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VII Simposio de RecursosGenéticos para América AVALIAÇÃO DA PORCENTAGEM DE SOBREVIVÊNCIA EM PEFf AÇAIZEIRO DE DIFERENTES MATRIZES Walnice Maria Oliveira do NASCIMENTO\ José Edmar Urano de CARVALH02; Maria do Socorro Padilha de OLlVEIRN Pesquisador da Ernbrapa Amazônia Oriental, Caixa Postal 48, Belém, PA - Brasil, CEP 66095-100 [email protected] 1 , urano âcpaíu.ernbrapa.br-, [email protected] RESUMO o trabalho teve como objetivo avaliar a porcentagem de sobrevivência de perfilhos de açaizeiro de diferentes matrizes e tamanhos. Foram coletados perfilhos de cinco matrizes de açaízeiro. Os perfilhos foram transplantados para vasos pretos de polietileno com capacidade para 10 litros, usando como substrato a mistura de terra preta + serragem curtida na proporção volumétrica de 1:1. Em seguida os perfilhos foram separados em duas classes de diâmetro. Os tratamentos constaram de cinco genótipos e duas classe de diâmetros: 1) diâmetro na base do coleto menor que 2,0 cm; 2) diâmetro maior que 2,0 cm. Foi utilizado o delineamento em blocos casulaizado em esquema fatorial 5 x 2, sendo (cinco matrizes e dois tamanhos de perfilho). Não houve diferença significativa entre as matrizes avaliadas. Entretanto, perfi lhos com maiores diâmetros apresentaram as maiores médis para porcentagem de sobrevivência. INTRODUÇÃO A palmeira Euterpe oleracea (Mart.), espécie nativa da Amazônia conhecida como açaizeiro, tem se destacado economicamente pelo potencial mercadológico de seus produtos,representadosprincipalmente,pelopalmito epelo sucoextraídodofruto.Emfunçãodavariabilidadegenética existentes nas populações naturais de açaizeiro, altos ganhos genéticos para produtividade poderão ser aferidos pormeiodetécnicasdemelhoramentogenético.Paratanto, apropagação vegetativa torna-se uma ferramenta valiosa aovisaraobtençãofuturadeplantiosmaisuniforme'sede alta produtividade, além da produção de sementes melhoradas em pomares de sementes clonais. Devido à capacidade de perfilhamento da espécie, o método de propagação assexuada que oferece resultados mais promissores é o de propagação por meio de perfilhos. Entretanto, esse método demanda mão-de-obra e é bastante demorado. Em virtude dos baixos índices de sobrevivênciadosperfilhosemcampo,atéomomentoessa técnica não é indicada para produção de em escala comercial. Informaçõestécnicassobreomanejoepreparodeperfilhos para enraizamento de açaizeiro ainda são escassos. Em trabalhoscomestaespécie,osrelatosdepreparoemanejo de perfilhos não são bem detalhados. Sabe-se que desde o momento da extração, condução de perfilhos em ambiente de enraizamento até o plantio existem fatores intrínsecos e extrínsecos que influenciam o enraizamento easobrevivência.Dificuldadessãoencontradasnaescolha de material vegetativo, visto a inexistência de um padrão dealturaediâmetro. Em experimentos realizados com matrizes de pupunheira (Bactris gasipaes), foi constado que as plantas não possuem uma média constante na formação de perfilhos. Fatores como genótipo, ambiente, idade e fertilidade do solo influenciam o número de emissões, que podem variar dezeroaquatorzeperfilhospormatriz(Mora-Urpi & Gainza Echeverria,1999).Outrosexperimentosdesenvolvidoscom perfilhosdepupunheira (Bactris gasipaes), utilizando dois tamanhos diferentes de perfilhos, identificaram porcentagem de enraizamento em torno de 40%, para perfilhos com tamanhos maiores (Barrueto Cid, 1986). Visando subsidiar futuros trabalhos de melhoramento genéticocomacultura,oexperimentofoidesenvolvidocom objetivo de verificar a porcentagem de sobrevivência em perfilhos de Euterpe oleracea, coletados de diferentes matrizes etamanhos. MATERIAL E MÉTODO Para avaliar a sobrevivência dos perfilhos foram retirados material propagativo de cinco matrizes de açaizeiro estabelecidas emáreaexperimental nafazenda Sapucaia, Santa Izabel, PA. Foram retirados perfilhos com dois diâmetros diferentes: 1) perfilho menor que 2,0 cm de diâmetronabasedocoleto,2)perfilhocomdiâmetromaior que2,0cmnabasedocoleto.Osperfilhosforamcoletados durante o período de maior precipitação pluviométrica (fevereiro). A etapa seguinte constou do transplante dos perfilhos já individualizados para recipientes de polietileno com capacidade par 10 litros de substrato, foi usado a 169

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VII Simposio de Recursos Genéticos para América

AVALIAÇÃO DA PORCENTAGEM DE SOBREVIVÊNCIA EM PEFfAÇAIZEIRO DE DIFERENTES MATRIZES

Walnice Maria Oliveira do NASCIMENTO\ José Edmar Urano de CARVALH02; Maria do SocorroPadilha de OLlVEIRN

Pesquisador da Ernbrapa Amazônia Oriental, Caixa Postal 48, Belém, PA - Brasil, CEP [email protected], urano âcpaíu.ernbrapa.br-, [email protected]

RESUMO

o trabalho teve como objetivo avaliar a porcentagem de sobrevivência de perfilhos de açaizeiro de diferentes matrizes e tamanhos.Foram coletados perfilhos de cinco matrizes de açaízeiro. Os perfilhos foram transplantados para vasos pretos de polietileno comcapacidade para 10 litros, usando como substrato a mistura de terra preta + serragem curtida na proporção volumétrica de 1: 1. Emseguida os perfilhos foram separados em duas classes de diâmetro. Os tratamentos constaram de cinco genótipos e duas classe dediâmetros: 1) diâmetro na base do coleto menor que 2,0 cm; 2) diâmetro maior que 2,0 cm. Foi utilizado o delineamento em blocoscasulaizado em esquema fatorial 5 x 2, sendo (cinco matrizes e dois tamanhos de perfilho). Não houve diferença significativa entre asmatrizes avaliadas. Entretanto, perfi lhos com maiores diâmetros apresentaram as maiores médis para porcentagem de sobrevivência.

INTRODUÇÃO

A palmeira Euterpe oleracea (Mart.), espécie nativa daAmazônia conhecida como açaizeiro, tem se destacadoeconomicamente pelo potencial mercadológico de seusprodutos, representados principalmente, pelopalmito e pelosuco extraído do fruto. Em função da variabilidade genéticaexistentes nas populações naturais de açaizeiro, altosganhos genéticos para produtividade poderão ser aferidospor meio de técnicas de melhoramento genético. Para tanto,a propagação vegetativa torna-se uma ferramenta valiosaao visar a obtenção futura de plantios mais uniforme's e dealta produtividade, além da produção de sementesmelhoradas em pomares de sementes clonais. Devido àcapacidade de perfilhamento da espécie, o método depropagação assexuada que oferece resultados maispromissores é o de propagação por meio de perfi lhos.Entretanto, esse método demanda mão-de-obra e ébastante demorado. Em virtude dos baixos índices desobrevivência dos perfilhos em campo, até o momento essatécnica não é indicada para produção de em escalacomercial.

Informações técnicas sobre o manejo e preparo de perfilhospara enraizamento de açaizeiro ainda são escassos. Emtrabalhos com esta espécie, os relatos de preparo e manejode perfilhos não são bem detalhados. Sabe-se que desdeo momento da extração, condução de perfilhos emambiente de enraizamento até o plantio existem fatoresintrínsecos e extrínsecos que influenciam o enraizamentoe a sobrevivência. Dificuldades são encontradas na escolhade material vegetativo, visto a inexistência de um padrãode altura e diâmetro.

Em experimentos realizados com matrizes de pupunheira(Bactris gasipaes), foi constado que as plantas nãopossuem uma média constante na formação de perfilhos.Fatores como genótipo, ambiente, idade e fertilidade dosolo influenciam o número de emissões, que podem variarde zero a quatorze perfilhos por matriz (Mora-Urpi & GainzaEcheverria, 1999). Outros experimentos desenvolvidos comperfi lhos de pupunheira (Bactris gasipaes), utilizando doistamanhos diferentes de perfilhos, identificaramporcentagem de enraizamento em torno de 40%, paraperfilhos com tamanhos maiores (Barrueto Cid, 1986).

Visando subsidiar futuros trabalhos de melhoramentogenético com a cultura, o experimento foi desenvolvido comobjetivo de verificar a porcentagem de sobrevivência emperfilhos de Euterpe oleracea, coletados de diferentesmatrizes e tamanhos.

MATERIAL E MÉTODO

Para avaliar a sobrevivência dos perfilhos foram retiradosmaterial propagativo de cinco matrizes de açaizeiroestabelecidas em área experimental na fazenda Sapucaia,Santa Izabel, PA. Foram retirados perfilhos com doisdiâmetros diferentes: 1) perfi lho menor que 2,0 cm dediâmetro na base do coleto, 2) perfilho com diâmetro maiorque 2,0 cm na base do coleto. Os perfilhos foram coletadosdurante o período de maior precipitação pluviométrica(fevereiro). A etapa seguinte constou do transplante dosperfilhos já individualizados para recipientes de polietilenocom capacidade par 10 litros de substrato, foi usado a

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VII Sirnposio de Recursos Genéticos para América

mistura de terra preta + serragem curtida na proporção volumétrica de 1:1. Para o desenvolvimento do ,as plantas permaneceram em viveiro com 50% de interceptação de luz e com nebulização intermitente. Foram utilizados5 plantas por parcela com duas repetições. Após 120 dias em viveiro, foram avaliados a porcentagem de sobrevivênciados perfilhos. Foi utilizado o delineamento em blocos casualizados em esquema fatorial 5 x 2, sendo, cinco matrizes deaçaizeiro e dois tamanhos de perfilho. Os dados em porcentagem foram transformados em arco seno da raiz quadradade x+0,5. As médias comparadas. pelo teste de Tukey (5% de probabilidade).

RESULTADO E DISCUSSÃO

Na Tabela 1 estão apresentados as médias para a porcentagem de sobrevivência dos perfi lhos nos dez tratamentosavaliados. Observa-se que não houve diferença significativa entre as cinco diferentes matrizes de açaizeiro. Contudo, amatriz 21 apresentou a maior média para sobrevivência, quando foi usado perfi lhos com diâmetros superiores a 2,0 cm.Em relação ao tamanho do perfilho, foi verificado que perfilhos maiores, ou seja, com diâmetro acima, de 2,0 cm, foramos que apresentaram as maiores medias de sobrevivência.

CONCLUSÕES

Para o enraizamento de perfilhos de açaizeiro, deve-se dar preferência para retirada de mudas com diâmetro acima de2,0 cm.

Tabela 1. Médias para porcentagem de sobrevivência em perfilhos de Euterpe oleracea, coletados de diferentes matrizese diferentes tamanhos.

Tratamento % de sobrevivência

1. matriz 1 x diâmetro menor que 2,0 cm2. matriz 1 x diâmetro maior que 2,0 cm3. matriz 3 x diâmetro menor que 2,0 cm4. matriz 3 x diâmetro maior que 2,0 cm5. matriz 7 x diâmetro menor que 2,0 cm6.matriz 7 x diâmetro maior que 2,0 cm7. matriz 21 x diâmetro menor que 2,0 cm8. matriz 21 x diâmetro maior que 2,0 cm9. matriz 22 x diâmetro menor que 2,0 cm10. matriz 22 x diâmetro maior que 2,0 cmC.V. (%)

20 ab*40aa10 ab30 aa10 ab40 aa15 ab65aa10 ab35 aa19,5

* - Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si no teste de Tukey a 5% de probabilidade.

REFERÊNCIAS BIBLlOGRAFICAS

BARRUETO CIO, L, P. Bases preliminares para indução de raízes em perfilhos de pupunheira (Bactris gasipaesH.B.K.). Ministério da Agricultura. EMBRAPA-UEPAE, Manaus, 1986.2 p. (pesquisa em andamento n° 74).

MORA-URPI, J.; GAINZA ECHEVERRíA. Palmito de pejibaye (Bactris gasipaes Kunth): su cultivo industrialización.São José, Universidade de Costa Rica. 1999. p. 25-31.

Avaliação da porcentagem2009 SP-PP-6187

11//1111/111/1111//1111111/111/11111111/111111111111111111I1111111111111111CPATU- 42844-1

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