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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL AVALIAÇÃO DO USO DE PROCESSOS QUÍMICOS NO TRATAMENTO DE EFLUENTE TÊXTIL Bruna Peatricy da Cunha Amengol Juiz de Fora 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

AVALIAÇÃO DO USO DE PROCESSOS QUÍMICOS NO TRATAMENTO DE

EFLUENTE TÊXTIL

Bruna Peatricy da Cunha Amengol

Juiz de Fora

2017

AVALIAÇÃO DO USO DE PROCESSOS QUÍMICOS NO TRATAMENTO DE

EFLUENTE TÊXTIL

Bruna Peatricy da Cunha Amengol

Bruna Peatricy da Cunha Amengol

AVALIAÇÃO DO USO DE PROCESSOS QUÍMICOS NO TRATAMENTO DE

EFLUENTE TÊXTIL

Trabalho de Final de Curso apresentado ao

Colegiado do Curso de Engenharia

Sanitária e Ambiental da Universidade

Federal de Juiz de Fora como requisito

parcial à obtenção do título de Engenheiro

Sanitarista e Ambiental.

Área de concentração: Tratamento de

Efluente Industrial.

Linha de pesquisa: Processos Oxidativos

Avançados.

Orientador: Prof. Drª. Sue Ellen Costa

Bottrel

Juiz de Fora

Faculdade de Engenharia da UFJF

2017

“AVALIAÇÃO DO USO DE PROCESSOS

QUÍMICOS NO TRATAMENTO DE

EFLUENTE TÊXTIL”

BRUNA PEATRICY DA CUNHA AMENGOL

Trabalho Final de Curso submetido à banca examinadora constituída de acordo

com o artigo 9° da Resolução CCESA 4, de 9 de abril de 2012, estabelecida pelo

Colegiado do Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, como requisito parcial à

obtenção do título de Engenheiro Ambiental e Sanitarista.

Aprovado em

Por:

______________________________________________

D. Sc. Sue Ellen Costa Bottrel ______________________________________________

D. Sc. Edgard Henrique Oliveira Dias ______________________________________________

D. Sc. Emanuel Manfred Freire Brandt

AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus pela minha vida, pelas oportunidades e pela

persistência. Ao meu pai, Pedro, pela educação, inspiração e apoio incondicional.

Às minhas irmãs, Brenda e Bianca, por serem meu motivo de sempre querer ser

uma pessoa melhor, por me encorajarem e acreditarem em mim. Às minhas

amigas, Andressa, Tamirys e Lara, pela convivência diária leve, descontraída e por

terem sido a minha família em Juiz de Fora. À Indústria que cedeu o efluente

possibilitando assim que esse trabalho pudesse ser realizado. À minha orientadora,

professora Sue Ellen, pela paciência e por ser sempre prestativa quando precisei.

À todos os professores do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, por

todo conhecimento transmitido. Ao coordenador do curso, professor Otávio, por ser

tão solícito durante a minha graduação. Aos demais amigos e familiares agradeço

por todo apoio que sempre me proporcionaram.

RESUMO

A indústria Têxtil demanda grande consumo de água e, além disso, apresentam um

alto potencial poluidor, devido à heterogeneidade dos produtos químicos usados

nas etapas de fabricação dos tecidos. Dessa forma, e no contexto atual de

escassez de água mundial, buscam-se soluções para minimização desse

problema. Uma das alternativas viáveis para esse caso seria o reúso da água

dentro das próprias indústrias. Dessa forma, o presente trabalho destaca dois

Processos Oxidativos Avançados (POA), o Fenton homogêneo e a ozonização,

ambos com objetivo de possibilitar a degradação de matéria orgânica recalcitrante

e contaminantes tóxicos, como os corantes presentes, nos efluentes têxteis. Foram

assim, realizados ensaios de bancada em um efluente têxtil real para verificação

da eficiências de remoção de DQO e cor durante os processos Fenton e

Ozonização. O processo Fenton homogêneo apresentou 95% de remoção de DQO

após 60 minutos de reação, além de promover a completa remoção de cor aparente

do efluente bruto avaliado, se mostrando, portanto, muito eficiente. No entanto, a

Ozonização conduzida em pH natural do efluente (pH = 10,5) removeu apenas 35%

da DQO e parcial remoção de cor aparente, uma vez que a turbidez não foi

removida.

Palavras Chaves: reúso de água, efluente têxtil, Ozonização, Fenton Homogêneo,

Processos Oxidativos Avançados.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Atividades mundiais consumidoras de água. .......................................... 1

Figura 2. Alternativas de processos químicos utilizados no presente trabalho. ..... 2

Figura 3. Etapas do processo produtivo têxtil. ....................................................... 5

Figura 4. Representação da mineralização da Matéria Orgânica através de

Processos Oxidativos Avançados (POA). ............................................................. 18

Figura 5. Mecanismos de reações do ozônio em relação aos diferentes pHs. .... 25

Figura 6. Esquema do funcionamento da Estação de Tratamento de Efluentes da

Indústria. ............................................................................................................... 30

Figura 7. Segundo taque de equalização (1), tanque de aeração (2), decantadores

(3) e calha Parshall (4). ........................................................................................ 31

Figura 8. Fitas indicadoras de pH. ....................................................................... 34

Figura 9. Turbidímetro digital. .............................................................................. 35

Figura 10. Fluxograma representativo da metodologia utilizada no ensaio Fenton

homogêneo realizado neste trabalho. .................................................................. 37

Figura 11. Esquema representativo dos ozonizadores utilizados no ensaio de

Ozonização. .......................................................................................................... 39

Figura 12. Representação visual do efluente Bruto à esquerda e Efluente Tratado

pela Indústria à direita. ......................................................................................... 40

Figura 13. Remoção de DQO no tratamento por Fenton Homogêneo; dose de Fe2+

= 34000 mg/L; dose de H2O2 = 7 mL/L; tempo de reação = 60 min. .................... 42

Figura 14. Varredura do espectro de absorção na região UV-Vis (200 – 700) nm;

dose de Fe2+ = 34000 mg/L; dose de H2O2 = 7 mL/L; tempo de reação = 60 min.

............................................................................................................................. 43

Figura 15. Representação visual do efluente bruto, tratado pela indústria e tratado

pelo processo Fenton Homogêneo. ...................................................................... 44

Figura 16. Variação do pH durante o processo de Ozonização. Fluxo de oxigênio

constante de 0,8 L/min e DQO inicial de 1140 mg/L. ........................................... 45

Figura 17. Gráfico da remoção da Turbidez e do pH durante o processo de

Ozonização. Fluxo de oxigênio constante de 0,8 L/min e DQO inicial de 1440 mg/L.

............................................................................................................................. 46

Figura 18. Remoção de DQO no processo de Ozonização. ................................ 47

Figura 19. Representação visual das amostras retiradas durante o tratamento por

Ozonização. .......................................................................................................... 48

Figura 20. Remoção de cor na Ozonização em 0, 60, e 120 minutos,

respectivamente. .................................................................................................. 48

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Geração e caracterização físico-química de efluentes têxteis (continua).

............................................................................................................................... 7

Tabela 2. Classificação dos corantes de acordo com sua aplicação (continua) .. 10

Tabela 3. Diferentes tipos de tratamentos utilizados para Efluente Têxtil (continua)

............................................................................................................................. 13

Tabela 4. Padrões para lançamentos de efluentes têxteis em corpo hídrico. ...... 16

Tabela 5. Trabalhos que avaliaram reúso de água dentro da própria Indústria Têxtil.

............................................................................................................................. 17

Tabela 6. Tipos de Processos Oxidativos Avançados mais utilizados de modo geral

............................................................................................................................. 19

Tabela 7. Trabalhos envolvendo o uso do Processo Fenton no tratamento de

efluente industriais (continua) ............................................................................... 21

Tabela 8. Trabalhos envolvendo o uso do Processo de Ozonização no tratamento

de efluente industriais (continua) .......................................................................... 27

Tabela 9. Reagentes utilizados nas análises. ...................................................... 32

Tabela 10. Reagentes, soluções e materiais utilizados no ensaio Fenton

Homogêneo. ......................................................................................................... 35

Tabela 11. Concentrações de Peróxido de Hidrogênio (35%) e Sulfato Ferroso

Heptahidratado em 1000 mL de solução. ............................................................. 36

Tabela 12. Reagentes e materiais e equipamentos utilizados no ensaio de

ozonização. .......................................................................................................... 38

Tabela 13. Parâmetros de caracterização do efluente bruto. ............................... 39

Tabela 14. Caracterização do efluente tratado pela Indústria de acordo com os

parâmetros pH e DQO e valores máximos permitidos para lançamento em corpo

hídrico Classe 2 de acordo com a Deliberação Normativa conjunta COPAM/CERH

01 de 2008. ........................................................................................................... 41

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1

2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 3

2.1 Objetivo Geral .......................................................................................... 3

2.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 3

3. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................. 4

3.1 Indústria Têxtil ......................................................................................... 4

3.2 Tinturaria versus consumo de água ...................................................... 5

3.3 Caracterização de efluentes têxteis ....................................................... 6

3.4 Tratamento de efluente e reúso de água na indústria têxtil .............. 12

3.5 Legislações referentes a efluentes industriais e reúso de água ....... 15

3.5.1 Efluentes Industriais ....................................................................... 15

3.5.2 Reúso de água em indústria têxtil ................................................. 16

3.6 Processos Oxidativos Avançados (POA) ............................................ 18

3.6.1 Fenton Homogêneo ........................................................................ 19

3.6.2 Ozonização ...................................................................................... 23

4. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................... 29

4.1 Plano de Amostragem .......................................................................... 30

4.2 Técnicas analíticas de caracterização dos efluentes ......................... 32

4.2.1 Determinação da concentração de peróxido de hidrogênio residual

............................................................................................................33

4.2.2 Demanda Química de Oxigênio (DQO) .......................................... 33

4.2.3 Análise de pH .................................................................................. 33

4.2.4 Análise de cor .................................................................................. 34

4.2.5 Alcalinidade Total ........................................................................... 34

4.2.6 Turbidez ........................................................................................... 34

4.3 Ensaio Fenton Homogêneo .................................................................. 35

4.3.1 Materiais .......................................................................................... 35

4.3.2 Ensaio Fenton Homogêneo ............................................................ 36

4.4 Ensaios de Ozonização......................................................................... 37

4.4.1 Materiais .......................................................................................... 37

4.4.2 Ensaio de Ozonização .................................................................... 38

5. RESULTADOS ................................................................................................. 39

5.1 Caracterização do Efluente Bruto e Tratado pela Indústria ............... 39

5.2 Fenton Homogêneo ............................................................................... 41

5.3 Ozonização ............................................................................................ 44

6. CONCLUSÕES ................................................................................................ 49

7. RECOMENDAÇÕES ........................................................................................ 50

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 51

1

1. INTRODUÇÃO

Atualmente existe um grande interesse das indústrias em reduzir a poluição no

processo industrial, não apenas na estação de tratamento, mas em cada etapa do

processo, através da reciclagem das correntes de efluentes líquidos e da

recuperação de produtos e subprodutos. Tais medidas, diminuem os volumes de

água gastos e eliminados, além dos custos de tratamento da água, tratamento de

efluentes e do consumo de produtos químicos. Essa melhor utilização de matérias-

primas, água, energia e redução na geração de resíduos proporciona ganhos

financeiros, bem como traz aumentos de competitividade através da redução de

custos de produção, melhoria no ambiente de trabalho e da imagem da empresa

perante a sociedade e seus colaboradores (COGO, 2011).

De acordo com a Figura 1, os maiores consumidores mundiais de água são a

agricultura e a indústria, contribuindo para que a água se torne um problema cada

vez mais constante em nosso meio.

Figura 1. Atividades mundiais consumidoras de água.

Fonte: Programa de Avaliação Mundial da Água, 2015, apud Ferreira, 2015.

2

De acordo com Tundisi et al. (2006, apud BEAL et al., 2014), a indústria consome

em média 22% de toda água do mundo, sendo que dentro da Indústria, o setor têxtil

consome em média 15% de toda essa água, somando aproximadamente 30

milhões de m³ ao ano. Nos países desenvolvidos esse índice é de 59% e nos

subdesenvolvidos é de 8%.

Além do consumo exacerbado de água, as indústrias têxteis apresentam um alto

potencial poluidor, devido a heterogeneidade dos produtos químicos utilizados nas

etapas de fabricação dos tecidos, ocasionando assim problemas ambientais.

De acordo com Koltuniewicz e Drioli (2008), além da contribuição de corantes e

auxiliares ao efluente, as etapas de tingimento e lavagem também contribuem com

uma grande quantidade de sais no efluente final. A presença dessas substâncias

em altas concentrações nesse tipo de efluente é agravante (KHALID et al., 2012).

Dessa forma, o estudo de Processos Oxidativos Avançados (POA) para o

Tratamento de Efluente Têxtil está sendo cada vez mais utilizado, visto que esses

apresentam alta eficiência de degradação de matéria orgânica recalcitrante e

contaminantes tóxicos.

Os POA se caracterizam pela geração de radicais hidroxila (•HO), altamente

oxidantes. São processos de operação simples e podem degradar compostos não

biodegradáveis (RIBEIRO, 2009), além de serem altamente reativos. Os POA

objetos desse estudo foram o Fenton homogêneo e a ozonização, e estão

representados na Figura 2.

Figura 2. Alternativas de processos químicos utilizados no presente trabalho.

3

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo desse trabalho foi avaliar a aplicação dos processos químicos Fenton

homogêneo e ozonização no tratamento do efluente de uma indústria têxtil situada

na Zona da Mata.

2.2 Objetivos Específicos

Avaliar a eficiência da remoção de DQO e cor de um efluente têxtil pelo

processo de ozonização;

Avaliar a eficiência da remoção de DQO e cor de um efluente têxtil pelo

processo Fenton homogêneo.

4

3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Indústria Têxtil

A Indústria Têxtil consiste basicamente na transformação das fibras em fios, fios

em tecidos e tecidos em peças distintas. No entanto, muito antes da chegada dos

portugueses, os índios já confeccionavam suas próprias roupas, com a finalidade

de proteção corporal, utilizando técnicas bem primitivas.

Durante a Revolução Industrial, o Brasil já dispunha de uma extensa cultura

algodoeira, com matéria-prima básica, grande número de mão-de-obra, e um

mercado consumidor crescente. Logo, a indústria têxtil se tornou pioneira no

processo de industrialização do Brasil, e assim esse setor foi se expandindo.

O apogeu da indústria têxtil ocorreu nos anos 40, durante o conflito mundial que

inflamou a Europa e que colocou o Brasil em 2° lugar no ranking mundial como

produtor e exportador têxtil.

Atualmente, de acordo com a Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de

Confecções – ABIT (2005), o setor teve um investimento de US$ 749 milhões,

ficando em quinto lugar como maior produtor têxtil e quarto maior de malhas do

mundo, representando 16,7% dos empregos e 5,7% do faturamento da Indústria de

Transformação. É o segmento de transformação que mais emprega na indústria,

ficando atrás apenas da junção de alimentos e bebidas (ABIT, 2005). Com isso, o

País se tornou referência mundial em trajes em diversos designs, como jeanswear,

homewear e moda praia, e está crescendo cada vez mais em lingeries e moda

fitness, demonstrando assim potencial de grande tecnologia e criatividade.

Devido à expansão desse segmento no Brasil, tem-se consequentemente o

aumento de problemas ambientais e do consumo de água, visto que o tingimento é

uma das etapas que mais consome água, e gera efluentes com alto índice de

substâncias potencialmente poluidoras, que ao serem lançados em corpo hídrico

de forma inadequada podem assim alterar a qualidade do afluente a jusante do

lançamento.

5

3.2 Tinturaria versus consumo de água

Na Indústria têxtil a água é utilizada para lavagem, resfriamento e tingimento, sendo

o tingimento, a etapa que mais consome água, por estar relacionado com as

tinturarias. Segundo Tundisi et al. (2006, apud BEAL et al., 2014), as tinturarias

utilizam cerca da metade da água industrial, e o pré-tratamento, que elimina as

impurezas, como cera, óleos lubrificantes, gomas, parafinas, consome 41% da

água total. O processo produtivo na Indústria Têxtil é representado conforme a

Figura 3.

Figura 3. Etapas do processo produtivo têxtil.

Fonte: BRAILE e CAVALCANTI, 1993.

6

O tingimento é o processo de coloração que ocorre devido à aplicação de corantes.

Esses processos são classificados segundo sua composição química e método de

aplicação, sendo substâncias utilizadas em tinturarias, geralmente solúveis e

dispersáveis são absorvidos e se difundem para o interior da fibra, havendo

interações físico-químicas entre ambos.

No processo de tingimento, uma parte do corante pode ser perdida, variando de

acordo com o tipo de tecido, produtos específicos para cada tipo de tecido e

incorporados aos corantes para garantir uma melhor fixação. Em seguida a peça

deve ser lavada novamente a fim de retirar todo o excesso dos produtos não foram

bem fixados. A perda dos corantes no efluente final varia em média de 10% a 50%

(FORGACS et al., 2004; CARNEIRO et al., 2007; KHANDEGAR e SAROHA, 2013,

apud STARLING, 2016). Cerca de 80% dessa água se torna efluente que é

heterogêneo e possui elevado potencial poluidor de corpos hídricos, devido aos

corantes.

3.3 Caracterização de efluentes têxteis

De acordo com Ispich (1995, apud Peixoto et al., 2013), um efluente têxtil típico é

caracterizado por conter altos valores de demanda bioquímica de oxigênio (DBO),

demanda química de oxigênio (DQO), cor e pH, demandando tratamento químico

e biológico. No entanto o mais difícil de controlar é a cor, devido aos corantes

presentes nos processos de tinturaria. A Tabela 1 apresenta valores obtidos a partir

da caracterização físico-química dos efluentes têxteis estudados em diferentes

trabalhos, e a geração desses efluentes.

7

Tabela 1. Geração e caracterização físico-química de efluentes têxteis (continua).

Geração do efluente

Parâmetros

Referências DQO (mg/L)

DBO (mg/L)

Carbono Orgânico

Dissolvido (mg/L)

pH Cor (Uc)

Turbidez (UNT)

Sólidos Totais

Dissolvidos (mg/L)

Sólidos Suspensos

Totais (mg/L)

Tingimento e acabamento de

diversas malharias (o tecido é fornecido

pelo cliente)

- 514 347,5 8,44 3315 108,5 8184 128 Justino (2016)

Produção de jeans 395 106 - 4,4 2754 49,2 1784 410 Halasz et al

(2011)

Produção de tecidos fios tintos e tecidos

estampados 1226 - - 10,3 1138 500 - - Dutra (2010)

Lavagem de tecidos de algodão e viscose

418 - 153 7,1 - 22 - 315 Starling (2016)

Lavagem e tingimento de

diversos tecidos 446 - - 5,3 151,4 81,4 - 64,9

Castilhos (2015)

8

Tabela 1. Geração e caracterização físico-química de efluentes têxteis (continuação)

Geração do efluente

Parâmetros

Referências DQO (mg/L)

DBO (mg/L)

Carbono Orgânico

Dissolvido (mg/L)

pH Cor (Uc)

Turbidez (UNT)

Sólidos Totais

Dissolvidos (mg/L)

Sólidos Suspensos

Totais (mg/L)

Tingimento de diversos tecidos

350 - - 8,8 1553 124 3156 90 Trevizani

(2012)

Tingimento de tecidos e gerada nos setores de irrigação, caldeira, refeitório, setores de limpeza e vestiário

195 - - 7,7 - 11 4220 31 Ribeiro (2009)

Tingimento e acabamento de

tecidos de poliéster, lã, viscose e algodão

750 350 - 8,6 - - - 78 Cogo (2011)

9

A variabilidade observada nos parâmetros da Tabela 1, pode ser explicada, pelo

fato de que o efluente é gerado em diferentes etapas do processo produtivo, bem

como os tecidos e corantes apresentam composições variadas.

Estima-se que a produção de corantes no mundo gire em torno de 800.000 ton/ano

e pelo menos 15% são lançados aos corpos hídricos como efluentes

(GANODERMAIERI et al, 2005).

Os corantes são constituídos de grupos de átomos chamados cromóforos que são

responsáveis pela cor, além de grupos auxocromos que tem como função promover

ou intensificar as cores dos cromóforos (DOS SANTOS et al., 2007, apud RIBEIRO,

2009). Estes átomos são bastante resistentes, o que dificulta sua degradação, logo

sua remoção no efluente.

A classificação dos corantes é dada de acordo com sua aplicação e estrutura

química. Em relação à estruturação podem ser orgânicos e inorgânicos (SARON et

al., 2005). E quanto a aplicação de acordo com Immich (2006), são dividido

conforme a Tabela 2.

A maioria dos corantes apresenta baixa biodegradabilidade, e além disso, alguns

destes são tóxicos e bastante solúveis em água, causando muitos problemas, não

só pelo corante em si, mas devido a substâncias surfactantes e aditivos.

10

Tabela 2. Classificação dos corantes de acordo com sua aplicação (continua)

Corante Característica Referência

À cuba

Apresentam ótimas propriedades de fixação no algodão, são aplicados ao processo basicamente

insolúveis na água, mas durante o tingimento são reduzidos com ditionito em solução alcalina,

transformando em composto solúvel.

Guaratini e Zanoni

(2000)

Ácidos Compostos aniônicos solúveis em água, com um ou mais grupos sulfônicos ou carboxílicos, que

por meio de troca iônica se ligam às fibras de lã.

Dutra

(2010)

Azóicos Formados de dois compostos quimicamente reativos sintetizados sobre a fibra durante o processo. Dutra

(2010)

Básicos Apresentam baixa solubilidade em água, são fortemente ligados e não migram facilmente. Dutra

(2010)

Diretos

São solúveis em água, apresentam estrutura molecular estreita e plana, permitindo alinhamento

entre as moléculas e as fibras de celulose através de pontes de hidrogênio e força de Van de

Waals.

Guaratini e Zanoni

(2000)

Dispersos

Aplicados em fibras hidrofóbicas e fibras de celulose, são insolúveis em água e sofrem hidrólise

no processo de tintura, onde a forma originalmente insolúvel é lentamente precipitada na forma

dispersa.

Guaratini e Zanoni

(2000)

11

Tabela 2. Classificação dos corantes de acordo com sua aplicação (continuação)

Corante Característica Referência

Branqueadores São utilizados como alvejantes a fim de clarear as fibras têxteis no estado bruto. Guaratini e Zanoni

(2000)

Ao enxofre Insolúveis em água e produzem resíduos altamente tóxicos contendo sulfeto, gerados

nos processos de tingimentos.

Immich

(2006).

Pré-metalizados Formam complexos estáveis de íons metálicos, como o cromo, dessa forma, está

associado ao alto índice de metal nas águas de rejeito.

Guaratini e Zanoni

(2000)

Reativos

São corantes do tipo azóico que contém um grupo eletrófilo capaz de formar ligações

covalentes com grupos hidroxila das fibras celulósicas com amino, hidroxila e tióis das

fibras proteicas. Nesse tipo de corante, as fibras se processam diretamente através da

substituição do grupo de nucleofílico pelo grupo hidroxila da celulose.

Guaratini e Zanoni

(2000)

12

3.4 Tratamento de efluente e reúso de água na indústria têxtil

Devido ao consumo elevado de água nas indústrias têxteis, buscam-se alternativas

para minimização desse problema, assim, tem-se como uma alternativa viável o

reúso de água dentro da própria empresa.

Nas Indústrias de modo geral, os principais reúsos da água estão associados a

processos de refrigeração, alimentação de caldeiras, lavadores de gases, lavagem

de pisos e peças ou irrigação de áreas verdes (MIERZWA & HESPANHOL, 2005).

Segundo Vajnhandl e Valh (2014, apud STARLING, 2016), após o tratamento, a

qualidade da água utilizada na indústria têxtil pode ser alta, média e baixa, podendo

ser utilizado assim para diversos fins, sendo eles mais e menos nobres. A água de

alta qualidade é utilizada para processos de tingimento, banhos de acabamento e

lavagem, geralmente correspondem a 20% de toda a água consumida pela

indústria. A água de qualidade média é usada nos processos de lavagem,

correspondendo em média de 50 a 70% da água total da indústria, dependendo do

tecido. E a água de baixa qualidade preferencialmente deve ser consumida apenas

para limpeza de máquinas e da fábrica de modo geral, não podendo ser usada para

o processamento dos tecidos. A Tabela 3 compara alguns tratamentos utilizados

para Efluente Têxtil destacando suas as vantagens e desvantagens.

13

Tabela 3. Diferentes tipos de tratamentos utilizados para Efluente Têxtil (continua)

Tratamento Vantagem Desvantagens Referência

Lodo ativado

Boa remoção de cargas

orgânicas

(DQO, DBO)

Geração de lodo Cogo

(2011).

Fotoquímicos

Não há formação de lodo;

Degrada corantes à CO2 e

H2O.

Alto gasto energético;

pH, intensidade da radiação UV e estrutura do

corante influenciam na eficiência de

degradação de matéria orgânica.

Dos Santos et al.

(2007, apud

STARLING, 2016).

Ozonização

Não apresenta alteração de

volume da água residual e de

lodo.

Tempo de reação, geometria do reator, tipo da

injeção de ozônio, tamanho das bolhas do gás

influenciam na eficiência de degradação de

matéria orgânica.

Teixeira

(2014).

Eletroquímicos

Baixo consumo de produtos

químicos;

Compostos formados não

são tóxicos.

Em fluxos elevados não apresenta boa

eficiência.

Dos Santos et al.

(2007 apud

STARLING, 2016).

14

Tabela 3. Diferentes tipos de tratamentos utilizados para Efluente Têxtil (continuação)

Tratamento Vantagem Desvantagens Referência

Carvão Ativado Boa remoção de uma ampla

variedade de corantes.

Custo elevado quando comparado a outros

tratamentos.

Beltrame

(2000).

Fenton Homogêneo

Alta eficiência em remoção

de DQO;

Descoramento efetivo de

corantes solúveis e

insolúveis.

Formação de lodo.

Queiroz et al.

(2011);

Nogueira et al.

(2005)

15

3.5 Legislações referentes a efluentes industriais e reúso de água

3.5.1 Efluentes Industriais

A Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, nº 430, de 13

de Maio de 2011 (BRASIL, 2011), complementa e altera a Resolução 357/05

(BRASIL, 2005), e dispõe sobre condições, parâmetros, padrões e diretrizes para

gestão do lançamento de efluentes em corpos de água receptores. Considera

também que o órgão ambiental competente poderá, a qualquer momento, mediante

fundamentação técnica acrescentar outras condições e padrões para o lançamento

de efluentes, ou torná-los mais restritivos, tendo em vista as condições do corpo

receptor; ou exigir tecnologia ambientalmente adequada e economicamente viável

para o tratamento dos efluentes, compatível com as condições do respectivo corpo

receptor.

A Deliberação Normativa Conjunta do Conselho Estadual de Política Ambiental –

COPAM, e do Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Minas Gerais

– CERH-MG, nº 01, de 05 de Maio de 2008, dispõe sobre a classificação dos corpos

de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece

as condições e padrões de lançamento de efluentes em Minas Gerais. Essa

Deliberação se apresenta mais restritiva que as Resoluções acima citadas, devido

ao fato de ser mais específica, condizendo com realidade fática do estado (MINAS

GERAIS, 2008).

Dessa forma, os padrões de lançamento para efluentes têxteis seguem os padrões

de lançamento de efluentes industriais segundo a Resolução CONAMA 430/2011

e a Deliberação Normativa COPAM/CERH 01/2008. No entanto a Deliberação

COPAM/CERH 01/2008 apresenta uma particularidade, esta estabelece como

limite de lançamento de Demanda Química de Oxigênio (DQO) para Indústria Têxtil

uma concentração máxima de 250 mg/L, sendo assim mais específica para esse

tipo de efluente. A Tabela 4, apresenta os padrões para lançamentos de efluentes

industriais em corpos d’água.

16

Tabela 4. Padrões para lançamentos de efluentes têxteis em corpo hídrico.

Parâmetro COPAM/CERH nº 01/2008 CONAMA nº430/2011

pH 6 a 9 5 a 9

Temperatura (ºC) < 40 < 40

DQO (mg/L O2) ≤ 250 -

DBO (mg/L O2) ≤ 60 Remoção ≥ 60%

SST (mg/L) ≤ 100 -

Fonte: Adaptado de MINAS GERAIS (2008); BRASIL (2011).

3.5.2 Reúso de água em indústria têxtil

A Resolução do Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH, nº 54, de 28 de

Novembro de 2005, estabelece modalidades, diretrizes e critérios para a prática de

reúso direto não potável de água de modo geral, considerando a escassez de

recursos hídricos observada em certas regiões do território nacional, a qual está

relacionada aos aspectos de quantidade e de qualidade; a prática de reúso de água

reduz a descarga de poluentes em corpos receptores, conservando os recursos

hídricos para o abastecimento público e outros usos mais exigentes quanto à

qualidade; e a prática de reúso de água reduz os custos associados à poluição e

contribui para a proteção do meio ambiente e da saúde pública (BRASIL, 2005).

No entanto, no País ainda não existe normatização técnica específica para o reúso

de água em Indústria Têxtil. Em todo caso, considera-se que a qualidade da água

para reúso deve ser melhor que o lançamento do efluente, visto que podem ocorrer

danos nos tingimentos, máquinas e/ou tubulações (incrustações, corrosões), além

de alterações da solubilidade dos reagentes nas etapas de processamento. A

Tabela 5 apresenta trabalhos que avaliaram o reúso da água dentro da própria

Indústria Têxtil.

17

Tabela 5. Trabalhos que avaliaram reúso de água dentro da própria Indústria Têxtil.

Tratamento Reúso Observações Referência

Membranas de ultra e

nanofiltração

Tingimento de tecido de

algodão.

Modificação de cor devido a necessidade de

ajuste inicial de pH.

Hildebrand

(2010)

Foto-Fenton Solar Tingimento e lavagem

de tecidos.

Não foram detectadas manchas ou variações

no tom das cores propostas em relação ao

padrão

Starling

(2016)

Fenton Homogêneo Tingimento de viscose.

Não foram verificadas formação de manchas,

descoloração, opacidade ou qualquer outro

efeito indesejável nos tecidos produzidos com o

efluente tratado.

Ribeiro

(2009)

Foto-Fenton Torre de resfriamento.

As águas de resfriamento requerem certo

padrão de qualidade da água para não reduzir

sua vida útil que foi obtido no tratamento.

Martins

(2011)

Foto-Fenton Tingimento de fibras de

algodão. Elevada eficiência de tingimento.

Zanella et al.

(2010)

18

3.6 Processos Oxidativos Avançados (POA)

Os processos oxidativos avançados (POA) baseiam-se na formação de HO devido

a alterações nas estruturas dos poluentes. Os radicais hidroxila (HO) apresentam

um grande potencial de redução capaz de reagir com a maioria dos compostos

orgânicos (HIGARASHI, 2000), degradando parcial ou totalmente contaminantes

recalcitrantes e tóxicos. A Figura 4 esquematiza esses processos.

Figura 4. Representação da mineralização da Matéria Orgânica através de Processos Oxidativos

Avançados (POA).

Fonte: BOTTREL, 2016.

Dessa forma, os POA conseguem remover em grandes proporções Demanda

Química de Oxigênio (DQO), Carbono Orgânico Total (COT) e Carbono Orgânico

Dissolvido (COD), além de elevar a biodegradabilidade do efluente e reduzir a cor.

Segundo Teixeira & Jardim (2004), os POA são processos limpos, pelo fato de

destruírem os poluentes, e não simplesmente promoverem a mudança de fase,

como ocorre nos processos de adsorção, coagulação e floculação. Além disso, os

POA não são seletivos, possibilitando a degradação de inúmeros contaminantes

tóxicos e recalcitrantes, independente da presença de outros compostos, em

intervalos de tempos curtos.

Dessa forma, a eficiência dos POA varia em relação à remoção de toxicidade

aguda. Essa variação ocorre conforme o processo aplicado na produção ou no

decorrer de aplicação em um mesmo processo. Assim, compostos como aminas

19

aromáticas, que são produtos tóxicos comuns da degradação de alguns corantes

são gerados no processo (WANG et al., 2008, apud RIBEIRO, 2009).

A versatilidade dos POA se deve ao fato de que os radicais hidroxila podem ser

gerados de diversas formas, sendo divididos em dois grupos: heterogêneos e

homogêneos. Quando existe a presença de catalizadores na forma sólida os POA

são denominados homogêneos. Caso contrário, quando os catalizadores

apresentam-se em fase sólida no meio reacional, são chamados de heterogêneos

(PASQUALINI, 2010, apud CASTILHOS, 2015). A Tabela 6 exemplifica alguns dos

POA mais utilizados.

Tabela 6. Tipos de Processos Oxidativos Avançados mais utilizados de modo geral

Processo Homogêneo Heterogêneo

Com

Radiação

O3/H2O2/UV

O3/UV

H2O2/UV

Fe2+/H2O2/UV

Catalisador sólido/UV

Catalisador sólido/H2O2/UV

Sem

Radiação

O3/H2O2 (Ozonização)

Fe2+/H2O2 (Fenton

Homogêneo)

Catalizador sólido/ H2O2

Fonte: Adaptado de BOTTREL, 2012.

3.6.1 Fenton Homogêneo

Um dos POA atualmente mais utilizados para o tratamento de efluentes é o

Processo de Fenton (Fe2+/H2O2), principalmente o Homogêneo, devido ao fato do

catalisador do processo ser o ferro que é um elemento abundante na litosfera e o

peróxido de hidrogênio não causar danos ao meio ambiente devido à sua rápida

decomposição no meio (PAPIĆ et al., 2009, apud STARLING, 2016). O processo

de Fenton Homogêneo caracteriza-se também por ter elevada velocidade de

20

reação, podendo ser executado à temperatura ambiente, minimizando assim os

custos operacionais envolvidos nesse tipo de tratamento (MARTINS e QUINTA-

FERREIRA, 2007; MONEM et al., 2009).

Esse processo é baseado na transferência de elétrons entre o peróxido de

hidrogênio e íon Ferroso como catalisador em meio ácido, conforme a Equação 1.

Fe2+ + H2O2 Fe3+ + OH• + OH (Eq. 1)

Os íons férricos (Fe3+) também podem reagir com H2O2 em processo conhecido por

Fenton like (Fenton modificado), Equações 2 a 4, regenerando íons ferrosos (Fe2+).

Fe3+ + H2O2 Fe-OOH2+ + H+ (Eq. 2)

Fe-OOH2+ HO2• + Fe2+ (Eq. 3)

Fe3+ + HO2• Fe2+ + O2 + H+ (Eq. 4)

Peróxido de hidrogênio também pode reagir com radicais •HO, podendo assim

atuar tanto como iniciador como também um sequestrador (Equação 5). Ressalta-

se que o radical hidroperoxila (HO2•) tem potencial de redução menor do que os

radicais hidroxila, portanto a ocorrência de tal reação não é vantajosa no processo.

O sequestro dos radicais hidroxila pelo peróxido de hidrogênio geralmente ocorre

quando a concentração de H2O2 é muito elevada.

•OH + H2O2 H2O + HO2• (Eq. 5)

Outro ponto interessante na reação Fenton é que, durante as reações do processo

pode acontecer a coagulação química com íons de Fe3+ formados, principalmente

na etapa final quando ocorre a elevação do pH para neutralização do meio. Esse

processo pode ser responsável pela remoção de parte da matéria orgânica

presente no efluente (AMORIM, 2007).

Na tabela 7 são apresentados trabalhos que estudaram o processo Fenton

Homogêneo para tratamento de efluentes industriais.

21

Tabela 7. Trabalhos envolvendo o uso do Processo Fenton no tratamento de efluente industriais (continua)

Efluente Condições Experimentais Resultados Referência

Têxtil DQO/H2O2/Fe2+= 1:2:2; T = 25º C;

Fe2+/H2O2 = 1; H2O2/DQO = 2;

Tempo de reação: 120 min;

77 % remoção de DQO. Ribeiro

(2016).

Vinícola

H2O2/DQO = 3,36; T = 30º C;

Tempo de reação = 240 min;

Catalisador da reação = FeSO4, na

proporção de 1:15 (FeSO4.7H2O:H2O2).

92% de remoção de DQO;

99,9% de remoção de turbidez;

92% de remoção de DQO;

99,9% de remoção de cor.

Lechinhoski

(2015).

Lixiviado Dose de Fe2+ = 5500 mg/L;

Dose de H2O2 = 31500 mg/L-; 86 % remoção de DQO.

Rocha

(2014).

Antibióticos

Tempo de reação = 180 min;

Dose de Fe2+ = 500 mg/L;

Dose de H2O2 = 1500 mg/L; pH = 3,0.

60% de remoção de DQO,

59% remoção de toxicidade.

Marcelino

(2014).

22

Tabela 7. Trabalhos envolvendo o uso do Processo Fenton no tratamento de efluente industriais (continuação)

Efluente Condições Experimentais Resultados Referência

Lixiviado

Concentração de DQO = 2023 mg/LO2;

Dose de Fe2+ = 1348,67 mg/L;

Dose de H2O2 = 4046 mg/L; pH = 3,0;

Tempo de reação = 120 min.

82% de remoção de DQO.

Vasconcelos

(2014).

Moveleiro

Dose de H2O2 = 12000 mg/L;

Dose de Fe+2 = 1000 mg/L;

Tempo de reação = 390 min.

70%de remoção de COT;

68% de remoção de DQO;

72% de remoção de DBO.

Adário

(2014).

Refinaria de

Petróleo

Dose de H2O2 = 8000 mg/L;

Dose de FeSO4 = 800 mg/L. 88% remoção de COD.

Coelho et al.

(2005).

Têxtil

Dose de Fe2+ = 6000 mg/L;

Dose de H2O2 = 20000 mg/L;

Tempo de reação = 10 min

97,5% na redução da DQO;

99,9% de descoloração.

Maneti et al,

(2009).

23

Em indústrias têxteis, embora o Fenton Homogêneo seja muito eficaz no tratamento

de efluentes, alguns compostos podem influenciar na reatividade do POA devido

interferência nas reações de oxidação realizadas pelos radicais hidroxila. De acordo

com Machulek et al. (2007) sais, detergentes e alguns íons inorgânicos que são

utilizados no processo produtivo têxtil, podem chegar a impedir a produção de HO•,

diminuindo assim a eficiência do tratamento.

Embora ocorra a possível formação de compostos tóxicos e formação de lodo

devido a gasto de reagente, necessidade de ajuste de pH e a necessidade de

separação do ferro (QUEIROZ et al., 2011), a utilização de Fenton homogêneo

apresenta como vantagens baixo custo em relação a outros processos de oxidação

avançada, estabilidade térmica, inexistência de problemas decorrentes da simples

transferência de massa, procedimentos operacionais relativamente simples, baixa

probabilidade de dano no manuseio, investimento reduzido de capital e redução ou

eliminação da toxicidade em função da mineralização dos poluentes (NOGUEIRA

et al., 2005).

3.6.2 Ozonização

O ozônio é um poderoso agente oxidante (E0 = 2,08 V), se comparado a outras

substâncias como peróxido (E0 = 1,78 V) e cloro (E0 = 1,36 V) (KUNZ et al., 2002;

STRICKLAND E PERKINS, 1995). Quando em contato com o efluente, o ozônio

reage com os compostos orgânicos presentes decompondo-os. A reação pode

ocorrer de forma direta ou indireta, através do radical hidroxila (HO•) gerado na

decomposição do ozônio, o qual possui poder oxidante superior (E0 = 2,80 V)

(KUNZ et al., 2002).

A oxidação por Ozônio é capaz de degradar hidrocarbonetos clorados, fenóis,

pesticidas e hidrocarbonetos aromáticos (KAMMRADT, 2004). Para o caso de

indústrias têxteis, o processo é atualmente considerada um dos mais promissores

processos de oxidação. Esse tratamento oferece eficiência satisfatória,

apresentando um efluente tratado com pouca cor, baixa DQO, e adequado para ser

lançado ao meio ambiente ou retornar ao processo (COGO, 2011).

24

Embora a Ozonização não contribua para mineralização de matéria orgânica, COT

e DQO, o processo apresenta quebra de moléculas complexas em compostos mais

simples e com maior biodegradabilidade, conferindo alta eficiência do processo em

alguns casos, dependendo do efluente.

Segundo Cogo (2011), o ozônio reage facilmente com a maior parte dos corantes

utilizados na indústria têxtil, ele ataca as suas duplas ligações, que são justamente

as partes das moléculas associada à cor. Assim, em um primeiro momento, a

ozonização é empregada principalmente para quebrar as moléculas de corantes, o

que tem como consequência a descoloração.

O método é bastante efetivo para corantes solúveis em água, mas pouco eficaz

para corantes dispersos, pois a descoloração é lenta e requer altas concentrações

de ozônio (KEQIANG et al. 1994).

O processo de ozonização se dá pela injeção de microbolhas de ozônio em um

reator contendo o efluente. A transferência do ozônio gasoso para o efluente líquido

é o processo dominante da ozonização e, por isso, o reator deve ser projetado de

maneira a garantir o tempo de contato necessário entre o gás e a fase aquosa

(GOTTSCHALK, 2000; BAPTISTUCCI, 2012, apud MARCELINO, 2014).

O gás ozônio (O3) utilizado no tratamento de águas e efluentes é gerado in situ por

equipamentos elétricos que, na maioria dos casos de utilização em laboratório e

em indústrias, produzem ozônio a partir de oxigênio por uma célula de barreira

dielétrica, ou célula corona. Nesse processo, a corrente rica em oxigênio entra pela

câmara do equipamento e recebe uma alta voltagem gerada por eletrodos

metálicos. A descarga elétrica liberada pelo sistema converte o O2 em O3

(PACHECO, 2012; TEIXEIRA, 2014 apud MARCELINO, 2014), conforme as

Equações 5 e 6.

O2 → O• + O• (Eq. 5)

O• + O2 → O3 (Eq. 6)

De acordo com Dezotti (2008), na ozonização tem-se a atuação de dois oxidantes

principais: o ozônio molecular – O3 (mecanismo direto de ozonização) e o radical

hidroxila (•OH) (mecanismo indireto de ozonização). Enquanto os processos de

25

desinfecção ocorrem principalmente pela atuação do O3, os processos de oxidação

de compostos com ozônio acontecem com a colaboração dos dois oxidantes: O3 e

HO•, assim como nas Equações 7 e 8. Os mecanismos de reação envolvidos e a

decomposição do ozônio no processo dependem diretamente do pH do meio.

O3 + OH- → HO2- + O2 (Eq. 7)

O3 + HO2- → •OH + O2

-• + O2 (Eq. 8)

Sabe-se que em condições ácidas (pH < 4), a reação direta entre o O3 e o

contaminantes orgânico é dominante. Em pH entre 3 e 9, ambos os mecanismos

podem agir por haver hidroxila (HO-) no meio reacional para promover a formação

de radicais conforme as Equações de 9 a 14. Em pH > 9, o mecanismo indireto,

envolvendo somente espécies radicalares é predominante devido à presença das

espécies que favorecem a formação do HO• (VON GUNTEN, 2003). A Figura 6

ilustra os mecanismos de reações do ozônio em relação aos diferentes valores de

pH.

Figura 5. Mecanismos de reações do ozônio em relação aos diferentes pHs.

Fonte: Marcelino (2014).

A produção dos radicais hidroxila em meio alcalino ocorre a partir de inúmeras

reações mostradas a seguir. Na etapa de iniciação ocorre a reação entre o O3 e a

OH- formando produtos darão continuidade ao processo. As reações e suas

26

constantes cinéticas são mostradas nas Equações 9 a 14 (FORNI et al., 1982; VON

GUNTEN, 2003):

O3 + OH- → O2 + HO2- k = 70 M-1s-1 (Eq. 9)

As reações de propagação envolvem a formação do radical de outras espécies

radicalares:

O3 + HO2- → HO• + O2

•− + O k= 2,8x106 M-1s-1 (Eq. 10)

O3 + O2•− → O3

•− + O2 k= 1,6x109 M-1s-1 (Eq. 11)

O3•− ↔ O•− + O2 k= 3,3x109 M-1s-1 (Eq. 12)

O•− + H2O → HO• + HO- k= 108 M-1s-1 (Eq. 13)

HO• + O3 → HO2• + O2 k= 2x109 M-1s-1 (Eq. 14)

A Tabela 8 apresenta trabalhos que estudaram o processo Ozonização para

tratamento de efluentes industriais em diversos segmentos.

27

Tabela 8. Trabalhos envolvendo o uso do Processo de Ozonização no tratamento de efluente industriais (continua)

Efluente Condições Experimentais Resultados Referência

Têxtil Dose de O3 = 292,0 mg/h O3;

Vazão de O3 = 4 L/min.

37% de remoção para turbidez;

60% de remoção para cor verdadeira;

52% de remoção para cor aparente;

70% de remoção para DQO bruta;

70% de remoção para DQO filtrada.

Castilhos

(2015).

Laticínio pH = 3,6;

Tempo de reação = 20 min.

97% de remoção de DQO;

97% de remoção de DBO;

12% de remoção de nitrogênio total;

91% de remoção de turbidez.

Carvalho

(2015).

Antibióticos pH = 10;

Tempo de reação = 180 min.

54% de remoção de DQO;

62% de remoção de toxicidade.

Marcelino

(2014).

Água residuária da

lavagem da indústria

de pisos de madeira

Vazão de recirculação de O3 = 2,45

L/mim; pH = 9,38.

94% de remoção de DQO;

56% de remoção de COT.

Silva

(2014).

Têxtil Dose de O3 = 1085,25 mg/h O3;

Vazão de O3 = 8 L/min.

90% de remoção de cor;

60% de remoção de DQO.

Trevizani

(2012)

28

Tabela 8. Trabalhos envolvendo o uso do Processo de Ozonização no tratamento de efluente industriais (continuação)

Efluente Condições Experimentais Resultados Referência

Curtume pH = 11;

Vazão O3 = 2600 mg/h O3;

Tempo de reação = 60 min.

17% de remoção de DQO;

12% de remoção de COT;

24% de remoção de DBO.

Schrank et al.

(2004).

Papel e Celulose pH > 7;

Tempo de reação = 15 min

Vazão O3 = 200 mg/h.

85% de remoção de cor;

81% de remoção de DQO;

72% de remoção de turbidez.

Narloch et al

(2015).

Têxtil Volume = 500 mL;

t = 60 a 120 min.

100% de remoção de cor;

39% de remoção de COT;

Constanpel et al,

(2009 apud

STARLING

2016).

Solução sintética de

corante de curtume pH = 7,0; Vazão de O3 = 1,6 mg/h

Tempo de reação = 20 min. 97% de remoção de cor

Srinivasan et al.

(2009).

Têxtil pH = 9,0; Tempo de reação = 240 min. 24% de remoção de DQO Somensi et al.

(2008)

29

A eficiência da degradação de matéria orgânica presente em efluentes pelo

processo de ozonização pode ser afetada por diversos fatores, como o tempo de

reação, geometria do reator, tipo da injeção de ozônio, tamanho das bolhas do gás,

concentração de ozônio injetado, tipo de matriz do efluente (presença de

sequestrantes de radicais e ozônio, como carbonatos, fosfatos, ácidos húmicos,

etc.), viscosidade do efluente, temperatura e pH do meio reacional, que influencia

diretamente no mecanismo da reação. (GOTTSCHALK, 2000; BAPTISTUCCI,

2012; TEIXEIRA, 2014, apud MARCELINO, 2012).

Um dos aspectos negativos apontados por muitos autores no uso do processo de

ozonização é o custo relativamente elevado. Outro ponto a ser ressaltado é a

possibilidade de formação de compostos tóxicos ao longo do processo. Como

vantagem, pode-se destacar o fato de não haver geração de lodo e geralmente

apresentar elevada eficiência no tratamento de poluentes recalcitrantes.

Ressaltam-se também simplicidade de instalação de equipamentos, operação

relativamente simples, além de não necessitar da manipulação de produtos

químicos no processo – com exceção dos produtos utilizados para ajustar o pH do

meio, caso seja necessário (GOTTSCHALK, 2000; ZHENG et al. 2010;

BAPTISTUCCI, 2012; BOTTREL, 2012, apud MARCELINO, 2012).

4. MATERIAIS E MÉTODOS

As operações de coleta, preservação, armazenamento e transporte das amostras

foram realizados de acordo com a norma da Associação Brasileira de Normas

Técnicas – ABNT (1987): NBR 9898 - Preservação e técnicas de amostragem de

efluentes líquidos e corpos receptores (RIO DE JANEIRO, 1987).

Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Qualidade da Água (LAQUA)

do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de

Juiz de Fora, em Juiz de Fora, MG.

O tratamento do efluente foi realizado por dois processos, ambos Processos

Oxidativos Avançados. A primeira compreendeu o tratamento por Fenton

Homogêneo e a segunda por Ozonização, visando análise de DQO,

30

espectrofotometria UV-VIS, a fim de verificar a remoção de cor, e pH. As análises

foram realizadas em duplicadas, a fim de assegurar a confiabilidade dos resultados.

Para fins de comparação com os tratamentos propostos, foi também caracterizado

o efluente tratado pela indústria de acordo com os parâmetros DQO e pH.

4.1 Plano de Amostragem

A Indústria Têxtil que aceitou colaborar cedendo os efluentes para este estudo é

uma indústria de grande porte situada na Zona da Mata – MG, entretanto preferiu

não divulgar seu nome. É uma grande produtora de tecidos de algodão e viscose.

O efluente gerado pelo acabamento, tingimento de fios e estamparia, além dos

efluentes gerados nos banheiros e refeitório, seguem para uma estação de

tratamento própria da indústria (Figura 6), com uma vazão de 130 m³/h.

Figura 6. Esquema do funcionamento da Estação de Tratamento de Efluentes da Indústria.

O sistema consiste em:

Peneiramento, com objetivo de separar os fiapos, fios e sólidos pequenos;

Primeiro tanque de equalização, onde esse efluente é misturado, a fim de

manter a mesma vazão e temperatura, bem como correção de pH;

Segundo tanque de equalização, homogeneizando o efluente novamente

(Figura 7.1).

31

Tanque de aeração prolongada (lodo ativado), onde recebe oxigenação por

ar difuso e ocorre a recirculação do lodo (Figura 7.2);

Tanque de distribuição, onde o efluente recebe adição de três polímeros

(polímero floculador, descolorante e policloreto de alumínio), consistindo na

coagulação e floculação;

Dois decantadores (Figura. 7.3);

Terceiro decantador, onde ocorre um polimento final do efluente. O lodo que

fica no fundo desse último decantador recircula para tanque de aeração.

Calha Parshall para medição da vazão do efluente tratado.

Assim, foram coletadas duas amostras, sendo uma do efluente bruto e outra do

efluente tratado. A amostra do efluente bruto foi coletada no segundo tanque de

equalização (Figura 7.1) e a amostra do tratado foi coletado na saída da calha

Parshall (Figura 7.4), após a passagem pelo decantador.

Figura 7. Segundo taque de equalização (1), tanque de aeração (2), decantadores (3) e calha

Parshall (4).

Fonte: Acervo Pessoal.

32

A coleta dos efluentes bruto e tratado foram realizadas em um único dia, por coleta

simples e, posteriormente as amostras foram encaminhadas para o LAQUA.

Após a chegada das amostra ao laboratório, estas foram resfriadas em uma

geladeira, a 4º C, de acordo com a NBR ABNT 9898 de 1987.

4.2 Técnicas analíticas de caracterização dos efluentes

A Tabela 9 lista os reagentes utilizados nas análises realizadas para caracterização

dos efluentes.

Tabela 9. Reagentes utilizados nas análises.

Reagente Marca

Iodeto de Potássio Alphatec

Amido Synth

Molibdato de Amônio Vetec

Tiossulfato de Sódio 0,1 N Alphatec

Dicromato de Potássio Synth

Sulfato de mercúrio Synth

Sulfato de prata Alphatec

Ácido Sulfúrico 0,02 N Neon

Fenolftaleína Synth

Bromocresol verde Synth

33

4.2.1 Determinação da concentração de peróxido de hidrogênio

residual

A determinação da concentração de Peróxido de Hidrogênio residual ao final do

ensaio Fenton (60 min) foi realizada pelo método iodométrico (US PEROXID, 2008),

no qual o iodo formado é titulado com solução de tiossulfato de sódio, na presença

de indicador de amido.

A concentração de peróxido de hidrogênio residual deve ser determinada, pois em

escala real embora corresponda a uma pequena porcentagem da concentração

inicial, quando gerado em um mês a concentração desperdiçada pode ser bem

relevante.

4.2.2 Demanda Química de Oxigênio (DQO)

Os ensaios de DQO foram realizados pelo método 5220D - Colorimétrico (refluxo

fechado), de acordo com o Standard Methods of Examination of Water and

Wastewater (APHA, 2005).

4.2.3 Análise de pH

O pH foi medido através do método potenciómetro, utilizando um eletrodo

combinado de vidro e prata/cloreto de prata. O pHmetro digital da maca DetLab foi

calibrado anteriormente com soluções padrões de pH 4, 7 e 10 conforme indicado

pelo método 4500-H+ B – Potenciométrico (Methods of Examination of Water and

Wastewater (APHA, 2005)).

As medidas de pH realizadas ao longo dos ensaios de ozonização e Fenton, foram

realizadas através de fitas indicadoras de pH, da marca PAP INDIC, devido à

praticidade, conforme Figura 8.

34

Figura 8. Fitas indicadoras de pH.

Fonte: Acervo pessoal.

4.2.4 Análise de cor

Devido à cor diferenciada do efluente, essa análise foi determinada através da

varredura do espectro de absorbância, na região do espectro ultra violeta e visível

(entre 200-700 nm) em espectrofotômetro da marca HACH.

4.2.5 Alcalinidade Total

A alcalinidade total do efluente bruto foi determinada através do método 2320 B –

Titulometria Potenciométrica, de acordo com o Standard Methods of Examination

of Water and Wastewater (APHA, 2005).

4.2.6 Turbidez

A turbidez das soluções nos ensaios de ozonização foi determinada por um

turbidímetro digital da marca Del Lab (Figura 10), anteriormente calibrado com

soluções padrões de 0,1; 10; 100 e 1000 UNT, respectivamente, conforme o

método 2130 B – Nefelométrico, de acordo com o Standard Methods of Examination

of Water and Wastewater (APHA, 2005).

35

Figura 9. Turbidímetro digital.

Fonte: Acervo pessoal.

4.3 Ensaio Fenton Homogêneo

4.3.1 Materiais

Os reagentes e soluções utilizadas no ensaio Fenton Homogêneo estão descritos

na Tabela 10.

Tabela 10. Reagentes, soluções e materiais utilizados no ensaio Fenton

Homogêneo.

Reagentes Soluções

Peróxido de hidrogênio 35% m/v (Synth) Hidróxido de sódio (Vetec)

Sulfato ferroso heptahidratado (Cinética) Ácido sulfúrico (Neon)

E os materiais utilizados nesse processo foram:

Agitador magnético da marca IKA, modelo C-MAG HS 7;

Balança analítica da marca Shimadzu, modelo ATY224;

Pipetas 50 mL;

Proveta de 1000 mL;

Conta gotas;

Cadinho;

36

Béquer de 1000 e 2000 mL;

4.3.2 Ensaio Fenton Homogêneo

Para realização do ensaio Fenton homogêneo, adicionou-se ácido sulfúrico ao

efluente bruto para ajuste de pH, pois antes de iniciar qualquer reação de Fenton,

o efluente bruto deverá ter seu pH corrigido para 3, pois algumas espécies de ferro

começam a se precipitar em pH superior, dessa forma, essa é a faixa de pH ótima

para reação. A acidificação também é importante para remover carbonato que são

sequestrantes de radicais hidroxila (STEFAN, 2017). Em seguida, foi adicionado

peróxido de hidrogênio (H2O2) e sulfato ferroso heptahidratado (FeSO4.7H2O) nas

concentrações listadas na Tabela 11.

A solução foi agitada durante 60 minutos em agitador magnético, seguida pela

sedimentação que também durou aproximadamente 60 minutos. Antes da etapa de

sedimentação, foi realizada a neutralização da amostra através da adição de

hidróxido de sódio até obtenção do pH igual a 7.

Por fim, foi realizada a filtração de uma alíquota do sobrenadante, com papel filtro

com porosidade igual a 2 micrômetros, a fim de promover a separação total do ferro,

que pode interferir nas análises de DQO. O fluxograma da Figura 10, esquematiza

o procedimento realizado neste ensaio.

Tabela 11. Concentrações de Peróxido de Hidrogênio (35%) e Sulfato Ferroso

Heptahidratado em 1000 mL de solução.

Reagentes Doses

Peróxido de Hidrogênio (35%) 7 mL/L

Sulfato Ferroso Heptahidratado 34 g/L

37

Figura 10. Fluxograma representativo da metodologia utilizada no ensaio Fenton homogêneo

realizado neste trabalho.

A determinação das concentrações de Fe(II) e peróxido de hidrogênio utilizadas no

presente trabalho (Tabela 11) foi a mesma proposta por RIBEIRO (2009), que

observou os melhores resultados na relação entre DQO / H2O2/ Fe2+ igual a 1:2:2.

4.4 Ensaios de Ozonização

4.4.1 Materiais

Os materiais e soluções utilizados no ensaio de Ozonização estão listados na

Tabela 12.

38

Tabela 12. Reagentes e materiais e equipamentos utilizados no ensaio de

ozonização.

Reagentes Materiais

Iodeto de Potássio (Alphatec) Béquer de 50, 100 e 1000 mL

- Proveta 1000 mL

- Gerador de ozonizo Hidrogeon,

geração de 8 a 28 g/h.

4.4.2 Ensaio de Ozonização

A geração de Ozônio ocorreu pelo efeito corona, consistindo em uma descarga

elétrica de alta tensão. Dessa forma, o reator foi ligado ao gerador de Ozônio que

recebeu a corrente gasosa de um concentrador de oxigênio, que concentra o

oxigênio a partir do ar ambiente. O oxigênio que entrou no gerador foi convertido

parcialmente em ozônio, baseado na aplicação de uma descarga elétrica no fluxo

do gás. Em seguida, a mistura de gás rica em ozônio foi injetada na parte inferior

de um reator cilíndrico através de um difusor de gás, o que viabilizou a formação

de microbolhas. A corrente de gás que saiu do reator foi enviada para dois frascos

consecutivos com soluções de iodeto de potássio, que reage com o ozônio e assim

o elimina, evitando sua saída direto para o ambiente. Esse procedimento foi

realizado durante 120 minutos.

O esquema representativo do ozonizador utilizado no ensaio de ozonização é

ilustrado pela Figura 11.

39

Figura 11. Esquema representativo dos ozonizadores utilizados no ensaio de Ozonização.

Os testes foram realizados em fluxo de oxigênio constante de 0,8 L/min e todos os

ensaios formam realizados à temperatura ambiente, 23º C e em pH natural do

efluente (pH = 10,5).

5. RESULTADOS

5.1 Caracterização do Efluente Bruto e Tratado pela Indústria

O efluente bruto coletado na indústria foi caracterizado de acordo com os

parâmetros DQO, alcalinidade, pH e turbidez. Os resultados são apresentados na

Tabela 13.

Tabela 13. Parâmetros de caracterização do efluente bruto.

DQO (mg/L O2) Alcalinidade Total (mg/L CaCO3) pH Turbidez (UNT)

1416 432,6 10 160,5

A DN COPAM/CERH 01/08 estabelece limites de DQO para indústria têxtil

concentrações até 250 mg/L de O2. Dessa forma pode ser observado a partir da

Tabela 13, que o efluente bruto se encontra muito acima do limite aceitável para

lançamento, necessitando, assim, de tratamento antes de ser despejado no corpo

hídrico.

40

A determinação da alcalinidade realizada é importante, pois, no processo Fenton

Homogêneo é necessário ajustar o pH para próximo a 3. Assim, quando a

alcalinidade é muito elevada, a alteração do pH pode ser dificultada. Nesse

efluente, nota-se que a alcalinidade foi relativamente alta, favorecendo o efeito

tampão necessário para evitar mudanças bruscas de pH, o que é desejável em

processos de Ozonização, embora possa resultar no elevado consumo de ácido

para redução do pH no processo Fenton.

Estudos anteriores, como Trevizani (2012) e Dutra (2010), reportam efluentes

brutos com pH elevado, semelhante a este trabalho, que pode ser explicado devido

ao processo produtivo de cada indústria, tendo seus valores em 8,8 e 10,3,

respectivamente. O pH elevado se caracteriza como alcalino, o que também

favorece o processo de ozonização, como previamente mencionado.

Em relação à eficiência do tratamento realizado na indústria, mostrado na Tabela

14, pôde-se observar uma eficiência na remoção de DQO (próxima a 95%) e de

cor, no entanto esse último ainda se fez presente na amostra, conforme se observa

na Figura 12.

Figura 12. Representação visual do efluente Bruto à esquerda e Efluente Tratado pela Indústria à

direita.

Fonte: Acervo Pessoal

41

Tabela 14. Caracterização do efluente tratado pela Indústria de acordo com os

parâmetros pH e DQO e valores máximos permitidos para lançamento em corpo

hídrico Classe 2 de acordo com a Deliberação Normativa conjunta COPAM/CERH

01 de 2008.

Parâmetro Tratado pela

Indústria

Limite Aceitável

(DN COPAM/CERH nº 01/08)

DQO (mg/L) 63 250

pH 6,4 6 a 9

Observa-se que a DQO se encontrou bem abaixo do limite aceitável, e portanto os

parâmetros analisados para o efluente tratado pela indústria atendem aos padrões

de lançamento da DN COPAM/CERH nº 01/08.

5.2 Fenton Homogêneo

O processo de Fenton Homogêneo apresentou 95% de remoção de DQO (Figura

13), sendo essa eficiência superior à reportada por Ribeiro (2016), que foi de 77%.

Porém, Maneti et al. (2009) observou uma remoção um pouco maior, equivalente à

97,5%, conforme foi apresentado na Tabela 7.

A eficiência de remoção de DQO pode ser observada de acordo com a Figura 13.

42

Figura 13. Remoção de DQO no tratamento por Fenton Homogêneo; dose de Fe2+ = 34000 mg/L;

dose de H2O2 = 7 mL/L; tempo de reação = 60 min.

Logo, é notório que o tratamento proposto no presente trabalho é eficiente na

remoção de DQO, com valor final de 68 mg/L de O2, se enquadrando nos limites

aceitáveis pela Deliberação Normativa COPAM/CERH 01/2008 (250 mg/L).

Observa-se, portanto, que o processo Fenton Homogêneo produz efluentes

tratados com elevado grau de mineralização de matéria orgânica, sendo efetivo na

remoção da DQO tanto para efluentes têxteis, como para outros tipos de efluentes.

Nota-se também que o tratamento por Fenton Homogêneo apresentou resultado

semelhante à estação de tratamento de efluentes da Indústria, no entanto, as

vantagens da utilização do Fenton como simplicidade de operação, utilização de

uma área reduzida e remoção total da cor devem ser ressaltadas.

Em relação à remoção de cor, evidenciada pela redução da absorbância da

amostra na região do visível avaliada no espectrofotômetro, pode-se observar na

Figura 14, que o efluente bruto apresenta maior coloração e que o efluente tratado

pela indústria possui ainda elevada absorbância e, de fato, ainda possui cor. Já o

espectro de varredura da amostras pós tratamento Fenton apresenta absorbância

na região do visível quase nula.

1416 mg/L

63 mg/L 68 mg/L

0

250

500

750

1000

1250

1500

Bruto Tratado pelaIndústria

FentonHomogêneo

DQ

O (

mg/

L)

Efluentes

Limite aceitávelDN COPAM/CERH nº 01/08

43

Ainda em relação à Figura 14, nota-se também que há formação de diferentes

compostos nos três efluentes finais devido a variação do pico de absorbância

observados na região do ultravioleta.

Figura 14. Varredura do espectro de absorção na região UV-Vis (200 – 700) nm; dose de Fe2+ =

34000 mg/L; dose de H2O2 = 7 mL/L; tempo de reação = 60 min.

Maneti et al. (2009) e Ribeiro (2016) também apresentam em seus trabalhos

elevada eficiência de remoção de cor nos efluentes tratados pelo processo Fenton

homogêneo. Maneti et al. (2009) reporta uma eficiência de 99% de remoção de cor

em seu efluente final.

A Figura 15, demonstra a representação visual da remoção de cor, visto que esse

parâmetro tem um papel importante em relação ao contexto social, devido à

aparência do efluente. A análise visual confirma que o efluente produzido via

processo Fenton homogêneo é mais eficiente que o tratamento realizado na

indústria na remoção da cor.

44

Figura 15. Representação visual do efluente bruto, tratado pela indústria e tratado pelo processo

Fenton Homogêneo.

Fonte: Acervo Pessoal.

A configuração utilizada pela relação DQO/Fe/H2O2 (1:2:2), neste presente

trabalho, ao final de 60 minutos, resultou na ausência de peróxido de hidrogênio

(H2O2) residual. A presença de H2O2 ao final da reação é um fator indesejável, pois

mesmo que corresponda a 6% da concentração inicial, como reporta Ribeiro (2009)

em seus estudos, mensalmente chega a 600 kg de peróxido de hidrogênio

desperdiçado nas condições da indústria avaliada pela autora, além disso, o H2O2

residual pode danificar os tecidos, caso haja reuso da água. Ainda segundo Ribeiro

(2009), isso não impede a possibilidade de aplicação do tratamento proposto visto

a qualidade da água produzida para reúso, no entanto, pode ser empecilho na

aceitabilidade do processo em relação à inviabilidade técnica e econômica que

oferecem.

5.3 Ozonização

Uma vez que o pH do meio influência de maneira significativa o processo de

ozonização devido à formação de ácidos orgânicos e consumo de HO-, o pH deve

ser acompanhado ao longo da reação, visto que seu valor tende a reduzir,

resultando na alteração do mecanismo preferencial de degradação. Assim, para

avaliação do efeito do pH durante ensaios de ozonização, diferentes autores

realizaram as reações em meio tamponado para manutenção das condições ao

longo de todo ensaio (STOWELL e JENSEN, 1991; CHELME-AYALA et al., 2011;

45

GAGO-FERRERO et al., 2013, apud BOTTREL, 2016). No entanto, no presente

trabalho, não foi necessário tamponar o meio, pois a alcalinidade do efluente bruto

é elevada, o que evita mudanças bruscas de pH como mostra a Figura 16.

Figura 16. Variação do pH durante o processo de Ozonização. Fluxo de oxigênio constante de 0,8

L/min e DQO inicial de 1140 mg/L.

Como mencionado, o pH não sofreu mudanças bruscas se estabilizando durante a

ozonização, o que contribui para formação dos radicais hidroxila, espécies

altamente oxidantes durante todo processo.

No que se diz respeito ao parâmetro turbidez, observou-se que o processo não foi

eficiente para remoção da turbidez, conforme mostra a Figura 17. Castilhos (2015)

também obteve baixa remoção de turbidez (37,4%) no efluente têxtil tratado por

Ozonização.

0

2

4

6

8

10

12

14

0 min 5 min 10 min 20 min 30 min 40 min 60 min 120 min

pH

Tempo de Ozonização

46

Figura 17. Gráfico da remoção da Turbidez e do pH durante o processo de Ozonização. Fluxo de

oxigênio constante de 0,8 L/min e DQO inicial de 1440 mg/L.

A baixa remoção de turbidez provavelmente se relaciona com o fato de a remoção

dos sólidos durante o processo estar ligada diretamente com a natureza dos

compostos que conferem turbidez ao efluente. Assim, o resultado obtido indica a

necessidade de etapas prévias ou posteriores para remoção desses sólidos e

adequação do parâmetro turbidez.

A oxidação química pelo ozônio não foi capaz de promover um elevado grau de

mineralização para esse efluente, o que foi mostrado pelo acompanhamento da

DQO ao longo da reação (Figura 18). Mesmo depois de duas horas de reação, o

efluente final do processo apresentou uma DQO correspondente a 942 mg/L O2,

valor muito acima do limite aceitável pela COPAM/CERH 01/2008 (<250 mg/L) e

que representa apenas 35% de remoção. Uma possível causa da não

mineralização da matéria orgânica pode ser o sequestro de radicais hidroxilas pelo

excesso de ozônio no reator ou por compostos presentes no efluente.

100

110

120

130

140

150

160

170

0 min 5 min 10 min 20 min 30 min 40 min 60 min 120 min

Turb

idez

(U

NT)

Tempo de Ozonização

47

Figura 18. Remoção de DQO no processo de Ozonização.

O efluente bruto apresentou alta alcalinidade, provavelmente por conter íons de

carbonato e bicarbonato em concentrações elevadas Tais compostos podem reagir

com os radicais hidroxila, que se tornam menos disponíveis para oxidar a matéria

orgânica. Segundo Kumar (2011) os radicais CO3- formado a partir da reação entre

carbonatos e radicais hidroxila são menos reativos que os radicais hidroxila e,

portanto podem capturar o HO durante a reação e retardar a taxa de degradação.

Assim, a formação dos radicais carbonato podem ter reduzido a eficiência do

processo.

Diversos autores também apresentaram em seus estudos baixas remoções de

matéria orgânica em efluentes têxteis tratados por Ozonização, como Somensi

(2008), que obteve 25% de remoção de DQO a um pH equivalente a 9 e tempo de

reação correspondente a 4 horas. O autor justifica que a matéria orgânica foi

oxidada parcialmente e resultou na formação de moléculas de menor peso

molecular e menos reativas com o ozônio.

A remoção de cor, no entanto, foi acentuada, como pode ser observado na Figura

19.

1450 mg/L

33 % 33 % 35 % 35 %

0

250

500

750

1000

1250

1500

0 min 20 min 40 min 60 min 120 min

DQ

O (

mg/

L)

Tempo de Ozonização

Limite aceitável(DN COPAM/CERHnº 01/2008)

48

Figura 19. Representação visual das amostras retiradas durante o tratamento por Ozonização.

Fonte: Acervo Pessoal

Constanpel et al. (2009 apud STARLING 2016) quantificou a remoção de cor do

seu efluente têxtil e alcançou uma remoção de 100%, enquanto Castilhos (2015)

removeu 60,6% da coloração do efluente. Silva (2006) discorre que os melhores

resultados da descoloração em efluentes têxteis têm sido observados em pH baixo,

devido ao fato do ozônio molecular ser muito efetivo no ataque das dupla ligações

que geralmente consistem no grupo cromóforo da moléculas. Na figura 20, observa-

se que a diferença de cor entre os tempos 60 e 120 minutos de reação é

visivelmente menos acentuada e, de fato, a taxa de mineralização é mais

acentuada nos primeiro minutos de reação, como mostra a Figura 20.

Figura 20. Remoção de cor na Ozonização em 0, 60, e 120 minutos, respectivamente.

49

6. CONCLUSÕES

Em vista da caracterização do efluente bruto, fica evidente a necessidade de

um tratamento, principalmente quando se trata em reúso do efluente.

Para este efluente, o processo Fenton Homogêneo se mostrou mais eficiente

que a Ozonização tanto na remoção de cor, quanto na remoção de DQO.

No processo de Fenton Homogêneo, nas condições ensaiadas, resultou em

efluente com a DQO final de 68 mg/L, que apresenta-se em conformidade

com a DN COPAM/CERH nº 01/08.

O processo de Ozonização não foi tão eficiente quanto ao processo de

Fenton, provavelmente devido à alta alcalinidade do efluente que pode ter

ocasionado sequestro de radicais hidroxila.

A ozonização como etapa única de tratamento não produz um efluente que

atenda aos padrões de lançamento, visto que a DQO final obtida, nas

condições testadas, foi 942 mg/L O2, e o limite aceitável para Indústria Têxtil

segundo a Deliberação Normativa COPAM/CERH 01/2008 é 250 mg/L O2.

A remoção da cor verdadeira nos processos Fenton Homogêneo e na

Ozonização foi satisfatória, no entanto a remoção do Fenton foi mais

eficiente.

50

7. RECOMENDAÇÕES

Algumas recomendações são sugeridas para a complementação e aprimoramento

deste estudo, ou para trabalhos futuros que venham a ser baseados nesta

pesquisa.

No processo de Ozonização foi possível observar que os sólidos suspensos

não foram totalmente eliminados com o filtro disponível no laboratório,

interferindo assim na turbidez e possivelmente na DQO. Dessa forma, para

obtenção de resultados mais satisfatórios, a utilização de filtros com

porosidade inferior à utilizada é recomendada a fim de avaliar a influência

dos sólidos na eficiência do processo.

Recomendam-se combinações entre a Ozonização e outros processos

biológicos, como por exemplo, lodos ativados. Porém deve-se avaliar

previamente a toxicidade do efluente pós ozonização.

Em relação ao processo Fenton, embora tenha apresentado uma ótima

eficiência para remoção de DQO, seria necessária uma análise de custo

para verificar a viabilidade do processos em escala real. Para tal, deve-se

realizar a caracterização do lodo gerado no Fenton, a fim de se conhecer a

composição, para classificação desse resíduo e definição da destinação

final.

Recomenda-se a execução de ensaios de toxicidade e biodegradabilidade

após os tratamentos a fim de verificar a biodegradabilidade e toxicidade dos

efluente tratados.

O Estudo mais detalhado e otimização das condições da ozonização são

recomendados. Devem ser avaliados diferentes concentrações de ozônio e

pH.

Recomenda-se também a realização de testes de reuso do efluente tratado

no processo de tingimento.

51

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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