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MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA DENTÁRIA MONOGRAFIA DE INVESTIGAÇÃO AVALIAÇÃO DA SAÚDE ORAL EM UTENTES DIABÉTICOS E DA SUA AUTO-PERCEÇÃO FACE À REPERCUSSÃO DA SUA DOENÇA AO NÍVEL DA SAÚDE ORAL Ana Rita da Silva Dias Porto 2018

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MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA DENTÁRIA

MONOGRAFIA DE INVESTIGAÇÃO

AVALIAÇÃO DA SAÚDE ORAL EM UTENTES

DIABÉTICOS E DA SUA AUTO-PERCEÇÃO FACE À

REPERCUSSÃO DA SUA DOENÇA AO NÍVEL DA SAÚDE ORAL

Ana Rita da Silva Dias

Porto 2018

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Monografia de Investigação

Artigo de Investigação Médico Dentário

MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA DENTÁRIA

Área científica: Medicina Dentária Preventiva e Comunitária

AVALIAÇÃO DA SAÚDE ORAL EM UTENTES

DIABÉTICOS E DA SUA AUTO-PERCEÇÃO FACE À

REPERCUSSÃO DA SUA DOENÇA AO NÍVEL DA SAÚDE ORAL

Autor

Ana Rita da Silva Dias1

1Estudante do 5º ano do Mestrado Integrado em Medicina Dentária da Faculdade de

Medicina Dentária da Universidade do Porto

E-mail: [email protected]

Orientadora

Maria de Lurdes Ferreira Lobo Pereira

Professora auxiliar da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

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“Limits exist only in the mind”

Aristóteles

Ao Meu Avô, que apesar de estrela cintilante, é o responsável por todo o meu interesse

na área das ciências médicas. Também ele diagnosticado com Diabetes Mellitus Tipo II.

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VII

AGRADECIMENTOS

À minha orientadora, Professora Doutora Maria de Lurdes Pereira, agradeço a infinita

disponibilidade e acessibilidade. Agradeço-lhe por acreditar tão entusiasticamente e pelo seu

envolvimento neste projeto, desde o primeiro dia em que lho apresentei. Pelo apoio a cada objeção

e pela calma que me transmitiu. Proporcionou-me prontamente soluções a cada problema e

permitiu a progressão desta investigação.

A todos os Professores que contribuíram para a minha formação profissional, agradeço

todos os ensinamentos transmitidos.

Ao Dr. Félix, Diretor do Centro de Saúde de Estarreja por tornar a realização deste

projeto de investigação viável, agradecendo também a sua acessibilidade e disponibilidade.

À instituição Centro de Saúde de Estarreja pela disponibilidade e acompanhamento.

A todos os utentes, que partilharam comigo a sua realidade, obrigada por me fazerem

perceber que a vida, além de efémera é uma estrada de obstáculos a ultrapassar, e ainda assim

somos felizardos por a poder aproveitar.

Agradeço às amizades que construí nesta faculdade, que sempre me apoiaram

incansavelmente e que fizeram parte da minha vida académica e pessoal.

Por fim à minha família, a quem devo tudo aquilo que sou e no que me tornei. São o meu

exemplo e maior orgulho. Aos meus pais que me apoiaram atentamente em todos os momentos.

À minha irmã, o sol mais brilhante da minha vida, aquela que me ensinou o verdadeiro sentido

de se amar alguém. Aos meus avós. À minha madrinha.

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IX

ÍNDICE

Introdução.....................................................................................................................................17

Material e Métodos.......................................................................................................................21

Resultados ....................................................................................................................................27

Caraterização da amostra.................................................................................................27

Análise de Estatística Descritiva

1. Doenças e medicações..................................................................................28

2. Hábitos comportamentais.............................................................................29

3. Hábitos alimentares......................................................................................30

4. Hábitos e comportamentos de saúde oral......................................................31

5. Diabetes Mellitus..........................................................................................32

6. Auto-perceção de saúde oral e da doença......................................................34

7. Forma de aprendizagem................................................................................35

8. Dados clínicos..............................................................................................36

Discussão......................................................................................................................................41

Conclusão.....................................................................................................................................51

Referências bibliográficas…........................................................................................................53

Anexos

Anexo I:Questionário..........................................................................................59

Anexo II: Exame oral..........................................................................................67

Anexo III: Documento de explicação do estudo para o paciente..........................71

Anexo IV: Declaração de consentimento informado...........................................73

Anexo V: Autorização da Comissão de Ética para a Saúde da ARS Centro.........75

Anexo VI: Autorização do Centro de Saúde de Estarreja....................................77

Anexo VII: Autorização da Comissão Nacional de Proteção de Dados...............79

Anexo VIII: Parecer do orientador para a entrega definitiva do trabalho

apresentado.........................................................................................................83

Anexo IX: Declaração de autoria do trabalho apresentado................................85

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X

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela I: Caraterização dos dados sociodemográficos.................................................................27

Tabela II: Caraterização da história médica dos participantes.....................................................28

Tabela III: Caraterização dos hábitos comportamentais dos pacientes........................................29

Tabela IV: Caraterização do consumo de alimentos sólidos e líquidos açucarados......................30

Tabela V: Caraterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral.............................31

Tabela VI: Caraterização de dados referentes ao tempo de diagnóstico e controlo da doença......32

Tabela VII: Questões relativas a auto-perceção de saúde oral e doença.......................................34

Tabela VIII: Questões relativas à aprendizagem no âmbito da saúde oral e controlo da doença..35

Tabela IX: Resultados clínicos dos Índices CPOD e IHO-S........................................................36

Tabela X: Resultados clínicos do Índice IPC...............................................................................37

Tabela XI: Observação clínica - alterações da mucosa oral.........................................................37

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XI

SIGLAS

DM – Diabetes Mellitus

CPO-D – Índice de Dentes Cariados, Perdidos, e Obturados

IPC – Índice Periodontal Comunitário

IHO-S – Índice de Higiene Oral Simplificado

AVC – Acidente Vascular Cerebral

DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

HTA - Hipertensão Arterial

HBP – Hipertrofia Benigna Prostática

SNS – Sistema Nacional de Saúde

USF – Unidades de Saúde Familiar

ADA – Associação Americana de Diabetes

HbA1c – Hemoglobina glicada

DGS – Direção Geral de Saúde

ICDAS - International Caries Detection & Assessment System

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XIII

RESUMO

Introdução: A Diabetes Mellitus tem um grande impacto na saúde oral. Assim como, a presença

de doenças orais crónicas conduzem a repercussões negativas no controlo metabólico desta

doença. Frequentemente, estes pacientes são consciencializados face a complicações sistémicas

da patologia. Todavia, nem sempre são informados sobre a relação bidirecional entre a sua doença

e a saúde oral.

Objetivos: Pretende-se a caraterização da saúde oral dos utentes seguidos na Consulta de

Diabetes no Centro de Saúde de Estarreja, bem como a determinação dos seus conhecimentos (e

a sua aplicação quotidiana) sobre os autocuidados com a saúde oral e da sua auto-perceção face à

relação bidirecional entre a doença e a saúde oral.

Metodologia: A amostra compreendeu 74 utentes. Os índices CPO-D, IPC e o IHO-S foram

aplicados clinicamente para a avaliação da cárie dentária, da doença periodontal e da higiene oral

de cada participante, respetivamente. Foi ainda aplicado um questionário que incluiu a

caraterização sociodemográfica dos participantes e questões relativas a comportamentos e hábitos

no âmbito da saúde oral.

Resultados: A mediana encontrada para o Índice CPO-D foi de 19,50. O IHO-S caraterizou-se

por 2,92 ± 1,33. Apenas 8,06% não apresentaram qualquer sinal de doença periodontal. A maioria

dos utentes, 63,5% não sabiam quais os cuidados de saúde oral a adotar para prevenir o

aparecimento de complicações orais da doença. Os dados apresentados demonstraram que 95,9%

dos participantes não tinham conhecimento relativamente às manifestações orais da doença e

70,3% não sabiam a sua repercussão no controlo metabólico da patologia, tal e qual como 60,8%

desconheciam a influência da doença mal controlada ao nível da saúde oral.

Conclusões: A informação fornecida aos diabéticos no âmbito do controlo da doença é

praticamente inexistente na área dos cuidados médico-dentários. Pretende-se que, sejam

consciencializados para as manifestações orais que decorrem em virtude desta desordem

metabólica e para a necessidade de cuidados médico-dentários frequentes, a partir da realização

de sessões de esclarecimento e permanência de um médico dentista nas instituições que realizam

o controlo da doença.

Palavras Chave: Diabetes Mellitus; Saúde Oral; Autocuidado oral; Manifestações orais da

Diabetes Mellitus; Autoconhecimento; Índice CPO-D; Índice Periodontal Comunitário; Índice

de Higiene Oral Simplificado.

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XIV

ABSTRACT

Introduction: Diabetes Mellitus causes a great impact on oral health. The presence of chronical

oral diseases leads to negative repercussions on the metabolic control of this disease. Patients are

frequently noticed about pathologic systemic complications. However, patients aren’t always

informed about the bidirectional relation between the disease and oral health.

Objectives: It is intended the oral health characterisation of the patients who are being followed

in the Diabetes Appointment at the Health Care Centre of Estarreja. As well as the assessment of

their knowledge (and its daily employment) about the oral health self-care and the self-awareness

of the diseases’ repercussions on oral health.

Methodology: The sample of this study was composed by 74 volunteers. The indices of CPO-D,

Community Periodontal Index and the Simplified Oral Hygiene Index are clinically applied for

the assessment of dental caries, periodontal disease and oral health of each participant,

respectively. It is also applied a survey that includes the participants’ social-demographic

characterisation and questions related to behaviours and habits within the framework of oral

health.

Findings: The median found for the CPO-D Index was 19,50. The IHO-S was characterized by

2,92 ± 1,33. Only 8,06% did not show any signs of periodontal disease. Most of the users, 63,5%

did not know what oral health care to adopt to prevent the onset of oral complications of the

disease. The data presented showed that 95,9% of the participants were not aware of the oral

manifestations of the disease and 70,3% did not know its repercussion in the metabolic control of

the disease, such as how 60,8% were unaware of the influence of the disease oral health.

Conclusions: The information given to diabetics within the framework of this diseases’ control

is almost inexistent in the medical-dental care area. It is desirable to make the patients aware of

oral manifestations which occurs due to this metabolic disorder and for the need of frequent

medical-dental care, with briefing sessions and the permanence of a dentist in the institutions that

control this disease.

Keywords: Diabetes Mellitus; Oral Health; Oral self-care; Oral manifestations of Diabetes

Mellitus; Self-knowledge; CPO-D Index; Community Periodontal Index; Simplified Oral

Hygiene Index.

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CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

______________________________________

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“AVALIAÇÃO DA SAÚDE ORAL EM UTENTES DIABÉTICOS E DA SUA AUTO-PERCEÇÃO FACE À REPERCUSSÃO DA SUA DOENÇA AO NÍVEL DA SAÚDE ORAL” I Ana Rita Dias

17

INTRODUÇÃO

A Diabetes Mellitus é uma doença metabólica crónica4,14,15,17 não transmissível

que afeta indivíduos de qualquer faixa etária à escala mundial.6 De acordo com a

Organização Mundial de Saúde, em 2014 afetava cerca de 347 milhões de pessoas, 6%

da população mundial.1

A DM inclui um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia17,

resultante de defeitos na secreção de insulina pelas células β dos Ilheús de Langerhans do

pâncreas e/ou aumento da resistência celular às ações da insulina, que regula os níveis

plasmáticos de glicose. 1,4,5,6,7,13,15,17

Pode ser classificada como: DM Tipo 1, DM Tipo 2, DM gestacional e Tipos

específicos de diabetes devido a outras causas.3,4,5,13,15,17

A hiperglicemia é um efeito da diabetes não controlada e, ao longo do tempo,

causa vários danos macro e microvasculares. 1,3,4,6,13 A longo prazo, cursa com disfunção,

dano e falência de múltiplos órgãos.13 As manifestações crónicas mais comuns são

doenças macrovasculares, que incluem doenças da artéria coronária, cerebrovasculares,

hipertensão arterial e doença arterial dos membros inferiores.10 Os distúrbios

microvasculares manifestam-se como retinopatia, neuropatia e nefropatia.1,4,5,7,10,13,15,18

A diabetes é uma das doenças com maior impacto na saúde oral.6,7,11,14

Dependendo da idade do paciente, duração e controlo da doença, as manifestações orais

podem variar de normais a graves, sendo essencialmente mais prevalentes em utentes de

baixo controlo glicémico.18

Por norma, na DM há maior concentração de glicose quer na saliva, quer no fluído

crevicular, o que estimula o crescimento bacteriano, reduz a capacidade dos fibroblastos

em promover a cicatrização e aumenta a produção de ácido láctico, reduzindo o pH e

diminuindo a atividade tampão da saliva, constituindo fatores de risco para a cárie e

doença periodontal.15

Por outro lado, há evidências crescentes de que complicações orais crónicas em

pacientes com diabetes afetam negativamente o controlo da glicose plasmática.6

A doença periodontal é a complicação oral mais prevalente em pacientes com DM

tipo 2.17 O risco de desenvolver periodontite e abcessos periodontais e periapicais , que

em pacientes com DM foi relatado como sendo três vezes maior do que o da população

em geral6,10, associa-se à supressão da função dos neutrófilos, o que reduz a capacidade

imunitária do tecido contra as bactérias, que no limite poderá levar a perda óssea e

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18

dentária .7, 14,15,18,19 As citoquinas pró-inflamatórias produzidas no tecido periodontal

inflamado (fator de necrose tumoral α (TNFα), interleucina 6 (IL6) e interleucina 1 (IL1))

antagonizam a insulina. Estes mediadores entram na circulação através da

microcirculação periodontal, desempenham uma ação sistémica, podendo assim afetar

tecidos e órgãos.15 Verifica-se, portanto, uma resposta inflamatória exagerada, observada

quer local quer sistemicamente o que leva a uma destruição significativa nos tecidos e

osso.14,15,18

O tratamento da periodontite em que está incluída a motivação para uma boa

higiene oral e o desbridamento das bolsas periodontais permite um melhor controlo

metabólico da DM.7,11,14,15,17,18 Por outro lado, a infeção bacteriana periodontal pode

resultar em resistência por parte do organismo à insulina, agravando o controlo

metabólico da DM.7,14,17,18

A redução no fluxo salivar de repouso, a elevada concentração de glicose salivar

e o pH salivar mais ácido, achados que são relatados em indivíduos com diabetes são por

si só fatores de risco para a cárie dentária. 7,19

Várias lesões da mucosa oral, incluindo líquen plano, estomatite aftosa recorrente,

língua geográfica, queilite angular e infeções bacterianas e fúngicas orais foram relatadas

como manifestações frequentes que resultam da maior suscetibilidade destes doentes para

o seu aparecimento6,7,11,14

Foram identificados distúrbios neuro sensitivos, incluindo a síndrome da boca

ardente21 e disfagia.7,11 Adicionalmente tem sido referido que os diabéticos têm risco

aumentado de desenvolvimento de lesões pré-malignas orais e cancro oral.11

A medicina dentária tem um papel essencial para melhorar as condições de vida

destes doentes e minimizar as repercussões da doença ao nível da saúde oral do

paciente.15 Os Médicos Dentistas poderão ter um papel preponderante no auxílio do

controlo metabólico da DM18, bem como no seu diagnóstico precoce através da

identificação de manifestações orais da doença.6,7,8,9

Com este estudo pretendeu-se a caracterização da saúde oral de utentes seguidos

na Consulta de Diabetes no Centro de Saúde de Estarreja, bem como a determinação dos

seus conhecimentos (e a sua aplicação quotidiana) sobre os autocuidados com a saúde

oral. Foi também objetivo desta investigação o conhecimento da auto-perceção destes

utentes face à relação bidirecional entre a sua doença e a saúde oral.

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CAPÍTULO 2: MATERIAIS E MÉTODOS

______________________________________

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“AVALIAÇÃO DA SAÚDE ORAL EM UTENTES DIABÉTICOS E DA SUA AUTO-PERCEÇÃO FACE À REPERCUSSÃO DA SUA DOENÇA AO NÍVEL DA SAÚDE ORAL” I Ana Rita Dias

21

MATERIAIS E MÉTODOS

Foi realizado um estudo transversal numa amostra de conveniência composta por

74 utentes da Consulta de Diabetes no Centro de Saúde Estarreja, pertencente ao distrito

de Aveiro.

Primeiramente, obteve-se o consentimento formal à realização da investigação no

Centro de Saúde de Estarreja pelo diretor da instituição (anexo VI). O estudo foi aprovado

com parecer favorável pela Comissão de Ética para a Saúde da ARS Centro (anexo V) e

pela Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) (anexo VII).

Todos aqueles quantos os que participaram assinaram um Consentimento

Informado (anexo IV), bem como firmaram a sua assinatura no documento de Explicação

do Estudo (em anexo III). Assim, os objetivos desta investigação foram esclarecidos a

todos os participantes tanto de forma escrita como de forma verbal. Mencionou-se que a

participação era voluntária e que não traria qualquer tipo de prejuízo ou desconforto. Os

participantes tiveram conhecimento que a informação obtida através dos questionários

era anónima e se destinava apenas para tratamento estatístico e apresentação de dados no

âmbito da dissertação da tese de mestrado.

Os critérios de inclusão restringiram a participação a doentes diagnosticados com

DM tipo 1 ou tipo 2. Como critérios de exclusão, consideraram-se indivíduos não

diabéticos.

A recolha dos dados foi feita entre Fevereiro e Março de 2018 no Centro de Saúde

de Estarreja, realizada através da aplicação, por entrevista, de um questionário (anexo I)

e de um exame oral não invasivo (anexo II), efetuados exclusivamente pela investigadora,

segundo um protocolo standardizado e previamente elaborado.

Após observação das análises clínicas, anotou-se o valor da glicose plasmática em

jejum, assim como o da HbA1c, sendo que este último serviu para se inferir face ao grau

de controlo glicémico a longo prazo, nos três meses precedentes à consulta de controlo

da DM.

Os participantes foram caracterizados sob o ponto de vista sociodemográfico

(sexo, data de nascimento, emprego, nível de escolaridade e rendimento do agregado

familiar).

Adicionalmente foi avaliada a história médica e farmacológica dos intervenientes.

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“AVALIAÇÃO DA SAÚDE ORAL EM UTENTES DIABÉTICOS E DA SUA AUTO-PERCEÇÃO FACE À REPERCUSSÃO DA SUA DOENÇA AO NÍVEL DA SAÚDE ORAL” I Ana Rita Dias

22

Os participantes foram inquiridos acerca dos seus hábitos diários, nomeadamente

tabágicos, alcoólicos, consumo de substâncias ilícitas e ingestão de alimentos com

potencial cariogénico.

O questionário abordou ainda questões relativas a comportamentos, hábitos e

perceções sobre a saúde oral. Relativamente aos hábitos de higiene oral, os participantes

foram questionados quanto à frequência de escovagem e de utilização de meios adicionais

de higiene. Investigou-se também a experiência de utilização de serviços médico-

dentários (nomeadamente, frequência da visita ao médico dentista e motivo pela qual a

mesma se faz).

Adicionalmente foi efetuada a auto-caracterização da saúde oral dos

participantes, através de variáveis que inferiam acerca da perceção do estado da saúde

oral. A auto-perceção da condição oral foi obtida com base em duas questões: "De uma

maneira geral, como considera o estado da sua boca” e "No último ano, sentiu que tinha

algum problema na sua boca?". Por sua vez, o autoconhecimento do impacto da sua

doença na saúde oral e vice-versa avaliou-se a partir das seguintes perguntas: “Considera

que um mau controlo da DM influencia a saúde da boca?”, “Acha que a má saúde da

boca influencia negativamente a DM?” e “ Sabe quais as complicações da DM na boca,

se houver um mau controlo da doença?”. E por último, avaliou-se ainda o saber de cada

paciente quanto à DM: “Sabe o que é a Diabetes Mellitus?”.

A informação sobre a forma de aquisição de conhecimentos de saúde oral foi

recolhida inquirindo os participantes se, na instituição em questão, tinham assistido a

alguma ação ou palestra sobre cuidados a ter com a saúde oral na Diabetes.

O exame oral foi realizado com o participante sentado numa cadeira comum e

voltado para uma janela com luz natural. Na observação clinica foi utilizada uma sonda

exploradora, uma pinça, um espelho oral e uma sonda CPI. A inspeção foi realizada com

recurso a máscara, luvas, bata e touca.

No exame clinico foram avaliados três índices dentários: CPO-D, Índice

Periodontal Comunitário (IPC) e o Índice de Higiene Oral Simplificado (IHO-S). 23,25

O Índice CPO-D avalia o número de dentes cariados, perdidos e obturados e os

critérios de cárie foram os preconizados pela OMS. 25

O CPI permite avaliar a condição periodontal quanto à higidez, sangramento e

presença de cálculo ou bolsa. Para realizar o exame utilizou-se uma sonda específica,

denominada sonda CPI. 25 Para efeitos da investigação, considerou-se um tempo de

observação após a sondagem de 30 segundos, critério utilizado na maioria dos índices

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23

com essa categoria de medida e recomendado também pelos pesquisadores que

desenvolveram o Índice CPI. 25

Por último foi avaliado o IHO-S pelos critérios de Greene e Vermillion (1964)23,25

de forma a avaliar a condição de higiene oral dos utentes.23,25

Observou-se ainda a presença ou ausência de alterações da mucosa oral, tais

como: queilite, úlcera traumática, língua geográfica, glossite rombóide mediana,

hiperplasia gengival, atrofia das papilas linguais, candidíase, mucocele ou rânula,

xerostomia, varicosidade lingual, pigmentação racial, gengivite, ptéquia, estomatite

protética, abcesso dentário, líquen plano e estomatite aftosa recorrente.

Por fim, avaliou-se o grau de neuropatia da mucosa oral, a partir da sensibilidade

ao tato e à temperatura.

Os dados recolhidos foram inseridos numa base de dados do programa estatístico

IBM SPSS Statistics 25® (Statistical Package for Social Science). Primeiramente,

aplicaram-se estatísticas de sumário apropriadas para a análise descritiva dos dados

colhidos. Enquanto, as variáveis categóricas foram descritas através de frequências

absolutas e relativas, as variáveis contínuas foram descritas com recurso à média e o

desvio-padrão, sempre que a distribuição apresentou tendência de normalidade, ou à

mediana e percentil 25 e 75 (AIQ- Amplitude Interquartílica), na ausência de tendência

de normalidade para a variável em estudo.

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CAPÍTULO 3: RESULTADOS

______________________________________

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27

RESULTADOS

Caraterização da amostra

Na tabela I apresentam-se os resultados referentes aos dados sociodemográficos.

Tabela I – Caraterização dos dados sociodemográficos.

*Somatório das % não perfaz 100%, isto porque 5 (6,8%) indivíduos optaram por não responder a esta questão.

A média da idade dos participantes foi de 72,74 anos e o desvio padrão de 10,4

anos.

O nível de escolaridade da amostra compreendeu quatro indivíduos (5,4%) que

não completaram qualquer grau de escolaridade, sendo a média de 4,15 anos de

escolaridade com desvio padrão de 2,41 anos.

n %

Sexo

Feminino

Masculino

40

34

54,1%

45,9%

Nível de escolaridade

Sem escolaridade

Até à quarta classe

Mais do que 4 níveis de escolaridade

4

60

10

5,4%

81,1%

13,5%

Situação profissional atual

Aposentado(a)

No ativo

59

15

79,7%

20,3%

Rendimento mensal líquido

< 500 €

500 a 1000 €

1001 a 1500€

>1501€

16

41

5

7

21,6%

55,4%

6,8%

9,5%

*

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28

1. Doenças e medicações

Na tabela II apresentam-se os resultados referentes à história médica dos

participantes.

Tabela II – Caraterização da história médica dos participantes.

* As percentagens podem somar mais de 100% pelo facto dos participantes terem declarado mais do que uma patologia e medicação.

Constatou-se que, 94,6% dos inquiridos apresentaram doenças sistémicas

diagnosticadas, para além da doença no sistema metabólico (Diabetes Mellitus). Assim,

o sistema mais comummente afetado foi o cardiovascular, visto que 87,8% daqueles que

são portadores de outras doenças sistémicas para além da DM manifestaram ser

n %

Doenças sistémicas (exceto Doenças Metabólicas)

Não

Sim

4

70

5,4%

94,6%

SISTEMA / APARELHO

DOENÇAS

n / %*

MEDICAÇÃO ATUAL

n / %*

Nervoso Central

Depressão

Ansiedade

Epilepsia

AVC

Esquizofrenia

23 (31,1%)

9 (39,1%)

7 (30,4%)

1 (4,3%)

5 (21,7%)

1 (4,3%)

Antidepressivo

Ansiolítico

Antiepilético

12 (16,2%)

14 (18,9%)

2 (2,7%)

Endócrino

Diabetes Mellitus Tipo II

Hipotiroidismo

Défice de Vitamina D

74 (100%)

74 (100%)

6 (8,1%)

3 (4,1%)

Insulinoterapia

Antidiabético oral

Hormonas tiroideias de substituição

Substituto da Vitamina D

9 (12,2%)

68 (91,9%)

6 (8,1%)

3 (4,1%)

Gastrointestinal

Refluxo gastroesofágico

Colite

10 (13,5%)

9 (90%)

1 (10%)

Antiácido

18 (24,3%)

Respiratório

Asma

Bronquite asmática

Sinusite

DPOC

11 (14,9%)

4 (36,4%)

4 (36,4%)

2 (18,2%)

1 (9,1%)

Antiasmático e Broncodilatador

5 (6,8%)

Cardiovascular

HTA

Hipercolesterolemia

Enfarte do Miocárdio

Próteses Valvulares Cardíacas

Elevação dos Triglicerídeos

Insuficiência Venosa Crónica

Anemia

65 (87,8%)

57 (86,4%)

43 (65,2%)

5 (7,6%)

3 (4,5%)

1 (1,5%)

4 (6,2%)

3 (84,3%)

Antiagregante plaquetário

Antihipertensor

Antianginoso

Antidislipidémico

Triglicerídeos

Ferro

20 (27%)

60 (81,1%)

1 (1,4%)

41 (55,4%)

4 (5,4%)

4 (5,4%)

Aparelho Auditivo

Doença de Ménière

6 (8,1%)

Análogo da Histamina

6 (8,1%)

Aparelho Visual

Glaucoma

Cataratas

8 (10,8%)

7 (9,5%)

1 (1,4%)

Antihipertensor ocular

6 (8,1%)

Aparelho Reprodutor

Hipertrofia Benigna Prostática

10 (29,4%)

Inibidores 5-alfa-reductase

9 (90%)

Ossos e articulações

Elevação de ácido úrico

Osteoporose

Artrose

22 (29,7%)

8 (36,4%)

3 (13,6%)

13 (72,2)

Manutenção de níveis de ácido úrico

Osteoporose e osteoartrose

8 (10,8%)

3 (4,1%)

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29

portadores de uma condição anómala neste sistema. Assim, a afeção mais prevalente foi

a hipertensão arterial, seguida de hipercolesterolemia. No que respeita à medicação atual,

a toma mais frequente foi a de antiabéticos orais (91,9%), à qual se seguiu a

administração de antihipertensores (81,1%) e antidislipidémicos (55,4%).

2. Hábitos comportamentais

Na tabela III apresentam-se os resultados referentes a hábitos comportamentais

dos participantes com influência na saúde oral.

Tabela III – Caraterização dos hábitos comportamentais dos pacientes.

Apenas dois participantes revelaram ter hábitos tabágicos e um afirmou consumir

substâncias ilícitas.

Observou-se que, mais de metade da amostra, 66,2% dos participantes declararam

ingerir bebidas alcoólicas, nomeadamente vinho tinto (85,7%), principalmente a

acompanhar a refeição (58,1%).

n %

É fumador?

Não

Sim

72

2

97,3%

2,7%

Bebe bebidas alcoólicas?

Não

Sim

25

49

33,8%

66,2%

Se sim, quando?

Dentro das refeições

Fora das refeições

Dentro e fora das refeições

Não sabe / Não responde

43

0

6

0

87,8%

0%

12,2%

0%

Se sim, qual a bebida?

Vinho tinto

Vinho branco

Bebidas brancas

Vinho do Porto

Cerveja

42

4

1

0

2

85,7%

8,2%

2,0%

0%

4,1%

Consome substâncias ilícitas?

Não

Sim

73

1

98,6%

1,4%

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30

3. Hábitos alimentares

Na tabela IV apresentam-se os resultados referentes a hábitos alimentares dos

participantes, nomeadamente sobre a frequência e momento de ingestão de alimentos

cariogénicos (refrigerantes e/ou alimentos açucarados).

Tabela IV – Caraterização do consumo de alimentos sólidos e líquidos açucarados.

Refrigerantes Alimentos açucarados

n % n %

Com que frequência consome?

Não consome

Raramente

1 vez por semana

Pelo menos uma vez por dia

2 ou mais vezes por dia

50

12

4

5

3

67,6%

16,2%

5,4%

6,8%

4,1%

8

26

24

14

2

10,8%

35,1%

32,4%

18,9%

2,7%

Quando consome, qual o momento do dia?

Normalmente ao intervalo das refeições

Normalmente a acompanhar as refeições

Normalmente no intervalo e a acompanhar das refeições

Normalmente à noite quando já se encontra deitado

8

8

8

0

33,3%

33,3%

33,3%

0%

25

19

16

6

37,9%

28,8%

24,2%

9,1%

A maioria da amostra, 67,6% afirmaram não consumir refrigerantes. Quando

questionados acerca do momento de consumo, 33,3% daqueles que consomem fazem-no

ao intervalo das refeições, 33,3% a acompanhar as refeições e ainda segundo a mesma

percentagem no intervalo e a acompanhar as refeições.

Já no que respeita ao consumo de alimentos açucarados (bolachas, chocolates e

bolos), 35,1% revelaram consumir alimentos açucarados raramente, e 32,4% consome

esse tipo de alimentos uma vez por semana. Apenas 2,7% dos participantes afirmaram

comer alimentos açucarados 2 ou mais vezes por dia. A ingestão dos mesmos,

considerando aqueles que consomem, dá-se essencialmente ao intervalo das refeições

(37,9%).

Ainda assim, 63 (85,1%) participantes referiram evitar comer alimentos

açucarados, já 14,9% não tiveram essa preocupação.

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31

4. Hábitos e comportamentos de Saúde Oral

Na tabela V apresentam-se os resultados referentes a hábitos e comportamentos

relacionados com a saúde oral, nomeadamente a frequência de visita ao Médico

Dentista e hábitos de higienização oral.

Tabela V – Caraterização dos comportamentos relacionados com a saúde oral.

A maioria (86,5%) dos participantes declarou somente visitar o seu Médico

Dentista quando teve dores ou algum tipo de problema oral. Apenas 4 dos inquiridos

revelaram ser consultados uma vez por ano. Somente 23 participantes (31,1%)

n

%

Frequência de visita ao Médico Dentista

Nunca consultou o Médico Dentista

Todos os meses

De 6 em 6 meses

Uma vez por ano

Só quando tem dores ou algum problema

Não sabe / Não responde

1

1

4

4

64

0

1,4%

1,4%

5,4%

5,4%

86,5%

0%

Visita ao Médico Dentista, no último ano

Não

Sim

51

23

68,9%

31,1%

Se não, qual a razão para não ter consultado?

Preço elevado das consultas

Inexistência de Médico Dentista na área de residência

Falta de tempo

Não achei necessário

Não sabe / Não responde

9

0

0

41

1

17,6%

0%

0%

80,4%

2%

Se sim, qual a razão para o ter consultado?

Rotina

Vigilância

Tratamentos dentários

Dor

Não sabe / Não responde

3

0

19

1

0

13%

0%

82,6%

4,3%

0%

Frequência de escovagem dentária

Nenhuma

Uma vez

Duas vezes

Três vezes ou mais

Não sabe / Não responde

23

20

13

4

0

38,3%

33,3%

21,7%

6,7%

0%

Uso de pasta dentífrica

Não

Sim

1

36

2,7%

97,3%

Uso de método adicional de escovagem

Nunca usa

Ocasionalmente

Uma vez por dia

Duas ou mais vezes por dia

Não sabe / Não responde

33

2

2

0

0

89,2%

5,4%

5,4%

0%

0%

Uso de colutório

Nunca usa

Ocasionalmente

Uma vez por dia

Duas ou mais vezes por dia

Não sabe / Não responde

47

23

3

1

0

63,5%

31,1%

4,1%

1,4%

0%

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32

consultaram o seu médico dentista no último ano, motivados essencialmente pela

realização de tratamentos dentários em curso (82,6%). No último ano, apenas 13%

daqueles que foram consultados o fizeram por rotina.

Daqueles que não foram ao seu Médico Dentista (31,1%), no último ano, 80,4%

deles não o fez por não achar necessário.

Quanto aos hábitos de escovagem, e excluindo os desdentados totais, 38,3%

relataram nunca escovar os dentes, 33,3% escovam apenas uma vez e 21,7% escovam

duas vezes os seus dentes por dia. Daqueles que escovam, 37 participantes, apenas um

não recorreu a pasta dentífrica e 89,2% referiram que não usam qualquer método

adicional de escovagem (fio dentário e escovilhão). Considerando a totalidade da

amostra, 63,5% dos participantes mencionaram não usar colutório.

No que concerne ao uso de prótese removível, 34 (45,9%) dos inquiridos

recorreram a este tipo de reabilitação oral, sendo que desses metade (50%) apresentaram,

aquando o exame clínico, prótese parcial superior e 44,1% tinham uma prótese parcial

inferior. Por outro lado, 14 (41,2%) dos utentes tinham prótese total superior e 12 (35,3%)

prótese total inferior.

5. Diabetes Mellitus

Na tabela VI apresentam-se os resultados referentes ao tempo decorrido após o

diagnóstico da Diabetes Mellitus e ao controlo da doença nos três meses precedentes,

que se baseia no valor da HbA1c.

Tabela VI – Caraterização de dados referentes ao tempo de diagnóstico e controlo da doença.

No que concerne ao tempo de diagnóstico, a mediana foi de 8 anos com amplitude

interquartílica de 15 anos.

Considerando 61 participantes (82,4%), aqueles que apresentaram análises

clínicas, a mediana do valor de HbA1c foi de 6,4% com AIQ de 1,30%.

n %

Tempo de Diagnóstico

Entre 1 e 5 anos

Entre 6 e 9 anos

Entre 10 e 14 anos

Mais de 15 anos

Controlo da Diabetes Mellitus Tipo II nos 3 meses antecedentes (% HbA1c)

Ótimo controlo

Controlo razoável

Controlo insuficiente

Controlo péssimo

28

18

7

21

34

22

3

2

37,8%

24,3%

9,5%

28,4%

55,7%

36,1%

4,9%

3,3%

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33

Dos 64 participantes (86,5%), aqueles que apresentaram análises clínicas para o

parâmetro em questão, a mediana do valor de glicose em jejum foi de 138,94 ± 41,068

mg/dL.

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34

6. Auto-perceção saúde oral e da doença

Na tabela VII apresentam-se os resultados referentes à auto-caraterização e

perceção dos utentes em relação a aspetos relacionados com a da Saúde Oral e a

Diabetes Mellitus.

Tabela VII – Questões relativas a auto-perceção de saúde oral e doença.

*As percentagens podem somar mais de 100% pelo facto de os participantes terem declarado mais do que um problema de saúde oral.

O estado de saúde da cavidade oral foi autocaracterizado como razoável por

43,2% dos participantes. A maioria dos utentes, 89,2% sentiram que tiveram um ou mais

problemas na sua boca, no último ano. Sendo que a afeção oral mais prevalente foi a

n

%

Como considera o estado da sua boca?

Muito Bom

Bom

Razoável

Mau

Muito mau

Não sabe / Não responde

2

25

32

9

5

1

2,7%

33,8%

43,2%

12,2%

6,8%

1,4%

No último ano, sentiu que tinha algum problema na sua boca?

Não

Sim

Se sim, qual ou quais? *

Feridas

Mau hálito

Sensação de boca ardente

Sensação de boca seca

Candidíase oral

Perda de dentes

Mobilidade dentária

Cáries

Sangramento após escovagem

Dor dentária

Abcesso dentário

Perda de paladar

Saliva viscosa

Aftas

8

66

7

24

4

43

1

20

20

21

25

22

5

2

4

13

10,8%

89,2%

10,6%

36,4%

6,1%

65,2%

1,5%

30,3%

30,3%

31,8%

37,9%

33,3%

7,6%

3%

6,1%

19,7%

*

No último ano, sentiu dores de dentes?

Não

Sim

51

23

68,9%

31,1%

Sabe o que é a Diabetes Mellitus?

Não

Sim

54

20

73%

27%

Considera que um mau controlo da Diabetes influencia a saúde da boca?

Não

Sim

45

29

60,8%

39,2%

Acha que a má saúde da boca influencia negativamente a Diabetes?

Não

Sim

55

22

70,3%

29,7%

Sabe quais as complicações da Diabetes Mellitus na boca, se houver um mau controlo

da doença?

Não

Sim

71

3

95,9%

4,1%

Acha que sabe quais os cuidados a ter com a boca de uma pessoa com Diabetes para

prevenir o aparecimento de complicações da doença?

Não

Sim

47

27

63,5%

36,5%

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35

sensação de boca seca (65,2% dos indivíduos que tiveram um problema oral, no último

ano), seguida de sangramento após escovagem. Apenas 31,1% sentiram dores de dentes,

no último ano.

Na sua maioria, 73% dos utentes não sabiam o que é a Diabetes Mellitus e 60,8%

declararam que um mau controlo da Diabetes não influencia a saúde oral. Paralelamente,

70,3% não acharam que uma saúde oral precária possa influenciar negativamente a

Diabetes. Salienta-se que, os elementos constituintes da amostra, na sua quase totalidade

(95,9%), manifestaram desconhecimento das complicações orais da DM, se houver um

mau controlo da doença. Quando inquiridos sobre quais os cuidados de saúde oral a ter

de forma a prevenir o aparecimento de complicações decorrentes da mesma, 63,5% dos

utentes não sabiam quais as medidas a adotar.

A minoria dos participantes, apenas 11 (14,9%) não consideraram importante a

realização de sessões educativas sobre os cuidados a ter com a sua boca, porém 85,1%

dos participantes acharam tal ação relevante.

7. Forma de aprendizagem

Na tabela VIII apresentam-se os resultados referentes ao local de aprendizagem

da escovagem dentária e ao tipo de informações transmitidas sobre medidas a adotar

para o controlo da Diabetes Mellitus.

Tabela VIII – Questões relativas à aprendizagem no âmbito da saúde oral e controlo da doença.

* As percentagens podem somar mais de 100% pelo facto de os participantes terem declarado mais do que uma opção.

n %*

Alguma vez o ensinaram a escovar os dentes?

Não

Sim

Se sim, onde?

Em casa

No Centro de Saúde

No Consultório do Dentista

Em revistas ou jornais

Em Programas de TV / Rádio

Nas embalagens de dentífricos e escovas

Outra

Não sabe / Não responde

59

15

3

1

7

0

2

0

2

0

79,7%

20,3%

20%

6,7%

46,7%

0%

13, 3%

0%

13,3%

0%

No último ano, recebeu informações de profissionais de saúde sobre medidas a

adotar para o controlo da Diabetes?

Não

Sim

Se sim, qual ou quais?

Observação diária dos Pés

Cuidados alimentares

Prática de exercício físico

Cuidados com a saúde da boca

Administração de injeção de insulina

Medir (no dedo) o nível de açúcar no sangue

Cuidado com as feridas

12

62

55

45

33

5

3

41

27

16,2%

83,8%

88,7%

72,6%

53,2%

8,1%

4,8%

66,1%

43,5%

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36

Quando inquiridos sobre a aprendizagem da escovagem dentária, 79,7% afirmaram

que nunca lhes fora ensinado a escovar os dentes. Apenas 15 dos participantes declararam

terem sido ensinados, nomeadamente ao nível do consultório do dentista (46,7% daqueles

que foram ensinados), houve ainda quem aprendesse em casa por intermédio dos pais

e/ou família (20%) e ainda através de programas de televisão (13,3%). Somente um

diabético referiu ter aprendido o método de escovagem no centro de saúde. Foram

prestadas por profissionais de saúde, informações sobre as medidas a adotar para o

controlo da doença a 83,8% dos utentes inquiridos, dessas as mais prevalentes foram a

observação diária dos pés (88,7%), cuidados alimentares (72,6%) e medição (no dedo) do

nível de açúcar no sangue (66,1%). Apenas, 8,1% daqueles que receberam esses

esclarecimentos foram também informados relativamente a cuidados de saúde oral.

8. Dados clínicos

Nas tabelas IX, X e XI apresentam-se os resultados referentes à avaliação clínica.

Tabela IX – Resultados clínicos dos Índices IHO-S e CPO-D.

* Efetuou-se o cálculo destes dois indicadores de estatística descritiva, para efeitos de comparação com dados presentes no III Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais.35

O IHO-S foi avaliado em 57 participantes, 14 foram eliminados desta análise por

serem desdentados totais e três foram excluídos devido a critérios do índice.

O IHO-S caracterizou-se por 2,92 ± 1,33. O Índice de Placa apresentou um maior

peso comparativamente ao de Cálculo, já que se obteve uma média de 1,60 para o

primeiro e de 1,32 para o segundo, respetivamente.

A mediana encontrada para o Índice CPO-D foi de 19,50. Verificou-se que, o

maior peso do índice foi constituído pelos dentes perdidos com uma mediana de 14,00.

Média Desvio Padrão

IHO-S

Total

Índice de Placa

Índice de Cálculo

2,92

1,60

1,32

1,33

0,72

0,68

Mediana AIQ Média* Desvio Padrão*

19,50

1,00

14,00

0,00

14,00

3,00

15,00

2.00

18,03

1,82

15,32

0,88

7,89

2,17

8,81

1,43

CPO-D

Total

Cariados

Perdidos

Obturados

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37

Tabela X – Resultados clínicos do IPC.

* As percentagens podem somar mais de 100% devido a arredondamentos.

No que concerne à avaliação da condição periodontal, 35,83% dos sextantes foram

excluídos por não possuírem pelo menos dois dentes remanescentes, sem indicação para

extração. Dos restantes sextantes examinados, apenas 8,06% não apresentaram qualquer

sinal de doença periodontal. O achado clínico mais frequente foi a presença bolsa

periodontal de 4-5 mm de profundidade (21,67%).

Tabela XI– Observação clínica - alterações da mucosa oral.

* As percentagens podem somar mais de 100% pelo facto dos participantes terem apresentado mais do que uma patologia.

A maioria dos utentes observados, 57 (77%) não apresentaram qualquer alteração

da mucosa oral. Daqueles que manifestaram (23%), a gengivite foi a alteração mais

prevalente (41,2%), seguida da queilite angular (29,4%).

Por fim, constatou-se que 31,1% dos observados apresentaram perda de

sensibilidade ao tato. Enquanto, 23% tiveram perda de sensibilidade à temperatura.

n(%) 1º Sextante 2º Sextante 3º Sextante 4º Sextante 5º Sextante 6º Sextante Total

Gengiva saudável

Hemorragia à sondagem

Cálculo

Bolsa de 4-5 mm de profundidade

Bolsa > 6 mm de profundidade

Sextante excluído

2 (3,33%)

1 (1,67%)

4 (6,67%)

16 (26,67%)

7 (11,67%)

30 (50%)

11 (18,3%)

5 (8,3%)

26 (43,3%)

7 (11,7%)

2 (3,3%)

9 (15%)

2 (3,33%)

0 (0%)

6 (10%)

16 (26,67%)

10 (16,67%)

26 (43,33%)

2 (3,33%)

0 (0%)

8 (13,33%)

15 (25%)

8 (13,33%)

27 (45%)

9 (15%)

4 (6,67%)

22 (36,67%)

11 (18,33%)

3 (5%)

11(18,33%)

3 (5%)

0 (0%)

9 (15%)

13 (21,67%)

9 (15%)

26 (43,33%)

29 (8,06%)

10 (2,78%)

75 (20,83%)

78 (21,67%)

39 (10,83%)

129 (35,83%)

n %*

Apresenta alterações na mucosa oral?

Não

Sim

Se sim, qual ou quais?

Queilite

Úlcera Traumática

Língua geográfica

Glossite Romboide Mediana

Hiperplasia gengival

Atrofia das papilas linguais

Candidíase oral

Mucocele ou Rânula

Hipofunção salivar

Varicosidade lingual

Pigmentação labial

Gengivite

Ptéquia

Estomatite protética

Abcesso dentário

Líquen Plano

Estomatite aftosa recorrente

Fibroma Traumático

Hemangioma

Herpes labial

57

17

5

0

2

0

1

0

0

0

1

0

1

7

0

2

1

0

1

2

1

1

77%

23%

29,4%

0%

11,8%

0%

5,9%

0%

0%

0%

5,9%

0%

5,9%

41,2%

0%

11,8%

5,9%

0%

5,9%

11,8%

5,9%

5,9%

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CAPÍTULO 4: DISCUSSÃO

______________________________________

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“AVALIAÇÃO DA SAÚDE ORAL EM UTENTES DIABÉTICOS E DA SUA AUTO-PERCEÇÃO FACE À REPERCUSSÃO DA SUA DOENÇA AO NÍVEL DA SAÚDE ORAL” I Ana Rita Dias

41

DISCUSSÃO

Este estudo teve como objetivo a caraterização da saúde oral de utentes diabéticos,

bem como a determinação dos seus conhecimentos sobre os autocuidados com a saúde

oral. Foi também propósito desta investigação o conhecimento da auto-perceção destes

pacientes face à relação bidirecional entre a sua doença e a saúde oral.

Os resultados obtidos apenas são extrapoláveis para populações em iguais

condições. Para se conseguir alcançar um resultado estatisticamente mais relevante será

desejável que em estudos ulteriores a amostra inclua um maior número de participantes e

eventualmente considerar-se um grupo controlo de indivíduos do mesmo estrato etário e

sem patologias sistémicas.

Em 2015, na Rede de Cuidados de Saúde Primários do SNS de Portugal

Continental encontravam-se registados 846 955 utentes com Diabetes, (dos quais 44,6%

nas USF), num universo de 12 470 910 utentes inscritos.2 Além disso, verificou-se um

crescimento acentuado do número de novos casos diagnosticados anualmente em

Portugal nos últimos quatro anos.2 Apesar das limitações focadas anteriormente, devido

à escassez de investigações relativas à auto-percepção dos diabéticos face à relação

bidirecional entre a patologia e a saúde oral, este estudo poderá contribuir para a

caraterização de populações portadoras de diabetes.

Segundo a ADA, a DM tipo II desenvolve-se maioritariamente após a meia-

idade3, o que torna os dados obtidos a partir desta investigação coerentes, já que a média

de idade dos participantes foi de 72,74 anos.

Na amostra, houve predominância de utentes do sexo feminino em relação ao sexo

masculino. Ora, tal facto não é condizente face aquilo que se esperava para a população

portuguesa, em que existe uma maior prevalência desta doença nos homens face às

mulheres.13

Na presente investigação, o nível de escolaridade da amostra compreendeu

essencialmente utentes com frequência até à quarta classe, 81,1% dos participantes. A

baixa escolaridade da amostra pode justificar-se pelo facto de esta população ter vivido

num período em que a escolaridade obrigatória em Portugal era de apenas 3 anos de

ensino e a 4.ª classe tinha um caráter facultativo.16 Para além disso, a população com

níveis de escolaridade superiores à média determinada para a presente amostra, poderá

recorrer a outro tipo de cuidados médicos a nível de unidades de saúde privadas.

A amostra compreendeu somente utentes com Diabetes Mellitus Tipo II. Este é

mais comum do que o tipo I, perfazendo cerca de 90% dos casos de diabetes5,15.

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“AVALIAÇÃO DA SAÚDE ORAL EM UTENTES DIABÉTICOS E DA SUA AUTO-PERCEÇÃO FACE À REPERCUSSÃO DA SUA DOENÇA AO NÍVEL DA SAÚDE ORAL” I Ana Rita Dias

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Eventualmente por esse motivo, não compareceu à Consulta de Diabetes nenhum utente

diagnosticado com Diabetes Mellitus Tipo I.

Frequentemente, a DM tipo II permanece subdiagnosticada durante anos, isto

porque a hiperglicemia desenvolve-se gradualmente e em estádios iniciais não é grave o

suficiente para dar origem a sintomas clássicos da doença.3 No que concerne ao tempo de

diagnóstico, a mediana foi de 8 anos. Como a totalidade da amostra foi constituída por

doentes com DM tipo II, não é possível definir com precisão o início da doença e

consequentemente o momento do diagnóstico pode não ser tão exato, pelo que se admite

que o valor correspondente a este indicador de estatística descritiva possa ser superior ao

descrito acima.

Sabe-se que as complicações cardiovasculares constituem a principal causa de

morte na população diabética, sendo responsáveis por cerca de 75-80% do total de mortes

registadas.33 Mais de 60% das pessoas com DM tipo 2 apresentam em simultâneo

hipertensão arterial.33 Nesta amostra, constatou-se que 94,6% dos inquiridos

apresentaram doenças sistémicas diagnosticadas, para além da DM. Observou-se que, o

sistema cardiovascular foi o mais comumente acometido, verificando-se que 77% dos

utentes diabéticos são igualmente hipertensos.

Quando a insulina não atua, o organismo entra em hiperglicemia, ou seja, a

glucose acumula-se no sangue, deteriorando progressivamente os vasos sanguíneos. Por

esta razão, as doenças cardiovasculares como a angina de peito e o enfarte agudo do

miocárdio são mais frequentes em doentes diabéticos (sobretudo na DM tipo II), do que

na população em geral.33 Ora, na amostra em estudo 5 utentes referiram terem sido

vítimas de um EAM.

No que respeita à medicação atual, a toma mais frequente foi a de antiabéticos

orais (91,9%), à qual se seguiu a administração de antihipertensores (81,1%). O uso de

antihipertensores pode provocar algumas complicações orais, como a diminuição da

secreção salivar e o aumento do tecido gengival – hiperplasia gengival associada à

medicação.34 O primeiro efeito secundário referido poderá explicar o facto de, no último

ano, 89,2% dos participantes terem sentido um ou mais problemas na sua boca,

nomeadamente a sensação de boca seca (65,2% dos indivíduos que tiveram um problema

oral, no último ano). Segundo o autor Al-Maskari et al., a xerostomia é frequente em

doentes com DM.6

O tratamento mais utilizado consistiu na administração de um antidiabético oral

(86,5%). Todavia, 5 utentes declararam recorrer à administração de insulina (6,8%) e

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“AVALIAÇÃO DA SAÚDE ORAL EM UTENTES DIABÉTICOS E DA SUA AUTO-PERCEÇÃO FACE À REPERCUSSÃO DA SUA DOENÇA AO NÍVEL DA SAÚDE ORAL” I Ana Rita Dias

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5,4% disseram usar enquanto terapêutica os dois em simultâneo. Estes dados são

comparáveis aos obtidos no estudo de Faria, em que somente 8,7% dos indivíduos

utilizavam a insulina como terapêutica medicamentosa, enquanto 26,1% tomavam

antidiabético oral.29

Apesar do valor da HbA1c não ser utilizado para o diagnóstico é todavia, o método

de referência para avaliar o grau de controlo glicémico, isto porque avalia a percentagem

de hemoglobina ligada à glicose sanguínea durante os três meses antecedentes . 5,14,20

Considerando 61 participantes (82,4%), aqueles que apresentaram análises clínicas, a

mediana do valor de HbA1c foi de 6,4%. Em Portugal, no ano de 2014, os utentes com

Diabetes (com consulta registada no SNS) apresentaram valores de HbA1c de 6,8%.2

Apesar da pequena diferença que se verifica entre o valor obtido na amostra e aquele que

se obteve para a população portuguesa, esta indica-nos que há um melhor controlo da

diabetes nos três meses precedentes para os indivíduos da amostra analisada face aquele

que se obteve no ano transato de 2014 para a população supracitada.

No que concerne aos hábitos alimentares dos participantes, 85,1% referiram evitar

comer alimentos açucarados, o que se pode explicar pelo facto de terem sido prestadas

informações por profissionais de saúde sobre as medidas a adotar para o controlo da

doença a 83,8% dos utentes inquiridos, sendo que dessas uma das mais prevalentes foi

referente aos cuidados alimentares (72,6%). Notar que, o consumo de alimentos

cariogénicos apresenta um padrão baixo nesta amostra, visto que 67,6% afirmaram não

consumir refrigerantes e 35,1% revelaram consumir alimentos açucarados raramente.

Ora, tais evidências poderão explicar que se tenha verificado uma média de apenas 1,82

dentes cariados.

Se considerarmos o III Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, para

o estrato etário 65-74 anos, em que a média de idades obtida foi de 69,5 anos35,

ligeiramente inferior à conseguida nesta investigação (72,74 anos), poderemos tecer

comparações entre ambos os grupos, dada a grande dispersão de idades da amostra em

análise (desvio padrão de 10,4 anos). Nesse estudo epidemiológico determinou-se que a

média de dentes com os códigos de 3 a 6 do ICDAS é de 2,63 dentes35, que é relativamente

superior à determinada para os dentes cariados dos utentes diabéticos participantes nesta

investigação.

A relação entre a cárie dentária e a DM é um tema controverso.6 Apesar de alguns

estudos não terem encontrado relação entre ambas, outros estudos apontam para a relação

entre um deficiente controlo glicémico e uma maior incidência de cárie dentária.35

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A nível de rastreios são usados métodos e critérios de diagnóstico (nomeadamente,

o CPO-D) diferentes daqueles que são aplicados em ambiente de consultório (tais como,

o ICDAS). Estes últimos versam sobre a confirmação de doença e são mais detalhados,

visto que contemplam estádios iniciais de cárie, aumentando assim o nível de deteção da

doença quando comparado com o diagnóstico efetuado em cotexto comunitário. Por isso,

a doença de cárie dentária poderá ter sido subestimada para a amostra em questão.

A maioria (86,5%) dos participantes declarou somente visitar o seu médico

dentista quando teve dores ou algum tipo de problema oral. Somente 23 participantes

(31,1%) consultaram o seu médico dentista no último ano, motivados essencialmente pela

realização de tratamentos dentários em curso (82,6%). Se considerarmos o estudo

apresentado pela DGS em Novembro de 2015 e tendo em conta a região de saúde Centro,

36,8% consultaram um profissional de saúde oral nos últimos 12 meses.35 Deve-se

assinalar que, os doentes diabéticos que constam da amostra deste estudo, que apresentam

um elevado risco de complicações orais e por isso classificados como doentes de risco,

apresentaram uma frequência de visitas inferior aquela que é apresentada por indivíduos

da população portuguesa de estrato etário aproximado. A maioria da população estudada

apresentou uma frequência de visitas ao médico dentista superior a um ano, frequência

inferior à desejável, uma vez que consultas dentárias frequentes são importantes para a

manutenção de uma boa saúde oral.16 Estes dados estão de acordo com os observados,

que referem que as consultas dentárias em populações idosas apresentam uma maior

probabilidade de estarem relacionadas com processos sintomáticos e não propriamente

com situações de rotina.16 O estudo de Eldarat, et al.10 estimou que cerca de 40% dos

participantes não haviam visitado uma clínica dentária, no ano precedente à investigação

e aqueles que o fizeram foram motivados pelo tratamento da dor / desconforto.10

Dada a patologia destes utentes, seria aconselhável a frequência de visita ao

médico dentista de 6 em 6 meses, isto porque a diabetes é uma das doenças com maior

impacto na saúde oral6,7,11,14 e por outro lado, as complicações orais crónicas em pacientes

com diabetes afetam negativamente o controlo da glicose plasmática.6 E como tal, o

médico dentista tem um papel essencial para melhorar as condições de saúde oral destes

doentes, de forma a prevenir ou minimizar as complicações orais da doença, sendo fulcral

consultas médico-dentárias regulares.15 Ao mesmo tempo, a partir da manutenção da

saúde oral, consegue-se um melhor controlo metabólico desta desordem. 18

A maior parte dos sistemas de saúde oral são baseados maioritariamente numa

organização privada da Medicina Dentária, e por isso, neste tipo populações, o

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investimento em saúde oral é baixo e os recursos são destinados para situações de

emergência e dor.27 E dado que, 55,4% dos participantes mencionaram que o seu agregado

familiar somente aufere um valor compreendido entre 501 e 1000 e considerando que

79,7% da amostra é composta por pensionistas, poderíamos pensar explicar a baixa

frequência de visitas ao médico dentista a partir destes resultados. Todavia, quando

inquiridos qual o motivo para não terem procurado cuidados de saúde oral, daqueles que

não foram ao seu médico dentista (31,1%), no último ano, 80,4% não o fizeram por não

achar necessário. Desde logo constata-se uma evidente incoerência, uma vez que o estado

de saúde da cavidade oral foi autocaracterizado como razoável por 43,2% dos

participantes. A maioria dos utentes, 89,2% sentiram que tiveram um ou mais problemas

na sua boca, no último ano. E 31,1% sentiram dores de dentes, nesse mesmo período.

Por isso, a falta de visitas ao médico dentista pode ser explicada através de certos fatores,

como a idade, baixo nível de escolaridade e falta de transmissão de informação sobre

saúde oral, observados na amostra, que podem tornar complexa a aprendizagem dos

cuidados orais. Além disso, os resultados obtidos neste âmbito poderão não ser

fidedignos, uma vez que inúmeras vezes os pacientes tendem a responder aquilo que

consideram ser socialmente correto.

Quanto aos hábitos de escovagem, e excluindo os desdentados totais, 38,3%

relataram nunca escovar os dentes, 33,3% escovam apenas uma vez e 21,7% escovam

duas vezes os seus dentes por dia. Daqueles que escovam, 37 participantes, apenas um

não recorreu a pasta dentífrica e 89,2% referiram que não usam qualquer método

adicional de escovagem (fio dentário e escovilhão). Resultados semelhantes foram

obtidos por Eldarat, A. H., em que metade dos participantes declarou escovar os dentes

uma vez ao dia, 31% dos participantes afirmaram escovar os dentes duas vezes ao dia e

19% não escovavam diariamente as estruturas orais. Além disso, mais da metade dos

participantes do estudo supracitado relatou nunca usar fio dentário.10 Dados semelhantes

foram igualmente apresentados no III Estudo Nacional de Prevalência de Doenças Orais,

no qual 82,9% participantes relataram não usar fio dentário.35 Estes resultados podem ser

explicados pelo facto dos indivíduos terem baixa literacia face aos serviços de prevenção

e promoção de saúde oral.26 Salienta-se que, este tipo de populações visita com

regularidade o Centro de Saúde, pelo que deveriam até ter uma melhor saúde oral,

contudo não recebem educação nesse sentido, sob pena de serem portadores de maior

índice de placa e cálculo. Tal e qual como se verificou na amostra, cujo Índice de Higiene

Oral Simplificado se caracterizou-se por 2,92 ± 1,33. Sendo que, o Índice de Placa

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“AVALIAÇÃO DA SAÚDE ORAL EM UTENTES DIABÉTICOS E DA SUA AUTO-PERCEÇÃO FACE À REPERCUSSÃO DA SUA DOENÇA AO NÍVEL DA SAÚDE ORAL” I Ana Rita Dias

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apresentou um maior peso comparativamente ao de Cálculo. Note-se que, a presença de

um Índice de Placa significativo constitui um fator etiológico da doença periodontal, que

na DM Tipo II é complicação oral mais prevalente.17 O que vai de encontro ao observado

no exame clínico para o IPC, no qual a condição periodontal mais prevalente foi a

presença bolsa de 4-5 mm de profundidade (21,67%). Segundo o III Estudo Nacional de

Prevalência das Doenças Orais, para o grupo etário dos 65-74 anos, somente 12,3% dos

sextantes observados apresentaram bolsas de 4-5mm de profundidade.36 Por outro lado,

a 29,5% dos sextantes avaliados foi-lhes atribuído o código zero que é correspondente à

condição de gengiva saudável, enquanto na presente investigação apenas 8,06% dos

sextantes examinados não apresentaram qualquer sinal de doença periodontal. Ora, tais

evidências estatísticas poder-nos-ão indicar haver uma condição periodontal mais

fragilizada nos utentes diabéticos face aos seus pares de estrato etário aproximado.

Tem vindo a ser referenciado na literatura científica uma associação entre a DM

e o edentulismo precoce.32 Este facto é corroborado com os dados obtidos nesta

investigação, já que a média encontrada para o Índice CPO-D foi de 18,03, tendo-se

verificado que o maior peso do índice foi constituído por dentes perdidos com uma média

de 15,32. Ora, este valor permite-nos compreender a necessidade do uso de prótese

removível por 45,9% dos participantes. Segundo a DGS, para a faixa etária dos 65-74

anos, 51,1% declararam usar prótese removível.36

Nesse estudo obteve-se 14,4% de indivíduos desdentados totais35, enquanto na

presente investigação esse valor foi de 19%. A perda dentária condiciona diversos

problemas de âmbito funcional, psicológico e social, podendo-se refletir em termos de

dieta e de bem-estar geral.12 Salienta-se que, a afeção em termos de dieta poderá ter

repercussões negativas a nível do controlo metabólico da diabetes, o que poderá

eventualmente ser prejudicial para a qualidade de vida do paciente diabético.

A maioria dos utentes observados, 57 (77%) não apresentaram qualquer alteração

da mucosa oral, o que poderá ser devido ao facto de 55,7% dos pacientes terem

apresentado um ótimo controlo da diabetes, isto porque as manifestações orais são mais

prevalentes em utentes de baixo controlo glicémico.18

Atualmente, as consultas de controlo da diabetes incluem o controlo da glicémia

destes doentes, assim como a vigilância do pé diabético, de retinopatias e cardiopatias.13

Habitualmente são desenvolvidas ações educativas de prevenção ou para retardar o

aparecimento da doença, proferidos apelos à prática desportiva e adoção de estilo de vida

saudável.1,13 Na presente amostra, constatou-se que foram prestadas por profissionais de

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“AVALIAÇÃO DA SAÚDE ORAL EM UTENTES DIABÉTICOS E DA SUA AUTO-PERCEÇÃO FACE À REPERCUSSÃO DA SUA DOENÇA AO NÍVEL DA SAÚDE ORAL” I Ana Rita Dias

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saúde, informações sobre as medidas a adotar para o controlo da doença a 83,8% dos

utentes inquiridos, sendo que dessas as mais prevalentes foram a observação diária dos

pés (88,7%), cuidados alimentares (72,6%) e medição (no dedo) do nível de açúcar no

sangue (66,1%).

Todavia, ainda não é usual falar-se na criação de sinergismos em campanhas para

a sensibilização, prevenção e tratamento das complicações orais de uma das doenças mais

prevalentes da atualidade.6,9 E por isso, nesta investigação apenas 8,1% daqueles que

receberam esclarecimentos sobre o controlo da doença foram também informados

relativamente a cuidados de saúde oral. Só assim se compreende que os dados

apresentados tenham demonstrado que 95,9% dos participantes não tenham

conhecimento relativamente às manifestações orais da doença, 70,3% não saibam a

repercussão de uma saúde oral deficitária no controlo metabólico da patologia e 60,8%

desconheçam a influência da doença mal controlada ao nível da saúde oral. Também Allen

et al. verificou que os diabéticos tinham um conhecimento limitado em relação ao

impacto que uma má saúde oral tem na saúde em geral.28

.

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CAPÍTULO 5: CONCLUSÃO

______________________________________

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“AVALIAÇÃO DA SAÚDE ORAL EM UTENTES DIABÉTICOS E DA SUA AUTO-PERCEÇÃO FACE À REPERCUSSÃO DA SUA DOENÇA AO NÍVEL DA SAÚDE ORAL” I Ana Rita Dias

51

CONCLUSÃO

Os dados apresentados demonstraram claramente que os utentes diabéticos têm

um conhecimento deficitário relativamente às manifestações orais da doença e a sua

repercussão no controlo metabólico, tal e qual como desconhecem a influência da doença

mal controlada ao nível da saúde oral. Para além disso, concluiu-se que os doentes

diabéticos não sabem quais os cuidados a ter com a sua saúde oral de modo a evitar o

aparecimento de manifestações orais decorrentes desta patologia metabólica, isto porque

a informação que lhes é fornecida no âmbito do controlo da doença é praticamente

inexistente na área dos cuidados médico-dentários.

O aumento do conhecimento dos utentes diabéticos face à repercussão da sua

doença ao nível da saúde oral e vice-versa está dependente da implementação de

estratégias educacionais de saúde pública, nomeadamente pela realização de sessões de

esclarecimento e permanência de um médico dentista ao nível das instituições que

executam a monitorização e controlo da doença. Este profissional de saúde poderá assim

contribuir para um melhor controlo glicémico através de terapêuticas que promovam uma

boa saúde oral e minimizar o impacto das manifestações orais da doença.

Dado que estes doentes estão de sobremaneira sensibilizados para o controlo da

doença, será igualmente conveniente demonstrar o impacto benéfico que uma boa saúde

oral poderá ter a nível do controlo metabólico da mesma, como forma de alertar e motivar

o paciente para adoção de hábitos de saúde oral adequados.

Um doente diabético sensibilizado será um enfermo mais atento e cooperante no

que concerne aos cuidados de saúde oral diários, com melhor perceção da necessidade de

cuidados médico-dentários de rotina.

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14. Krasteva, A., Panov, V., Krasteva, A., Kisselova, A. & Krastev, Z. (2011). Oral cavity

and systemic diseases— diabetes mellitus. Biotechnology & Biotechnological Equipment,

25, 2183–2186.

15. Pimenta Paçô, M. T. (2014). Avaliação do impacto da saúde oral em utentes

diabéticos com idade superior ou igual a 65 anos (Tese de Mestrado). Instituto Politécnico de

Bragança - Escola Superior de Saúde, Portugal.

16. Pires, I. (2009). A Influência da Saúde Oral na Qualidade de Vida (Tese de

Doutoramento). Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, Portugal.

17. Stanko, P. & Holla, L. I. (2014). Bidirectional association between diabetes mellitus

and inflammatory periodontal disease. A review. Biomedical Papers of the Medical Faculty

of the University Palacký, Olomouc, Czech Repub., 158(1), 35–38.

18. Deshmukh, M. Basnaker, Vinaya Kumar Kulkarni, G. Katti Periodontal Disease and

Diabetes - A Two Way Street Dual Highway? People’s Journal of Scientific Research Vol.

4(2), July 2011

19. Moreira Ar. et al. (2007). Hipossalivação e o aumento da glucose salivar em

diabéticos. Revista Odonto • Ano 15, n. 30, Jul. Dez. 2007

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“AVALIAÇÃO DA SAÚDE ORAL EM UTENTES DIABÉTICOS E DA SUA AUTO-PERCEÇÃO FACE À REPERCUSSÃO DA SUA DOENÇA AO NÍVEL DA SAÚDE ORAL” I Ana Rita Dias

55

20. Hill LV, Tan MH, Pereira LH, Embil JA. Association of oral candidiasis with diabetic

control. Journal of Clinical Pathology. 1989;42(5):502-505.

21. Burning mouth syndrome. JADA, Vol. 136; August 2005

22. Pace, A. E., Ochoa-Vigo, K., Caliri, M. H. L. & Fernandes, A. P. M. (2006). O

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23. Greene JC, Vermillion JR. The Simplified Oral Hygiene index. J Am Dent Assoc. 1964;

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25. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica.

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26. Silva RHA, Bastos JRM, Mendes HJ, Castro RFM, Camargo LMA. Dental caries,

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27. World Health Organization. Oral health: action plan for promotion and integrated disease

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28. Allen, E. M., Ziada, H. M., O’Halloran, D., Clerehugh, V. & Allen, P. F. (2008).

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29. Faria, H. (2008). Fatores Relacionados à Adesão do Paciente Diabético à Terapêutica

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30. Valerio, M. A., et al. (2011). A qualitative examination of patient awareness and

understanding of type 2 diabetes and oral health care needs. Diabetes Research and Clinical

Practice 93(2): 159-165

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“AVALIAÇÃO DA SAÚDE ORAL EM UTENTES DIABÉTICOS E DA SUA AUTO-PERCEÇÃO FACE À REPERCUSSÃO DA SUA DOENÇA AO NÍVEL DA SAÚDE ORAL” I Ana Rita Dias

56

31. Negrato, C. A., & Tarzia, O. (2010). Buccal alterations in diabetes mellitus.

Diabetology & Metabolic Syndrome, 2,3. doi:10.1186/1758-5996-2-3

32. Moore, P. A., Orchard, T., Guggenheimer, J. & Weyant, R. J. (2000). Diabetes and

oral health promotion: a survey of disease prevention behaviors. The Journal of the American

Dental Association, 131, 1333–1341.

33. Fundação Portuguesa Cardiologia. (2018). Diabetes - Fundação Portuguesa

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34. Yagiela Ja, Haymore Tl. Management of the hypertensive dental patient. CDA J,

35(1):51-59, 2007.

35. Calado, R., Sousa Ferreira, C., Nogueira, P. and Melo, P. (2015). III Estudo Nacional

de Prevalência das Doenças Orais. [online] Dgs.pt. Available at:

https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/iii-estudo-nacional-de-prevalencia-das-

doencas-orais.aspx [Accessed 9 May 2018].

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ANEXOS

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ANEXO I

Questionário

1. Sexo

0 Feminino

1 Masculino

2. Data de Nascimento / / (ano) (mês) (dia)

99 Não sabe / Não responde

3. Há quanto tempo lhe foi diagnosticado Diabetes Tipo 2? _______________________

99 Não sabe / Não responde

4. Atualmente, encontra-se empregado?

0 Não

1 Sim

Se sim, qual é o seu emprego? _____________________________________________

5. Qual é o seu nível de escolaridade?

Vou agora fazer-lhe uma pergunta sobre um assunto que muita gente acha pouco simpático,

mas que é um dado muito útil para o âmbito deste estudo, uma vez que este dado se relaciona

muitas vezes com a procura de cuidados de saúde dentária. Se me quiser responder, gostaria

que situasse num dos seguintes intervalos o rendimento mensal total líquido (incluindo

vencimentos e outras fontes de rendimento como subsídios, rendas, ajudas monetárias, pensão

de alimentos) de todas as pessoas que vivem na sua casa, bastando indicar-me o intervalo:

1º Ciclo 2ºCiclo 3ºCiclo Ensino

Secundário

Ensino Superior

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º Licenciatura Mestrado Doutoramento

Este questionário destina-se a caracterizar a saúde oral dos utentes Diabéticos seguidos

na Consulta de Diabetes no CSE (pólo do CHBV).

É constituído por 35 questões.

O tempo estimado de resposta ao questionário é de aproximadamente 20 minutos.

A participação no estudo é voluntária e toda informação fornecida é confidencial. Agradecemos

a disponibilidade e colaboração.

As perguntas abaixo são relativas à sua caracterização pessoal.

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60

6. Qual é o rendimento mensal líquido do agregado familiar?

☐1. <500€

☐2. 500€ - 1000€

☐3. 1000€ – 1500€

☐4. 1500€ – 2000€

☐5. > 2000€

7. É portador de alguma doença?

0 Não

1 Sim

Se sim, qual ou quais? _____________________________________________

8. Toma ou já tomou de forma regular um medicamento?

0 Não

1 Sim

Se sim, qual ou quais? (escrever no quadro abaixo)

Qual o nome do

medicamento?

Por que motivo toma ou

tomou a medicação?

Neste momento, está a efetuar esta

medicação?

SIM NÃO

9. É fumador?

0 Não

1 Sim

Se sim, quantos cigarros fuma diariamente? I__|__| cigarros

As perguntas abaixo são relativas a hábitos diários.

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“AVALIAÇÃO DA SAÚDE ORAL EM UTENTES DIABÉTICOS E DA SUA AUTO-PERCEÇÃO FACE À REPERCUSSÃO DA SUA DOENÇA AO NÍVEL DA SAÚDE ORAL” I Ana Rita Dias

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10. Bebe bebidas alcoólicas?

0 Não

1 Sim

Se sim, quando?

1 Dentro das refeições

2 Fora das refeições

3 Dentro e fora das refeições

99 Não sabe/ Não responde

Se sim, qual a bebida ou bebidas?___________________________________________

11. Consome substâncias ilícitas?

0 Não

1 Sim

Se sim, qual ou quais?

1 Haxixe

2 Marijuana

3 Anfetaminas

4 Cocaína

5 Ecstasy

6 Heroína

7 Alucinogénicos

8 Outra. Qual ou quais? _____________________________________________

99 Não sabe / Não responde

12. Com que frequência consome refrigerantes (ex. Coca-cola, Ice tea, etc.)?

0 Não consome (Se não consome, avance para a pergunta 14)

1 Raramente

2 1 vez por semana

3 Pelo menos uma vez por dia

4 2 ou mais vezes por dia

13. Quando consome refrigerantes, qual o momento do dia?

1 Normalmente no intervalo das refeições

2 Normalmente a acompanhar as refeições

3 Normalmente no intervalo e a acompanhar as refeições

4 Normalmente à noite quando já se encontra deitado

14. Com que frequência consome alimentos açucarados (ex. Bolos, bolachas, chocolate)?

0 Não consome (se não consome, avance para a pergunta 16)

1 Raramente

2 Uma vez por semana

3 Uma vez por dia

4 Duas ou mais vezes por dia

As perguntas abaixo são relativas a hábitos alimentares.

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15. Quando consome alimentos açucarados, qual o momento do dia?

1 Normalmente no intervalo das refeições

2 Normalmente a acompanhar as refeições

3 Normalmente no intervalo e a acompanhar as refeições

4 Normalmente à noite quando já se encontra deitado

16. Evita comer alimentos açucarados (refrigerantes, bolos, chocolates, etc.) para

prevenir problemas na sua boca?

0 Não

1 Sim

17. Alguma vez o ensinaram a escovar os dentes?

0 Não

1 Sim

Se sim, onde?

1 Em casa

2 No Centro de Saúde

3 No Consultório do Dentista

4 Em revistas ou jornais

5 Em Programas de TV/Rádio

6 Nas embalagens de dentífricos e escovas

7 Outra. Qual ou quais? _____________________________________________

99 Não sabe / Não responde

18. Em média, de quanto em quanto tempo consulta o Médico Dentista?

0 Nunca consultei o Médico Dentista

1 Todos os meses

2 De 6 em 6 meses

3 Uma vez por ano

4 Só quando tenho dores ou algum problema na minha boca

5 Não sabe / Não responde

19. Em média, quantas vezes escova os seus dentes por dia?

0 Nenhuma (Se escolheu “Nenhuma”, passe para a pergunta 22)

1 Uma vez

2 Duas vezes

3 Três vezes ou mais

99 Não sabe/Não responde

As perguntas abaixo são relativas à sua saúde oral.

As perguntas abaixo são relativas à sua saúde oral no último ano.

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20. Quando escova os dentes, utiliza pasta dentífrica?

0 Não

1 Sim

21. Utiliza algum meio adicional para escovar os seus dentes? (Ex. Fio dentário,

escovilhão, etc.)

0 Nunca usa

1 Uma vez por dia

2 Duas vezes ou mais por dia

3 Ocasionalmente

99 Não sabe/Não responde

22. Utiliza regularmente algum produto para bochechar?

0 Nunca usa

1 Uma vez por dia

2 Duas vezes ou mais por dia

3 Ocasionalmente

99 Não sabe/Não responde

Se usa, qual ou quais?_____________________________________________________

23. No último ano, consultou o Médico Dentista?

0 Não (Se escolheu “Não”, passe para a pergunta seguinte)

1 Sim (Se respondeu “Sim”, passe para a pergunta 25)

24. Qual a razão para, no último ano, não ter consultado o Médico Dentista?

1 Preço elevado das consultas

2 Inexistência de Médico Dentista na área de residência

3 Falta de tempo

4 Não achei necessário

99 Não sabe/ não responde

25. Qual a razão para, no último ano, ter consultado o Médico Dentista?

1 Rotina

2 Vigilância (ex. Se usa aparelho ortodôntico)

3 Tratamentos dentários

4 Dor

99 Não sabe/ não responde

26. De uma maneira geral, como considera o estado da sua boca?

1 Muito bom

2 Bom

3 Razoável

4 Mau

5 Muito mau

99 Não sabe/ não responde

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27. No último ano, sentiu dor de dentes?

0 Não

1 Sim

28. No último ano, sentiu que tinha algum problema na sua boca? (cáries, sangramento

após a escovagem, etc.)

0 Não

1 Sim

Se sim, qual ou quais? (preencha com x o quadro abaixo)

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29. No último ano, recebeu informações de profissionais de saúde sobre medidas a adotar

para o controlo da Diabetes?

0 Não

1 Sim

Se sim, qual ou quais? Assinale com uma cruz (X)

1 Observação diária dos Pés

2 Cuidados alimentares

3 Prática de exercício físico

4 Cuidados com a saúde da boca

5 Administração da injeção de insulina

6Pedir (no dedo) o nível de açúcar no sangue

7 Cuidado com as feridas

30. Sabe o que é a Diabetes Mellitus?

0 Não

1 Sim

31. Considera que um mau controlo da Diabetes influencia a saúde da boca?

0 Não

1 Sim

32. Acha que a má saúde da boca influencia negativamente a Diabetes?

0 Não

1 Sim

33. Sabe quais as complicações da Diabetes Mellitus na boca, se houver um mau controlo

da doença?

0 Não

1 Sim

34. Julga importante a realização de sessões educativas sobre os cuidados a ter com a sua

boca?

0 Não

1 Sim

35. Acha que sabe quais os cuidados a ter com a boca da pessoa com Diabetes para

prevenir o aparecimento de complicações da doença?

0 Não

1 Sim

Por último, dê-nos a sua opinião.

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67

ANEXO II

Exame Oral

O utente é portador de Prótese Removível?

0 Não

1 Sim

Se sim:

1 Prótese Total Superior

2 Prótese Total Inferior

3 Prótese Parcial Superior

4 Prótese Parcial Inferior

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Código para Índice de Placa:

▪ Grau zero (0) – ausência de induto ou mancha intrínseca;

▪ Grau um (1) – presença de induto cobrindo não mais de 1/3 da superfície examinada ou ausência

de induto, mas presença de mancha intrínseca;

▪ Grau dois (2) - presença de induto cobrindo mais de 1/3, mas não mais de 2/3 da superfície

examinada; poderá haver ou não presença de mancha intrínseca;

▪ Grau três (3) - presença de induto cobrindo mais de 2/3 da superfície examinada.

Código para Índice de Cálculo:

▪ Grau zero (0) – ausência de cálculo supra ou subgengival;

▪ Grau um (1) – presença de cálculo supragengival cobrindo não mais de 1/3 da superfície

examinada;

▪ Grau dois (2) - presença de cálculo supragengival cobrindo mais de 1/3 da superfície, mas não mais

de 2/3 da superfície examinada, ou presença de pequenas porções de cálculo subgengival em

torno da área cervical do dente;

▪ Grau três (3) - presença cálculo supragengival cobrindo mais de 2/3 da superfície examinada ou

uma faixa contínua de cálculo subgengival ao longo da região cervical do dente, ou ambos.

Índice de Placa =

Índice de Cálculo =

Índice de Higiene Oral Simplificado =

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Grau de Neuropatia – Mucosa Oral

Perda da sensibilidade ao tato

0 Não

1 Sim

Perda de sensibilidade à temperatura

0 Não

1 Sim

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71

ANEXO III

Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

EXPLICAÇÃO DO ESTUDO

Exmo.(a) Sr.(a),

Eu, Ana Rita da Silva Dias, aluna do 5º ano do Mestrado Integrado em Medicina Dentária

na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, venho por este meio, apresentar a

Vª. Exª. o estudo no âmbito da dissertação da Tese de Mestrado em Medicina Dentária

subordinado ao tema “Avaliação da saúde oral em utentes diabéticos e da sua auto-perceção face

à repercussão da sua doença ao nível da saúde oral", orientada pela Prof.ª Dr.ª Maria Lurdes

Ferreira Lobo Pereira.

Objetivos: Este estudo tem como objetivo a caracterização da saúde oral e seus determinantes de

utentes diabéticos seguidos na Consulta de Diabetes no Centro de Saúde de Estarreja (ACeS

Baixo Vouga), bem como conhecer e monitorizar, nos diabéticos, os conhecimentos (e a sua

aplicação quotidiana) sobre os autocuidados com a saúde oral.

Metodologia: Para avaliação da cárie dentária, da doença periodontal e da higiene oral de cada

participante são utilizados os índices CPO-D, Índice Periodontal Comunitário e Índice de Higiene

Oral Simplificado, respetivamente, sob luz natural com recurso a um espelho bucal plano, uma

sonda exploradora e uma sonda periodontal. É também aplicado um questionário que incluirá a

caracterização sociodemográfica dos participantes e questões relativas a comportamentos e

hábitos relacionados com a saúde oral.

Benefícios: Os benefícios estão presentes na importância da divulgação e conhecimento do

estado da saúde oral da população estudada, bem como dos seus hábitos e comportamentos

relativamente à sua saúde oral. Realça-se ainda o contributo deste estudo no acrescento de matéria

científica nesta área, devido à escassez de estudos relativamente à auto-percepção dos diabéticos

face à repercussão da doença ao nível da sua saúde oral, já que a diabetes é uma das doenças com

maior impacto na saúde oral.

Riscos/Desconfortos: O presente estudo não apresenta qualquer risco para os participantes.

Também não se prevê desconforto, excetuando-se aquele que é inerente ao preenchimento do

questionário e de um exame clinico não invasivo.

Características Éticas: Durante a realização do estudo, serão consideradas todas as regras éticas

descritas na legislação em vigor, nomeadamente quanto ao tratamento e armazenamento de dados

onde será garantida a confidencialidade de toda a informação. O preenchimento dos questionários

será realizado anonimamente.

Ana Rita Dias

Data: ____ / _________________ / 20____

Declaro que recebi, li e compreendi a informação sobre o estudo

Assinatura do participante: ______________________________________________________________

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73

ANEXO IV

DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

“Declaração de Helsínquia” da Associação Médica Mundial

Título: "Avaliação da saúde oral em utentes diabéticos e da sua auto-perceção face à

repercussão da sua doença ao nível da sua saúde oral"

________________________________________________________(nome completo),

compreendi a explicação que me foi fornecida, por escrito e verbalmente, da investigação

que se tenciona realizar, para qual é pedida a minha participação. Foi-me dada

oportunidade de fazer as perguntas que julguei necessárias, e para todas obtive resposta

satisfatória. Tomei conhecimento de que, de acordo com as recomendações da Declaração

de Helsínquia, a informação que me foi prestada versou os objetivos, os métodos, os

benefícios previstos, os riscos potenciais e o eventual desconforto. Além disso, foi-me

afirmado que tenho o direito de decidir livremente aceitar ou recusar a todo o tempo a

minha participação no estudo. Sei que, se recusar não haverá qualquer prejuízo na

assistência que me é prestada. Foi-me dado todo o tempo de que necessitei para refletir

sobre esta proposta de participação. Nestas circunstâncias, decido livremente aceitar

participar neste projeto de investigação, tal como me foi apresentado pelo investigador(a),

sabendo que a confidencialidade dos participantes e dos dados a eles referentes se

encontra assegurada. Mais autorizo que os dados deste estudo sejam utilizados para este

e outros trabalhos científicos desde que irreversivelmente anonimizados.

Data: ____ / _________________ / 20____

Assinatura do(a) participante: ______________________________________________

A Investigadora _________________________________________________________

Ana Rita Dias (tlm: 9192151231; [email protected])

A Orientadora: __________________________________________________________

Prof.ª Doutora Maria de Lurdes Ferreira Lobo Pereira ( [email protected])

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ANEXO V

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ANEXO VI

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ANEXO VII

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“AVALIAÇÃO DA SAÚDE ORAL EM UTENTES DIABÉTICOS E DA SUA AUTO-PERCEÇÃO FACE À REPERCUSSÃO DA SUA DOENÇA AO NÍVEL DA SAÚDE ORAL” I Ana Rita Dias

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