos recursos perante a sociedade. Nas questões: 4 sobre a “redução de possibilidade
de manipulação das contas públicas a partir dos mecanismos da LRF”; 6, afirmando que a
“LRF contribui para a democracia por obrigar os administradores públicos a decidirem seus
gastos com responsabilidade”; e 14, em relação a “importância do processo administrativo
como instrumento para iniciar a responsabilização dos agentes públicos que incorram em
desrespeito à LRF”. Nessa perspectiva, a opinião dos especialistas demonstra em maior
número, de alta a extrema relevância (4 e 5) com percentual superior a 80%.
Percebe-se então que a LRF está sendo de fato adaptada nas contas públicas,
respeitando-se em grande parte os limites impostos e atuando para prevenir a
responsabilização de seus administradores, de maneira que apresenta também uma
considerável proximidade entre o estado da arte e o estado da prática.
d) Sobre o tema: Participação da Sociedade quanto à fiscalização das contas públicas –
condensadas nas questões 5, 17 e 19.
Pode-se pontuar que a LRF trouxe a tona a participação da Sociedade nas questões
governamentais, que já é um direito assegurado pela Constituição Federal, estimulando a
retomada da credibilidade e da transparência pelas administrações públicas, como afirmado
nas questões 5 e 17. Conforme as respostas dos especialistas, 42,9% classificam como média
importância (3) e os demais classificam nos níveis de maior importância (4 e 5).
Na questão 19, que afirma que a “participação da sociedade abrangeu todos os entes
da Federação, em todas as esferas de governo, e todos os Poderes de Estado”, e os
especialistas se dividem entre as respostas de nível 2 a 5, pontuando em 42,9% como maior
relevância (5) e em 35,7% em importância mediana (3) e números menos expressivos nos
demais níveis (2 e 4).
25
Pode-se perceber que, a LRF aproximou a sociedade junto aos Governos, pois com a
imposição dos instrumentos de controle interno, no qual os relatórios se tornaram mais
acessíveis, claros e precisos, estimulando a retomada da credibilidade e da transparência pelas
Administrações Públicas, contudo é um aspecto menos próximo entre o estado da arte e o
estado da prática.
e) Sobre o tema: Punições e correções – encontrado na questão 21.
Conforme a afirmativa 21 “a LRF definiu as punições e correção de desvios do
administrador responsável”, onde, através de processo administrativo, pode-se apurar a
responsabilidade do servidor por infração praticada no exercício de suas funções ou
relacionada com as atribuições de seu cargo. Os especialistas pontuam igualmente entre muita
e extrema importância (4 e 5) desta afirmativa, com 85,7% das respostas.
A partir das respostas afirma-se a influência que os processos administrativos exercem
sobre as ações e atitudes dos administradores, pois se sabe que todos os atos praticados por
eles refletem consequências a serem analisadas, como punições e correções, sendo assim,
impulsionando a atitudes ponderadas. E classificando assim como relevante também a relação
entre teoria e prática das imposições da LRF.
f) Sobre o tema: Complexidade e Abrangência – condensadas nas questões 10 e 11.
Tratando-se da Complexidade e Abrangência da LRF, pode-se afirmar que se tornou o
instrumento de controle fiscal mais abrangente já instituído no país o que também a tornou
muito complexa. Conforme verificado na afirmativa 10 onde se encontra que “a LRF
procurou englobar todos os aspectos das finanças públicas”, 85,7% dos especialistas que
responderam a matriz de julgamento dividem-se entre os graus 3 e 4 de importância, o que
demonstra uma grande divergência de opinião, que pode-se explicar justamente pela
dificuldade em se adequar a complexidade da Lei. Enquanto na afirmativa 11, afirmando
sobre “a LRF representar o instrumento de controle fiscal mais abrangente já instituído no
país” 92,9% dos especialistas dividem-se entre os 2 maiores níveis de importância (4 e 5),
confirmando sim, o fato de que a LRF é o instrumento de maior abrangência para a gestão
fiscal nas Administrações Públicas.
Aqui se encontra um ponto bastante relevante, pois se pode afirmar que devido a
complexidade da referida Lei, sua total abrangência é algo difícil de alcançar, na prática.
Ainda que as respostas sejam positivas, existe a olhos vistos uma discrepância entre o estado
da arte e o estado da prática neste tópico, nas Administrações Públicas, fato esse que colabora
ainda mais para afirmar a relevância trazida pelo LRF, onde o alcance dessas questões
certamente iria promover à Accountability.
g) Sobre o tema: Receita e Despesas – condensadas nas questões 7, 18, 23, 24 e 25:
No que tange as Receitas e Despesas na administração pública, a LRF estabelece
metas, limites e condições, para a gestão desses recursos, bem como distribui em diferente
escala conforme a necessidade de cada setor, como por exemplo, geração de despesas com
pessoal, despesas previdenciárias e outras. A pontuação dos especialistas nas questões 7
pontuando que “a LRF estabeleceu metas, limites e condições para a gestão dos recursos
públicos”; 18 sobre os “demonstrativos financeiros e orçamentários para as receitas e
despesas previdenciárias”; e, 23 tratando-se da “necessidade de previsão orçamentária e o
26
limite de gastos com funcionalismo” manteve-se entre os maiores níveis de importância (4 e
5) num total superior a 90% das respostas.
A LRF define normas também para Contingência e Incentivo Fiscal, buscando
estabelecer o quanto esses podem afetar as contas públicas, e, portanto devem também ser
explicitados. Na questão 24, afirma-se a necessidade de “avaliação dos passivos contingentes
no Anexo de Riscos Fiscais a ser apresentado na LDO” os especialistas pontuam em 57,1%
com extrema relevância (5).
Na afirmativa 25, 64,3% dos especialistas respondentes conferem extrema importância
(5) com relação à “concessão ou ampliação de incentivo de natureza tributária da qual decorra
renúncia de receita e a estimativa do impacto orçamentário-financeiro destas” a fim de
assegurar que esse tipo de incentivo fiscal não afetará os resultados fiscais previstos pela
LDO.
As respostas dos especialistas confirmam que com o estabelecimento de limites, metas
e condições, viabilizam melhor emprego dos gastos públicos e favorecem também a
programação das renúncias de receitas e outros que possam afetar o caixa da entidade. Aqui
vale pontuar também que existe uma boa aproximação entre o estado da arte e o estado da
prática.
h) Sobre o Tema: Objetivos da LRF, apresentado na questão 15:
Desde sua vigência, a LRF tem sua importância, e de certa forma atingiu seu objetivo,
uma vez que abrange todos os tipos de finanças das administrações públicas. A questão 15
sustenta que, “A LRF não atingiu seu objetivo em mais de quinze anos de vigência” e pontua
entre as 5 respostas, com 71,4% dos especialistas dividindo-se entre relevância mediana (3) e
extrema (5) e números menores nos 3 graus restantes. O que assegura uma discrepância de
opinião entre os municípios respondentes, contudo mostra baixo percentual que atribui pouca
importância à questão, podendo considerar que no período de 2001 a 2016, existe um retorno
positivo dos governos com relação a LRF. Trata-se de uma questão de grande importância e
as diferentes opiniões dos especialistas respondentes demonstram uma lacuna entre o estado
da arte e o estado da prática, expondo então, um ponto que requer maior atenção e empenho
das Administrações Públicas em busca de maior colocação prática da LRF na tentativa de se
adequar cada vez mais ao extenso propósito da Lei.
3.4 Análise Subjacente Comparada dos Efeitos da LRF nos Principais Procedimentos de
Controles Internos na Administração Pública dos Estados do Rio de Janeiro
No gráfico abaixo, verifica-se que a Lei de Responsabilidade Fiscal, tem realmente
grande influência no Controle Interno das Administrações Públicas. Para melhor
entendimento, as legendas do gráfico contam com a numeração das questões, baseadas na
matriz de julgamento (Anexo A).
27
Figura 3.1: Efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal baseados na matriz de julgamento
A partir dos resultados é possível visualizar o percentual da opinião dos especialistas
acerca dos temas das afirmativas propostas, de onde foram extraídas as respostas à proposta
da pesquisa de campo, sobre o estado da prática da LRF nos procedimentos de Controles
Internos.
Mediante as respostas e a análise temática, é possível confirmar que os principais
efeitos da LRF referem-se aos procedimentos de: Endividamento, Controle Interno,
Limitações e Responsabilização, Complexidade e Abrangência, Punições e Correções e,
Receitas e Despesas, confirmando em grande escala o estado da arte com o estado da prática.
A LRF procura, em seu bojo, imprimir austeridade na efetivação dos gastos públicos,
tendo como finalidade o equilíbrio das contas públicas, sendo assim, o endividamento é
identificado quando as receitas são superiores as despesas, que por sinal, com a imposição das
Limitações de atuação aos Gastos Públicos foram reduzidas significativamente, tendo como
intuito de que os gastos sejam feitos com o dinheiro que as prefeituras se dispõem, para que
não haja endividamento.
Os Limites estabelecidos pela LRF, dentre as despesas com pessoal e o endividamento,
vêm para estabelecer ao gestor público responsabilidade quanto à administração dos bens e
recursos públicos, com a finalidade de melhor empregabilidade dos mesmos, onde, se não
obedecidos, são implicados uma série de sanções e penalidades.
Nas disposições preliminares da Lei de Responsabilidade Fiscal consta,
minuciosamente, o rol de responsáveis pela observância aos seus comandos legais: a União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, também denominados entes da Federação. Nas
referências a estes, estão compreendidos o Poder Executivo, o Poder Legislativo (incluindo os
Tribunais de Contas), o Poder Judiciário, o Ministério Público, as administrações diretas,
fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. Por se tratar de lei
complementar nacional, a obrigatoriedade de seu cumprimento atinge toda a sociedade e não
somente os entes indicados no artigo 1º.
Percebe-se que, por ser uma Lei de maior Abrangência, se tornou um tanto complexa
para o entendimento e imposição da prática, talvez, por muitos não terem o conhecimento de
tais responsabilidades.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Série1
Série2
Série3
Série4
Série5
28
“O nível de sucesso na arrecadação de receita vai ao encontro de uma administração
consciente e estruturalmente organizada, sendo eficientemente capaz de recolher e arrecadar
as receitas que lhe incumbe arrecadar” (KOHAMA, 2006).
As questões referentes a Participação da Sociedade e, Objetivos da LRF, explicitam
pontos em que a comparação ainda precisa alcançar maior empenho para se concretizar.
De maneira geral, a comparação entre teoria e prática, demonstra um grande avanço
no período compreendido entre os anos de 2001 a 2016, nos municípios pesquisados, ainda
que alguns pontos estejam classificados abaixo da expectativa.
Isto mostra o quanto a transparência ainda é um desafio para a Administração Pública
no estado do RJ. Pode-se pontuar que devido a grande complexidade da LRF, percebe-se que
de alguma forma, não há uma preocupação no aperfeiçoamento nos procedimentos de
controles internos, o que levaria sem dúvida à Accountability. Neste sentido, muitas vezes a
contabilidade como uma ferramenta de apoio à decisão perde seu maior sentido, que é facilitar
de forma sistemática a informação confiável na gestão dos recursos públicos.
3.5 Comentários Parciais
A partir da pesquisa, podem-se perceber os efeitos da LRF sobre os Controles Internos
nas Administrações Públicas, a nível municipal. É perceptível um grande impacto das
atribuições vindas a partir da referida Lei para todos os tipos de recursos, desde as receitas,
origens e renúncias, às despesas com pessoal, previdenciárias, endividamento e controle
social. A Lei trouxe diretrizes para a Administração Pública, buscando maior
responsabilidade na gestão fiscal, através de ações de planejamento e transparência.
A matriz de julgamento utilizada para a pesquisa engloba tópicos de grande relevância
acerca da LRF, na tentativa de explicar a teoria versus a prática de questões cotidianas na
administração pública, bem como entender as mudanças perceptíveis nos dias atuais e as
dificuldades encontradas para se adequar as premissas da Lei.
Conforme as respostas dos especialistas às afirmativas notam-se uma tendência ao
grau máximo (5) em relação a todas as questões, sendo que algumas foram classificadas como
baixo grau de importância (<3), sendo uma minoria no conjunto de todas as afirmativas. Não
podendo afirmar com certeza se essas respostas exprimem a realidade das entidades, ou um
ponto de vista ideal visto pelos profissionais respondentes.
Percebe-se então, que a LRF vem com o intuito de trazer transparência para o controle
e fiscalização das contas públicas, contando com o Controle Interno, e com outros
instrumentos anteriormente aceitos, como o PPA, a LOA e a LDO, e, a partir da LRF a
utilização do Relatório de Gestão Fiscal (RGF) e Relatório Resumido da Execução
Orçamentária (RREO), que são disponibilizados para acesso pela Sociedade.
29
CAPÍTULO 4: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Pode-se concluir que os principais efeitos da LRF referem-se aos procedimentos de:
Endividamento, Controle Interno, Complexidade e Abrangência e Receitas e Despesas,
confirmando com grande abrangência o estado da arte com o estado da prática, mostrando
algumas poucas questões em que a referida comparação ainda precisa alcançar maior
empenho para se concretizar.
Com o intuito de abordar os efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal nos
procedimentos de Controles Internos à luz das Administrações Públicas municipais no Estado
do Rio de Janeiro, o trabalho demonstrou tendência ao efeito de grau máximo nas respostas
dos especialistas, mostrando apenas uma pequena parcela de respostas em baixo nível de
importância, em poucas das afirmativas disponibilizadas através da matriz de julgamento.
Expostas as respostas, juntamente com as pesquisas bibliográficas, pode-se afirmar o
impacto da LRF na gestão fiscal dos municípios, e a importância dos Controles Internos para
o alcance dos objetivos da Lei, e também para identificar e corrigir falhas. Caracterizando
assim a LRF como uma das principais ferramentas de fiscalização e controle dos gastos
públicos, na busca de conter os déficits e o endividamento dos entes federativos.
De acordo com o exposto e as análises, a LRF veio para dar uma maior
sustentabilidade à Gestão Fiscal dando ênfase à transparência, planejamento, controle e
execução. Com isso, é primordial o levantamento, avaliação e aplicação dos Procedimentos
de Controles Internos na Administração Pública Municipal para corrigir as falhas
identificadas em relação aos Controles Internos dos Municípios.
O problema de pesquisa do estudo foi respondido, demonstrando que ainda existe
muito a se fazer para o pleno alcance do que propõe a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Contudo, o estudo teve seus objetivos atendidos no que se refere ao geral e aos específicos,
através de pesquisas, leituras e estudos sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, juntamente
com a aplicação da matriz de julgamento para encontrar os resultados da realidade das
Administrações Públicas.
Limitações
Acerca das limitações, pode-se citar, como questão externa, a quantidade de
respondentes, visto que a matriz de julgamento foi enviada a 80 dos 92 municípios do Estado
e obtiveram-se apenas 14 respostas, identificando assim uma dificuldade da expressão das
opiniões dos especialistas e/ou alguma falta de estrutura para tal avaliação.
Recomendações
A pesquisa tende a fornecer informações úteis aos próximos estudos sobre a mesma
temática. Ainda existe muito a ser estudado, e sempre existirão diferentes respostas para as
mesmas questões, com vistas as constantes mudanças da Sociedade e do Governo, e também
frente a atual crise política e as mudanças sociais decorrentes desta.
Para uma pesquisa de maior abrangência, sugere-se pesquisar em outras esferas que
não apenas a municipal, e também utilizar diferentes formas de pesquisa de campo,
aprimorando de acordo com a realidade do momento.
30
REFERÊNCIAS
COSTA, Bruno Rodrigues. Efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal na Administração
Pública à luz dos procedimentos de Controles Internos no período de 2010 a 2012 – um
survey baseado na experiência do Estado do Tocantins. Tocantins. 2014.
CRUZ, Priscila Elaine Levy da. Sistema de Controle Interno na Administração Pública.
Minas Gerais. 2012.
INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL (IBAM). Comentários à
Lei de Responsabilidade Fiscal. 2001.
LIMA, Liliane Chaves Murta de. Controle Interno na Administração Pública. TCU. 2012.
MARTINS, Aline Antunes; MARQUES, Heitor Romero. A contribuição da Lei de
Responsabilidade Fiscal na gestão pública. Revista Controle – Doutrina e Artigos. 2013.
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<https://acordocoletivo.org/2017/10/16/principios-da-administracao-publica-5/> Acesso em
16 de Setembro de 2017.
PORTAL DA PRESIDENCIA DA REPÚBLICA. Lei Complementar nº101/2000 - Lei de
Responsabilidade Fiscal. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm> Acesso em 09 de Setembro de
2017.
PORTAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Lei nº 4.320/64 - Lei do Orçamento.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320.htm> Acesso em 16 de
Setembro de 2017.
PORTAL DE CONTABILIDADE. Contabilidade Pública. Disponível em:
<http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/contabilidadepublica.htm> Acesso em
23 de Setembro de 2017.
PORTAL DO TCE. A contribuição da Lei de Responsabilidade Fiscal na gestão pública.
Disponível em: < https://www.tce.ce.gov.br/edicoes/revista-controle-volume-xi-n-1-jan-jun-
2013/send/199-revista-controle-volume-xi-n-1-jan-jun-2013/2161-artigo-9-a-contribuicao-da-
lei-de-responsabilidade-fiscal-na-gestao-publica> Acesso em 26 de Setembro de 2017.
PORTAL DO TESOURO NACIONAL. Lei de Responsabilidade Fiscal. Disponível em:
<http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt_PT/lei-de-responsabilidade-fiscal> Acesso em 10 de
Setembro de 2017.
PORTAL DO TESOURO NACIONAL. Execução Orçamentária. Disponível em: < https://www.tesouro.fazenda.gov.br/home?p_p_auth=DCLrYKq1&p_p_id=101&p_p_lifecycl
e=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-
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EntryId=20678&_101_type=content&_101_groupId=12303&_101_urlTitle=execucao-
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31
PORTAL JUS BRASIL. A Administração Pública e suas funções. 2015. Disponível em:
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PORTAL JUS BRASIL. Funções do Estado. 2016. Disponível em:
<https://nnadiamarinho87.jusbrasil.com.br/artigos/395288452/funcoes-tipicas-e-atipicas-dos-
tres-poderes> Acesso em 16 de Setembro de 2017.
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<https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Responsabilidade_Fiscal> Acesso em 16 de Setembro
de 2017.
SANTOS, Renato da Costa dos; SILVA, Paulo Roberto da. O Controle Interno aplicado na
Administração Pública perante a Lei de Responsabilidade Fiscal. Revista
Interdisciplinar Científica Aplicada. Santa Catarina. 2012.
SOARES, Cristiano Sausen. Lei de Responsabilidade Fiscal e Finanças Públicas: impactos
sobre as despesas com pessoal e endividamento nos Estados Brasileiros. Rio Grande do
Sul. 2013.
SOUZA, Fausto. A Lei de Responsabilidade Fiscal e a gestão pública. Mato Grosso. 2012.
TESOURO NACIONAL. Entendendo a Lei de Responsabilidade Fiscal. 2ª Ed. 2002.
TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA. Guia da Lei de Responsabilidade
Fiscal. 2ª Ed. 2002.
ZIVIANI, Juliard. Lei de Responsabilidade Fiscal – Planejamento, controle,
transparência e responsabilização. 2004. Disponível em
<https://jus.com.br/artigos/6026/lei-de-responsabilidade-fiscal> Acesso em 09 de Setembro
de 2017.
32
ANEXOS
Anexo A – Matriz de Julgamento
Matriz de julgamento para avaliar o grau de influência da Lei de Responsabilidade
Fiscal, considerando os princípios de Planejamento, Controle, Transparência e
Responsabilização, nos procedimentos de Controles Internos da Administração Pública
municipal no Estado do Rio de Janeiro.
Responder as questões a seguir marcando de 1 a 5 para informar o grau de relevância
das afirmativas com relação a influência da Lei de Responsabilidade Fiscal na administração
pública municipal, sendo:
1 (um): irrelevante influência;
2 (dois): pouca influência;
3 (três): regular influência;
4 (quatro): muita influência;
5 (cinco): extrema influência.
MATRIZ DE JULGAMENTO DOS EFEITOS DA LEI DE RESPONSABILIDADE
FISCAL (LRF) NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL À LUZ DOS
PROCEDIMENTOS DE CONTROLESINTERNOS
ORDEM AFIRMATIVAS
EFEITOS
GRAU DE
IMPORTÂNCIA
1
A LRF ajudou os governos, que recorriam
repetidas vezes ao endividamento para cobrir
déficits orçamentários para diminuir esta divida.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
2
Foram introduzidos elementos na LRF facilitando
o trabalho com procedimentos de Controle Interno
e sua eficácia nas administrações públicas.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
3 A LRF criou limitações de empenho aos prefeitos
no último ano de mandato. 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
4
As regras da LRF reduzem a possibilidade de
manipulação das contas públicas por parte da alta
Administração.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
33
5
A LRF estabelece como precondição à Lei das
Diretrizes Orçamentárias (LDO) e do orçamento, a
participação da população, estreitando a distância
entre Governo e Sociedade, respaldando a ação
governamental, seja para a cobrança dos tributos,
seja para o direcionamento e a aplicação dos
Recursos Públicos em investimentos e
manutenção das cidades.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
6
A Lei de Responsabilidade Fiscal contribui para o
exercício pleno da democracia, por obrigar os
administradores públicos a decidirem seus gastos
com responsabilidade e prover informações sobre
a utilização dos recursos.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
7 A LRF estabeleceu metas, limites e condições
para a gestão de receitas e despesas públicas. 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
8 A LRF estabelece limitações à expansão de
despesas obrigatórias de caráter continuado. 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
9
A LRF foi introduzida como um instrumento para
conter os déficits públicos e endividamento
crescente das unidades da federação.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
10
A LRF procurou englobar todos os aspectos das
finanças públicas, o que acabou por torná-la uma
lei complexa.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
11 A LRF se tornou o instrumento de controle fiscal
mais abrangente já instituído no país. 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
12
A LRF reforçou a importância dos procedimentos
de controle e acompanhamento na Gestão dos
Recursos por parte da Administração Pública.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
13
A LRF define com clareza normas para a ação dos
administradores públicos. Define também a forma
de gerenciamento e disponibilização da
informação para o controle e transparência de suas
ações.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
14
O processo administrativo é valioso e importante
instrumento para iniciar a responsabilização dos
agentes públicos que incorram em desrespeito à
LRF.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
34
15 A LRF não atingiu seu objetivo em mais de quinze
anos de vigência. 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
16 A LRF influenciou no padrão de endividamento
praticado pelos municípios. 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
17
A LRF representou um marco para a retomada da
credibilidade e da transparência da Administração
Pública perante a sociedade.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
18
As receitas e despesas previdenciárias serão
apresentadas em demonstrativos financeiros e
orçamentários específicos.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
19
A participação da sociedade abrangeu todos os
entes da Federação, em todas as esferas de
governo, e todos os Poderes de Estado.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
20
O controle a ser exercido interno e externamente
ganhou maior importância, devendo o Poder
Legislativo, com o auxílio dos Tribunais de
Contas, e a população verificarem se as metas
previstas estão sendo cumpridas, pelo exame dos
relatórios e dos anexos incorporados ao
planejamento.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
21 A LRF definiu as punições e correção de desvios
do administrador responsável. 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
22 Mesmo durante a vigência da LRF encontram-se
evidências de gastos maiores em anos eleitorais. 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
23
A LRF estabeleceu a necessidade de previsão
orçamentária e a definição de um limite de gastos
com funcionalismo.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
24
A LRF estabelece que a lei de diretrizes
orçamentárias deve conter o Anexo de Riscos
Fiscais, onde serão avaliados os passivos
contingentes e outros riscos capazes de afetar as
contas públicas, informando as providências a
serem tomadas, caso se concretizem.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
25
A concessão ou ampliação de incentivo ou
benefício de natureza tributária da qual decorra
renúncia de receita deverá estar acompanhada de
estimativa do impacto orçamentário-financeiro no
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
35
exercício em que deva iniciar sua vigência e nos
dois seguintes, atender ao disposto na LDO e as
condições de que: a renúncia não afetará as metas
de resultados fiscais previstas no anexo próprio da
LDO; e estar acompanhada de medidas de
compensação, no período mencionado.