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AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE SIMULADOR DE REALIDADE VIRTUAL EM TREINAMENTOS DE SEGURANÇA: CAPACITANDO OPERADORES DE EMPILHADEIRA EVALUACIÓN DEL USO DEL SIMULADOR DE LA REALIDAD VIRTUAL EM ENTRENAMIENTO DE SEGURIDAD: CAPACITAR A LOS OPERADORES DE APILADORES EVALUATION OF THE USE OF VIRTUAL REALITY SIMULATOR IN SAFETY: TRAINING FORKLIFT OPERATORS Apresentação: Comunicação Oral Flávia Ataide da Motta 1 ; Augusto Cesar Cabral Santos 2 ; Clarissa Lima de Sá 3 DOI: https://doi.org/10.31692/2358-9728.VICOINTERPDVG.2019.0007 Resumo Este artigo tem o objetivo de avaliar a percepção dos participantes de um treinamento em segurança quanto às contribuições do uso de um simulador de realidade virtual em um contexto industrial no Brasil. Para isso, um questionário foi utilizado como instrumento para a avaliação por parte de operadores de empilhadeiras que pariciparam de um treinamento de reciclagem, e também do profissional de segurança da empresa. Os resultados mostraram que o treinamento com o simulador de realidade virtual contribuiu para os conhecimentos dos operadores e que eles gostariam que o próximo treinamento incluísse o recurso tecnológico. Foi demonstrado que os resultados se relacionam com os aspectos: atuação do instrutor como facilitador, clareza nos objetivos do uso do simulador, similaridade com contextos reais. Além desses aspectos, o profissional de segurança avaliou positivamente os aspectos sobre o projeto pedagógico, o perfil dos profissionais que conduziram a simulação, e concordou que o recurso pode agregar aos sistemas de avaliação de aprendizagem. Ao considerar os resultados relatados nesse artigo, fica evidenciado que o uso de simuladores de realidade virtual pode contribuir ao desenvolvimento de competências em atividades de riscos na área de segurança, já que desperta o interesse dos participantes. Adicionalmente, promove-se uma experimentação sem riscos de acidentes, insere diversificados elementos do contexto real e, como consequência, vem a favorecer o desenvolvimento das habilidades do treinando para uma conduta mais segura em seus contextos organizacionais. Conclui-se que iniciativa de utilizar os simuladores de RV em segurança pode a contribuir à melhoria da eficácia das ações de treinamento e, consequentemente, ao desenvolvimento de competências dos trabalhadores nos diversos ambientes organizacionais. 1Mestre em Engenharia Mecânica, UFPE, [email protected] 2Especialista em Gestão Empresarial, Máximo SMS, [email protected] 3Mestre em Gestão das Organizações Aprendentes, UFPB, [email protected]

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Page 1: AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE SIMULADOR DE REALIDADE ... · el proyecto pedagógico, el perfil de los profesionales que realizaron la simulación y acordó que el recurso puede agregarse

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE SIMULADOR DE REALIDADE VIRTUAL EM

TREINAMENTOS DE SEGURANÇA: CAPACITANDO OPERADORES DE

EMPILHADEIRA

EVALUACIÓN DEL USO DEL SIMULADOR DE LA REALIDAD VIRTUAL EM

ENTRENAMIENTO DE SEGURIDAD: CAPACITAR A LOS OPERADORES DE

APILADORES

EVALUATION OF THE USE OF VIRTUAL REALITY SIMULATOR IN SAFETY:

TRAINING FORKLIFT OPERATORS

Apresentação: Comunicação Oral

Flávia Ataide da Motta1; Augusto Cesar Cabral Santos2; Clarissa Lima de Sá3

DOI: https://doi.org/10.31692/2358-9728.VICOINTERPDVG.2019.0007

Resumo

Este artigo tem o objetivo de avaliar a percepção dos participantes de um treinamento em

segurança quanto às contribuições do uso de um simulador de realidade virtual em um contexto

industrial no Brasil. Para isso, um questionário foi utilizado como instrumento para a avaliação

por parte de operadores de empilhadeiras que pariciparam de um treinamento de reciclagem, e

também do profissional de segurança da empresa. Os resultados mostraram que o treinamento

com o simulador de realidade virtual contribuiu para os conhecimentos dos operadores e que

eles gostariam que o próximo treinamento incluísse o recurso tecnológico. Foi demonstrado

que os resultados se relacionam com os aspectos: atuação do instrutor como facilitador, clareza

nos objetivos do uso do simulador, similaridade com contextos reais. Além desses aspectos, o

profissional de segurança avaliou positivamente os aspectos sobre o projeto pedagógico, o perfil

dos profissionais que conduziram a simulação, e concordou que o recurso pode agregar aos

sistemas de avaliação de aprendizagem. Ao considerar os resultados relatados nesse artigo, fica

evidenciado que o uso de simuladores de realidade virtual pode contribuir ao desenvolvimento

de competências em atividades de riscos na área de segurança, já que desperta o interesse dos

participantes. Adicionalmente, promove-se uma experimentação sem riscos de acidentes, insere

diversificados elementos do contexto real e, como consequência, vem a favorecer o

desenvolvimento das habilidades do treinando para uma conduta mais segura em seus contextos

organizacionais. Conclui-se que iniciativa de utilizar os simuladores de RV em segurança pode

a contribuir à melhoria da eficácia das ações de treinamento e, consequentemente, ao

desenvolvimento de competências dos trabalhadores nos diversos ambientes organizacionais.

1Mestre em Engenharia Mecânica, UFPE, [email protected]

2Especialista em Gestão Empresarial, Máximo SMS, [email protected]

3Mestre em Gestão das Organizações Aprendentes, UFPB, [email protected]

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Palavras-Chave: Simulador, Realidade virtual, Segurança, Treinamento.

Resumen

Este artículo tiene como objetivo evaluar la percepción de los participantes en capacitación en

seguridad con respecto a las contribuciones del uso de un simulador de realidad virtual en un

contexto industrial en Brasil. Para este propósito, se utilizó un cuestionario como instrumento

para la evaluación de los operadores de apiladores que participaron en la capacitación de

reciclaje, así como el profesional de seguridad de la compañía. Los resultados mostraron que la

capacitación con el simulador de realidad virtual contribuyó al conocimiento de los operadores

y que les gustaría que la próxima capacitación incluyera el recurso tecnológico. Se demostró

que los resultados están relacionados con los siguientes aspectos: desempeño del instructor

como facilitador, claridad en los objetivos del uso del simulador, similitud con contextos reales.

Además de estos aspectos, el profesional de seguridad evaluó positivamente los aspectos sobre

el proyecto pedagógico, el perfil de los profesionales que realizaron la simulación y acordó que

el recurso puede agregarse a los sistemas de evaluación de aprendizaje. Teniendo en cuenta los

resultados reportados en este artículo, es evidente que el uso de simuladores puede contribuir

al desarrollo de competencias en actividades de riesgo en el área de seguridad, ya que despierta

el interés de los participantes. Además, promueve la experimentación libre de accidentes,

inserta diversos elementos del contexto real y, como consecuencia, favorece el desarrollo de

habilidades de aprendices para una conducta más segura en sus contextos organizacionales. Se

concluye que la iniciativa de usar simuladores de realidad virtual en seguridad puede contribuir

a mejorar la efectividad de las acciones de capacitación y, en consecuencia, al desarrollo de las

competencias de los trabajadores en los diversos entornos organizacionales.

Palabras Clave: Simulator, Realidad virtual, Seguridad, Capacitación.

Abstract This paper aims to evaluate the perception of safety training participants regarding the

contributions of using a virtual reality simulator in an industrial context in Brazil. For this

purpose, a questionnaire was used as an instrument for evaluation by forklift operators who

participated in recycling training, as well as the company's safety professional. The results

showed that the training with the virtual reality simulator contributed to the operators

knowledge and that they would like the next training to include the technological resource. It

was shown that the results are related to the following aspects: instructor performance as

facilitator, clarity in the objectives of the simulator use, similarity with real contexts. In addition

to these aspects, the safety professional positively evaluated the aspects about the pedagogical

plan, the profile of the professionals who conducted the simulation, and agreed that the resource

can add to the learning assessment systems. Considering the results reported in this paper, it is

evident that the use of virtual reality simulators can contribute to the development of

competencies in risk activities in the safety area, since it arouses the interest of the participants.

In addition, it promotes accident-free experimentation, inserts diverse elements of the real

context and, as a consequence, favors the development of trainee skills for safer conduct in their

organizational contexts. It is concluded that the initiative to use VR simulators in safety can

contribute to improve the effectiveness of training actions and, consequently, to the

development of workers' competences in the various organizational environments.

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Keywords: Simulator, Virtual Reality, Safety, Training.

Introdução

As organizações estão inseridas em um contexto competitivo e dinâmico que exige um

modelo organizacional que permita o desenvolvimento de competências individuais que reflita

diretamente nas competências organizacionais (DEPRÁ, PEREIRA E DE MARCHI, 2018).

Nesse sentido, Antonello (2005) afirma que as organizações precisam buscar adequações

evolutivas que as façam se adaptarem em ambientes que estão em constante mudança. Nessa

perspectiva, Silva e Santana (2011) colocam que o processo de aprendizagem organizacional

precisa que a organização permita-se aprender.

Dentre as diversas áreas organizacionais que necessitam de desenvolvimento de

competências está a segurança de trabalho (CAMARGO et al., 2018).

A capacitação na área de segurança do trabalho se constitui como uma importante

medida de caráter administrativo para controle de riscos ocupacionais, seja para a implantação

de medidas de proteção coletiva (BRASIL, 1978b) ou em cumprimento de requisitos legais

para a execução de atividades que envolvem determinados riscos no Brasil.

A legislação trabalhista brasileira conta com 37 Normas Regulamentadoras (NR)

relativas à segurança e saúde do trabalho que surgiram com a Portaria N° 3.214/1978, passando

a estar inseridas na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) (BRASIL, 1978c). Parte destas

NRs estabelece a necessidade de treinamento prévio com vistas a promover o desenvolvimento

de competências necessárias à proteção de riscos ocupacionais. Em algumas NRs, encontram-

se o conteúdo programático e carga horária exigida e, em algumas situações, os requisitos são

complementados por Normas Brasileiras (NBR), como é o caso da Brigada de Incêndio, com a

NBR 14276 (ABNT, 2006).

A existência de normas que requerem conteúdo prático obrigatório nos conteúdos

programáticos favorecem o desenvolvimento de habilidades dos participantes, dado que o

“saber fazer” se refere às habilidades motoras e aos conhecimentos dos métodos e das técnicas

de trabalho (GONDIM, BRAIN E CHAVES, 2003). A experimentação prática quando

realizada em contextos próximos àqueles vivenciados pelos participantes poderá contribuir ao

desenvolvimento de vários grupos de habilidades, conforme elencam os referidos autores, as

cognitivas, as técnicas e as atitudinais/comportamentais, que irão compor os perfis dos

profissionais.

Pode-se considerar que o treinamento prático experienciado torna o executante mais

competente ao desempenho de suas atividades, entretanto, pode-se admitir ainda que, também

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pode expor os participantes a riscos de acidentes, mesmo que com menor probabilidade. Por

outro lado, nas situações nas quais os treinandos realizam práticas em campos de treinamentos

diferentes daqueles cenários vivenciados em sua rotina, pode-se admitir que a capacitação pode

se mostrar ineficaz e implicará na elevação dos riscos na atividade.

Dessa forma, Camargo et al (2018) atestam que a cada dia formas inovadoras de

treinamento estão surgindo para que proporcione um ambiente seguro aos aprendentes. Nesse

sentido, com o propósito de prover cenários mais próximos aos contextos reais, os simuladores

de realidade virtual (RV) são capazes de proporcionar uma imersão completa em um ambiente

de realidade paralela e, em treinamentos, apresentam vantagens quando comparados àqueles

que utilizam vídeos, material impressos, por exemplo.

Segundo dados do Instituto de Ciências Comportamentais Aplicadas (NTL - Institute

for Applied Behavioral Science), os níveis de fixação do aprendizado com o uso de simuladores

de RV atingem 75%, contra 20% com audiovisual, 10% com leitura e 5% com palestras

expositivas (NORRIS, SPICER E BYRD, 2019).

Em treinamentos de segurança, o uso do simulador de RV não gera riscos de acidentes

já que se desenvolve em um ambiente sem as fontes dos riscos, como equipamentos e máquinas.

Outro ganho importante, é que no ambiente virtual torna-se possível produzir situações de riscos

em diversos níveis, podendo inclusive serem simulados contextos impossíveis de serem

realizados na prática dados os riscos de perdas. A simulação em RV, portanto, promove uma

gama maior de vivências aos participantes que passam a experimentar estas situações.

Com a disponibilidade de recursos tecnológicos e de RV, os simuladores têm sido

utilizados em diversas áreas, como por exemplo em treinamentos na NASA (National

Aeronautics and Space Administration - Administração Nacional da Aeronáutica) (B9, 2017;

NASA, 2018) e na Guarda Costeira americana (360 LAB, 2019); na área industrial, a exemplo

da Boeing que usa RV nas instruções para a produção de fiação de aviões gerando redução no

tempo de produção e aumento da produtividade, e das montadoras de automóveis como a Fiat

cuja experiência recuperou o investimento de R$ 1 milhão de reais em uma sala de RV para

simular uma linha de produção para otimizar o trabalho de montagem (INFOMONEY, 2018);

na Volkswagen, um laboratório de RV instalado para simular a produção de veículos ainda na

fase de concepção do projeto buscou antecipar ajustes e correções, atingindo elevados níveis de

assertividade (AUTOMOTIVE BUSINESS, 2019).

Dados os benefícios de seu uso, os simuladores de RV podem ainda ser inseridos como

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ferramenta de avaliação dos treinamentos já que, embora não garanta o completo domínio das

habilidades desejadas no curto espaço de tempo, podem vir a complementar critérios de

aprovação do aluno e ainda identificar nos treinandos limitações sérias e condutas de alto risco

que contraindicariam a emissão de certificados de aprovação.

Neste artigo, apresentamos uma aplicação de treinamento em segurança com uso de

simulador de RV em um contexto industrial. O presente estudo tem o objetivo de avaliar a

percepção dos participantes quanto às contribuições do uso do recurso na qualidade no

treinamento e aos conhecimentos dos treinandos. Pretendeu-se ainda obter uma avaliação do

ponto de vista do profissional de segurança do trabalho.

Dado o propósito do estudo, buscou-se verificar as condições nas quais a simulação de

RV foi vivenciada e sobretudo avaliar do interesse dos participantes diante do novo recurso.

Foi conduzido um estudo de campo em uma indústria de fabricação de tintas brasileira

cuja reciclagem dos operadores de empilhadeiras foi realizada com a utilização do simulador

de RV.

Este artigo está organizado da seguinte forma: a seção 1 introduz o tema e apresenta os

objetivos do estudo, a seção 2 discorre sobre a questão da capacitação em segurança do trabalho

e destaca aspectos importantes dos requisitos da legislação do Brasil e das especificidades das

estratégias de aprendizagem, a Seção 3 se dedica à metodologia utilizada apresentando a

configuração da investigação, os instrumentos de coleta de dados utilizados e a caracterização

do estudo, a Seção 4 discute os resultados obtidos por meio de uma análise dos aspectos

avaliados e a verificação dos propósitos do estudo, e finalmente, a Seção 5 apresenta as

considerações conclusivas.

Fundamentação Teórica

O desenvolvimento de pessoas é compreendido como o impulso sistematizado de

transformação de competências individuais para o melhoramento do desempenho coletivo com

o objetivo de alcançar as metas organizacionais. Para isso, existem três etapas de ações: i)

treinamento; ii) desenvolvimento pessoal; e iii) desenvolvimento organizacional (SOBRAL E

PECI, 2008). Dados os objetivos do estudo, esse artigo irá se ater às ações de treinamento.

Para Milkovich e Bourdreau (2010), treinamento resulta na melhor adequação das

características dos empregados para o exercício de suas funções. Já para Sobral e Peci (2008),

treinamento é o processo educacional de curto prazo que visa dotar trabalhadores antigos e/ou

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novos de habilidades, conhecimentos e competências para que estes desempenhem melhor suas

atribuições. O principal objetivo da ação de treinamento é munir o indivíduo de habilidades

para a execução de suas funções.

Assim, os treinamentos realizados no âmbito organizacional realizados a partir de

diagnóstico de necessidade de capacitação promovem o desenvolvimento de competências

individuais. Segundo Sveiby (1998), as competências são compostas pelo: i) conhecimento

explícito, ou seja, aquele adquirido por meio de programas de educação formal; ii) habilidades,

que é o saber fazer; iii) experiências, que são obtidas ao longo da vida; iv) julgamentos de valor,

percepções próprias de cada indivíduo daquilo que é certo ou errado e que colaboram com o

processo de formação das pessoas; e v) rede social, que são as relações estabelecidas entre os

indivíduos.

Para Fleury e Fleury (2004) competência deve agregar valor econômico para a

organização e, para o indivíduo, deve agregar valor social, não apenas como conhecimento e

habilidades, mas como conhecimento e habilidades postas em ação. Os autores inferem ainda

que a noção de competência está intimamente relacionada a verbos como: saber agir, saber

aprender, saber engajar-se, integrar saberes e assumir responsabilidades.

Na tabela 1, é possível verificar o sentido dos verbos colocados pelos autores:

Tabela 1: Competências para o indivíduo

Saber agir Saber o que, e por que faz; saber julgar, escolher, decidir

Saber mobilizar recursos Criar sinergia e mobilizar recursos

Saber aprender Trabalhar o conhecimento e a experiências

Saber engajar-se e

comprometer-se

Saber comprometer-se

Saber assumir

responsabilidades

Ser responsável assumindo consequências de suas ações

e sendo reconhecido por isso Fonte: Fleury e Fleury (2004)

A legislação brasileira requer capacitação em segurança do trabalho em alguns temas

comuns, como a NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI), a NR 10 – Segurança em

instalações e serviços em eletricidade e a NR 23 – Proteção contra incêndios; e outras de acordo

com as atividades de risco, a exemplo da NR 11 – Transporte, movimentação, armazenagem e

manuseio de materiais aplicável para a operação de empilhadeiras.

O conteúdo programático e suas partes teórica e prática e respectivas cargas horárias

são definidos por algumas NRs. Em recente posicionamento do então Ministério do Trabalho,

passou-se a permitir a utilização da modalidade de ensino a distância (EAD) e semipresencial;

em Nota Técnica (NT) 54/2018, o Ministério estabeleceu parâmetros adicionais para a adoção

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deste modo de treinamento em saúde e segurança do trabalho (BRASIL, 2018).

No Brasil, não existe regulamentação para uso de simuladores RV em treinamentos de

segurança do trabalho. Na ausência de requisitos específicos para a utilização deste recurso, os

parâmetros especificados para a EAD em SST podem ser admitidos como conservadores para

avaliar a sua aplicação nos contextos simulados.

Mazuryk e Gervautz (1999) colocam que as pessoas desejaram adentrar em cenários

imaginativos, em vez de apenas assistirem a imagens em um monitor, o que veio a ser possível

com a realidade virtual (RV). Segundo os autores esta ideia teria sido apresentada por Ivan

Sutherland em 1965, e vem recebendo outras denominações, tais como: experiência sintét ica,

mundos virtuais, mundos artificiais ou realidade artificial.

De acordo com Von Schweber e Von Schweber (1995), a RV veio a possibilitar

navegação e visualização do mundo de três dimensões em tempo real, com seis graus de

liberdade – mover-se, e olhar para frente e para trás, para a esquerda e para a direita ou para

cima e para baixo. Os autores colocam que na RV, um indivíduo pode interagir com objetos em

um mundo virtual, afetando a resposta destes objetos com suas ações, sendo desta forma, a

interatividade a questão chave.

Na área de capacitação profissional, Georgopoulos et al. (2018), analisaram como a RV

está inserida em unidades de ensino e colocam que a melhoria do ensino com uso da tecnologia

vem a oferecer conteúdo de forma prática e dinâmica, despertando assim maior curiosidade

entre os diversos alunos, principalmente junto aos jovens. Em seu estudo, mencionam

aplicações na área de saúde, como o exemplo de uma clínica médica trabalhou com a tecnologia

para tratamento da fobia de aviões, evitando o estresse real, e em outro caso com aplicação de

vacinação infantil com a tentativa de redução do medo e de desconforto das agulhas.

Envolvendo segurança em eventos de incêndio, Çakiroğlu e Gökoğlu (2019) relataram

a utilização de treinamento em segurança contra incêndio baseado em RV com alunos da escola

primária cujos resultados indicaram que este ambiente de aprendizagem contribuiu

positivamente para o desenvolvimento de habilidades comportamentais das crianças.

No estudo de Cao, Lin e Li (2019), a RV foi utilizada para comparar a exploração do

espaço pelas pessoas em cenários situações de emergência de incêndio virtual e, a partir dos

resultados do estudo, os autores apresentaram recomendações sobre a sinalização e a respeito

de modelos de engenharia que simulam evacuação de multidões.

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Metodologia

O presente estudo se caracteriza por ser uma pesquisa qualitativa do tipo exploratória,

que promove uma visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato (GIL, 2017;

2019). Segundo o mesmo autor, esta pesquisa é adotada especialmente quando o tema é pouco

explorado e torna-se difícil formular hipóteses exatas, o que se assemelha ao estudo em razão

das diversas variáveis envolvidas na aplicação da RV, de caráter subjetivo, pois parte da

percepção dos indivíduos. Acrescenta-se ao fato que, embora se encontrem relatos de aplicações

em RV, o seu uso na segurança do trabalho ainda se mostra incipiente.

A pesquisa foi adotada como estudo de campo, com fins de se estudar o público-alvo de

participantes do treinamento com uso da RV. Tal delineamento se configura como adequado

aos objetivos do estudo por se dar por meio da condução de entrevistas junto aos respondentes,

capaz de possibilitar respostas mais fidedignas (GIL, 2017; 2019).

O estudo foi realizado em uma indústria de fabricação de tintas, de porte médio com

grau de risco 3 (em uma escala que varia entre 1 e 4, o risco 4 é atribuído a empresas com risco

mais elevado) (BRASIL 1978a). A empresa conta com empilhadeiras a gás para a

movimentação de matéria-prima e de produto acabado nos processos de estocagem e de

carregamento de veículos para a expedição de produto acabado.

Para avaliação da percepção sobre a utilização do simulador de RV, os parâmetros

estabelecidos para aplicação de conteúdo em EAD foram adotados integralmente para avaliar a

inserção da RV no treinamento de operadores de empilhadeira, sendo admitidos como critérios

conservadores, ao considerar que a utilização de RV ainda não é regulamentada por legislação.

Com base nestes requisitos, um questionário foi utilizado como instrumento de coleta

de dados, sendo um para os operadores de empilhadeira e outro para o profissional de segurança

do trabalho. Ambos foram elaborados contendo questões objetivas cujas alternativas obedecem

a uma escala Likert (DOANE E SEWARD, 2015) com 5 pontos: 1 - discordo totalmente, 2 –

discordo, 3 - nem concordo, nem discordo (indiferente), 4 – concordo e 5 - concordo totalmente.

A escala de 5 pontos possui nível de confiabilidade adequado e é capaz de se ajustar aos

respondentes com diferentes níveis de habilidade (DALMORO E VIEIRA, 2013). Os autores

afirmam que as escalas de 5 e 7 pontos são muito semelhantes em termos de resultados médios.

Para mensurar a confiabilidade interna do questionário, foi calculado o Alfa de

Cronbach, que varia entre 0 e 1, sendo o valor aceitável do referido coeficiente quando superior

a 0,7 (KLINE, 2000; HAIR et al., 2005; HORA, MONTEIRO E ARICA, 2010; DALMORO E

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VIEIRA, 2013).

O número de amostras 𝑛 , admitido como o número mínimo de respondentes para

compor uma amostragem representativa da população finita de operadores de empilhadeira com

base na estimativa da proporção populacional, obedece à equação (DOANE E SEWARD, 2015):

𝑛 =𝑁. 𝑍2. 𝑝. (1 − 𝑝)

(𝑁 − 1). 𝑒2 + 𝑍2. 𝑝. (1 − 𝑝)

Onde:

𝑁: tamanho do universo

𝑍: valor crítico correspondente ao nível de confiança adotado

𝑒: margem de erro máximo admissível

𝑝: proporção que se espera encontrar

Para análise dos apontamentos na escala Likert, foram adotados os procedimentos: i)

cálculo da média, e ii) onde se observaram possíveis associações entre as respostas, foi

verificada a existência de correlação. Esta correlação foi avaliada por meio do cálculo do

coeficiente de correlação de Pearson (𝜌), adequado para avaliar o grau de correlação entre

variáveis de escala métrica intervalar. Os graus de correlação foram avaliados segundo as faixas

apresentadas por Hinkle, Wiersma e Jurs (2003): 0,9 ou mais - muito forte, 0,7 a 0,9 – forte, 0,5

a 0,7 – moderada, 0,3 a 0,5 – fraca, e de 0 a 0,3 - indica uma correlação desprezível.

Para o profissional de segurança, foram avaliados os itens: i) projeto pedagógico para

avaliação dos objetivos e da distribuição do conteúdo programático e definição de carga horária

prática e teórica; ii) profissionais ministrantes; iii) sistemas de avaliação, como uma avaliação

da aprendizagem de forma a verificar o desenvolvimento das habilidades e o real aprendizado,

assim também no pós-treinamento; cumprindo com parte dos critérios da NT 54/2018.

Junto aos operadores de empilhadeira, foram verificados os aspectos: i) duração, indo

além do cumprimento estrito da norma, com a intenção de analisar sua adequação aos

propósitos; ii) local e horário; iii) interação: dada a subjetividade deste item, buscou-se

identificar se o ministrante atuou como facilitador e declarou com clareza os objetivos do uso

do recurso; iv) tecnologias: com a finalidade de checar sobre o aspecto visual da simulação, da

facilidade de compreensão e se proporcionou mais confiança na operação e v) público alvo:

sobre a percepção do usuário no que se refere ao conteúdo agregado e de seu interesse no

primeiro contato com o recurso e também em uma próxima oportunidade.

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Resultados e Discussão

O treinamento de operação de empilhadeiras foi realizado como reciclagem conforme

com carga horária total de 8 horas, sendo 4 horas teóricas e 4 horas práticas. O uso do simulador

foi considerado como conteúdo teórico. O treinamento contou com 23 operadores de

empilhadeira, e com um 1 profissional de segurança do trabalho. Previamente, o consultor que

detém o uso do simulador de RV, apresentou os objetivos e procedimentos da experimentação.

Os procedimentos adotados na simulação buscou agregar conhecimento e habilidades

nos tópicos do treinamento ligados à operação do empilhadeira: i) estabilidade

frontal/estabilidade lateral; ii) Princípios básicos de operação com empilhadeira; e iii)

procedimentos básicos de segurança com empilhadeira.

O simulador utilizado é composto por um volante, seletor de marcha e por pedais de

aceleração e de frenagem, além de um óculos de simulação, similares às Fotos 1 e 2:

Foto 1: Acessórios do simulador de RV

Fonte: WAZ (2019)

Foto 2: Acessórios do simulador em RV

Fonte: Própria (2019)

O software em 3D possibilitou a operação em um cenário virtual com 6 (seis) graus de

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liberdade, conforme telas na Imagem 1:

Imagem 1: Imagem da movimentação em 3D

Fonte: Própria (2019)

Ao considerar que se tratou de um treinamento de reciclagem e não de formação, a

ênfase foi dada à operação adequada em termos de bom uso da máquina e da segurança.

Os exercícios contaram com a simulação de controles básicos, iniciação à

movimentação, estacionamento da empilhadeira, e com tarefas usuais da operação no galpão

logístico, e incluíram a movimentação da carga, aproximação às longarinas, elevação para

deposição de pallets nas estantes do tipo drive-in e a retirada/descida da carga.

Foram conduzidos os seguintes procedimentos: o primeiro participante selecionado foi

o operador mais experiente e aos demais, foi-lhes solicitado que pontuassem condutas de risco

ao longo da operação simulada, como por exemplo, trafegar com os garfos elevados e a

realização de movimentos simultâneos de elevação/rotação dos garfos. Em seguida, cada um

dos treinandos experimentou o simulador de RV por 20 minutos. Percebeu-se que, com o

avanço das práticas, o usuário imerso no ambiente de RV passara a realizar as tarefas com

destreza e de forma mais segura, sem mais atitudes negligentes ou imprudentes.

Com 8 anos de experiência, o técnico de segurança participou de todas as etapas do

treinamento. Avaliou positivamente os aspectos projeto pedagógico, perfil dos profissionais e

sistemas de avaliação. Aqueles mais bem avaliados, no qual o respondente concordou

totalmente com as afirmações foram sobre a clareza na definição dos objetivos, facilidade de

compreensão da linguagem utilizada na apresentação do simulador e sobre o perfil de formação

do profissional que aplicou o simulador. Nos demais itens, relacionados às estratégias

pedagógicas aplicadas, à infraestrutura física na qual houve as simulações, além da contribuição

do uso do simulador ao sistema de avaliação do treinamento, o profissional respondeu que

concorda parcialmente.

Dos 23 operadores de empilhadeira, 9 responderam à pesquisa.

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O Alfa de Cronbach, que indica o coeficiente de confiabilidade interna do questionário

(KLINE, 2000) resultou em 0,918, e pode ser considerado satisfatório.

Fez-se necessário determinar qual o número mínimo de respondentes ao questionário,

ao considerar: 𝑁 =23, 𝑍=1,645 (Nível e confiança 90%), 𝑒= 5% e 0.7 de proporção estimada

dos respondentes que avaliariam positivamente o uso do simulador de RV. O resultado foi 8,15

respondentes, o que demonstra que os 9 indivíduos podem representar a população que

experenciou o uso do simulador de RV.

Os resultados obtidos foram submetidos a uma análise que avaliou a média por

indivíduo por pergunta, e foi verificado quais fatores potencialmente teriam correlação com a

percepção de que o treinamento teria contribuído aos seus conhecimentos e ainda se gostariam

de vivenciar uma nova experiência com a RV na próxima reciclagem.

i) Perfil dos respondentes: A faixa etária dos participantes se distribuiu igualmente com

33,33% nas faixa de 26 a 35 anos, de 36 a 45 anos, e na faixa superior a 41 anos. A idade média

dos operadores ficou em torno de 37 anos e 2 meses. Quanto ao tempo de experiência na função,

a média se colocou em 8 anos. Nenhum possui menos de 1 ano na função. Verificou-se que

22,22% têm de 2 a 5 anos de experiência, 55,56% de 6 a 10 anos, 22,22% de 11 a 15 anos e

11,11% possui mais de 16 anos. Em relação ao tempo em que trabalha na empresa, 22,22% têm

menos de 1 ano, 44,44% de 2 a 5 anos, 11,11% de 6 a 10 anos, e 22,22% de 11 a 15 anos.

ii) Avaliação das médias: As médias obtidas se comportaram conforme a Tabela 2:

Tabela 2: Itens da NT 54/2018 versus Perguntas do questionário versus Médias obtidas

NT 54/2018 Pergunta Média

Projeto

pedagógico

P-1: O LOCAL utilizado foi confortável às atividades de simulação –

temperatura, interferências externas, barulho etc.? 4.333

Interação P-2: O instrutor foi um FACILITADOR para sua aprendizagem? 4.444

Interação P-3: Para você, ficaram claros os OBJETIVOS do uso do simulador? 4.222

Público-alvo P-4: Quando apresentado o simulador, ficou mais INTERESSADO pelo

treinamento? 4.111

Tecnologia P-5: O VISUAL do simulador é de fácil compreensão? 3.889

Tecnologia P-6: As atividades de simulação foram PARECIDAS com aquelas de seu trabalho?

4.111

Público-alvo P-7: No uso do simulador, percebeu que realizava alguma

atividade/operação de forma INCORRETA passando a perceber uma forma

de operação correta?

3.444

Público-alvo P-8: Sentiu FACILIDADE em utilizar o simulador no INÍCIO da prática? 3.667

Público-alvo P9: Sentiu FACILIDADE em utilizar o simulador ao FINAL da prática? 4.000

(Continua...)

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(Continuação - Tabela 2)

NT 54/2018 Pergunta Média

Duração P-10: A DURAÇÃO do treinamento com uso do simulador foi suficiente? 3.333

Público-alvo P-11: Sentiu mais CONFIANÇA em desempenhar a OPERAÇÃO da

empilhadeira com o treinamento no SIMULADOR se comparado a outros

treinamentos em que já participou?

3.778

Público-alvo P12: O treinamento com o simulador de RV CONTRIBUIU para seus

conhecimentos? 4.111

Público-alvo P-13: Gostaria que a próxima RECICLAGEM incluísse atividades com

simulador? 4.333

Fonte: Própria (2019)

Conforme se pode verificar, as maiores médias foram obtidas nas questões relacionadas

ao instrutor, seguido pelos itens empatados: interesse em fazer uso do simulador nos próximos

treinamentos de reciclagem e a adequação do local; e em seguida, pela clareza dos objetivos do

uso da ferramenta em RV. Observa-se ainda que os itens associados ao interesse pelo

treinamento quando a ferramenta foi lhes apresentada, à similaridade dos cenários aos contextos

reais e às contribuições da prática aos conhecimentos dos participantes tiveram suas médias

empatadas. A média mais baixa se mostrou no questionamento sobre o tempo dedicado ao uso,

e em seguida, aparece a revisão de condutas operacionais motivada pela simulação.

Além destes, a facilidade no início da prática obteve a nota mais baixa, ainda assim, se

colocou acima do patamar “indiferente”. Para avaliar se esta dificuldade inicial teve relação

com os aspectos ligados às etapas que antecederam a aplicação, foi verificada a correlação entre

as variáveis: clareza nos objetivos, cujos resultados indicam uma correlação forte (𝜌 =0.827), e

para a atuação do instrutor como facilitador, uma correlação moderada (𝜌=0.668). Na primeira

situação, pode-se buscar uma reflexão acerca da declaração dos objetivos que introduz da

atividade, tornando o participante informado de que, nas situações nas quais os profissionais

mantém um primeiro contato, é compreensível que sinta uma dificuldade inicial mas que, ao

longo do exercício poderá sentir-me mais familiarizado com o seu uso e, assim mais confiante.

Ao serem questionados se o local utilizado para foi confortável às atividades de

simulação, 4 respondentes concordaram integralmente, 4 concordaram parcialmente e 1 se

colocou indiferente.

No que refere à interação, perguntados se o instrutor teria atuado como um facilitador

na aprendizagem, 5 responderam que parcialmente, enquanto 4 responderam que totalmente.

Sobre o quesito clareza nos objetivos, 1 se mostrou indiferente, 5 afirmaram que concordam

parcialmente e 3 concordam integralmente.

Quanto à adequação do tempo dedicado à simulação, 1 participante afirmou que

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discorda totalmente, 3 se colocaram como indiferentes e 5 afirmaram que concordam em parte.

A alegação comum a todos os respondentes foi que consideram que o tempo destinado poderia

ser ampliado.

Sobre o interesse pelo treinamento de reciclagem ao ser apresentado o simulador, 1

participante se colocou como indiferente, 6 concordaram parcialmente e 2 concordaram

totalmente. Ainda sobre o início das atividades, a respeito da facilidade de utilizar a ferramenta,

1 respondente apontou que discorda parcialmente, 2 se colocaram como indiferentes, 5

concordam parcialmente e 1 concordou totalmente.

Ao considerar que o visual do simulador pode influenciar na qualidade do treinamento,

os respondentes afirmaram em sua maioria, 78%, que o recurso é de fácil compreensão, ao

menos parcialmente, e 22% se declararam indiferentes.

No que se refere à similaridade das práticas ao contexto real, 1 respondente afirmou que

discorda parcialmente, enquanto os demais ratificaram esta característica do exercício em RV.

Sobre a possibilidade de as simulações terem provocado a revisão de condutas

anteriormente incorretas, os respondentes se colocaram de forma bastante distribuída, da

seguinte forma: 1 – 11,11%, 2-11,11%, 3 – 22,22%, 4 – 33,33% e 5 - 22,22 %. Não se verifica

relação direta com a faixa etária ou com o tempo na função de operador de empilhadeira.

Após os treinamentos, a confiança dos operadores teria melhorado, conforme o relato

de 6 (66,67%) deles, enquanto 3 (33,33%) apontaram indiferença. Ao avaliar as respostas

individuais, não se observa que houve relação com a duração do treinamento ou às práticas

pedagógicas. Destaca-se apenas que em uma das situações, o treinando declarou ter sentido

dificuldade nas etapas inicial e final. Em uma primeira análise, poderia se atribuir tal

desempenho ao pouco tempo na empresa – menos de 1(ano), por outro lado, tal associação

somente seria recomendada em uma entrevista menos objetiva, já que o respondente declarou

8 anos de experiência prévia como operador de empilhadeira.

Quanto ao item relacionado à percepção de que o uso da RV de que “O treinamento com

o simulador de RV contribuiu para seus conhecimentos?” (pergunta P-12), houve

predominância de respondentes que concordaram parcial (55,56%) e totalmente (33,33%),

sendo que 11,11% discordou parcialmente, conforme mostra o gráfico 1 a seguir:

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Gráfico 1: O treinamento com o simulador de RV contribuiu para seus conhecimentos (P-12)

Fonte: Própria (2019)

Com fins de verificar a relação entre o resultado e possíveis fatores causais, foi analisada

a correlação com as variáveis: duração do treinamento (P-10), instrutor (P-2), clareza nos

objetivos (P-3), visual do simulador (P-5) e similaridade com contextos reais (P-6). para isso,

foram calculados os coeficientes de Pearson (𝜌), cujos resultados são apresentados na Tabela

3:

Tabela 3: Correlação de Pearson entre P-12 e variáveis causais

Pergunta 𝝆 Grau de correlação

P-12

P-10 0.468 Fraca

P-2 0.963 Muito forte

P-3 0.947 Muito forte

P-5 0.778 Forte

P-6 1.000 Muito forte

Fonte: Própria (2019)

Os resultados indicam que, com exceção da duração do treinamento (P-10), todas as

demais variáveis se relacionam com forte ou fortemente à percepção dos operadores de que o

treinamento com o simulador de RV contribuiu para seus conhecimentos. Destaca-se que, no

caso da variável “Similaridade com contextos reais” (P-6), a correlação pode ser admitida como

perfeita positiva entre as duas variáveis, com 𝜌 = 1.

Ao analisar os resultados da pergunta P-13 - “Gostaria que a próxima RECICLAGEM

incluísse atividades com um simulador de RV?”, pôde-se constatar que de forma similar aos

resultados da questão P-12, a maior parte dos participantes, 88,88%, apontou que concorda com

a afirmação, sendo metade dos respondentes para cada uma das alternativas: concorda

parcialmente e concorda. Um dos operadores de empilhadeira declarou-se indiferente à questão.

As respostas obtidas por alternativa estão ilustradas no Gráfico 2 a seguir:

1;

11%

5;

56%

3;

33%

1

2

3

4

5

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Gráfico 2: Gostaria que a próxima RECICLAGEM incluísse atividades com um simulador de RV? (P-13)

Fonte: Própria (2019)

Ao seguir os mesmos procedimentos adotados para P-12, foram calculadas as

correlações entre as variáveis que pudessem ter afetado as respostas dos participantes e obtidos

os coeficientes de Pearson constantes na Tabela 4:

Tabela 4: Gostaria que a próxima RECICLAGEM incluísse atividades com simulador de RV? (P-13)

Pergunta 𝝆 Grau de correlação

P-13

P-10 0.383 Fraca

P-2 0.970 Muito forte

P-3 0.945 Muito forte

P-5 0.676 Moderada

P-6 0.889 Forte

Fonte: Própria (2019)

Pode-se verificar que, assim como ocorreu com P-12, as variáveis P-2, P-3 e P-6

possuem correlação com o desempenho de P-13. No caso de P-3 (clareza nos objetivos), a

relação se caracteriza como moderada 𝜌 tenha moderada. Conforme os resultados entre P-10 e

P-13, a duração do treinamento não se relaciona com os resultados de P-13.

Em uma primeira análise, as respostas de P-12 e P-13 sugerem que pode haver uma

correlação entre elas. Por esta razão, buscou-se testar a hipótese de que a percepção de que o

treinamento agregou aos conhecimentos dos operadores se correlaciona à vontade de que o

simulador de RV seja novamente aplicado em um próximo treinamento, foi do mesmo modo,

calculado o coeficiente de Pearson (𝜌). Com um resultado 𝜌=0.857, ratifica-se esse pressuposto,

o que indica para uma correlação forte.

Conclusões

A partir dos resultados e discussões realizadas, pode-se concluir que o estudo de campo

com uso de simulador de realidade virtual em um contexto industrial demonstrou que as

percepções dos participantes e do profissional de segurança do trabalho apontam para uma boa

1;

11%

4;

45%

4;

44%

1

2

3

4

5

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aceitação, sendo os aspectos de níveis de contribuição e do interesse em experienciar novamente

a RV avaliados como satisfatórios os fatores que ratificam os relatos da literatura e com o que

prometem as soluções tecnológicas.

Essas questões foram confrontadas àquelas associadas àquelas condições nas quais o

treinamento foi realizado por meio da verificação da correlação entre as variáveis que mostram

os resultados percebidos e aquelas potencialmente causais. Esta correlação se mostrou em graus

de moderado a muito forte em todas as questões, exceto às respostas que tratam da duração do

treinamento em RV.

No que se refere à concepção da RV enquanto recurso de aprendizagem, constatou-se

que os critérios legais para a educação a distância foram contemplados no instrumento de coleta

de dados e este foi considerado válido para este fim. A utilização dos procedimentos para essa

avaliação indicam que tais requisitos podem ser estendidos ao uso de treinamentos com RV,

até que sejam estabelecidos critérios específicos para o uso dessa tecnologia. Os tópicos do

questionário podem ser adotados na íntegra ou mesmo aperfeiçoados. Uma oportunidade de

ampliação dos requisitos seria, por exemplo, contemplar itens para verificar eventuais

repercussões do uso da tecnologia aos usuários, do ponto de vista da saúde, ou a avaliação do

aumento da percepção de riscos de acidentes pelos usuários.

Constatou-se que, além dos benefícios potenciais do novo recurso terem sido percebidos

pelos participantes, destacam-se as impressões do profissional de segurança, cuja avaliação se

fundamenta em conhecimento técnico especializado constituindo-se dessa forma, como

igualmente relevante no processo avaliativo da ferramenta para fins de capacitação em

segurança do trabalho.

Ao considerar os resultados relatados nesse artigo, fica evidenciado que o uso de

simuladores de RV pode contribuir ao desenvolvimento de competências em atividades de

riscos na área de segurança, já que desperta o interesse dos participantes e que, ainda que possa

enfrentar alguma dificuldade no primeiro contato, os mantém focados nos exercícios em RV,

dada a completa imersão que o simulador proporciona. Adicionalmente, promove-se uma

experimentação sem riscos de acidentes, insere diversificados elementos do contexto real e,

como consequência, vem a favorecer o desenvolvimento das habilidades do treinando para uma

conduta mais segura em seus contextos organizacionais.

Embora se trate de um estudo de campo, com alcance limitado, os resultados apontam

na mesma direção de relatos com experiências em RV, e permite vislumbrar a aplicação em

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diversas áreas da segurança do trabalho, sobretudo se for levado em conta que os recursos

tecnológicos avançam velozmente fazendo as simulações se aproximarem cada vez mais aos

cenários reais.

Na área de segurança do trabalho, há um grande potencial de utilização dos simuladores

dadas as vantagens já mencionadas, destacando-se a possibilidade de treinar sem colocar o

trabalhador em risco. Ambientes virtuais com a ocorrência de incêndio, medição de tempo de

resposta e de resgate envolvendo brigadistas de emergência, percepção de riscos, operação de

máquinas e equipamentos, trabalho em altura são alguns exemplos de situações nas quais a

simulação de RV poderia preceder as práticas em treinamento e desta forma, contribuir à

melhoria da eficácia das ações de treinamento, permitindo às organizações avançar para

patamares mais elevados em saúde e segurança ocupacional.

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