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AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA LOGÍSTICA
DE UMA TRANSPORTADORA
Denisson Pereira (UFSCar)
Darci Bento de Almeida (UFSCar)
Jose Geraldo Vidal Vieira (UFSCar)
Joao Eduardo Azevedo Ramos da Silva (UFSCar)
A eficiência nas operações logísticas tem sido o foco de várias empresas
do setor de transporte e armazenagem. Para atingir melhores índices de
desempenho, estas empresas buscam uma redução dos custos e melhoria
dos serviços logísticos. O oobjetivo é estudar os processos que envolvem
as atividades de armazenamento e distribuição de uma empresa atuante no
setor de transportes. Para isso, foram levantados e avaliados dados de
uma transportadora, realizadas entrevistas e aplicados questionários aos
seus clientes e a outras contratantes deste setor. As informações obtidas e
analisadas sugerem pontos de melhoria do nível de serviço e do
relacionamento da Transportadora com seus clientes e ao mesmo tempo
apontou práticas operacionais que podem ajudá-la a melhor os seus
indicadores de desempenho logístico.
Palavras-chaves: Nível de Serviço, Indicadores de Desempenho Logístico,
Logística Sustentável
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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1. Introdução
Cada vez mais se busca o menor custo e melhor qualidade para a realização das operações
logísticas de qualquer empresa (REZENDE et al., 2002). No caso específico das transportadoras
de carga, isto significa a não ocorrência de falhas durante a coleta, armazenamento e a entrega
dos produtos finais aos seus clientes de forma eficiente.
Para empresas atuantes no setor de armazenagem e distribuição, é de extrema importância a
descoberta de alternativas para reduzir esses custos e melhorar a eficiência logística. Neste
sentido, conhecer o nível do serviço prestado por uma empresa aos seus clientes, por meio de
indicadores logísticos, se torna uma tarefa imprescindível para manter a sua competitividade.
Sob o ponto de vista da sustentabilidade, percebe-se que os veículos de carga são grandes
consumidores de insumos como pneus, peças, combustíveis, lubrificantes, entre outros que, após
sua utilização, necessitam de uma destinação adequada para que não impactem o meio ambiente
de forma negativa. Quanto aos combustíveis, existem veículos que, se mal regulados, podem
apresentar consumo elevado de combustível e contribuir para o aumento da emissão de gases
poluentes à atmosfera (GALLEZ et al., 1998).
O problema aqui proposto está circunscrito à melhoria do nível de serviço logístico prestado por
uma Empresa com atividades de armazenamento e distribuição de mercadorias. A falta de
planejamento das entregas dos produtos coletados de seus clientes e a falta de avaliação de seus
serviços podem influenciar negativamente no seu atendimento ao cliente e reduzir o seu campo
de atuação frente aos seus concorrentes.
A motivação da pesquisa é conhecer o que os clientes esperam dos serviços de transportes
oferecidos pela empresa. Neste sentido, descobrir o que seus clientes esperam pode auxiliar na
fidelização destes e também poderá servir de um meio de diferenciação e divulgação do tipo de
serviço de transporte oferecido para outras empresas. Além disso, buscar o que seus clientes
consideram como logística sustentável pode auxiliar a empresa a criar alternativas para reduzir
possíveis impactos ao meio ambiente e proporcionar um aumento no volume de vendas.
Portanto, o objetivo é investigar as operações logísticas de uma empresa de transporte e propor
melhorias para o gerenciamento de suas atividades, por meio do controle da utilização eficiente
dos veículos. A pesquisa também objetiva analisar os indicadores de desempenho dos serviços
ofertados pelas transportadoras (em geral) aos seus clientes.
2. Síntese da revisão de literature
2.1. Logística sustentável
Segundo Chapman (2007), para se alcançar um desenvolvimento sustentável é necessário elevar a
eficiência das fontes energéticas, desenvolver combustíveis alternativos e conscientizar a
população para mudança de comportamento. Estas alternativas auxiliam no cumprimento das
metas estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto. A busca de novas alternativas para a redução de
emissão de gases se tornam imprescindíveis para o alcance das metas (SANDAN e AZAR,
2005). Em se tratando de logística, essas alternativas são voltadas para o transporte eficiente.
Assim como outros setores necessitam de avaliações ambientais, o setor de transportes também
precisa ser fiscalizado quanto a questões ambientais. Alguns indicadores podem ser utilizados
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para obter uma integração entre transporte e meio ambiente, por meio da redução dos impactos
causados pelos veículos de carga ao meio ambiente (EEA, 2008).
Sob esta perspectiva, Frota Neto et AL. (2008) utilizaram a indústria Européia de papel e celulose
como modelo para desenvolver uma técnica, com base em semelhanças entre Análise Envoltória de
Dados (DEA) e Programação Multi-objetivo (MOP), para avaliar a eficácia das atuais redes logísticas, em
que a lucratividade e os impactos ambientais devem ser equilibrados.
Brito et al (2008) realizaram uma pesquisa com os stakeholdes da indústria de moda Européia a
fim de detectar como o movimento da sustentabilidade estava impactando a cadeia da moda e seu
desempenho no abastecimento. Os autores discutiram como aproveitar tanto as organizações
internas (redução na emissão de gás carbônico e aumento da reciclagem) quanto externas
(planejamento e colaboração, previsão e rapidez no reabastecimento, partilha de utilização de
recursos, tanto no transporte quanto na armazenagem e programação de entregas), como forma de
impulsionar o desempenho sustentável.
Portanto, as empresas num todo devem adotar um gerenciamento do transporte de carga para
garantir o cumprimento dos acordos comerciais com os clientes, com relação à precisão de
entrega e à qualidade do produto, ao mesmo tempo em que potencializa a utilização de seus
ativos, no caso, os caminhões, de forma que se tenha menor impacto ambiental.
2.2. Níveis de serviços e indicadores de desempenho logístico
A maioria das empresas tem se esforçado para desenvolver suas atividades logísticas de forma a
maximizar a satisfação dos seus clientes (FRAZELLE, 2002; SHARMA et al, 1995). Optar por
aumentar o nível de serviço logístico com foco em indicadores de sustentabilidade pode ser uma
estratégia importante para gerar satisfação aos clientes e criar uma vantagem competitiva.
Por meio de testes empíricos, os autores Meng et al (2010) analisaram alguns fatores que podem
influenciar na satisfação dos clientes, tendo em vista o nível do serviço prestado por empresas
contratadas para efetuar determinado serviço de transporte. Nota-se que houve uma elevação
quanto à terceirização de serviços de transportes à medida que se observou um bom histórico de
relacionamento entre os parceiros.
Para tentar medir o grau de satisfação dos serviços prestados aos clientes é comum a adoção de
indicadores de desempenho logístico. Vários estudos serviram de apoio para a construção dos
indicadores desta pesquisa
A fim de analisar o desempenho logístico da cadeia brasileira de suprimentos de refrigerantes,
Conceição e Quintão (2004) realizaram uma pesquisa usando indicadores de desempenho
logísticos divididos em interno e externo. Para o primeiro, foram avaliados os níveis de
desempenho internamente a empresa, como, por exemplo, custo do pedido e de transporte, falhas
no volume transportado e volume de estoque em giro. Já para o segundo, foram analisados os
níveis de desempenho dos parceiros em relação à organização, como pontualidade da entrega,
confiabilidade de entrega e devoluções de entregas.
Vieira e Coutinho (2008) analisaram um conjunto de indicadores de desempenho logístico entre
uma distribuidora e seus fornecedores. Os autores enfatizaram a importância da eficiência
logística em toda cadeia de suprimentos e evidenciaram que serviços de entrega e coleta na data e
hora certa e a constante troca de informação são essenciais para um bom desempenho logístico.
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Fernandes et al (2008) desenvolveram um modelo de desempenho logístico constituído pelos
seguintes indicadores: ativos, custos totais, confiabilidade, responsabilidade, flexibilidade,
satisfação e tecnologia. O objetivo do modelo de medição de desempenho logístico era considerar
as incertezas a que estão sujeitas as organizações e auxiliar o tomador de decisão a enfrentá-las.
Bowersox e Closs (2009) destacaram três aspectos fundamentais para desempenho de serviços
logísticos: disponibilidade, desempenho e confiabilidade. O primeiro mostra a capacidade de a
empresa garantir o produto em estoque no momento e na quantidade desejada. O segundo diz
respeito à velocidade, precisão, flexibilidade e quantidade de falhas na entrega. Por fim, o último
representa a qualidade do serviço logístico, indicando a capacidade de algumas empresas em
fornecer informações precisas aos clientes sobre as operações logísticas.
Segundo Ballou (2006), o desempenho dos serviços logísticos pode ser avaliado nos aspectos que
dizem respeito à pontualidade e rapidez de entrega e o índice de atendimento (tempo de ciclo e
acurácia dos pedidos). O cumprimento dos fatores listados pelo autor pode contribuir para o
aumento de serviços logísticos, de lucros e da parcela de mercado, e pode também ser usado
como uma estratégia para reduzir as penalidades que ocorrerem por um serviço mal atendido.
3. Metodologia de pesquisa
Foi realizado um estudo de caso (com fins exploratórios) em uma empresa de transporte de
mercadorias alimentícias e não alimentícias (denominada aqui de Transportadora). A
Transportadora foi escolhida por facilidade de acesso e obtenção de dados. Ela atua no mercado
há 21 anos e vem ganhando destaque na região na prestação de serviços logísticos de transporte
frente aos concorrentes. Foram levantados dados de viagens prestadas aos seus clientes em um
período de dois anos por meio da troca de informação com o principal gestor e com a equipe de
apoio, além do acesso à sua base de dados.
A partir do estudo de caso, foi realizado um estudo quantitativo por meio de um questionário
estruturado, aplicado aos clientes da Transportadora com o objetivo de conhecer os serviços
esperados por eles e como os atuais serviços da Transportadora são avaliados. Para isso,
identificaram-se os principais clientes, ou seja, aqueles que representavam a maior demanda por
serviços logísticos (fluxo de viagens). Adicionalmente, foram aplicados outros 21 (vinte e um)
questionários a empresas da região que contratam serviços de transporte. Esta pesquisa fizeram
parte da base de construção dos indicadores de desempenho estudados.
3.1. Construção do Questionário
O questionário está dividido em três blocos seguintes.
Bloco 1 - Caracterização da contratante (segmento): este bloco contém dados que caracterizam o
tamanho, a presença de sistema eletrônico para troca de informação e carteira de fornecedores
(empresas prestadoras de serviços logísticos).
Bloco 2 - Avaliação de Fornecedores: este bloco se refere aos parâmetros que as empresas
contratantes julgam importantes para avaliar as prestadoras de serviços logísticos, dentre elas, a
Transportadora. Estes parâmetros se dividem em: “custo de frete”, “histórico de relacionamento”,
“qualidade”, “pontualidade”, “resposta à variação de demanda”, “tipo, capacidade e aparência
dos veículos”, “ocorrência de avarias e tempo de ciclo”.
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Bloco 3 - Requisitos de Sustentabilidade em transporte: este bloco traz as variáveis julgadas
importantes para reduzir possíveis impactos gerados pelos veículos de carga ao meio ambiente.
Estas variáveis são: “equilíbrio entre transporte e respeito ao meio ambiente”, “custo para uma
logística de baixo impacto ao meio ambiente”, “fiscalização, conscientização e treinamento dos
colaboradores”, “emissão de gases pela queima de combustível fóssil”, “descarte de pneus, peças
e óleos pós-uso”, “regulagem e revisão de bicos e bombas dos veículos”, “manutenção preventiva
de rolamentos”, “suspensão, embreagem e sistema de freio”, e “freqüência/calibração de pneus”.
3.2. Universo e Amostra
Primeiramente, o universo da pesquisa é composto por 30 empresas (contratantes de serviços
logísticos), clientes da Transportadora, representando os setores: automobilístico, alimentício,
químico, metalúrgico, embalagem e eletrodoméstico. A amostra é composta por 15 empresas que
representam cerca de 98% do faturamento bruto da Transportadora.
A amostra teve caráter intencional por representar apenas grupos seletos de empresas
responsáveis por grande parte do número de viagens realizados pela Transportadora. Para facilitar
o estudo, foram criados os grupos A, B, C, D, E, F e G que representam estratos com maior
freqüência de viagens no período considerado.
Em um segundo momento, como forma de validação da pesquisa quantitativa, esta amostra foi
ampliada para outras 21 empresas que contratam serviços semelhantes aos clientes da
Transportadora. Portanto, o questionário foi aplicado a um total de 36 empresas (sendo 15
contratantes da Transportadora e outras 21 que contratam outras Transportadora do mesmo
ramo). O objetivo foi comparar o nível de serviço da Transportadora com as empresas
prestadoras de serviços de transportes (concorrentes diretas da Transportadora), além de analisar
os indicadores logísticos sob uma perspectiva geral de uma empresa contratante de serviços de
transporte. Neste caso, os 36 questionários fizeram parte das análises. Por exemplo, quando se
analisa as questões ambientais (bloco 3), há a necessidade de ampliar a Amostra para se ter uma
percepção mais abrangente sobre os impactos do setor de transporte de cargas ao meio ambiente.
3.3. Análise dos Dados
Os dados do estudo de caso foram analisados por meio da freqüência de viagens e utilização dos
veículos, tempo médio de viagem e análises gráficas.
Os dados dos questionários foram analisados por meio de técnicas estatísticas descritivas tais
como: análise de freqüência, média, moda, mediana, desvio padrão e análises gráficas. Verificou-
se também, por meio do teste não paramétrico de Wilcoxon, se havia diferenças entre as médias
das amostras em questão (Transportadora e demais empresas) segundo os indicadores de
desempenho logístico. Além disso, foi utilizada ANOVA (análise univariada de dados) para
analisar a influência do histórico de relacionamento entre as empresas em relação a esses
indicadores.
4. Resultados e Discussões
4.1. Caracterização da Transportadora
A Transportadora tem caráter familiar, surgiu no início da década de 90 transportando entulho e
trabalhadores para o corte de cana-de-açúcar na cidade de Salto. Atualmente, ela possui um total
de 58 colaboradores distribuídos entre o Administrativo (6), Operações (13), Serviços de Portaria
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(04) e Motoristas (35). Além disso, a Transportadora possui operações de armazenagem e
distribuição de mercadorias em todo território nacional para cargas fechadas e as regiões da
grande São Paulo, Campinas, Sorocaba, Jundiaí, e respectivas regiões para serviços de carga
fracionada Ela possui caminhões de diferentes modelos, tipos e capacidades classificados em
categorias, conforme mostra a Tabela 1) e dois depósitos para armazenamento e operações
adicionais localizados nas cidades de Salto e São Paulo.
Por meio da Tabela 1 é possível comparar as categorias de veículos de maior demandada com os
dados de manutenção. Possivelmente, as categorias mais demandadas poderão apresentar um
histórico maior de manutenção, devido à sua freqüente utilização.
Nome categoria Capacidade (Ton) Tipo categoria
Categoria Rápida Até 3,5 1
Categoria Sider/Baú Rápido 4 – 5 2
Categoria Sider/Baú Truck 10 – 14 3
Categoria Carreta ou Cavalo Mecânico 20 – 24 4
Categoria Toco Aberto + Toco Sider 5,5 – 9 5
Tabela 1 - Classificação dos veículos segundo sua capacidade e força motriz
4.2. Controle de Utilização dos Veículos
Dada a amostra de 15 empresas divididas entre os 7 grupos, levantaram-se o número total de
viagens realizadas pelos veículos (14.067 viagens) e a partir delas detectou-se o quanto cada
grupo representa para a Transportadora. A Tabela 2 apresenta a distribuição do número de
viagem, a freqüência relativa e acumulada para cada grupo analisado.
O fluxo de carga foi dividido em dois grupos principais, as cargas fracionadas (Grupo D) e as
cargas fechadas (Grupo A, B, C, E, F, G). O primeiro é caracterizado por veículos que saem de
sua origem com diversas entregas pequenas a vários clientes em uma determinada cidade ou
região. Já o segundo grupo é caracterizado por veículos que saem de sua origem com uma carga
fechada para entregar a somente um cliente, ou seja, cargas especiais.
Cliente Nº de viagens Freqüência Relativa Freqüência Acumulada
Grupo A 6710 48% 48%
Grupo B 2647 19% 67%
Grupo C 1918 14% 80%
Grupo D 1727 12% 92%
Grupo E 679 5% 97%
Grupo F 244 2% 99%
Grupo G 142 1% 100%
TOTAL 14067 100%
Tabela 2 - Dados levantados no período de 2 anos
Os grupos A, B e C juntos são responsáveis por 80% do fluxo de viagens/mês, totalizando 11.275
viagens das 14067 levantadas para um período de 2 anos. Logo, a utilização dos veículos será
analisada com base nestes 3 grupos.
4.2.1. Por categoria
A Figura 1 mostra a utilização dos veículos/custos de manutenção de acordo com sua categoria.
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Figura 1 -úmero de viagens X Custo de manutenção por categoria de veículos
Em termos de distribuição do número de viagens por categoria de veículos da Transportadora,
nota-se que as categorias 1 e 5 demandaram mais serviços que as demais, portanto é desejável ter
esses veículos em boas condições de rodagem (manutenção programada, revisão periódica dos
componentes principais, etc.) para que a Transportadora consiga atender aos níveis de serviços
esperados pelos clientes.
Diante desta realidade, levantaram-se os custos totais de manutenção para o período considerado.
Estes custos englobam manutenção elétrica (farol, motor de partida, computador de bordo, painel
eletrônico, etc.) e mecânica (rolamentos, suspensão, pneus, troca de óleo lubrificante, troca de
filtro, entre outras menos freqüentes) para o período analisado.
Analisando a Figura 1 de forma conjunta, por categoria, para custos de manutenção e número de
viagens, observa-se que um maior número de viagem não significa o maior custo. Por exemplo,
os veículos da categoria 5 apresentam um número alto de viagens e um custo proporcional menor
quando comparado aos demais. Justifica-se este fato da categoria 5 ser um tipo de veículo que,
embora com anos de uso, apresenta baixo índice de manutenção. Outro exemplo é a categoria 2,
que embora tenha grande número de viagens, apresentou custo de manutenção reduzido.
Justifica-se por serem veículos com poucos anos de uso e, conseqüentemente, ainda não
apresentaram grandes gastos com manutenção.
4.2.2. Por grupo de cliente
Para todos os grupos foi fixado um percurso realizado por todas as categorias de veículos para se
obter os tempos de viagens para atendimento aos clientes dos respectivos grupos.
Grupo A
Este grupo representa maior parcela no faturamento da Transportadora, portanto cabe aos
gestores monitorar o controle de utilização de veículos que garanta a disponibilidade destes para
atendimento às exigências do seu cliente.
A Figura 2 mostra o número de viagens por categoria de veículo para atender todos os clientes da
empresa deste grupo. O tempo médio de atendimento ao mesmo cliente variou de 6,14 horas para
categoria 2 (veículos leves) a 9,14 horas para categoria 4 (categoria Carreta ou Cavalo
Mecânico). Ou seja, uma variação em trono de 50% para o mesmo cliente. As viagens são do tipo
cargas diretas ou cargas fechadas.
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Figura 2 - Tempo médio e número de viagens por categoria de veículos para clientes grupo A
Esta variação se deve aos fatores levantados pelos entrevistados:
1. Tempo de carga e descarga: olhando cada categoria de veículo em termos de capacidade,
percebe-se que existe uma variação do tempo de carga e descarga para estes veículos. Veículos
Leves (categoria 1 e 2) apresentam este tempo reduzido, enquanto Cavalos Mecânicos e Carreta
(categoria 4) possuem tempo maior de permanência no pátio para carga e descarga maior.
2. Disponibilidade de veículo: visando melhores níveis de atendimento ao cliente, a
Transportadora criou uma estratégia de veículo exclusivo para este grupo de cliente, com veículo
exclusivo disponível da categoria 5 para atendimento de suas operações de distribuição. Isso faz
com que o veículo fique no cliente aguardando a liberação dos pedidos, o que reflete em aumento
no tempo de atendimento.
3. Veículo com anos de utilização: a categoria de veículos 5 é caracterizada como por ter
veículos com tempo de uso maior quando comparado com os outros tipos. Isso reflete em uma
velocidade média reduzida quando estes veículos estão sujeitos à utilização da sua potência
máxima disponível e também em tempo excedido para manobra deste nas docas do cliente.
Grupo B
O grupo B representa clientes estratégicos para a Transportadora. Portanto, demanda-se
planejamento e gerenciamento logístico (previsão de demanda, programa de manutenção
preventiva, treinamento dos colaboradores, escala para veículos com maiores demandas,
programa de remuneração variável aos motoristas, dedicação de veículos para atendimento deste
cliente) que garanta um nível de serviço igual ou superior ao apresentado até o momento.
A Figura 3 apresenta de forma geral a soma do número de viagens e o tempo médio para
atendimento deste grupo de veículo por categoria de veículo. Percebe-se que as categorias 3 e 5
foram as mais demandas por este cliente e o tempo médio de duração das viagens variou entre o
mínimo 7,56 para categoria 2 (Categoria Sider/Baú Rápido) ao máximo de 10,17 para categoria 3
(Sider/Baú Truck). Justifica-se, segundo entrevistado, pela demora na descarga dos veículos da
categoria 3, 4 e 5, diferentemente da categoria 2, por exemplo, veículos pequenos e ágeis (fácil
utilização e manobra). A categoria 3 e 4 trata-se de veículos com elevada capacidade de carga e,
conseqüentemente, tempo excedente para manobras durante seu carregamento e
descarregamento. Já a categoria 5, pela dificuldade de manobra para descarga nas docas do
cliente e pelo baixa resposta de torque em momentos de alta demanda (variação de altitudes).
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Figura 3 - Tempo médio para atender grupo B por categoria de veículo
Grupo C
Este grupo de cliente caracteriza-se como fornecedor de peças para indústria automobilística,
assim como o grupo A. Ao se avaliar a distribuição do número de viagens ao decorrer do ano,
percebe-se que existe uma diminuição de demanda do período de novembro até meados de
fevereiro, aproximadamente. Este fato é característico dos segmentos das montadoras do país,
pois algumas entram em férias coletivas e interrompem suas atividades produtivas neste período.
A Figura 4 ilustra o tempo médio e o número de viagens por categoria de veículos para atender as
demandas de viagens do cliente do grupo C. Nota-se que ocorre maior demanda pela categoria 5,
veículos relativamente pequenos com capacidade entre 5,5 e 9 toneladas (relativamente alta para
veículos com dois eixos quando comparado a categoria 1 e 2, com capacidade até 3,5 toneladas).
Figura 4 - Tempo médio e número de viagens para atender grupo C - TMD por categoria de veículo
Analisando a Figura 4 de forma conjunta, por categoria, para custos de manutenção e número de
viagens, observa-se que um maior número de viagem não significa o maior custo. Por exemplo,
Em uma análise conjunta da Figura 9, nota-se grande variação de tempo médio de viagem,
mínimo 6,14 para categoria 2 e máximo 9,21 para categoria 5. Como já ressaltado, a categoria 2
caracteriza-se como veículos rápidos e ágeis, reduzindo seu tempo médio de viagem e
carregamento/descarregamento e, a categoria 5, veículos com elevado tempo de utilização, sendo
poucos ágeis e apresentam menor desempenho de torque quando sujeito à variação de altitude.
4.3. Análise do nível de serviço e indicadores de sustentabilidade
4.3.1. Caracterização das empresas entrevistadas
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Para os contratantes dos serviços logísticos da Transportadora, 60% afirmam ter 100 ou mais
funcionários e pelo menos uma empresa prestadora de serviços logísticos. Dentre essas empresas
maiores, cerca de 45% operam por meio de um sistema integrado de Troca Eletrônica de Dados
(Electronic Data Interchange - EDI). Enquanto que as outras empresas da região contratam
serviços logísticos, na sua totalidade, sem o uso de EDI. Estas empresas são pequenas, cerca de
28% afirmam ter mais de 100 funcionários e, certamente há pouco investimento em TI.
O uso do EDI pela Transportadora permitiu elevar o seu nível de serviço a seus clientes, o que
permite também reduzir tempo de ciclo de um pedido de entrega/coleta.
4.3.2. Indicadores de desempenho logístico
Foram levantados alguns indicadores que interferem na contratação de serviço. Dentre as
variáveis analisadas, destacam-se o “custo do frete”, a “rapidez na entrega/coleta” e a “qualidade”
(grau de acuracidade de pedidos, atendimento ao cliente e não ocorrência de rupturas/falhas nos
serviços) durante o transporte. A Figura 5 apresenta o resumo das respostas obtidas para as
empresas da região e para a carteira de clientes da Transportadora.
Figura 5 - Fatores analisados no ato da contratação de serviços logísticos
Nota-se que os entrevistados consideram como mais importante para a contratação de uma
prestadora de serviços logísticos o “Custo de Frete” e a “Qualidade do serviço”. Verifica-se que
os clientes da carteira da Transportadora adotam uma estratégia baseada em custo de frete,
estrutura logística e qualidade dos serviços prestados. Enquanto que empresas da região dão um
foco diferenciado em rapidez e pontualidade.
Para medir o nível dos serviços da Transportadora e das empresas prestadoras de serviços
logísticos são analisados os seguintes indicadores (vide Figura 6):
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Figura 6 - Níveis de serviço da Transportadora e outras empresas prestadoras de serviços logísticos
A Figura 6 mostra uma comparação dos níveis de serviço prestado pela Transportadora e por
empresas concorrentes. Nota-se que a maioria dos indicadores apresenta nota alta, principalmente
quando se analisa a Transportadora. Por exemplo, o relacionamento entre a contratante e a
Transportadora não é ruim (média 8,07 com desvio padrão de 0,96 e mediana 9). Porém, não é
possível saber se este relacionamento é do tipo ganha-ganha ou se é uma imposição ou exigente
de melhores níveis de serviços por parte de um lado do relacionamento. Também não é possível
afirmar estatisticamente que as médias desses indicadores são diferentes entre a Transportadora e
as demais empresas. Somente se pode afirmar estatisticamente que o indicador “Aparência e
Limpeza”, tanto pelo teste t para amostra emparelhadas (considerando a distribuição normal das
amostras) quanto o teste Wilcoxon (teste não-paramétricos quando não se tem a normalidade), é
melhor avaliado para a Transportadora.
Ao se fazer uma análise descritiva dos dados (e sem rigor estatístico), a “Qualidade dos Serviços”
e “Tempo de ciclo” indicam pontos de melhoria, pois, comparativamente, tiveram desvio padrão,
e mediana relativamente baixos. No caso das outras empresas prestadoras de serviço, o tempo de
ciclo teve nota mais alta comparativamente à Transportadora. Provavelmente, devido à
Transportadora ter clientes dedicados talvez a exigência de espera para carga, ter veículos
disponíveis e procedimentos padronizados para coleta, carga e descarga, este tempo seja maior.
Verificou-se também a influência do “histórico de relacionamento” nos indicadores de
desempenho logístico (qualidade, pontualidade, capacidade de resposta, aparência e limpeza,
ocorrência de avarias e tempo de ciclo). Por meio da ANOVA pode-se inferir que o bom
“histórico de relacionamento” influencia positivamente na: “qualidade dos serviços”,
“pontualidade”, “capacidade de resposta” e “aparência e limpeza dos veículos” das empresas de
transporte. Como pressuposto para a aplicação da ANOVA, verificou-se a normalidade dos
dados, como mostra a Tabela 3.
Kolmogorov-Smirnov(a) Shapiro-Wilk
Estatística amostra Sig. Estatística amostra Sig.
Qualidade ,271 35 ,000 ,858 35 ,000
Pontualidade ,207 35 ,001 ,897 35 ,003
Cap. Resposta ,205 35 ,001 ,838 35 ,000
Aparência e Limpeza ,226 35 ,000 ,812 35 ,000
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Tabela 3 - Teste de normalidade
A Tabela 4 mostra o resultado da ANOVA. A hipótese nula é: “não há efeito do histórico de um
bom relacionamento entre as empresas em cada indicador em análise”. Ressalta-se que a
MANOVA (análise de variância multivariada) seria mais apropriada para analisar a influência do
histórico do relacionamento nos indicadores, pois permitiria analisar de forma conjunta (na
presença de todas as variáveis dependentes) e não separadamente (sobre cada indicador) como foi
feita. Porém, devido à amostra ser pequena, tal análise não foi possível.
Indicador Fonte de variação Soma dos quadrados Quadrado médio F Sig.
Qualidade Entre grupos 50,405 10,081 13,401 ,000
Dentro dos grupos 22,567 ,752
Pontualidade Entre grupos 40,270 8,054 4,787 ,002
Dentro dos grupos 50,480 1,683
Capacidade Resposta Entre grupos 47,080 9,416 2,432 ,058
Dentro dos grupos 116,142 3,871
Aparência e Limpeza Entre grupos 16,813 3,363 2,358 ,065
Tabela 4 – Resultados da ANOVA
A Tabela 4 mostra que o teste F é significativo até 10%, portanto o bom relacionamento entre as
empresas contribui para que a média dos indicadores seja significativamente maior, seguramente
o indicador qualidade. Ou seja, a hipótese nula é rejeitada. Esses resultados sugerem que investir
no bom relacionamento pode aumentar significativamente a qualidade dos serviços prestados
pelas transportadoras, bem como contribuir para melhor pontualidade das entregas, aumentar a
capacidade de resposta frente à demanda e continuar investir na aparência e limpeza dos veículos.
4.3.3. Questões ambientais
Durante as entrevistas foi possível identificar informações valiosas quando se trata de meio
ambiente e transportes. Foram levantadas algumas políticas que empresas estão adotando para
que seus fornecedores passem a se conscientizar de seus atos e forçá-los a adotar políticas de
baixo impacto ao meio ambiente.
A grande maioria dos entrevistados afirmaram que “é possível ter lucro com transportes e ao
mesmo tempo respeito ao meio ambiente” e que o setor de transporte contribui para a emissão de
Gases do Efeito Estufa (GEE). Embora esta seja uma questão óbvia, o reconhecimento por parte
das empresas, pelo menos sinaliza mudanças neste cenário. Segundo os entrevistados ainda
existem poucos órgãos fiscalizadores e leis ainda precárias para controlar a emissão de gases.
Segundo um dos entrevistados, “o Brasil é um país muito extenso, depender somente do
transporte rodoviário já não pode ser uma estratégia de uma empresa que busca operações
sustentáveis. Cabe aos nossos governantes investir em infraestrutura dos portos e das ferrovias
para que possamos utilizá-las e reduzir os custos com transporte, o que reflete em menores
custos para os consumidores”.
Quando analisadas as principais dificuldades levantadas para que se atenda aos requisitos de boas
práticas ambientais como (“Custos”, “Fiscalização”, “Conscientização dos Colaboradores”,
“Dificuldade em dar treinamento”), cerca de 58,3% afirmaram que a “ falta de conscientização
dos colaboradores” é a principal barreira encontrada, com aproximadamente 58,3% das respostas.
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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Segundo um dos entrevistados, a falta de comprometimento dos colaboradores têm impacto no
aumento de desgaste das peças e a elevação na emissão dos gases quando um veículo é mal
conduzido pelo motorista.
Alguns gestores também destacaram a falta de treinamento das empresas do setor de transportes
quando se diz respeito à apresentação e ao comportamento dos motoristas. Segundo eles, “(...)
são poucos os motoristas que são capazes de dialogar respeitando as exigências da empresas, (...),
muitos não usam sequer um uniforme adequado”. Estas são algumas das oportunidades que
podem ser atacadas com objetivo de se atingir a satisfação dos clientes. Isso reflete a necessidade
de mudança cultural das empresas deste setor.
Dentre os fatores que impactam negativamente no meio ambiente, “Pneus”, “Peças e acessórios
pós-uso”, “Óleos lubrificantes”, “Emissão de gases”, cerca de 64% dos entrevistados acreditam
que a “Emissão de Gases” seja o maior poluente. Isto mostra a falta de informação e estudos
detalhados à respeito dos principais causadores de aumento da poluição no meio ambiente.
Por outro lado, cerca de 71% dos entrevistados destacaram a “destinação adequada de óleos
lubrificantes” e “pneus” e a “revisão freqüente de bicos e bombas dos veículos” como principais
melhorias que poderiam ser adotadas para ter uma logística de baixo impacto ambiental.
6. Considerações Finais
Como considerações finais, a empresa poderia se beneficiar de melhores relacionamentos com
seus clientes, com objetivo de minimizar as ocorrências de atrasos para a liberação do
carregamento e melhorar a programação e sequenciamento das entregas, assim como cargas e
descargas. Por exemplo, programar as saídas de acordo com horários de picos em São Paulo,
criar horários mais flexíveis para carga de descarga de madrugada.
Embora a empresa tenha muitos veículos novos é necessário um estudo de viabilidade econômica
para a substituição de alguns veículos com idade acima de 10 anos que. Além de apresentarem
desgastes, são veículos que tem um consumo de combustível bem maior quando comparado com
veículos mais novos. Além disso, deve-se criar um plano de manutenção preventiva baseado no
histórico de manutenção e um acompanhamento junto aos fornecedores de peças dos veículos.
Quanto aos indicadores de desempenho logístico, a sugestão é as empresas de transporte investir
no bom relacionamento com seus clientes. Especificamente no caso da Transportadora, poderia
ser adotada uma estratégia de gerenciamento de entrega junto aos clientes. Por exemplo adotar
Case Fill (monitoramento da quantidade dos pedidos de entrega/coleta solicitados versus
quantidade de pedidos de entrega/coleta realizados no prazo) e Case Fill Rate (monitoramento da
quantidade das entregas/coletas solicitadas versus quantidade de entrega/coleta realizadas no
prazo e na quantidade requerida). Com isso a empresa poderia ter um controle de suas operações,
facilitando também um estudo detalhado das entregas/coletas.
Agradecimento
Os autores agradecem ao CNPq pelo financiamento desta pesquisa.
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