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FRANCISCA PATRÍCIA DA SILVA
AVALIAÇÃO DO PADRÃO DO CICLO SONO-VIGÍLIA E A
COGNIÇÃO EM ESTUDANTES DE MEDICINA COM
DIFERENTES ESQUEMAS DE HORÁRIOS DE AULAS
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Psicobiologia da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, para obtenção do título de Mestre
em Psicobiologia.
Natal – RN
2010
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FRANCISCA PATRÍCIA DA SILVA
AVALIAÇÃO DO PADRÃO DO CICLO SONO-VIGÍLIA E A
COGNIÇÃO EM ESTUDANTES DE MEDICINA COM
DIFERENTES ESQUEMAS DE HORÁRIOS DE AULAS
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Psicobiologia da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, para obtenção do título de Mestre
em Psicobiologia.
Orientador: John Fontenele Araujo
Natal – RN
2010
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AVALIAÇÃO DO PADRÃO DO CICLO SONO-VIGÍLIA E A
COGNIÇÃO EM ESTUDANTES DE MEDICINA COM
DIFERENTES ESQUEMAS DE HORÁRIOS DE AULAS
Francisca Patrícia da Silva
07 de outubro de 2010
Banca Examinadora:
____________________________________________
Prof. John Fontenele Araujo (Orientador)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN
____________________________________________
Profa. Tânia Fernandes Campos
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN
___________________________________________
Profa. Paula Ayako Tiba
Universidade Federal do ABC, SP
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AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, pelo apoio incondicional em todos os momentos. Também por acreditar
e estimular minhas escolhas.
À John Araujo, pela orientação e confiança depositada. Além do conhecimento que
enriqueceu grandemente este trabalho.
À Rafaella Kaline, pela amizade e por estar ao meu lado em todos os momentos, bons e
de crise, que passamos durante os anos de convivência.
Á Profa. Ivanise de Sousa que contribuiu de forma tão positiva com este trabalho, com
suas opiniões e sugestões. E, claro, por ter me qualificado.
As amigas, Aline Belísio e Jane Souza, pelas dicas nas análises dos dados.
Aos colegas, Ádison Lima, Gabriella Carminhola e Renata Parente pela colaboração na
coleta dos dados.
As companheiras de convivência, Ednara Taíssa (irmã), pela visão romântica que tem
do mundo e, assim, me estimular. E a Larissa Dantas, que confesso, sempre atrapalhou
meus momentos de introspecção e sono, mas que não poderia deixar de estar aqui.
Á Capes pelo apoio financeiro concedido através de bolsa de estudos.
Á todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia por
contribuírem com minha formação profissional e pessoal.
E a todos os voluntários, estudantes do curso de Medicina, que se disponibilizaram a
responder os questionários e a fazer os testes.
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RESUMO
O padrão de sono dos estudantes ao entrarem na universidade, é acompanhado
por muitos fatores que podem levar a mudanças nos hábitos de sono, tais como
demanda acadêmica, novas oportunidades sociais, diminuição do cuidado dos pais e
horários de aulas irregulares. O padrão irregular de sono-vigília é usualmente
acompanhado por várias consequências diurnas, como diminuição nos níveis de
motivação, desempenho, concentração, atenção e humor, bem como aumento da fatiga e
da sonolência. Assim, existem inúmeras razões para apoiar o fato de que, esses
estudantes universitários, podem sofrer prejuízos em seu desempenho acadêmico. O
objetivo desse estudo foi avaliar o padrão ciclo sono-vigília (CSV) e a cognição em
estudantes de medicina com diferentes esquemas de horários de aulas. Uma turma
iniciava as aulas às 08 horas da manhã, enquanto a outra iniciava às 07 horas. Para isso
contamos com 88 voluntários. Porém, desses, apenas os que participaram das duas
etapas no estudo (n=78) realizaram o teste cognitivo. Para a avaliação subjetiva do CSV
foi utilizado questionários para verificar a (1) qualidade de sono, (2) cronotipo, (3)
sonolência diurna e (4) hábitos de sono. Para avaliação objetiva foi utilizado o actímetro
e para avaliação cognitiva o teste MoCA (Montreal Cognitive Assessment). Os
resultados indicam que a turma que tem aula mais cedo teve uma maior irregularidade
do CSV e um pior desempenho no teste cognitivo. Houve diferença entre os horários da
semana e do fim de semana nas variáveis subjetivas, hora de deitar, hora de levantar e
duração do sono, em ambas as turmas. E nas variáveis objetivas, tempo na cama na
turma das 08h e, hora de dormir, hora de acordar, tempo real de sono, tempo na cama e
despertares noturnos na turma das 07h. No teste cognitivo, houve diferença entre as
turmas no escore geral e nos domínios de função executiva e evocação de memória.
Assim, sugere-se que o horário de início das aulas pode provocar irregularidade do CSV
e, essa irregularidade pode provocar um déficit cognitivo leve. Além disso, o teste
cognitivo MoCA foi sensível para detectar diferenças entre os estudantes, apesar da
diferença entre os horários ser pequena.
Palavras-chaves: sono em estudantes, ciclo sono-vigília e cognição
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ABSTRACT
The sleep patterns of students entering the university, is accompanied by many
factors that can lead to changes in sleep habits, such as academic demands, new social
opportunities, reduced parental care and irregular teaching schedules. The irregular
pattern of sleep-wake cycle is usually accompanied by several daytime consequences,
for example, reduced levels of motivation, performance, concentration, alertness and
mood as well as increased fatigue and sleepiness.Thus, there are numerous reasons to
support the fact that these students may suffer damage in their academic
performance. The aim of this study was to evaluate the sleep-wake cycle (SWC) and
cognition in medical students with different schemes teaching schedules. One group
started classes at 08am, while the other started at 07am. We analyzed the data from 88
volunteers, 39 from each group. However, only those who participated in both stages of
the study (n = 78) underwent cognitive testing. For subjective evaluation of the SWC
was used questionnaires to check the quality of sleep, chronotype, daytime sleepiness
and sleep habits. For objective evaluation was used actigraphy. For cognitive
assessment was used the test MoCA (Montreal Cognitive Assessment). The results
indicate that the group has class earlier had a greater irregularity of the SWC and a
worse performance in cognitive testing. There was a difference between the schedules
the week and weekend in the subjective variables, bedtime, wake up and sleep duration
in both groups. The objective variables, time in bed showed difference between the
schedules the week and weekend to the group started class at 08am and the variables
bedtime, get up time, actual sleep time, time in bed and wake bouts in the class at
07am. In the cognitive test, there were differences between the groups in overall score
and in the areas of executive function and memory recall. Thus, it is suggested that the
class starting time may cause irregularity of the SWC and the irregularity may cause
mild cognitive impairment. Moreover, cognitive testing MoCA was sensitive to detect
differences among students, although the difference between the schedules is small.
Key words: sleep in students, wake-sleep cycle and cognition
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
Objetivos ............................................................................................................ 10
METODOLOGIA ................................................................................................ 11
Caracterização da Pesquisa ................................................................................ 11
Caracterização dos Participantes ........................................................................ 11
Critérios de Inclusão e Exclusão ........................................................................ 11
Procedimentos .................................................................................................... 12
Grupos em Diferentes Esquemas de Horários ................................................... 16
Análise Estatística .............................................................................................. 16
RESULTADOS .................................................................................................... 19
Caracterização Geral da Amostra ...................................................................... 19
Caracterização do Ciclo Sono-Vigília ............................................................... 28
DISCUSSÃO ......................................................................................................... 35
CONCLUSÕES .................................................................................................... 40
LIMITAÇÕES ...................................................................................................... 41
SUGESTÕES ........................................................................................................ 42
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 43
ANEXOS ............................................................................................................... 53
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INTRODUÇÃO
Fenômenos periódicos permeiam toda nossa existência. A importância destes
fenômenos em nossas vidas é de tal ordem que basta imaginar que sem eles não
desenvolveríamos a percepção e provavelmente nem sequer o conceito de tempo. A
vida de muitos organismos é governada por vários ritmos biológicos que são definidos
como oscilações fisiológicas e comportamentais (Jud et al. 2005). Estes ritmos são
classificados de acordo com a duração de seus períodos (τ) em: ritmos ultradianos (τ <
20 horas); ritmos circadianos (20 < τ < 28); e ritmos infradianos (τ > 28 horas)
(Refinetti 2006).
Além da classificação dos ritmos biológicos baseada na duração dos períodos,
uma nova classificação é proposta com base na natureza do ritmo (Araujo & Marques
2003). Os autores propõem a classificação dos ritmos biológicos em: ritmos com
correlatos com ciclos geofísicos como, por exemplo, o ciclo sono-vigília e o ciclo de
atividade-repouso; e ritmos sem correlatos com ciclos geofísicos como o ritmo de
batimentos cardíacos.
Dentre esses ritmos, o mais evidente na natureza e, portanto, o mais estudado é o
ritmo circadiano. Este ritmo tem um período de, aproximadamente, 24 horas
sincronizado ao claro-escuro ambiental (Cardinali & Esquifino 2005). Assim, várias
espécies estão submetidas a eventos geofísicos, recorrentes e periódicos, de modo que a
seleção natural favoreceu a sobrevivência dos organismos capazes de antecipar-se a
esses eventos e transmitir essa característica genética às gerações seguintes (Roenneberg
& Merrow 2002).
A geração dos ritmos circadianos é uma função regulatória do sistema nervoso e
esta função é mediada pelo sistema circadiano que contém, em um modelo simplificado,
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três componentes: vias de entrada, incluindo aferências retinianas, para permitir a
sincronização dos ritmos aos ciclos ambientais; um marcapasso principal, responsável
pela geração do sinal circadiano; e vias de saída, que dão acesso aos efetores
comportamentais (Moore 1999). O núcleo supraquiasmático (NSQ) do hipotálamo é
esse marcapasso principal, responsável pela geração dos ritmos circadianos, sobretudo
nos mamíferos (Reppert & Weaver 2002).
Porém, hoje sabemos que sistema circadiano é um modelo mais complexo em
que o NSQ exerce influência sobre vários outros osciladores que estão localizados tanto
em tecidos centrais quanto periféricos. Assim, as oscilações nesses tecidos dependem
desse núcleo para ajuste de fase, manutenção de amplitude e frequência (Araujo &
Marques 2003). Além disso, os ritmos com diferentes períodos que não o circadiano,
podem ser modulados pela oscilação circadiana. Neste modelo, o NSQ está
sincronizado tanto a sinais ambientais quanto aos eventos fisiológicos e
comportamentais que agem como um mecanismo de retroalimentação.
Assim, diferenças na habilidade do marcapasso central e osciladores periféricos
em sustentar uma ritmicidade coerente, por exemplo, na ausência de estímulos
periódicos, podem provocar diferenças no grau de acoplamento entre “células-relógios”
em diferentes tecidos, provocando uma desordem temporal interna (Rosenwasser 2009).
Como essas células são caracterizadas como osciladores auto-sustentáveis que geram
um ritmo diário e regulam muitas funções fisiológicas, uma desordem temporal
significa um desajuste fisiológico (Okamura 2004).
Dessa forma, os mamíferos mantêm um grande número de variáveis fisiológicas
sob controle do NSQ, tais como o ciclo sono-vigília (CSV) (Breesma & Gordijn 2007),
atividade locomotora (Stephan & Zucker 1972), regulação da temperatura (Minors et al.
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1996), ingestão de alimento (Mistlberger 1994) e níveis hormonais na circulação
(Refinetti & Menaker 1992).
Em condições constantes, o ritmo circadiano continua a ser expresso durante
dias, meses ou anos. Essa oscilação contínua do ritmo caracteriza a expressão endógena
do marcapasso circadiano (Marques, Golombek & Moreno 2003). Quando, na ausência
de pistas ambientais, o ritmo continua a ser expresso, diz-se que este esta em livre-
curso. Porém, nem todas as pistas ambientais possuem a capacidade de sincronização;
contudo as que possuem são denominadas zeitgeber (Aschoff 1954 apud Marques &
Menna-Barreto 2003), agentes arrastadores (Pittendrigh 1960); sincronizadores
(Halberg et al. 1977); ou como CRONADOR (uma tradução literal de cronador; do
alemão, zeit = tempo; geber = doador) .
O ciclo claro-escuro é o principal cronador para a espécie humana, no qual
também é responsável pela ritmicidade diária da nossa exposição aos outros sinais
ambientais (Roenneberg et al. 2007), porém são principalmente os fatores sociais que
modulam o nosso tempo de exposição à luz (Czeiler & Khalsa 2000). Como
consequência, esse tempo de exposição pode afetar a magnitude da mudança de fase
entre os ritmos (Lack & Wright 2007).
Lewy et al. (1983) propôs que a espécie humana tem uma Curva de Resposta
Dependente de Fase (CRF), em que o sistema circadiano responde de forma diferente ao
estímulo luminoso dependendo do momento em que somos exposto a esse estímulo. Um
processo ativo chamado arrastamento garante que o ritmo esteja estavelmente
sincronizado aos cronadores. Dependendo da fase no qual o estímulo é dado, o NSQ
responde promovendo avanço ou atraso de fase, além de pouco ou nenhum efeito sobre
o ritmo (Roenneberg et al. 2003). Estímulo dado no fim da noite ou início da manhã
promove avanço de fase; quando este é dado no fim da tarde ou início da noite resulta
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em atraso de fase, já quando o estímulo ocorre no meio do dia promove pouco ou
nenhum efeito (Khalsa et al. 2003).
O ritmo circadiano mais evidente na espécie humana e também o mais
pesquisado, claramente sincronizado ao ciclo geofísico de claro-escuro é o ciclo sono-
vigília (CSV). O CSV é regulado por dois processos: o processo Homeostático ou S e o
processo Circadiano ou C (Borbély 1982; Breesma & Gordijn 2007).
O processo S é referente ao aumento da propensão ao sono que se acumula
durante a vigília, representando assim, a necessidade de sono. Dessa forma, durante a
vigília ocorre o acúmulo de substâncias promotoras de sono onde sua concentração é
proporcional ao tempo acordado e se dissipa durante o sono (Borbély 1982). Nesse
mecanismo existe a presença de adenosina, um neurotransmissor endógeno promotor de
sono (Basheer et al. 2004). A adenosina atua como um neuromodulador do sono-vigília
porque sua produção e concentração no espaço extracelular aumentam durante a vigília,
em decorrência do aumento da atividade metabólica neuronal (Porkka-Heiskanen et al.
1997).
O processo C envolve um ritmo de 24 horas auto-sustentável e sincronizado as
pistas ambientais (Schmidt 2007). Ou seja, é controlado pelo marcapasso circadiano,
independente do estado comportamental e proposto para limitar o processo S. Quando o
processo S chega a seu limite inferior durante o sono, o indivíduo acorda. Quando o S
chega a seu limite superior durante e vigília, o indivíduo tem seu sono iniciado (Van
Dongen & Dinges 2003). O processo C então controla esses limiares, de modo que, o
sono é iniciado em fase circadiana diferente daquela que se inicia a vigília. Assim, a
freqüência do CSV depende da distância entre os dois limites ou fases (Daan et al.
1984).
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A interação entre os processos C e S é responsável pelas flutuações temporais
nos parâmetros neurofisiológicos. Assim, em um dado momento, a magnitude da
sonolência, alerta e fatiga são determinadas por essa interação (Schmidt 2007). Porém,
fatores como cognição e emoção, podem influenciar o mecanismo homeostático.
Algumas pessoas podem se manter acordadas quando realizam atividades estimulantes,
mesmo quando as pressões homeostáticas ao sono estão elevadas. Além disso, podem
exibir um comportamento antecipatório de despertar, na iminência de um evento
importante, o que reflete um processo preparatório na antecipação do fim da noite de
sono (Born et al. 1999).
A partir da perspectiva cognitiva, o modelo dos dois processos de regulação do
sono-vigília, implica que a eficiência neurocomportamental pode mudar ao longo do
dia, devido ao aumento das pressões homeostáticas, além da ação do sistema circadiano
que apoia a eficiência do desempenho ótimo na realização de tarefas em um
determinado horário do dia, ou ainda devido à combinação dessas influências (Carrier &
Monk 2000).
Sabemos também que as propriedades circadianas dependem de genótipos
específicos. Essas variações genéticas são, em parte, responsáveis pelas diferenças
individuais (Roenneberg et al. 2007).
A matutinidade-vespertinidade é o ponto mais substancial das variações
interindividuais. Diferenças nos horários preferenciais para realizar atividades, tais
como trabalhar, estudar e hábitos específicos de sono, refletem o cronotipo de um
indivíduo (Taillard et al. 2003). Os indivíduos podem ser classificados, quanto ao
cronotipo, em matutinos, vespertinos e intermediários ou neutros. Os matutinos tem
preferência por realizarem suas atividades durante dia, dormir e acordar cedo, além de
sentirem dificuldade em permanecerem acordados depois do seu horário habitual de
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sono. Os vespertinos preferem realizar suas atividades no fim do dia ou começo da
noite, acordar e dormir tarde, além de frequentemente sentirem dificuldade em acordar
pela manhã. Os intermediários apresentam uma preferência na alocação das suas
atividades durante o dia (Horne & Ostberg 1976; Ferrara & Gennaro 2001).
O nosso laboratório propôs que um grupo de sujeitos poderiam ter uma
preferência matutina para algumas tarefas e vespertinas para outras. Estes sujeitos foram
classificados em bimodais e sugerem que estes sejam mais flexíveis aos horários
preferenciais de dormir, acordar e realizar suas atividades (Martynhak et al., 2010).
Os cronotipos extremos possuem um deslocamento de fase de acordo com sua
ritmicidade circadiana, ou seja, seus picos de marcadores fisiológicos circadianos, tais
como temperatura e melatonina, ocorre mais cedo (tipos matutinos, avanço de fase) ou
mais tarde (tipos vespertinos, atraso de fase) em relação às pistas ambientais, quando
comparado ao cronotipo intermediário (Baehr et al. 2000; Duffy et al. 2001). O mais
importante, além dos parâmetros fisiológicos, é que algumas variáveis
neurocomportamentais também são dependentes do cronotipo, como por exemplo, os
picos de desempenho em diferentes horas do dia (West et al. 2002; Intons-Peterson et
al. 1998).
Atualmente vivemos numa sociedade em que a duração de sono da população
vem declinando gradualmente. Em 1998, uma pesquisa realizada pela Organização
Gallup sobre sono em americanos, encontrou que a duração de sono era de 6,57 horas
por dia. Já o estudo dos padrões de sono baseado na população contemporânea, usando
actimetria, observou que adultos, com idades entre 40-64 anos, tem em média, apenas
6,22 horas de sono (Jean-Louis et al. 2000). Os estudantes, sobretudo os universitários,
sofrem com as variações de horários e tarefas a cumprir que, potencialmente, podem
afetar a ritmicidade.
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Como já é amplamente documentado, os adolescentes apresentam modificações
importantes no CSV, consistindo numa tendência a dormir e acordar mais tarde devido
ao atraso de fase, comum nessa época da vida, provocadas por mudanças fisiológicas
(Carskadon et al. 2001). Porém, os horários de início das aulas geram um conflito entre
a necessidade fisiológica e os horários sociais resultando, dentre outras conseqüências,
em aumento da sonolência diurna, maior incidência e duração de cochilos (Sousa et al.
2007).
Esse conflito persiste e também é encontrado durante os primeiros semestres do
curso universitário (Veldi et al. 2005). O padrão de sono dos estudantes, ao entrarem na
universidade, é acompanhado por muitos fatores que podem levar a mudanças nos
hábitos de sono, tais como demandas acadêmicas, novas oportunidades sociais,
diminuição do cuidado dos pais, horários de aulas irregulares, emprego em meio
período (Carskadon & Davis 1989).
Dessa forma, é compreensível que durante os anos na universidade, muitos
estudantes possam desenvolver padrões e hábitos de sono inadequados. Nos estudantes
universitários, as dificuldades de sono mais bem documentadas são atraso nos horários
de dormir e acordar (Carskadon & Davis 1989) ou mesmo o desenvolvimento da
síndrome do atraso de fase (Lack 1986), além de irregularidades no horário de dormir e
acordar (Manber et al. 1996; Medeiros et al. 2001), duração insuficiente de sono (Hicks
et al. 1989; Hicks & Pellegrini 1991) e problemas como a insônia (Geisecke 1987) que,
em conjunto, exacerbam uma tendência endógena.
Como indicado pela Classificação Internacional de Desordens do Sono (DCSC
1990), o padrão irregular de sono-vigília é usualmente acompanhado por várias
consequências diurnas, como diminuição nos níveis de motivação, desempenho,
concentração, atenção e humor, bem como aumento da fatiga e da sonolência. Assim,
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existem inúmeras razões para apoiar o fato de que, esses estudantes universitários,
podem sofrer prejuízos em seu desempenho acadêmico (Atienza et al. 2004; Frey 2004;
Drummond et al. 2000; Wright et al. 1997), além de estarem sujeitos a déficits
cognitivos relativos a aquisição de novas informações, consolidação e recuperação de
memórias (Walker & Strickgold 2006). Funções executivas também são afetadas, o que
é alvo de grande preocupação, uma vez que se trata de um domínio cognitivo que inclui
funções complexas, tais como planejamento, flexibilidade cognitiva e tomada de
decisão (Muzur et al. 2002).
Durante os dias de semana, os horários de dormir e acordar obedecem aos
horários de início das aulas e a demanda acadêmica, resultando em diminuição da
quantidade e qualidade do sono. Porém, maus hábitos próximos ao horário de dormir,
resultam em dificuldade de adaptação à rotina acadêmica. Vários estudos ainda mostram
que, estudantes privados de sono durante a semana, tentam repor esse débito,
aumentando a quantidade de sono no fim de semana (Lima et al 2002; Yang et al 2005;
Manber 1996; Huen 2007).
Apesar de todas as consequências resultante da privação parcial e da
irregularidade do sono, existem algumas estratégias que podem promover melhoras nos
padrões e hábitos de sono. Dentre elas está à inserção curricular de disciplinas referentes
ao sono e as consequências de sua privação, além dos benefícios de se manter bons
hábitos próximos ao horário de dormir (National Sleep Foundation 2000). A realização
de um programa de higiene do sono, em incentivo as práticas adequadas para se ter um
sono de boa qualidade e também ao combate à falta de informação acerca do assunto, se
mostrou eficiente na diminuição da irregularidade nos horários de dormir (Sousa et al.
2007; Azevedo et al. 2008). A mudança nos horários de início das aulas, para um pouco
mais tarde que o habitual (07 horas da manhã), também obteve resultados favoráveis,
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relativos a irregularidade do sono e a aspectos cognitivo (Lima et al. 2002; Almondes &
Araujo 2003; Epstein et al. 1998; Meijer et al. 2000).
Tendo conhecimento dessas informações é importante alertar pais, professores e
alunos da importância de se ter um sono de boa qualidade. Para os estudantes
universitários, saber que uma queda de desempenho pode estar sendo provocada pela
irregularidade dos horários de dormir é importante, tendo em vista que esse fato pode
ser considerado como um estímulo para mudanças de hábitos.
Neste trabalho foi testado um instrumento de avaliação cognitiva, utilizado,
normalmente, em voluntários com algum comprometimento neurológico, mas que foi
testado em uma população diferente, jovens saudáveis com diferentes horários de início
das aulas.
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OBJETIVOS
Objetivo Geral
Avaliar o padrão ciclo sono-vigília e a cognição em estudantes de medicina com
diferentes esquemas de horários de aulas.
Objetivos Específicos
- Caracterizar o padrão do ciclo sono-vigília em estudantes de medicina com esquemas
diferentes de horários de aulas;
- Analisar a função cognitiva em estudantes de medicina com esquemas diferentes de
horários de aulas.
HIPÓTESE (H) E PREDIÇÕES (P)
H1. O horário de início das aulas influencia no padrão do CSV.
P1. Os estudantes que iniciam as aulas as 07h da manhã apresentarão maior
irregularidade do CSV do que os estudantes que iniciam as aulas as 08h da manhã.
H2. A irregularidade do CSV influencia o desempenho cognitivo.
P2. Os estudantes que iniciam as aulas as 07h apresentarão pior desempenho no
teste cognitivo comparado aos estudantes com início das aulas as 08h.
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METODOLOGIA
Caracterização da Pesquisa
Trata-se de um estudo observacional, uma vez que não há intervenção durante a
coleta de dados (Vieira & Hossene 2002).
Caracterização dos Participantes
A população foi composta por 88 jovens saudáveis, de ambos os sexos,
estudantes da UFRN, regularmente matriculados no curso de Medicina, compreendidos
na faixa etária de 18 a 25 anos.
Critérios de Inclusão e Exclusão
- Inclusão
- Estar dentro da faixa etária estabelecida;
- Estar devidamente matriculado no curso de Medicina da UFRN;
- Não fazer uso de medicamentos que alterem a arquitetura do sono;
- Não apresentar qualquer patologia que comprometa a qualidade do sono, níveis
de atenção e concentração.
- Exclusão
- Ausência durante qualquer etapa da realização do estudo;
- Fazer uso de medicações que influencie tanto a capacidade cognitiva, quanto à
qualidade do sono;
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Procedimentos
Primeiramente o projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa do
Hospital Universitário Onofre Lopes, em que obteve parecer favorável (protocolo
311/2009) (Anexo 01). Em seguida, foram adotados protocolos para identificação do
voluntário, avaliação do ciclo sono-vigília (questionários e actimetria) e realização do
teste cognitivo.
- Identificação do Voluntário
Inicialmente os alunos foram convidados a participarem da pesquisa, mediante
explicações sobre o estudo. Os voluntários que concordaram e atenderam aos critérios
de inclusão e exclusão, passaram a integrar a lista de participantes e receberam o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Anexo 02), uma ficha de identificação
pessoal - Anamnese (Anexo 03) e questionários para a avaliação subjetiva do sono.
- Avaliação Subjetiva do Ciclo Sono-Vigília
O ciclo sono-vigília foi avaliado, subjetivamente, por meio de questionários
desenvolvimentos para análise de parâmetros relativos ao sono.
Os questionários aplicados foram:
Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (IQSP) - utilizado para
avaliação da qualidade subjetiva e do padrão habitual do sono, correspondentes ao
período que abrange o mês anterior à data de seu preenchimento pelos voluntários e
permite distinguir entre indivíduos com sono de boa qualidade e de qualidade ruim
(Anexo 04);
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Questionário de Horne e Ostberg (HO) - destinado à classificação da
amostra segundo o cronotipo, ou seja, caracteriza a amostra de acordo com horários
preferenciais para dormir em: matutino (extremo e moderado), intermediário e
vespertino (extremo e moderado). Também é possível caracterizar a amostra de acordo
com os escores obtidos depois da análise. Assim, sabe-se quando o sujeito tende a
matutinidade ou a vespertinidade (Anexo 05);
Questionário de Sonolência Diurna (Sonolência Epworth - ESE) -
aplicado a fim de mensurar o nível de sonolência diurna da amostra. A escala é
constituída de oito situações associadas a diferentes possibilidades de cochilo e
apresenta um enunciado bastante claro para diferenciar a situação de cansaço de
sonolência. A escala varia de 0 (não cochilaria nunca) a 3 (grande chance de cochilar).
Escores acima de 10 são considerados indicativos de sonolência diurna excessiva
(Anexo 06);
Questionário “A Saúde e o Sono” – destinado a avaliar os hábitos de
sono mais freqüente dos voluntários. A versão utilizada foi a adaptação para estudantes
feita por Andrade (1997) (Anexo 07).
A aplicação dos questionários se deu em duas etapas conforme distribuído no
quadro abaixo:
1º dia 2º dia
TCLE IQSP
Anamnese HO
Saúde e Sono Sonolência Epworth
Os dias de aplicação dos questionários foram seqüenciais.
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- Avaliação Objetiva do Ciclo Sono-Vigília
O ciclo sono-vigília foi avaliado por meio do actímetro. Essa ferramenta trata-se
de um aparelho portátil, semelhante a um relógio, que registra o nível de atividade do
seu usuário em um determinado período de tempo e tem sido amplamente usada no
estudo do sono e ritmos circadianos (Morgenthaler 2007).
Nesse estudo, os voluntários usaram o actímetro no punho não-dominante
durante o período de 15 dias. Juntamente com o actímetro, os participantes receberam o
diário de sono (anexo 08), bem como as instruções de uso do aparelho (anexo 09). Além
disso, os voluntários foram orientados a fazerem a marcação no actímetro de alguns
eventos, tais como horários de dormir e acordar, cochilos e retirada do aparelho. No
diário de sono foram orientados a anotarem os horários de dormir e acordar, os horários
dos cochilos, retiradas do aparelho seguido do motivo e qualquer outro evento
importante.
A captação das informações pelo aparelho foi realizada no intervalo de 02
minutos. Os dados obtidos para análise foram horários de dormir e acordar, tempo real
de sono, tempo na cama, eficiência do sono, latência do sono e despertares noturno.
Todas essas informações referentes à semana e fim de semana. O programa utilizado
para fazer essas análises foi o Actiwatch®-16 – Software version 3.4. Os actogramas,
gráfico de atividade e repouso ao longo dos dias, de todos dos voluntários está
disponível no anexo 11.
O actímetro foi utilizado por 24 estudantes, sendo 12 do grupo que iniciou as
aulas as 07h da manhã e 12 do grupo que iniciou as aulas as 08h, dividido igualmente
entre os sexos, ou seja, 06 estudantes do sexo masculino e 06 do sexo feminino em cada
grupo.
22
- Avaliação Cognitiva
A avaliação cognitiva foi realizada por meio da aplicação do teste MoCA
(Anexo 10). O MoCA (Montreal Cognitive Assessment) é um instrumento de avaliação
de Déficit Cognitivo Leve. Esse teste avalia diferentes domínios cognitivos: atenção e
concentração, funções executivas, memória, linguagem, capacidades visuo-construtivas,
capacidade de abstração, cálculo e orientação. Para isso, esse instrumento exige que o
voluntário realize um conjunto de tarefas curtas. Cada domínio tem uma pontuação. A
soma dessa pontuação implica no escore do teste, cuja pontuação máxima possível é de
30 pontos. Somatório igual ou superior a 26 é considerado normal (Nasreddine et al.
2005).
Não existe consenso para definir a melhor ferramenta cognitiva para avaliar
prejuízos cognitivos leves que podem levar a demência. Porém, o MoCA tem sido
amplamente utilizado para este fim. A versão brasileira do MoCA foi apresentada e
validada com resultados preliminares (Bertolucci et al. 2008).
Para uso clínico, educacional e de pesquisa, feito por universidades, fundações,
profissionais de saúde, hospitais, clínicas e institutos de saúde pública, o MoCA pode
ser utilizado sem permissão. Porém, autorização por escrito e licenciamento de acordo é
necessário se financiado por entidade comercial ou farmacêutica.
Ainda não existe nenhum trabalho que utilizou o MoCA em indivíduos
saudáveis. Portanto, esse estudo não caracterizou sua amostra, mediante o resultado do
teste, como tendo déficit cognitivo leve ou não, mas sim, foram usados os escores dados
pelo teste para apontar o MoCA como um teste viável para uso em jovens saudáveis.
Neste caso, como um instrumento eficiente, capaz de detectar variações de desempenho
em indivíduos submetidos a esquemas de horários de aula diferentes.
23
A aplicação desse teste foi feito em esquema de entrevista. Presentes no
momento da entrevista estavam o pesquisador responsável, acompanhado de, no
mínimo, mais um pesquisador envolvido no estudo. O horário de aplicação do teste foi
o mesmo para todos os voluntários, feito sempre após o término das aulas matutinas,
entre 10h e 11h30min da manhã.
Todos os questionários e o teste MoCA serão organizados e arquivados em
pastas. Depois de digitalizados, esses dados, juntamente com os da actimetria, foram
armazenados no computador do Laboratório de Cronobiologia (LabCrono) e no
computador pessoal do pesquisador responsável, com acesso exclusivo aos
pesquisadores integrantes do LabCrono. Também poderá ser disponibilizado para
pesquisadores de outros laboratórios, mediante não identificação do voluntário.
Grupos em Diferentes Esquemas de Horários
Setembro – Dezembro / 2009
Análise Estatística
A análise dos aspectos subjetivos do sono foi feita através da interpretação dos
questionários, em que foram descritos a qualidade do sono, escores de matutinidade e
vespertinidade e sonolência diurna. Aspectos relativos aos hábitos de sono,
discriminando semana e fim de semana, tais como hora de dormir e acordar, duração do
sono, padrão de restrição-expansão também foram caracterizados.
Estudantes 2009.2: Início das aulas as 07h
Estudantes 2009.1: Início das aulas as 08h
24
A análise dos aspectos objetivos do sono foi feita através da interpretação dos
dados da actimetria, em que consta média e desvio padrão dos horários de dormir e
acordar, duração do sono, eficiência e latência do sono, tempo total de sono e
quantidade de despertares noturno. Todos esses dados discriminando semana e fim de
semana, e ainda a descrição da irregularidade.
Foi feito o teste Shapiro-Wilk’s W test para verificar a normalidade da amostra.
O teste do qui-quadrado (X2) para avaliação das respostas dadas ao questionário de
hábitos do sono.
As variáveis da actimetria foram comparadas entre os estudantes nos diferentes
esquemas de horários. A escolha do teste foi feita de acordo com o resultado da
normalidade da amostra. Para as amostras paramétricas foi utilizado o teste t de student
independente na comparação entre as turmas, e test t de student dependente para
comparar os dados de semana e fim de semana de uma mesma turma. Foram utilizados
os análogos desses testes para as amostras não-paramétricas, o teste de Mann-Whitney e
de Wilcoxon, respectivamente.
A irregularidade do CSV foi analisada por meio do índice de irregularidade do
sono. Este índice foi calculado a partir da diferença entre os valores da semana e fim de
semana (delta) registrados no actímetro e pareados com os dados do diário de sono.
Os dados de todos os questionários foram comparados entre os dois grupos. O
padrão de expansão-restrição foi calculado através da diferença dos horários de dormir
da semana e do fim de semana.
Os dados do teste cognitivo seguiram o mesmo padrão de análise dos dados dos
questionários.
O coeficiente de correlação de Spearman foi empregado para análise de
correlação entre as variáveis subjetivas e objetivas e as variáveis do teste cognitivo.
25
Para todo tratamento estatístico foi utilizado o programa StatisticaTM
(StatSoft®), adotando-se um nível de significância de 5%.
26
RESULTADOS
Caracterização Geral da Amostra
Participaram do estudo 48 voluntários do sexo masculino e 40 do sexo feminino,
com média de idade de 20,18 ± 2,04 anos. Dentre esses, 24 homens e 17 mulheres eram
da turma 2009.1, com início das aulas as 08h da manhã e média de idade de 20,10 ±
1,76 anos. A turma 2009.2, com início das aulas as 07h da manhã, foi composta por 24
homens e 23 mulheres com média de idade de 20,26 ± 2,32 (Tabela 01). Dos 88
voluntários, todos participaram da 1ª etapa de aplicação dos questionários (TCLE,
Anamnese e “Saúde e Sono”). Desses, 78 participaram também da 2ª etapa (IQSP, HO e
ESE). O teste cognitivo foi aplicado aos 78 voluntários presentes em ambas as etapas.
Tabela 01. Caracterização Geral da Amostra
Geral 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)
Idade, média ± DP 20,18 ± 2,04 20,10 ± 1,76 20,26 ± 2,32
Gênero
Masculino, n (%) 48 (54,55) 24 (58,54) 24 (51,06)
Feminino, n (%) 40 (45,45) 17 (41,46) 23 (48,94)
DP = Desvio-padrão
A maioria dos estudantes (60,23%) relatou que moram com 03 ou 04 pessoas
(X2= 35,82; p<0,01) e dormem sozinhos (68,18%) (X
2= 61,55; p<0,01). Para 93,18%
dos estudantes não existe nada no quarto que incomode o sono (X2= 74,59; p<0,01). O
carro é o meio de transporte mais utilizado para se deslocar a universidade (81,61%)
(X2= 176,87; p<0,01) e demoram entre 01 e 20 minutos para chegaram à instituição
(80,46%) (X2= 61,55; p<0,04). A maioria dos voluntários não faz nenhum outro curso,
além do universitário (77,27%) (X2= 29,75; p<0,01), nem trabalham (90,75%) (X
2=
52,10; p<0,01). Porém, praticam algum tipo de atividade física regularmente (59,09%)
(X2= 3,31; p>0,05) (Tabela 02).
27
Tabela 02. Aspectos físicos e sócio-econômicos (Distribuição Percentual)
Geral 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)
Nº de pessoas que moram na casa 60,23 63,42 57,45
Nº de pessoas que dormem no mesmo quarto 68,18 63,41 72,34
O quarto não incomoda 93,18 92,68 93,61
Transporte utilizado 81,61 80 82,97
Atividade Física 59,09 65,85 53,19
Trabalho 90,75 90 91,49
Em relação as condições de saúde e hábitos que podem interferir do CSV,
43,18% dos voluntários relataram ter algum problema de saúde (X2= 1,86; p<0,17).
Dentre os problemas, a maior queixa (38,94%) foi com problemas respiratórios (X2=
38,47; p<0,01). Nenhum estudante relatou fazer uso de cigarros antes de dormir, nem de
ingerir bebidas alcoólicas (X2= 50,00; p<0,01). Quanto à ingestão de alguma bebida
estimulante, 93,62% afirmaram que não ingerem café antes de dormir (X2= 77,42;
p<0,01) e nem refrigerante (93,3%) (X2= 75,00; p<0,01) (Tabela 03).
Tabela 03. Aspectos relacionados às condições de saúde (Distribuição Percentual)
Condições de Saúde Geral 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)
Tem problema de saúde 43,18 41,46 44,68
Problema respiratório 38,94 41,03 36,84
Ingestão de substâncias
Não faz uso de cigarros 100 100 100
Não ingere bebidas alcoólicas 100 100 100
Não toma café 93,62 95,12 93,62
Não toma chá 100 100 100
Não toma refrigerante 93,30 95,12 91,49
Quanto à forma de despertar, durante a semana, 84,09% dos voluntários
necessitam do despertador para acordarem (X2= 115,95; p<0,01). Porém, no fim de
semana esse número reduz para 24,45% (X2= 74,42; p<0,01) (Figura 01). Isso sugere
que o despertar dos estudantes não é espontâneo durante os dias de semana. Com isso,
84,10% dos voluntários acham muito difícil ou um pouco difícil acordar nos dias de
semana (X2= 23,04; p<0,01). E 46,59% relatam que acham fácil acordar no fim de
semana (X2= 41,53; p<0,01) (Tabela 04).
28
Tabela 04. Forma de despertar da semana e fim de semana (Distribuição Percentual)
Semana Geral 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)
Muito difícil 29,55 26,83 31,91
Pouco difícil 54,55 48,78 59,57
Fácil 15,91 24,39 8,51
Fim de Semana
Muito difícil 13,64 4,88 21,28
Pouco difícil 38,64 31,71 44,68
Fácil 46,59 63,41 34,04
Figura 01. Distribuição percentual relativa a forma como os voluntários despertam em
dias de semana e fim de semana. *P< ,05 na comparação entre semana e fim de semana.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Com o despertador Alguem chama Acorda sozinho
Forma de despertar (08h)
Semana
Fim de Semana
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Com o despertador Alguem chama Acorda sozinho
Forma de despertar (07h)
Semana
Fim de Semana
*
*
*
* *
% d
e vo
lun
tári
os
% d
e vo
lun
tári
os
29
Quanto aos motivos que levam os estudantes a acordarem numa determinada
hora nos dias de semana e nos dias de fim de semana, as figuras 02 e 03 resumem tais
motivos referentes a turma com início das aulas as 08h e as 07h, respectivamente.
30
Figura 02. Distribuição percentual dos motivos que levaram os estudantes da turma das 08h a acordarem numa determinada hora, nos dias
de semana e fim de semana. *P< ,05 na comparação entre semana e fim de semana.
*
*
*
% d
e vo
lun
tári
os
31
Figura 03. Distribuição percentual dos motivos que levaram os estudantes da turma das 07h a acordarem numa determinada hora, nos dias
de semana e fim de semana. *P< ,05 na comparação entre semana e fim de semana.
*
* *
* *
% d
e vo
lun
tári
os
32
De acordo com os dados expostos nas duas tabelas anteriores, o principal motivo
para acordar nos dias de semana, é o horário de início das aulas. Já nos fins de semana,
a maioria dos estudantes da turma das 08h relatou não sentir mais sono, por isso
acordaram, e a turma das 07h porque tinham que estudar.
Em relação ao cronotipo, a maioria dos voluntários é intermediário (55,12%),
seguido por vespertino moderado (27%), matutino moderado (12,8%), vespertino
extremo (3,8%) e matutino extremo (1,28%) (X2= 74,23; p<0,01) (Figura 04). Os
valores percentuais de cada turma podem ser observados na tabela 05.
.
Figura 04. Distribuição dos resultados obtidos no questionário HO. A: população geral
(n=78); B: população da turma 09.1 (08h) (n=39); C: população da turma 09.2 (07h)
(n=39).
33
Os dados do questionário IQSP apontam que 52,57% dos voluntários
apresentaram escores acima de 05 (X2= 5,33; p<0,21), com média de 5,99 ± 2,4. Entre
as turmas, a turma 09.2 (07h) (X2= 23,96; p<0,01) apresentou uma média maior (6,64 ±
2,18) que a turma 09.1 (08h) (5,33 ± 2,45). Isso significa que a durma das 07h
apresentou uma pior qualidade de sono (Figura 05).
Figura 05. Distribuição dos resultados obtidos com o questionário IQSP referente a
qualidade subjetiva do sono. Ambas as turmas tem n=39.
De acordo com os dados do questionário de sonolência diurna de Epworth,
74,36% (X2= 24,79; p<0,01) dos voluntários não apresentaram sonolência diurna
excessiva. Entre as turmas, a turma das 08h apresentou um número maior de estudantes
nessa condição (X2= 17,39; p<0,01) (Figura 06).
34
Figura 06. Distribuição percentual dos resultados obtidos com o questionário de
Sonolência de Diurna de Epworth.
Tabela 05. Caracterização Subjetiva do Padrão de Sono
Geral 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)
Escore do Questionário HO, média ± DP 46,96 ± 10,24 48,59 ± 10,45 45,33 (9,90)
Matutino Extremo, n (%) 01 (1,28) 01 (2,53) -
Matutino Moderado, n (%) 10 (12,8) 07 (17,94) 03 (7,69)
intermediário, n (%) 43 (55,12) 21 (53,84) 22 (56,41)
Vespertino Moderado, n (%) 21 (27) 09 (23,07) 12 (30,76)
Vespertino Extremo, n (%) 03 (3,8) 01 (2,53) 02 (5,12)
Escore do IQSP, média ± DP 5,99 ± 2,4 5,33 ± 2,45 6,64 ± 2,18
IQSP > 5, n (%) 41 (52,57) 15 (38,46) 26 (66,67)
Escore da ESE, média ± DP 8,37 ± 2,98 7,87 ± 3,17 8,87 ± 2,73
ESE ≤ 10, n (%) 58 (74,36) 31 (79,49) 27 (69,23)
Na comparação das médias, entre as turmas, do IQSP e do ESE, a qualidade de
sono apresentou valor estatisticamente significativo, apesar de ambas as turmas
atingirem valor acima de 05. Já na sonolência diurna não houve diferença significativa
(Tabela 06).
Tabela 06. Comparação dos valores dos questionários IQSP e ESE
2009.1 2009.2 p
IQSP 5,33 ± 2,45 6,64 ± 2,18 0, 015*
ESE 7,87 ± 3,17 8,87 ± 2,73 0, 143
% d
e vo
lun
tári
os
Sonolência Diurna
35
Caracterização do Ciclo Sono-Vigília
A tabela 07 mostra a caracterização subjetiva dos hábitos de sono sobre os
horários de deitar, de levantar, duração de sono e padrão de expansão-restrição. A
última variável é calculada a partir da diferença nos horários de dormir da semana e fim
de semana. As médias dessas variáveis foram avaliadas de forma geral e, em seguida,
discriminando as turmas.
A turma com início das atividades acadêmicas as 08h da manhã, deita e levanta
mais tarde que a turma com início das atividades as 07h. Porém, a duração do sono é
bastante semelhante entre as turmas. Quanto ao padrão de expansão-restrição, a turma
das 08h apresenta uma diferença maior entre o horário de deitar da semana e fim
semana. Logo, essa turma apresenta um sono mais irregular.
Tabela 07. Caracterização Subjetiva do Sono, média ± DP
Geral 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)
Hora de deitar 00h04min ± 01h05min 00h14min ± 01h17min 23h54min ± 53min
Hora de levantar 07h44min ± 01h56min 07h54min ± 01h39min 07h34min ± 02h13min
Duração do sono (min) 459 ± 51 459 ± 23 458 ± 80
Padrão de Expansão-Restrição 91,64 ± 23,90 108,53 ± 87,76 74,73 ± 91,30
Comparando as médias dos horários da semana com os horários do fim de
semana de uma mesma turma, todas as variáveis analisadas obtiveram valor
estatisticamente significativo. O delta (Δ), calculado como a diferença entre os horários da
semana e do fim de semana, apresentou valores elevados na turma das 08h, para os horários de
deitar e levantar. Já na turma das 07h, a hora de levantar e duração do sono, apresentaram
valores altos (Tabela 08).
36
Tabela 08. Comparação entre Semana e Fim de Semana, média ± DP
2009.1(08h) Semana Fim de Semana Δ p
Hora de dormir 23h20min ± 53min 01h08min ± 01h54min 108,54 min 0, 0001*
Hora de acordar 06h43min ± 31min 09h04min ± 01h42min 140,85 min 0, 0001*
Duração do sono (min) 443 ± 47 475 ± 90 32 min 0, 0452*
2009.2 (07h)
Hora de dormir 23h17min ± 59min 00h32min ± 01h21min 74,73 min 0, 0001*
Hora de acordar 05h59min ± 23min 09h07min ± 01h20min 188,14 min 0, 0001*
Duração do sono (min) 380 ± 60 515 ± 95 135min 0, 0001*
*P< ,05.
Na comparação dos dias de semana e dos dias de fim de semana entre as turmas,
o horário de levantar e a duração do sono, apresentaram valores significativos para os
dias de semana. Como esperado, a turma das 08h levanta mais tarde que a turma das
07h. Além disso, a duração de sono da turma das 08h também é maior. Para os dias de
fim de semana, apenas a duração de sono mostrou-se significativa. A turma das 07h teve
uma duração de sono maior, quando comparada a turma das 08h (Tabela09).
37
Tabela 09. Comparação entre das Semanas e Fins de Semanas entre as Turmas, média ± DP
Semana p
Fim de Semana p
2009.1 (08h) 2009.2 (07h) 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)
Hora de deitar 23h20min ± 53min 23h17min ± 59min 0, 8336 01h08min ± 01h54min 00h32min ± 01h21min 0, 0843
Hora de levantar 06h43min ± 31min 05h59min ± 23min 0, 0001* 09h04min ± 01h42min 09h07min ± 01h20min 0, 8563
Duração do sono 443min ± 47min 380min ± 60min 0, 0006* 475min ± 90min 515min ± 95min 0, 0464*
38
As tabelas seguintes, relativas aos hábitos de sono, referem-se aos dados
objetivos obtidos por meio do actimetria. As variáveis analisadas foram hora de dormir
e acordar, tempo real de sono, tempo na cama, eficiência e latência do sono e número de
despertares noturnos. A tabela 10 apresenta os valores dessas variáveis, levando em
consideração a amostra como um todo e separado por turma. Ambas as turmas dormem
e acordam em horários similares. O mesmo ocorre com a eficiência e latência do sono.
Tabela 10. Caracterização Objetiva do Padrão de Sono, média ± DP
Geral 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)
Hora de dormir 00h16min ± 60min 00h17min ± 01h20min 00h16min ± 36min
Hora de acordar 07h19min ± 55min 07h12min ± 01h15min 07h27min ± 27min
Tempo real de sono (min) 316,02 ± 42 310,6 ± 38 321,44 ± 47
Tempo na cama (min) 427 ± 44 412,08 ± 35 441,93 ± 48
Eficiência do sono (%) 75,24 ± 8,37 75,25 ± 8,78 75,23 ± 8,32
Latência do sono (min) 10 ± 04 9,86 ± 4,76 10,48 ± 3,49
Nº de despertares noturnos 18,39 ± 5,08 17,66 ± 3,93 19,13 ± 6,11
A turma das 08h dorme e acorda em horários similares nos dias de semana e fim
de semana. Essas variáveis não apresentaram diferença estatisticamente significativa. O
mesmo ocorreu com as variáveis, tempo real de sono, eficiência e latência do sono. Já o
tempo na cama foi significativo. Isso mostra que essa turma, tenta compensar nos dias
de fim de semana, o déficit de sono acumulado nos dias de semana. Porém, como as
variáveis, eficiência e latência do sono, não mostram alterações, não se pode apontar
para privação parcial de sono (Tabela 11).
Tabela 11. Comparação entre Semana e Fim de Semana da Turma 2009.1 (08h), média ± DP
Semana Fim de Semana Δ P
Hora de dormir 00h14min ± 01h20min 00h25min ± 01h37min 11 min 0, 772
Hora de acordar 06h57min ± 01h09min 07h51min ± 01h43min 54,02 min 0, 386
Tempo real de sono (min) 302,47 ± 44 330,96 ± 63,29 28,49 min 0, 203
Tempo na cama (min) 400,51 ± 32 441,02 ± 82,95 40,51 min 0, 043*
Eficiência do sono (%) 75,25 ± 9,40 75,23 ± 7,60 0,02 0, 985
Latência do sono (min) 9,21 ± 4,85 11,40 ± 7,59 2,19min 0, 325
Nº de despertares noturnos 16,62 ± 3,58 20,19 ± 6,79 3,57 0, 055
39
Já a turma das 07h, dorme mais tarde nos dias de fim de semana, quando
comparado aos dias de semana, bem como acorda mais tarde. Consequentemente, o
tempo real de sono e o tempo na cama também apresentaram valores maiores no fim de
semana. O número de despertares noturnos acompanhou essa tendência. Porém, a
eficiência e a latência do sono não se mostraram alteradas (Tabela 12).
Tabela 12. Comparação entre Semana e Fim de Semana da Turma 2009.2 (07h), média ± DP
Semana Fim de Semana Δ P
Hora de dormir 23h53min ± 29min 01h15min ± 01h05min 81,83 min 0, 000178*
Hora de acordar 06h38min ± 29min 09h28min ± 01h16min 170,62 min 0, 000027*
Tempo real de sono (min) 300,22 ± 52,36 374,50 ± 59,07 74,28 min 0, 009375*
Tempo na cama (min) 404,14 ± 41,09 479,71 ± 78,82 75,57 min 0, 007336*
Eficiência do sono (%) 74,87 ± 7,92 75,59 ± 10,06 0,73 0, 731
Latência do sono 10,98 ± 3,57 9,98 ± 4,35 1,00min 0, 383
Nº de despertares noturnos 16,87 ± 4,60 21,39 ± 8,18 4,52 0, 011896*
A comparação dos valores de delta (Δ) entre as turmas mostrou diferença
significativa para as variáveis, hora de dormir e hora de acordar. Os valores de delta da turma
das 07h foram maiores que os valores da turma das 08h para todas as variáveis, com exceção da
latência do sono. Isso sugere que a turma das 07h pode ter apresentado irregularidade mais
acentuada que a turma das 08h, devido ao horário de início das aulas (Tabela 13).
Tabela 13. Comparação entre os Valores de Delta (Δ) entre as turmas, média ± DP
2009.1 (08h) 2009.2 (07h) P
Hora de dormir 11 min 81,83 min 0, 008*
Hora de acordar 54,02 min 170,62 min 0, 001*
Tempo real de sono 28,49 min 74,28 min 0, 110
Tempo na cama 40,51 min 75,57 min 0, 308
Eficiência do sono (%) 0,02 0,73 0, 749
Latência do sono 2,19 1,00 0, 165
Nº de despertares noturnos 3,57 4,52 0, 676
Comparando dias de semana e dias de fim de semana entre as turmas, a hora de
acordar do fim de semana foi a única variável com valor estatisticamente significativo
(Tabela 14).
40
Tabela 14. Comparação entre das Semanas e Fins de Semanas entre as Turmas, média ± DP
Semana p
Fim de Semana p
2009.1 (08h) 2009.2 (07h) 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)
Hora de dormir 00h14min ± 01h20min 23h53min ± 29min 0, 563 00h25min ± 01h37min 01h15min ± 01h05min 0, 150
Hora de acordar 06h57min ± 01h09min 06h38min ± 29min 0, 525 07h51min ± 01h43min 09h28min ± 01h16min 0, 014*
Tempo real de sono (min) 302,47 ± 44 300,22 ± 52,36 0, 910 330,96 ± 63,29 374,50 ± 59,07 0, 272
Tempo na cama (min) 400,51 ± 32 404,14 ± 41,09 0, 810 441,02 ± 82,95 479,71 ± 78,82 0, 525
Eficiência do sono (%) 75,25 ± 9,40 74,87 ± 7,92 0, 915 75,23 ± 7,60 75,59 ± 10,06 0, 920
Latência do sono 9,21 ± 4,85 10,98 ± 3,57 0, 318 11,40 ± 7,59 9,98 ± 4,35 0, 580
Nº de despertares noturnos 16,62 ± 3,58 16,87 ± 4,60 0, 884 20,19 ± 6,79 21,39 ± 8,18 0, 701
41
Na avaliação do teste cognitivo MoCA (Montreal Cognitive Assessment), a
turma das 08h obteve valores maiores que a turma das 07h no escore geral e em todos
os domínios, exceto no domínio Atenção. O escore geral, a função executiva e a
evocação foram significativos (Tabela 15 e Figura 07).
Tabela 15. Comparação do Teste Cognitivo (MoCA) entre as Turmas, média ± DP
2009.1 (08h) 2009.2 (07h) p
Escore Geral 26,39 ± 1,40 24,94 ± 2,27 0, 001*
D1-Função executiva 4,94 ± 0,22 4,65 ± 0,58 0, 005*
D2-Nomeação 2,97 ± 0,16 2,89 ± 0,31 0, 169
D3-Atenção 5,50 ± 1,04 5,71 ± 0,82 0, 932
D4-Linguagem 2,68 ± 0,78 2,21 ± 1,06 0, 579
D5-Abstração 1,58 ± 0,59 1,50 ± 0,69 0, 782
D6-Evocação 2,60 ± 1,10 1,97 ± 1,46 0, 036*
Figura 07. Distribuição dos escores alcançados no teste cognitivo MoCA por ambas as
turmas. *P< ,05 na comparação entre os grupos
*
*
(08h)
(07h)
42
DISCUSSÃO
Avaliamos o padrão CSV e a cognição de estudantes universitários do curso de
Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em diferentes esquemas de
horários de aulas. Um dos grupos iniciava as aulas as 08h da manhã, enquanto outro
grupo iniciava as aulas as 07h. Como já é amplamente documentado, o sono é essencial
para o processamento cognitivo. Assim, os estudantes que iniciavam as aulas mais cedo
e apresentaram uma maior irregularidade do CSV, e com um pior desempenho no teste
de cognição MoCA, sugerimos que o avanço de uma hora do início das aulas é
suficiente para provocar alterações na ritmicidade circadiana e consequentemente déficit
cognitivo leve.
Em termos de características demográficas da nossa amostra, encontramos uma
homogeneidade entre as duas turmas. Entre os estudantes que concordaram e assinaram
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, 54,55% eram do sexo masculino e
45,45% do sexo feminino. O número mais freqüente de indivíduos que moram no
mesmo imóvel foi de 03 a 04 pessoas (60,23%) e a maioria relatou que dorme sozinho
(68,18%).
Um número maior de estudantes não faz curso extra, nem trabalha. Nossa
amostra é semelhante aos voluntários estudados por Veldi et al. (2005). Porém, praticam
algum tipo de exercício físico regularmente (59,09%). Para se deslocar até a
universidade, a maioria utiliza o carro como meio de transporte (81,61%) e demoram de
01 a 20 minutos para chegarem à instituição. Nenhum estudante relatou fazer uso de
cigarros ou bebidas alcoólicas antes de dormir e 93,62% relatou que não toma café, nem
refrigerante (93,3%). Portanto, esses hábitos não interferiram no padrão do CSV da
amostra.
43
Sobre a saúde, 43,18% relataram ter tido algum problema, e os mais citados
eram referentes ao sistema respiratório. Em relação a forma de despertar, 84,09% dos
estudantes necessitam do despertador para acordarem. Esse fato sugere que os
voluntários não têm um despertar espontâneo nos dias de semana. Possivelmente essa
dependência pode estar sendo provocada pelo horário de início das aulas, uma vez que a
maioria dos voluntários apontaram esse fator como o principal agente que modula o
despertar nos dias de semana.
Em relação ao cronotipo, a maioria dos estudantes foi classificada como
intermediário, caracterizando-se por uma maior flexibilidade nos horários de sono.
Mesma distribuição foi encontrada em estudos realizados por Lima et al. (2010); Lima
et al. (2009) e Huen et al. (2007). Apesar da amostra ser classificada como
intermediário, foi observada uma tendência a vespertinidade.
Estudantes nos primeiros anos de curso universitário podem exibir um padrão
semelhante aos adolescentes. Na nossa amostra encontramos estudantes com curta
duração de sono (380 min ± 60 min) nos dias de semana, valor bem abaixo dos 510 min
recomendados por Carskadon et al. (2001) para adolescentes. Assim como estudantes
universitários observados em estudos feitos no Brasil por Lima et al. (2009); Medeiros
et al. (2001) e Azevedo et al. (2008).
Outro padrão observado em adolescentes e que também encontramos em nosso
estudo, foi o atraso de fase. Os voluntários iam dormir, em média, as 00h04min ±
01h05min, valor similar a pesquisas feitas no Brasil e também em outro países (Huen et
al. 2007, Forquer et al. 2008 e Lund et al. 2010).
O padrão de expansão-restrição, caracterizado como a diminuição da duração do
sono nos dias de semana e aumento dessa duração no fim de semana, calculado pela
diferença entre a hora de deitar da semana e fim de semana, foi de 91,64 ± 23,90 para
44
nossa amostra. Esse padrão indica irregularidade do CSV e uma possível privação
parcial de sono. Isso pode estar relacionado a um conflito entre a necessidade fisiológica
e a imposição dos horários de início das aulas e demanda acadêmica, que não permite ao
estudante dormir a quantidade necessária de sono (Epstein, et al. 1998).
Como conseqüência da irregularidade do CSV pode ocorrer modificações na
ordem temporal interna dos estudantes, resultando numa redução da qualidade de sono.
Este fato deve ser a explicação para os nossos achados, pois 52,57% dos estudantes
apresentaram sono de qualidade ruim, ou seja, com escore acima de 05 (5,99 ± 2,4),
segundo o IQSP. Em estudo realizado por Medeiros et al. (2001) e Lima et al. (2009),
com estudantes de Medicina da mesma Universidade e utilizando o mesmo instrumento,
foi encontrado um padrão similar.
Na comparação entre as duas turmas, a turma das 07h obteve escore maior no
IQSP que a turma das 08h, em que foi encontrada uma diferença estatisticamente
significativa. Uma pior qualidade de sono para a turma que inicia as aulas uma 1h mais
cedo, sugere que o horário de início das atividades acadêmicas está interferindo no CSV
dos estudantes.
Para a sonolência, a maioria dos voluntários não apresentou sonolência diurna
excessiva (74,36%) e obtiveram escore médio de 7,87 ± 3,17. Pesquisa realizada na
Universidade de Brasília com estudantes de Medicina encontrou média semelhante
(Rodrigues et al. 2002), assim como pesquisa realizada nos Estados Unidos (Lund et al.
2010). Uma pior qualidade de sono poderia estar associada a um aumento da
sonolência, mas esse fato não foi observado na nossa amostra. Entretanto, a turma das
07h obteve um maior número de estudantes com sonolência diurna excessiva (30,77%).
A irregularidade, calculada como a diferença entre semana e fim de semana (Δ),
foi mais acentuada na turma com início das aulas as 07h. Os estudantes estão tentando
45
compensar no fim de semana, o débito de sono acumulado nos dias de semana. Isso
promove alterações no CSV que pode, por sua vez, interferir numa ampla variedade de
funções corporais. A irregularidade também pode ser provocada por fatores sócio-
culturais, que podem atuar como sincronizador (Louzada 2000), somados a fatores
endógenos, relativo a uma tendência natural de atrasar o início do sono nos dias livres
(Ashoff, 1965).
Além da irregularidade, os estudantes podem estar sofrendo de privação parcial
de sono. Nessa população, a turma das 08h teve duração de sono de 443min ± 47min, na
semana e 475min ± 90min, no fim de semana (p<0,0452), segundo dados subjetivos. Já
a turma das 07h, teve duração de 380min ± 60min na semana e 515min ± 95min, no fim
de semana (p<0,0001). Além da duração de sono, hora de deitar e levantar da semana e
fim de semana também foi significativo em ambas as turmas.
Comparando as turmas, a duração de sono foi a única variável significativa. Isso
sugere que a turma que tem aula 1 hora mais cedo está mais parcialmente privada de
sono que a turma que tem aula mais tarde. Esses achados também foram encontrados na
análise objetiva do CSV, actimetria. Embora os estudantes tenham exibido essa
irregularidade, variáveis como a eficiência e latência do sono não mostraram alterações.
Isso sugere que a regulação homeostática do sono não foi afetada pelos horários, nem
pela demanda acadêmica.
Como já é amplamente documentado, a irregularidade do CSV e a privação
parcial de sono afetam as funções cerebrais, incluindo alerta, atenção, formação de
memórias, funções executivas, velocidade do processamento cognitivo, dentre outras
(Atienza et al. 2004; Walker 2006; Born et al. 2006; Rauchs 2005).
No nosso estudo, a turma das 07h teve um rendimento pior no teste de cognição
MoCA, atingindo um escore médio de 24,94 ± 2,27, comparado a turma das 08h (26,39
46
± 1,40) (p<0,001). Entre os domínios que compõem o teste, a função executiva e a
evocação de memória também apresentaram diferença estatística. A turma das 08h
obteve melhor escore em todos os domínios, exceto na atenção.
Uma diminuição do desempenho cognitivo em estudantes com CSV irregular
pode ser explicada pela dessincronização interna do ritmo. Neste estudo não
demonstramos que os estudantes estão internamente dessincronizados, mas a
irregularidade do CSV sugere que isto esteja ocorrendo.
A dessincronização que ocorre entre o CSV e as variáveis fisiológicas é uma
forma de estudar as alterações do ritmo. Quando isso acontece, o ritmo circadiano de
sono-vigília prorroga seu período endógeno de cerca de 25h (Wever 1979), enquanto o
desempenho cognitivo e outras funções fisiológicas não acompanham essa alteração
(Aschoff & Wever 1962 apud Åkerstedt 2006). Dessa forma, essa diferença nos
períodos leva a uma ampliação da diferença temporal entre o sono e a cognição.
A ferramenta que utilizamos para avaliação cognitiva, o teste MoCA, é um
instrumento elaborado para avaliação de déficit cognitivo leve. Talvez por esse motivo,
foi possível detectar os efeitos dos horários entre os estudantes, mesmo sendo a
diferença de horário tão pequena. Porém, essas alterações do CSV, ocorrendo de forma
crônica, poderão provocar prejuízos graves no futuro, tais como distúrbios severos e
persistentes do sono relacionados à fadiga crônica e síndrome psiconeurótica (ansiedade
e depressão crônica), requerendo tratamento com drogas psicotrópicas ou hipnóticas
(Costa 1997).
47
CONCLUSÕES
Neste estudo, avaliamos o padrão CSV e a cognição de estudantes universitários
em diferentes esquemas de horários de aulas e comparamos os resultados obtidos entre
as turmas. Com base nesses resultados conclui-se que:
O horário de início das aulas interfere no CSV provocando irregularidade e
privação parcial de sono.
A turma que inicia as aulas mais cedo apresentou maior irregularidade do CSV,
vista a partir da diferença dos horários da semana com os do fim de semana.
Essa diferença foi mais representativa para as variáveis, hora de dormir e
acordar.
A turma das 07h apresentou pior desempenho no teste cognitivo MoCA.
Sugerimos que, a irregularidade do CSV, provocada pelo horário de inicio das
aulas pode ter afetado o desempenho nesse teste.
48
LIMITAÇÕES
Este trabalho apresentou algumas limitações que nos impediram de ter
resultados mais robustos e conclusivos. Por se tratar de um estudo transversal, não
podemos inferir como as variáveis do CSV e o resultado do teste cognitivo se
comportariam caso os mesmos voluntários fossem submetidos a esquemas diferentes de
horários de aulas. Para isso, é necessário um estudo longitudinal, com acompanhamento
desses estudantes durante 02 semestres.
A amostra de voluntários que usou o actímetro foi muito pequena. Seria
importante que um número maior de voluntários tivesse participado da coleta dos dados
objetivos. Porém, nosso laboratório contava com um número reduzido de aparelhos.
Neste estudo, contamos com estudantes apenas do curso de Medicina.
Estudantes de outros cursos de graduação poderiam fazer parte da amostra e resultar em
um estudo comparativo mais completo. Além de caracterizar o padrão do CSV dos
estudantes da UFRN.
49
SUGESTÕES
Para caracterizar os estudantes universitários não se pode ficar restrito a apenas
um curso de graduação. Portanto, sugerimos ampliar esse estudo, integrando na
amostra, estudantes de outras graduações.
Além do uso do actímetro para avaliar o CSV, utilizar a polissonografia (PSG) é
importante para análise da arquitetura do sono desses estudantes, e se eventos
específicos associados à memória, que ocorrem durante o sono, se relacionam com o
resultado do teste cognitivo.
Utilizar não apenas um teste cognitivo que reúne vários domínios, mas sim uma
bateria de testes que avaliem especificamente vários tipos de memória. Assim,
poderíamos saber qual tipo de memória estar sendo mais afetada, se essas informações
condizem com a arquitetura do sono e qual área cerebral estaria sofrendo maiores
prejuízos.
50
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60
ANEXOS
61
ANEXO 01: Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa
62
ANEXO 02: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TÍTULO DA PESQUISA: RELAÇÃO ENTRE O CICLO SONO-VIGÍLIA E
COGNIÇÃO EM ESTUDANTES DE MEDICINA
Pesquisadores: Prof. Dr. John Fontenele Araújo
Francisca Patrícia da Silva
Gracilene Rodrigues Tavares
Paula Regina Aguiar Cavalcanti
Rafaella Kaline Costa Xavier
Natureza da pesquisa: Você é convidado para participar desta pesquisa, que tem como
finalidade investigar o efeito do horário de inicio das aulas no padrão do ciclo sono-
vígilia, desempenho cognitivo e respostas cardiorrespiratórias de estudantes do curso de
medicina da UFRN. Para isso serão avaliados os padrões do ciclo vigília-sono,
parâmetros de função cognitiva e desempenho cardiorrespiratório, através de
questionários, uso de actímetros e teste de esforço.
Participantes da pesquisa: Participarão deste estudo 80 jovens saudáveis estudantes do
curso de medicina da UFRN, de ambos os sexos, com faixa etária compreendida entre
18 e 25 anos, que não apresentem distúrbios do sono, ou administre algum medicamento
que influencie a qualidade do mesmo, e que não possua, doenças crônicas e
cardiorrespiratórias, além de comprometimentos físicos (osteomioarticular) que interfira
na execução do teste de esforço, e que não seja praticante regular de esportes (atleta).
Envolvimento na pesquisa: Ao participar deste estudo você participará de uma
pesquisa sobre a investigação do efeito do horário de inicio das aulas no padrão do ciclo
sono-vígilia, desempenho cognitivo e respostas cardiorrespiratórias. Você fará uso do
actímetro, aparelho semelhante ao um relógio, no qual será colocado no seu punho não
dominante por um período de uma semana anterior a realização do teste de esforço e em
seguida fará, espirometria e teste cognitivo. Você preencherá uma ficha de
63
identificação, e responderá a questionários acerca da qualidade do sono através do
questionário de Pittsburgh, diário do sono, escala de sonolência de Epowrt, questionário
de Horne e Ostberg e questionário de Saúde e o sono.
Procedimentos: Todos os participantes serão submetidos a avaliação do ciclo sono-
vigília (CSV) e ao teste cognitivo (MoCA).
Riscos: A participação desta pesquisa não trás complicações ao voluntário, e pode
trazer riscos mínimos referentes à: irritação na pele pelo uso do actímetro, e caso isso
ocorra você deve retirar o equipamento e comunicar ao pesquisador.
Confidencialidade: Todas as informações coletadas neste estudo são estritamente
confidenciais. Apenas pesquisadores terão conhecimento dos dados. Nos relatórios ou
publicações resultantes deste trabalho, a identificação do participante não será revelada.
Os resultados serão relatados de forma geral e a pessoa não será identificada. Serão
cumpridas as exigências da Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde que
trata sobre a bioética.
Benefícios: Ao participar desta pesquisa você será beneficiado por ter o desempenho do
seu sono avaliado através dos questionários podendo assim obter um maior
conhecimento da qualidade do seu sono e além disso, do seu desempenho cognitivo.
Dano advindo da pesquisa: Se houver algum dano advindo deste estudo e
devidamente comprovado após seu encerramento, tanto a pesquisa quanto a instituição
serão responsáveis por este dano, e tratamento médico será fornecido sem ônus para o
participante.
Pagamento: Você não terá qualquer tipo de despesa por participar desta pesquisa. E
nada será pago por sua participação.
Participação voluntária: Toda participação é voluntária. Não há penalidade para
alguém que decida não participar neste estudo.
Perguntas: Se houver alguma pergunta, por favor, contate a Francisca Patrícia da Silva,
Gracilene Rodrigues Tavares, Rafaella Kaline Costa, no departamento de Fisiologia da
UFRN.
CONSENTIMENTO PARA PARTICIPAÇÃO
Estou de acordo com a participação no estudo descrito acima, sendo
devidamente esclarecido (a) quanto aos objetivos da mesma, aos procedimentos a que
serei submetido (a) e aos possíveis riscos que podem advir de tal participação.
Esclarecimentos solicitados durante o curso da pesquisa e a liberdade de recusar a
64
participar desta foram garantidos. Fui igualmente informado (a) que a participação na
pesquisa não implicará custos ou prejuízos adicionais, sejam estes de caráter social,
psicológico ou moral. Estando garantido o anonimato e o sigilo da minha identificação.
Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto
meu interesse em participar da pesquisa.
Assinatura (participante)
___________________________________________________
Data: ___/ ___/ ___
Em caso de dúvida ou necessidade de entrar em contato com os pesquisadores:
- Prof. Dr. John Fontenele Araújo
Endereço: R Gen. Gustavo Cordeiro de Farias, S/N; Petrópolis, Natal
Telefone: (84) 3215-3410 E-mail: [email protected]
- Professora de Educação Física Francisca Patrícia da Silva
Alameda Peruana, n. 3693, Bloco 37, Apto 204, Cond. Bairro Latino, Candelária, Natal
– RN
Telefones: (84) 8831-5947 / 9928-8773 E-mail: [email protected]
- Professora de Educação Física Rafaella Kaline Costa Xavier
R. Salto Veloso, n. 2910, Conjunto Santa Catarina, Potengi, Natal – RN
Telefones: (84) 99335445 / 9422-0475 E-mail: [email protected]
________________________________________________
(Assinatura do pesquisador responsável)
Comitê de Ética
Endereço: Praça do Campus Universitário, Caixa Postal 1666. Bairro Lagoa Nova,
Natal-RN. Telefone: 3215-3135 E-mail: [email protected]
65
ANEXO 03: Ficha de Identificação Pessoal (Anamnese)
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
DATA: _____/_____/_____
Nome: _____________________________________________
Gênero: ( ) M ( ) F
Data nascimento: ___ / ___ / ___Idade: _____Peso: _____ kg Altura: _____ m
Raça: ( ) Branca ( ) Parda ( ) Negra ( ) Amarela ( ) Outra
R.G. _________________ CPF: _________________
Endereço:_______________________________________________________
Bairro: ______________________ CEP: ___________Cidade: ____________ Estado: _______
Telefone residencial: ______________
Fone comercial: __________________ Celular:_______________
Email:_______________________________________________
Estado Civil:
( ) Solteiro(a) ( ) Amigado (a) ( ) Divorciado(a) / Separado(a) ( ) Casado(a)
( ) Viúvo(a)
Escolaridade: ( ) Superior Incompleto ( ) Superior completo ( ) Pós-Graduação Incompleto
É a primeira vez que realiza um estudo sobre sono?
( ) Sim ( ) Não
66
ANEXO 04: Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh
Instruções:
As questões a seguir são referentes aos hábitos de sono apenas durante o mês passado.
Suas respostas devem indicar o mais corretamente possível o que aconteceu na maioria
dos dias e noites do mês passado. Por favor, responda a todas as questões.
1.Durante o mês passado, à que horas você foi deitar à noite na maioria das vezes?
HORÁRIO DE DEITAR: ________
2.Durante o mês passado, quanto tempo (em minuto) você demorou para pegar no sono,
na maioria das vezes?
QUANTOS MINUTOS DEMOROU PARA PEGAR NO SONO: __________
3.Durante o mês passado, a que horas você acordou de manhã, na maioria das vezes?
HORÁRIO DE ACORDAR:__________
4.Durante o mês passado, quantas horas de sono por noite você dormiu?(pode ser
diferente do número de horas que você ficou na cama)
HORAS DE SONO POR NOITE: _________
Para cada uma das questões seguinte escolha uma única resposta, que você ache mais
correta. Por favor, responda a todas as questões.
5.Durante o mês passado, quantas vezes você teve problemas para dormir por causa de:
a) Demorar mais de 30 minutos para pegar no sono
( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
b) Acordar no meio da noite ou de manhã muito cedo
( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
c) Levantar-se para ir ao banheiro
( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
d) Ter dificuldade para respirar
( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana
67
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
e) Tossir ou roncar muito alto
( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
f) Sentir muito frio
( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
g) Sentir muito calor
( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
h)Ter sonhos ruins ou pesadelos
( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
i) Sentir dores
( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
k)Outra razão, por favor, descreva:
Quantas vezes você teve problemas para dormir por esta razão durante o mês passado?
( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
6.Durante o mês passado, como você classificaria a qualidade do seu sono?
( )Muito boa ( )ruim
( )Boa ( )muito ruim
7.Durante o mês passado, você tomou algum remédio para dormir, receitado pelo
médico, ou indicado por outra pessoa (farmacêutico, amigo, familiar) ou mesmo por sua
conta?
68
( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
Qual(is)?
8.Durante o mês passado, se você teve problemas para ficar acordado enquanto estava
dirigindo, fazendo suas refeições ou participando de qualquer outra atividade social,
quantas vezes isso aconteceu?
( )nenhuma vez ( )menos de uma vez por semana
( )uma ou duas vezes por semana ( )três vezes por semana ou mais
9.Durante o mês passado, você sentiu indisposição ou falta de entusiasmo para realizar
suas atividades diárias?
( )Nenhuma indisposição nem falta de entusiasmo
( )indisposição e falta de entusiasmo pequenas
( )Indisposição e falta de entusiasmo moderadas
( ) muita indisposição e falta de entusiasmo
Comentários do entrevistado (se houver)
Você cochila? ( ) Não ( ) Sim
Comentário do entrevistado (se houver)
Caso Sim –Você cochila intencionalmente, ou seja, pôr que quer?
( ) Não ( ) Sim
Comentários do entrevistado (se houver)
Para você, cochilar é
( )Um prazer ( )Uma necessidade ( )Outro – qual?
Comentários do entrevistado (se houver).
69
ANEXO 05: Questionário de Horne e Ostberg (HO)
INSTRUÇÕES:
1. Leia com atenção cada questão antes
de responder.
2. Responda a todas as questões.
3. Para cada questão coloque apenas
uma resposta.
4. Responda a cada questão com toda a
honestidade possível. Suas respostas e
os resultados são confidenciais.
Traduzido e adaptado de HORNE, J.A.;
OSTBERG, O. A self-assessment
questionnaire to determine
morningness-eveningness in human
circadian rhythms. International Journal
of Chronobiology, v.4, p. 97-110,
1976).
QUESTÕES
1. Considerando apenas o seu bem-
estar pessoal e com liberdade total de
planejar seu dia, a que horas você se
levantaria?
a) 05h00 – 06h30
b) 06h30 – 07h45
c) 07h45 – 09h45
d) 09h45 – 11h00
e) 11h00 – 12h00
2.Considerando apenas seu bem-estar
pessoal e com liberdade total de
planejar sua noite, a que horas você se
deitaria?
a) 20h00 – 21h00
b) 21h00 – 22h15
c) 22h15 – 24h30
d) 24h30 – 01h45
e) 01h45 – 03h00
3. Até que ponto você depende do
despertador para acordar de manhã?
a) nada dependente
b) não muito dependente
c) razoavelmente dependente
d) muito dependente
4. Você acha fácil acordar de manhã ?
a) nada fácil
b) não muito fácil
c) razoavelmente fácil
d) muito fácil
5. Você se sente alerta durante a
primeira meia hora depois de acordar?
a) nada alerta
b) não muito alerta
c) razoavelmente alerta
d) muito alerta
6. Como é o seu apetite durante a
primeira meia hora depois de acordar?
a) muito ruim
b) não muito ruim
c) razoavelmente bom
d) muito bom
7. Durante a primeira meia hora depois
de acordar você se sente cansado?
a) muito cansado
b) não muito cansado
c) razolvelmente em forma
d) em plena forma e)
8. Se você não tem compromisso no dia
seguinte e comparando com sua hora
70
habitual, a que horas você gostaria de ir
deitar?
a) nunca mais tarde
b) menos que uma hora mais tarde
c) entre uma e duas horas mais
tarde
d) mais do que duas horas mais
tarde
9. Você decidiu fazer exercícios físicos.
Um amigo sugeriu o horário das 07h00
às 08h00 da manhã, duas vezes por
semana. Considerando apenas seu bem-
estar pessoal, o que você acha de fazer
exercícios nesse horário?
a) estaria em boa forma
b) estaria razoavelmente em forma
c) acharia isso difícil
d) acharia isso muito difícil
10. A que horas da noite você se sente
cansado e com vontade de dormir?
a) 20h00 – 21h00
b) 21h00 – 22h15
c) 22h15 – 00h45
d) 00h45 – 02h00
e) 02h00 – 03h00
11. Você quer estar no máximo de sua
forma para fazer um teste que dura duas
horas e que você sabe que é
mentalmente cansativo. Considerando
apenas o seu bem-estar pessoal, qual
desses horários você escolheria para
fazer esse teste?
a) das 08:00 às 10:00
b) das 11:00 às 13:00
c) das 15:00 às 17:00
d) das 19:00 às 21:00
12. Se você fosse deitar às 23:00 horas
em que nível de cansaço você se
sentiria?
a) nada cansado
b) um pouco cansado
c) razoavelmente cansado
d) muito cansado
13. Por alguma razão você foi dormir
várias horas mais tarde do que é seu
costume. Se no dia seguinte você não
tiver hora certa para acordar, o que
aconteceria com você?
a) acordaria na hora normal sem
sono
b) acordaria na hora normal, com
sono
c) acordaria na hora normal e
dormiria novamente
d) acordaria mais tarde do que seu
costume
14. Se você tiver que ficar acordado das
04:00 às 06:00 horas para realizar uma
tarefa e não tiver compromissos no dia
seguinte, o que você faria?
a) Só dormiria depois de fazer a
tarefa
b) Tiraria uma soneca antes da
tarefa e dormiria depois
c) Dormiria bastante antes e tiraria
uma soneca depois
d) Só dormiria antes de fazer a
tarefa
15. Se você tiver que fazer duas horas
de exercício físico pesado e
considerando apenas o seu bem-estar
pessoal, qual destes horários você
escolheria?
71
a) das 08:00 às 10:00
b) das 11:00 às 13:00
c) das 15:00 às 17:00
d) das 19:00 às 21:00
16. Você decidiu fazer exercícios
físicos. Um amigo sugeriu o horário das
22:00 às 23:00 horas, duas vezes por
semana. Considerando apenas o seu
bem-estar pessoal o que você acha de
fazer exercícios nesse horário?
a) estaria em boa forma
b) estaria razoavelmente em forma
c) acharia isso difícil
d) acharia isso muito difícil
17. Suponha que você possa escolher o
seu próprio horário de trabalho e que
você deva trabalhar cinco horas
seguidas por dia. Imagine que seja um
serviço interessante e que você ganhe
por produção. Qual o horário que você
escolheria? (Marque a hora do início)
12:00
1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00 9:00 10:00 11:0000:00
13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00
18. A que hora do dia você atinge seu
melhor momento de bem-estar?
a) 24h00 – 05h00
b) 05h00 – 08h00
c) 08h00 – 10h00
d) 10h00 – 17h00
e) 17h00 – 22h00
f) 22h00 – 24h00
19. Fala-se em pessoas matutinas e
vespertinas (as primeiras gostam de
acordar cedo e dormir cedo, as segundas
de acordar tarde e dormir tarde). Com
qual desses tipos você se identifica?
a) tipo matutino
b) mais matutino que vespertino
c) mais vespertino que matutino
d) tipo vespertino.
72
ANEXO 06: Questionário de Sonolência Diurna (Sonolência Epworth)
Nome:______________________________________ Data: ________________
Qual a possibilidade de você cochilar ou adormecer nas seguintes situações?
Situação Chance de cochilar - 0 a 3.
a) Sentado e lendo.
b) Vendo televisão.
c) Sentado em lugar público sem atividade(sala de espera,
cinema, reunião)
d) Como passageiro de trem, carro ou ônibus, andando 1 hora
sem parar.
e) Deitado para descansar à tarde quando as circunstâncias
permitem.
f) Sentado e conversando com alguém.
g) Sentado calmamente, após um almoço sem ingestão de
bebida alcoólica.
h) Se estiver de carro, enquanto pára por alguns minutos no
trânsito intenso
Total de Pontos:
0 = Nenhuma chance de cochilar
1 = Pequena chance de cochilar
2 = Moderada chance de cochilar
3 = Alta chance de cochilar
73
ANEXO 07: Questionário “A Saúde e o Sono”
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA
LABORATÓRIO DE CRONOBIOLOGIA
Questionário: A Saúde e O Sono
Adaptado de Mathias et al. Incentivar hábitos de sono adequados: um desafio para os
educadores. In: Pinho, SZ, Saglietti, JRC. orgs. Núcleos de Ensino da Unesp. São
Paulo: Unesp, 2006; 718-731. LeBourgeois et al. The relationship between reported
sleep quality and sleep hygiene in Italian and American adolescents. Pediatrics 2005;
115: 257-265.
Essa pesquisa pretende conhecer alguns aspectos do cotidiano de estudantes como
você, os hábitos de sono e as condições de saúde. Responda com sinceridade e
precisão. Se você tiver alguma dúvida pergunte ao pesquisador. A sua colaboração é
muito importante para nós. Obrigado!
1. Nome completo:
Telefone residencial:
2. Sexo: M F Idade: anos meses
3. Data de nascimento: / / 1 9
4. Série na qual você estuda: Série turma
5. Período de estudo na escola: Manhã Tarde Noite
6. Em que rua você mora?
7. Quantas pessoas moram em sua casa? Eu moro com mais pessoas
8. Quantas pessoas dormem no mesmo cômodo que você?
a) Eu durmo sozinho 0 pessoas
b) Eu durmo com mais pessoa(s)
74
9. Marque com um "x" qual (is) desses itens existem em sua casa e indique a
quantidade:
Itens Número de itens possuídos
0 1 2 3 4 5 6 ou mais
a Televisor em cores
b Rádio
c Banheiro
d Automóvel
e Empregada mensalista
f Aspirador de pó
g Máquina de lavar roupa
h Videocassete/DVD
i Geladeira
10. Você trabalha? (em caso negativo pule para a pergunta 12) Sim Não
11. Se você trabalha, responda (marque o dia e as horas que você trabalha):
a 2ª feira Das horas minutos às horas minutos
b 3ª feira Das horas minutos às horas minutos
c 4ª feira Das horas minutos às horas minutos
d 5ª feira Das horas minutos às horas minutos
e 6ª feira Das horas minutos às horas minutos
f Sábado Das horas minutos às horas minutos
g Domingo Das horas minutos às horas minutos
12. Marque um "x" no grau de escolaridade do chefe de família (considere o chefe de
família aquele(a) que mais contribui com a renda familiar):
a Não alfabetizado
b Estudou até série do Ensino Fundamental (1ª a 8ª série do ginásio)
c Estudou até série do Ensino Médio (1ª a 3ª série do colegial)
d Estudou até ano do Ensino Superior (Universidade/Faculdade)
e Completou o Ensino Superior
13. Na sua opinião essas frases estão corretas? Marque "V" (verdadeira) ou "F" (falsa).
a Tomar um copo de leite com chocolate antes de dormir ajuda a pegar no sono.
b Todos os adultos devem dormir cerca de 8 horas por noite.
c Comer muito antes de dormir nos faz acordar por muitas vezes durante a noite.
d Nosso coração bate mais devagar quando dormimos.
e Somos mais produtivos quando acordamos cedo.
f Atividade física intensa antes de dormir nos faz adormecer mais facilmente.
g Crianças dormem mais que adolescentes.
h Dormir quinze minutos depois do almoço, nos deixa mais alertas durante a tarde.
i A qualidade do sono é a mesma, independente do horário que vamos dormir.
j Ingerir bebida alcoólica à noite nos deixa com o sono mais leve.
k Dormir pouco nos torna mais irritadiços e agressivos.
l Temos a capacidade de dormir a qualquer horário do dia e da noite.
m Dormir pouco diminui a nossa capacidade de manter a concentração.
75
n "Desligamos" o nosso cérebro quando dormimos.
o Ficar sem dormir por muitos dias nos faz adoecer.
p Dormir e acordar em horários diferentes a cada dia nos torna sonolentos.
q Podemos guardar mais informações quando passamos a noite estudando.
r Podemos compensar o sono perdido dormindo mais na noite seguinte.
s Se expor à luz a noite não interfere no horário de dormir
14. Como é sua freqüência na escola: (marque apenas uma alternativa)
a Nunca ou raramente falto às aulas.
b Falto às aulas cerca de uma vez por mês.
c Falto às aulas cerca de uma vez por semana.
d Falto às aulas mais de uma vez por semana.
15. Avalie o seu desempenho escolar: (Faça um risco vertical na reta abaixo)
Muito ruim Muito bom
16. Na hora de dormir ou até duas horas antes de dormir, você costuma:
a Fumar.
b Tomar café.
c Tomar chá (preto ou mate).
d Tomar refrigerante do tipo cola (ex : coca-cola) e guaraná.
e Tomar bebidas alcóolicas.
f Tomar mais de 2 copos de água ou outro tipo de líquido
g Nenhuma das alternativas anteriores.
17. Quando você está com fome antes de dormir, você costuma:
a Tomar um copo de leite
b Fazer uma refeição leve
c Fazer uma refeição pesada
d Dormir com fome
18. Considerando o último mês você:
18.1 Apresentou algum problema de saúde?
a Não
b Sim Qual?
18.2 Quantas vezes esse problema ocorreu ?
a Menos de uma vez por semana.
b De 2 a 3 vezes por semana.
c De 4 a 5 vezes por semana.
d Todos os dias.
19. Você pratica atividade física (ex: caminhadas, musculação, basquete, etc.)?
76
a Não
b Sim Qual? Com que freqüência? a Diariamente.
b Várias vezes por semana.
c Uma vez por semana.
d Ocasionalmente.
20. Qual o horário mais freqüente em que você realiza esta atividade física?
Das horas minutos às horas minutos
21. Se você faz algum curso fora da escola, marque os dias e os horários das aulas.
a Segunda-feira às
b Terça-feira às
c Quarta-feira às
d Quinta-feira às
e Sexta-feira às
f sábado às
g Domingo às
22. Considerando o último mês, qual foi o seu horário habitual de dormir? (considere o
horário que você adormece)
a De segunda a quinta feira. :
b De sexta feira para sábado. :
c De sábado para domingo. :
d De domingo para segunda feira. :
23. Por que você foi dormir nesses horários?
Durante a semana Finais de semana
a Porque fiquei assistindo TV.
b Porque fiquei usando o computador.
c Porque fiquei estudando.
d Por causa do trabalho.
e Por causa dos afazeres domésticos.
f Porque senti sono.
g Porque meus pais determinaram o horário.
h Por causa das "baladas".
i Nenhuma das alternativas anteriores.
Qual?
24. Considerando o seu hábito no último mês, em que horário você acordou?
a De segunda a sexta feira. :
b Aos sábados. :
c Aos domingos. :
77
25. Por que você acordou nesses horários?
Durante a semana Finais de semana
a Por causa do horário da escola.
b Por causa de atividades físicas/esportivas.
c Para estudar.
d Por causa do trabalho.
e Por causa dos afazeres domésticos.
f Porque não senti mais sono.
g Para viajar.
h Para participar de atividades religiosas.
i Para passear ou ir ao clube/parque.
j Nenhuma das alternativas anteriores.
Qual?
26. De que forma você acorda pela manhã? (marque apenas uma alternativa para os
dias de semana e uma alternativa para os finais de semana)
Durante a semana Finais de semana
a Com despertador
b Alguém de chama
c Eu acordo sozinho
27. É difícil para você acordar pela manhã? (marque apenas uma alternativa para os
dias de semana e uma alternativa para os finais de semana)
Durante a semana Finais de semana
a Muito difícil
b Um pouco difícil
c fácil
28. Como é a qualidade do seu sono durante a noite? (Faça um risco vertical na reta
abaixo):
28.1 A qualidade do meu sono nos dias de semana é:
Muito ruim Muito boa
28.2 A qualidade do meu sono nos finais de semana é:
Muito ruim Muito boa
29. Sobre seu local de dormir, você o considera:
Bom
Ruim Se ruim, por quê?
a É muito claro.
b É muito barulhento.
c É muito movimentado.
d É muito quente.
78
e É muito abafado.
f Outros
30. Quanto tempo geralmente você demora para pegar no sono? (marque apenas uma
alternativa para os dias de semana e uma alternativa para os finais de semana)
Durante a semana Finais de semana
a De 0 - 15 minutos.
b De 16 - 30 minutos.
c De 31 - 60 minutos.
d Mais de uma hora.
31. Você apresentou algum desses problemas no último mês? (marque uma opção para
cada uma das alternativas)
Não Uma
vez por
mês
De 2 a 3
vezes/mês
De 1 a 2
vezes por
semana
De 3 a 6
vezes por
semana
Todos
os dias
a Levar mais do que 30 minutos
para adormecer.
b Acordar à noite e ter dificuldade
em voltar a dormir.
c Acordar muito cedo e ter
dificuldade em voltar a dormir.
d Sentir sono durante o dia.
e Falta de ar enquanto dorme.
f Pesadelos.
g Ter câimbra dormindo ou ao
acordar.
h Roncar.
i Andar dormindo.
j Chutar as pernas dormindo.
l Bater a cabeça dormindo.
m Falar dormindo.
n Gritar dormindo.
o Ranger os dentes dormindo.
p Se mexer muito dormindo.
32. Você gostaria de mudar algum aspecto do seu hábito de sono?
Durante a semana Finais de semana
a Dormir mais cedo.
b Dormir mais tarde.
c Acordar mais cedo.
d Acordar mais tarde.
e Dormir por mais tempo.
f Dormir por menos tempo.
79
g Não mudaria nada.
33. Você dorme por: (Faça um risco vertical na reta abaixo)
Prazer Necessidade
34. É comum acontecer com você :
Durante a semana Finais de semana
a Ir para cama e ficar fazendo coisas que lhe mantêm acordado
(assistir TV, ler, jogar vídeo game, falar ao telefone)
b Ao deitar, não conseguir dormir pensando nas coisas a fazer
c Ao deitar, ficar relembrando os eventos do dia
d Olhar as horas no relógio várias vezes por noite
e Usar a cama para outras coisas (falar ao telefone, fazer as tarefas
da escola, ver TV, jogar vídeo game)
f Não conseguir dormir e ficar na cama por mais de 1h
g Fazer uso de medicamentos para conseguir dormir
h Acordar e ficar na cama por mais de 30 minutos
35. Você costuma se sentir sonolento durante o dia? (marque apenas uma alternativa
para os dias de semana e uma alternativa para os finais de semana)
Durante a semana Finais de semana
a Não.
b Sim, das 08 às 10 horas.
c Sim, das 10 às 12 horas.
d Sim, das 12 às 14 horas.
e Sim, das 14 às 16 horas.
f Sim, das 16 às 18 horas.
g Sim, das 18 às 20 horas.
36. Você costuma dormir ou cochilar durante o dia? (marque apenas uma alternativa)
a Nunca ou raramente.
b Mais de uma vez por mês.
c Mais de uma vez por semana.
d Todos os dias.
37. Se você cochila, marque o horário que costuma cochilar?
Durante a semana Finais de semana
a Não
b Sim De ________ às ________ De ________ às ________
38. Que meio de transporte você usa para ir para a escola todos os dias ?
Carro
ônibus
a pé
outros
Quais?___________
39. Quanto tempo você leva para ir da sua casa até a escola ?
80
Eu levo aproximadamente _____________________.
40. Você gostaria de saber alguma informação a respeito do sono? Qual?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________
81
ANEXO 08: Diário de Sono
Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo
De que
horas
você foi
dormir à
noite
De que
horas
você
despertou
pela
manhã
Quantas
vezes
você
despertou
durante a
noite
após ter
ido
dormir
Quantos
cochilos
você deu
durante o
dia e
quanto
tempo
eles
duraram
Nº
de
vezes
Duração
Nº
de
vezes
Duração
Nº
de
vezes
Duração
Nº
de
vezes
Duração
Nº
de
vezes
Duração
Nº
de
vezes
Duração
Nº
de
vezes
Duração
82
ANEXO 09: Instruções para o uso do actímetro e Diário do Sono
Você agora esta tendo a oportunidade de utilizar um instrumento de pesquisa chamado
actímetro e junto com ele o registro do diário do sono. Esse aparelho é um acelerômetro
miniaturizado que permite o registro dos movimentos e a totalização e armazenamento em
uma memória a intervalos pré-definidos. Estes dados são submetidos a uma avaliação através
de um software para que seja inferido o estado de sono ou vigília. O diário do sono é um
complemento importante para registros dos dados dos horários dos eventos e de horários de
deitar e despertar registrados no actímetro também. Abaixo segue algumas instruções para bom
uso do actímetro e auxiliar no preenchimento do diário do sono.
Actímetro
Usar no pulso do membro não dominante;
Marcar (apertar o botão) ao deitar-se para dormir e ao despertar;
Pode tomar banho com o aparelho, porém não use para mergulhar em local de água
salgada;
Ao praticar atividades físicas nas quais perceba que a risco de danificar o aparelho,
retire-o (lutas, esportes como futebol, futsal, basquete, handball, voleibol e etc.);
Ao sair para festas e ou eventos, retire o aparelho, para evitar perda ou danos ao
aparelho;
Ao realizar alguma atividade que possa danificar o aparelho retire-o;
Os eventos importantes que devem ser marcados são as retiradas dos aparelhos e o
motivo delas pode ser registrado no diário do sono no quadro de observações, ou pode
ser feito em uma folha a parte, basta registrar o horário de retirada, o dia e o motivo.
Diário
Preencher os horários nos quais foi deita-se para dormir e o que despertou;
Preencher cochilos e retiradas do aparelho (para mergulho, ou porque foi realizar
atividade física, ou qualquer outro motivo pelo qual precisou retirar o aparelho) no
mesmo quadro, apenas identificando se o motivo é a retirada do aparelho ou um
cochilo.Observe se esta registrando o evento no dia em que ele ocorreu;
Registre os horários identificando se é manhã ou tarde, por exemplo, usando os
números 13h (para identificar que é 1h da tarde) ou usando AM e PM: 7h e 30 min
(horário de manhã), 19h e 30 mim (horário de noite) ou 2:00 PM (horário da tarde) 2:00
AM (horário da manhã);
Quando for dormir no após as 00h00min identifique também a data, por exemplo, você
vai relatar a hora que foi dormir da quarta-feira para quinta-feira, você irá fazer esse
registro na quinta-feira de preferência pouco depois de despertar;
Quinta-feira Sexta-feira
De que horas você foi dormir à
noite? 00h30min (28.05.2009)
De que horas você despertou
pela manhã? 07h00min
Quantas vezes você despertou
durante a noite após ter ido
dormir?
02 vezes
83
ANEXO 10: Montreal Cognitive Assessment (MoCA)
84
ANEXO 11: Actogramas
Turma com início das aulas às 08 horas da manhã
85
86
87
Turma com início das aulas às 07 horas da manhã
88
89
90
91