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KELLYANE CORREIA DA CRUZ
AVALIAÇÃO DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS À BASE
DE PROTEÍNA HIDROLISADA E AMINOÁCIDOS LIVRES
RECIFE
2013
Kellyane Correia da Cruz
Avaliação de suplementos nutricionais à base de proteína
hidrolisada e aminoácidos livres.
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Nutrição do
Centro de Ciências da Saúde da
Universidade Federal de
Pernambuco, para obtenção do grau
de mestre.
Orientador: Prof. Dr. José Almiro da
Paixão
Recife
2013
Catalogação na publicação
Bibliotecária: Mônica Uchôa, CRB4-1010
C957a Cruz, Kellyane Correia da. Avaliação de suplementos nutricionais à base de proteína hidrolisada e aminoácidos livres / Kellyane Correia da Cruz.– Recife: O autor, 2013.
65 f. : il.; tab,; 30 cm. Orientador: José Almiro da Paixão. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco,
CCS. Programa de Pós-Graduação em Nutrição, 2013. Inclui referências, apêndices e anexos. 1. Suplementos alimentares. 2. Proteínas. 3. Hidrolisados de
proteína. I. Paixão, José Almiro da (Orientador). II. Título. 612.3 CDD (23.ed.) UFPE (CCS2013-143)
Kellyane Correia da Cruz
AVALIAÇÃO DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS À BASE DE PROTEÍNA
HIDROLISADA E AMINOÁCIDOS LIVRES
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Nutrição do Centro
de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, aprovada em:
15/08/2013.
Banca examinadora:
_________________________________________________
Profa Dr
a Tânia Lúcia Montenegro Stamford
Departamento de Nutrição - UFPE
_________________________________________________
Profa Dr
a Samara Alvachian Cardoso
Departamento de Engenharia Química - UFPE
_________________________________________________
Profa Dr
a Celiane Gomes Maia da Silva
Departamento de Ciências Domésticas - UFRPE
RECIFE
2013
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha família: Jurandir Euclides e Brivanira Correia, meus pais
e Elton Euclides, meu irmão; Por todo apoio e amor demonstrados
diariamente.
Ao meu orientador, José Almiro da Paixão, pela dedicação e incentivo à
busca do conhecimento científico, além do exemplo de comprometimento
pessoal com o trabalho e com os alunos.
Ao programa de Pós-graduação em Nutrição, por possibilitar as condições
necessárias ao desenvolvimento, não apenas dos trabalhos de pesquisa, mas
também do ser humano.
A todos os professores da pós-graduação, em especial àquelas que
acompanharam mais de perto a construção deste trabalho, prestando todo o
apoio possível: Tânia Stamford e Samara Andrade.
Agradeço imensamente aos colaboradores do Laboratório de
Experimentação e Análise de Alimentos – LEAAL, Camilo, Alexandre,
Moisés, Olívia e Lourdes, que foram também professores e possibilitaram a
execução dos experimentos.
Aos colegas de mestrado, principalmente às companheiras da área de
alimentos, Simone e Júlia, pela amizade que amenizou o peso de tantas
dificuldades em comum.
Fico feliz ao pensar quão grande seria a lista de amigos que poderia citar,
que compreenderam os longos períodos de ausência, sou grata pela
amizade sincera de cada um deles.
Agradeço também à colaboração indispensável de técnicos e professores de
outros laboratórios: Júlia Campos, do Centro de Tecnologias Estratégicas
do Nordeste (CETENE) e Eliete da Central Analítica do Centro de Ciências
Exatas e da Natureza (CCEN).
Não poderia esquecer os colegas de trabalho IMIP representadas nas
pessoas de Josemere Borba, Janine Barbosa e Edijane Castro, pela
confiança, compreensão e flexibilidade necessária à conclusão desta
jornada.
Gratidão maior a Deus, por ter concedido a família, os amigos, as
oportunidades acadêmicas e profissionais. Por se fazer conhecido e
presente, apesar de mim.
RESUMO
A hidrólise proteica e a síntese de aminoácidos livres podem refletir do ponto de
vista nutricional, a melhoria de parâmetros como: Digestibilidade e utilização
proteica. Dentre os vários tipos de produtos, os suplementos alimentares surgem
como um mercado em constante ascensão e de fácil acesso pela população,
mesmo quando possuem indicações restritas de uso. O presente trabalho se
propôs a avaliar a qualidade proteica de suplemento alimentar destinado a
atletas, quanto ao teor de proteínas totais e grau de hidrólise. Foram
selecionados produtos de elevada concentração proteica, tais como: hidrolisados
do soro do leite, aminoácidos de cadeia ramificada, glutamina e creatina. Os
produtos foram analisados a partir de três diferentes métodos de quantificação de
proteína total: Biureto, Kjeldahl e Análise alimentar através da aplicação de
equação preditiva sugerida por Kumae. As frações peptídicas dos hidrolisados
foram analisadas através da precipitação com ácido tricloroacético e tungstato de
sódio, e também por espectroscopia de massas. Conforme análises química e
elementar foram encontradas inadequações significativas entre quantidade
proteica declarada no rótulo em 20% destes produtos. Foi observada forte
correlação (r>0,83) entre os métodos de quantificação de nitrogênio total:
Kjeldahl e Análise elementar; e fraca correlação (r<0,33) destes com o método
colorimétrico Biureto. A precipitação diferencial com ácidos representa uma
alternativa para a caracterização de frações peptídicas de hidrolisados proteicos,
sendo necessárias adaptações metodológicas para atender às características
destes produtos. Os suplementos nutricionais necessitam de maior
monitoramento e controle de qualidade para sua comercialização.
Palavras chave: Suplementos alimentares. Proteínas. Hidrolisados de proteína.
ABSTRACT
The protein hydrolysis and the synthesis of amino acids may reflect the nutritional point
of view, improvement of parameters such as protein digestibility and utilization. Among
the various types of products, food supplements emerge as a market in constant rise and
easily accessible by the public, even when they have restricted indications for use. This
study aimed to evaluate the protein quality of dietary supplement intended for athletes,
as the protein content and degree of hydrolysis. Were selected products of high protein
concentration, such as hydrolyzed whey, branched chain amino acids, glutamine and
creatine. The products were analyzed using three different methods to quantify total
protein: Biuret, Kjeldahl analysis and food by applying predictive equation suggested
by Kumae. The peptide fractions of the hydrolysates were analyzed by precipitation
with trichloroacetic acid and sodium tungstate and also by mass spectrometry. As
chemical and elemental analyzes found significant mismatches between protein amount
declared on the label in 20% of these products. Strong correlation (r> 0.83) between the
methods of quantification of total nitrogen: Kjeldahl and Elemental Analysis, and weak
correlation (r <0.33) with these Biuret colorimetric method. The differential
precipitation with acids represents an alternative to the characterization of peptide
fractions of protein hydrolysates, with necessary adaptations to meet the methodological
characteristics of these products. Nutritional supplements require greater monitoring and
quality control to marketing.
Keywords: Food supplements. Protein. Protein hydrolyzates
LISTA DE ABREVIATURAS
ANOVA – Analisys of Variance
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
AOAC – Association of Official Analytical Chemists
BCA – Ácido bincinconínico
BCAA - Branched Chain Amino Acids
CCEN – Centro de Ciência Exatas e da Natureza
CETENE - Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste
FAO – Food Agriculture Organization
HPLC – High Performance Liquid Chromatography
LEAAL – Laboratório de Experimentação e Análise de Alimentos
MALDI-TOF- Matrix-Assisted Laser Desorption Ionization – Time of Flight
MS – Ministério da Saúde
N - Nitrogênio
n – Número de amostras
PE - Pernambuco
RDC – Resolução da Diretoria Colegiada
TCA – Ácido tricloroacético
TGA- Tungstato de Sódio
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco
WHO – World Health Organization
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Comparação entre métodos de quantificação de proteínas totais em matriz do
tipo Whey Protein (Grupo 1)...........................................................................................35
Tabela 2. Comparação entre métodos de quantificação de proteínas totais em matriz do
tipo BCAA (Grupo 2)......................................................................................................36
Tabela 3. Comparação entre métodos de quantificação de proteínas totais em matriz do
tipo Glutamina (Grupo 3)................................................................................................36
Tabela 4. Comparação entre métodos de quantificação de proteínas totais em matriz do
tipo Creatina (Grupo 4)....................................................................................................37
Tabela 5. Comparação da informação nutricional declarada em rotulagem,
quantificação proteica pelos métodos distintos nos grupos
avaliados..........................................................................................................................38
Tabela 6. Correção da quantificação dos grupos glutamina e creatina pelo método
Kjeldahl, utilizando fator de conversão adaptado segundo proporção de nitrogênio da
massa molecular da matriz analisada...............................................................................39
Tabela 7. Frações peptídicas de hidrolisados do soro do leite (Whey Protein)
precipitados com ácido tricloroacético (TCA) e tungstato de sódio
(TGA)..............................................................................................................................43
Tabela 8 Coeficiente de correlação de Pearson entre os métodos de avaliação de
proteínas totais.................................................................................................................44
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Variação de custo dos produtos de acordo com origem da matéria prima e a
rotulagem do produto.......................................................................................................35
Figura 2. Correlação linear de teor de proteína total (%) entre os métodos Kjeldahl e N
elementar, em suplementos a base de hidrolisado do soro do leite.................................40
Figura 3. Correlação linear de teor de proteína total (%) entre os métodos Kjeldahl e N
elementar, em suplementos a base de aminoácido de cadeia ramificada (BCAA).........40
Figura 4. Correlação linear de teor de proteína total (%) entre os métodos Kjeldahl e N
elementar, em suplementos a base de glutamina.............................................................41
Figura 5. Correlação linear de teor de proteína total (%) entre os métodos Kjeldahl e N
elementar, em suplementos a base de creatina................................................................41
Figura 6. Espectro de massa pelo MALDI-TOF-MS em precipitado proteico de
hidrolisado do soro do leite com TGA. Peso molecular 900 – 1.900 Da........................46
Figura 7. Espectro de massa pelo MALDI-TOF-MS em precipitado proteico de
hidrolisado do soro do leite com ácido tricloroacético (TCA). Peso molecular: 1.000 –
3.500 Da...........................................................................................................................46
Figura 8. Espectro de massa pelo MALDI-TOF-MS em precipitado proteico de
hidrolisado do soro do leite com ácido tricloroacético (TCA). Peso molecular: 6.000 –
20.000 Da.........................................................................................................................47
Figura 2. Espectro de massa pelo MALDI-TOF-MS em Aminoácidos de cadeia
ramificada (BCAA). Peso molecular: 800 – 2.200 Da....................................................47
Figura 30. Espectro de massa pelo MALDI-TOF-MS em glutamina. Peso molecular:
800 – 2.200 Da.................................................................................................................48
Figura 11. Espectro de massa, pelo MALDI-TOF-MS, em Creatina. Peso molecular:
800 – 2.200 Da.................................................................................................................48
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11
2. OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 13
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 13
3. REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................. 14
3.1 Hidrolisado proteico ............................................................................................. 14
3.2 Suplemento proteico para atletas .......................................................................... 15
3.3 Legislação e controle de qualidade ....................................................................... 18
3.4 Métodos analíticos para quantificação de proteínas ............................................. 19
3.4.1 Método de Kjeldahl ....................................................................................... 20
3.4.2 Análise Elementar.......................................................................................... 21
3.4.3 Método Biureto .............................................................................................. 21
3.4.4 Método Lowry ............................................................................................... 22
3.4.5 Método Bradford ........................................................................................... 22
3.4.6 Método BCA (Ácido Bicinconínico) ............................................................. 23
3.4.7 Ultravioleta a 280 nm .................................................................................... 23
4. MÉTODOS ............................................................................................................. 24
4.1 Amostra e Plano de Amostragem ......................................................................... 24
4.2 Métodos para quantificação proteica .................................................................... 24
4.2.1 Método Oficial – Kjeldahl ........................................................................ 24
4.2.2 Método de Biureto .................................................................................... 25
4.2.3 Análise Elementar por Cromatografia Gasosa ........................................ 25
4.3 Métodos para fracionamento de peptídeos e grau de hidrólise ........................ 25
4.3.1 Espectrometria de Massa – MALDI-TOF ................................................ 25
4.3.2 Precipitação de proteínas com ácido tricloroacético (TCA) e Tungstato de
sódio (TGA) ............................................................................................................ 26
4.4 Análise Estatística ................................................................................................ 26
5. RESULTADOS ...................................................................................................... 27
Artigo1: Aplicação de métodos de análise de proteínas para caracterização de
suplementos alimentares para atletas .............................................................................. 28
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS ................................................ 56
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 57
11
1. INTRODUÇÃO
A crescente preocupação e interesse dos consumidores por produtos
diferenciados que possam promover maiores benefícios à saúde e principalmente
quando estes estão associados a possíveis resultados estéticos, tem sido alguns dos
fatores responsáveis pela grande procura por suplementos alimentares (MEDEIROS, et
al. 2010).
Dentre eles, destacam-se os suplementos proteicos para atletas, cujo consumo,
ainda que não recomendada, tem se mostrado elevada entre praticantes de atividade
física em geral, sob a justificativa de promover o aumento da massa muscular ou
melhorar o desempenho no exercício (SCHMITZ & CAMPAGNOLO, 2013).
Existem vários tipos de suplementos proteicos, porém os mais sofisticados do
ponto de vista de processamento de alimentos, são: os hidrolisados da proteína do soro
do leite (Whey Protein), os aminoácidos de cadeira ramificada (BCAA) e os
aminoáciodos isolados ou sintéticos (Glutamina e Creatina). Essas modificações
estruturais agregam grande valor de mercado ao produto, pois conferem digestibilidade
e rápida absorção intestinal dos nutrientes, a fim de promover maior eficiência no
anabolismo proteico (HARAGUCHI, et al 2006; COELHO, 2010; ARAÚJO 2010;
ANDRADE 2012).
Outros segmentos de dietas também se utilizam desse processamento para
modificação estrutural das proteínas, a fim de atender às necessidades clínicas de
indivíduos que apresentam alguma disfunção absortiva do trato gastrointestinal ou
alergias à proteína em sua forma intacta, sejam elas na foram de fórmulas infantis ou
adultas. Nestes caso, estas dietas, como parte do tratamento clínico, atendem a um rigor
e exigências de elevados padrões, os quais repercutem também em elevados custos aos
produtos (RAMESH, 2008; ROSSI, 2009; SICHERER & SAMPSON, 2010).
No entanto, para os suplementos proteicos, o monitoramento e o controle de
qualidade são dificultados pelos métodos de análise de elevado custo e complexidade,
cabendo apenas às empresas a responsabilidade de garantir que seus produtos sejam
seguros e as afirmações qualitativas e quantitativas contidas nos rótulos, verdadeiras
(BRASIL, 2003).
Tendo em vista a grande variedade de suplementos proteicos no mercado, a
comercialização indiscriminada e a grande variação no preço final que é repassado ao
consumidor, questionam-se o conteúdo proteico, bem como a fidedignidade das
12
informações nutricionais contidas na rotulagem destes produtos. O estudo e o
monitoramento da qualidade desses alimentos são de fundamental importância para que
sejam atendidas as condições necessárias para comercialização e segurança no consumo
dos suplementos.
13
2. OBJETIVO GERAL
Avaliar a qualidade nutricional de proteínas e aminoácidos presentes nos
suplementos proteicos para atletas.
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar os produtos quanto às proteínas totais e estabelecer correlação
entre os resultados obtidos pelos diferentes métodos
Estimar o grau de hidrólise por diferentes métodos usando seletivamente
agentes de precipitação e espectro de massa MALDI-TOF
14
3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1 Hidrolisado protéico
Hidrolisados protéicos constituem uma alternativa promissora às fontes
convencionais de proteínas e representam uma diversidade de produtos para fins
especiais, por fornecer suporte nutricional específico para indivíduos com diferentes
necessidades (CLEMENTE, 2000; ROSSI, 2009).
A hidrólise pode ser realizada por meio da adição de enzimas que modificam as
propriedades físico-químicas, funcionais e sensoriais das proteínas inicialmente intactas.
A sua ação nos alimentos, em geral, promove a formação de compostos que concedem
aroma e/ou textura específicos, propriedades funcionais e formação de peptídeos com
atividade biológica. Por isso, a qualidade do produto pode variar com a natureza da
enzima e as condições de processamento (ROMAN, 2005; SCHMIDT, 2009).
Além disso, devido à complexidade das cadeias polipeptídicas, torna-se difícil
prever e controlar as transformações químicas a que estas proteínas estão sujeitas tanto
durante o seu processamento quanto no armazenamento dos alimentos. Nesse sentido,
são utilizadas comercialmente enzimas de diferentes modos de ação, a fim de aumentar
a especificidade da reação desejada. Das enzimas utilizadas no processamento de
alimentos, cerca de 60% são destinadas ao processamento de proteínas, sendo
classificadas conforme o local de atuação na cadeia peptídica ou de acordo com a
natureza química de seu sítio catalítico (BOBBIO, 2003; KOBLITZ, 2008; FENNEMA,
2010).
Como resultado da clivagem de suas ligações peptídicas, as proteínas são
transformadas em peptídeos de diferentes tamanhos e em aminoácidos livres. Porém,
de uma forma geral, a diminuição da massa molecular é responsável pela melhora de
parâmetros biológicos, tais como: digestibilidade e utilização proteica. A exposição de
grupos hidrofóbicos que estavam protegidos na estrutura original da proteína pode
conferir sabor amargo residual na maioria dos produtos (ROMAN, 2005; MARTINS,
2009; ROSSI, 2009)
Do ponto de vista nutricional, este recurso tem sido utilizado no manejo
nutricional em condições clínicas adversas de digestão, absorção e má nutrição, como
nos casos de hidrólise luminal prejudicada, falência gástrica ou hepática, câncer,
doenças inflamatórias intestinais, fístulas digestivas e alergias alimentares (RAMESH,
15
2008; SICHERER & SAMPSON, 2010). Portanto, sua aplicação na indústria de
alimentos tem se tornado cada vez mais abrangente, devido às possibilidades de
aplicação na elaboração de produtos para geriatria, suplementos alimentares, fórmulas
infantis, dietas enterais, e ração para animais (ROSSI, 2009).
3.2 Suplemento proteico para atletas
Suplementos alimentares são considerados gêneros alimentícios indicados
apenas em circunstâncias em que há impossibilidade de obter, a partir da dieta, um ou
mais nutrientes em quantidade e disponibilidade necessária ao bom desenvolvimento ou
manutenção da saúde. De uma forma geral, os suplementos podem ser classificados,
conforme a natureza de seus ingredientes, em vitaminas, minerais, extratos botânicos,
aminoácidos ou metabólitos (BRASIL, 2003; OLIVEIRA, 2007; ANDRADE, 2012).
Estes produtos são facilmente encontrados em farmácias, academias, internet e
lojas especializadas e, dependendo de sua categoria, podem ou não apresentar
obrigatoriedade de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e
Ministério da Saúde (MS).
Os suplementos dietéticos protéicos já constavam dentro da classe de alimentos
registráveis, segundo a portaria 01 de 1988, sendo reforçados na Resolução da Diretoria
Colegiada (RDC) 278/2005 com o termo: Alimentos para praticantes de atividade física.
Em seguida, com classificação mais específica, segundo a RDC 18/2010, os
suplementos protéicos passaram a ser considerados alimentos para atletas, ficando
revogadas as portarias anteriores. Nesse novo grupo foram incluídos, além da proteína,
os suplementos energéticos, hidroeletrolíticos, substitutos parciais de refeições, creatina,
cafeína e outros que podem ser autorizadas desde que haja segurança no uso e eficácia
cientificamente comprovada.
Os aminoácidos de cadeia ramificada, dispensados da obrigatoriedade de
registro, pela falta de regulamentação específica, podem ser comercializados desde que
o produto não apresente indicação para fins ergogênicos, ou seja, capaz de melhorar a
performance nas atividades físicas esportivas, ou mesmo ocupacionais . A resolução
vigente, além da obrigatoriedade de registro, também se dispõe sobre os padrões gerais
de rotulagem e composição nutricional desses produtos (BRASIL, 2010).
Além de atletas, outros grupos de interesse, tais como praticantes eventuais de
atividade física, tem estendido o consumo desses produtos, sem que haja recomendação
16
e/ou prescrição especializada. A preocupação com a estética, saúde, desempenho e um
envelhecimento saudável são os principais motivos para o crescimento nessa escala de
consumo da indústria dos suplementos.
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais
(ABENUTRI), o mercado nacional de suplementos obteve em 2008 um crescimento
considerável de 20-25%, chegando em 2011 com um faturamento estimado em R$ 300
milhões ao ano; que apesar de ser considerado incipiente em relação aos Estados Unidos
e Europa, demonstra uma tendência de fortalecimento econômico do seguimento.
Grande parte desta demanda é composta por freqüentadores de academia, que a
princípio, não necessitam de suplementação, pois suas necessidades podem ser
alcançadas com uma alimentação saudável. No entanto, este consumo tem aumentado
cada vez mais, estimulando a demanda por novos produtos muitos deles sem efeitos
comprovados cientificamente e comercializados de forma indiscriminada
(CARVALHO, 2003; KHETAN, 2008; SBME, 2009).
Estima-se que a utilização de suplementos nutricionais visando o aumento do
desempenho físico chega a alcançar índices elevados entre praticantes de atividade
física não atletas (40%), atletas de maneira geral (60%) e fisiculturistas (100%),
respectivamente (SBME, 2003).
A Sociedade Brasileira de Medicina e Esporte destaca o fato de, no Brasil, estar
correlacionado o uso abusivo de suplementos e outras drogas com finalidade ergogênica
e estética. Estudos nacionais realizados em diferentes Estados corroboram com este
dado, apresentando maior prevalência entre homens, de classe média, freqüentadores de
academia e praticantes de musculação, cujo consumo pode variar entre 50 a 80% entre
os frequentadores. (HIRSCHBRUCH et al, 2008; ANDRADE et al, 2012; SCHMITZ &
CAMPAGNOLO, 2013).
A predileção pelos suplementos protéicos justifica-se pelo objetivo de ganho de
massa muscular. Dentre os produtos que apresentam maior demanda de consumo estão
os derivados de proteínas do soro do leite (whey protein); aminoácidos de cadeia
ramificada, também conhecidos como BCAA´s (branched-chain amino acid);
glutamina e creatina (COELHO, 2010; ARAÚJO 2010; SCHMITZ &
CAMPAGNOLO, 2013; ANDRADE 2012).
As proteínas do soro do leite, também conhecidas comercialmente como Whey
Protein, possuem uma proporção de aminoácidos de alto valor biológico, rico em
aminoácidos essenciais e de cadeia ramificada. São muito utilizadas após o treinamento
17
físico a fim de proporcionar elevação plasmática da concentração de aminoácidos,
favorecendo a síntese proteica muscular. Alguns desses produtos estão disponíveis nas
formas hidrolisadas com a alegação de proporcionar uma absorção mais eficiente e
consequentemente favorecer o anabolismo de forma mais intensa. (HARAGUCHI, et al
2006).
O consumo de aminoácidos de cadeia ramificada (valina, leucina, e isoleucina),
tem sido justificado como recurso ergogênico, por representar cerca de um terço da
composição muscular, e por conseqüência, aumenta a necessidade de reposição das
moléculas oxidadas para regulação da síntese proteica (SCHNEIDER, LIBERALI,
2008).
Outro efeito atribuído à ingestão destes aminoácidos seria no retardamento da
fadiga muscular, através da competição da entrada de triptofano na barreira hemato-
encefálica, que, por sua vez, diminuiria a síntese de serotonina. Esse neurotransmissor é
associado à sensação de bem-estar, letargia e sono, diminuindo a potência muscular
durante a prática esportiva (ASCENÇÃO, 2003; NOVELLI, 2007; SCHNEIDER,
2008). Porém, devido a limitações metodológicas para protocolos experimentais, os
estudos ainda são insuficientes para permitir o entendimento da interação entre os
aminoácidos de cadeia ramificada e os sistemas orgânicos envolvidos (UCHIDA, et al.
2008).
A glutamina, considerada o aminoácido livre mais abundante no organismo
humano, apresenta grande parte de sua concentração corporal, cerca de 80% (oitenta por
cento), no músculo esquelético, sendo ativamente mobilizada durante o exercício. Por
isso, diversas alternativas de suplementação com glutamina tem sido aplicadas antes,
durante e após o exercício, para reposição da concentração plasmática e tecidual desse
aminoácido, que diminui após o exercício intenso e prolongado. (ARAÚJO, 2010).
Quanto ao consumo da glutamina, discute-se também a biodisponibilidade após
ingestão oral, já que é sabido que ela serve de substrato para células de rápida
multiplicação, e podem ser utilizadas por células como os enterócitos e leucócitos antes
que venha a atingir o objetivo de sua suplementação. Portanto, os reais efeitos da sua
suplementação oral durante o exercício, na musculatura esquelética, ainda são
questionáveis. (NOVELLI, et al. 2007).
Dentre todos os suplementos, a creatina se apresenta em destaque por fazer parte
de um seleto grupo de compostos nutricionais que tiveram sua ação ergogênica testada e
comprovada no aumento dos níveis de força e potência muscular, com maior efeito
18
observado em contrações dinâmicas (MEDEIROS, et al. 2010). Sua atuação se dá no
aumento da capacidade de suprir a adenosina trifosfato (ATP) por um período longo de
tempo durante o trabalho em alta intensidade e curta duração, através da reação da
creatina quinase e aumenta a capacidade de tolerar distúrbios ácido-base, atenuando a
ocorrência de fadiga muscular (VOLEK, 2000; PRADO, 2007).
3.3 Legislação e controle de qualidade
Segundo Câmara (2008), os estudos nacionais sobre regulamentação de produtos
industrializados e rotulagem apontaram, através de testes laboratoriais, um grande
número de irregularidades, principalmente em relação aos valores declarados nas
informações nutricionais, além de outras relativas às normas de apresentação dessas
informações. Foi observado que os valores superestimados com maior frequencia são,
em geral, relativos aos carboidratos e proteínas. As irregularidades quanto aos
nutrientes informados ao consumidor violam os direitos garantidos ao consumidor
regulamentados pela RDC 360/03 da ANVISA.
No que se refere aos suplementos alimentares, o Food and Drug Administration
(FDA), órgão governamental dos Estados Unidos da América, sob os termos da lei
Dietary Supplement Health and Education (DSHEA, 1994), ou “Saúde e Educação
sobre Suplementos Alimentares” em tradução livre, permite que os fabricantes de
suplementos alimentares comercializem seus produtos sem necessidade de aprovação
prévia, com exceção dos casos onde são incluídos novos ingredientes/alegações de
saúde, necessitando de comprovação científica para tal. Do ponto de vista qualitativo e
quantitativo, é responsabilidade da empresa garantir que seus produtos sejam seguros e
as afirmações verdadeiras.
Segundo o regimento europeu, os produtos também podem ser colocados no
mercado de acordo com seus princípios consagrados, o qual atribui a responsabilidade
do cumprimento dos requisitos previstos na legislação aplicável ao fabricante do
produto. As possíveis irregularidades ou efeitos adversos devem ser devidamente
notificados, no entanto, este processo de notificação, em geral, é feito pelo consumidor,
uma vez que não há realização de análises, livres de conflitos de interesses, que
antecedam a comercialização dos mesmos (DIRETIVA 2002/46/CE).
Da mesma forma, no mercado nacional brasileiro, o fabricante ou o responsável
pela colocação no mercado, antes de iniciar a comercialização de um produto, deve
19
informar a autoridade competente dessa comercialização, enviando-lhe um modelo de
rótulo utilizado para esse produto. Os valores declarados são baseados na análise do
produto realizada pelo fabricante (BRASIL, 2003).
No caso dos alimentos protéicos e aminoácidos de cadeia ramificada para
atletas, esses são considerados pela portaria do Ministério da Saúde, como “alimentos
para atletas”, uma categoria de produtos com finalidade e públicos específicos
(BRASIL, 2010). Essa portaria ministerial tem como objetivo fixar a identidade e as
características mínimas de qualidade desses produtos, de forma a evitar o consumo
indiscriminado, e fornecer orientações precisas quanto à suplementação alimentar de
pessoas que praticam atividade física.
No entanto, apesar da indicação ser restrita, qualquer pessoa pode ter acesso a
estes produtos, sem necessitar de prescrição de profissional em saúde. Da empresa, são
exigidas documentações referentes ao atendimento dos requisitos previstos no
regulamento técnico sobre “Alimentos para Atletas”. Segundo o qual, deve-se atender
às normas de tecnologia de fabricação; de contaminantes; de características
macroscópicas, microscópicas e microbiológicas; de rotulagem geral de alimentos
embalados; de rotulagem nutricional de alimentos embalados; de embalagens e
equipamentos; de informação nutricional complementar, quando houver (BRASIL,
2010).
Do ponto de vista comercial, a legislação nacional, tem como característica a
tendência de, cada vez mais, exigir avaliação criteriosa e restritiva em relação à
validação científica dos efeitos de novos ingredientes e recomendações aos praticantes
de atividade física. Essa distinção nas regulamentações e restrições, no entanto, é
apontado como um dos principais motivos da grande comercialização de produtos
clandestinos importados, largamente utilizados por freqüentadores de academia no
Brasil; ou pelo uso indiscriminado de produtos sem a indicação apropriada
(MAUGHAN et al, 2004).
3.4 Métodos analíticos para quantificação de proteínas
A caracterização da matriz alimentar por meio de métodos analíticos é de
extrema importância para o conhecimento da natureza dos nutrientes. Portanto, a
escolha do método analítico é fundamental para a obtenção de dados sobre a
composição e características de nutrientes. A aplicação metodológica deve ser avaliada
20
considerando a matriz do alimento estudado, a fim de obter maior fidedignidade das
informações, bem como a viabilidade de sua aplicação prática (SOUTHGATE et al,
1970; SILVA, 2002; CECCHI, 2003).
Em alguns países o método analítico pode estar especificado na legislação; esta,
porém, ocasionalmente, pode também permitir a utilização de métodos que possam ser
comparados aos oficiais, com o objetivo de simplificar a execução dos mesmos e manter
um padrão de confiabilidade (DWYER, 1994; FAO, 2004).
A escolha do método depende de vários fatores, como a exatidão, rapidez e
custo; no entanto, para assegurar maior confiabilidade dos dados, é imprescindível levar
em consideração as características inerentes à amostra analisada. Em alguns casos, esta
escolha é feita com base na popularidade do método, devido à falta de estudos
comparativos de metodologias (ZAIA et al, 1998).
Os métodos existentes para determinação de proteínas em alimentos variam de
acordo com a diversidade de princípios estruturais por elas apresentados. Pode ser
baseado na presença de ligações peptídicas, elemento ou grupamento presente na
estrutura, na capacidade de absorção UV, na ligação de corantes, nos grupamentos
aminos livres ou na complexação a compostos químicos (PETERSON, 1983;
STOSCHECK, 1990; FIFIELD, 2000; NIELSEN, 2003; LEHNINGER, 2011)
3.4.1 Método de Kjeldahl
O método de kjeldahl é o método oficial da Associaton of Official Analytical
Chemists (AOAC), para determinação do teor total de nitrogênio presente no alimento.
Os compostos orgânicos são digeridos com ácido sulfúrico, na presença de catalisadores
que aceleram a oxidação da matéria, a fim de converter o nitrogênio da amostra em
sulfato de amônio (GÁSPAR, 1984). O processo de digestão da amostra ocorre em
temperaturas elevadas e continua em mais duas etapas, com a destilação da amostra
digerida, num aparelho de kjeldahl, para retenção de todo o nitrogênio na forma de
amônia (NH3) em solução de ácido bórico. O nitrogêncio é titulado com ácido
clorídrico, de forma que o volume gasto nesta titulação é proporcional à quantidade de
nitrogênio da amostra (AOAC, 2002).
Para que o valor seja expresso em proteína, é necessária a conversão do
conteúdo de nitrogênio (N) através de um fator, baseado no percentual de nitrogênio
presente na maioria das proteínas, que em geral, é de 16%, nesse caso, o fator, obtido a
21
partir da divisão de 100 pelo percentual presente na proteína (100/16), seria 6,25. A
variação do percentual de nitrogênio nos alimentos permite que outros fatores sejam
adaptados. O método de Kjeldahl é aplicável para a maioria dos alimentos e amostras
sólidas, é de baixo custo e de execução demorada, requer manipulação de reagentes
corrosivos e não faz diferenciação entre nitrogênio proteico e não proteico (JAMES,
1995).
3.4.2 Análise Elementar
A quantificação do nitrogênio é utilizado no método de análise elementar, a
partir do qual se obtém a composição química dos principais nutrientes: proteínas,
lipídeos e carboidratos. O método propõe a utilização de equações preditivas, a partir
da composição elementar de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Após
incineração da amostra a uma temperatura de aproximadamente 1000°C, na presença de
gás Hélio e gás Oxigênio, os elementos orgânicos são transformados em gases, que são
separados através de uma coluna cromatográfica (KUMAE 2000; 2001). O processo é
indicado para amostras sólidas e possui a vantagem de ser rápida e não necessitar de
manipulação com reagentes corrosivos.
3.4.3 Método Biureto
O método Biureto consiste na adição de hidróxido de sódio e sulfato de cobre a
uma solução contendo ligações peptídicas (GORNALL, 1949). Estas ligações, em meio
básico, reagem com íons cúpricos, formando um complexo quadrado planar, onde um
átomo de cobre liga-se a quatro átomos de nitrogênio das ligações peptídicas.
Para que a reação ocorra, é necessária a presença de, no mínimo, duas ligações
peptídicas, sendo a concentração de proteína diretamente proporcional à intensidade da
coloração por ela produzida. O produto da reação apresenta bandas de absorção em 270
e 540 nm, sendo esta última a mais utilizada, devido à menor interferência de
substâncias presentes nas amostras (ITZHAKI, 1964). A quantificação da concentração
da amostra depende da obtenção prévia de uma curva padrão, com proteína em
diferentes concentrações conhecidas, utiliza-se em geral albumina do soro bovino
(BSA) ou Caseína. É considerado um método rápido e de baixo custo e não apresenta
variação de absortividade para proteínas específicas (GORNALL, 1949).
22
3.4.4 Método Lowry
O método de Lowry é semelhante ao método biureto, no sentido de também
resultar da reação entre o cobre e ligações peptídicas em meio alcalino. O diferencial, no
entanto, está no reagente de folin-ciocalteau, uma mistura contendo molibdato,
tungstato e ácido fosfórico, que sofre uma redução ao reagir com proteínas, na presença
do cobre, como catalisador (LOWRY, 1951). Após a adição do mesmo na proteína
tratada com cobre, é possível proporcionar a formação de uma coloração mais intensa,
que apresenta absorção máxima em 750 nm (PETERSON, 1983). A concentração das
proteínas neste caso, também depende da construção prévia de uma curva de
concentrações conhecidas de uma proteína padrão. A redução, no entanto, ocorre de
forma mais específica com alguns aminoácidos aromáticos, tirosina e triptofano
(STOSCHECK, 1990), característica essa, que faz com que o método tenha
sensibilidade variável de acordo com a composição da proteína.
Tal método pode ser utilizado na determinação de proteínas em líquor, plasma
sanguíneo, saliva, tecido animal, suco biliar, leite humano e produtos alimentícios.
Apesar de ser um método simples, sensível e rápido, pode reagir com compostos
fenólicos, presentes em amostras de origem vegetal, sendo necessária a remoção destes
interferentes (ZAIA, 1998).
3.4.5 Método Bradford
O método de Bradford baseia-se na reação indicada pelo corante azul Brilhante
de Coomassie G-250 numa solução contendo proteínas e em presença de etanol e ácido
fosfórico (BRADFORD, 1976). Ao modificar o pH da solução a um valor inferior ao
seu ponto isoelétrico, o pigmento forma uma ligação eletrostática com grupos amônio
(NH3+). Porém, como as proteínas possuem diferentes proporções de grupos amônio e
podem também reagir de forma diferente ao corante, a intensidade da coloração obtida
sofre variação com o tipo da proteína utilizada (SEDMAK & GROSSBERG, 1977).
A leitura da absorbância máxima em 595nm acontece quando o corante sai da
forma aniônica (vermelha) para a forma catiônica (azul) (BRADFORD, 1976). O
método é simples, rápido e de baixo custo, indicado para amostras em solução, de
proteínas de origem animal e microbiana. No entanto, o corante apresenta maior
afinidade com os resíduos ou cadeias laterais de arginina em detrimento de outros
aminoácidos e pode apresentar sensibilidade variável (RAUNKJAER, et al 1994).
23
3.4.6 Método BCA (Ácido Bicinconínico)
O Ácido Bicinconínico, ou método BCA, é composto por carbonato de sódio,
bicarbonato de sódio, ácido bicinconínico, tartarato de sódio e hidróxido de sódio. Este
reagente é solúvel em água e possui alta especificidade para reagir com cobre em meio
alcalino, semelhantemente ao método de Lowry. No entanto, a substituição do do
reagente Folin-Ciocalteau pelo ácido bicinconínico contribui para aumentar a
sensibilidade de detecção do produto da reação entre as ligações peptídicas e minimizar
o efeito dos interferentes (BROWN et al, 1989). O BCA reage com íons de cobre (Cu+),
produzindo uma coloração roxa, a qual pode ser aferida em absorbância de 562nm e
apresenta variação da absorbância com o tempo, além da dependência de temperatura de
incubação (SMITH et al, 1985).
3.4.7 Ultravioleta a 280 nm
O método de absorção Ultra- Violeta a 280 nm, é um método rápido e não
destrutivo da amostra, utilizando a amostra em solução sem a necessidade de adição de
reagentes. O princípio da detecção baseia-se na presença dos aminoácidos tirosina e
triptofano que apresentam esta faixa de absortividade (STOSCHECK, 1990). O método,
no entanto, é pouco confiável, pois diversas substâncias podem agir como fatores
interferentes e a sensibilidade vai variar de acordo com a presença destes aminoácidos
na proteína (PETERSON, 1983; STOSCHECK, 1990).
24
4. MÉTODOS
4.1 Amostra e Plano de Amostragem
A amostra foi constituída de produtos classificados como suplementos proteicos
e/ou aminoácidos para prática de esporte.
Os produtos foram subclassificados conforme o tipo de aminoácido ou grau de
hidrólise provável em quatro grupos específicos: 1- Proteína 100% Hidrolisada do Soro
do Leite (Whey Protein); 2- Aminoácidos de Cadeia Ramificada (BCAA); 3-
Glutamina; e 4- Creatina.
A quantidade de amostras coletadas (n=30) foi baseada na variedade de marcas
encontradas comercialmente para cada tipo de produto e ajustadas de acordo com a
disponibilidade no mercado, a saber: grupos 1 e 2, n=9; Grupos 3 e 4, n=6
4.2 Métodos para quantificação proteica
4.2.1 Método Oficial – Kjeldahl
O método de referência utilizado para determinação de proteína total foi o de
Kjeldahl (AOAC, 2008). Foram utilizadas alíquotas de 0,3 g de cada amostra, digeridas
sob aquecimento em bloco digestor, até 450 °C até destruição completa da matéria
orgânica, na presença de 15 ml de ácido Sulfúrico e 1,5g de mistura catalítica composta
de Sulfato de Potássio e Sulfato de Cobre.
Após resfriamento das amostras, foi acrescido 20 ml de água aos tubos de
digestão Kjeldahl para destilação da amostra com 50ml de Hidróxido de Sódio. A
solução concensada foi depositada em Erlenmeyer contendo 30ml de solução de Ácido
Bórico 3,5% e indicador misto (vermelho de metila e verde de bromocresol) . Titulou-
se a solução obtida (150 ml) com ácido clorídrico (HCl) 0,1N até mudança de
coloração verde para rosado. O teor de Proteína Total foi calculado de acordo com as
variáveis de volume de HCl gasto na titulação, peso da amostra, fator do HCl e fator
de conversão geral baseado no percentual de nitrogênio na proteína. Todas as amostras
foram analisadas em duplicata.
As análises foram realizadas no Laboratório de Experimentação e Análise de Alimentos
Profa
Nonete Barbosa Guerra, no Departamento de Nutrição da UFPE.
25
4.2.2 Método de Biureto
O método para quantificação de proteína total através da reação entre as ligações
peptíditas e do reativo de biureto, consistiu na adição de 1,5 g de Sulfato de Cobre
Pentahidratado, 6 g de Tartarato de Sódio, 300ml de Hidróxido de Sódio 10%,
completados com água destilada até o volume de 1L (GORNAL, 1949). As amostras
foram diluídas e homogeneizadas em água destilada na concentração de 1%. Foram
retiradas alíquotas de 1 ml de cada amostra e transferidas com pipetador automático
para tubos de ensaio contendo 3,0 ml do reagente. Os frascos foram agitados e a leitura
realizada em espectrofotômetro a 540 nm. A partir dos valores de absorbâncias de cada
análise, foi calculado o teor total de proteína, baseado na equação de reta obtida com
Soro de Albumina Bovina (BSA), uma proteína padrão utilizada na construção de
curvas de calibração da metodologia proposta. Todas as amostras foram analisadas em
triplicata.
4.2.3 Análise Elementar por Cromatografia Gasosa
A análise elementar foi obtida através da quantificação percentual dos elementos
Carbono, Hidrogênio, Nitrogênio e Oxigênio presente nas amostras. Foram utilizadas
3mg da amostra, submetidas à combustão completa. Após a combustão, os gases
produzidos são arrastados e separados em coluna de cromatografia gasosa. Para
conversão do percentual de Nitrogênio em proteína, são utilizadas equações preditivas
segundo Kumae (2000). As análises foram realizadas na Central Analítica do
Departamento de Química Fundamental, no Centro de Ciências Exatas e da Natureza,
UFPE.
4.3 Métodos para fracionamento de peptídeos e grau de hidrólise
4.3.1 Espectrometria de Massa – MALDI-TOF
Para a estimativa de peso molecular dos peptídeos retirados dos precipitados
proteicos, foi utilizado um Espectrômetro de Massa MALDI-TOF Autoflex III (Bruker
Daltonics, Billerica, MA, USA) Laser Nd:YAG, 355 nm. Freq. laser: 100 Hz Programa:
FlexControl. Versão 3.0 (Bruker Daltonics).
As amostras foram diluídas em ácido trifluoroacético (TFA) 0,1%. Matriz: ácido alfa-
ciano-4-hidroxicinâmico - HCCA (10 mg/mL) em acetonitrila P.A. 50% e ácido
trifluoracético (TFA) 0,3%.
26
Aplicação na placa de MALDI: Método da gota seca - a amostra foi misturada à
matriz e a mistura foi aplicada na placa e deixada em temperatura ambiente até secar
para ser cristalizada com a matriz. Em seguida, a amostra foi bombardeada com um
laser para evaporação; o tempo e a quantidade do material ionizado e volatilizado foi
então detectado (ALBRETHSEN, 2007).
4.3.2 Precipitação de proteínas com ácido tricloroacético (TCA) e Tungstato de
sódio (TGA)
Ácido tricloroacético (TCA)
O ácido tricloroacético foi utilizado para precipitação de pepitídeos com mais de
10 resíduos de aminoácidos. Foi pesado 0,5 g da amostra em um béquer, ao qual se
adicionou 50 ml de água destilada e 10 ml de TCA a 10%. Após 30 minutos o
precipitado foi filtrado com papel filtro Whatman # 54 ou 541 por gravidade (LICITRA
et al, 1996). A proteína retida no papel filtro foi quantificada pelo método Kjeldahl.
Tungstato de sódio
O tungstato de sódio foi utilizado objetivando a precipitação de pepitídeos com
mais de 3 resíduos de aminoácidos. Foi pesado 0,5 g da amostra em um béquer, ao qual
se adicionou 50 ml de água destilada e 8 ml de tungstato de sódio a 10%. Em seguida
foi acrescido 8 a 10 ml de ácido sulfúrico a 10% até alcançar pH 2,0. O precipitado
obtido foi filtrado com papel filtro Whatman # 54 ou 541 por gravidade (LICITRA et
al, 1996). A proteína retida no papel filtro foi quantificada pelo método Kjeldahl.
4.4 Análise Estatística
Os dados foram avaliados segundo análise de variância (ANOVA) utilizando o
teste de Duncan para comparação entre as médias (α=5%) e realizados através do
programa “Statistic for Windows 8.0”. Foi utilizada correlação de Pearson para os
métodos de nitrogênio total.
27
5. RESULTADOS
O artigo será submetido à Revista Journal of Agricultural and Food Chemistry, sendo
intitulada “Aplicação de métodos de análise de proteínas para caracterização de
suplementos alimentares para atletas”. A revista é classificada como A1 – Área
Nutrição.
28
Artigo1: Aplicação de métodos de análise de proteínas para
caracterização de suplementos alimentares para atletas
Kellyane Correia da Cruza; José Almiro da Paixão
b
a Programa de Pós - Graduação em Nutrição - Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco, Recife – PE, Brasil;
b Departamento de Nutrição, Universidade Federal de Pernambuco, Recife -PE, Brasil
Resumo
A pesquisa teve como objetivo avaliar a qualidade proteica de suplementos alimentares
para atletas quanto ao teor de proteínas totais e ao grau de hidrólise. Os produtos foram
analisados por três diferentes métodos de quantificação de proteína total: Biureto,
Kjeldahl e Análise elementar através da aplicação de equação preditiva sugerida por
Kumae. As frações peptídicas dos hidrolisados foram analisadas através da precipitação
com ácido tricloroacético e tungstato de sódio, e também por espectroscopia de massas.
Conforme análise química e elementar foi encontrada inadequação significativa entre
quantidade proteica declarada no rótulo em 20% destes produtos. Foi observada forte
correlação (r>0,83) entre os métodos de quantificação de nitrogênio total: Kjeldahl e
Análise elementar. A precipitação diferencial com ácidos pode ser uma alternativa para
a caracterização de frações peptídicas de hidrolisados proteicos. Os produtos destinados
à suplementação nutricional necessitam de maior monitoramento e controle de
qualidade para sua comercialização, bem como de adaptação metodológica para atender
às características destes produtos.
Palavras Chave: Suplemento, proteína, hidrolisado
29
INTRODUÇÃO
As inovações no processamento de alimentos, mais especificamente de proteínas
tem sido de grande importância e aplicação na indústria de alimentos possibilitando a
adaptação cada vez mais abrangente da matéria prima, na elaboração de novos produtos
(HARAGUCHI et al, 2006; FENNEMA, 2010).
Uma das alternativas promissoras está na hidrólise proteica ou isolamento de
aminoácidos, a fim de melhorar a digestibilidade e promover rápida absorção intestinal
do nutriente (KEOHANE et al, 1985; ROMAN, 2005; MARTINS, 2009). Esses
recursos podem ser aplicados a uma ampla variedade de objetivos dietoterápicos,
fornecendo suporte nutricional específico para indivíduos na forma de suplementos
alimentares, fórmulas infantis, dietas enterais, e ração para animais (CLEMENTE,
2000; RAMESH, 2008; ROSSI, 2009; SICHERER & SAMPSON, 2010).
Os suplementos alimentares à base de proteínas ou aminoácidos tem ocupado
um espaço considerável no mercado nacional e internacional, por ser considerado pelos
consumidores como um recurso ergogênico e estético (CARVALHO, 2003; SCHMITZ
& CAMPAGNOLO, 2013). Esses produtos, apesar de recomendados para atletas, têm
sido largamente utilizados por praticantes de atividade física em geral, de acordo com
estudos realizados em academias de distintas regiões do país (HIRSCHBRUCH et al,
2008; MEDEIROS, et al. 2010; ANDRADE 2012).
Estimulados pela alta demanda, surgem também produtos sem efeitos
comprovados cientificamente ou com inadequações diversas. Estudo nacional sobre
rotulagem e composição nutricional em produtos industrializados, estima que as
maiores irregularidades estejam relacionadas aos valores de nutrientes por eles
declarados, geralmente superestimados (CÂMARA, 2008).
O controle de qualidade e monitoramento dos produtos torna-se dificultado pelos
métodos de análise de alto custo e complexidade, cabendo às empresas a
responsabilidade de garantir que seus produtos sejam seguros e as afirmações
qualitativas e quantitativas contidas nos rótulos, verdadeiras (BRASIL, 2003). É
necessário uma busca por métodos e procedimentos laboratoriais confiáveis que possam
ser adaptados e aplicados em estudos de qualidade e tecnologia de alimentos (DWYER,
1994; FAO, 2004; ARAÚJO, 2008; KOBLITZ, 2008).
30
Diante do exposto, esta pesquisa teve como objetivo avaliar a qualidade destes
produtos do ponto de vista quantitativo e quanto ao grau de hidrólise, utilizando
diferentes métodos para melhor adaptação metodológica.
31
MATERIAL E MÉTODOS
Amostra e Plano de Amostragem
A amostra foi constituída de produtos classificados como suplementos proteicos
e/ou aminoácidos para prática esportiva.
Os produtos foram subclassificados conforme o tipo de aminoácido ou grau de
hidrólise em quatro grupos específicos: Proteína 100% Hidrolisada do Soro do Leite;
Aminoácidos de Cadeia Ramificada (BCAA); Glutamina; e Creatina.
A quantidade de amostras coletadas (n=30) foi baseada na variedade de marcas
encontradas comercialmente para cada tipo de produto.
Métodos Analíticos
Método de Referência – Kjeldahl
O método de referência utilizado para determinação de proteína total foi o de
Kjeldahl (AOAC, 1995). Foram utilizadas alíquotas de 0,3 g de cada amostra, digeridas
sob aquecimento em bloco digestor, até 450 °C até destruição completa da matéria
orgânica, na presença de 15 ml de ácido Sulfúrico e 1,5g de mistura catalítica composta
de Sulfato de Potássio e Sulfato de Cobre.
Após resfriamento das amostras, foi acrescido 20 ml de água aos tubos de
digestão Kjeldahl para destilação da amostra com 50ml de Hidróxido de Sódio. A
solução concensada foi depositada em Erlenmeyer contendo 30ml de solução de Ácido
Bórico 3,5% e indicador misto (vermelho de metila e verde de bromocresol) . Titulou-
se a solução obtida (150 ml) com ácido clorídrico (HCl) 0,1N até mudança de
coloração verde para rosado. O teor de Proteína Total foi calculado de acordo com as
variáveis de volume de HCl gasto na titulação, peso da amostra, fator do HCl e fator
de conversão geral baseado no percentual de nitrogênio na proteína. Todas as amostras
foram analisadas em duplicata.
Método de Biureto
32
O preparo da solução reagente consistiu na adição de 1,5 g de Sulfato de Cobre
Pentahidratado, 6 g de Tartarato de Sódio, 300ml de Hidróxido de Sódio 10%,
completados com água destilada até o volume de 1L (GORNAL, 1949). As amostras
foram diluídas e homogeneizadas em água destilada na concentração de 1%. Foram
retiradas alíquotas de 1 ml de cada amostra e transferidas com pipetador automático
para tubos de ensaio contendo 3,0 ml do reagente. Os frascos foram agitados e a leitura
realizada em espectrofotômetro a 540 nm. A partir dos valores de absorbâncias de cada
análise foi calculado o teor total de proteína, baseado na equação de reta obtida com
Soro de Albumina Bovina (BSA), uma proteína padrão utilizada na construção de
curvas de calibração da metodologia proposta. Todas as amostras foram analisadas em
triplicata.
Análise Elementar - Cromatografia Gasosa
A análise elementar foi obtida através da quantificação percentual dos elementos
Carbono, Hidrogênio, Nitrogênio e Oxigênio presente nas amostras. Foram utilizadas 2
a 3 mg da amostra, sendo submetidas à combustão completa. Após a combustão, os
gases produzidos são arrastados e separados em coluna de cromatografia gasosa. Para
conversão do percentual de Nitrogênio em proteína, são utilizadas equações preditivas
segundo Kumae (2000). As análises foram realizadas na Central Analítica do
Departamento de Química Fundamental, Centro de Ciências Exatas e da Natureza,
UFPE.
Espectrometria de Massa – MALDI-TOF
Para a estimativa de peso molecular dos peptídeos retirados dos precipitados
proteicos, foi utilizado um Espectrômetro de Massa MALDI-TOF Autoflex III (Bruker
Daltonics, Billerica, MA, USA) Laser Nd:YAG, 355 nm. Freq. laser: 100 Hz Programa:
FlexControl. Versão 3.0 (Bruker Daltonics).
As amostras foram diluídas em ácido trifluoroacético (TFA) 0,1%. Matriz: ácido alfa-
ciano-4-hidroxicinâmico - HCCA (10 mg/mL) em acetonitrila P.A. 50% e ácido
trifluoracético (TFA) 0,3%.
Aplicação na placa de MALDI: Método da gota seca - a amostra foi misturada à
matriz e a mistura foi aplicada na placa e deixada em temperatura ambiente até secar
para ser cristalizada com a matriz. Em seguida, a amostra foi bombardeada com um
33
laser para evaporação; o tempo e a quantidade do material ionizado e volatilizado foi
então detectado (ALBRETHSEN, 2007).
Precipitação com Ácido tricloroacético (TCA)
O ácido tricloroacético foi utilizado para precipitação de pepitídeos com mais de
10 resíduos de aminoácidos. Foi pesado 0,5 g da amostra em um béquer, ao qual se
adicionou 50 ml de água destilada e 10 ml de TCA a 10%. Após 30 minutos o
precipitado foi filtrado com papel filtro Whatman # 54 ou 541 por gravidade (LICITRA
et al, 1996). A proteína retida no papel filtro foi quantificada pelo método Kjeldahl.
Precipitação com Tungstato de sódio
O tungstato de sódio foi utilizado objetivando a precipitação de pepitídeos com
mais de 3 resíduos de aminoácidos. Foi pesado 0,5 g da amostra em um béquer, ao qual
se adicionou 50 ml de água destilada e 8 ml de tungstato de sódio a 10%. Em seguida
foi acrescido 8 a 10 ml de ácido sulfúrico a 10% até alcançar pH 2,0. O precipitado
obtido foi filtrado com papel filtro Whatman # 54 ou 541 por gravidade (LICITRA et
al, 1996). A proteína retida no papel filtro foi quantificada pelo método Kjeldahl.
Análise Estatística
Os dados foram avaliados pela análise de variância (ANOVA) utilizando o teste de
Duncan para comparação entre as medias (α=5%), realizado através do programa
“Statistic for Windows 8.0”.
34
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Avaliação dos suplementos de acordo com a origem e forma de comercialização
Quanto à origem da matéria prima e controle sanitário, 33,3% dos produtos
analisados eram de marcas importadas ou de empresas nacionais que utilizam matéria
prima importada. Destas, 28,5% não apresentavam registro no ministério da saúde.
Entre os produtos de fabricação nacional, 50% deles não apresentavam este registro. A
Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 18/2010, reforça a obrigatoriedade de registro
destes produtos na Agência Nacional de Vigilância Sanitátia (ANVISA)/Ministério da
Saúde, uma vez que passaram a ser classificados como “alimento para atletas”, fixando
padrões de identidade e qualidade para maior proteção à saúde do consumidor.
Os resultados obtidos em análise química e elementar demonstraram que 20%
dos produtos tinham concentração proteica que diferiam significativamente das
informações nutricionais expressas em rótulo, conforme expresso nas Tabelas 1, 2, 3 e
4. Para essa comparação, foram adotados como referência apenas os métodos de
dosagem de N total (Kjeldahl e N Elementar). O método biureto não foi considerado
adequado para quantificação de proteínas totais nestes produtos. O limite aceitável de
variação quantitativa de proteína foi de até 20% para mais ou para menos, conforme
RDC 360/03, para produtos industrializados.
A classe de produtos que apresentou maior percentual de inadequação
quantitativa foi a de BCAA (66,6%). De acordo com a RDC 18/2010, esta é a única
classe de produtos destinados a atletas que está temporariamente dispensada de registro
e pode ser comercializada livremente, pois não possui regulamentação específica. A
dispensa da obrigatoriedade pode refletir em menor controle sanitário, favorecendo
irregularidades de comercialização.
O preço final para cada 100g dos produtos variou em até 1000% entre as marcas
analisadas. Essa variação não foi justificada pela origem do produto ou classificação da
proteína ou aminoácido (Figura 1).
35
Figura 4. Variação de custo dos produtos de acordo com origem da matéria prima e a rotulagem
do produto
Tabela 1. Comparação entre métodos de quantificação de proteínas totais em matriz do tipo
Whey Protein (Grupo 1).
Amostras Bureto(%) Kjeldahl(%) N Elem. (%) Rotulo (%)
A 211,65±,52a
(-154,55)*
54,00±1,00b
(+3,1)*
54,33±0,58b
(+2,77)*
57,1
B 80,62±0,37a
(-3,72)*
79,57±0,30b
(-2,67)*
79,27±0,25b
(-2,37)
76,9
C 79,81±0,56b
(+3,49)*
82,61±1,04a
(+0,69)*
82,33±0,35a
(+0,97)*
83,3
D 75,85±0,76b
(+10,75)*
77,73±0,40a
(+8,87)*
74,20±0,53
(+12,40)*
86,6
E 58,42±0,24c
(+31,58)*
107,83±0,45a
(-17,83)*
95,63±0,40b
(-5,63)*
90
F 56,22±0,15c
(+27,08)*
80,70±0,10a
(+2,6)*
77,47±0,35b
(+5,83)*
83,3
G 62,63±0,43c
(+12,37)*
84,82±0,09a
(-9,82)*
78,37±0,40b
(-3,37)*
75
H 54,83±0,42c
(+15,27)*
81,06±0,24a
(-10,96)*
63,50±0,36b
(+6,6)*
70,1
I 148,41±0,92a
(-48,41)*
38,97±0,76b
(+61,03)*
25,60±0,53c
(+74,40)*
100
Medias seguida de letras iguais na horizontal não diferem significativamente ao nível de 5% de
significância pelo teste de Duncan. * sinal (+) ou (-) refere-se à porcentagem em que o teor
declarado no rótulo do produto é maior ou menor que o detectado pelas analises
R$ -
R$ 20,00
R$ 40,00
R$ 60,00
R$ 80,00
R$ 100,00
R$ 120,00
R$ 140,00
Hidro I BCAA I Glut I Creat I
Nacional
Importado
36
Tabela 2. Comparação entre métodos de quantificação de proteínas totais em matriz do tipo
BCAA (Grupo 2)
Amostras Bureto(%) Kjeldahl(%) N Elem. (%) Rotulo (%)
A 51,38±0,23c
(-3,38)*
67,90±0,60b
(-19,9)*
72,30±0,30a
(-24,30)*
48
B 0,44±0,03c
(+99,56)*
5,33±0,04b
(+94,67)*
6,23±0,21a
(+93,77)
100
C 1,49±0,18c
(+38,51)*
35,70±0,62a
(+4,3)*
34,63±0,47b
(+5,37)*
40
D 0,31±0,09c
(+99,69)*
39,07±0,72a
(+60,93)*
27,93±0,85b
(+72,07)*
100
E 0,26±0,02c
(+88,54)*
73,22±0,44a
(+15,58)*
67,17±0,30b
(+21,63)*
88,8
F 5,29±0,08c
(+85,31)*
84,25±0,55a
(+6,35)*
78,30±0,48b
(+12,3)*
90,6
G 2,56±0,13c
(+83,64)*
77,56±0,13a
(+8,64)*
67,67±0,32b
(+18,53)*
86,2
H 0,16±0,04c
(+77,54)*
69,57±0,25b
(+8,13)*
71,53±0,30a
(+6,17)*
77,7
I 8,73±0,60c
(+91,27)*
68,89±0,90a
(+31,11)*
62,83±0,30b
(+37,17)*
100
Medias seguida de letras iguais na horizontal não diferem significativamente ao nível de 5% de
significância pelo teste de Duncan. * sinal (+) ou (-) refere-se à porcentagem em que o teor
declarado no rótulo do produto é maior ou menor que o detectado pelas analises
Tabela 3. Comparação entre métodos de quantificação de proteínas totais em matriz do tipo
Glutamina (Grupo 3).
Amostras Bureto(%) Kjeldahl(%) N Elem. (%) Rotulo (%)
A 0,26±0,07c
(+99,74)*
102,07±0,71a
(-2,07)*
101,07±0,21b
(-1,07)*
100
B 1,60±0,06b
(+98,40)*
101,83±0,57a
(-1,83)*
102,07±0,21a
(-2,07)
100
C 1,89±0,04c
(+98,11)*
99,38±0,07b
(+0,62)*
101,07±0,21a
(-1,07)*
100
D 0,44±0,04c
(+99,56)*
94,40±0,34b
(+5,6)*
101,97±0,15a
(-1,97)*
100
E 0,79±0,07c
(+99,21)*
88,15±0,93a
(+11,85)*
84,33±0,35b
(+15,67)*
100
F 0,67±0,13b
(+99,33)*
100,08±0,20a
(-0,08)*
99,90±0,10a
(+0,1)*
100
Medias seguida de letras iguais na horizontal não diferem significativamente ao nível de 5% de
significância pelo teste de Duncan. * sinal (+) ou (-) refere-se à porcentagem em que o teor
declarado no rótulo do produto é maior ou menor que o detectado pelas analises
37
Tabela 4. Comparação entre métodos de quantificação de proteínas totais em matriz do tipo
Creatina (Grupo 4).
Amostras Bureto(%) Kjeldahl(%) N Elem. (%) Rotulo (%)
A 0,89±0,09c
(+99,11)*
65,23±0,33a
(+34,77)*
59,30±0,61b
(+40,70)*
100
B 0,76±0,09c
(+99,24)*
99,01±0,28a
(+0,99)*
89,97±0,06b
(+10,03)
100
C 0,41±0,06b
(+99,59)*
88,20±2,34a
(+11,8)*
88,97±0,06a
(+11,03)*
100
D 0,59±0,09b
(+99,41)*
88,07±1,46a
(+11,93)*
89,10±0,85a
(+10,90)*
100
E 1,04±0,01c
(+98,96)*
84,04±2,03b
(+15,96)*
88,36±0,57a
(+11,64)*
100
F 0,79±0,10b
(+99,21)*
87,02±2,15a
(+12,98)*
87,43±0,66a
(+12,57)*
100
Medias seguida de letras iguais na horizontal não diferem significativamente ao nível de 5% de
significância pelo teste de Duncan. * sinal (+) ou (-) refere-se à porcentagem em que o teor
declarado no rótulo do produto é maior ou menor que o detectado pelas analises
Fator de Conversão
Foi observado que, nos métodos baseados na dosagem de nitrogênio total, à
medida que se aumenta a especificidade da fonte nitrogenada, há necessidade de utilizar
um fator de conversão apropriado. Os resultados iniciais, utilizando o fator de conversão
padrão (6,25), superestimaram as dosagens, provocando um desvio de até 193,5% de
concentração nas amostras de glutamina e creatina (Tabela 5). Portanto, neste estudo foi
considerada a massa molecular do aminoácido para estimativa do percentual de
nitrogênio da amostra. Os fatores de conversão obtidos para fins de cálculo de
nitrogênio total foi equivalente a 5,22 para glutamina e 3,12 para a creatina, visto que
estes aminoácidos possuem, respectivamente, 19,13 e 32,02 % de nitrogênio em sua
massa molecular.
A utilização de um fator de conversão inadequado pode gerar resultados
incoerentes, influenciados pela concentração e perfil de aminoácidos. Nesta pesquisa,
após correção dos valores com fator específico, os resultados foram ajustados, passando
a apresentar coerência com o limite de concentração do nutriente na amostra (Tabela 6).
Outros trabalhos realizados com base na quantificação do nitrogênio total,
utilizando o método oficial de Kjeldahl e fator de conversão padrão (6,25) encontraram
38
resultados incompatíveis com as características da amostra, tanto em alimentos
industrializados quanto em proteína de origem microbiana, indicando a necessidade de
ajuste conforme a especificidade da amostra (GUIMARÃES & LANFER-MARQUEZ,
2005; HORNES, M. et al 2010)
Tabela 5. Comparação da informação nutricional declarada em rotulagem e quantificação
proteica pelos métodos distintos nos grupos avaliados.
CLASSE COD *Rótulo % **Kjeldahl % **N Elementar % **Biureto %
Whey
Hidro
1 57,1 55,5 54 211
2 76,9 79,6 79 78
3 83,3 82,56 82 79,8
4 86,6 77,7 74 75,1
5 90 107,85 95,2 57,7
6 83,3 80,64 77,1 55,6
7 75 84,83 78 61,6
8 70,1 77,8 63,6 55,5
9 100 37,55 25 151
BCAA
10 48 67,3 72,6 51
11 100 5,34 6 0,51
12 40 35,67 34,1 1,4
13 100 38,26 27,1 0,37
14 88,8 73,27 67,5 0
15 90,6 84,27 78,2 5,5
16 86,2 77,59 67,8 2,5
17 77,7 69,71 71,6 25,4
18 100 68,99 62,5 8,7
Glutamina
19 100 120,51 121 0
20 100 120,44 122 0
21 100 118,96 121 0
22 100 115,38 122 0
23 100 104,1 101 0,5
24 100 120,38 120 0
Creatina
25 100 130,69 120 0
26 100 193,5 180 0
27 100 176,49 178 0,1
28 100 172,7 178 0
29 100 168,5 177 0,78
30 100 173,26 177 0,15
*Informação nutricional do rótulo do produto
** Estimativa de proteínas totais (%) por diferentes métodos; Ntotal Kjeldahl e N elementar
(Fator=6,25)
39
Tabela 6. Correção da quantificação dos grupos glutamina e creatina pelo método Kjeldahl,
utilizando fator de conversão adaptado segundo proporção de nitrogênio da massa molecular da
matriz analisada.
Amostra Proteína Total (%)
(Fator:6,25)
Proteína Total (%)
(Fator corrigido pela
massa molecular)
19 120,51 100,66
20 120,44 100,59
21 118,96 99,35
22 115,38 96,45
23 104,1 87,07
24 120,38 100,62
25 130,69 65,24
26 193,5 96,61
27 176,49 88,1
28 172,7 86,26
29 168,5 84,16
30 173,26 86,49
Correlação de Pearson entre os métodos Kjeldahl e Análise Elementar
Na análise de alimentos, duas categorias básicas de métodos podem ser
utilizadas: os métodos convencionais e os métodos instrumentais. Os métodos
convencionais empregam instrumentação pouco sofisticada, reagentes e outros materiais
comuns e se baseiam em procedimentos por princípios de gravimetria e volumetria e
consequentemente com menor grau de exatidão. Entretanto, apresentam menor custo
por não necessitar de equipamento sofisticado (CECHI, 2003).
Os métodos instrumentais, em contraste aos métodos convencionais, utilizam
equipamentos de alta precisão, associados a propriedades físicas da matéria, através de
interações existentes entre a matéria e a energia (absorção, emissão e fluorescência) e
permitem a obtenção de resultados com maior especificidade, sensibilidade e precisão
(SOARES, 2006; IAL, 2008).
Nesta pesquisa, a quantificação proteica baseada na dosagem de nitrogênio total,
pelo método convencional de Kjeldahl, comparado com o método instrumental na
Análise Elementar por cromatografia gasosa, apresentou forte correlação em todos os
grupos analisados (R2>0,69), demonstrando que a metodologia tradicional produz
40
resultados satisfatórios quando comparados à análise de maior refinamento
metodológico (Figuras 2, 3, 4 e 5).
Figura 2. Correlação linear de teor de proteína total (%) entre os métodos Kjeldahl e N
elementar, em suplementos a base de hidrolisado do soro do leite.
Figura 3. Correlação linear de teor de proteína total (%) entre os métodos Kjeldahl e N
elementar, em suplementos a base de aminoácido de cadeia ramificada (BCAA).
41
Figura 4. Correlação linear de teor de proteína total (%) entre os métodos Kjeldahl e N
elementar, em suplementos a base de glutamina.
Figura 5. Correlação linear de teor de proteína total (%) entre os métodos Kjeldahl e N
elementar, em suplementos a base de creatina.
42
Estimativa das frações proteicas e peptídicas em hidrolisados do soro de leite
Segundo Gonzáles-Tello (1994), a avaliação dos hidrolisados proteicos deve
considerar a análise dos seus perfis peptídicos. Neste trabalho, os hidrolisados proteicos
foram avaliados quanto ao nível de hidrólise proteica a partir da precipitação diferencial
com ácido tricloroacético e Tungstato de Sódio. Estes agentes precipitantes são
utilizados na precipitação de proteínas, porém possuem níveis de sensibilidade
diferentes.
De acordo com LICITRA et al. (1996), o ácido tricloroacético (TCA), é menos
sensível que o tungstato de sódio e precipita frações peptídicas com número de
aminoácidos superior a dez, em relação ao segundo, no qual ocorre precipitação proteica
em frações a partir de três ligações peptídicas. Os resultados obtidos após a precipitação
de cada amostra com tais reagentes seguido da quantificação proteica conforme
metodologia oficial (Kjeldahl) confirmaram a diferença de sensibilidade entre ambos. O
conteúdo proteico retido pela precipitação com Tungstato foi proporcionalmente maior
que a quantidade retida pelo TCA em todas as amostras (Tabela 7).
A quantidade que não foi retida pelo reagente de maior sensibilidade foi
considerada como a fração de baixo peso molecular (F1), com resíduos de aminoácidos
com ligações peptídicas inferiores a três ou aminoácidos livres. A fração intermediária
(F2), com oligopeptídeos compostos por três a dez aminoácidos foi dada pela diferença
entre os valores de quantificação total de cada reagente numa mesma amostra,
representando dessa forma, o intervalo de sensibilidade entre eles. A última fração (F3),
obtida pelo precipitado com TCA, devido a sua menor sensibilidade, com ligações
peptídicas superiores a dez.
Estudo realizado com leite humano por CARRATÚ et al. (2003) também
utilizou um agente precipitante para separação e quantificação de nitrogênio não
protéico, proteína verdadeira e aminoácidos livres das amostras. O nitrogênio protéico
foi estimado pelo uso do TCA, e o não-proteico calculado pela diferença entre o
precipitado e o nitrogênio total pelo método de Kjeldahl. No entanto, de acordo com os
resultados obtidos na presente pesquisa, essa estimativa de nitrogênio protéico pode ter
sido subestimada pela menor sensibilidade do agente precipitante utilizado.
Para fins de fracionamento, Carreira (2002) utilizou a cromatografia líquida de
alta eficiência (exclusão molecular) na caracterização de peptídeos, de acordo com o
tamanho da cadeia, que possibilitou a divisão em quatro frações, de acordo como tempo
43
e retenção, em: Grandes peptídeos (> 7 resíduos de aminoácidos); médios peptídeos (4 a
7 resíduos de aminoácidos); di- e tripeptídeos: 2 a 3 resíduos; aminoácidos livres. No
entanto, e em geral, os métodos cromatográficos podem apresentar interações
secundárias indesejáveis com a fase estacionária, dificuldades de identificação e
diferenciação do tamanho de cadeias peptídicas maiores, além de danos permanentes à
coluna cromatográfica, caso a amostra não esteja hidrolisada adequadamente (ADACHI
et al, 1991; ARMSTEAD, LING 1991; DAVIS, LEE 1992; VISSER 1992;
GALLAGHER, 1994; PEREA, 1993; SILVESTRE, 1994; CARREIRA 2002). Na
precipitação diferencial com os reagentes propostos, a amostra pode ser analisada sem
que o seu grau de hidrólise seja alterado previamente como parte do preparo
metodológico, e a presença de frações proteicas não hidrolisadas (de alto peso
molecular) possa ser estimada.
Os resultados confirmaram através da não precipitação e também pela não
detecção pelo método biureto, a ausência de ligações peptídicas nas fórmulas de BCAA
e de aminoácidos isolados, indicando que não havia contaminação ou mistura com
outras fontes de proteína não declaradas no rótulo, nas amostras de 10-30 (Tabela 1).
Tabela 7. Frações peptídicas de hidrolisados do soro do leite (Whey Protein) precipitados com
ácido tricloroacético (TCA) e tungstato de sódio (TGA).
*F1: grandes peptídeos (> 10 resíduos de aminoácidos); F2: peptídeos intermediários (3 a 10 resíduos de
aminoácidos); F3: aminoácidos livres
Amostra
(Whey
Protein)
Proteína
Total (%)
(Kjeldahl)
Frações Peptídicas*
%Retido
(TGA)
%Retido
F1
(TCA)
F2
(Tung – TCA)
F3
(PTN total –
Tung)
1 55,5 ±3,6 31,98 20,88 11,1 23,52
2 79,6 ±0,4 70,91 31,1 39,81 8,69
3 82,56 ±1,4 56,4 24,9 31,5 26,16
4 77,7 ±0,5 67 30,1 36,9 10,7
5 107,85 ±0,6 41,6 6,6 35 66,25
6 80,64 ±0,07 57,4 19,9 37,5 23,24
7 84,83 ±0,12 60,1 5,73 54,3 24,73
8 77,8 ±4,8 60,3 54,6 5,7 17,5
9 37,55 ±3,1 14,4 12,9 1,5 23,15
44
Na análise colorimétrica, o grupo de amostras de proteínas do soro do leite
100% hidrolisadas apresentou quantificação significativa de proteínas, porém os valores
obtidos por este método apresentaram fraca correlação (r<0,33) quando comparados aos
métodos de quantificação por Nitrogênio total, resultado que era esperado uma vez que
o princípio de quantificação do método está na reação com as ligações peptídicas
(Tabela 8).
Tendo em vista que o produto é considerado parcial ou totalmente hidrolisado, a
quantificação seria inversamente proporcional ao seu grau de hidrólise, favorecendo a
caracterização das frações peptídicas e aminoácidos livres. No entanto, em 22,2% dos
produtos foram obtidas concentrações acima de 150%, sugestivo de presença de fatores
interferentes nas amostras, causando turbidez e desvios nas leituras das absorbâncias.
Estudos demonstram a necessidade, em alguns casos, de purificação e/ou extração
proteica para quantificação posterior, porém em geral, os métodos para obtenção destas
frações modificariam a estrutura peptídica tornando-o incompatível ao objetivo da
caracterização do grau de hidrólise e frações proteicas na amostra (Tabela 5).
Tabela 8 Coeficiente de correlação de Pearson entre os métodos de avaliação de proteínas
totais.
MÉTODOS r (coeficiente de correlação de Pearson)
Whey Hidro BCAA Glutamina Creatina
Biureto x Kjeldahl -0,79 0,22 0,21 -0,35
Biureto x N Elem -0,67 0,33 0,13 -0,31
Kjeldahl x N Elem 0,95 0,98 0,83 0,90
Caracterização de aminoácidos e precipitados proteicos (TCA e TGA) por
espectrometria de massas
A análise qualitativa dos precipitados proteicos do soro do leite através da
espectrometria de massas corroborou com os resultados anteriores quanto à diferença na
sensibilidade dos agentes precipitantes TCA e TGA. Os resultados mostram que houve
45
uma maior retenção de peptídeos de baixo peso molecular no precipitado proteico com
Tungstato, sendo possível a observação dos picos na região de peso molecular 1000 a
1900 Da, representando a proteína retida pelo agente precipitante (Figura 6). Já no
precipitado com TCA, a visualização nessa região foi consideravelmente inferior,
indicando a perda desta fração peptídica não quantificada (Figura 7). A identificação
dos picos no precipitado com TCA foi possível na região de peso molecular acima de
6000 Da (Figura 8).
Vale ressaltar que o perfil peptídico de hidrolisados com melhor qualidade, são
aqueles com maior percentual de di, tripeptídeos ou de massa molecular inferior a 500
Da, além de baixos teores de aminoácidos livres. Esse perfil peptídico é o que apresenta
maior velocidade de absorção, do que as soluções que contem aminoácidos livres
isoladamente (HARA, et al, 1984; KEOHANE, et al, 1985). Portanto, a qualidade
nutricional dos hidrolisados proteicos dependerá tanto da fonte, que deverá ser de alto
valor biológico, quanto da proporção e tamanho das cadeias peptídicas (GRIMBLE,
1989).
Embora seja possível a análise de proteínas intactas com espectrômetros de
massa de última geração, a sensibilidade desse método é consideravelmente melhor para
peptídeos, principalmente nas estruturas peptídicas compostas por até 20 aminoácidos.
Porém a identificação de picos de peptídeos nas regiões abaixo de 1000 Da foi
prejudicada devido à presença de fatores interferentes que podem ser ionizados, como
no caso de tensoativos necessários para solubilização da amostra (CANTÚ, et al, 2008).
Quanto aos aminoácidos que se encontram de forma isolada (BCAA, Glutamina
e Creatina), os resultados foram compatíveis com a não precipitação das amostras, já
que não foram identificados picos referentes a peptídeos nas amostras sem qualquer
tratamento. Foi identificada apenas a presença de estruturas com características de
polímeros de hexoses nas amostras de BCAA e glutamina, conforme figuras 9 e 10. Na
amostra de Creatina (figura 11) não foi observado expressão significativa de massas.
46
Figura 6. Espectro de massa pelo MALDI-TOF-MS em precipitado proteico de hidrolisado do
soro do leite com Tungstato de sódio. Peso molecular 900 – 1.900 Da.
Figura 7. Espectro de massa pelo MALDI-TOF-MS em precipitado proteico de hidrolisado do
soro do leite com ácido tricloroacético (TCA). Peso molecular: 1.000 – 3.500 Da.
1060.237
1761.149
1648.055
1022.279
932.568
1548.977
1144.7731271.270
1682.095
3.2 d2 0:H20 MS Raw
0
500
1000
1500
2000
2500
Inte
ns. [a
.u.]
900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900m/z
1641.070
2067.306
3 0:E13 MS Raw
0
100
200
300
400
500
Inte
ns. [a
.u.]
1000 1500 2000 2500 3000 3500m/z
47
Figura 8. Espectro de massa pelo MALDI-TOF-MS em precipitado proteico de hidrolisado do
soro do leite com ácido tricloroacético (TCA). Peso molecular: 6.000 – 20.000 Da.
Figura 5. Espectro de massa pelo MALDI-TOF-MS em Aminoácidos de cadeia ramificada
(BCAA). Peso molecular: 800 – 2.200 Da.
6786.036
14176.636
7249.292
6373.915
6301.699
6329.956
6206.887
6283.461
9344.449
14646.788
18692.208
14663.287
14992.305
03.1 LP_ProtMix 0:E10 MS Raw
0
2000
4000
6000
Inte
ns. [a
.u.]
6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000 20000m/z
689.245
1013.429
851.346 1175.495
666.040
1337.549
1499.607
1661.670 1823.7311985.500
Hexose HexoseHexose Hexose Hexose Hexose Hexose
09.1 RP_Prot 0:F14 MS Raw
0
1000
2000
3000
Inte
ns. [a
.u.]
800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200m/z
48
797.177
1002.212
1213.269
1360.333
11.1 RP_Prot 0:J15 MS Raw
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
Inte
ns. [a
.u.]
1000 1500 2000 2500 3000m/z
Figura 60. Espectro de massa pelo MALDI-TOF-MS em glutamina. Peso molecular: 800 –
2.200 Da.
Figura 11. Espectro de massa, pelo MALDI-TOF-MS, em Creatina. Peso molecular: 800 –
2.200 Da.
713.266
757.277
669.258
855.140
1013.457
1175.532
1337.586
1499.649
1661.6971985.9431823.872
Hexose Hexose Hexose Hexose HexoseHexose Hexose
10.1 RP_Prot 0:I14 MS Raw
0
1000
2000
3000
4000
Inte
ns. [a
.u.]
800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200m/z
49
CONCLUSÕES
A partir dos resultados apresentados, constata-se que apesar das especificações
técnicas para regulamentação e monitoramento de produtos industrializados, existe uma
grande probabilidade no consumo de gêneros que apresentam alguma não conformidade
com as informações declaradas na rotulagem. Observa-se desta forma que a qualidade
nutricional de proteínas nos suplementos destinados a atletas, de parte dos fabricantes,
não corresponde às expectativas do consumidor ao qual o produto está destinado.
Os métodos utilizados para análise do nitrogênio total por meio da análise
elementar e o método oficial Kjeldahl mostraram-se eficientes (correlação forte). O
mesmo não ocorreu com a análise colorimétrica pelo reativo de biureto para este tipo de
alimento, devido a características intrínsecas às matrizes avaliadas (Grupos 3 e 4), sem
expressiva ligações peptídicas.
A utilização de agentes precipitantes mostra-se uma boa alternativa na
caracterização de frações peptídicas de hidrolisados protéicos, considerando que o
agente precipitante tungstato de sódio possui maior sensibilidade para precipitação de
peptídeos de menor peso molecular, quando comparado ao ácido tricloroacético. Essa
diferença de sensibilidade foi confirmada pelas análises de espectrometria de massas
dos precipitados, com a menor incidência de bandas na região de baixo peso molecular,
nos precipitados com TCA. Enquanto nos precipitados com TGA houve maior
expressão de peptídeos de baixo peso molecular pois foram retidos de forma mais
eficaz. .
50
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56
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS
O presente estudo demonstrou que os métodos utilizados para análise do
nitrogênio total por meio da análise elementar e o método oficial Kjeldahl, apresentaram
forte correlação, e podem ser considerados como boas alternativas para essa
quantificação. A utilização de agentes precipitantes na caracterização de frações
peptídicas de hidrolisados protéicos revelou que o Tungstato de sódio possui maior
sensibilidade para precipitação de peptídeos de menor peso molecular, quando
comparado ao Ácido tricloroacético permitindo a caracterização de diferentes frações
protéicas. Esses achados foram confirmados tanto pela quantificação dos precipitados
protéicos pelo método de Kjeldhal, quanto pelas análises qualitativas de espectrometria
de massas. A identificação de 20% dos produtos que apresentaram alterações
significativas de nutriente em relação às informações declaradas ao consumidor, reforça
a necessidade da busca por métodos de análise que sejam adaptados e estudos mais
aprofundados para fins de monitoramento e controle de qualidade em alimentos.
57
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