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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA QUALIDADE DE VIDA E RISCO CARDIOVASCULAR EM AMPUTADOS ATENDIDOS NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE ARACAJU-SE IZABEL CRISTINA DE OLIVEIRA LIMA São Cristovão 2017

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Page 1: AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA QUALIDADE€¦ · avaliaÇÃo do nÍvel de atividade fÍsica qualidade de vida e risco cardiovascular em amputados atendidos nas unidades

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA QUALIDADE

DE VIDA E RISCO CARDIOVASCULAR EM AMPUTADOS

ATENDIDOS NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE

ARACAJU-SE

IZABEL CRISTINA DE OLIVEIRA LIMA

São Cristovão

2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA,

QUALIDADE DE VIDA E RISCO CARDIOVASCULAR EM

AMPUTADOS ATENDIDOS NAS UNIDADES BÁSICAS DE

SAÚDE DE ARACAJU-SE

IZABEL CRISTINA DE OLIVEIRA LIMA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe, como requisito para obtenção do grau de Mestre em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Walderi Monteiro da Silva Júnior

São Cristovão

2017

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA BISAU

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Lima, Izabel Cristina de Oliveira

L732a Avaliação do nível de atividade física, qualidade de vida e risco

cardiovascular em amputados atendidos nas Unidades Básicas de Saúde

de Aracaju-SE / Izabel Cristina de Oliveira Lima; orientador Walderi

Monteiro da Silva Júnior. – Aracaju, 2017.

52 f. : il.

Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Federal de

Sergipe, 2017.

1. Atividade física. 2. Amputação. 3. Qualidade de vida. I. Silva Júnior,

Walderi Monteiro da, orient. II. Título.

CDU 613.71

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IZABEL CRISTINA DE OLIVEIRA LIMA

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA,

QUALIDADE DE VIDA E RISCO CARDIOVASCULAR EM

AMPUTADOS ATENDIDOS NAS UNIDADES BÁSICAS DE

SAÚDE DE ARACAJU-SE

Dissertação apresentada ao Núcleo de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação Física.

Aprovada em: _______/________/__________

_________________________________________________

Orientador: Prof. Dr. Walderi Monteiro da Silva Júnior

__________________________________________________

1º Examinador: Prof. Dr. Afrânio de Andrade Bastos

___________________________________________________ 2º Examinador: Prof. Dr. Marco Antônio Prado Nunes

PARECER

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Dedico este trabalho em especial aos meus

filhos. Dedico ainda à minha família pelo

apoio e incentivo, em especial as minhas

irmãs Genilde de Oliveira, Janalice de

Oliveira, Ana Lúcia Fillipin e à minha

sobrinha Sophia Fillipin.

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vii

AGRADECIMENTOS

Agradeço imensamente a Deus que diante de tantas atribulações me

fortaleceu cada vez mais, permitindo que eu seguisse em frente independente das

pedras no caminho.

Aos meus filhos, meus amores e razão da minha vida, pela cumplicidade,

compreensão e paciência em suportar as minhas ausências e atribulações que

vivenciamos juntos sem nunca nos afastarmos um do outro.

À minha família pelo apoio incondicional, especialmente à minha mãe e às

minhas Irmãs: Genilde Oliveira que assumiu o papel de “co-orientadora” e me

incentivou a buscar cada vez mais qualificação e progresso profissional, Janalice

Oliveira que nunca negou apoio ou participação no que ela tinha conhecimento e

no que estava disposta a aprender para contribuir, Ana Fillipin pelos conselhos e

suporte nas coletas, como também à minha sobrinha Sophia Fillipin pela

disponibilidade e presteza no que eu solicitasse.

Ao professor Doutor Marco Prado por sua grandeza de conhecimento e

paciência com sua inicial discente que apesar de afastar-se do programa não se

afastou dos seus pós-graduandos. Obrigada por me acolher como sua aluna e

mais ainda por permanecer presente durante todo trabalho.

Ao meu orientador, o Professor Doutor Walderi Monteiro meus sinceros

agradecimentos por me aceitar como sua discente, substituindo o Professor

Marco Prado dando continuidade a orientação com empenho, pela forma gentil de

orientar e especialmente pela disponibilidade a qualquer momento.

Aos meus colegas mestrandos e Professores do Departamento de

Educação Física, pela feliz convivência, apoio, aprendizado e amizade,

especialmente a Rafael Pinto parceiro fiel, dedicado e que desejo cada vez mais

sucesso em sua jornada.

Minhas amigas Jemima Inocêncio e Jocimá Lima pelo apoio e amizade

sincera.

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RESUMO

LIMA, IC de Oliveira. Avaliação do nível de atividade física, qualidade de vida e risco cardiovascular em amputados atendidos nas unidades básicas de saúde de Aracaju- SE. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe – UFS.

Introdução: Amputação é a perda total ou parcial de um membro, de forma

cirúrgica ou traumática ocasionada por diversas etiologias. É considerada um

problema do sistema de saúde devido ao crescimento epidemiológico além de

acarretar consequências físicas, psicológicas e sociais ao amputado. Objetivo:

Avaliar o nível de atividade física, qualidade de vida e risco cardiovascular em

amputados atendidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Aracaju- Se.

Metodologia: Este trabalho foi dividido em três etapas a saber: visita às UBS para

identificação dos atendimentos realizados em amputados de membros inferiores,

totalizando 225 usuários; seleção aleatória de 60 indivíduos amputados de

membros inferiores para aplicação dos instrumentos de coleta e por fim visita

domiciliar aos amputados selecionados, que responderam ao questionário

internacional de atividade física (IPAQ), e questionário para avaliação da

qualidade de vida desenvolvido pela World Health Organization Quality of Life

(WHOQOL). Além disso, foi avaliado o tipo de exercício físico que o grupo

realizava e o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares pelos

critérios da Framingham Heart Study. Resultados: A maior incidência de

amputados neste estudo pertenceu ao sexo masculino. Apenas 23% dos

indivíduos estudados foram classificados como ativos, e de acordo com o escore

de Framingham não foi observado risco cardiovascular. A partir da análise do

WHOQL, evidenciou-se que a qualidade de vida foi maior entre os amputados

ativos. Conclusão: O panorama observado com base nos resultados obtidos

mostra que o nível de atividade física exerce baixa influência na qualidade de vida

dos amputados.

Palavra Chaves: Atividade Física. Amputação. Qualidade de vida.

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ABSTRACT

LIMA, IC de Oliveira. Evaluation of the physical activity level on quality of life and cardiovascular risk in amputees attended at the basic health units from Aracaju-SE. Master dissertation. Post-Graduation Program of Physical Education, Federal University of Sergipe - UFS.

Introduction: Amputation is the partial or total loss of a member, by surgery or

traumatically, occurred by a diversity of etiologies. It is considered a health system

issue due to the epidemiological growth and the physical, psychological and social

impact to the amputee. Objective: Evaluate the level of physical activity on quality

of life and cardiovascular risk in amputees consulted at the basic health units

(BHU) from Aracaju-SE. Methodology: This dissertation was divided in three

parts: visits to the Basic Health Units for identification of the consultations given to

the amputees in inferior members, 225 amputees in total; Random selection of 60

amputees in inferior members for application of collection procedures and,

ultimately, home visitation to the selected amputees, which answered the

International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), and the questionnaire for

evaluation of quality of life developed by the World Health Organization Quality of

Life (WHOQL). Beyond that, it was analyzed the type of physical exercise that the

group did and the risk of development cardiovascular diseases by the criteria set in

the Framingham Heart Study. Results: The men showed highest incidence

between the amputees. Only 23% of the individuals studied were classified as

active, and according to the Framingham score no cardiovascular risk was

observed. From the analysis of the WHOQL, the quality of life was better between

active amputees. Conclusion: The prospect, based on the results, presents that

the level of physical activity doesn’t impact consistently in the quality of life of the

amputees.

Key words: Physical activity. Amputation. Quality of life.

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SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 15

2.0 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 17

2.1 CONCEITO DE AMPUTAÇÃO .................................................................................... 17

2.2 ETIOLOGIA DAS AMPUTAÇÕES ............................................................................. 18

2.3 EPIDEMIOLOGIA ............................................................................................................... 19

2.4 REDE DE ATENÇÃO BÁSICA ..................................................................................... 20

2.5 A ATIVIDADE FÍSICA ....................................................................................................... 21

2.6 RISCO CARDIOVASCULAR ........................................................................................ 21

2.7 QUALIDADE DE VIDA PARA O AMPUTADO ..................................................... 23

3.0 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 25

4.0 HIPÓTESE ............................................................................................................................. 25

5.0 MÉTODOS ............................................................................................................................. 26

5.1. TIPO DE ESTUDO E CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ......................................... 26

5.2. LOCAL DE ESTUDO ....................................................................................................... 26

5.3. POPULAÇÃO AMOSTRAL .......................................................................................... 27

5.3.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ...................................................... 28

5.4 INSTRUMENTOS E VARIÁVEIS DA PESQUISA .............................................. 28

5.4.1 Dados sociodemográfica e clínico ............................................................... 28

5.4.2 Atividade física ...................................................................................................... 29

5.4.3 Qualidade de vida ............................................................................................... 29

5.4.4 Riscos cardiovasculares .................................................................................. 30

5.5. ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................................... 32

6.0. RESULTADOS ................................................................................................................... 33

7.0. DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 39

8.0. CONCLUSÃO..................................................................................................................... 44

REFERÊNCIASc. ....................................................................................................................... 45

APÊDICES .................................................................................................................................... 57

ANEXOS ......................................................................................................................................... 61

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Matriz de variáveis categóricas .................................................................................. 31

Tabela 2: Matriz de variáveis numérica ....................................................................................... 32

Tabela 3: Tabela de contingência (2x2) mostrando a relação entre a presença ou

não do desfecho ser ativo ou não ativo ....................................................................................... 32

Tabela 4: Aspectos epidemiológicos dos amputados em relação a atividade física

33

Tabela 5: Relação do nível de atividade física com a qualidade de vida de física 33

Tabela 6: Fatores de riscos para doenças cardiovasculares em relação a atividade

física .............................................................................................................................................................. 38

Tabela 7: Riscos cardiovasculares entre amputados ........................................................... 38

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIQ = amplitude interquartílica

APS - Atenção Primária à Saúde

CDC - Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos ()

DC - Doença Cardiovascular

DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis

DM - Diabetes Melitus

DVP - Doença Vascular Periférica

HAS = hipertensão arterial sistêmica

HDL - Lipoproteína de Alta Densidade

IPAQ - Questionário Internacional de Atividade Física

LDL - Lipoproteína de Baixa Densidade

OMS - Organização Mundial de Saúde

QV - Qualidade de Vida

SM - Síndrome Metabólica

SUS - Sistema Único de Saúde

TCLE - Termo de Consentimento de livre Esclarecimento

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UBS - Unidade Básica de Saúde

UFS - Universidade Federal de Sergipe

USF – Unidade de Saúde da Família

WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

WHOQOL-100 - Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida

WHOQOL-BREF – Instrumento Abreviado de Avaliação de Qualidade de Vida

WHOQOL-OLD - Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida de pessoas

idosas

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LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS

Figura 1. Unidades de Saúdes Básica (pontos vermelhos) distribuídas pela cidade

de Aracaju, SE- Brasil ......................................................................................................................... 27

Gráfico 1. Relação do WHOQOL – Bref em relação ao ambiente ................................ 34

Gráfico 2. Relação do WHOQOL – Bref em relação ao domínio físico ...................... 35

Gráfico 3. Relação do WHOQOL – Bref em relação ao domínio psicológico .......... 35

Gráfico 4. Relação do WHOQOL – Bref em relação ao domínio geral ....................... 36

Gráfico 5. Relação do WHOQOL – Bref em relações sociais .......................................... 37

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1. INTRODUÇÃO

A amputação é a perda total ou parcial de um membro, de forma cirúrgica ou

traumática ocasionada por etiologias que vão desde alterações congênitas a aquelas

adquiridas em decorrência de doenças como: tumores, eventos circulatórios,

traumas, acidentes de trabalho e ou trânsito 1.

Após a amputação, é necessário que o indivíduo se adapte a novas

necessidades. Um fator importante relacionado a qualidade de vida (QV) é a prática

de atividade física. A prescrição do exercício físico, fundamentado na modalidade,

intensidade, duração, frequência e progressão apropriada, pode auxiliar na melhora

da qualidade de vida, retardando alterações fisiológicas, aprimorando a capacidade

motora e consequentemente, podendo proporcionar benefícios sociais, psicológicos

e físicos 2.

Além disso, a atividade física desempenha um papel importante no tratamento

da diabetes mellitus (DM), bem como reduz outras possíveis complicações que são

advindas da DM, como as taxas de glicose no sangue e riscos cardiovasculares,

melhora a capacidade respiratória e reduz a pressão arterial 3, 4

, além de combater

a depressão e ansiedade 4.

No Brasil existem 13,9 casos de amputações para cada 100.000 habitantes

por ano 5, sendo que de 2013 a 2014 no SUS, foram realizadas 36.451 amputações

somente em membros inferiores, e destes 34,9% foram procedidas na região

Nordeste 6. Somente em Sergipe, de 109 internações procedentes de pacientes

diabéticos, 56,1% foram submetidos a amputações e 13% dos indivíduos faleceram 7. Além disso, o custo anual com hospitalização para realização de amputações foi

estimado em 264 milhões de dólares, comprovando que o impacto da DM além de

ser alto no âmbito social, também é alto no âmbito econômico 7.

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Visto que o processo de amputação cresce a cada ano no Brasil, é notória a

importância de avaliar a qualidade de vida em indivíduos amputados, no caso desse

estudo, no estado de Sergipe. Onde se faz necessário avaliar questões como: A

atividade física está presente na vida do indivíduo amputado? Qual a percepção de

qualidade de vida desses indivíduos? A atividade física, qualidade de vida têm

influência dentre os fatores de riscos cardiovasculares na população de amputados?

Buscando responder a essas questões, foi desenvolvido o projeto: “Avaliação

física, sociodemográfica e econômica de pacientes com amputações em membros

inferiores e a relação com a qualidade de vida” por pesquisadores da Universidade

Federal de Sergipe (UFS), que buscou promover subsídios para a elaboração de

estratégias que possam se adaptar à realidade local e consequentemente, auxiliar

na melhora da qualidade dos serviços prestados aos amputados. Essa dissertação

engloba parte desse projeto, onde busca contribuir com a avaliação do nível de

atividade física qualidade de vida e risco cardiovascular em amputados atendidos

nas unidades básicas de saúde de Aracaju- Se.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. CONCEITO DE AMPUTAÇÃO

O termo amputação é derivado da palavra latina amputatio, que significa:

ambi = ao redor de/em torno de; e putatio= podar/retirar 8. E pode ser entendida

como a perda total ou parcial de um membro, de forma cirúrgica ou traumática 9.

Que além de normalmente afligir dor, faz com que o indivíduo necessite de apoio da

família e da equipe, bem como o incentivo constante para superar essa perda 10

.

Além disso, a amputação cirúrgica em alguns países, normalmente é pouco

aceita ou aprovada pela população devido ao contexto cultural, tais como em casos,

onde indivíduos amputados não recebem enterros decentes. Bem como, ao efeito

psicossocial, acréscimo de encargos econômicos para a família, o que é reforçado

pela deficiência dos escassos serviços sociais e de bem-estar público 11

.

As amputações além das consequências físicas exigem adaptações e causam

restrições aos afetados, que com o passar do tempo pode vir associada à diminuição

das funções físicas e psíquicas12

. E normalmente, esses indivíduos expressam

sentimentos de: tristeza, resignação, sensação de inutilidade, desvalia, perda de

autoestima e pessimismo13

. Esses sentimentos provavelmente ocorrem em

decorrência das significativas mudanças que o indivíduo sofrerá após a amputação.

Uma vez que, causa impacto na execução de atividades básicas da vida diária,

comprometendo habilidades, funções e tornando-os dependentes, com

repercussões no seu comportamento em sociedade14

.

E apesar do desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas, medicamentos e

conceitos de reabilitação, aliados ao trabalho multidisciplinar, proporcionarem

melhoras na qualidade de vida dessa parte da população 8. Os números sobre os

amputados mostram que esta é uma área que necessita de estudos mais profundos.

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2.2. ETIOLOGIA DAS AMPUTAÇÕES

No Brasil as amputações normalmente são realizadas devido a: causas

externas, doenças infecciosas e parasitárias, doenças do aparelho circulatório;

diabetes; gangrena; doença do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo;

neoplasias; doenças da pele e do tecido subcutâneo, e má formação congênita 15

.

No entanto, a doença vascular periférica (DVP), está entre as principais

causas de amputação, seguida pelos acidentes automobilísticos, doenças

infecciosas e os acidentes de trabalho 16

.

A doença vascular periférica surge em decorrência do estreitamento arterial

crônico que causa um descompasso entre a oferta e a demanda de oxigênio nos

membros 17, 18

, que em casos severos pode levar a amputação do membro afetado 17

. A maior parte dos indivíduos que sofrem amputação devido a DVP pertence ao

sexo masculino19, 20

. Sendo que em 2011, cerca de 95% das amputações

realizadas pelo SUS foram de membros inferiores 15

. E nos Estados unidos 82% das

amputações estão relacionadas à DVP 21

.

Existe uma forte correlação entre a incidência e prevalência da DVP com

fatores etários 17, 18, 20

. Normalmente, os idosos são os maiores acometidos pela

DVP, e devido ao aumento de sua longevidade associados às doenças, está

ocorrendo o aumento de amputações dos membros inferiores nesse grupo8.

Mundialmente a prevalência de amputados em consequências a DVP varia de 3-

10%, porém, esses valores crescem para 15-20% em indivíduos acima de 70 anos

22, 23.

Outra doença, cujo agravamento pode levar à amputação é a diabetes

mellitus (DM), que atinge aproximadamente 11% dos brasileiros e 6.106 sergipanos

15. Existem dois tipos de diabetes. O tipo I é uma anomalia autoimune, que pode ter

origem genética ou precoce, e esta pode ocorrer devido à ausência de produção da

insulina pelas células pancreáticas. E o diabetes tipo II, que é a não absorção

adequada pela insulina produzida pelas células do pâncreas 14

.

A ocorrência de DM é crescente, principalmente associada às doenças

cardiovasculares, devido a essas duas doenças possuírem fatores de riscos em

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19

comum 24

, sendo que portadores de DM são mais propensos a desenvolverem

doenças cardiovasculares 25

.

Essa associação / propensão é causada devido à redução da complacência

vascular em pacientes diabéticos, e essas mudanças podem aumentar o risco dos

problemas cardiovasculares 26

. Aproximadamente 415 milhões de adultos sofrem de

DM e até 2040 o número de diabéticos deve aumentar em 65% apenas na América

do Sul 27

.

Outra complicação da DM é o pé diabético, que é a ulceração tecidual

associada a anomalias neurológicas e doenças vasculares periférica nos membros

inferiores 28

. E que em casos severos pode levar o paciente a amputação do

membro.

2.3. EPIDEMIOLOGIA

No mundo, aproximadamente 1,6 milhões de pessoas possuem algum tipo de

amputação 29

. Anualmente surgem entre 500-1000 novos casos de amputações por

milhão de habitantes na Europa e Estados Unidos 22, 30

, neste último, são

realizadas aproximadamente 65.000 amputações por ano 21

.

Porém, apesar dos números citados, não existem uma estatística exata sobre

o número de amputados e amputações realizadas por ano no Brasil 31

. No período

de 10 anos, somente no Rio de Janeiro, foram realizadas 5.539 amputações32

,

existindo no país aproximadamente 13,9 casos de amputações para cada 100.000

habitantes por ano 33

. Sendo a prevalência de amputações em membros inferiores

alta, principalmente no nível transfemural 34

.

Das 36.451 amputações de membros inferiores realizadas pelo sistema único

de saúde (SUS) entre 2013 a 2014, 34,9% ocorreu na região Nordeste, e destas 494

foram realizadas no estado de Sergipe15

.

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20

2.4. REDE DE ATENÇÃO BÁSICA

Garantir a integridade do cuidado da saúde populacional é uma das funções

dos arranjos organizativos de ações e serviços de saúde integrada, e isso se dá, por

meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão. Esses arranjos são

caracterizados pela formação de relações horizontais entre os pontos de atenção

com o centro de comunicação de Atenção Primária à Saúde (APS), pela centralidade

nas necessidades em saúde de uma população com atenção contínua e integral,

pelo cuidado multiprofissional 6.

A implantação do acolhimento nas Unidades Básicas de Saúde apesar das

diferentes formas de entendimento pelos profissionais representa um grande

avanço, principalmente ao usuário, tornando-se parte nas decisões da promoção da

saúde 35

. Esse sistema partilha a responsabilização e a troca de saberes, o que

podem levam a melhores escolhas, pois considera as necessidades e

complexidades intrínsecas na assistência à saúde do paciente amputado 36

.

A realização desse sistema é possível, através da implantação de ações

específicas por profissionais de saúde, que atuam na atenção primária. Uma vez que

o enfoque na prevenção, vigilância permanente e integração entre os níveis de

atenção à saúde são importantes para uma assistência especializada e para o

manejo adequado das doenças crônicas. E isso só é possível através do

conhecimento sociodemográfico de uma população 37

.

O princípio básico do acolhimento é ser visto como uma ferramenta

assistencial, na busca pelo desenvolvimento de ações preventivas, promoção e

reabilitação da saúde, fazendo com que os usuários deixem de serem vistos como

pacientes para se tornarem parte do processo 35

.

Portanto, a atuação da equipe de saúde desempenha papel relevante na

assistência às pessoas, como as amputadas, incluindo-as em todo processo e

potencializando a sua recuperação, que é potencializada com a atuação de uma

equipe multidisciplinar e de modo interdisciplinar 38

.

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21

2.5. A ATIVIDADE FÍSICA EM AMPUTADOS

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), atividade física é

qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que requeiram

gasto de energia, incluindo atividades físicas praticadas durante o trabalho, jogos,

execução de tarefas domésticas, viagens e em atividades de lazer 39

. Atividade física

proporciona efeitos positivos na percepção de bons níveis da qualidade de vida 40

.

A prática de atividade física regular tem sido claramente mostrada como uma

alternativa para o monitoramento e controle de doenças e programas de exercícios

físicos voltado para reabilitação, traz benefícios que proporcionam a modificação do

comportamento e melhora da condição de saúde 41

.

No entanto, existem barreiras para a realização de atividades físicas, como

limitações físicas e falta de programas específicos 42

. Com relação aos amputados,

a baixa adesão encontrada para a prática dessa atividade pode ser atribuída às

limitações vivenciadas por estes para a execução desta 43

. Apesar de uma das

desculpas pela não realização de atividade física ser a falta de tempo, para os

amputados esse fator não é um problema 44

.

Os efeitos proporcionados pela prática da atividade física para os deficientes

estão pautados na melhoria das funções orgânicas, promovendo importantes

adaptações fisiológicas e psicológicas, o que pode levar a longevidade e autonomia

da capacidade funcional 12

.

2.6. RISCO CARDIOVASCULAR

No mundo, 17,3 milhões de pessoas morrem por ano, devido às doenças

cardiovasculares, destas, 4.584.000 ocorrem na Europa, 1.944.000 nas Américas e

1.254.000 na África 45

. No Brasil as doenças cardiovasculares são a principal causa

de morte e dentre os principais fatores de risco para essas doenças são: hipertensão

arterial, dislipidemia, tabagismo e diabetes 46

, juntamente com o sedentarismo 47

.

Page 22: AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA QUALIDADE€¦ · avaliaÇÃo do nÍvel de atividade fÍsica qualidade de vida e risco cardiovascular em amputados atendidos nas unidades

22

No Brasil, o grupo que se encontra em maior risco cardiovascular está

associado ao desconhecimento sobre as complicações associadas com o a

hipertensão arterial sistêmica 48

.

A visão sobre os problemas cardiovasculares foi mudada com a realização de

estudos realizados na cidade de Framingham, Massachusetts. Onde foi realizado

estudos sobre a saúde dos residentes por 50 anos. Esses estudos tornaram-se

referência e revelou a importância de fatores de riscos envolvendo as doenças

cardíacas, dentre outros que revolucionaram a medicina 49

. Sendo criado a partir

desses estudos o índice de Framingham, que avalia os riscos do acometimento das

doenças cardiovasculares em um indivíduo, que continua sendo utilizado pelos

pesquisadores 50, 51

.

Em amputados, principalmente em membros inferiores, existe a associação da

remoção do membro com o aumento de problema cardiovascular 52, 53

. E quando o

indivíduo amputado possui DM tipo l, os riscos de mortalidade são ainda maiores 52

.

No entanto, a causa para essa associação e alto risco de mortalidade neste grupo,

não é totalmente esclarecida 52, 53

.

No entanto, a compreensão dos fatores que podem causar o desenvolvimento

de doenças cardiovasculares numa população precisa ser avaliada de forma local,

uma vez que esses fatores podem variar de acordo com propriedades

sociodemográficas, étnicas, geográficas e com a percepção de cada indivíduo sobre

a sua saúde 54, 55

.

A compreensão da saúde da população se faz necessária para que possa ser

implementada política de saúde com base na realidade local 56

. Ações de

prevenção, pautadas na redução dos fatores de risco, são importantes para diminuir

a mortalidade e o alto índice de internações hospitalares devido a estas doenças 57

.

Essas ações vão desde o rastreamento da DM, campanhas sobre hipertensão

arterial sistêmica, aplicação de protocolos para manejo agressivo da dislipidemia em

coronariopatas, dentre outras; E devem ser de caráter permanente e não apenas

esporádicas 56

.

Page 23: AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA QUALIDADE€¦ · avaliaÇÃo do nÍvel de atividade fÍsica qualidade de vida e risco cardiovascular em amputados atendidos nas unidades

23

2.7. QUALIDADE DE VIDA PARA O AMPUTADO

A percepção que um indivíduo ou grupo possui sobre seu contexto, cultura e

sistema de valores, relacionados às metas e expectativas alcançadas, é a definição

de qualidade de vida (QV), caracterizada como a sensação de bem-estar nos

domínios: físico, mental, social, psicológico, espiritual, emocional e sensações; que

podem estar relacionados com o sucesso em relacionamentos sociais, poder

aquisitivo e acesso à saúde, educação e saneamento básico 57, 58

.

Em idosos, um dos tópicos mais estudados é a qualidade de vida, uma vez

que é esperado que com a melhora da qualidade de vida as pessoas vivam mais,

com maior qualidade de saúde e reduzido riscos de doenças e problemas de saúde

59.

Em amputados, as limitações físicas não são motivos para ter uma baixa

qualidade de vida, uma vez que indivíduos portadores de limitações são capazes de

se adaptarem a situação a qual se encontram e procura levar em consideração

apenas o que são capazes de fazer 48

. A QV nesse grupo também pode ser afetada

com a protetização do membro amputado, condição do membro remanescente,

função e aparência do coto, imagem corporal, tempo e nível da amputação e pelo

acesso a atividades de âmbito recreacionais e ou sociais 58

.

Para avaliar a QV na população foi criado um questionário pelos

pesquisadores da World Health Organization que possuía 100 questões (WHOQOL-

100) e após com a necessidade de uma ferramenta mais rápida, o questionário foi

reduzido (WHOQOL-Bref) passando a conter apenas 26 questões 60

. O WHOQOL-

Bref é composto por quatro domínios: físico, psicológico, social e ambiental e teve a

sua versão adaptada para a realidade da população brasileira no ano 2000 61

.

No entanto, com a necessidade de avaliar características específicas em

determinados grupos estudados, o questionário sofreu modificações, para avaliar

especificamente os idosos, sendo denominado então, WHOQOL-OLD 62

. Esse

questionário, bem como suas versões, são amplamente utilizado para avaliar a

qualidade de vida da população 61, 63

.

Page 24: AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA QUALIDADE€¦ · avaliaÇÃo do nÍvel de atividade fÍsica qualidade de vida e risco cardiovascular em amputados atendidos nas unidades

24

Outo fator que pode contribuir na QV dos amputados é a atenção

individualizada que atenda às suas expectativas e necessidade objetivando a

melhoria da qualidade e não apenas ao prolongamento da sobrevida dessas

pessoas 64

. Portanto, a busca para a ascensão da saúde e bem-estar do indivíduo

deve ser o foco de profissionais da área de saúde, que devem procurar entender a

complexidade humana, suas ideias, valores, contexto familiar e social, visando

principalmente, a melhora da QV do assistido 65

.

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25

3. HIPÓTESE

Os indivíduos amputados não praticam atividade física ou a realiza de maneira

irregular, aumentando as complicações clínicas devido à comorbidades e

sedentarismo

4. OBJETIVO GERAL

Avaliar o nível de atividade física, qualidade de vida e risco cardiovascular em

amputados atendidos nas unidades básicas de saúde de Aracaju- SE.

.

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26

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. TIPO DE ESTUDO E CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Esta pesquisa foi caracterizada como estudo transversal descritivo, realizado

a partir de uma amostra aleatória colhida de um estudo maior que realizou um censo

de pacientes com amputações de membros inferiores no município de Aracaju. Foi

aprovado (Anexo 1) pelo comitê de ética e pesquisa da Universidade Federal de

Sergipe (UFS) e planejado segundo a resolução 510/2016 do Conselho Nacional de

Saúde. Foi solicitada a liberação da Secretaria Municipal de Aracaju para acesso

aos prontuários dos pacientes que apresentassem amputações em membros

inferiores. Todos eles foram avaliados apenas após a assinatura do termo de

consentimento livre e esclarecido - TCLE (Apêndice A). Os analfabetos autorizaram

através da impressão digital, na presença de duas testemunhas.

No momento da entrevista, os participantes foram informados sobre o objetivo

do estudo, os benefícios e os riscos, tendo sido assegurado a estes a

confidencialidade, a privacidade das informações fornecidas e a não utilização

posterior do diagnóstico e da identificação com o seu nome ou seu número de

registro geral.

4.2. LOCAL DO ESTUDO

O estudo foi realizado no município de Aracaju, Estado de Sergipe, a partir de

cada uma das 42 Unidades de Saúde da Família (USF) de Aracaju. As entrevistas

foram realizadas nas residências dos pacientes selecionados.

Os pacientes com amputações de membros inferiores foram identificados a

partir de cada uma das Unidades de Saúde da Família da Secretaria Municipal de

Aracaju para pesquisa, pelas equipes da atenção primária de saúde que

disponibilizaram os prontuários destes.

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27

..

Figura 1: Unidades de Básicas de Saúde (UBS) (pontos vermelhos) distribuídas

pela cidade de Aracaju, SE- Brasil. Fonte: Solução Geoambiental, por Santos, 2016.

4.3. POPULAÇÃO ALVO

A população alvo foi composta por adultos, de ambos os sexos, submetidos à

amputação de membros inferiores unilaterais ou bilaterais de qualquer etiologia.

Todos residentes no município de Aracaju, Sergipe, cadastrados e com prontuários

em uma das 42 USF. O estudo aconteceu em 03 etapas:

1ª etapa – foi realizada a visita as USF para identificar todos os amputados de

membros inferiores cadastrados nestas unidades através da análise nos prontuários

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28

arquivados com o apoio dos agentes de saúde. Os dados coletados nas 42

Unidades Básicas de Saúde (UBS) totalizaram 225 indivíduos com amputações nos

membros inferiores.

2ª etapa – do total de indivíduos identificados foi realizado o cálculo amostral a partir

do pressuposto de que a variável que contém a resposta de interesse deveria

possuir; e com desvio-padrão de 12,33. Foi considerado um erro máximo da

estimativa de 4%; com um nível de significância de 5%. Assim o tamanho da

amostra calculado foi de 50 indivíduos acrescidos de 20% diante do risco de perdas

com um volume final de 60 indivíduos amputados.

3ª etapa – realizada a busca ativa em domicílio dos 60 indivíduos selecionados para

aplicação dos instrumentos de coleta com o objetivo de reduzir assim o viés da

pesquisa

4.3.1. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Foram incluídos indivíduos de ambos os sexos e com idade superior a 18

anos, submetidos a amputações de membros inferiores unilaterais ou bilaterais; nos

níveis de coxa, perna, pé ou dedos. Com relação as etiologias relacionadas a

traumas, diabetes mellitus, infecções, isquemia ou câncer cadastrados nas UBS.

Foram excluídos aqueles que apresentassem alterações mentais ou doenças

ou limitações cognitivas que impedissem a entrevista e a coleta dos dados.

4. INSTRUMENTOS E VARIÁVEIS DA PESQUISA

As variáveis analisadas foram: dados sociodemográficos e clínicos, nível de

atividade física, qualidade de vida e classificação de risco cardiovascular.

4.4.1. Dados sócio demográficos e clínicos

As características sócio demográficas e clínicas da população (Apêndice B):

idade, sexo, nível de amputação, doença associadas (diabetes melitus e hipertensão

arterial sistólica), se possui prótese, participação em tratamento fisioterapêutico

(tabela 1), o tempo decorrido desde a amputação e a pressão arterial sistólica e

diastólica (tabela 2).

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29

4.4.2. Atividade física

A avaliação do nível de atividade física dos participantes da pesquisa, foi

realizada através do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) que foi

elaborado em decorrência de estudos realizados por agências como a Organização

Mundial de Saúde (OMS), Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados

Unidos (CDC) e o Instituto Karolinska, na Suécia 66

.

O IPAQ fornece informações relacionadas à frequência e duração de

caminhadas, possibilita a avaliação das atividades cotidianas que exigem esforços

físicos de intensidades moderada e vigorosa, além do tempo despendido em

atividades realizadas em posição sentada em dias (entre segunda e sexta-feira) e no

final de semana (sábado e domingo), tendo como período de referência uma

semana típica ou a última semana 66

.

Neste estudo, optou-se por utilizar o questionário em seu formato curto

(ANEXO 2) que é composta por oito questões abertas e suas informações permitem

estimar o tempo despendido por semana em diferentes dimensões de atividade

física (caminhadas e esforços físicos de intensidades moderada e vigorosa) e de

inatividade física (posição sentada). Avaliando assim, a correlação entre a atividade

física realizada (minutos/dia), bem como sua frequência (dias/semana) 67

.

O instrumento foi validado em 12 países, o IPAQ é um questionário que

permite estimar o tempo semanal gasto em atividades físicas de intensidade leve,

moderada e vigorosa. Disponível em três versões, uma no formato longo, curto e

adaptado, classificando o nível de atividade física: sedentários; irregularmente

ativos; ativo; e muito ativo (70). Devido ao tamanho da amostra, neste estudo foi

realizado o agrupamento das categorias do IPAQ em ativo e não ativo (tabela 1).

4.4.3. Qualidade de vida com classificação em ativos e não ativos

A qualidade de vida dos indivíduos que participaram do estudo, foi avaliada

por meio do Instrumento Abreviado de Avaliação de Qualidade de Vida - WHOQOL-

Bref (World Health Organization Quality of Life), versão breve, é composto por 26

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30

questões (ANEXO 3). Essas questões avaliam quantitativamente a qualidade de vida

em quatro domínios: físicos, psicológicos, sociais e ambientais. Essa ferramenta, foi

adaptada para o uso no Brasil, com a tradução e validação cultural68

. O WHOQOL-

bref avalia um bom desempenho psicométrico com praticidade de uso o que lhe

coloca como uma alternativa útil para ser usado em estudos que se propõe a avaliar

qualidade de vida no Brasil 63

.

4.4.4. Risco cardiovascular

A classificação da frequência de risco cardiovascular dos pesquisados, foi

realizada de acordo com o critério do Framingham Heart Study que se baseia em

valores numéricos, positivos e negativos, a partir de zero, de acordo com o risco

atribuído aos valores da idade, pressão arterial, tabagismo e diabetes. Cada escore

obtido corresponde a um percentual da probabilidade de ocorrência de um evento

cardiovascular 69

. Devido ao tamanho da amostra as categorias foram agrupadas

em alto e não alto risco (tabela 1).

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31

Tabela 1: Matriz de variáveis categóricas

Variável Categoria Conceito (se necessário)

Sexo Masculino

Feminino

Amputação Maior Acima da articulação do tornozelo

Menor Abaixo da articulação do tornozelo

Fisioterapia Sim Submetido a alguma sessão para reabilitação

Não Ausência de acesso a tratamento fisioterápico

Prótese Sim Possui prótese, independente da utilização

Não Não possui próteses.

Glicemia Normal Sim Menor que 100mg/dl

Não Maior ou igual que 100mg/dl

HAS Sim Sistólica >= 130; diastólica >= 90 mmHg

Descompensada Não Sistólica < 130; diastólica < 90 mmHg

Diabetes Melitus Sim Relata de forma auto referida

Não Nega diabetes ou o seu tratamento

Tabagismo Sim Relata ter fumado tabaco na vida

Não Nega o uso do tabaco

IPAQ Ativo Ativo e muito ativo

Não ativo Sedentário e irregularmente ativo

Risco de Alto Alto

Framigham Não alto Baixo e moderado

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Tabela 2: Matriz de variáveis numéricas

Variável Unidade

Idade Em anos

Tempo decorrido desde a amputação Em anos

Pressão arterial (PA) sistólica Em mmHg

Pressão arterial (PA) diastólica Em mmHg

Framigham Soma Verificar

Framigham Risco Verificar

4.5. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Foi utilizada análise descritiva, por meio das frequências absolutas e relativas

no caso das variáveis categóricas e por meio de medidas de tendência central e

variabilidade no caso das variáveis numéricas. Em seguida, foi avaliada a

associação entre as variáveis e as diferenças entre proporções foram analisadas por

meio do teste qui-quadrado de Pearson. Nas comparações de duas amostras

independentes, foi utilizado o teste t de Student, com nível de significância de p ≤

0,05. Foram ainda, calculadas as razões de prevalência (Tabela 3). As análises

estatísticas foram realizadas utilizando o programa R versão 3.3.2.

Tabela 3. Tabela de contingência (2x2) mostrando a relação entre a presença ou não

do desfecho ser ativo ou não ativo.

Desfecho Total

Ativo Não ativo

Marcador + a b a + b

Marcador - c d c + d

a + c b + d a + b + c + d

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5. RESULTADOS

Foram avaliadas 60 pessoas com amputações de membros inferiores, sendo

52% (31/60) do sexo masculino e com uma idade média de 59.9 anos. Foram

consideradas ativas 23% (14/60) destes.

Tabela 4: Aspectos epidemiológicos dos Amputados em Relação a Atividade Física.

Ativo Não ativo Total Valor p RP IC 95%

n % n % n % (Min, Máx)

Sexo

Feminino 5 36 24 52 29 48 0.281 0.59 (0.23, 1.56) Masculino 9 64 22 48 31 52

Amputação

Menor 10 71 18 39 28 47 0.034 2.86 (1.01, 8.11) Maior 4 29 28 61 32 53

Fisioterapia

Sim 3 21 9 20 12 20 0.879 1.09 (0.36, 3.31) Não 11 79 37 80 48 80

Prótese

Sim 3 21 9 20 12 20 0.879 1.09 (0.36, 3.31) Não 11 79 37 80 48 80

Total 14 100 46 100 60 100 Teste do Qui-Quadrado: significativo < 0.05

Tabela 5: Relação do Nível de Atividade Física com a Qualidade de Vida

Ativo Ativo Não Ativo Não Ativo Valor p

Media SD Media SD

Domínio Físico 13.2 1.8 11.9 3.5 0.064

Domínio Psicológico 15.0 1.8 13.6 3.5 0.058

Relações Sociais 14.3 3.5 12.1 3.7 0.056

Ambiente 12.8 1.6 12.2 3.6 0.325

Geral 13.7 1.4 12.4 2.9 0.038 Teste do t de Student: significativo < 0.05

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34

O gráfico a seguir relaciona o Whoqol – Bref quanto ao ambiente com uma mediana

maior entre ativo quando relacionado ao não ativo.

Gráfico 1: Relação Whoqol – Bref em Relação ao Ambiente

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35

A mediana em relação Whoqol – Bref quanto ao domínio físico, mostra-se maior

entre ativo em relação ao não ativo.

Gráfico 2: Relação Whoqol – Bref em Relação ao Domínio Físico

A mediana entre Whoqol – Bref em quanto ao domínio psicológico se apresenta

maior entre ativo quando relacionado ao não ativo.

Gráfico 3: Relação Whoqol – Bref em Relação ao Domínio Psicológico

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A mediana entre Whoqol – Bref em quanto ao domínio geral mostra-se maior

em ativo em relação ao não ativo.

Gráfico 4: Relação Whoqol – Bref em Relação ao Domínio Geral

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A mediana entre Whoqol – Bref e Relações Sociais mostrara-se maior entre ativo quando relacionado ao não ativo.

Gráfico 5: Relação Whoqol – Bref e Relações Sociais

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Tabela 6: Fatores de Risco para Doenças Cardiovasculares em Relação à Atividade

Física.

Ativo Não ativo Total Valor p RP IC 95%

n % n % n % (Min, Máx)

Glicemia

normal

Sim 4 29 21 46 25 42 0.256 0.56 (0.20, 1.58)

Não 10 71 25 54 35 58

HAS

descomp

Sim 3 21 13 28 16 27 0.613 0.75 (0.24, 2.35)

Não 11 79 33 72 44 73

Diabetes

melitus

Sim 12 86 29 63 41 68 0.11 2.78 (0.69, 11.21)

Não 2 14 17 37 19 32

Tabagismo

Sim 1 7 2 4 3 5 0.674 1.46 (0.28, 7.76)

Não 13 93 44 96 57 95

Framigham

Alto 5 36 18 39 23 38 0.818 0.89 (0.34, 2.34)

Não alto 9 64 28 61 37 62

Total 14 10 46 100 60 10

Teste do Qui-Quadrado: significativo < 0.05

Tabela 7: Risco Cardiovascular entre amputados

Ativo Ativo Não Ativo Não Ativo Valor p

Media SD Media SD

Idade 58.8 15.6 59.9 15.7 0.822

Tempo decorrido desde 3.3 2.0 5.9 6.8 0.024

a amputação

PA sistólica 145.7 25.3 138.9 22.0 0.347

PA diastólica 85.0 9.4 84.2 13.0 0.791

Framigham_Soma 9.6 5.6 8.9 5.8 0.705

Framigham_Risco 17.5 10.3 18.4 12.1 0.779 Teste do t de Student: significativo < 0.05

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39

6. DISCUSSÃO

6.1. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS AMPUTADOS DAS UNIDADES BÁSICAS DE

SAÚDE DE ARACAJU, SE.

O estudo revelou que a maioria dos amputados atendidos pelas UBS de

Aracaju é do sexo masculino (52%), (tabela 4). A maior prevalência dos homens

dentre os amputados aparentemente é uma situação recorrente em outros países

como a Inglaterra (19%), Estados Unidos (29%), Nigéria (11%) e também em

estudos anteriores realizados no Brasil 12, 16, 43

.

Foi evidenciado o predomínio de amputação menor (71%) entre os ativos

(tabela 4). Corroborando com pesquisa que identificou predominância de amputação

transtibial em 46% 32

. Justificado pelo fato de que quanto menor for o nível da

amputação, maior é a mobilidade do indivíduo 19

, observou que muitos amputados

preferiram utilizar a cadeira de rodas, que prótese, por fatores diversos, mas

principalmente pelo medo de sofrer queda. Observando os resultados obtidos, os

amputados no nível menor do tornozelo podem se sentir mais seguros com relação

ao equilíbrio de seu corpo.

Para minimizar o impacto que as amputações podem causar para o indivíduo,

o governo brasileiro lançou em 2011 o programa “Doenças Crônicas Não

Transmissíveis” (DCNT), que visa a implementação do “Plano de enfretamento das

Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil”, de 2011 a 2025. Este programa

busca fortalecer a capacidade de resposta do Sistema Único de Saúde (SUS) e a

ampliação de ações de cuidados integrados para a prevenção e o controle das

DCNT. Dentre as diretrizes principais estão: Vigilância, promoção da saúde e

cuidado integral 70

.

No entanto, apesar deste programa já está implantado, pode ser observado

nos resultados obtidos, que a quantidade de indivíduos que realizavam fisioterapia e

que possuíam prótese pode ser considerada baixa, uma vez que apenas 22-24%

dos entrevistados se enquadraram nessa categoria.

A realização de fisioterapia e protetização podem ser fundamentais para

auxiliar o indivíduo a se adaptarem a sua nova realidade. Pois estes influenciam na

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40

melhora funcional 71

, aumento da mobilidade e independência 72

,

consequentemente, aumentando a satisfação pessoal e qualidade de vida dos

amputados 73

. Aceitar e se adaptar as mudanças ocorridas nesse processo é

importante, pois quando o indivíduo com amputação compreende suas perdas e

incorpora sua realidade, começa a elaborar estratégias para superar essas

limitações, tornando-se mais autônomo 13

.

QUALIDADE DE VIDA DOS INDIVÍDUOS AMPUTADOS

A não diferença entre os domínios (físico e psicológico), bem como relações

sociais e ambientais entre os grupos de amputados ativos e não ativos, avaliados

pelo questionário WHOQOL-BREF (tabela 5), foi um resultado não esperado. Esse

pode indicar similaridade entre os padrões vividos em ambos os grupos. Resultado

similar foi observado entre pessoas com amputação parcial do pé e transtibial, onde

os pesquisadores concluíram que as diferenças eram pequenas e insuficientes para

influenciar na diferença da qualidade de vida entre esses grupos 74

.

Além disso, os indivíduos amputados expressam frequentemente os

sentimentos de: tristeza, resignação, sensação de inutilidade, desvalia, perda de

autoestima e pessimismo 13, 75

. No entanto, a nova vida que essas pessoas

precisarão submeter-se, passa a exigir adaptações e restrições, que com o passar

do tempo pode vir associada à diminuição das funções físicas e psíquicas dos

mesmos 12

.

As médias obtidas nesse estudo (tabela 5), foram similares às observadas

para pacientes portadores de DM tipo 2, onde a qualidade de vida dos participantes

do estudo foi considerada baixa 76, 77

. Essa similaridade entre os estudos, pode ser

devido ao fato que a maioria dos amputados participantes deste trabalho também

possuíam DM.

Apesar dos resultados dos baixos valores de qualidade de vida, esta foi

melhor entre os amputados ativos (tabela 5). O que pode estar relacionado a

presença de protetização e consequentemente, maior independência entre os

amputados ativos. Uma vez que a associação entre a atividade física e a mobilidade

funcional, são fatores importantes para os amputados 78

.

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41

No entanto, quando o amputado descreve a sua qualidade de vida, este

sempre aponta aspectos negativos, o que pode estar associado à situação desses

indivíduos, de terem que conviver com a amputação 12, 65

.

6.2. RISCOS CARDIOVASCULARES ENTRE OS INDIVÍDUOS CONSIDERADOS

ATIVOS E NÃO ATIVOS

Dos fatores de risco analisados a diabetes foi predominante entre ativos e

inativos com presença de DM e HAS (tabela 6). A DM é um problema frequente em

indivíduos com problema cardiovascular 30, 79, 80

. Nos Estados Unidos, foi relatado

que 49,1% dos amputados possuíam DM e que o índice de amputações foi maior em

pacientes que possuíam essa doença 29

. Na Nigéria 47,75% das amputações

também são causadas por DM 11

.

Isso ocorre, devido a DM se apresentar como um agravo crônico, podendo

desencadear sérios danos cardiovasculares em seus portadores, está associada a

complicações vasculares de alta morbimortalidade, requerendo cuidados contínuos,

educação permanente e suporte para prevenção de complicações 81

.

Diabetes mellitus é uma das causas mais comuns de amputações não traumáticas de

membros inferiores, retinopatia e doença renal crônica 25

. Estudos sobre a doença

mencionam que a baixa adesão às recomendações médicas, dieta e ao exercício físico

são fatores relevantes dentro do processo de controle da patologia 83

.

A prática de atividade física regularmente promove efeito protetor para a doença

cardiovascular 84

. A realização da atividade de caminhada, sozinha ou

conjuntamente com outra atividade física pode estar relacionada com a melhora da

qualidade de saúde 85

. É sabido que o exercício físico tem papel fundamental no

tratamento de DM, bem como no controle das complicações advindas desta

doença6. E uma vez que pessoas com DM possuem grandes chances de sofrerem

amputação 86, 87

, a prática da atividade física pode representar um grande impacto

preventivo nessa população.

Os amputados não apresentaram hipertensão descompassada e pode ser

observada baixa adesão ao tabagismo (tabela 6). O controle da HAS é uma

necessidade no país 46

, portanto, os resultados desta pesquisa pode indicar que o

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42

trabalho desenvolvido na UBS está sendo eficaz no controle desta doença, tendo em

vista o elevado índice de usuários com hipertensão compensada.

A atividade física também é importante na redução da HAS 88

, que foi um

problema frequente entre os grupos avaliados neste estudo. A realização de

atividade física assistida é fundamental para auxiliar na melhoria da locomoção de

pessoas que sofrem de HAS 88

, podendo auxiliar no aumento da quantidade diária

de passos que a pessoa com dificuldade locomotora executa 89

, aumentando a

qualidade física do indivíduo e consequentemente sua QV 88, 90

. Portanto, o

profissional de educação física, pode desempenhar um papel importante na

reabilitação e promoção da qualidade de vida dos amputados.

Outro fato que pode ser considerado um problema para a execução da

atividade física é a presença de um espaço apropriado e perto para a realização

desta. Pois a presença de locais para a realização de atividades físicas perto da

residência aumenta a frequência com que esta é realizada 91

.

Aracaju possui áreas apropriadas para a execução de atividades físicas como

a caminhada, porém estas se limitam aos bairros nobres da cidade, e como a

maioria da população assistida pelas UBS provavelmente tem baixa renda, podem

não ter acesso a essas áreas.

O tempo gasto com as caminhadas varia de 1-6 horas semanais. O tempo

mínimo de atividade física semanal deve ser 150 minutos, porém sem intervalos

maiores que dois dias entre as execuções dessas atividades, pois pausas maiores

que estas podem prejudicar a absorção da insulina em pacientes com DM tipo 2 92

.

Um outro problema além da dificuldade locomotora que os entrevistados podem

estar enfrentando, pode ser o fator emocional, e este tem um grande impacto na

realização das atividades diárias, independentemente da idade do indivíduo 93

. O

que pode ser um dos fatores que ocasiona os longos períodos sedentários que os

amputados apresentaram nesse estudo.

A hipertensão arterial é considerada problemática em países em

desenvolvimento 20

, como é o caso do Brasil; e indica a necessidade de estratégias

que visem controla-la 46

. Pois, apesar dos avanços do diagnóstico e controle dos

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43

fatores agravantes por meio do atendimento multidisciplinar, ainda pode ser

considerado alto o número de amputações de membros inferiores 94

.

A idade média dos indivíduos estudados foi de 59.9 anos (tabela 7), e esta se

enquadra com estudos anteriores, onde a faixa etária dos pacientes amputados foi a

partir dos 60 anos de idade 11, 32, 94

. Não foi encontrada evidência de alto risco

cardiovascular entre os amputados ativos e inativos de acordo como o índice de

Framingham (tabela 7). O não risco cardiovascular também foi observado entre

homens acima de 40 anos, residentes de Boa Vista, RR 95

. Diferindo dos resultados

encontrados em Ribeirão Preto, SP e Rio de Janeiro, RJ, onde 36,4% e 37,5%

(respectivamente) dos grupos estudados apresentaram alto risco cardiovascular.

Apesar do risco cardiovascular não está presente na população estudada nesta

pesquisa, as DC são responsáveis por um significativo número de óbitos no país,

utilizando uma considerável parcela do orçamento do SUS 57

. O que tornam

importantes ações preventivas que visem o aumento da QV da população e

consequentemente menor número de internações.

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44

7. CONCLUSÃO

Este estudo procurou avaliar o nível de atividade física, qualidade de vida e

riscos cardiovasculares, em amputados atendidos nas UBS de Aracaju, SE. O

panorama observado com base nos resultados obtidos mostra que o nível de

atividade física exerce baixa influência na qualidade de vida dos amputados.

No entanto, a qualidade de vida desses amputados também foi considerada

baixa, provavelmente devido à baixa frequência de atividade física realizada por este

grupo. Um dos fatores que podem estar associados à baixa frequência de atividade

física é a pouca adesão dos amputados à próteses e atendimento fisioterapêuticos.

Apesar do sedentarismo e da elevada taxa de diabéticos e hipertensos, os

amputados estudados não apresentaram riscos cardiovasculares, de acordo com o

índice de Framingham. O que indica que o trabalho desenvolvido pelas Unidades

básicas de Saúde tem contribuído no controle de diversas comorbidades, entretanto,

o presente estudo mostra que ainda há muito a se fazer, estratégia de saúde precisa

ser elaborada com foco na diabetes reduzindo os riscos envolvidos nesta doença.

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56

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APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado a participar do projeto “RISCOS CARDIOVASCULARES, ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA DE AMPUTADOS ATENDIDOS NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE ARACAJU-SE” sob responsabilidade do

pesquisador Walderí Monteiro da Silva Bastos, professor da Universidade Federal de

Sergipe (UFS). O objetivo desse estudo é analisar a relação entre os riscos

cardiovasculares, atividade física e a qualidade de vida de amputados atendidos nas

Unidades Básicas de Saúde de Aracaju – SE.

Você poderá ter todas as informações que quiser a respeito da pesquisa e poderá não

participar da entrevista ou retirar seu consentimento a qualquer momento. Pela sua

participação no estudo você não receberá qualquer valor em dinheiro, mas terá a garantia

de que todas as despesas necessárias para realização da pesquisa não serão de sua

responsabilidade.

Não será realizado nenhum procedimento invasivo. Apenas faremos algumas

perguntas sobre informações sócio demográficas, sobre a atividade física e qualidade de

vida e realizaremos medida de peso, altura e circunferências e dobras cutâneas. Caso

concorde em participar, favor assinar abaixo.

Eu, _______________________________________________estou ciente da minha

total liberdade em recusar participar do projeto. Aceito que os resultados obtidos sejam

divulgados, sendo meu anonimato pessoal garantido, e tenho conhecimento que poderei

esclarecer minhas dúvidas a qualquer momento entrando em contato com o pesquisador.

________________________________________________

Participante

________________________________________________ Entrevistador

_____________________________________________

Prof Dr. Walderi Monteiro da Silva Bastos

Aracaju,__de_______________2016

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APÊNDICE B

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

DADOS SÓCIOS DEMOGRÁFICOS

1. UBS: ___________________________________________________________ 2. Agente de Saúde: ________________________________________________ 3. Nome: ____________________________________________ 4. Idade_______

5. Endereço: ______________________________________________________

6. Telefone: _______________________________________________________

7. Tempo da última amputação: ______________________________________ 8. Causa da amputação: A ( ) Pé diabético, B( ) Acidente, C( ) Câncer, D( )

Gangrena, E( ) Infecções, F( ) outras (Especificar) _________________________

9. Gênero: A ( ) Feminino B( ) Masculino

10. Estado Civil:

A ( ) Casado B( ) Separado C( ) Viúvo D( ) união estável

11. Grau de Escolaridade:

A ( ) Fundamental completo B ( ) Fundamental incompleto C ( ) Médio completo

D ( ) Médio incompleto E ( ) Superior completo F( ) Superior incompleto

G ( ) Analfabeto

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12.Atualmente mora:

A ( ) Sozinho B ( ) Com família C ( ) Com amigos D ( ) Outros

13.Quem cuida do paciente?

A ( ) Pessoa da família B ( ) Enfermeiro ou empregado C ( ) Amigos ou vizinho

D ( ) Outros E( ) Ninguém

14. Membro inferior amputado:

A ( ) Direito B ( ) Esquerdo C ( ) Os dois

15. Nível inferior Amputação:

A ( ) Dedo B( ) Pé C( ) Perna D( ) Coxa

16. Se bilateral:

A ( ) Pé B ( ) Perna C ( ) Coxa

17. Faz Fisioterapia? A ( ) Sim B ( ) Não

18. Usa prótese? A ( ) Sim B ( ) Não

19. Outras Doenças:

A ( ) Diabetes B ( ) Hipertensão C ( ) Doença do rim D ( ) Faz diálise

E ( ) Câncer F ( ) Outros ___________________________________________

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ANEXO 1

60

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61

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62

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ANEXO 2

QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA – VERSÃO CURTA

Nome:_______________________________________________________

Data: ______/ _______ / ______ Idade : ______ Sexo: F ( ) M ( )

Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem

como parte do seu dia a dia. Este projeto faz parte de um grande estudo que está

sendo feito em diferentes países ao redor do mundo. Suas respostas nos ajudarão a

entender que tão ativos nós somos em relação a pessoas de outros países. As

perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade física na ÚLTIMA semana. As perguntas incluem as atividades que você faz no trabalho, para

ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas

atividades em casa ou no jardim. Suas respostas são MUITO importantes. Por favor

responda cada questão mesmo que considere que não seja ativo. Obrigado pela sua participação!

Para responder as questões lembre-se que:

Atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço

físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal

Atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço físico

e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal

Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por

pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez.

1a). Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10

minutos contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um

lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício? Dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

1b). Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto

tempo no total você gastou caminhando por dia?

Horas: ______ Minutos: _____

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2a) Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por

pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta,

nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos

leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer,

aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente

sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO INCLUA

CAMINHADA) dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

2b). Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10

minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?

Horas: ______ Minutos: _____

3a). Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por

pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica

aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços

domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos

elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou

batimentos do coração. Dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

3b). Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10

minutos contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?

Horas: ______ Minutos: _____

Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo dia, no

trabalho, na escola ou faculdade, em casa e durante seu tempo livre. Isto inclui o

tempo sentado estudando, sentado enquanto descansa, fazendo lição de casa

visitando um amigo, lendo, sentado ou deitado assistindo TV. Não inclua o tempo

gasto sentando durante o transporte em ônibus, trem, metrô ou carro.

4a). Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana?

Horas: ______ Minutos: _____ 4b). Quanto tempo no total você gasta sentado durante em um dia de final de

semana? Horas: ______ Minutos: _____

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ANEXO 3

WHOQOL - ABREVIADO

INSTRUÇÕES:

Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e

outras áreas de sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se você não tem

certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a

que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha.

Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós

estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como referência as duas

últimas semanas. Por exemplo, pensando nas últimas duas semanas, uma questão

poderia ser:

Nada Muito Médio Muito Completamente

pouco

Você recebe dos outros o apoio 1 2 3 4 5

de que necessita?

Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos

outros o apoio de que necessita nestas últimas duas semanas. Portanto, você deve

circular o número 4 se você recebeu "muito" apoio como abaixo.

Nada Muito Médio Muito Completamente

pouco

Você recebe dos outros o apoio 1 2 3 4 5

de que necessita?

Você deve circular o número 1 se você não recebeu "nada" de apoio.

Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe

parece a melhor resposta.

1 Como você avaliaria sua Muito ruim Ruim Nem ruim, Boa Muito boa

qualidade de vida? nem boa

1 2 3 4 5

2 Quão satisfeito Muito Insatisfeito Nem satisfeito, Satisfeito Muito

(a) você está insatisfeito nem insatisfeito satisfeito

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com a sua 1 2 3 4 5

saúde?

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas

últimas duas semanas.

Nada Muito Mais ou Bastante Extremamente

pouco menos

3 Em que medida você acha que 1 2 3 4 5

sua dor (fisica) impede você de

fazer o que você precisa?

4 O quanto você precisa de 1 2 3 4 5

algum tratamento médico para

levar sua vida diária?

5 O quanto você aproveita a 1 2 3 4 5

vida?

6 Em que medida você acha 1 2 3 4 5

que a sua vida tem sentido?

7 O quanto você consegue se 1 2 3 4 5

concentrar?

8 Quão seguro (a) você se 1 2 3 4 5

sente em sua vida diária?

9 Quão saudável é o seu 1 2 3 4 5

ambiente físico (clima,

barulho, poluição, atrativos)?

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem se sentido

ou é capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.

Nada Muito Médio Muito Completamente

pouco

10 Você tem energia suficiente 1 2 3 4 5

para seu dia-a-dia?

11 Você é capaz de aceitar sua 1 2 3 4 5

aparência fisica?

12 Você tem dinheiro suficiente 1 2 3 4 5

para satisfazer suas

necessidades?

13 Quão disponíveis para você 1 2 3 4 5

estão as informações que

precisa no seu dia-a-dia?

14 Em que medida você tem 1 2 3 4 5

oportunidades de atividade

de lazer?

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As questões seguintes perguntam sobrequão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.

15 Quão bem você é capaz de se Muito ruim Ruim Nem ruim, Bom Muito

locomover? nem bom bom

1 2 3 4 5

Muito Insatisfeito Nem Satisfeito Muito

insatisfeito satisfeito satisfeito

nem

insatisfeito

16 Quão satisfeito (a) 1 2 3 4 5

você está com o seu

sono?

17 Quão satisfeito (a) 1 2 3 4 5

você está com sua

capacidade de

desempenhar as

atividades do seu

dia-a-dia?

18 Quão satisfeito (a) 1 2 3 4 5

você está com sua

capacidade para o

trabalho?

19 Quão satisfeito (a) 1 2 3 4 5

você está consigo

mesmo?

20 Quão satisfeito (a) 1 2 3 4 5

você está com suas

relações pessoais

(amigos, parentes,

conhecidos,

colegas)?

21 Quão satisfeito (a) 1 2 3 4 5

você está com sua

vida sexual?

22 Quão satisfeito (a) 1 2 3 4 5

você está com o

apoio que você

recebe de seus

amigos?

23 Quão satisfeito (a)

você está com as

condições do local

onde mora?

24 Quão satisfeito (a)

você está com o

seu acesso aos

serviços de saúde?

25 Quão satisfeito (a)

você está com o

seu meio de

transporte?

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As questões seguintes referem-se a com que frequência você sentiu ou

experimentou certas coisas nas últimas duas semanas.

26 Com que Nunca Algumas Frequentemente Muito Sempre

freqüência você vezes frequentemente

tem sentimentos 1 2 3 4 5

negativos tais como

mau humor,

desespero,

ansiedade,

depressão?

Alguém lhe ajudou a preencher este questionário? _____________________________

Quanto tempo você levou para preencher este questionário? ____________________