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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE NUTRIÇÃO AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS SUBMETIDOS À CIRURGIA BARIÁTRICA LUCIANA SAMPAIO CUNHA DA SILVA Cuiabá-MT, 29 de março de 2016

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

    FACULDADE DE NUTRIÇÃO

    AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE

    INDIVÍDUOS SUBMETIDOS À CIRURGIA

    BARIÁTRICA

    LUCIANA SAMPAIO CUNHA DA SILVA

    Cuiabá-MT, 29 de março de 2016

  • 1

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

    FACULDADE DE NUTRIÇÃO

    AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE

    INDIVÍDUOS SUBMETIDOS À CIRURGIA

    BARIÁTRICA

    LUCIANA SAMPAIO CUNHA DA SILVA

    Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de

    Nutrição da Universidade Federal de Mato

    Grosso como parte dos requisitos exigidos para

    obtenção do título de Bacharel em Nutrição, sob

    orientação do (a) professor (a) MSc. Silvia

    Regina de Lima Reis.

    Cuiabá-MT, 29 de março de 2016

  • 2

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

    FACULDADE DE NUTRIÇÃO

    AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS

    SUBMETIDOS À CIRURGIA BARIÁTRICA

    LUCIANA SAMPAIO CUNHA DA SILVA

    Orientador:

    Prof. MSc. Silvia Regina de Lima Reis

    MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA

    Julgado em: 18/04/2016

  • 3

  • 4

    DEDICATÓRIA

    À Deus, por ter me permitido chegar até aqui.

    À minha família pela fé e confiança depositada.

    Aos meus amigos pelo apoio incondicional.

    Aos professores pelo simples fato de estarem dispostos a ensinar.

    Enfim, a todos que de alguma forma tornaram este caminho mais fácil de ser

    percorrido.

  • 5

    AGRADECIMENTOS

    Agradeço primeiramente, a Deus pela oportunidade e privilégio dado em compartilhar

    tamanha experiência e, ao frequentar este curso, perceber e atentar para a relevância de temas

    que não faziam parte, em profundidade, da minha vida.

    À minha família, em especial aos meus pais Zoé e Herodias e irmãos Danielle e

    Roberto, pela paciência em tolerar a minha ausência e serem ponto de equilíbrio nos

    momentos de dificuldade.

    Aоs meus amigos, pеlаs alegrias, tristezas е dificuldades compartilhas. Cоm vocês, аs

    pausas entre υm parágrafo е outro dе produção melhora tudo о qυе tenho produzido nа vida.

    A minha orientadora Prof. MSc. Silvia pela simpatia e presteza no auxílio às

    atividades e discussões, pela oportunidade e incentivo de participação em publicações e

    eventos e sem a qual este trabalho de graduação não teria a mesma qualidade.

    A todos os professores pelo carinho, dedicação e entusiasmo demonstrado ao longo do

    curso. Aos colegas de curso pela prontidão na troca de informações e materiais.

    E por fim, a equipe do Instituto de Obesidade e Cirurgia, em especial a nutricionista

    Isabela Prado, por toda receptividade, atenção e dedicação na condução desta pesquisa.

  • 6

    “Desistir... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me

    levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus

    olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais

    esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus

    ombros, mais estrada no meu coração do que medo na

    minha cabeça.”

    (Cora Coralina)

  • 7

    SUMÁRIO

    1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 09

    2. OBJETIVOS................................................................................................................. 13

    2.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................................... 13

    2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...................................................................................... 13

    3. MATERIAL E MÉTODO........................................................................................... 14

    3.1 DESENHO DO ESTUDO........................................................................................... 14

    3.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO..................................................................................... 14

    3.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO.................................................................................... 14

    3.4 COLETA DE DADOS................................................................................................. 14

    3.5 AVALIAÇÃO DA PERDA DE PESO........................................................................ 15

    3.6 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA............................................................. 16

    3.7 ANÁLISES ESTATÍSTICAS...................................................................................... 16

    4. RESULTADOS............................................................................................................ 17

    5. DISCUSSÃO................................................................................................................. 22

    6. CONCLUSÃO.............................................................................................................. 27

    7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................

    APÊNDICES E ANEXOS...............................................................................................

    28

    33

  • 8

    RESUMO A cirurgia bariátrica tem se mostrado uma técnica de grande auxílio na condução clínica de alguns casos de

    obesidade. O procedimento cirúrgico resulta em perda de peso significativa e duradoura, melhorando as

    comorbidades, prevenindo complicações prejudiciais a qualidade de vida e aumentando a longevidade.

    Sendo assim, este trabalho teve por objetivo avaliar a qualidade de vida de pacientes submetidos à cirurgia

    bariátrica após 1 ano de intervenção cirúrgica. Estudo transversal, desenvolvido entre os meses de abril a

    junho de 2015 em uma clínica particular da cidade de Cuiabá-MT. Participaram do estudo, adultos de

    ambos os sexos, que foram submetidos ao bypass gástrico em Y-de-Roux. A qualidade de vida foi avaliada 1

    ano após a intervenção cirúrgica, por meio do protocolo Bariatric Analysis and Reporting Outcome System

    (BAROS), validado e reconhecido internacionalmente. Entre os 41 avaliados, 78,05% eram do sexo

    feminino, e 21,95% do sexo masculino, com idade média de 41,6±8,8 e 35,6±10,1 anos, respectivamente.

    No período pré e pós-operatório, os pacientes apresentaram IMC médio de 41,2±6,8 kg/m² e 27,1±4,9

    kg/m², respectivamente. O percentual de perda do excesso de peso médio foi 74,9%. De acordo com a

    classificação do protocolo BAROS, apenas 4,9% dos pacientes tiveram a qualidade de vida classificada

    como boa, 48,8% muito boa e 46,3% excelente, sendo que nenhum paciente teve a qualidade de vida

    classificada como insuficiente ou aceitável. Conclui-se, que o tratamento cirúrgico trouxe benefício efetivo

    aos pacientes, uma vez que estes obtiveram uma melhora da qualidade de vida como consequência da perda

    de peso.

    PALAVRAS-CHAVE: cirurgia bariátrica; qualidade de vida; obesidade; perda de peso.

  • 9

    ABSTRACT Bariatric surgery has been shown to be a great aid technique in the clinical management of some cases of

    obesity. The surgical procedure results in loss of significant and lasting weight, improving comorbidities,

    preventing complications detrimental to quality of life and increasing longevity. Thus, this study aimed to

    evaluate the quality of life of patients undergoing bariatric surgery after 1 year of surgery. cross-sectional study,

    carried out between the months of April to June 2015 in Cuiabá-MT. Participants were adults of both sexes, who

    underwent Y gastric bypass Roux-en. The quality of life was assessed 1 year after surgery, through the Bariatric

    Analysis and Reporting Outcome System Protocol (BAROS), validated and recognized internationally. Among

    the 41 evaluated, 78.05% were female and 21.95% male, mean age 41.6 ± 8.8 and 35.6 ± 10.1 years,

    respectively. In the pre and postoperative period, patients had a mean BMI of 41.2 ± 6.8 kg / m² and 27.1 ± 4.9

    kg / m², respectively. The average excess weight loss percentage was 74.9%. According to the classification of

    BAROS protocol, only 4.9% of patients had quality of life classified as good, 48.8% and 46.3% very good

    excellent, and no patient had classified as poor quality of life or acceptable. It follows that the effective surgical

    treatment brought benefits to patients, since they obtained an improved quality of life as a result of weight loss.

    KEYWORDS: bariatric surgery; quality of life; obesity; weight loss.

  • 10

    1. INTRODUÇÃO

    A obesidade pode ser definida, simplificadamente, como doença caracterizada pelo

    acúmulo excessivo de gordura corporal, sendo consequência do balanço energético positivo e

    que acarreta repercussões à saúde, com perda importante na qualidade e no tempo de vida1.

    Atualmente o excesso de peso atinge 52,5% da população adulta do Brasil. No ano de

    2006, essa taxa era de 43%, ou seja, representa um crescimento de 23% nesse período. A

    cidade de Cuiabá (21,5%) aparece com a segunda maior frequência observada de obesidade,

    perdendo apenas para Campo Grande (21,8%). No que se refere ao sexo, os homens

    apresentam maior percentual de excesso de peso (56,5%), embora não exista uma diferença

    significativa entre os dois sexos do índice de obesidade2.

    Tendo em vista que, a obesidade é uma doença multifatorial que vem atingindo

    proporções epidêmicas no Brasil, o aumento da frequência observada confere-lhe grande

    relevância como problema de saúde pública, principalmente devido a redução da qualidade de

    vida do indivíduo e associação com comorbidades3.

    O paciente obeso é classificado de acordo com o Índice de Massa Corporal (IMC)4.

    Quando comparados aos indivíduos com peso normal (IMC 18,5 -24,9 kg/m²), aqueles com

    sobrepeso (IMC 25-29,9 kg/m²) possuem maiores riscos de desenvolver diabetes mellitus,

    dislipidemia e hipertensão arterial. Além disso, a taxa de mortalidade é 12 vezes maior em

    indivíduos obesos mórbidos do que em pessoas com peso normal com idade entre 24 e 40

    anos5.

    A cirurgia bariátrica tem se mostrado uma técnica de grande auxílio na condução

    clínica de alguns casos de obesidade. A indicação desta intervenção vem crescendo nos dias

    atuais e baseia-se numa análise abrangente de múltiplos aspectos do paciente. A finalidade do

    tratamento cirúrgico consiste em melhorar a qualidade e o tempo de vida do obeso, e assim,

    resolver os problemas de ordem física e psicossocial que o excesso de peso acarreta6.

    Intimamente relacionada ao bem-estar pessoal, a qualidade de vida abrange aspectos

    como estado de saúde, lazer, satisfação pessoal, hábitos e estilo de vida7.

    Desta forma, fica evidente que esse procedimento cirúrgico tem potencial para

    apresentar um progresso positivo na qualidade de vida, pois facilita a locomoção corporal,

    diminui os prejuízos psicossociais e de auto-estima prejudicada, além de evitar doenças

    crônicas e metabólicas8.

    No Brasil, o Ministério da Saúde (2013)9 e o Conselho Federal de Medicina (2010)

    10

    estabeleceram os seguintes critérios para o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida:

  • 11

    obesidade mórbida estável há pelo menos cinco anos; tratamento clínico prévio com

    acompanhamento regular e duração mínima de dois anos, sendo este considerado não eficaz;

    IMC maior ou igual a 40 Kg/m² ou IMC entre 35 e 39,9 Kg/m² com co-morbidades

    desencadeadas ou agravadas pela obesidade e que ameacem a vida; idade entre 18 e 65 anos;

    compreensão por parte do paciente e da família de todos os riscos e consequências do

    tratamento cirúrgico e pós-cirúrgico e suporte familiar constante.

    As diferentes técnicas em cirurgia bariátrica podem ser realizadas por laparotomia ou

    por videolaparoscopia, e são divididas em cirurgias restritivas, disabsortivas e mistas, sendo

    as restritivas e mistas as mais realizadas. As cirurgias restritivas são aquelas onde o único

    órgão modificado é o estômago e que visam provocar a redução do espaço para o alimento

    dentro da cavidade gástrica, assim, com uma pequena quantidade de alimento o paciente terá

    a sensação de saciedade. As mais comuns são: gastroplastia vertical com bandagem, balão

    intragástrico e bandagem gástrica ajustável por vídeo11,12

    .

    Nas cirurgias mistas, além do estômago, o intestino do paciente também sofre

    intervenção cirúrgica, sendo reduzida sua área absortiva. Neste grupo, além do fator restritivo

    que provoca a sensação de saciedade com uma pequena quantidade de alimento, também

    existe o fator disabsortivo, onde ocorre uma redução da área de absorção de nutrientes no

    intestino delgado. As técnicas mistas mais conhecidas são: derivação biliopancreática com

    gastrectomia distal (Scopinaro) e bypass gástrico em Y-de-Roux (Fobi-Capella), sendo o

    segundo o principal tipo realizado atualmente11

    .

    O procedimento cirúrgico resulta em perda de peso significativa e duradoura,

    prevenindo complicações prejudiciais a qualidade de vida, aumentando a longevidade e

    melhorando comorbidades, tais como diabetes mellitus e hipertensão13

    . Ainda não está

    completamente elucidada a correlação existente entre cirurgia bariátrica e melhora de diabetes

    mellitus14,15,16,17

    .

    Forcina et al (2008)18

    supõem que a relação da melhoria do diabetes mellitus com a

    cirurgia bariátrica deve-se à melhor tolerância à glicose, ocasionada pela redução de peso

    devido a menor ingestão alimentar e consequentemente calórica.

    No entanto, Zeve e Tomáz (2011)14

    levantaram a hipótese de que a alteração

    anatômica e funcional provocadas pela operação são os fatores que mais colaboram para a

    resolução ou melhorias relacionadas ao diabetes mellitus, pois é observado que os diabéticos

    apresentam melhora do quadro clínico muitas vezes antes de se observar grande perda de

    peso.

  • 12

    Outro benefício da cirúrgica bariátrica é o controle dos níveis pressóricos. Os

    principais mecanismos relacionados a redução ou melhora da pressão arterial são: redução da

    hiperinsulinemia e da resistência insulínica, redução da hiperativação simpática como

    resultado da redução dos níveis de leptina e redução da hipertensão intra-abdominal crônica,

    característica da obesidade mórbida19

    .

    Apesar de todos os benefícios listados, uma das principais alterações que colocam em

    risco o sucesso do procedimento cirúrgico são as deficiências de micronutrientes. A

    prevenção das deficiências de vitaminas e minerais exige que o acompanhamento dos

    pacientes seja realizado durante um longo período de tempo, levando em consideração a

    importância desses micronutrientes para o organismo, além dos sinais e sintomas de sua

    deficiência20

    .

    A reposição e a incorporação de micronutrientes ao corpo a partir da alimentação é a

    maneira mais adequada de se manter os estoques corporais em níveis desejáveis. No entanto,

    em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica alguns fatores justificam a suplementação

    nutricional, tais como a restrição da capacidade gástrica, exclusão de parte do estômago e do

    intestino do transito alimentar e intolerância a alguns alimentos21

    . Portanto, a utilização de

    uma dosagem diária adequada de polivitamínico/mineral é uma forma de garantir o aporte

    nutricional adequado de micronutrientes para o bom funcionamento dos processos que ajudam

    na regulação de peso corporal e, não comprometam o sucesso do tratamento22

    .

    O acompanhamento nutricional é imprescindível nas fases pré e pós-operatório, pois o

    nutricionista é essencial na realização de avaliação e educação nutricional, correção de

    possíveis desvios de comportamento alimentar e fornecimento de cuidados necessários ao

    paciente em longo prazo, minimizando assim o risco de complicações23

    .

    Grandes mudanças ocorrem na vida do obeso após a cirurgia, portanto, é fundamental

    avaliar a qualidade de vida de pacientes obesos submetidos a cirurgia bariátrica, após 1 ano de

    intervenção cirúrgica, tendo em vista que o sucesso da cirurgia está intimamente relacionado

    com mudanças de hábitos alimentares e estilo de vida.

    É de suma importância que o profissional nutricionista consiga reconhecer a

    transformação na vida do paciente e de que maneira isso reflete em sua alimentação, para

    então, traçar uma estratégia que garanta a eficiência do tratamento da obesidade. Diante disso,

    este estudo tem relevância acadêmica e social, pois possui o intuito de demonstrar as

    mudanças pertinentes a qualidade de vida do paciente após a intervenção cirúrgica.

  • 13

    2. OBJETIVOS

    2.1 OBJETIVO GERAL

    Avaliar a qualidade de vida de indivíduos submetidos a cirurgia bariátrica, após 1 ano

    de intervenção cirúrgica em uma clínica em Cuiabá/MT.

    2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

    Comparar o peso e IMC pré e pós-cirúrgico.

    Calcular percentual de perda de peso e percentual de perda de excesso de peso.

    Identificar as comorbidades pré e pós-cirúrgicas.

    Identificar os medicamentos utilizados antes e após a intervenção cirúrgica.

    Verificar o consumo de suplemento nutricional.

  • 14

    3. MATERIAL E MÉTODOS

    Para a realização da pesquisa, o projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética

    em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso, sob o parecer de número

    41803715.0.0000.5541.

    3.1 DESENHO DO ESTUDO

    Estudo transversal, desenvolvido entre os meses de abril a junho de 2015, em uma

    clínica de tratamento para obesidade do Município de Cuiabá (MT).

    3.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

    Fizeram parte do estudo, adultos de ambos os sexos, lúcidos e orientados em tempo e

    espaço, que foram submetidos ao bypass gástrico em Y-de-Roux, após 1 ano de intervenção

    cirúrgica. Todos os pacientes participantes da pesquisa aceitaram e assinaram o Termo de

    Consentimento Livre e Esclarecido.

    3.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

    Foram excluídos pacientes que não aceitaram participar da pesquisa e não assinaram o

    Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e que apresentaram distúrbios psiquiátricos, ou

    deficiência físico-motora.

    3.4 COLETA DE DADOS

    Para a coleta de dados, a pesquisadora responsável entrou em contato com os pacientes

    da clínica de tratamento para obesidade por meio de telefone e realizou agendamento prévio,

    sendo que ficou a critério dos participantes se os dados seriam coletados no o próprio

    domicílio do paciente ou na clínica de tratamento da obesidade.

    Antes da coleta de dados os pacientes foram adequadamente informados sobre o

    objetivo da pesquisa, seus benefícios e o destino de seus dados, permitindo que o mesmo

    pudesse esclarecer quaisquer dúvidas ao longo da aplicação do questionário. Após concordar

    com os termos da pesquisa e assinar o TCLE (APÊNDICE 1) os dados foram coletados.

    O questionário foi respondido em apenas um encontro, sendo a “Parte I”, composta

    pelas perguntas referentes a sexo, idade, peso, estatura, complicações após a intervenção

    cirúrgica, comorbidades, medicamentos e suplemento preenchida pela pesquisadora

    responsável, e a “Parte II”, contendo o protocolo “BAROS” (Bariatric Analysis and

  • 15

    Reporting Outcome System) assinalada pelo próprio participante da pesquisa. Os dados

    referentes a comorbidades pré e pós-cirúrgicas, as medidas antropométricas anteriores à

    cirurgia, e os resultados de exames de glicemia, colesterol total, triglicerídeos, LDL, HDL,

    VLDL e pressão arterial foram obtidas do prontuário do paciente na clínica. No entanto, o

    histórico de resultados de exames da maior parte dos pacientes não foi preenchido

    adequadamente no prontuário, e por esse motivo, os dados do questionário dados foram

    desconsiderados neste estudo.

    O peso corporal atual foi verificado com o indivíduo descalço, vestindo roupas leves,

    utilizando-se balança digital portátil da marca OMRON, modelo HN-289 com capacidade

    máxima de 150 kg e precisão de 0,1 kg.

    3.5 AVALIAÇÃO DA PERDA DE PESO

    Para classificar o estado nutricional dos pacientes bariátricos, foi utilizado os critérios

    da Organização Mundial da Saúde24

    , os quais são estabelecidos a partir do valor do IMC

    (kg/m²). O IMC é obtido por meio da divisão da massa (em quilogramas) do indivíduo pelo

    quadrado de sua altura (em metros). A OMS (1997)24

    define com pontos de corte para baixo

    peso quando este valor é menor de 18,5 kg/m²; peso ideal entre 18,5 kg/m² e 24,90 kg/m²;

    excesso de peso entre 25 kg/m² a 29,90 kg/m²; obesidade entre 30 kg/m² e 34,9 kg/m²;

    obesidade severa entre 35 kg/m² e 39,9 kg/m²; e obesidade mórbida, maior do que 40 kg/m².

    A perda de peso foi avaliada por meio das diferenças dos pesos e IMC no pré e pós-

    operatório, bem como o percentual de perda do excesso de peso (%PEP) no pós-operatório. O

    percentual de perda de excesso de peso (%PEP) foi expresso pela seguinte equação: %PEP =

    [(peso usual – peso atual) / (peso usual – peso ideal) x 100. O peso ideal foi definido tendo

    como padrão um IMC médio comum, sendo este de 22,5 kg/m² para homens e de 21,5 kg/m²

    para mulheres25

    .

    As diferenças dos pesos foram utilizadas para quantificar o percentual da perda de

    peso (%PP), o qual foi obtido por meio da seguinte fórmula: %PP = [(peso usual – peso atual)

    / peso usual] x 10025

    .

    Além dessas variáveis, também foram coletados dados por meio de entrevista,

    utilizando formulário (APÊNDICE II) para verificar a adesão ao suplemento dietético,

    medicamentos utilizados, história de ganho de peso, por meio de prontuário médico foram

    verificados peso e estatura pré-cirúrgicos.

    3.6 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA

  • 16

    A qualidade de vida foi avaliada por meio do Protocolo de BAROS (APÊNDICE II),

    que é um questionário analítico validado, que qualifica as seguintes variáveis: melhora de

    comorbidades, percentual de perda de excesso de peso, qualidade de vida e eventuais

    complicações da cirurgia, por meio de 5 fatores: atividade física, auto-estima, condições de

    trabalho, atividade sexual e vida social. O questionário será auto-aplicável, conforme

    metodologia validada por Oria e Moorehead (1997)26

    .

    Foi considerada comorbidade resolvida, aquela que anterior a intervenção cirúrgica

    apresentava diagnóstico e um ano após e sem o auxílio de medicação, deixou de apresentar

    sinais e sintomas. Considerou-se como comorbidade melhorada, aquela que anterior a

    intervenção cirúrgica apresentava diagnóstico e um ano após e sem o auxílio de medicação,

    teve sinais e sintomas menos frequentes e/ou de menor intensidade.

    Ao final da aplicação do questionário, cada paciente teve uma pontuação e recebeu

    uma classificação de acordo com as seguintes classificações: “Insuficiente” (≤ 1); “Aceitável”

    (1,25 – 3,0) ; “Bom” (3,25 – 5.0); “Muito bom” (5,25 -7,0) e “Excelente” (7,25 -9,0) de

    acordo com a presença pré-operatória de comorbidades. Foram avaliadas as seguintes

    comorbidades: diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial sistólica (HAS) e dislipidemias

    (ANEXO 1).

    3.7 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

    Os resultados foram expressos em média ± desvio-padrão, frequência absoluta e

    relativa. Utilizou-se o teste de teste de Kolmogorov – Smirnov para verificar a normalidade da

    distribuição dos dados. A homogeneidade foi avaliada por meio do teste de Levene e quando

    necessário os dados foram transformados por logaritmo neperiano. O teste t de Student foi

    utilizado para avaliar diferenças entre os gêneros. Para todas as análises estatísticas utilizou-

    se o software Statistical Package for the Social Sciences (v.17.0; SPSS Inc, Chicago, IL). O

    nível de significância adotado foi de p

  • 17

    4. RESULTADOS

    A amostra foi composta por 41 pacientes, dos quais 78,05% (n=32) eram do sexo

    feminino e 21,95% (n=9) do sexo masculino. A média de idade encontrada foi de 41,6 ± 8,8 anos

    entre as mulheres e 35,6 ± 10,1 anos entre os homens anos, sem diferença significante entre os sexos.

    Os parâmetros antropométricos nos períodos pré e pós operatório para o IMC e os

    percentuais de perda de peso (%PP) e perda de excesso de peso (%PEP) após 1 ano de

    intervenção cirúrgica, estão apresentados na tabela 1. No pré-operatório, as mulheres

    apresentaram IMC significativamente menor que os homens, sendo 39,9±4,6 kg/m² e

    45,6±11,1kg/m² (p,0,05 – *Indica diferença significativa entre os gêneros.

    Na Tabela 2, observam-se as comorbidades associadas a obesidade apresentadas pelos

    pacientes no período pré e pós cirúrgico. Entre as mulheres, verificou-se que a comorbidade

    mais frequente no período pré-cirúrgico foi diabetes mellitus, presente em cerca de 46,9% da

    amostra feminina. Em seguida aparecem hipertensão, dislipidemia e osteoartrite presente em

    43,7%, 31,2% e 21,9% das mulheres, respectivamente. Doenças cardiovasculares e apneia do

    sono foram as comorbidades menos frequentes nas mulheres.

  • 18

    Nos indivíduos do sexo masculino, a doença mais frequente no período pré-cirúrgico

    foi hipertensão (55,6%) seguida pela dislipidemia (44,4%), diabetes mellitus (33,3%),

    osteoartrite (33,3%), doença cardiovascular (11,1%) e apneia do sono (11,1%). De modo

    geral, hipertensão e diabetes mellitus foram as doenças mais presentes em ambos gêneros no

    período pré-cirúrgico.

    No período pós-cirúrgico, houve redução na presença de comorbidades. Entre as

    mulheres, verificou-se que a comorbidade mais frequente no período pós-cirúrgico foi

    hipertensão arterial, presente em cerca de 18,75% da população feminina estudada. Em

    seguida aparecem diabetes mellitus e osteoartrite presente em 6,25% e 3,12% das mulheres,

    respectivamente. Doenças cardiovasculares, dislipidemia e apneia do sono foram as

    comorbidades extintas em todas as mulheres após um ano de intervenção cirúrgica.

    Na amostra masculina, a comorbidade mais frequente no período pós-cirúrgico foi

    diabetes mellitus (22,2%) seguida por hipertensão (11,1%). As demais comorbidades foram

    extintas na população masculina após um ano de intervenção cirúrgica.

    Tabela 2. Distribuição percentual dos pacientes de uma clínica de obesidade submetidos a

    cirurgia bariátrica pela técnica Bypass , segundo a presença de comorbidades. Cuiabá-MT,

    2016.

    Comorbidade Período pré-cirúrgico Período pós-cirúrgico

    Feminino

    n (%)

    Masculino

    n (%)

    Feminino

    n (%)

    Masculino

    n (%)

    Diabetes 15 (46,9) 3 (33,3) 2 (6,25) 2 (22,2)

    Hipertensão 14 (43,7) 5 (55,6) 6 (18,7) 1 (11,1)

    Osteoartrite 7 (21,9) 3 (33,3) 1 (3,12) 0

    Apnéia do sono 2 (6,2) 1 (11,1) 0 0

    Dislipidemia 10 (31,2) 4 (44,4) 0 0

    Outras DCV* 2 (6,2) 1 (11,1) 0 0

    *Outras Doença cardiovasculares (aterosclerose, insuficiência cardíaca).

    No que se refere a utilização de medicamentos para o controle de diabetes mellitus e

    hipertensão arterial nos períodos pré e pós-operatório, a Figura 1 evidencia que ocorreu uma

    redução na utilização destes um ano após a intervenção cirúrgica. O percentual de utilização

    de medicamentos para controle de diabetes mellitus passou de 21,9% para 9,8%, ou seja,

  • 19

    registrando uma redução de 12,1%. Essa redução foi ainda maior para medicamentos

    destinados ao controle de hipertensão: 22%.

    Figura 1. Distribuição percentual de pacientes segundo a utilização de medicamento para

    controle de hipertensão e diabetes mellitus nos períodos pré e pós-cirúrgico. Cuiabá, 2016.

    Na Tabela 3 pode-se observar a utilização de suplementos nutricionais após a

    intervenção cirúrgica, de acordo com o sexo. Entre as mulheres, o suplemento vitamínico-

    mineral é o mais consumido (75%), seguido pelo de cálcio (62,5%), vitamina B12 (56,2%),

    vitamina D (53,1%), proteico (21,8%), sulfato ferroso (15,6%) e vitaminas A e E (6,2%).

    Cerca de 44,4% da população masculina entrevistada não faz uso de nenhum tipo de

    suplemento nutricional. O suplemento mais comumente utilizado pelos homens é o módulo

    proteico (33,3%), seguido pelos suplementos vitamínico-mineral (22,2%), cálcio (22,2%) e

    vitamina B12 (11,1%). Nenhum dos entrevistados do gênero masculino relatou fazer uso de

    sulfato ferroso e de vitamina D.

    Através da análise dos dados é possível notar que o consumo de suplementos pelas

    mulheres é mais frequente. Apenas os suplementos proteico e de vitamina A é mais

    consumido pelos homens do que pelas mulheres. De modo geral, o suplemento nutricional

    mais consumido em toda amostra foi o vitamínico- mineral e o menos utilizado foi o de

    vitamina E.

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    Diabetes mellitus Hipertensão

    Controle de comorbidades

    Pré cirurgico

    Pós cirurgico

  • 20

    Tabela 3. Distribuição percentual dos pacientes de uma clínica de obesidade após uma de

    cirurgia bariátrica, segundo sexo e suplementação nutricional. Cuiabá-MT, 2016.

    Suplemento

    nutricional

    Feminino Masculino Total

    n % n % n %

    Proteico 7 21,8 3 33,3 10 24,4

    Complexo

    vitamínico-mineral

    24 75,0 2 22,2 26 63,4

    Vitamina D 17 53,1 0 0 17 41,5

    Vitamina B12 18 56,2 1 11,1 19 46,3

    Sulfato Ferroso 5 15,6 0 0 5 12,2

    Cálcio 20 62,5 2 22,2 22 53,7

    Vitamina E 2 6,2 0 0 2 4,9

    Vitamina A 2 6,2 1 11,1 3 7,3

    Nenhum 4 12,5 4 44,4 8 19,5

    A avaliação da qualidade de vida por meio do protocolo BAROS identificou que

    apenas 4,9% dos pacientes tiveram a qualidade de vida classificada como boa, 48,8% muito

    boa e 46,3% excelente, nenhum paciente teve a qualidade de vida classificada como

    insuficiente ou aceitável.

    A maior parte do sexo masculino foi classificado com a qualidade de vida atual

    excelente (55,6%) em relação ao tempo anterior a cirurgia e entre as mulheres, a maior parte

    foi classificada com qualidade de vida atual muito boa (50%) em relação ao tempo anterior da

    cirurgia.

  • 21

    Tabela 4. Distribuição percentual da classificação da qualidade de vida de pacientes

    submetidos a cirurgia bariátrica pela técnica Bypass em um clínica de obesidade na cidade de

    Cuiabá de acordo com o protocolo BAROS. Cuiabá-MT, 2016.

    Classificação Feminino Masculino Total

    n % n % N %

    Ruim 0 0 0 0 0 0

    Aceitável 0 0 0 0 0 0

    Bom 2 6,25 0 0 2 4,9

    Muito Bom 16 50 4 44,4 20 48,8

    Excelente 14 43,75 5 55,6 19 46,3

    Total 32 100 9 100 41 100

  • 22

    5. DISCUSSÃO

    A média de idade encontrada foi semelhante aos achados de Costa et al. (2009)27

    e

    Buchwald et al. (2004)28

    , evidenciando desta forma uma população de adultos relativamente

    jovens necessitando de um procedimento tão complexo para o tratamento da obesidade.

    No presente estudo, as mulheres foram as que mais realizaram intervenção cirúrgica

    para tratamento da obesidade. Estes resultados são semelhantes aos encontrados por Silva-

    Neto et al. (2014)29

    e Guedes et al. (2009)30

    , onde foi identificada maior prevalência de

    realização de cirurgia bariátrica pelas mulheres. Além disso, foi possível observar por meio do

    IMC pré-operatório que as mulheres buscam a cirurgia bariátrica como resolução de sua

    condição clínica com graus menores de obesidade do que os homens, assim como os achados

    de Farinholt et al. (2013)31

    .

    O excesso de peso corporal e a obesidade são condições que sempre acompanharam a

    história humanidade, existindo períodos de valorização destas condições, quando o excesso de

    peso estava associado a beleza e saúde, e outros de extrema desvalorização e cobranças.

    Atualmente, de todas as situações rejeitadas pela cultura ocidental, o sobrepeso por se tratar

    de uma condição visível a todas as pessoas e ter o poder de afetar a relações sociais, torna-se

    uma condição com capacidade de abalar diretamente o psicológico do indivíduo32

    .

    A sociedade de maneira geral pode ser identificada como importante fonte de normas

    sociais de magreza, em especial entre as mulheres, no sentido em que ela perpetua o

    estereótipo da associação entre magreza e atitudes positivas, como senso de controle, sucesso

    e atratividade33

    . Oliveira et al. (2014)34

    afirmam que o estereótipo de beleza feminina está

    atribuído a um padrão dado pela realidade social, sendo a identidade da mulher diretamente

    relacionada ao corpo magro.

    Sendo assim, essa procura maior pela cirurgia bariátrica predominantemente pelas

    mulheres pode ser justificada pelos padrões de beleza impostos pela sociedade atual, o qual

    prioriza mulheres magras. Desta forma, fica evidente que as mulheres valorizam muito mais a

    própria vaidade e a saúde, buscando assim reparações cirúrgicas para ficarem de acordo com

    os padrões de beleza da sociedade.

    A derivação gastrojejunal em Y-de-Roux promove a longo prazo perdas de 35% a 40%

    do peso inicial, sendo estas consideradas um dos principais parâmetros para definir o sucesso

    da cirurgia bariátrica, uma vez que, após o emagrecimento, ocorre comprovada melhora nas

    condições clínicas do indivíduo35,36

    .

  • 23

    A má absorção de nutrientes é umas das explicações para a perda de peso alcançada

    com o uso de técnicas disabsortivas como a Bypass gástrico em Y-de-Roux, sendo que

    aproximadamente 72% de lipídios e 25% de proteína deixam de ser absorvidas.

    Consequentemente, nutrientes que dependem dos lipídios para serem absorvidos, como as

    vitaminas lipossolúveis e o zinco, estão mais suscetíveis a prejuízos na absorção nesse tipo de

    intervenção cirúrgica20

    .

    Vitaminas e minerais são fatores e cofatores essenciais em muitos processos biológicos

    que regulam o peso corporal direta ou indiretamente. Entre os benefícios desses

    micronutrientes no controle da perda de peso, estão inclusos: regulação do apetite, da fome,

    da absorção de nutrientes, da taxa metabólica, do metabolismo de lipídios e carboidratos, das

    funções das glândulas tireoide e suprarrenais, do armazenamento de energia, da homeostase

    da glicose, de atividades neurais, entre outros. Desta forma, o aporte adequado de

    micronutrientes é importante não só para a manutenção da saúde, mas também para obter o

    máximo sucesso na manutenção e na perda de peso a longo prazo20

    . Ou seja, deficiências de

    micronutrientes são as principais alterações que colocam em risco o sucesso dos

    procedimentos cirúrgico21

    . A suplementação nutricional a longo prazo, embora muito

    enfatizada como importante conduta terapêutica, ainda representa uma dificuldade para o

    sucesso do tratamento cirúrgico da obesidade37

    .

    Portanto, a utilização de uma dosagem diária adequada de suplemento nutricional é uma

    forma de garantir o aporte nutricional adequado de micronutrientes e proteínas para o bom

    funcionamento dos processos que ajudam na regulação de peso corporal22

    .

    A utilização de suplementos pelas mulheres foi expressivamente maior do que pelo

    público masculino, o qual teve um baixo percentual da frequência de utilização de

    suplementos nutricionais. Desta forma, evidencia mais ainda a maior preocupação da mulher

    com o cuidado, principalmente quando se trata da obtenção de sucesso nos resultados da

    cirurgia.

    A Associação Brasileira para Estudos da Obesidade e da Síndrome Metabólica

    (ABESO, 2009)38

    considera um tratamento cirúrgico bem sucedido se houver perda de no

    mínimo, 50% do peso excedente no momento da operação e se o indivíduo apresentar IMC

    fora da classificação de obesidade grau III após 18 meses da intervenção cirúrgica. Desta

    forma, mesmo não atingindo ainda o período de 18 meses após a intervenção cirúrgica, tanto

    os homens quanto as mulheres da amostra estudada, segundo os critérios estabelecidos,

    obtiveram sucesso no resultado final.

  • 24

    Quanto ao %PP, os valores encontrados neste estudo corroboram com os achados de

    Soares e Falcão (2007)39

    e Bonazzi, et al. (2007)40

    , nos quais foram relatados no primeiro ano

    pós-operatório cerca de 30 a 40% de perda do total de peso corporal. Em outro estudo

    realizado com setenta pacientes, de ambos os sexos, foi observado redução significativa no

    IMC e consequentemente deixaram de ser classificados obesos e passaram a ser classificados

    como sobrepeso. Outros índices também foram avaliados para verificar o sucesso da cirurgia,

    dentre os quais estão inclusos valores de %PP e %PEP. Nesse aspecto, os autores concluíram

    que a cirurgia foi efetiva na promoção da perda ponderal de peso e pôde ser considerada de

    sucesso29

    , assim como os resultados encontrados em nosso estudo.

    Os resultados da literatura evidenciam a indicação da cirurgia bariátrica não só para

    perda de peso, mas também efeitos benéficos no metabolismo, diminuição da hipertensão

    arterial e controle de diabetes mellitus tipo 241,42,43

    .

    Silva-Neto et al. (2014)29

    acompanharam a evolução clínica dos componentes da

    síndrome metabólica (diabetes mellitus tipo II, dislipidemias e hipertensão arterial sistólica)

    em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. Esses pesquisadores verificaram que os

    pacientes apresentaram redução significativa dos marcadores da síndrome após a realização

    da cirurgia bariátrica.

    Não há dúvidas de que a obesidade desencadeia a síndrome metabólica em muitos

    indivíduos e que o emagrecimento é fundamental para seu controle (Silva-Neto et al., 2014)29

    .

    Os resultados obtidos neste estudo não contrariam os benefícios da cirurgia, tampouco a

    eficácia em relação ao tratamento da síndrome metabólica.

    Stoll et al. (2013)17

    realizaram um estudo sobre o efeito do bypass gástrico na glicemia

    e o uso de medicação antidiabética em pacientes obesos portadores de diabetes. Nesse estudo,

    foi verificado a melhora do diabetes, sendo que após um ano de intervenção cirúrgica, apenas

    16,3% dos pacientes necessitaram continuar com medicação para o controle de diabetes

    mellitus. Além disso, todos os pacientes deixaram de usar insulina. Achados semelhantes

    foram observados em nosso estudo.

    Ainda não está completamente elucidado o mecanismo que explique associação entre

    cirurgia bariátrica e cura do diabetes mellitus15,16,17

    .

    Forcina et al (2008)18

    , relacionam a melhoria do diabetes mellitus devido á redução de

    peso provocada pela menor ingestão alimentar, que por sua vez ocasiona melhor tolerância à

    glicose pelo organismo.Acredita-se que a relação com a perda de peso deve-se à diminuição

    do tecido adiposo, acarretando redução da produção e atuação de várias substâncias

    produzidas pelos adipócitos, e entre elas estão: angiotensinogênio, inibidor do ativador de

  • 25

    plasminogênio (PAI-1), interleucina 6 (IL-6), resistina, adiponectina, leptina, fator de necrose

    tumoral alpha (TNF-α) entre outras18

    .

    Zeve e Tomáz (2011)14

    defendem a ideia de que o controle da glicemia acontece

    devido principalmente a alterações anatômicas do sistema digestório. Segundo Martins e

    Souza (2007)44

    o procedimento cirúrgico realizado inclui o desvio do duodeno e parte do

    jejuno. Peptídeos são liberados nesta parte do trato digestório com função de regulação das

    células beta pancreáticas, produtoras de insulina, nos estados fisiológicos e no diabetes

    mellitus. Mudanças induzidas pela operação podem explicar o efeito positivo na regulação da

    glicemia, sendo que essa normalização acontece em fase precoce do período pós-operatório,

    antes mesmo que haja perda de peso significativa para explicar tal melhora44

    .

    Além da redução do uso de medicamentos para o controle glicêmico, os pacientes

    também reduziram significativamente a utilização de anti-hipertensivos. Nesse sentido, estão

    relacionados ao controle da pressão arterial os mecanismos que envolvem a secreção de

    insulina e a resistência de sua ação, redução dos níveis de leptina e consequente redução da

    hiperativação do sistema nervoso simpático, além da hipertensão intra-abdominal crônica

    reduzida19

    .

    Além de melhorar as doenças metabólicas a cirurgia bariátrica contribui também para a

    abreviação de problemas osteoarticulares. Melo e São-Pedro (2012)45

    encontraram que

    indivíduos obesos submetidos à cirurgia bariátrica apresentaram acentuada redução tanto na

    frequência quanto na intensidade das dores musculoesqueléticas localizadas em ordem no

    quadril, tornozelo e pé e joelho. Esses achados assemelham-se com os encontrados em nosso

    estudo.

    Sabe-se que a redução de peso ponderal e reversão de patologias, influenciam

    significativamente a qualidade de vida dos indivíduos cirurgiados, os resultados acima citados

    mostraram que os pacientes julgaram possuir uma melhor qualidade de vida após a cirurgia

    bariatrica. Esses resultados corroboram com os achados de Moraes et al. (2014)13

    e de Barros

    et al. (2015)46

    .

    Esse benefício está associado com a redução da agressividade e depressão, melhora da

    autoestima, sentimentos, satisfação pessoal, capacidade de realizar atividades, conforto,

    mobilidade, envolvimento social, funcionamento sexual e interesse pelo trabalho47,48,49

    .

    Esse ganho em diferentes aspectos do cotidiano do obeso são fundamentais para o

    reconhecimento dos fatores considerados importantes na qualidade de vida e são fontes de

    informações para que se possa identificar os motivos que levam o obeso a buscar esse tipo de

  • 26

    tratamento. Além disso, permite identificar os resultados esperados e posteriormente, avaliar a

    eficácia do tratamento sob o ponto de vista do paciente51

    .

    As mudanças físicas consequentes da cirurgia tendem a aumentar a qualidade de vida e

    motivar o indivíduo a se comprometer com a manutenção do sucesso do tratamento a longo

    prazo. É importante ressaltar que, a cirurgia bariátrica é um procedimento que afeta

    diretamente o comportamento alimentar, e desta forma, cabendo ao profissional de saúde

    investigar os fatores ameaçadores dos resultados almejados52

    .

    Após a cirurgia, os pacientes passam por um processo de aprendizagem de novos

    hábitos, principalmente no que se refere aos hábitos alimentares. Os indivíduos devem

    aprender a adequar o tipo e a quantidade de alimentos que o novo estômago tolera e a

    interpretar os sinais de satisfação do organismo53

    .

    Além disso, no pós-operatório, e fundamental avaliar as preferências alimentares e

    tolerância, a adesão a dieta e a mastigação. Deve-se enfatizar a importância da ingestão

    adequada de proteínas após a intervenção cirúrgica, considerando as possíveis deficiências de

    nutrientes e as alterações pós-cirúrgicas na composição corporal em consequência da perda de

    peso54

    .

    Cruz e Morimoto (2004)55

    afirmam que o acompanhamento nutricional adequado está

    diretamente relacionado ao sucesso do tratamento, pois visa evitar complicações nutricionais

    e prejuízos na perda de peso, reforçando também a necessidade de atenção constante quanto a

    reeducação alimentar a longo prazo. Sendo assim, fica evidente que para garantir um

    resultado duradouro e efetivo, o acompanhamento no pós-operatório pela equipe

    multiprofissional é de fundamental importância para que haja a monitorização da evolução da

    perda ponderal, da melhora das comorbidades, da adesão à atividade física e alimentação

    saudável, além do diagnóstico precoce e tratamento de complicações que possam vir a ocorrer

    nesse período.

  • 27

    6. CONCLUSÃO

    O tratamento cirúrgico da obesidade trouxe benefício efetivo aos pacientes, uma vez

    que estes obtiveram perda ponderal importante, e consequentemente melhora da qualidade

    de vida. Além deste benefício, foi possível concluir que a cirurgia bariátrica tem potencial

    para controlar e até resolver algumas comorbidades associadas ao excesso de peso e,

    consequentemente, promover benefícios de ordem fisiológica, psicológica e econômica,

    relacionados a redução da utilização de medicamentos.

  • 28

    7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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  • 31

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  • 33

    APÊNDICES E ANEXOS

  • 34

    APÊNDICE 1

    TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

    Estimado Srº (ª),

    Estamos realizando um trabalho científico para elaboração de uma pesquisa de

    conclusão de Curso da Faculdade de Nutrição (FANUT) da Universidade Federal de Mato

    Grosso (UFMT), intitulado “Qualidade de vida de indivíduos submetidos a cirurgia

    bariátrica” e gostaríamos de contar com sua participação.

    A pesquisa será realizada apenas com indivíduos submetidos a cirurgia bariátrica para

    o tratamento da obesidade. O objetivo geral desta pesquisa é verificar as mudanças

    provocadas pela cirurgia na qualidade de vida desses pacientes. Para a avaliação da qualidade

    de vida será aplicado um questionário, que é composto por itens que avaliam: auto-estima,

    disposição para realizar atividades físicas, envolvimento social, disposição para trabalhar e

    libido. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa*¹, localizado na

    Avenida Fernando Corrêa da Costa n° 2367, Cuiabá-MT, telefone (65) 3615-8254.

    Serão coletadas informações clínicas dos períodos pré e pós-operatórios como exames

    laboratoriais.

    Este estudo é necessário porque irá propiciar um conhecimento melhor acerca da

    qualidade de vida do paciente bariátrico no período pós-operatório, bem como as limitações

    encontradas pelo paciente, contribuindo para melhorar a abordagem dos profissionais da

    saúde frente ao crescente número de cirurgias bariátricas, como opção para o tratamento da

    obesidade mórbida. Sua participação nesse estudo não envolve riscos a você, uma vez que não

    serão feitas intervenções ou procedimentos invasivos. Você pode se sentir constrangido de

    responder a algumas questões, tendo liberdade de omitir as respostas.

    Sua participação é voluntária, portanto, você não receberá nenhum valor em dinheiro

    por participar da pesquisa. Se estiver de acordo em participar, garantimos que será preservado

    seu anonimato e se tiver alguma dúvida em relação ao estudo ou não quiser mais fazer parte

    do mesmo poderá desistir sem qualquer prejuízo a você. Para isso coloco-me a disposição, à

    qualquer momento, por meio dos telefones: (65) 9206-1519 (Luciana) e (65) 8126-6695

    (Sílvia).

    Eu ______________________________________________________, portador (a)

    do RG: __________________________________ fui esclarecido (a) sobre a pesquisa

    “Qualidade de vida de pacientes indivíduos submetidos a cirurgia bariátrica” e concordo que

    *1 Certificação de Apresentação para Apreciação Ética n° 41803715.0.0000.5541

  • 35

    estes dados sejam utilizados na realização da mesma. Entendi os benefícios desse estudo, e sei

    que posso desistir a qualquer momento sem qualquer prejuízo ou ônus para mim, e que meu

    anonimato será preservado.

    Data: ____ / ____ / ____

    ________________________________________

    Assinatura do Participante

    ________________________________ ____________________________________

    Luciana Sampaio Cunha da Silva Prof ª MSc. Silvia Regina Lima Reis

    Pesquisadora Orientadora

  • 36

    APÊNDICE II

    Parte I

    ANAMNESE

    Data: ___/____/____

    Nome: ________________________________________________________________

    Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

    Idade: _____ anos Estatura: _______ metros

    Peso antes da cirurgia: _____ kg Peso atual: ____ kg

    Peso máximo atingido e idade: _____ kg com _____ anos

    Peso mínimo atingido e idade: _____ kg com _____ anos

    Houve(ram) complicação(ões) após a intervenção cirúrgica? ( )Sim ( ) Não

    Qual(is)? __________________________________________________________

    Quais doenças tinha antes da cirurgia?

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    Quais doenças tem atualmente?

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    Medicamentos:

    Antes da cirugia:

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

  • 37

    Após a cirurgia (1 ano após):

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    Suplemento nutricional: ( ) Sim ( ) Não Qual(ais)?____________________

    Frequência: ____________

    Exames laboratoriais

    Antes da cirurgia Após a cirurgia

    Glicemia (mg/dl)

    Colesterol Total (mg/dl)

    Triglicerídeos (mg/dl)

    LDL (mg/dl)

    HDL (mg/dl)

    VLDL (mg/dl)

    Pressão Arterial

  • 38

    Parte II

    PROTOCOLO BAROS

    Questionário de qualidade de vida

    Auto-estima e níveis de atividade

    Por favor, marque para mostrar como a sua vida tem mudado com a perda de peso.

    1. Comparado com o tempo anterior ao meu tratamento para perda de peso, me sinto

    __________________________.

    2. Eu estou disposto a participar de atividades físicas __________________________.

    3. Estou disposto a me envolver socialmente __________________________.

    Muito pior

    Pior

    O mesmo

    Melhor

    Muito melhor

    Muito Pouco

    Pouco

    O mesmo

    Mais

    Muito mais

    Muito pouco

    Pouco

    O mesmo Mais

    Muito mais

  • 39

    4. Estou disposto a trabalhar __________________________.

    5. Estou interessado em sexo __________________________.

    Melodie K. Moorebead, Ph. D., Bariatric Sugery Clinical Psychologist, 1201 E. Broward Blvd, Ft. Lauderdale, FL. 33301. Norman Samuels

    M.D., Surgeon.

    Elizabeth Ardelt, Ph. D., Institute für Psychologic, Universitat Salzburg. Emanuel Helt, M. D. Surgeon.

    MOOREHEAD- ARDELT QUALITY OF LIFE QUESTIONAIRE SELF ESTEEM AND ACTIVITY LEVELS

    Copyright 1997 M.R. MOOREHEAD, Ph.D. (954) 524-5244

    Muito pouco

    Pouco

    O mesmo

    Mais

    Muito mais

    Muito pouco

    Pouco

    O mesmo

    Mais

    Muito mais

  • 40

    ANEXO 1

    BAROS

    Bariatric Analysis and Reporting Outcome System

    PERDA DE PESO

    %DO EXCESSO

    (pontos)

    CONDIÇÕES

    CLÍNICAS

    (pontos)

    QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA

    Ganho de peso

    (-1)

    Agravada

    (-1)

    1- AUTO-ESTIMA

    -1.0 -0,5 0 +0,5 +1,0

    0-24

    (0)

    Inalterado

    (0)

    2- FÍSICA

    -0,5 -0,25 0 +0,25 +0,5

    25-49

    (1)

    Melhorada

    (1)

    3- SOCIAL

    -0,5 -0,25 0 +0,25 +0,5

    50-74

    (2)

    Uma das maiores co-

    afecções resolvidas e

    outras melhoradas

    (2)

    4- TRABALHO

    -0,5 -0,25 0 +0,25 +0,5

    75-100

    (3)

    Todas as maiores co-

    afecções resolvidas e

    outras melhoradas

    (3)

    5- SEXUAL

    -0,5 -0,25 0 +0,25 +0,5

    Subtotal:______ Subtotal:______ Subtotal:______

  • 41

    COMPLICAÇÕES PONTUAÇÃO TOTAL

    Menores: deduzir 0,2 pontos

    Maiores: deduzir 1 ponto

    REOPERAÇÃO:

    Deduzir 1 ponto

    Com comorbidade Sem comorbidade

    INSUFICIENTE 1 PONTO OU < 0 OU <

    ACEITÁVEL >1 A 3 PONTOS 0 A 1,5 PONTOS

    BOM >3 A 5 PONTOS 1,5 A 3 PONTOS

    MUITO BOM >5 A 7 PONTOS 3 A 4,5 PONTOS

    EXCELENTE >7 A 9 PONTOS 4,5 A 5 PONTOS