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FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL Autor: Márcio Marques Aguiar Ferreira AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS CAUSADOS POR ATIVIDADES TURÍSTICAS NO POVOADO DA LAPINHA, SANTANA DO RIACHO / MG Belo Horizonte / MG 2011

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AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS CAUSADOS POR ATIVIDADES TURÍSTICAS NO POVOADO DA LAPINHA, SANTANA DO RIACHO / MGAutor: Márcio Marques Aguiar Ferreira

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Page 1: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS

PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL

Autor: Márcio Marques Aguiar Ferreira

AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS CAUSADOS POR ATIVIDADES

TURÍSTICAS NO POVOADO DA LAPINHA, SANTANA DO RIACHO / MG

Belo Horizonte / MG

2011

Page 2: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

MÁRCIO MARQUES AGUIAR FERREIRA

AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS CAUSADOS POR ATIVIDADES

TURÍSTICAS NO POVOADO DA LAPINHA, SANTANA DO RIACHO / MG

Monografia apresentada ao programa de Pó-

Graduação em Engenharia Ambiental da Faculdade de

Engenharia de Minas Gerais, como requisito parcial

para obtenção de titulo Especialista em Engenharia

Ambiental. Linha de pesquisa: Gestão de planejamento

para danos das atividades turísticas.

Orientador: Professor André Pereira Rosa.

Belo Horizonte / MG

2011

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Dedico esta monografia à minha família que sempre me apoiou, e às pessoas que estiveram ao meu lado.

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RESUMO

O presente trabalho acadêmico aborda a questão das atividades turísticas em pequenos povoados com atrativos naturais. Este estudo possui como temática a situação das atividades turísticas que são inseridas sem o devido planejamento e controle sócio ambiental, como é o exemplo do povoado da Lapinha, pertencente ao município de Santana do Riacho, situado no estado de Minas Gerais. Busca-se demonstrar as principais interferências ambientais através de análises estatística e respectivamente de dados científicos referente a esse tema. Este fato nos remete a uma análise do contexto sócio ambiental, avaliado por aspectos caracterizados como, posterior ao surgimento do advento do turismo nesta localidade. O tema traz a discussão de pontos relevantes para a sustentabilidade ambiental do local, possibilita descrever a relevância da preocupação pelo aumento dos resíduos gerados, disposição e local do aterro controlado, aborda a falta de infra estrutura para o turismo vindo relatar demais pontos negativos estabelecidos por ausência de controle e política ambiental adequada. Prevê as possibilidades de riscos sócios ambientais associados com as atividades turísticas através de uma abordagem direta no local, fornecidas por pesquisas in loco, registros de imagens, dados estatísticos.

ABSTRACT

This scholarly work addresses the issue of tourism activities in small towns with natural attractions. This study has as its theme the situation of tourism activities that are inserted without proper environmental planning and controlling shareholder, as is the case of Lapinha village, the municipality of Santana do Riacho, located in Minas Gerais. It also demonstrates the major environmental interference by the statistical analysis of scientific data respectively relating to this subject. This fact leads us to an analysis of the social environment, characterized as rated by aspects, after the emergence of the advent of tourism in this area. The theme brings the discussion of issues relevant to the environmental sustainability of the site allows to describe the relevance of concern for the increase in waste generated, disposal and the landfill site, addresses the lack of infrastructure for tourism report coming too negative points established by absence of control and appropriate environmental policy. Provides the potential for environmental risks associated with partners tourism activities through a direct approach on site, provided by on-site research, registry files, statistical data.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Mapa de Localização - S.R/MG ...............................................................10

FIGURA 2 Local de captação da água para o consumo no povoado da Lapinha - S.R/MG .....................................................................................................10

FIGURA 3 Perímetro Urbano - Lapinha - S.R/MG ....................................................11

FIGURA 4 Aterro Controlado - S.R/MG .....................................................................28

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Quantidade de estabelecimentos e leitos disponíveis - Lapinha – S.R/MG ...................................................................................................15

TABELA 2 Quantidade de: Estabelecimentos comerciais, domicílios, moradores e media estimada de turistas - Lapinha - SR/MG ........................................16

TABELA 3 Dados da vulnerabilidade dos recursos hídricos - S.R/MG .....................19

TABELA 4 Vulnerabilidade natural associada à disponibilidade natural de água S.R/MG .....................................................................................................20

TABELA 5 Saúde - S.R/MG ......................................................................................20

TABELA 6 Saneamento - S.R/MG ............................................................................20

TABELA 7 Educação - S.R/MG ................................................................................21

TABELA 8 Distribuição espacial da população - S.R/MG .........................................21

TABELA 9 Resultado dos danos ambientais Lapinha - S.R/MG ..............................27

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................07 2. OBJETIVOS ..........................................................................................................09 2.1 Objetivo geral.....................................................................................................09 2.2 Objetivos específicos .......................................................................................09 3. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................09 3.1 Características gerais do sitio estudado e localização .................................09 3.2 Dados para o planejamento das atividades que envolvem o turismo .........13 3.3 Analise da utilização dos recursos naturais e ocupação local......................15 3.4 Relações entre riscos ambientais e atividades turísticas .............................17 3.5 A utilização do Z.E.E-S.R/MG ...........................................................................18 3.6 Licenciamento ambiental para criação de um pólo turístico em S.R/MG.....22

4. METODOLOGIA ...................................................................................................23 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ..........................................................................26 5.1 Diagnostico da situação encontrada Lapinha - S.R/MG.................................26 5.2 Avaliação dos resíduos sólidos e do aterro controlado – S.R/MG................28 5.3 O impacto do deslocamento por trilhas – S.R/MG .........................................29 5.4 Aumento do numero de imóveis no perímetro urbano - Lapinha..................30 6. RECOMENDAÇÕES / MEDIDAS DE CONTROLE ..............................................31 6.1 Gestão ambiental sustentável - S.R/MG...........................................................31 6.1.1 PCRS - Programa de controle resíduos sólidos e PNRS - Política Nacional dos Resíduos Sólidos .............................................................................................33 6.1.2 Proposta da introdução de programa para a educação ambiental ...........34 6.1.3 O controle das ocupações sazonais de turistas - S.R/MG .........................35 6.1.4 Planejamento e implantação da coleta seletiva ..........................................36 6.1.5 Caracterização da área para uma usina de compostagem ........................38 6.1.6 Logística reversa e responsabilidade compartilhada .................................39 6.2 Implantação de um pólo turístico em S.R/MG ................................................40 7. SANEAMENTO BASICO - SR/MG .......................................................................42 7.1 Política de saneamento básico ........................................................................42 7.2 Plano diretor e o saneamento básico local .....................................................43 7.3 Plano de saneamento básico para municípios de pequeno porte................44

8. CONCLUSÃO .......................................................................................................47 9. REFERÊNCIA BIBLIIOGRÁFICA .........................................................................48

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1. INTRODUÇÃO

O planejamento do turismo, atividade que envolve relações sócio-espaciais,

encontra a possibilidade de reflexão sobre as formas para o melhor aproveitamento

dos recursos naturais, incluindo nessa discussão, propostas e medidas que buscam

manter o equilíbrio entre essas relações.

Aos fatores que delineiam e tornam preocupantes os problemas abordados neste

trabalho, tem como ênfase à questão ambiental, visto que o desenvolvimento da

atividade turística em localidades que possuem atrativos ecológicos como

cachoeiras, grutas, matas nativas, rios e lagos e que não apresentam infra-estrutura

básica para sustentá-lo, são cada vez mais freqüentes.

Desta forma, torna-se imprescindível a manutenção e proteção dessas áreas,

através do controle das formas de utilização dos recursos naturais pelo turismo. A

exploração destes atrativos, sem o devido controle, está associada ao aumento de

danos ambientais, entre eles a geração de resíduos.

Um fator de preocupação é o destino final desses materiais, configurando uma

posição de responsabilidade socioambiental entre comércio, órgãos públicos e

setores privados envolvidos com a atividade turística, que utilizam os locais como

atrativos naturais.

No povoado da Lapinha os riscos ambientais provindos do turismo ecológico não

têm sido estudados e monitorados de forma sistemática e os problemas acarretados

desta situação, indicam a importância de se buscar através de uma discussão

temática a contribuição efetiva destas relações.

A realidade vigente de falta de infra-estrutura local da região difere das riquezas dos

recursos naturais existentes que são preponderantes para sobrevivência da

comunidade local. Este ambiente enquanto sustentável na diversidade ecológica e

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em equilíbrio natural com o povoado atualmente é valorizados pela qualidade de

vida existente.

No entanto quando saturado pelo grande contingente de pessoas que visitam esta

localidade, passa-se a observar alterações ambientais gerados por intervenções

antrópicas e que passam a causar Impactos sobre a população local.

Conhecer a forma como se desenvolve a atividade turística no povoado da Lapinha

torna-se importante para verificar até que ponto tal atividade vem se desenvolvendo

de forma sustentável, considerando os impactos dela decorrentes e a necessidade

de preservação do ecossistema local.

Um dos aspectos de analise para a avaliação local é a geração dos resíduos

deixados nos atrativos ou no perímetro do povoado, expressa a preocupação com o

incremento da atividade turística, considerando os impactos que estes resíduos vêm

promovendo nesse local.

Discorre neste estudo demais explicações referentes aos aspectos ambientais da

ocupação local, saneamento básico, cobertura vegetal e dos recursos hídricos que

serão correlacionados ao contingente de turistas através de dados das interferências

negativas.

O tema abordado torna-se determinante para se definir diretrizes de planejamento e

manutenção das atividades turísticas da região, integrando-as ao equilíbrio

ambiental, segundo os princípios do desenvolvimento local sustentável, o que

justifica a elaboração de um projeto definitivo para a segurança social e ambiental

desta região através dos dados sócio-espaciais e ambientais observados, que

especificam os problemas da exploração e uso das áreas e seus recursos naturais.

2. OBJETIVOS

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2.1 Objetivo geral

Avaliar os riscos ambientais causados pelo aumento das atividades turísticas na

comunidade de Lapinha em Santana do Riacho / MG.

2.2 Objetivos específicos:

Identificar os principais aspectos e impactos relacionados com o aumento das

atividades turísticas em Lapinha – S.R/MG.

Levantar estudos de dados para propostas de soluções e medidas de

controle.

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Características gerais do sitio estudado e localização

O povoado da Lapinha em Santana do Riacho/MG, pertence à bacia hidrográfica do

rio das Velhas se localiza na sub bacia do rio Cipó e micro bacias dos córregos da

Lapinha e Mata-Capim, que juntos formam a Lagoa da Lapinha na porção meridional

do Espinhaço.

A figura 1 ilustra a delimitação do perímetro urbano da cidade de Santana do Riacho

e do povoado da Lapinha. Representa a identificação dos elementos topográficos e

hidrográficos a localização do aterro controlado o local de captação da água que

abastece o povoado. O trecho em linha vermelha refere ao acesso que liga a sede

da cidade de Santana do Riacho ao povoado da Lapinha.

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O acesso a partir de Belo Horizonte pode ser realizado pela MG-424, até a cisão da

MG-010, aproximadamente 120 km (NNE) de Belo Horizonte e de coordenadas 19°

07” 20’(S) e 43°40”30’(W).

Figura 1 : Mapa de localização do povoado da Lapinha. Fonte: IBGE – Carta Geológica de Baldim, folha SE-23-Z-C-III.

A figura 2 demonstra o local onde é feita a captação da água que abastece o

povoado. A água é captada na superfície e armazenada em um reservatório e

posteriormente canalizada até a caixa de água do povoado.

Figura 2 - Local de captação da água que abastece o povoado da Lapinha. Fonte: Dados de campo. Dezembro/2010

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Este fator remete também a adequação e infra-estrutura do comércio e residências

próximas à lagoa da Lapinha e outros cursos d´agua, por possibilitarem o risco de

alteração na qualidade da água assim como do lençol freático, através de seus

escoadouros domésticos e do comércio já que muitas delas, não possuem

tratamento do esgoto e fossas sépticas, conforme apresentado na figura 3.

Figura 3 – Perímetro urbano do povoado da Lapinha Próximo a Lagoa. Fonte: Dados trabalho de Campo – Dezembro 2010.

Que segundo ZORATTO:

O maior fator de deterioração do meio ambiente está, no entanto, associado aos esgotos oriundos das atividades urbanas. Os esgotos contêm nitrogênio e fósforo, presentes nas fezes e urina, nos restos de alimentos, nos detergentes e outros subprodutos das atividades humanas. (ZORATTO, 2006 p.4)

A região em questão foi decretada como área de preservação ambiental (APA) –

Morro da Pedreira, estabelecida pelo Presidente da República José Sarney, Decreto

nº 98.891/90.

Possui como características o bioma de Cerrado que “predomina vegetação típica

de campos rupestre de altitude”. (CAIAFA, 2003, p.77)

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De clima “tropical de altitude com verões frescos e estação seca bem definida. As

temperaturas médias anuais ficam em torno de 21,2°C e apresenta precipitação

média anual de 1622 mm”. (IBAMA, 2008, sp.)

O relevo estudado na região da Lapinha constitui formas mais elevadas da região

em estudo com pontos máximos de 1680m de altitude conhecido como Pico do

Breu, e 1670 m Pico da Lapinha.

Destaca no mapa geológico, Fogaça e Mourão (1977, s.p), Supergrupo Espinhaço

Meridional e Setentrional – quartzitos laminados brancos acinzentados.

Configura no compartimento da área em estudo, vertentes acentuadas seguidas por

platôs e depressões com grande número de nascentes perenes e intermitentes, que

contribuem para formação da lagoa da Lapinha. Estes aspectos do relevo são

confirmados pela geologia do compartimento estudado, segundo as representações

seguintes de SAADI:

Em escala regional o planalto Meridional da Serra do Espinhaço enquadraria toda região localizada entre a nascente do rio Cipó que se estende até a Bahia. (SAADI, 1995). As formas de relevo resultantes de sua esculturação pela dissecação fluvial são representadas, majoritariamente, por cristas, escarpas e vales profundos adaptados às direções tectônicas e estruturais. No trecho meridional de direção NNW-SSE (Serra do Cipó). (SAADI, 1995 p. 41)

Outros dados importantes e que se referem ao âmbito estudado é sobre a economia

já que a região não possui indústrias ou empresas de pequeno ou médio porte,

portanto a produção na região é predominantemente básica de produção rural de

subsistência. Atualmente esta região também tem como renda o turismo ecológico.

Concede no contexto histórico a existência em S.R/MG de sítios arqueológicos

conhecidos como o grande abrigo de Santana do Riacho, dados pelos vestígios

encontrados que explica PROUS:

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Dentre os vestígios encontrados em Santana do Riacho, destacam-se a coleção de aproximadamente 40 esqueletos sepultados, cujas morfologias e datações são compatíveis com os esqueletos anteriormente encontrados no Carste de Lagoa Santa, e que correspondem à ocupação humana mais antiga da América do Sul, denominada de “População de Lagoa Santa” (PROUS, 1992/1993).

Muitos destes vestígios, como as pinturas rupestres, encontram-se próximos aos

locais utilizados para atrativos naturais como dentro das grutas e cavernas

espalhadas pela região, em rochas próximas as trilhas utilizadas por pessoas, nas

proximidades das cachoeiras onde encontra os paredões dos sítios arqueológicos

mencionados.

Quanto à população “o município de Santana do Riacho apresenta 4.023 habitantes,

e uma área de 676,7 km²” (IBGE, 2010). Estima-se que o povoado da Lapinha

possui aproximadamente 380 moradores.

3.2 Dados para o planejamento das atividades que envolvem o turismo

Em décadas anteriores o modelo ambiental da região de Santana do Riacho que

inclui o povoado da Lapinha, convergia positivamente para uma melhor qualidade de

vida dos habitantes, assim como para a produção existente que representava

menores riscos ambientais, este fato era considerado a partir do isolamento dos

atrativos naturais em virtude do difícil acesso ao povoado.

Contudo na última década os espaços antes inacessíveis e de pouco interesse,

passaram a ser explorados por atividades turísticas, conhecidas como eco turísticas.

As atividades do turismo planejado devem operar através de um nível avançado de

sustentabilidade ambiental, potencializando a perpetuação da conservação da

qualidade de vida ambiental daquela região, caracterizada pelas relações entre o

lugar, atrativos naturais (paisagem) e atividade turística, como destaca

SUERTEGARAY:

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Isto implica em compreender o lugar através de nossas necessidades existenciais quais sejam, localização, posição, mobilidade, interação com os objetos e/ou com as pessoas. Identifica-se esta perspectiva com a nossa corporeidade e, a partir dela, o nosso estar no mundo, no caso, a partir do lugar como espaço de existência e coexistência. (SUERTEGARAY, 2001, p.93).

Este fato reforça a preocupação sobre a conservação do local e a valorização e

integração do homem do campo nas atividades turísticas, impedindo a expropriação,

emprego informal, fuga e deteriorização cultural ou a perda das atividades antes

existentes.

Atualmente a atividade turística passou a ser uma fonte econômica para o povoado

da Lapinha. Paulatinamente o turismo está se tornando a principal fonte de renda

onde muitas pessoas prestam serviços em bares, restaurantes, pousadas,

campings, como guias turísticos, transportes e diversos serviços aos turistas.

Desta forma, justifica-se conhecer a maneira como essa atividade se desenvolve e

até que ponto pode ser considerada sustentável. De acordo com RUSCHMANN:

O turismo deve ser considerado como fator de desenvolvimento prioritário em todas as localidades nas quais ele se constitui a maior fonte de renda e a base de existência da maioria dos empreendimentos que dependem direta ou indiretamente da atividade. Com base da idéia de que não há perspectivas de implantação de indústrias e de transformação da localidade em pólo econômico com rendimento de outros setores produtivos, o desenvolvimento do patrimônio turístico deve direcionar todas as ações de planejamento. O turismo é visto como atividade não tradicional e suas diretrizes de desenvolvimento são originarias de outros campos da atividade econômica; porém já apresenta um corpo teórico substancial que pode fundamentar cientificamente as mais amplas discussões e decisões sobre o seu planejamento. (RUSCHMANN, p. 165, 1999)

As relações turismo e meio ambiente, culmina atualmente em debates de gestão

ambiental determinadas na busca de soluções para as principais áreas com

interferências antrópicas. Destacando-se para subsidiar diretrizes de planejamento e

manutenção das atividades turísticas.

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Sabe-se que através de um maior controle das atividades do turismo e na busca de

adequar ou corrigir as interferências, sejam culturais ou ambientais, estas atividades

poderão ser um fator de desenvolvimento sustentável.

3.3 Analise da utilização dos recursos naturais e ocupação local - S.R/MG.

Entre os anos de 1995 a 2010, surgiram 91 estabelecimentos. Em 1995 a

capacidade de carga era de 50 pessoas, em 2010 a capacidade de carga é de 595

pessoas.

Atualmente estima-se que o local receba uma população média de três vezes maior

que a capacidade existente no povoado, ou seja, 2200 pessoas durante os períodos

de feriados, como o carnaval.

Na tabela 1 é possível avaliar a capacidade máxima de atendimento local para os

visitantes assim como o numero de leitos disponíveis.

Tabela: 1 - Quantidade de estabelecimentos e leitos disponíveis – SRS Lapinha - S.R/MG

Estabelecimentos 1998 2002 2008 2010 Media

Chalés 0 14 41 44 2,2 pessoas por Chalé

Pousadas 2 4 9 13 2,3 pessoas por quarto

Áreas de Camping 1 3 4 5 45 pessoas por área

Casas Veraneios 8 14 36 40 08 pessoas por casa

Total de Leitos p/ os turistas 141,2 342,2 702,9 851,1

Fonte: Dados de Campo Jan/2011 *Sete quartos por pousada

Acerca do aumento dos habitantes, o planejamento das atividades turísticas requer

estudos que estabeleçam as relações dos usos dos recursos naturais, que venham

definir através da economia ambiental o melhor aproveitamento destas áreas.

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Contudo advêm com este cenário informações sobre como vem se desenvolvendo

as atividades turísticas em S.R/MG (Tabela 2).

Tabela 2 - Quantidade de: Estabelecimentos comerciais, domicílios, moradores e media estimada de turistas - Lapinha - S.R/MG.

Especificações 1995 2000 2007 2010

Moradores locais 210 250 340 380

Comércio local 4 8 20 26 Domicílios locais Media estimada de turistas

40 50

60 800

180 2000

250 2200

Fonte: Dados de campo 2008/2009/2010/2011

Outro aspecto constituído neste estudo se refere aos passeios turísticos. Pode-se

identificar os danos ambientais nas trilhas e atrativos naturais devido aos resíduos

sólidos que são deixados pelas pessoas que percorrem as trilhas, possibilitando o

acúmulo de resíduos dispersos ou espalhados durante seus deslocamentos ao

longo da área.

Relaciona-se também a está atividade como risco ambiental a formação de novas

trilhas por passeios ditos ecológicos, pois as mesmas propiciam processos erosivos

por funcionarem como canais concentradores do fluxo de água superficial

provenientes de fenômenos pluviais.

As contribuições diretas pelas atividades turísticas existentes estão estabelecidas

como conseqüências identificadas pelo fator de falta de planejamento.

Os aspectos encontrados conduzem aos motivos das interferências no meio natural

do povoado da lapinha, estabelece uma explicação através dos dados estatísticos

que envolvem o crescimento local dado por ações de exploração das atividades

turísticas que desvalorizam o meio físico e as atividades de campo, sobre este

aspecto constata SAMPAIO:

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É nessa ótica que o planejamento oferece um novo modelo para políticas governamentais, com estratégias concretas de intervenção corretivas, baseadas nos postulados interdependentes de eficiência econômica, eqüidade social e prudência ecológica e um novo critério de racionalidade social baseado na critica ao efeito de externacionalização de custos sócio ambientais, exercido pelo modelo puramente econômico. (SAMPAIO, 2004, p.27)

O equilíbrio e preservação ambiental do ecossistema da região da Lapinha e a

manutenção das atividades turísticas, prediz exclusivamente sobre o planejamento e

controle do espaço sócio ambiental utilizado, ao serem apurados os problemas

sócios ambientais através da metodologia utilizada se possam entender fatores

como o aumento dos resíduos gerados durante os feriados e estabelecer as etapas

gradativas sobre os demais problemas existentes a partir destas atividades

3.4 Relações entre riscos ambientais e atividades turísticas

O povoado da Lapinha é um local privilegiado por seus recursos naturais, e por este

fato começou a receber um número considerável de turistas em determinadas

épocas do ano, como em feriados, fins de semanas e férias, em busca de lazer e

descanso.

O foco principal dessas pessoas são passeios ditos ecológicos, e este fato

desencadeia melhores recursos econômicos para o povoado uma vez que a

atividade turística permite a inserção de famílias nas atividades do setor.

Este aspecto fortalece o conceito para o princípio do equilíbrio sócio ambiental, entre

as atividades turísticas, comunidade local e atrativos naturais. Tendo vista a

preocupação do melhor aproveitamento pelas atividades turísticas, direcionados

para a conservação ambiental, melhoria e manutenção da qualidade de vida local.

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Um ponto de estudo versa sobre a alteração da qualidade da água que é consumida

e utilizada pelas pessoas no povoado. A captação é feita à montante do córrego da

Lapinha e próximo a está área, a jusante do mesmo córrego, existem atrativos

naturais que são utilizados pelas atividades turísticas, estabelecendo o risco de

alteração na qualidade da água que abastece o povoado e devido à possibilidade de

utilização do local de captação da água para outros fins.

Conforme Gonçalves (apud ZORATTO, 2003, p.03), sobre o risco de “transmissão

de diversos organismos patogênicos (bactérias, vírus, protozoários e helmintos), via

contaminação de águas utilizadas para recreação, em fontes de abastecimentos de

água para o consumo humano e irrigação” é cada vez mais comum.

Outros aspectos estão associados ao turismo sem planejamento em virtude do

numero de pessoas que freqüentam atualmente e utilizam o mesmo espaço físico

sem determinada infra estrutura.

3.5 A utilização do Z.E.E-S.R/MG.

O desenvolvimento sustentável da região pode ser alcançado através do

planejamento junto as atividades turísticas, sendo evidente a necessidade de

ferramentas que propõem as orientações através de dados de campo como é o caso

do Z.E.E/MG (Zoneamento Ecológico Econômico).

Um indicador para o posicionamento adequado desta postura que pode delinear

sobre o devido controle compatível para a região em estudo que propõem “o uso e

destinação do solo, propriedade e posse da terra, proteção e uso da natureza,

zoneamento e gestão compartilhada de rios ou corpos d’água, de domínios

florísticos, de unidades do solo ou subsolo.” (Z.E.E/MG, 2010, s.p)

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No ZEE Estadual, os dois eixos temáticos representam a relação do homem com a natureza (critérios ecológicos e critérios sócio-econômicos), além de serem importantes para o desenvolvimento regional, identificando conflito de usos e recursos. Pode, portanto, ser utilizado como cenário alternativo para consolidação de potencialidades econômicas, recuperação de áreas degradadas, ocupação territorial integrada e ordenada, bem como para o planejamento dos projetos de infra-estrutura influenciados pela adoção de modelos (parâmetros) de desenvolvimento social, econômica, cultural e ambientalmente sustentáveis, com sensível melhoria na qualidade de vida da população. (Z.E.E – Zoneamento Ecológico Econômico de Minas Gerais - 2010)

Sendo nestas mudanças entendidas como necessárias para o incremento do

turismo tornar-se controlável, são esclarecidas através do conceito referente as

tensões geradas como fatores abordados por resiliências, sobre o ponto de vista do

aspecto cultural e sócio ambiental associada ao desenvolvimento e ocupação destes

locais de acordo com Munn (apud PAIVA, 2008 p.4)

O conceito de “Resiliência” pode ser definido como a capacidade de um sistema (ecológico, econômico, social) para absorver as tensões criadas por perturbações externas, sem que se altere. O conceito de “Resiliência” para a ecologia é a capacidade de um sistema suportar perturbações ambientais, de manter sua estrutura e padrão geral de comportamento quando modificada sua condição de equilíbrio. (MUNN, 1979)

Pode ser destacado que, esta mesma região antes isolada e de difícil aceso até

seus recursos naturais, “principalmente os recursos hídricos”, atualmente passaram

fazer parte dos roteiros turísticos do Parque Nacional da Serra do Cipó e da Estrada

Real.

O potencial hídrico da região é caracterizado pelas tabelas 03 e 04 S.R/MG – Z.E.E /

MG (2010).

Tabela 03: Vulnerabilidade dos Recursos Hídricos S.R/MG

Classe Área (ha) Per(%)

Alta 52013.5 77%

Media 15662.3 24%

Fonte: Z.E.E / MG

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Tabela 04: Vulnerabilidade natural Associada à Disponibilidade Natural de Água Superficial S.R/MG

Classe Área (ha) Per(%)

Alta 63302.8 94%

Media 4380.52 7%

Fonte: Z.E.E / MG

Sobre a questão do aceso, considera como fator para discussão do planejamento

ambiental, a pavimentação e asfaltamento da estrada que liga o município S.R/MG à

capital e a outros centros urbanos do estado.

Até o ano de Dezembro de 2010 eram 36 km de estrada não pavimentada que antes

restringiam dificultando o aceso das pessoas em determinadas localidades.

A partir da pavimentação em 2011 desta estrada, um grande percentual da

população pode ser inserido no processo de benéficos e serviços, como por

exemplo, o aceso a serviços essenciais com maior rapidez a exemplo da saúde,

educação e saneamento.

As tabelas 05, 06 e 07 - Z.E.E/MG dispõe os dados do município de S.R/MG.

Tabela 05: Saúde S.R/MG

Índice Nome Valor

3.3.4.1 Estado de Saúde 0.09%

3.3.4.2 Acesso e utilização de serviços 0.554%

Fonte: Z.E.E/MG 2010

Tabela 06: Saneamento S.R/MG

Índice Nome Valor

3.3.5.1 Existência de tratamento de esgoto p/ mais de 50% da população Não

3.3.5.2 Disposição adequada do lixo p/ mais de 70% da população Não

3.3.5.2.1 Existência de aterro sanitário Não

3.3.5.2.2 Existência de usina de compostagem Não Fonte: Z.E.E/MG 2010

Page 21: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

21

Tabela 07: Educação S.R/MG

Índice Nome Valor

3.3.2.1 Índice de escolaridade 87,26%

3.3.2.2 Índice de Qualidade de Ensino 0.17500%

3.3.2.3 Índice de acesso a Escola 0.976%

Fonte: Z.E.E/MG 2010

Entretanto como conseqüência subentende-se a possibilidade de risco ambiental na

ocupação gradativa dos povoados por aqueles que exploram sem controle as

atividades turísticas. Inicialmente este processo se da através de especulação

imobiliária, com a compra das terras ou casas dos nativos estes que terminam

normalmente expropriados dos locais de origem.

São oito os povoados do município de S.R/MG que concentram maiores

possibilidades de ocupação desordenada e com isso gerariam outros problemas

ambientais, Varginha, Curral Queimado, Melo, Mato Grande, Mangabeiras, Lapinha,

Rio de Pedras, Val da Lagoa e Usinas.

Tabela 08: Distribuição Espacial da População S.R/MG

Índice Nome Valor

3.2.1.1 Percentual da população urbana 46,22%

3.2.1.1.1 População total 37,39%

3.2.1.1.2 População Urbana 46,22

Fonte: Z.E.E / MG 2010

Observa que estes povoados estão localizados próximos aos Rios, Parauna, Rio

Cipó, Riachinho, Rio de Pedras e Lagoa da Lapinha. Ambientes propícios para

atividades turísticas com diversos atrativos naturais.

Outra preocupação se refere ao avanço dos condomínios e loteamentos próximos às

áreas de preservação ambiental, APA - Morro da Pedreira e do Parque Nacional da

Serra do Cipó. Grandes empreendimentos para ocupação habitacional destacam-se

Page 22: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

22

ao longo da rodovia MG 10, seguindo de Lagoa Santa e Jaboticatubas até o Distrito

da Serra do Cipó.

3.6 Licenciamento ambiental para a criação de um pólo turístico em S.R/MG.

O licenciamento ambiental direcionado aos setores que envolvem atividades

turísticas apresenta para S.R/MG a solução eficaz que constitui no melhor controle

para o desenvolvimento sustentável para a região.

Visto o mesmo ser regulado pelo decreto 99.274/90 que dispõem sobre a criação de

estações ecológicas e áreas de preservação ambiental.

Através do licenciamento ambiental das atividades é possível assegurar e proteger o

patrimônio natural dos atrativos (cachoeiras, lagos, rios e nascentes, matas e grutas)

e melhorar a qualidade de vida existente e economia ambiental.

O estudo e elaboração desta avaliação se fazem necessário para caracterizar as

interferências das atividades turísticas, prevendo as conseqüências sociais e

ambientais dos empreendimentos nas comunidades locais do município S.R/MG.

É nesta proposta de trabalho que sustentara o futuro melhor para as localidades que

atualmente estão desprovidas de infra-estrutura necessária para receber os

empreendimentos.

Através das etapas resolução CONAMA 237/07 - (LP), (LI) e (LO) que o meio

ambiente e população poderão contar com determinada segurança e garantia de

sobrevivência em um futuro breve.

Page 23: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

23

Esta avaliação é determinante para as perspectivas atuais existentes na região

devido ao crescimento progressivo do turismo, dados relatam o aumento do fluxo de

pessoas, circulação de mercadorias, e novos empreendimentos.

São muitas as vantagens concebidas pelo licenciamento ambiental entre elas pode

se destacar a segurança ambiental, social e econômica, regularização das

atividades públicas e privadas, legalidade ambiental para os empreendimentos

governamentais e privados, reflexos positivos no desenvolvimento sustentável da

região e melhores recursos financeiros disponíveis para investimentos.

A importância do licenciamento ambiental para as atividades turísticas está na

regulamentação das atividades que sucedera com perspectiva de proposta para

criação de um pólo turístico nas categorias de turismo ecológico, histórico, de

aventura, cientifico e o turismo rural.

Entre as características que integram a necessidade de licenciamento para as

atividades turísticas no município S.R/MG destacam a existência no município do

PNSC, a área preservação ambiental APA - Morro da Pedreira e por fazer parte do

circuito histórico da estrada real, ser privilegiada por um grande potencial hídrico

superficial, além de contar com uma represa que possibilita atividades turísticas,

apresenta também vegetação endêmica nos campos rupestres de bioma do Cerrado

localizado na Serra do Espinhaço - MG.

4. METODOLOGIA

Durante os anos de 2008 / 2009 / 2010 / 2011 nos períodos de maior movimentação

turística em S.R/MG, foram realizados estudos de campo com o intuito de analisar

os aspectos de interferências ambientais associadas as atividades turísticas.

Page 24: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

24

Foi confeccionada uma carta hipsiometrica a partir da identificação dos pontos de

analise em coordenadas UTM concebida através da carta topográfica de Baldim

com auxilio de ferramentas de georeferenciamento.

Nestas datas foi gerado relatórios através da observação de campo sobre a

quantidade de pessoas que o local recebe e a quantidade de pessoas que o local

comporta.

Foi possível verificar através de observação de campo o acumulo de resíduos

inorgânicos em área não preparada sendo feito o registro através de imagens

fotográficas do local.

Realizou-se uma pesquisa com moradores naturais e residentes no local que

representa uma amostra in loco sobre como vem sendo realizada a ocupação e

utilização dos atrativos naturais e do perímetro do povoado da Lapinha.

Foram elaboradas duas tabelas com as informações registradas para explicar o

aumento gradativo do numero de estabelecimentos comerciais e de turistas, após os

anos de 2008 até 2011.

Foi verificado in loco o limite da capacidade de carga do local através da contagem

dos estabelecimentos de Chalés, Pousadas, áreas para camping e casas de

veraneios.

Foram feitos dois relatório em 2008 / 2009 durante os feriados de carnaval sobre as

ocorrências de desabastecimento básico de alimentos, água potável para consumo

humano e energia elétrica nos estabelecimentos da Lapinha.

Foi utilizado dados de referencia do Z.E.E de S.R/MG para fazer uma breve análise

local, que caracteriza as áreas de vulnerabilidade ambiental dos recursos hídricos

superficiais e a disponibilidade da água superficial.

Page 25: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

25

Com a utilização do Z.E.E de S.R/MG pode relatar as características da região

sobre o saneamento a educação e a saúde da população do município de S.R/MG.

Através de registros de imagens foi verificada a forma de como se dá a captação de

água para o povoado da Lapinha - S.R/MG.

Foram feitos registros de imagens do aterro controlado nos anos de 2008 / 2009 /

2010 / 2011.

É verificada a tendência de ocupação das residências e comércios próximos a

margem da lagoa, registrado através de imagem fotográfica.

Através de pesquisa cientifica foram abordados os riscos ambientais sobre o uso

dos atrativos naturais, descaracterização do ambiente rural, utilização das trilhas em

excesso.

É feita uma abordagem sobre a depredação do patrimônio histórico de sítios

arqueológicos do grande abrigo de Santana do Riacho e do patrimônio natural APA -

Morro da Pedreira.

È verificada as informações de moradores sobre perdas de espécies nativas

endêmicas do bioma do cerrado em campos rupestres, (Canela-de-Ema, Bromélias,

Sempre Vivas e orquídeas) e o afugentamento da fauna local próximos aos atrativos

naturais utilizados por um grande numero de pessoas em atividades turísticas.

Foi elaborada uma tabela que caracteriza os aspectos e impactos associados as

atividades turísticas.

É utilizada a legislação ambiental como proposta para o S.G.A e agendas 21 para o

município de S.R/MG alem de um exemplo para o projeto de pólo turístico.

Page 26: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

26

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Diagnósticos da situação encontrada - Lapinha - S.R/MG.

A transfiguração do espaço na Lapinha prediz inicialmente os novos conceitos de

consumo exacerbado de produtos impostos e expostos aos nativos desta região,

associado às atividades turísticas intensificadas pelos visitantes do local. Que lhe

atribuem à poluição difusa do espaço utilizado nos dias de descanso e de lazer,

detectada visualmente após estas datas a partir do aumento na quantidade de

resíduos recolhidos no local.

Entende-se que para a continuidade do desenvolvimento local através das

atividades turísticas deverá existir uma integração permanente que assegure o

equilíbrio do ecossistema.

Dentro da concepção de proteção socioambiental, esta avaliação vem abordar a

necessidade de controle na concentração dos turistas nos atrativos, até que um

planejamento acerca dessas atividades seja estudado e aplicado.

Em acordo a estas premissas sobre as possibilidades de danos gerados pelas

atividades turísticas, torna-se necessário integrar as partes envolvidas no processo

de desenvolvimento, ou seja, inserir e adaptar somente as formas de turismo

compatíveis aos recursos naturais existentes, afirma CAVACO:

Respeitar a capacidade de carga e acolhimento tendo como princípio a conservação dos recursos locais, físicos e humanos, diminuindo custos e elevando os benefícios com as atividades desenvolvidas. (CAVACO, 2001 p. 105)

Page 27: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

27

ASPECTO ORIGEM E FATORES GERADORES MEDIDAS DE CONTROLE

Resíduos sólidos deixados Embalagens provindas do comercio e das Cumprimento da legislação ambiental.

em locais inapropriados residências. Campanhas educativas p/ turistas e comunidade.

O consumo exacerbado de produtos Implantação da logística reversa.

que possuem embalagens plásticas, vidros, Definir locais para receber os resíduos separados.

pet e isopor. Propor um selo de qualidade ambiental.

A pessoa que transporta as embalagens propor retorno das embalagens p/ locais

até os atrativos naturais. Implantar a coleta seletiva.

Descarte de embalagens em locais não preparados.

Excesso de turistas na Lapinha.

Aumento do numero de Pisoteio repetitivo na mesma vegetação de Definir um período de utilização das trilhas.

pessoas que utilizam as borda em determinadas trilhas que dão Capacitar e organizar os guias para a melhor

trilhas. acesso aos atrativos naturais da Lapinha. utilização das trilhas.

Abertura de novas trilhas. Orientação dos grupos de turistas no local.

Estipular um numero de acesso de pessoas

diários que passariam pelas trilhas.

Permitir o tempo necessário para a recuperação

e resiliência da vegetação pisoteada.

Definir metas ambientais para os guias e

agencias de turismos que utilizam os atrativos.

Grande contingente de Excesso de turistas para recreação no atrativo. Restringir o numero de visitantes.

pessoas que utilizam e Falta de guias qualificados. Visitas somente com guias preparados.

visitam os atrativos Atrativos naturais sem infra estrutura básica. Catalogar os recursos naturais existentes.

naturais hídricos da Espaço físico insuficiente no atrativo. Definir a forma de controle p/ utilização.

Lapinha em S.R/MG. Desconhecimento do turista sobre o local de Incentivar o turismo ecológico e cientifico.

recreação. Informar e direcionar os visitantes como

proceder e o que levar nos passeios ecológicos.

Atrativos turísticos Falta de guias qualificados p/ orientar o turista. Informar e direcionar os visitantes como

próximos a áreas do Atrativos naturais sem sinalização. proceder dentro da grutas, cavernas e lapas.

patrimônio histórico Cavernas, grutas e lapas sem infra estrutura. Visitas somente com guias preparados.

de S.R/MG. Pinturas rupestres em Lapas sem proteção. Incentivar o turismo aventura e cientifico, seguro.

Falta de informação sobre os sítios Sinalizar os locais de importância arqueológica e

arqueológicos existentes no locais. espeleologia.

Deslocamento e permanência Excesso de turistas que deslocam se aos atrativo. Incentivar o turismo ecológico e o turismo

das pessoas nos atrativos Quantidade de pessoas que permanecem responsável.

naturais da Lapinha S.R/MG nos atrativos. Guias preparados p/ orientar os turistas.

Limitar o numero de pessoas e de grupos por dia.

Ocupação desordenada Utilização de fossas comuns próximo ao lago Plano diretor elaborado de acordo com a realidade

próximo as margens do lago da Lapinha. socioambiental ambiental da Lapinha.

da Lapinha. Escoadouros domésticos e comerciais Restrição para novos empreendimentos próximo

lançados diretos no solo ou nos cursos d água a Lagoa da Lapinha e aos outros cursos d água.

fluvial próximos ao lago da Lapinha. Definições de compensações para

Aumento do numero de residências e de empreendimentos á existentes no local.

comércios próximos a lagoa. Fiscalização ambiental municipal mais rigorosa.

Ocupação desordenada do Falta saneamento ou tratamento dos escoadouros Plano diretor elaborado de acordo com a

perímetro urbano do povoado residenciais e comerciais. realidade socioambiental da Lapinha.

da Lapinha. Construções sem planejamento no perímetro do Restrição para empreendimentos que

povoado da Lapinha de Casas de Veraneios, descaracteriza o povoado.

Pousadas, Chalés e residências. Definições de compensações

para novos empreendimentos na Lapinha.

Excesso de turistas Turismo sem planejamento e sem controle. Incentivar o turismo ecológico com maior segurança.

no perímetro do povoado Falta de planejamento municipal p/ o turismo local. Definir diretrizes ambientais que regulam o uso

da Lapinha. Infra estrutura básica de saneamento insuficiente dos ambientes comunitários propondo horários.

p/ atender um numero maior de turistas. Propor uma logística para a visitação no povoado.

Excesso de capitação de turistas por parte dos Instalar recipientes adequados para recebimento

estabelecimentos que ultrapassam a própria dos resíduos orgânicos e inorgânicos.

capacidade de carga. Propor a diminuição da capacidade de carga dos

Consumo exagerado de produtos provindos de dos estabelecimentos. Pousadas, Chalés,

embalagens. áreas de Camping e de casas de veraneios.

Propor codico de etica e postura p/ os estabelecimentos

comerciais e p/ os turistas.

Despejo do resíduos Aumento de volume dos resíduos orgânicos e Propor a criação de uma usina de compostagem.

orgânicos e inorgânicos inorgânicos nos feriados e no período de férias. Implantar a coleta seletiva para o município.

em área não preparada. O solo da área não é isolado p/ receber os resíduos. Elaborar uma logística para recolher, acondicionar

Resíduos ficam expostos em vala comum que não é e transportar os resíduos.

recoberto por terra de imediato. Políticas publicas de acordo com a legislação vigente.

Propor consórcios com municípios visinhos.

Infra estrutura atual do aterro Área não é cercada ou segura. Utilizar uma área aprovada segundo

controlado do município A capacidade do aterro esgotada. a determinação da lei. Copam DN 92/2006

de S.R/MG e do Distrito da Os taludes estão em processo de erosão. Possibilitar projetos de consórcios

Serra do Cipó. Proliferação de vetores de agentes patogênicos. Aterro muito próximo a estrada (30 mts.) e parcerias com os vizinhos.

Infiltração do Chorume no solo.

Percolação do chorume pelos cursos fluviais.

Excesso de veículos Excesso de veículos automotor nos feriados e férias. Restringir o numero de veículos nos feriados.

automotores dentro do Espaço insuficiente p/ a quantidade de veículos. Propor um estacionamento ecológico fora dos

perímetro urbano da Lapinha. Ruídos de rádios e motores dos veículos em excesso. limites do povoado.

Propor outros meios de acesso ao povoado.

Propor políticas publicas como o código de ética p/

o turista que visita o local com veiculo automotor.

Fonte: Resultados de dados de campo 2008 / 2009 / 2010 / 2011- S.R/MG

Fácil acesso de catadores e animais.

Disputas pelo espaço físico ocupado por veículos entre os moradores e os motoristas.

Transito excessivo de veículos na via publica principal do povoado e na praça central.

Ruído de motores de veículos em excesso.

Espaço insuficiente p/estacionamentos de veículos.

Espaço publico ocupado por veículos.

Desvalorização do meio ambiente rural.

Poluição sonora dos rádios dos veículos.

Desaparecimento da cultura local.

Proliferação de moscas e vetores de doenças.

Poluição do solo.

Consumo exarcebado de produtos por parte dos turistas.

Transporte publico insuficiente.

Saneamento básico e banheiros p/ higiene pessoal insuficientes.

Excesso de ruído diurno e noturno.

Acumulo de esgotamento sanitário lançados no solo do perímetro urbano da Lapinha.

Elevado nível de ruído

Afugentamento das espécies da fauna.

Surgimento de doenças na comunidade local por via de contaminação da água.

Descaracterização do meio ambiente rural para o meio ambiente urbano.

Poluição da água do lago da Lapinha.

Alteração da liminologia do ambiente aquático do lago da Lapinha.

Alteração da qualidade da água que é utilizada para recreação turística.

Transmissão de doenças através da utilização da água poluída.

Depredação dos ambientes naturais das cavernas, grutas e lapas.

Interferências no meio biótico das grutas, cavernas e lapa.

Desaparecimento do patrimônio histórico e cultural do Grande abrigo de

Santana do Riacho /MG (Sitio Arqueológicos e Pinturas rupestres.)

Alteração da liminologia dos ambientes aquáticos do Lago da Lapinha, cachoeiras e rios.

Alteração da qualidade da água para utilização e para o consumo humano.

Interferência nos ambientes aquáticos e matas ciliares.

Redução na cobertura vegetal próximo e nas bordas das trilhas que são utilizadas.

Contribui p/ formação de sulcos e ravinas nos cursos d água fluvial q/ seguem as trilhas.

Resíduos inorgânicos deixados dispersos pelas trilhas ou nos campos.

Erosões acentuadas em áreas mais inclinadas.

Compactação do solo ocorrida pelo pisoteio excessivo.

Resiliência impossibilitada p/ reconstituição da vegetação atingida pelo pisoteio.

IMPACTO

Aumento da quantidade de resíduos descartados no perímetro e entorno do povoado

e nos atrativos naturais.

Excesso de resíduos gerados p/ a capacidade de carga do aterro controlado de S.R/MG

Proliferação de vetores de doenças como moscas e ratos.

Poluição do solo.

Tabela 03 - Resultados do aumento das atividades turísticas na região de Santana do Riacho / MG.

Desabastecimento de água e desabastecimento de alimentos básicos.

Desabastecimento de energia elétrica.

Aumento da violência e consumo de drogas ilícitas.

Poluição e obstrução dos cursos d água.

Poluição visual.

Contaminação do solo.

Contaminação da água superficial. Contaminação do lençol freático.

Introdução de hábitos dos grandes centros urbanos no povoado da Lapinha.

Desaparecimento da cultura local e alteração na produção rural.

Resíduos expostos em vala comum e não coberto por terra de imediato.

Percolação do chorume.

Excesso de resíduos acumulados nos recipientes localizados nas vias e praça.

Retirada temporária dos moradores nativos da região de seu ambiente natural.

Risco para a saúde.

Proliferação de vetores (ratos e moscas) que transmitem doenças.

Produção de resíduo liquido Chorume.

Contaminação dos cursos fluviais.

Page 28: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

28

5.2 Avaliações dos resíduos sólidos e do aterro controlado de S.R/MG

As evidencias referente aos dados de campo pesquisados sobre, o aumento do

numero de visitantes associados ao descarte de resíduos que são gerados pela

população sazonal em períodos de ferias e feriados, defini-se como resultado do

acumulo de resíduos sólidos verificados in loco como danos ambientais em Lapinha

- S.R/MG.

Sobre este fato é também confirmado pela apuração a falta de preparo na logística,

transporte, disposição e manuseio na coleta, separação e controle dos resíduos

gerados alem da área do recebimento não estar preparada para este fim.

A partir destes fatores estabelece uma ordem de danos ambientais específicos como

a contaminação do solo, água superficial e subterrânea, riscos a saúde humana

atribuídos ao aumento dos resíduos. (Figura 4)

Figura 4 – Local de recebimento dos resíduos urbano e rural de S.R/MG Fonte: Dados de trabalho de campo, Dezembro 2010.

Page 29: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

29

De acordo com as normas deliberativas do Conselho Estadual de Política Ambiental

(COPAM 118, 2008, sp.) “deverão ser adotados medidas para o controle das áreas

de disposição de lixo urbano”. E que os municípios com população inferior a 5.000

habitantes devem se ajustar aos requisitos mínimos da lei estadual.

As possibilidades de alterações ambientais em debate têm como catalisador o

advento turístico, atribui, portanto o aumento destes resíduos como reflexos do fluxo

de pessoas em local não preparado para receber as atividades turísticas.

5.3 O impacto do deslocamento por trilhas em Lapinha S.R/MG

O deslocamento das pessoas com maior freqüência por trilhas, quando normalmente

buscam pelos atrativos naturais, levam ao desgaste das bordas da vegetação em

trilhas, compactação do solo, pisoteio e perdas de espécies nativas da vegetação.

Fato este observado pela freqüência e numero de visitantes nos atrativos naturais,

que utilizam as trilhas como aceso, relata a pesquisa realizada no PNSC por

FIGUEREDO:

Com a realização do experimento e os resultados obtidos constatou-se que o pisoteio sobre a vegetação de borda causa grande impacto nas trilhas eco turística. Foi possível perceber visualmente que nos dois sítios de amostragem acima de 100 passos a degradação sobre a vegetação é mais intensa, e os seus fatores de resistência e resiliência são inferiores aos das raias de menor número de pisoteio. (FIGUEREDO, 2008 p.11)

Este estudo busca com a investigação teórica obter as referencias necessárias que

direciona para a necessidade de projetar uma economia ambiental na região da

Lapinha, tendo o intuito de compatibilizar e proteger os recursos naturais do local

tornando o seu uso sustentável.

Page 30: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

30

Determina que para esta discussão as atividades turísticas é o principal agente

causador do pisoteio excessivo na vegetação, depredação da flora, uso em excesso

das trilhas na Lapinha - S.R/MG.

5.4 O aumento no numero de imóveis no perímetro urbano - Lapinha – S.R/MG

O aumento do numero de construções comerciais e residenciais dentro do perímetro

urbano do povoado retrata o crescimento do interesse comercial em particular

direcionado para as atividades turísticas.

Empreendimentos como pousadas, chalés, casas de veraneios, casas de aluguel

para turistas, áreas de Camping, sítios, restaurantes, bares e lojas. Refleti o

contrataste do rural com os estabelecimentos comerciais e casas que atendem as

demandas turistas, atualmente o numero de casas superam ao numero de

habitações dos nativos.

Em alguns destes empreendimentos as ocupações são irregularidades como, por

exemplo, o fato de estar próxima a lagoa, ou no limite de distancia das construções

próximo a serras. Em outros casos implica a falta de condições para o saneamento

básico para a ocupação e funcionamento do estabelecimento no local.

Explica sobre o impacto gerado por estes empreendimentos que desobedecem ao

limite dado por lei que estipula 100 metros da margem de corpos d água, segundo

PAIVA:

Como o aumento da quantidade de lixo produzido, o lançamento de esgoto sem tratamento prévio nos corpos d’água, resultado da falta de estrutura sanitária da maior parte dessas comunidades, rápido e desordenado aumento da população. Paiva apud (ARAUJO; MOURA, 2007, p. 94)

Page 31: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

31

Este fato remete a necessidade de uma política para o controle urbano com

planejamento ambiental sustentável, através de um plano diretor com a participação

da comunidade local, que definirá parâmetros e limites para novos empreendimentos

e ocupações na região.

6. RECOMENDAÇÕES E MEDIDAS DE CONTROLE

6.1 Gestão ambiental sustentável – S.R/MG

Sobre o desenvolvimento promovido pelas atividades turísticas em S.R/MG e região

estabelece que, devam ser gerenciados e orientados através de diretrizes que

almejam condições de proteção e segurança sócio ambiental.

No atual estagio de desenvolvimento turístico é importante definir medidas eficientes

que possam proporcionar o equilíbrio econômico e sócio ambiental, visto que as

atividades turísticas ainda encontram se no inicio de implementação e utilização do

espaço territorial de S.R/MG.

Uma maneira de conceber estas ações seria viabilizar a agenda 21 local através de

um processo participativo envolvendo governo municipal e sociedade civil local.

A elaboração do plano local tem como objetivo buscar diretrizes através de projetos

e ações efetivas que sustentem a base para a gestão responsável das atividades

econômicas associadas ao turismo.

Apresenta em primeiro momento a formação e organização de um fórum para um

diagnostico sócio ambiental, contendo resultados de estudos realizados sobre os

riscos sócios ambientais existentes devido o aumento das atividades turísticas no

território de S.R/MG.

Page 32: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

32

Cabe para está gestão propostas de agendas 21em S.R/MG direcionadas para as

atividades turísticas, resíduos sólidos, estabelecimentos comerciais, educação

ambiental, patrimônio natural dos recursos hídricos, patrimônio natural da APA –

Morro da Pedreira, patrimônio cultural e histórico do grande abrigo de Santana do

Riacho, ocupação desordenada, transporte local, saneamento e educação

ambiental.

Em outro momento avalia-se que os princípios da política municipal de

desenvolvimento sustentável devem estar de acordo com a legislação vigente para

operar e conceber todas as propostas e medidas sugeridas pela sociedade.

Com isso implantar de forma integrada as diretrizes elaboradas em conjunto com a

Legislação Ambiental, Lei orgânica municipal, plano diretor, lei de parcelamento, lei

de uso e ocupação do solo, código de obras, código de posturas, código tributário,

código sanitário e política nacional de recursos sólidos (PNRS).

Por ultimo as metas e ações devem estar adotadas pelo planejamento municipal e

social que estabelece um SGA, como por exemplo, Sistema de Gerenciamento

Ambiental para a preservação de mananciais, controle de efluentes liquido, limpeza

urbana, coleta e disposição de resíduos, drenagem ecológica, redução de

desperdícios, reciclagem de rejeitos, uso do solo, controle de atividades eco

turísticas, controle de poluição visual e sonora e das outras formas de degradação

ambiental.

Lembrando da necessidade de disposição de equipes técnicas multidisciplinares

para a realização deste trabalho, assim como instituições e programas do governo

estadual e federal que possibilitaram conduzir o município para promover a gestão

ambiental sustentável através da participação popular de S.R/MG.

Page 33: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

33

6.1.1 PCRS - Programa de controle dos resíduos sólidos e PNRS - Política

Nacional dos Resíduos Sólidos

Considerado como um grande avanço para as questões sócias ambientais no Brasil

a aprovação da lei dos resíduos sólidos sancionada pelo governo federal em 02 de

agosto de 2010, traz perspectivas eficazes e que possibilita um controle efetivo junto

a sociedade.

Entre os instrumentos legais aprovados estabelece para este trabalho a citação

daqueles com maior relevância para cidade de S.R/MG, considerando os aspectos

de porte populacional e tipo de atividade econômica presente.

Alem de tender ao caráter de desenvolvimento econômico e social, destina ao poder

público local organizar e prestar direta e indiretamente os serviços de coleta e

destinação final de resíduos sólidos urbanos.

Contudo retrata neste conjunto a responsabilidade compartilhada que direciona ao

consumidor as ações e procedimentos ao gerar resíduos sólidos entendendo que

devera disponibilizar ou devolver seus resíduos gerados para coleta.

Diante do contexto desta realidade que é abordada, a produção existente partindo

das atividades turísticas que exploram os recursos naturais, sejam as empresas ou

cidadãos comuns, passam a estar inseridos neste objeto que regula legalmente os

princípios para a utilização com sustentabilidade, observando parâmetros como na

redução, gerenciamento, disposição dos resíduos de embalagens, origem e destino.

Uma forma que apresenta ser eficiente é levar para o conhecimento da população

de S.R/MG, a maneira correta de descarte dos resíduos, através da participação das

escolas publicas, posto de atendimento medico, agencia de correio, das igrejas,

associações comunitárias e sindicatos rural da cidade.

Page 34: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

34

Estas informações devem ser efetuadas por agentes capacitados para explicar sobre

o assunto nas eventuais duvidas que surjam durante os estagio inicial do programa.

Dois pontos em comuns devem ser orientados para os comerciantes, distribuidores e

consumidores o primeiro ponto e explicar como os consumidores devem efetuar a

devolução de produtos e embalagens sujeitos à logística reversa aos comerciantes e

distribuidores e o segundo é o de explicar como os comerciantes e distribuidores

devem proceder para a devolução dos produtos e embalagens entregues pelos

consumidores.

Este trabalho se faz necessário visto o aumento dos resíduos sólidos em pequenas

localidades, cujo incremento turístico possibilita a necessidade de responsabilidade

compartilhada, visto as atividades turísticas sem planejamento ou controle nestes

locais perante a utilização do meio e do descarte de resíduos sólidos.

6.1.2 Proposta da introdução de programa para a educação ambiental

As Informações básicas que fundamentam e vem fortalecer a educação em seus

demais princípios no município de S.R/MG, possibilitam atender aos valores

educacionais envolvidos com os processos diretos de desenvolvimento sustentável

da região, destaca Parreira (2005), sobre a necessidade de educação ambiental

coletiva para moradores e turistas da Lapinha S.R/MG e região.

Considerando neste ponto a realidade da educação municipal e em especial a dos

povoados, que concentram a importância ambiental, histórica e cultural da região,

sobretudo vincular ao processo de educação ambiental das escolas ao estudo da

unidade de conservação APA - Morro da Pedreira e dos sítios arqueológicos do

grande abrigo de Santana do Riacho.

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35

Para garantir o caráter permanente do processo educativo ambiental como sendo

factível, deve-se associar aos projetos de educação ambiental o planejamento

participativo e gestão compartilhada, junto à comunidade local e as ações previstas

para o sistema de gerenciamento ambiental SGA do município.

Neste processo deve-se e traçar objetivos com linhas de ações executáveis como

exemplo realizar campanhas educativas em campo direcionadas para os turistas,

envolver os comerciantes locais para conscientização ambiental para preservação

dos recursos naturais.

Estas ações podem ser administradas em parceria através dos órgãos do governo

como exemplo a S.E.E/MG, IBAMA, SEMAD, UFMG e do PNSC, que podem ceder

o suporte técnico necessário para formalizar uma base teórica e pratica para a

educação ambiental no município.

6.1.3 O controle das ocupações sazonais de turistas em Lapinha - S.R/MG.

Paralelo as atividades turísticas que são motivadas pelo uso dos atrativos naturais

existentes na região, está o efeito de como ocorre a ocupação sazonal no povoado

e entorno.

Nas variáveis obtidas através da visualização in loco para o reconhecimento dos

pontos básicos do estudo, revela dados da atual ocupação, utilização e infra

estrutura oferecida.

Os empreendimentos locais como as pousadas, restaurantes, bares, Chalés e casas

de veraneios, verificou que são construídos em locais próximo à corpos d’água,

margem de córregos e da margem da lagoa, próximo a inclinação de serras,

próximos as grutas e cavernas.

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36

Assim como este, outros fatores também foram observados como exemplo a

incompatibilidade da arquitetura construída para o local e a inexistência de

saneamento básico e projetos para o tratamento dos escoadouros das casas e

comércios.

O excesso de turistas na ocupação e utilização do espaço, sucedendo com isto

novas instalações sazonais que aumentam consideravelmente as interferências

ambientais na região.

Uma maneira solucionar e evitar a ocupação sem planejamento por pessoas,

atividades turísticas e empreendimentos seria a tomada de definições mais

criteriosas e rigorosas estabelecidas por leis municipais que assegura ao meio

ambiente equilíbrio permanente com as formas de produção da localidade.

Com isto as medidas devem proporcionar a regulamentação, fiscalização e

monitoramento para os processos de utilização e ocupação prevendo assegurar os

meios de produção local e economia ambiental.

Estas definições visa buscar em oferecer melhor infra estrutura e serviços para um

numero de turistas adequado com a realidade local do perímetro urbano do povoado

e dos atrativos naturais.

6.1.4 Planejamento e implantação da coleta seletiva

A Coleta Seletiva é o sistema de recolhimento de materiais recicláveis servindo

também como base no processo de educação ambiental com intuito de implantar um

conjunto de praticas para adequação de hábitos.

Page 37: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

37

O controle adotado estabelece um relacionamento direto com o saneamento,

educação, saúde e turismo, trazendo iniciativas conjuntas de caráter efetivo e

permanente.

Algumas vantagens deste trabalho podem ser citadas para cidade de S.R/MG como,

por exemplo, ao diminuir a poluição do solo e da água, ao prolongar a vida útil do

aterro do município, ao diminuir gastos com limpeza urbana e em aspectos sociais

como geração de emprego e renda.

O processo para a efetivação municipal de um programa de coleta seletiva eficiente

deve seguir passos importantes de planejamento, implantação e manutenção.

Como informa Santos et. al. (apud MOTTA, 2003 s.p) sobre este aspecto e que pode

ser aplicado ao município de S.R/MG, averiguar da existência de pessoas

interessadas em fazer esse trabalho, conhecer os resíduos do local, conhecer as

instalações físicas da região de trabalho, conhecer as entidades que trabalham com

recicláveis, contabilizar o setor operacional de equipamentos e viabilidade do

programa e como formar parcerias.

A implantação da coleta seletiva é um processo contínuo que exige muita dedicação

e trabalho é necessário envolver toda a sociedade. No caso do município de

S.R./MG, a implantação da coleta seletiva deve ser feita com a participação e

integração dos envolvidos nas atividades turísticas e todos que usufruem dos

recursos naturais direta ou indiretamente.

Uma maneira eficiente de direcionar este trabalho para a população de S.R/MG é

detalhando como é feita a separação dos resíduos e explicar qual o destino final dos

mesmos. Nesta etapa é de fundamental importância à participação das escolas,

agencia do correio, posto de saúde e das igrejas católicas, evangélicas da região.

Contudo é necessário um profissional competente e experiente no setor de coleta

seletiva para a implantação deste programa na área urbana e rural.

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38

Outra possibilidade para o município de S.R/MG é a busca por auxilio e apoio ou

mesmo uma parceria com a SLU/BH em diversos aspectos em estudo desde a

campanha para implantação e mobilização social até a definição da logística de

transporte e destino.

Este mesmo programa possui como referencia a meta estadual da secretaria do

meio ambiente do estado de Minas Gerais (SEMAD) explica a coordenadora técnica

do Minas sem Lixões Luiza Helena Pinto da FIP (Fundação Israel Pinheiro): Sobre o

programa Minas sem lixões e a meta para 2011 referindo a destinação adequada

dos resíduos sólidos urbanos.

6.1.5 Caracterização da área para uma usina de compostagem

Atualmente a área que encontra o aterro controlado esta estagnada é também um

local inapropriado para receber os resíduos devidos vários fatores de riscos

ambientais registrados in loco conforme apresentado no item 5.1 pg. 27 da tabela

09.

No entanto devido parte da área ainda ser utilizável comporta neste estudo o debate

para efetivação no local de uma usina de compostagem. Observa que esta área

encontra-se fora do local utilizado para enterrar os resíduos porem dentro dos limites

do aterro.

Dentre as principais vantagens do funcionamento da usina de compostagem neste

local, destaca o fácil acesso para os turistas que tem como destino os principais

pontos turísticos de S.R/MG.

Detalhes importantes como amostras referente a logística de recebimento dos

resíduos, distancia das comunidades próximas, quantidade de geração de resíduos

Page 39: Avaliação dos riscos ambientais causados por atividades turísticas no povoado da Lapinha, Santana do Riacho /MG

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da população e quantidade de geração de resíduos em feriados deve ser estudados

para melhores ajustes e viabilidade do projeto.

O local deverá ser totalmente cercado por muros, iluminação noturna, os ambientes

devem ser separados das áreas de trabalho como exemplo os refeitórios e

banheiros para higienização dos operários e catadores.

Um bom exemplo de usina licenciada é o da cidade de São Joaquim de Bicas / MG.

A mesma serve como referencia devido ao histórico de população sazonal nos

feriados ultrapassar a capacidade de carga no local.

Possibilita desta forma entender parâmetros e estudar a melhor maneira para a

implantação de uma usina de compostagem em S.R/MG.

Dados como a área de separação dos resíduos, área das baias, área de

peneiramento e limpeza, local onde é realizado o peneiramento do composto

orgânico seco, equipamentos mecânicos utilizados, saída do produto final, área livre

para disposição de rejeitos sólidos e o local da bacia de contensão para o chorume.

É importante ressaltar a participação do distrito da Serra do Cipó referindo sobre

quantidade dos resíduos e da distancia de 30 km da Usina de Compostagem.

6.1.6 Logística reversa e responsabilidade compartilhada

A geração de resíduos partindo das atividades turísticas que exploram os recursos

naturais, não esta fora do contexto da realidade concebida pela logística reversa.

Para o município de S.R/MG a logística reversa dos resíduos sólidos, direciona as

obrigações e responsabilidade dos geradores de resíduos seja por empresas

privadas, publicas ou as pessoas comuns.

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Este aspecto merece determinada ênfase para a questão do aumento dos resíduos

sólidos em pequenas localidades. Pois o incremento turístico possibilita este

acréscimo.

Portando a necessidade de responsabilidade compartilhada é vista como uma

solução para o fim do descarte de resíduos sólidos pelos turistas em pontos

inapropriados nas localidades do município de S.R/MG.

O controle é consumado quando os consumidores passam efetuar a devolução de

produtos e embalagens sujeitos à logística reversa aos comerciantes e

distribuidores.

Conseqüentemente os comerciantes e distribuidores efetuam a devolução dos

produtos e embalagens entregues pelos consumidores aos fabricantes e

importadores que darão destinação ambientalmente adequada aos produtos e

embalagens.

6.2 A implantação de um pólo turístico para- S.R/MG

As relações de intenções para efetivar a criação de um pólo turístico em S.R/MG,

parte do pressuposto de conceber uma infra estrutura necessária em locais onde

existe uma concentração maior de turistas.

No entanto para estas localidades é exigido um mínimo de intervenções e alteração

do meio ambiente.

Portanto sobre a área de abrangência deste pólo denota características especificas

para realizar se dentro do território municipal de S.R/MG, que possui diversos

povoados (Lapinha, Rio de Pedras, Mangabeiras, Curral Queimado, Varginha,

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Usina, etc.) com aspectos de interesse no conjunto para as modalidades turísticas

existentes junto a sustentabilidade.

Uma área que tem condições de receber está intervenção é a cidade sede de

S.R/MG, entre os principais motivos pode destacar a importância econômica e

histórica para a população, por apresentar os principais acesos para os roteiros

turísticos, por ter mão de obra e serviços básicos no local, e por apresentar ser um

melhor controle dos recursos naturais e atrativos turísticos a partir do ponto de

desembarque do turista.

O SGA do município S.R/MG deve desenvolver incitativas para a capacitação de

mão de obra, certificados para a qualidade ambiental e parcerias com outras

instituições, constitui o principio de propostas para o melhoramento sócio ambiental

e urbanístico da sede do município através dos programas e projetos de infra

estrutura que venha assegurar a qualidade de vida para a população urbana, rural e

para os turistas.

Contudo antecede a este controle a concepção de conceber o saneamento básico

para a população através da construção de uma ETE / ETA. E paulatinamente atingir

as demais proposições para melhoramento da cidade sede com o intuito de

transforma lá no centro estruturado para turistas com as atividades econômicas

sustentáveis neste setor.

Como exemplo pode destacar o trabalho realizado para a criação do Pólo Turístico

do Vale do Jequitinhonha em 2010, (PRODETUR / NE-II / MG) que possui

características parecidas referente ao desenvolvimento com sustentabilidade

daquela região em estudo.

Observa que para as ações existentes a necessidade de realização de estudos mais

detalhados de EIA/RIMA que venha trazer segurança para implantar um pólo

turístico local.

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O exemplo do programa do Vale do Jequitinhonha, as principais ações que visam

solucionar são direcionadas primeiramente pelas áreas de atuação municipal como

gestão de uso se ocupação do solo, gestão ambiental, gestão do turismo, gestão

fiscal, gestão de ativos culturais, transporte e administrativas.

Entretanto o programa citado foi elaborado para atingir ao nível de nove cidades do

Vale do Jequitinhonha nordeste de Minas Gerais.

O estudo de caso que está sendo proposto para a criação do pólo turístico abrange

exclusivamente a cidade de S.R/MG, devido ao nível de importância da

biodiversidade existente no local, devido o nível de importância histórica dos sítios

arqueológicos do grande abrigo Santana do Riacho, e devido à localização e

proximidade de grandes centros urbanos da Grande BH.

Esta proposta objetiva em seu conjunto o planejamento, monitoramento e controle

das atividades turísticas através do S.G.A municipal, do qual virá fortalecer a região

dentro dos principais circuitos e roteiros turísticos do estado.

7. SANEAMENTO BÁSICO

7.1 Política de Saneamento Básico

A política existente para os serviços de saneamento básico deve orientar-se pelo

principio consolidado no Art. 23 da Constituição Federal que atribui a União,

Estados, Distrito Federal e Municípios a competência comum na promoção de

programas para a melhoria do Saneamento Básico.

Devendo o plano de saneamento básico estar estruturado para contemplar e

propiciar o desenvolvimento regional, articulando em particular com a melhoria da

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saúde, habitação, combate e erradicação da pobreza. E assim estar em

conformidade com o parágrafo único do Art. 48 da lei 11.445/07.

Outro aspecto que determina do Art. 52 da mesma Lei é que o plano deverá

abranger os quatro componentes do Saneamento Básico:

Abranger o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, o manejo de resíduos sólidos e manejo de águas pluviais. Bem como, outras ações de saneamento básico de interesse para a melhoria da salubridade ambiental, incluindo o provimento d banheiros e unidades hidrosanitárias para populações de baixa renda. Estabelece ainda que o plano deva tratar especificamente das ações da União relativas ao saneamento básico nas áreas indígenas, nas reservas extrativistas da União e nas comunidades quilombolas. (art.52 §1º incisos I e II)

7.2 Plano Diretor de Saneamento Básico – S.R/MG

A elaboração do plano diretor de Saneamento Básico para S.R/MG e região devem

abranger a micro bacia hidrográfica do Riachinho e parte de outras duas maiores

bacias a do rio Parauna e do rio Cipó.

A primeira etapa deverá fazer a coleta e reunião de dados existentes direcionados

para a elaboração do plano da área como, por exemplo, sobre as demandas de

água disponíveis e diagnósticos sanitários das comunidades.

As diretrizes do plano diretor, para o município são estabelecidas visando a

alocação dos recursos hídricos disponíveis na área. Uma forma de dar ênfase para

esta questão em S.R/MG é estabelecer medidas disciplinadoras dos usos das águas

e de controle da poluição, bem como o diagnóstico de graus de tratamento das

descargas de esgotos e as normas e recomendações para preservação de

condições sanitárias desejáveis na área em questão, para os horizontes do plano,

geralmente fixados em 30 anos.

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44

7.3 Plano de Saneamento básico para municípios de pequeno porte

Os relatos de perspectivas concebidas por estudos referentes ao desenvolvimento

do turismo de Minas Gerais condicionam a região em estudo como grande potencial

econômico direcionado para o segmento de turismo ecológico.

No entanto algumas cidades em sua área urbana não contam com saneamento

básico de água e esgoto como é o caso de S.R/MG, que possui a capitação de água

canalizada de forma irregular e insuficiente para o abastecimento da população,

retrata também que os escoadouros domésticos e comerciais de esgoto são

destinados para fossas comuns.

Como forma de orientar observa as obrigações legais que “os planos municipais de

saneamento deverão estar de acordo com a Lei 11.445/07, que propiciará o acesso

aos recursos e financiamentos junto ao governo federal”.

A Lei n. 11.445/2007 estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e a política federal de saneamento básico. O município como titular dos serviços públicos de saneamento básico (abastecimento de água, esgotamento sanitários, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas e limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos) tem obrigação de formular a política e elaborar o seu Plano Municipal de Saneamento Básico (arts. 9o. e 19 da referida Lei).

Esta definição vem fortalecer as buscas por medidas e iniciativas do executivo e

legislativo municipal em praticarem aprovações legais e cabíveis aos planos de

saneamento de água e esgoto, drenagem urbana e destino correto aos resíduos

gerados.

Outro recurso disponível que trata de saneamento básico municipal confere na lei

11.107/05 e se refere sobre os consórcios públicos. Visto proximidade da sede da

cidade de S.R/MG com outros três centros urbanos, Baldim, Distrito de Serra do

Cipó, Distrito de São Jose de Almeida, assim como muitos povoados e vilas no

entorno destes centros com numero considerável de habitantes.

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Entende como oportunidade nestes dados de referencia para ajustes partindo de um

estudo mais detalhado, para a logística de transporte dos matérias recolhidos,

melhor local para recebimento dos resíduos urbanos entre outros aspectos, sócios,

econômicos e ambientais.

Segue as considerações para um estudo detalhado com a intenção verificar o

abastecimento publico de água e tratamento de esgoto com orientações através de

relatórios que descrevem as situações existentes.

Estes aspectos são referencias de empresas privadas que desempenham este

trabalho, sugerido para cidades de pequeno porte como é o caso do município de

S.R/MG e região.

Detalhamento e estudo do projeto para tratamento de água e abastecimento local:

Levantamentos de dados e serviços de campo;

Estudos populacionais;

Obras de captação e tomada;

Sistema de adução;

Instalações de tratamento de água;

Redes de distribuição;

Instalações de recalque;

Reservatórios de grande e pequeno porte;

Instalações especiais e projetos complementares;

Estudos de impacto ambiental;

Detalhamento executivo;

Inspeção de equipamentos e acompanhamento técnico de obras;

Preparação de manuais de operação e manutenção;

Controle adicional para meio rural ou comunidade de pequeno porte:

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Destino de dejetos;

Destino de lixo domiciliar;

Controle de artrópodes e roedores;

Saneamento de alimentos;

Saneamento de escolas;

Saneamento de locais de banho;

Saneamento em indústrias;

Detalhamento e estudos para sistemas de esgotos sanitários:

Levantamentos de dados e serviços de campo

Estudos populacionais

Redes de coletores

Emissários

Interceptores

Estações elevatórias

Estações de tratamento

Instalações especiais

Estudos de impacto ambiental

Detalhamento executivo

Preparação de manuais de operação e manutenção

Reconhecendo que nestes investimentos o município deva contar com recursos para

financiamentos junto aos órgãos federais e estaduais. Em parte pode ser justificada

a não adesão de muitos municípios por não possuírem recursos suficientes para

programar e implantar as medidas exigidas pelas leis.

Especifica-se que torna necessário remediações referente a orientações básicas,

como por exemplo, fornecer suporte técnico, administrativo e legislativo. Perfazendo

com isto integração comum de cunho político, administrativa entre os municípios e

estados, levando o suporte necessário nestas ações para o alcance das pequenas

prefeituras conquistarem suas metas através de ações realizáveis.

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8. CONCLUSÃO

Nesta analise sobre os riscos ambientais associados às atividades turísticas em

Lapinha - S.R/MG possibilita entender os motivos da necessidade e o porquê de um

planejamento detalhado para a região.

Evidência a preocupação para que a população e o meio ambiente tenham o mínimo

de interferências, que são projetadas por conceitos predominantemente econômicos

voltados apenas para a rentabilidade a partir da exploração local, oferecendo

grandes riscos à comunidade e ao meio ambiente.

O não planejamento deturpa a verdadeira intenção do turismo, levando o mesmo a

ser um predador dos ecossistemas e dos aspectos sócio culturais. Cabe aos setores

envolvidos com as atividades turísticas, corrigirem e/ou mitigarem os efeitos

negativos assim como implantar, administrar e manter o nível de conscientização de

economia ambiental sustentável.

Contudo é importante lembrar sobre a complexidade de dependência econômica e

exclusiva sobre as atividades turísticas, estudos relatam a necessidade de otimizar

outros setores econômicos, que venham alternar com os períodos de atividades

turísticas.

As interferências verificadas nos pontos de estudo atestam para a inexistência de

infra-estrutura adequada para receber o atual e um contingente maior de turistas.

Este fator foi comprovado através resultados in loco com observação detalhada das

interferências e respectivos danos e sua origem.

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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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