avaliaÇÃo do e-learning corporativo no brasil
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LUIZ EDUARDO MARQUES BASTOS
AVALIAÇÃO DO E-LEARNING CORPORATIVO NO BRASIL
21
SALVADOR 2003
LUIZ EDUARDO MARQUES BASTOS
AVALIAÇÃO DO E-LEARNING CORPORATIVO NO BRASIL
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
Profissional em Administração – MPA, da Escola
de Administração da Universidade Federal da
Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau
de Mestre em Administração.
Orientador: Prof. Dr. Robinson Moreira Tenório
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SALVADOR 2003
LUIZ EDUARDO MARQUES BASTOS
AVALIAÇÃO DO E-LEARNING CORPORATIVO NO BRASIL
Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Administração
Salvador, 31 de outubro de 2003 BANCA EXAMINADORA:
Prof. Dr. Robinson Moreira Tenório_________________________________________ Universidade Federal da Bahia Prof. Dr. Antônio Virgílio Bittencourt Bastos_________________________________ Universidade Federal da Bahia Prof. Dr. Pedro Luiz de Oliveira Costa Neto___________________________________ Universidade de São Paulo
23
24
Dedico este trabalho à minha família: Sandra, Larissa, Felipe e João Victor.
AGRADECIMENTOS
Os meus sinceros agradecimentos ao Prof. Robinson Tenório, a quem admiro pela postura de educador, tendo se transformado de orientador em amigo. Agradeço também ao Prof. Pedro Luiz, esse grande entusiasta da Educação à Distância em nosso país, pelas valiosas contribuições e incentivo. Agradeço aos Profs. Jairo Borges-Andrade, da Universidade de Brasília, Jia Frydenberg, da Universidade da Califórnia – Irvine, Badrul Khan, da Universidade George Washington e Rafael Bettio da Universidade Federal de Santa Catarina pelo envio de materiais, que muito enriqueceram este trabalho. Agradeço à Micropower, através dos Srs. Francisco Soetl e Luciano Marques, porque sem a parceria estabelecida com essa empresa, seria praticamente impossível realizar esta dissertação. Por fim, um agradecimento especial ao Prof. Cruiff Emerson pela ajuda em Estatística, à Valdete, dedicada revisora do trabalho, à Joelma, minha paciente digitadora, e à Nicole Wicks Saback, minha aluna e tradutora.
25
26
“Pesquisa é um processo interminável, intrisecamente processual. É um fenômeno de aproximações sucessivas e nunca esgotado (...)”
Pedro Demo
RESUMO
O objetivo deste trabalho é investigar como são avaliados os treinamentos baseados em e-
learning desenvolvidos pelas empresas no Brasil, na atualidade, visando identificar benefícios
e desafios para os treinandos e empresas, avaliar as práticas de avaliação de e-learning face
aos modelos teóricos, bem como propor estratégias visando a melhoria contínua dos
treinamentos através do e-learning. A abordagem metodológica foi a realização de uma
pesquisa tipo levantamento em oitenta empresas de vários setores de todas as regiões do país.
Como resultado da pesquisa, foram identificadas características gerais do e-learning nas
empresas, os fatores críticos de sucesso para o pré-projeto, planejamento, implantação e
avaliação do e-learning naquelas empresas.
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Palavras-chave:
E-learning – Avaliação de e-learning – Gestão de e-learning – Educação a Distância.
ABSTRACT
The objective of this work is to investigate how are evaluated trainings based on e-learning,
developed by companies in Brazil, at the present time, seeking to identify benefits for the
trainers and companies, to evaluate the e-learning evaluation and practices within the
theoretical models, as well as to propose strategies for the continuos improvement of training
based on e-learning. The methodological approach was a survey applied to eighty companies
of many industries from all regions of the country. As a result of the research, it has been
identified general characteristics of e-learning in the companies, the critical factors of sucess
for pre-project, planning, execution and evaluation of e-learning in those companies.
Key-words:
E-learning – E-learning evaluation – E-learning management – Distance Education.
28
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
1
2 AS PESSOAS E SUAS QUALIFICAÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES
9
2.1 UM POUCO DE HISTÓRIA
9
2.2. APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL
16
29
3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 21 3.1 CONCEITUAÇÃO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
21
3.2 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
25
3.3 POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES DA EAD
27
3.4 COMPONENTES DE UM SISTEMA DA EAD
29
3.5 MODALIDADES DA EAD
32
3.6 TECNOLOGIA UTILIZADAS EM EAD
34
3.7 A LEGISLAÇÃO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA, NO BRASIL
41
3.8 ALGUMAS EXPERIÊNCIAS RELEVANTES
44
4 O E -LEARNING 50 4.1 CONSIDERAÇÃOS INICIAIS
50
30
4.2 O CONCEITO DE E-LEARNING
52
4.3 PANORAMA DO E-LEARNING NA ATUALIDADE
54
4.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO E-LEARNING
65
4.5 MODELOS ESTRATÉGICOS DE E-LEARNING
69
4.6 FUNCIONALIDADES DO E-LEARNING
75
4.7 TENDÊNCIAS DO E-LEARNING
87
5 AVALIAÇÕES DE E -LEARNING 93 5.1 CONCEITUANDO AVALIAÇÃO
93
5.2 MODELOS DE AVALIAÇÃO DE TREINAMENTO
96
5.3 MODELOS DE AVALIAÇÃO DE E-LEARNING
110
5.4 ALGUNS EXEMPLOS DE AVALIAÇÃO DE E-LEARNING
124
31
6 METODOLOGIA 131 6.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
133
6.2 FASES DA PESQUISA
134
6.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA
137
6.4 FASE DO PRÉ-TESTE
140
7 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA 145 7.1 INFORMAÇÕES GERAIS
146
7.2 O E-LEARNING EM SUA ORGANIZAÇÃO
148
7.3 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO
154
7.4 AVALIAÇÃO
167
8 CONCLUSÃO
211
32
9 REFERÊNCIAS
218
APÊNDICE
XXX
ANEXO
XXX
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Pilares estratégicos do e-learning
Figura 2 – Plataforma para o e-learning
Figura 3 – Tipos de aplicação da CMC no ensino
Figura 4 – Atividades Colaborativas na Educação On-linePilares
Figura 5 – Modelo de Hamblin
Figura 6 – MAIS – Modelo de Avaliação Integrado e Somativo
Figura 7 – Seqüência de Objetivos
33
LISTA DE QUADROS
34
Quadro 1 – Gerações da educação a Distancia
Quadro 2 – Características Conceituais da Educação a Distancia
Quadro 3 – Componentes de um sistema de E.A.D.
Quadro 4 – Características de Cursos Assistidos
Quadro 5 – Características de Cursos Desassistidos
Quadro 6 – Usuários da Internet no Mundo
Quadro 7 – Perfil do Usuário de internet no Brasil
Quadro 8 – Tipos de Mídias Disponíveis na Internet x Grau de complexidade dos cursos
Quadro 9 – Vantagens e desvantagens do e-learning
Quadro 10 – Benefícios do e-learning corporativo
Quadro 11 – Conceitos de treinamento
Quadro 12 – Ciclo do processo de treinamento
Quadro 13 – Comparativo T&D x Universidades Corporativas
Quadro 14 – Principais critérios de negócio aplicados ao aprendizado
Quadro 15 – Avaliação de e-learning pela criação de valor
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Fase Pré-teste. Resultados da avaliação do questionário
(freqüência absoluta)
Tabela 2 – Fase Pré-teste. Resultados da avaliação do questionário
(freqüência relativa)
Tabela 3 – Fase Pré-teste. Resultados da avaliação do questionário
(freqüências absoluta e relativa)
Tabela 4 – Utilização das diferentes modalidades de treinamento, na empresa,
no momento
Tabela 5 – Utilização das diferentes modalidades de treinamento, na empresa,
Nos próximos 3 anos
Tabela 6 – Projeto conta com o apoio de, pelo menos, uma área de negócios
Tabela 7 – Projeto contribuirá efetivamente para a área de negócios que o apoia
Tabela 8 – O volume de usuários justifica a iniciativa
Tabela 9 – Nossa organização é flexível e aceitará bem as mudanças que o projeto trará
Tabela 10 – Área de negócios lidera o projeto ou dele participa intensamente
Tabela 11 – RH e TI trabalham de forma integrada
Tabela 12 – Temos um plano de expansão do projeto claramente definido
e/ou conhecido pelas lideranças superiores de todas as áreas
Tabela 13 – A equipe de implantação conta com representantes de todas as áreas
Tabela 14 – Temos um bom plano de comunicação
Tabela 15 – As lideranças da área de negócios engajaram-se efetivamente
Tabela 16 – A organização foi adequadamente preparada para absorver,
com sucesso, esta mudança
36
Tabela 17 – A eficácia do suporte técnico
Tabela 18 – A eficácia do tutor
Tabela 19 – A evasão dos alunos
Tabela 20 – A participação dos alunos nos cursos
Tabela 21 – O grau de conhecimento, por parte dos alunos, sobre os pré-requisitos
necessários para os cursos
Tabela 22 – O grau de conhecimento, por parte dos alunos, dos objetivos dos cursos
Tabela 23 – O grau de dificuldade dos cursos
Tabela 24 – O quanto os conteúdos propostos nos cursos são estimulantes
Tabela 25 – O quanto os conteúdos são relevantes para o trabalho
Tabela 26 – O ritmo dos cursos
Tabela 27 – “Observação” da turma, através de tutoria
Tabela 28 – Auto-avaliação do aluno
Tabela 29 – Avaliação presencial
Tabela 30 – Avaliação durante o curso
Tabela 31 – Comparação do desempenho do aluno com os objetivos
Tabela 32 – Comparação dos resultados do pré-teste e pós-teste
Tabela 33 – Compartilhamento do conhecimento entre os alunos
Tabela 34 – Feed-back para o aluno sobre o seu desempenho
Tabela 35 – Pós-teste
Tabela 36 – Pré-teste
Tabela 37 – Avaliação do comportamento antes do curso
Tabela 38 – Avaliação do comportamento após o curso
Tabela 39 – Avaliação do comportamento dos treinandos,
tendo como avaliadores outros funcionários
37
Tabela 40 – Comparação de comportamentos com grupo de controle
Tabela 41 – Programa de melhoria a partir dos resultados avaliados
Tabela 42 – Repetição da avaliação de comportamento após um prazo
Tabela 43 – Seleção de uma amostra relevante de treinandos para aplicação
da avaliação de comportamento
Tabela 44 – Verificação se os conteúdos aprendidos, são aplicados na prática
Tabela 45 – Acompanhamento dos resultados pela Diretoria / Presidência
Tabela 46 – Avaliação comparativa de custos do e-learning em relação
a outras modalidades de treinamentos
Tabela 47 – Avaliação do ROI (Retorno sobre Investimento) para o e-learning
Tabela 48 – Avaliação dos resultados dos negócios,
através de métricas estabelecidas
Tabela 49 – Comparação dos resultados do e-learning com as metas da empresa
Tabela 50 – Divulgação dos resultados para os envolvidos
Tabela 51 – Utilização dos resultados do e-learning para elaboração / aprovação
de orçamentos futuros
Tabela 52 – Fatores críticos de sucesso – Fase: pré-projeto
Tabela 53 – Fatores críticos de sucesso – Fase: planejamento
Tabela 54 – Fatores críticos de sucesso – Fase: implantação
Tabela 55 – Nível I – Reação
Tabela 56 – Nível II – Aprendizado
Tabela 57 – Nível III – Comportamento
Tabela 58 – Nível IV – Resultados
Tabela 59 – One – sample Kolmogorov – Smirnov Teste
Tabela 60 – Descriptives
38
Tabela 61 – Teste of Homogeneity of Variances
Tabela 62 – Test Statistics
Tabela 63 – Wilcoxon Signed Ranks Test
Tabela 64 – Dunnet Test
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Usuários de Internet: Argentina, Brasil e México
Gráfico 2 – Evolução do crescimento do e-learning corporativo no Brasil
Gráfico 3 – Percentuais de participação por país
Gráfico 4 – Origem da organização
Gráfico 5 – Setor predominante de atuação da organização
Gráfico 6 – Nº de funcionários da organização
Gráfico 7 – Faturamento médio anual da organização
Gráfico 8 – Segmentos de atuação da organização
Gráfico 9 – Tipo de e-learning utilizado
Gráfico 10 – Principal motivação para adoção de e-learning
Gráfico 11 – Nº de pessoas inscritas em e-learning nas organizações
Gráfico 12 – Estágios do e-learning nas organizações
Gráfico 13 – Temas abordados através do e-learning nas organizações
Gráfico 14 – Origem do fornecimento do e-learning para as organizações
Gráfico 15 – Origem da plataforma tecnológica de e-learning
Gráfico 16 – LMS (Learning Management Systems) nas organizações
Gráfico 17 – Locais de acesso aos programas de e-learning
Gráfico 18 – Acesso ao e-learning x expediente de trabalho
Gráfico 19 – Utilização das diferentes modalidades de treinamento, na empresa,
39
no momento
Gráfico 20 – Utilização das diferentes modalidades de treinamento, na empresa,
nos próximos 3 anos
Gráfico 21 – Projeto conta com o apoio de, pelo menos, uma área de negócios
Gráfico 22 – Projeto contribuirá efetivamente para a área de negócios que o apóia.
Gráfico 23 – O volume de usuários justifica a iniciativa
Gráfico 24 – Nossa organização é flexível e aceitará bem as mudanças que o
projeto trará
Gráfico 25 – A área de negócio lidera o projeto ou dele participa intensamente.
Gráfico 26 – RH e TI trabalham de forma integrada.
Gráfico 27 – temos um plano de expansão do projeto claramente definido e/ou
conhecido pelas lideranças superiores
Gráfico 28 – A equipe de implantação conta com representantes de todas as áreas
Gráfico 29 – Temos um bom plano de comunicação
Gráfico 30 – As lideranças da área de negócios engajaram-se efetivamente
Gráfico 31 – A organização foi adequadamente preparada para absorver,
com sucesso esta mudança
Gráfico 32 – A eficácia do suporte técnico
Gráfico 33 – A eficácia do tutor
Gráfico 34 – A evasão dos alunos
Gráfico 35 – A participação dos alunos nos cursos
Gráfico 36 – O grau de conhecimento, por parte dos alunos, sobre o
pré-requisitos necessários para os cursos
Gráfico 37 – O grau de conhecimento, por parte dos alunos, dos objetivos dos cursos
Gráfico 38 – O grau de dificuldade dos cursos
40
Gráfico 39 – O quanto as atividades propostas nos cursos são estimulantes
Gráfico 40 – O quanto os conteúdos são relevantes para o trabalho
Gráfico 41 – O ritmo dos cursos
Gráfico 42 – “Observação” da turma, através de tutoria
Gráfico 43 – Auto-avaliação durante o curso
Gráfico 44 – Avaliação presencial
Gráfico 45 – Avaliação durante o curso
Gráfico 46 – Comparação do desempenho do aluno com os objetivos dos cursos
Gráfico 47 – Comparação dos resultados do pré-teste e pós-teste
Gráfico 48 – Compartilhamento do conhecimento entre os alunos
Gráfico 49 – Feed-back para o aluno, sobre o seu desempenho
Gráfico 50 – Pós-teste
Gráfico 51 – Pré-teste
Gráfico 52 – Avaliação do comportamento antes do curso
Gráfico 53 – Avaliação dos comportamento após o curso
Gráfico 54 – Avaliação do comportamento dos treinandos, tendo como
avaliadores outros funcionários
Gráfico 55 – Comparação de comportamentos com grupo de controle
Gráfico 56 – Programa de melhoria a partir dos resultados avaliados
Gráfico 57 – Repetição da avaliação de comportamento após um prazo
Gráfico 58 – seleção de uma amostra relevante de treinandos
para aplicação de avaliação de comportamento
Gráfico 59 – verificação se os conteúdos aprendidos, são aplicados na prática
Gráfico 60 – Acompanhamento dos resultados pela Diretoria / Presidência
Gráfico 61 – Avaliação comparativa de custos do e-learning
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em relação a outras modalidades de treinamento
Gráfico 62 – Avaliação do ROI (Retorno sobre Investimento) para e-learning
Gráfico 63 – Avaliação dos resultados dos negócios,. Através de métricas estabelecidas
Gráfico 64 – Comparação dos resultados do e-learning com as metas da empresa
Gráfico 65 – Divulgação dos resultados para os envolvidos
Gráfico 66 – Divulgação dos resultados do e-learning
para elaboração / aprovação e orçamentos futuros
Gráfico 67 – Médias das Médias (Situação Real)
Gráfico 68 –Intervalos das Médias
42
1 INTRODUÇÃO
Os recentes avanços das Tecnologias da Informação e da Comunicação têm
proporcionado novos meios de interação entre as pessoas, bem como novas possibilidades no
que se refere à Educação.
A globalização da economia, gerando aumento da competitividade entre países,
blocos econômicos e empresas, aliada a uma rápida obsolescência do conhecimento, têm
conduzido a uma demanda crescente de Educação Continuada por parte dos profissionais, em
todos os níveis.
Por outro lado, a permanente necessidade de redução de custos, oriunda do
próprio acirramento da concorrência, além das dimensões continentais do Brasil, que acaba
por reduzir as oportunidades de treinamento de profissionais localizados fora dos grandes
centros, criaram o ambiente propício para a disseminação da Educação a Distância (E.A.D.),
como alternativa viável para a solução desses problemas.
O desenvolvimento da rede mundial de computadores, viabilizou um amplo leque
de recursos a serem utilizados na educação a distância, criando o advento do e-learning: é a
Internet possibilitando níveis jamais imaginados de interação entre aluno e professor, aluno e
seus colegas, trazendo imagens, sons, textos, criando comunidades virtuais de aprendizagem,
enfim, tornando o processo ensino-aprendizagem muito mais dinâmico, além de apresentar
custo e alcance bastante atraentes.
Movidas pela necessidade de reduzir custos, prover acesso global a conteúdos e
educação continuada para seus profissionais, muitas empresas, no Brasil e no exterior, estão
desenvolvendo, ou pretendendo desenvolver programas de e-learning. Entretanto o impacto
destes esforços ainda não está claro, uma vez que, se por um lado a tecnologia é nova, por
43
outro, de acordo com relatórios recentemente elaborados nos Estados Unidos pela empresa
Forrester Research, e no Brasil, pela PriceWaterhouse Coopers, as empresas, em geral, falham
em avaliar a sua eficácia.
Os principais problemas apontados, vão desde as deficientes implementações,
negligenciando o balanceamento entre as estratégias on e off-line, conteúdos estáticos, baixa
interatividade, até fatores culturais, tais como acomodação às formas tradicionais de
capacitação e falta de apoio por parte da gerência e direção.
A PriceWaterhouse Coopers, em parceria com a empresa Micropower, líder de e-
learning no Brasil, conduziu uma pesquisa durante seis meses durante o ano de 2001, no
Brasil, Argentina e Chile, focada em 110 empresas dos mais variados setores, visando
identificar as possibilidades e limitações do e-learning na região.
Dentre outros, destacam-se os principais desafios para a expansão do e-learning,
de acordo com aquela pesquisa:
(i) Operacionalização de filiais latino-americanas de empresas estrangeiras;
(ii) Fusões e aquisições de empresas latino-americanas por empresas estrangeiras;
(iii) Desregulação e aumento da competitividade em alguns setores, tais como o
de telecomunicações;
(iv) Processos de privatização;
(v) Impacto de novas tecnologias nas empresas, e;
(vi) Busca de redução de custos.
Por outro lado, foram identificados, pela pesquisa, alguns fatores restritivos para a
difusão do e-learning, tais como:
(i) Falta de vínculo com a agenda da CEO1, ocasionando falta de apoio por parte
da direção das empresas (grifo do autor);
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_______________________________________________________________________________________1 CEO – Chief Executive Officer, termo em inglês que designa o principal executivo de uma empresa.
(ii) Visualização do custo como principal vantagem e o fracasso em demonstrar o
retorno financeiro para o negócio;
(iii) Barreiras de cultura organizacional e acomodação às formas tradicionais de
capacitação;
(iv) Falta de conhecimento dos executivos sobre as novas tecnologias e suas
possibilidades.
Os resultados da pesquisa norte-americana, conduzida pela empresa Forrester
Research, além dos aspectos mencionados, apontam outros, a saber:
(i) Poucos funcionários aderem aos cursos, a menos dos fanáticos por tecnologia
ou agentes comerciais afastados de suas bases;
(ii) Ainda é observado um elevado grau de evasão dos cursos;
(iii) Limitações no design instrucional dos cursos: utilização de páginas com
grande quantidade de textos, baixo uso de ferramentas de simulação, colaboração
e personalização, falta de sincronismo das estratégias on e off-line;
(iv) Falta de alinhamento com as estratégias de negócios da empresa.
Percebe-se que o e-learning apresenta um enorme potencial estratégico para as
organizações, particularmente levando-se em consideração o ambiente competitivo e
globalizado de negócios, que gera demanda crescente de capacitação para os seus
profissionais, porém ainda esbarra em dificuldades oriundas de falhas ocorridas em seu
planejamento e operacionalização. Avanços poderão ser obtidos, a partir da implementação de
programas de avaliação das experiências de e-learning, visando um processo de melhoria
contínua, identificando as restrições com o propósito de anulá-las ou atenuá-las.
Entretanto, verifica-se, seja através da literatura ou de pesquisas realizadas, que
um dos pontos que mais carecem de desenvolvimento no e-learning é exatamente a sua
45
avaliação, como de resto é observado em qualquer outra modalidade de treinamento, apesar
da enorme importância para o seu aprimoramento e sucesso.
Exatamente nesta lacuna, posiciona-se a nossa pesquisa; ou seja, ela visa
identificar se e como as empresas, no Brasil, avaliam os seus projetos de e-learning, e a partir
desse mapeamento, abrir campo para ações e pesquisas futuras.
O presente trabalho, justifica-se pelos seguintes aspectos:
• Vanguarda do tema, com enormes perspectivas de desenvolvimento, no Brasil,
tendo em vista que e-learning, foi apenas recentemente introduzido em nosso
país;
• Ineditismo da abordagem, uma vez que o e-learning ainda não tem sido
sistematicamente avaliado em nosso país;
• Escassez de literatura a respeito do tema;
As organizações devem estar abertas às mudanças na sociedade, na tecnologia, no
mercado e às novas necessidades dos seus clientes. O aperfeiçoamento contínuo, denominado
Kaizen, pela abordagem japonesa da qualidade total, conduz à uma organização que se
reinventa a cada momento.
A melhoria contínua de processos, pressupõe a ação gerencial de avaliação
integrada às ações de planejamento, através da retroalimentação e ações corretivas.
A norma brasileira NBR ISO 10015 – gestão da qualidade – diretrizes para treinamento,
preconiza que o treinamento, independentemente do método adotado, seja um processo de
quatro estágios, dentre eles a avaliação dos seus resultados.
Dessa forma, considerando-se a avaliação como etapa fundamental da gestão de
treinamento, em particular do e-learning, visando a melhoria contínua das organizações,
podemos definir o problema central deste trabalho:
46
Como são avaliados os treinamentos baseados em e-learning, nas empresas, no
Brasil?
Tal problema desdobra-se em três outras questões, a saber:
Como é desenvolvido o e-learning nas organizações?
Quais são os fatores críticos de sucesso para o e-learning, nas organizações?
Como é realizada a avaliação do e-learning, nas organizações?
Assim, fica estabelecido como objetivo geral do trabalho:
Investigar como são avaliados os treinamentos baseados em e-learning
desenvolvidos pelas empresas no Brasil, na atualidade.
Os objetivos específicos são:
Investigar como são desenvolvidos e avaliados os treinamentos baseados em e-
learning, nas organizações.
Confrontar as práticas de avaliação de e-learning, desenvolvidas pelas empresas
no Brasil e identificadas pela pesquisa, com os modelos teóricos existentes, e;
Propor recomendações, visando a melhoria contínua de treinamentos realizados
através do e-learning, nas organizações.
Considerando-se que a adoção do e-learning em nosso país é um fato recente e
que existe atualmente um número relativamente pequeno de empresas, dispersas
geograficamente por todo o país, que utilizam esta modalidade de treinamento, cada empresa,
constitui um caso a ser estudado. Entretanto, se consideradas em conjunto, formam uma base
de observações qualitativas e quantitativas, justificando, uma pesquisa tipo levantamento, que,
dentre outros aspectos, possibilita a análise agregada em relação ao problema apresentado.
Tratou-se então de implementá-la através de um questionário aplicado a uma amostra
estatisticamente representativa de um universo de empresas, permitindo a obtenção de dados,
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que uma vez analisados e confrontados com o referencial teórico, conduziram a um conjunto
de conclusões, trazendo respostas ao problema proposto.
A amostra foi obtida a partir do cadastro de clientes da empresa Micropower, que
além de ser reconhecidamente uma líder nacional na área de e-learning, realiza evento anual
denominado “E-learning Brasil” que reúne especialistas nacionais e internacionais, empresas
fornecedoras, bem como usuários atuais e potenciais de e-learning em todo o país. O
mencionado evento, que se encontra no ano de 2003 na sua quarta versão, levou à criação de
um site na Web denominado www.elearningbrasil.com.br, que é atualmente o principal portal
de e-learning em nosso país.
Tendo em vista que a unidade de análise da amostra é a empresa, desejou-se obter
a sua visão com relação a avaliação do e-learning. Sendo assim, foram aplicados questionários
aos seus executivos, das áreas de gestão de pessoas, treinamento, Universidades Corporativas,
etc.
A dissertação encontra-se estruturada da seguinte forma:
O capítulo 1 trata da Introdução, contemplando os antecedentes, justificativa,
problema, objetivos, procedimentos metodológicos e estruturação do trabalho.
O capítulo 2 discorre sobre a Educação a Distância, conceituando-a, apresentando
um histórico, algumas experiências de Educação a Distância no Brasil e no exterior,
principais tecnologias empregadas e suas possibilidades e limitações.
O capítulo 3 trata do E-learning, conceituando-o, apresentando um histórico no
Brasil e no exterior, bem como as tecnologias, as normas adotadas, vantagens e desvantagens
para o treinando e para as organizações, além de alguns modelos estratégicos de e-learning.
O capítulo 4 aborda a avaliação de e-learning, iniciando-se com uma conceituação
de avaliação educacional e de treinamento, tratando, em seguida de modelos de avaliação de
e-learning propriamente ditos.
48
O capítulo 5 trata da metodologia da pesquisa.
O capítulo 6 apresenta os resultados da pesquisa.
O capítulo 7 traz as conclusões e recomendações do trabalho.
Finalizando, o capítulo 8 apresenta as referências bibliográficas utilizadas no
trabalho.
49
2 A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Este capítulo aborda um breve histórico da Educação a Distância, os principais
conceitos e tecnologias utilizados, bem como um panorama de E.A.D. no Brasil, suas
possibilidades e limitações.
2.1 PANORAMA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Há muita controvérsia com relação ao efetivo início do que se define como
Educação a Distância. Nunes (1992), em um dos mais abrangentes trabalhos nacionais sobre
aspectos gerais e históricos da Educação a Distância, ressalta que os seus primórdios
remontam às cartas de Platão e das epístolas de São Paulo, entretanto mais recentemente
devem ser registradas as experiências de educação por correspondência, iniciadas no final do
século XVIII e com maior desenvolvimento a partir da metade do século XIX. Moore e
Kearsley (1996, p. 20-23) mencionam os cursos pioneiros de E.A.D. por correspondência:
O primeiro, oferecido na Inglaterra, em 1840, por Pitman era um curso de estenografia, onde os alunos deveriam fazer cópias de trechos da Bíblia e enviá-los para correção. Ainda na Europa, em 1856, o francês Toussant e o alemão Langenscheidt iniciaram o ensino de idiomas por correspondência.
O primeiro programa de E.A.D. em nível universitário do mundo, conforme o
mesmo autor, foi iniciado por William Harper, em 1892, na Universidade de Chicago, onde
foi criada uma divisão de extensão a fim de oferecer cursos por correspondência.
As experiências de Keller, em 1943, para o ensino do Código Morse para soldados
norte-americanos durante a Segunda Guerra, foram utilizadas posteriormente, em tempos de
paz, para a integração social e laboral de populações atingidas pela guerra.
No Brasil, diversas iniciativas de E.A.D. vêm sendo conduzidas, desde o início do
século passado (NISKIER, 1999; BELLONI, 1999; NUNES, 2000; BURNHAM, 2002). As
primeiras iniciativas (Burnham, 2002) datam de 1904: eram as denominadas escolas
50
internacionais, instituições privadas, que ofereceriam cursos por correspondência, à
semelhança de diversas instituições norte-americanas e européias. Em 1923, o então
Departamento de Correios e Telégrafos, através da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, lançou
os primeiros programas de rádio com fins educativos, com a oferta de temas que variavam de
Literatura até a Rádio Telegrafia. Na década de 30, Roquete Pinto, através da mesma estação
de rádio, desenvolveu a Rádio-Escola Municipal do Rio de Janeiro, combinando a utilização
do rádio com a correspondência como tecnologias mediadoras. Em 1941, funda-se o
legendário Instituto Universal Brasileiro, uma das experiências pioneiras de E.A.D. em nosso
país. Utilizando basicamente material impresso, oferece até hoje, diversos cursos
profissionalizantes e de caráter supletivo. Atualmente é considerada a maior escola de E.A.D.
do Brasil (PINHEIRO, 2002).
As denominadas Universidades do Ar (1941 e 1947) são lançadas objetivando a
formação de professores e atualização na área comercial. No início da década de 60, o
Movimento de Educação de Base – MEB, oferece cursos através de programas de rádio,
objetivando a alfabetização de adultos.
Na década de 70, diversas iniciativas são registradas, a começar pelo PRONTEL –
Programa Nacional de Teleducação, lançado em 1972 e o Projeto Minerva, que utilizando o
rádio, ofereceram diversos cursos supletivos, com o alcance de centenas de milhares de
pessoas, em diversos estados do país.
Em Brasília, desde 1973 o CETEB – Centro de Ensino Técnico de Brasília, vem
oferecendo diversos cursos para formação e aperfeiçoamento de professores, em serviço
(Projeto Logos), bem como o Projeto ACESSO, desenvolvido para a Petrobrás, com o
objetivo de proporcionar a escolarização básica a seus funcionários e de oferecer
profissionalização para a área de petróleo. (NUNES, 1992).
51
A partir do final da década de 60, a televisão educativa, passa também a ser
utilizada como mais uma alternativa de E.A.D.. Iniciativas se seguem, seja no âmbito nacional
ou regional, como a TV Educativa do Maranhão, a TV Educativa do Ceará, o IRDEB –
Instituto de Radiodifusão do Estado da Bahia, a Fundação Padre Anchieta, em São Paulo e a
Fundação Padre Landall de Moura no Rio Grande do Sul. No final dos anos 70, foi criado o
Telecurso 2º grau (1978), projeto desenvolvido em conjunto pelas Fundações Padre Anchieta
e Roberto Marinho, gerando posteriormente o Telecurso 1º grau (1981) e o Telecurso 2000
(década de 90).
A novela-curso João da Silva (1973) e o Projeto Conquista, também no mesmo
período, foram considerados pioneiros no Brasil e no mundo, pela utilização da telenovela
como recurso de E.A.D.. A novela João da Silva, levou ao ar uma centena de capítulos,
apoiada por livros e aulas de revisão (BURNHAM, 2002).
Nunes (1992), Saito (2000) e Pinheiro (2002), apresentam evoluções históricas da
E.A.D., atrelando-as às tecnologias utilizadas para a entrega dos cursos. A esse respeito
Pinheiro (2002, p.7) ressalta:
Do início do século XX até a Segunda Guerra Mundial, várias experiências foram adotadas, ocasião em que as metodologias aplicadas ao ensino por correspondência se desenvolveram melhor, e que posteriormente, foram fortemente influenciados pela introdução de novos meios de comunicação de massa, como o rádio [...].
Já Moore e Kearsley (1996) apresentam um histórico da E.A.D., subdividindo-a
em três gerações, conforme mostra o quadro abaixo:
Quadro 1 - Gerações de Educação a Distância
Geração Período Características
1ª Até 1970 Estudo por correspondência, no qual o principal meio de
comunicação era o material impresso, enviado pelo correio.
2ª 1970 Surgem as primeiras universidades abertas, utilizando além do
52
material impresso, transmissões por televisão aberta, rádio, fitas
de áudio e vídeo, com interação por telefone, satélite e TV a
cabo.
3ª 1990 É a geração baseada em redes de computadores e estações de
trabalho multimídia.
Fonte: Adaptado de Moore e Kearsley (1996)
De acordo com Nunes (1992), dezenas de países, nos cinco continentes, adotam a
E.A.D., em todos os níveis de ensino, em seus sistemas formais e informais, atendendo a
milhões de estudantes, com inúmeras aplicações, dentre elas: aperfeiçoamento de professores
e profissionais de saúde, treinamento empresarial nas mais diversas áreas, bem como
programas governamentais desenvolvidos em vários países.
Podemos destacar, na atualidade, algumas instituições estrangeiras que
desenvolvem importantes programas de E.A.D.. São elas:
a) Universidad Nacional de Educación a Distancia – UNED (Espanha)
A UNED tem como objetivos:
• Utilizar técnicas e experiências idôneas de ensino a distância;
• Propor novos modelos de educação a distância;
• Facilitar a criação de uma comunidade universitária;
• Desenvolver a investigação científica em todos os âmbitos e níveis;
• Impulsionar a formação permanente e a atualização da universidade.
Possui um serviço de Audiovisuais, composto por Rádio UNED; TeleUNED; TV
Educativa; Áudio/Vídeo; Videoconferências, inclusive, produzindo seus próprios materiais.
Oferece mais de duzentos cursos regulares e não regulares.
53
Merecem destaque os cursos Master em Educação Aberta e a Distância,
coordenado pelo especialista internacional em E.A.D., Lorenzo Garcia Aretio, bem como o
Master em Novas Tecnologias da Informação e Comunicação, aplicadas à Educação, que
encontra-se em sua quinta turma.
b) University of British Columbia (Canadá)
É uma das maiores e mais antigas universidades dos país, tendo sido incorporada
pelo governo canadense em 1908. Em 1915 admitiu os seus primeiros estudantes,
transferindo-se para o campus atual.
A unidade de Educação a Distância da Universidade de British Columbia tem uma
larga tradição naquele país e em todo o mundo. Criada em 1949 como um centro de extensão
universitária, tinha como objetivo principal a capacitação de professores das escolas públicas
da província.
Daquela época, até a atualidade, evoluiu para uma unidade de apoio acadêmico
que atua de maneira colaborativa com os docentes dos departamentos da universidade,
desenvolvendo cursos para estudantes universitários e comunidade em geral.
A partir dessas experiências, foram criadas empresas que desenvolveram
softwares para oferta de cursos via Web, tais como o WebCT e o Virtual-U, muito utilizados
internacionalmente.
c) Instituto Tecnológico de Estudios Superiores de Monterrey – ITESM
(México)
A Universidade Virtual do ITESM conta, na atualidade, com mais de 80 mil
estudantes atendidos por ano, com programas acadêmicos que vão desde cursos profissionais
até programas de alfabetização on-line para comunidades carentes do México, passando por
54
uma variedade de programas de mestrado e de educação continuada, assim como de
capacitação de professores, abrangendo o próprio ITESM e outros sistemas educativos do
México e de mais dez países da América Latina.
No ano de 2002, concluíram os cursos, 1342 alunos de 19 mestrados e 1
doutorado. Até o momento, somam-se quase 4000 mil profissionais que obtiveram um grau
acadêmico através da Universidade Virtual do ITESM.
d) Centre National d’Enseignement à Distance (CNED) – França
Instituição subordinada ao Ministério da Educação da França, sendo, na
atualidade a maior instituição de ensino a distância da Europa, apresentando, no ano de 1995,
cerca de 350.000 alunos matriculados. (Saito, 2000)
Oferece cursos em todos os níveis de ensino, utilizando como principal forma de
mediação, a correspondência.
e) National Technological University (NTU) – Estados Unidos
O consórcio criado por 24 universidades norte-americanas em 1985, que oferece
atualmente mais de 400 cursos pós-graduação e extensão para a área de engenharia,
desenvolvidos por 45 instituições participantes. Mais de 100 grandes corporações contratam
os programas do NTU para seus funcionários, oferecendo ótimas oportunidades para
engenheiros que são transferidos de seus locais de origem por seus empregadores. Os
certificados são emitidos pelo próprio consórcio NTU e não pelas diversas instituições que
oferecem os cursos.
f) Open University (Reino Unido)
55
A Open University (OU) é a maior universidade do Reino Unido, com mais de
200.000 estudantes, possuindo 13 centros regionais.
Os alunos a escolhem pela flexibilidade, alta qualidade dos materiais, e de seus
cursos. Seus princípios procuram traduzir o compromisso com seus estudantes:
• Aberta às pessoas (Open as to people)
• Aberta aos lugares (Open as to places)
• Aberta aos métodos (Open as to methods)
• Aberta às idéias (Open as to ideas)
Com relação aos cursos, oferece:
• Cursos de 2 anos de duração com direito a diploma;
• Cursos de bacharelado e pós-graduação;
• Os materiais são enviados aos alunos para que os mesmos possam estudar em casa
ou em qualquer lugar que desejarem, incluindo material impresso, programas de
TV, e apoio de Internet;
Oferece suporte para estudo em conjunto, provendo tutores, e pessoal de apoio nos centros
regionais, além de orientações permanentes aos alunos com relação ao progresso nos estudos.
2.2 CONCEITUAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Procurando realizar uma revisão das principais conceituações para a Educação a
Distância (E.A.D.), na literatura, verificam-se alguns fatos relevantes:
(i) Grande inconsistência na terminologia utilizada (KEEGAN, 1986);
56
(ii)Confusão com outras formas de educação não convencional (KEEGAN, 1986);
(iii) Tratamento da Educação a Distância, a partir da comparação com a
modalidade presencial de educação (NUNES, 1992).
Concretamente, foi sobretudo a partir da década de 80 do século passado, que se
observou um esforço dos estudiosos no sentido de conceituar adequadamente a E.A.D.,
visando defini-la como campo teórico (NUNES, 1992; SAITO, 2000; PINHEIRO, 2002).
Serão apresentados a seguir, a partir deste ponto, alguns conceitos elaborados
pelos principais pesquisadores da E.A.D., no mundo:
Dohmen (1967, citado por Keegan, 1996, p.41.)
Educação a Distância é uma forma sistematicamente organizada de autoestudo onde o aluno se instrui a partir do material de estudo que lhe é apresentado, onde o acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante são levados a cabo por um grupo de professores. Isto é possível de ser feito a distância através da aplicação de meios de comunicação capazes de vencer longas distâncias. O oposto de “educação a distância” é a “educação direta” ou “face a face”: um tipo de educação que acontece com contato direto entre professor e aluno.
Peters (1973)
Educação a Distância é um método racional de partilhar conhecimentos, habilidades e atitudes, através da aplicação da divisão do trabalho e de princípios organizacionais, tanto quanto pelo uso extensivo de meios de comunicação, especialmente para o propósito de reproduzir materiais técnicos de alta qualidade, os quais tornam possível instruir um grande número de estudantes ao mesmo tempo, enquanto esses materiais durarem. É uma forma industrializada de ensinar e aprender.
Holmberg (1977, p.9)
O termo educação a distância abrange vários tipos de estudos, em qualquer nível que não acontecem sob a supervisão imediata e contínua de tutores que estão presentes com seus alunos nos auditórios ou salas de aula, mas que, mesmo assim, se beneficiam do planejamento, orientação e instrução de uma instituição de ensino.
Keegan (1986, p.28)
Separação física entre professor e aluno, que a distinguem do ensino presencial; Influência de uma organização educacional, que a diferencia da educação individual; Utilização de meios técnicos de comunicação, para unir o professor ao aluno e transmitir os conteúdos educativos;
57
Provimento de uma comunicação de mão dupla, onde o estudante se beneficia de um diálogo, e da possibilidade de iniciativas de dupla via; Possibilidade de encontros ocasionais, com propósitos didáticos e de socialização; e Participação de uma forma industrializada de educação, a qual, se aceita, contém o gérmen de uma radical distinção dos outros modos de desenvolvimento da função educacional.
Armengol (1987)
População de estudantes relativamente dispersa; População estudantil predominantemente adulta; Cursos que pretendem ser autoinstrucionais; Cursos pré-produzidos; Comunicações massivas, destinadas a um grande número de estudantes; Comunicação organizadas em duas direções; Estudo individualizado; Forma mediada de conversação; Tipo industrializado de ensino-aprendizagem; Crescente utilização da “nova tecnologia informativa”. Tendência de adotar estruturas curriculares flexíveis; e Custos decrescentes por estudantes.
Aretio (1994, citado por Pinheiro, 2002, p.6)
O ensino a distância é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional, que pode ser massivo e que substitui a interação pessoal, na sala de aula, de professor e aluno, como meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma organização e tutoria que propiciam a aprendizagem independente e flexível dos alunos.
Saito (2000, p.5)
Um elemento sempre presente nas propostas de educação a distância, independentemente da terminologia adotada (estudo independente, aprendizagem aberta, ensino a distância, etc.) é a separação física entre professor e aluno. Essa é a característica básica que diferencia a educação a distância de outras formas de ensino não convencional existentes.
Pinheiro (2002, p.6)
Um processo educacional onde a característica determinante é a separação física entre professor e aluno, mediada por tecnologias da informação e comunicação.
58
Landim (1997, p.30) apresenta uma interessante síntese das características mais marcantes da
E.A.D., a partir de uma pesquisa bibliográfica, que contemplou os principais autores da área.
A referida autora identificou vinte e um conceitos principais, tomando como critérios a
importância dos seus autores e a divulgação que obtiveram. O Quadro 2 a seguir, apresenta
uma síntese da referida pesquisa:
Quadro 2 – Características Conceituais da Educação a Distância
Características Percentual de incidência (%)
Separação professor / aluno 95
Meios técnicos 80
Organização (apoio – tutoria) 62
Aprendizagem independente 62
Enfoque tecnológico 38
Comunicação bidirecional 35
Comunicação massiva 30
Procedimentos industriais 15
Fonte: Landim (1997, p.30)
Das diversas definições apresentadas, destacam-se alguns aspectos relevantes, a
saber:
(i) Transformação da relação tradicional professor/aluno e aluno/aluno que
ocorre na salas de aula;
(ii) Interface entre os participantes do processo ensino-aprendizagem,
realizada através de meios tecnológicos, superando barreiras de tempo e
espaço;
59
(iii) Modificação do papel do professor, transformando-o em um facilitador da
aprendizagem;
(iv) Amplo alcance, seja pelo número de aprendizes, seja pela abrangência
geográfica.
Para efeito deste trabalho, adotaremos o seguinte conceito de Educação a
Distância, procurando sintetizar os diversos conceitos e definições previamente apresentados:
É uma forma de Educação, implementada por uma organização educacional, em
que professores e alunos encontram-se separados fisicamente, necessitando para o
estabelecimento de comunicação entre ambos, da mediação de algum tipo de tecnologia.
2.3 COMPONENTES DE UM SISTEMA DE E.A.D.
Webschool (2002) apresenta um modelo, onde estão relacionados os principais
componentes de um sistema de E.A.D.. Como pode ser observado no Quadro 3, trata-se de
um sistema complexo, entretanto é estruturado de forma a favorecer o aprendizado, que é o
seu objetivo central, uma vez que, o aluno é o principal elemento no processo de
aprendizagem.
60
Quadro 3 - Componentes de um sistema de E.A.D.
O detalhamento do papel de cada componente do sistema, é apresentado a seguir
(Webschool,2002):
• Aprendizagem do aluno – o aluno é o principal elemento no processo de
aprendizagem, dessa forma, suprir suas necessidades deve ser a meta de todo sistema
de E.A.D.;
• Professor – o sucesso da E.A.D., depende fundamentalmente do professor, que tem as
mesmas responsabilidades do ensino presencial: selecionar o conteúdo do curso,
compreender as necessidades dos estudantes e avaliar a aprendizagem. Além disso
deve adaptar o seu estilo de ensino, dominando as mídias adotadas e por fim deve
atuar como facilitador e provedor de conteúdo;
• Tutor – nem sempre está presente nos sistemas de E.A.D.. Quando está presente, nem
sempre conhece os conteúdos ensinados. Seu papel equivale aos olhos e ouvidos
locais do professor: opera os equipamentos de uma sala remota, aplica atividades e
avaliações e motiva os alunos dando um toque mais pessoal e humano;
• Monitor – desempenha suas funções próximo ao professor, ou seja, ao contrário do
tutor, deve conhecer o conteúdo do curso, uma vez que o seu papel é assistir ao
Aprendizagem do
Aluno
Tutor
Monitor
Suporte Técnico
Professor
Suporte Administrativo
Administradores
Conteúdo Pedagógico
Sistema de gerenciamento de Aprendizagem
Fonte: Webschool (2002)
Mídias
61
professor, esclarecendo dúvidas dos alunos, corrigindo exercícios, interagindo
freqüentemente com ele;
• Suporte técnico – é responsável por todos os aspectos técnicos relacionados com o
sistema, tais como: operação e manutenção de equipamentos, configuração de
softwares, incluindo também a criação de material didático, nos aspectos de
programação, projeto visual, concepção pedagógica, etc;
• Sistema de gerenciamento de aprendizagem – normalmente é composto por módulos,
responsáveis por controlar o acesso ao curso, gerenciar matrículas, dar suporte à
comunicação, registrar freqüência, mediar a interação entre professores e alunos,
alunos-alunos e administração-alunos;
• Mídias – são os meios de comunicação através dos quais são trocadas informações
entre as partes integrantes do sistema. Pode ser material impresso , Internet, CD-
Rom, Vídeo conferência, televisão, rádio, etc.;
• Conteúdo Pedagógico – são as referências primárias de informação para os
estudantes. Podem ser apresentadas das mais variadas formas, a depender da mídia
utilizada: páginas Web, material impresso , arquivos de texto, imagens, áudio e vídeo,
sessões de videoconferência, etc.;
• Administradores – são os responsáveis pela gestão do sistema de E.A.D. Decidem
sobre equipamentos, formatos, contratações, prazos, prioridades, etc.;
• Suporte Administrativo – é responsável pelas matrículas, logística da distribuição do
material, aquisição do material didático e suprimento em geral, controle de direitos
autorais, processamento de notas, etc.
62
2.4 MODALIDADES DA E.A.D.
Um dos fatores críticos de sucesso de um sistema de E.A.D. é exatamente a
escolha das tecnologias de suporte e a forma da sua disponibilização. A definição de qual
modalidade deve ser adotada é função das características e necessidades específicas de cada
curso. Webschool (2002), classifica os cursos a distância segundo:
(i) Sincronicidade – que se relaciona com as características das mídias adotadas;
(ii) Assistência – relacionada à existência de um instrutor para assistir os alunos.
A sincronicidade, pode ser entendida também como o grau de sincronismo presente nos
cursos:
• Síncronos: são aqueles que se utilizam exclusivamente de meios de comunicação
síncronos (TV, videoconferência, telefone, etc.)
• Semi-síncronos: são baseados predominantemente em meios síncronos, embora
possam utilizar meios assíncronos de forma auxiliar (e-mail, lista de discussão,
fórum, etc.)
• Semi-assíncronos: fazem esporádico de comunicação síncrona, tendo o seu
embasamento principal em ferramentas assíncronas.
• Assíncrononos: são aqueles que se utilizam exclusivamente de meios de
comunicação assícronos.
Quanto à assistência, os cursos podem ser classificados em:
• Cursos assistidos – são aqueles em que existe a figura do professor, monitor ou
tutor. Têm a responsabilidade de acompanhar individualmente o aluno, avaliando a
sua freqüência, participação, aproveitamento, orientando-o quando necessário;
• Cursos desassistidos – são aqueles onde não há participação de professor, monitor
e/ou tutor, dessa forma, o aluno não é acompanhado durante o seu processo de
aprendizagem.
63
______________________________________________________________________________________2 Os referidos cursos são oferecidos através do portal www.webschool.com.br
Webschool (2002), tendo como base a experiência de diversos cursos on-line
oferecidos para profissionais de saúde2, apresenta uma avaliação comparativa de cursos
assistidos e desassistidos, analisando-os em diverssas dimensões, conforme pode ser
observado nos quadros, a seguir:
Quadro 4 – Características de Cursos Assistidos
Cursos Assistidos Síncrono Semi-síncrono Semi-Assíncrono Assíncrono Flexibilidade de Ruim Ruim Bom Ótimo Horário Flexibilidade de Ruim Ruim Ótimo Ótimo Lugar Flexibilidade de Ruim Ruim Bom Bom Ritmo Interação com Ótimo Ótimo Bom Ruim O instrutor Custo de Baixo Médio Alto Alto Desenvolvimento Custo de Alto Alto Alto Médio Oferta Fonte: Adaptado de Webschool (2002)
Quadro 5 – Características de Cursos Desassistidos
Cursos Desassistidos Síncrono Semi-síncrono Semi-Assíncrono Assíncrono Flexibilidade de Ruim Bom Bom Ótimo Horário Flexibilidade de Bom Bom Ótimo Ótimo Lugar Flexibilidade de Ruim Ruim Ótimo Bom Ritmo Interação com - - - - o instrutor Custo de Baixo Alto Alto Alto Desenvolvimento Custo de Baixo Baixo Baixo Baixo Oferta Fonte: Adaptado de Webschool (2002)
64
2.5 TECNOLOGIAS UTILIZADAS EM E.A.D.
Inicialmente faz-se necessário tecer algumas considerações sobre a utilização das
tecnologias na Educação, e em particular na E.A.D..
Tecnologia, conforme Ferreira (1999, p.1935): “É um conjunto de conhecimentos
e princípios científicos que se aplicam a um determinado ramo de atividade”. Palavra de
origem grega, que significa: tratado sobre uma arte.(grifo nosso)
Analisando sob o ponto de vista histórico, desde o início da civilização, todas as
eras corresponderam a uma determinada tecnologia predominante. Kenski (2003, p.20), a esse
respeito, comenta: “a evolução social do homem confunde-se com as tecnologias
desenvolvidas e empregadas em cada época. Diferentes épocas da história da humanidade são
historicamente reconhecidas, pelo avanço tecnológico correspondente”.
A autora mencionada, considera também que “a evolução tecnológica não se
restringe apenas aos novos usos de determinados equipamentos e produtos. Ela altera
comportamentos” (Kenski , 2003, p.21).
As tecnologias, na verdade, transformam profundamente os seres humanos, seja
individual como coletivamente. Suas maneiras de pensar, agir, sentir, bem como a
comunicação e a interação social, são por elas afetadas.
Na área educacional, a tecnologia está relacionada às práticas de ensino baseadas
nas teorias das comunicações e dos novos aprimoramentos tecnológicos, tais como a
informática, televisão, rádio, vídeo, áudio e impressos (TAJRA, 1998).
O surgimento das novas tecnologias da informação e comunicação (N.T.I.C.),
como os satélites e a Internet, que vêm se expandindo fortemente nos últimos anos, têm
apoiado sensivelmente o crescimento da E.A.D. (Brito, 2003)
Saito (2000, p.54 et. seq.) categoriza os cursos de E.A.D. em cinco tipos,
dependendo da principal tecnologia de mediação. São eles:
65
(i) Cursos por correspondência;
(ii) Telecursos;
(iii) Cursos via redes de satélite;
(iv) Cursos por videoconferência, e;
(v) Cursos por redes de computadores.
Cada um desses cursos, será analisado nos tópicos a seguir:.
2.5.1 CURSOS POR CORRESPONDÊNCIA
Nesses cursos a principal forma de contato entre o aluno e o professor ou com a
instituição é através da correspondência. São os cursos mais antigos, que deram início à
Educação a Distância, entretanto conforme Saito (2000, p.54), “ainda hoje há provavelmente
mais pessoas estudando à distância por correspondência, do que por qualquer outro método”.
Diversos cursos são oferecidos dessa forma, em todo o mundo, e inclusive no Brasil, por
universidades, organizações sem fins lucrativos e empresas comerciais, sobre os mais
variados temas. Em nosso país, organizações como o Instituto Universal Brasileiro, Instituto
Padre Reuss e IOB, oferecem diversos cursos de caráter profissionalizante há muitos anos.
De uma forma geral, os cursos por correspondência, “consistem de um guia de
estudos acompanhado de exercícios e trabalhos a serem feitos pelos alunos” (SAITO, 2000,
p.54). O aluno recebe o material, no local por ele indicado, estuda por conta própria, a partir
de roteiro apresentado pela instituição de ensino, completa as tarefas solicitadas e as envia
para correção. Após algum tempo, recebe os exercícios corrigidos e comentários do professor.
Podem ser enviados também livros, fitas de áudio e vídeo, CD-Rom que complementam um
material impresso básico do curso. Em geral, ao final do mesmo, o aluno é submetido a uma
avaliação, que poderá ser presencial ou não, com o objetivo de conceder o seu certificado de
66
conclusão. O autor do presente trabalho, vivenciou experiência como aluno de um curso em
nível de mestrado oferecido pela Uned – Universidad Nacional de Educación a Distancia, da
Espanha, utilizando essa metodologia, durante o primeiro ano de duração do curso. A partir
do segundo ano, além da utilização da correspondência, e dos materiais complementares, foi
utilizado também um ambiente virtual de aprendizagem, baseado na Web, denominado
WebCT.
2.5.2 TELECURSOS
Os denominados telecursos, são programas pré-gravados em vídeo, em geral
dirigidos a um grande público. Podem ser disponibilizados sob a forma de fitas de vídeo,
como também podem ser apresentados através de canais de televisão aberta ou fechada. De
uma forma geral incluem outros materiais complementares, sobretudo material didático
impresso, composto de apostilas, guias de estudo e cadernos de exercícios, onde os alunos
irão aprofundar os conteúdos abordados nas fitas, planejar suas atividades e avaliar o
progresso no decorrer do curso.
Os telecursos podem ter uma programação definida previamente, como no caso
das transmissões televisivas, ou deixado a cargo do próprio aluno, que utilizará as vídeo-aulas
a ele enviadas, de acordo com a sua disponibilidade de horários.
No Brasil tornou-se bastante conhecido o Telecurso 2000, produzido pela
Fundação Roberto Marinho, que trata da formação de Ensino Médio para jovens e adultos.
Verificam-se no caso deste projeto dois aspectos particulares: o primeiro é o apoio dado nos
últimos anos por empresas e entidades de classe a essa iniciativa, e o segundo é a utilização de
pontos remotos de recepção, monitorados por um instrutor local, que são as denominadas
telessalas, onde são tiradas dúvidas, e debatido o conteúdo apresentado.
67
Algumas críticas são feitas a essa forma de E.A.D., relacionando-a com a forma
industrializada de Educação a que se refere Peters (1973). A esse respeito, Picanço (2003,
p.39) menciona que “esse programa envolve uma intensa divisão do trabalho, fragmentando o
processo de ensino-aprendizagem em etapas [...]”.
2.5.3 CURSOS POR TELECONFERÊNCIA
De acordo com Moore (1996) apud Saito (2000, p. 57), a principal diferença entre
os cursos por teleconferência e os telecursos, é que os primeiros “são transmitidos para grupos
de pessoas em horários pré-determinados”. Em geral, conforme Saito (2000), as
teleconferências têm público bem mais reduzido que os telecursos, bem como as transmissões
ocorrem em auditórios ou salas equipadas para esse fim.
Apesar de também serem utilizados materiais pré-gravados, a maior parte dos
cursos ocorrem através de transmissões “ao vivo”.
A interação ocorre através do envio de perguntas ao local da transmissão através
de telefone, fax e mais recentemente e-mail. As perguntas podem passar por um processo de
triagem e são respondidas pelo professor durante a transmissão.
As atividades nas salas ou auditórios são acompanhadas, em geral, por um
monitor, que encaminha as dúvidas, distribui o material didático e cuida dos aspectos
administrativos do programa.
Está sendo lançado no Brasil, um amplo programa de E.A.D., baseado em
teleconferência, liderado por instituições privadas, denominado RENAET – Rede Nacional de
Educação Teleinterativa, conforme menciona Costa Neto (2003).
A Fundacentro, instituição ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego, vêm
desenvolvendo há cerca de dois anos, um programa de capacitação de profissionais, em todo o
Brasil, na área de Segurança do Trabalho, utilizando-se desta metodologia, com bastante
sucesso (COSTA NETO, 2003).
68
2.5.4 CURSOS POR VIDEOCONFERÊNCIA
A videoconferência é um recurso que possibilita a interação “ao vivo” entre
professores e alunos e por isso considera-se a abordagem que mais se aproxima do ensino
presencial (SAITO, 2000).
A metodologia prevê a realização de encontros regulares, com calendário pré-
estabelecido, quando o professor apresenta a sua aula, em um estúdio adequadamente
equipado, para diversos alunos espalhados por diversos pontos do país.
As aulas muito se assemelham às presenciais, sendo que o professor, além de
dominar os equipamentos do estúdio da videoconferência, em geral, se utiliza de diversos
recursos à sua disposição, para a transmissão de imagens, sons, etc.
Uma das principais limitações do sistema, é a sua capacidade de transmissão e
recepção, uma vez que imagens e sons devem ser “comprimidos” para a comunicação entre os
pontos, o que leva a alguns problemas, tais como imagens interrompidas, atrasos na recepção
do som, realimentação de áudio, etc.
Outra desvantagem dessa metodologia é o seu elevado custo de implantação e
manutenção, porém apresenta como principal ponto positivo a possibilidade de interação entre
os participantes.
No Brasil, vale lembrar alguns projetos relevantes, tais como o PPGEP – UFSC,
ou o Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, oferecido há anos pela
Universidade Federal de Santa Catarina, através do LED – Laboratório de Educação a
Distância, que disponibiliza cursos alcançando o nível de Mestrado (Engenharia de Produção
e Logística), ou também o Curso de Licenciatura de 1ª a 4ª série, oferecido pela Universidade
Estadual de Ponta Grossa, no Paraná, com o apoio tecnológico e administrativo da
Universidade Eletrônica do Brasil.
69
Deve ser também mencionado o projeto PEC – Formação Universitária,
desenvolvido pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, com a mesma finalidade
do projeto paranaense e que teve como base as duas experiências previamente mencionadas.
2.5.5 CURSOS POR REDES DE COMPUTADORES
Inicialmente deve-se ressaltar que essa metodologia será objeto de maior
aprofundamento no capítulo posterior.
Os cursos ministrados através de rede de computadores também denominados
“on-line”, são aqueles oferecidos totalmente através de redes, tais como a Internet, Intranet e
Extranet, os quais permitem interação de diversas formas: troca de e-mail, listas de discussão,
forum de debates, salas de bate-papo, denominadas de “chats”, envio de arquivos de texto,
imagens, sons, etc., bem como a possibilidade de realizar tarefas, individuais e coletivas,
formando uma verdadeira comunidade de aprendizagem.
A comunicação pode ocorrer de forma síncrona ou assíncrona, distribuída ao
longo do tempo. A conexão à rede pode ser efetivada a partir de qualquer computador que
tenha acesso a uma linha telefônica e disponha de um dispositivo denominado modem.
Moore (1996) apud Saito (2000, p.59) apresenta as características principais dessa
metodologia:
É um meio que combina a disciplina da comunicação escrita com a flexibilidade da comunicação oral; Pode ser uma valiosa ferramenta para a comunicação em grupo e para o aprendizado colaborativo; É mantido um registro escrito das discussões, que podem se estender continuamente por um dado período; Ensino através de redes de computadores é particularmente interessante no caso de cursos onde a contribuição pessoal dos alunos é de especial relevância; As conferências eletrônicas facilitam bastante a participação de especialistas externos, por não apresentar restrições de local e horário;
A utilização de redes de computadores na E.A.D., tem crescido de forma
significativa nos últimos anos, em todo o mundo, dadas as inúmeras possibilidades que
70
oferecem. Empresas e instituições de ensino têm oferecido ultimamente, inúmeros cursos
baseados na Internet, abrangendo os mais variados temas, em diversos níveis e durações. No
próximo capítulo será abordado especificamente o e-learning, ou seja, cursos distribuídos
através de redes de computadores.
2.6 E.A.D. NO BRASIL
Neste item serão abordados alguns aspectos de maior relevo da legislação
brasileira de E.A.D., bem como, serão relatadas algumas experiências nacionais recentes
nesta área.
2.6.1 ASPECTOS RELEVANTES DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE E.A.D,
A legislação de Educação a Distância, em nosso país conta com uma série de
diplomas legais, composta por leis, decretos e portarias, dentre o quais destacam-se a lei nº
9394, de 20 de dezembro de 1996, denominada LDB, Lei das Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (BRASIL, 1996) e o decreto nº 2494, de 10 de fevereiro de 1998, que regulamenta o
artigo 80 daquela lei que trata da E.A.D.
A lei nº 9394, estabeleceu no título VIII - Das disposições gerais, que:
Poder Público deve incentivar o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância que se desenvolvem em todos os níveis e modalidades de ensino e de educação continuada; A Educação a Distância organiza-se com abertura e regime especiais; Caberá aos sistemas de ensino normatizar a produção, controle e avaliação de programas e autorizar sua implementação; A Educação a Distância terá tratamento diferenciado, que incluirá: custos reduzidos na transmissão de rádio e televisão, concessão de canais exclusivamente educativos e tempo mínimo gratuito para o Poder Público, em canais comerciais .
Houve um significativo avanço trazido pela inclusão do tema da Educação a
Distância na LDB, como ressalta LOBO (2000, p. 9):
A Educação a Distância (EAD) deixou de ser, a partir da Lei 9.394, que fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a matéria obrigatoriamente tratada, como projeto experimental, nas sessões de órgãos normativos dos sistemas de ensino. Da
71
mesma forma, não se pode mais considerá-la uma solução paliativa – freqüentemente proclamada como panacéia – para atender as demandas educativas de jovens e adultos excluídos do acesso e permanência na escola regular, na idade própria.
Entretanto, outros autores como Burnham (2002) e Lima (2002), questionam a
efetiva prioridade dada pelos legisladores, particularmente quando comparada com o Projeto
de Lei nº 1.258-B, aprovado pela Câmara dos Deputados e substancialmente modificado no
Senado, onde foi aprovado o segundo substituitivo apresentado pelo Senador Darcy Ribeiro,
matriz da LDB.
Dentre os vários questionamentos sobre o alcance da inclusão da Educação a
Distância na LDB e do papel do poder público, Burnham (2002, p.125), destaca: “Por que
esse Poder não está disposto a promover, financiar, planejar e coordenar ações específicas de
EAD?” referindo-se ao texto legal que limita ao Estado o papel de mero incentivador do
desenvolvimento e veiculação da Educação a Distância em nosso país.
Um outro ponto interessante a ser destacado sobre a referência da E.A.D. na LDB,
é a total falta de inclusão da utilização das possibilidades oferecidas pela Internet, bem como
de um tratamento adequado a esse respeito.
Sobre esse aspecto LIMA (2002, p.245) ressalta:
A atual LDB também se refere ao tratamento diferenciado desta modalidade (EAD), quando aponta algumas possibilidades de condições de acesso, no sentido de favorecer à sua realização e ampliação, sem no entanto, deixar claro a presença das redes digitais, fazendo-nos supor que o ensino à distância somente dar-se-á nos moldes precedentes, por correspondência, rádio e televisão.
Por outro lado, o Decreto nº 2494, de 10 de fevereiro de 1998, como diz sua
própria ementa, regulamenta o art. 80 da lei 9.394, de 20 de fevereiro de 1996. (BRASIL,
1998).
Sua publicação define claramente alguns aspectos, a saber:
a) Conceituação de E.A.D.
72
Uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação (art. 1º, cap. I.)
b) Somente instituições públicas e privadas especificamente credenciadas para
esse fim, podem oferecer cursos a distância que conferem certificado ou diploma de
conclusão, de ensino fundamental para jovens e adultos, do ensino médio, da educação
profissional, observando a legislação específica, bem como da graduação. A oferta de
programas de Mestrado e Doutorado na modalidade a distância será objeto de regulamentação
específica.
Já em 18 de outubro de 2001, foi publicada a portaria nº 2.253, que trouxe
algumas mudanças para o uso da Educação a Distância, em cursos presenciais. Destacam-se
alguns pontos dessa portaria:
Art. 1º As instituições de ensino superior do sistema federal de ensino, poderão
introduzir, na organização pedagógica e curricular de seus cursos superiores reconhecidos, a
oferta de disciplinas que, em seu todo ou em parte, utilizem método não presencial, com base
no art. 80 da Lei 9.394, de 1996, e no disposto nesta portaria.
1º As disciplinas a que se refere o caput, integrantes do currículo de cada curso
superior reconhecido, não poderão exceder a vinte por cento do tempo previsto para
integralização do respectivo currículo.
Em seu artigo 4º, amplia a outras instituições de ensino superior a possibilidade de
introdução de disciplinas a distância, em cursos presenciais:
Art. 4º As instituições de ensino superior não incluídas no artigo anterior que
pretenderem introduzir disciplinas com método não presencial em seus cursos superiores
reconhecidos, deverão ingressar com pedido de autorização, acompanhado dos
correspondentes planos de ensino, no Protocolo da Sesu, MEC.
73
Em suma, percebe-se, pela análise da legislação brasileira de Educação a
Distância, que as autoridades governamentais exageraram na prudência, colocando inúmeras
salvaguardas e mecanismos regulatórios que têm levado a um crescimento bastante lento da
E.A.D. no campo da Educação Formal, comparativamente às suas aplicações na Educação
Corporativa.
2.6.2 EXPERIÊNCIAS RELEVANTES DE E.A.D. NO BRASIL
Neste item serão abordadas algumas experiências universitárias nacionais
relevantes de E.A.D., independentemente da tecnologia de mediação utilizada. São elas:
a) UNB – Universidade de Brasília
Inicia, a partir da década de 80, o que denominou-se posteriormente o CEAD –
Centro de Educação Aberta e a Distância, com a finalidade de fomentar a E.A.D. em nosso
país. Desenvolveu diversos cursos livres, de extensão e pós-graduações, inclusive no período
de 1997 a 2000, ofereceu, com apoio da Unesco, diversos cursos de Especialização em
Educação Aberta e a Distância, com grande sucesso.
b) UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso
A partir da fundação da NEAD – Núcleo de Educação Aberta e a Distância,
inicia-se, em caráter pioneiro, a partir de 1995, o Curso de Licenciatura Plena em Educação
Básica – 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental, oferecido a cerca de dez mil professores.
c) UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
Em 1995, a UFSC, montou a LED – Laboratório de Ensino a Distância, no
PPGEP – Programa de Pós-Graduação de Engenharia de Produção.
74
Além de desenvolver inúmeras experiências de cursos de extensão e pós-
graduação sob demanda, para o SEBRAE, Confederação Nacional dos Transportes,
Secretarias de Educação, SENAI e Petrobrás, o LED vem formando, ano a ano,
principalmente através da utilização da videoconferência, inúmeros mestres em Engenharia de
Produção, oriundos de todo o Brasil.
d) UniRede – Universidade Virtual Pública do Brasil
Primeira universidade virtual pública do país, a UniRede nasceu do interesse
comum de se fomentar o ensino a distância. Formada por um consórcio de 61 instituições
públicas de ensino superior, dentre universidades federais, estaduais e Cefets3, tem por
objetivo democratizar e ampliar o acesso ao ensino superior de alta qualidade e ser um canal
privilegiado de capacitação do magistério, através de oferta de cursos a distância nos níveis de
graduação, pós-graduação, extensão e educação continuada.
O programa a ser desenvolvido pela UniRede vai aproveitar a infra-estrutura e o
potencial docente das instituições consorciadas, que produzirão cursos em parcerias ou
isoladamente. Dependendo da característica e objetivos de cada um desses cursos, serão
utilizadas tecnologias de informação e comunicação específicas como aúdio,
videoconferência, material impresso, CD-Rom, Internet.
A UniRede começou a funcionar no dia 23 de agosto de 2000 e conta atualmente
com uma oferta de 3 cursos:
• TV na Escola e os Desafios de Hoje
• Constituições Brasileiras
• Capacitação em Educação a Distância
75
e) UVB – Universidade Virtual Brasileira
A Universidade Virtual Brasileira (UVB) é uma rede de cooperação universitária
voltada para a pesquisa, o desenvolvimento de sistemas, infra-estrutura e criação de
estratégias pedagógicas, visando a oferta de educação a distância.
A proposta pedagógica da UVB prioriza o estímulo ao aprendizado interativo, cooperativo,
colaborativo e a auto-aprendizagem.
As estratégias pedagógicas promovem o desenvolvimento da autonomia do aluno,
para fortalecer a educação criativa e participativa.
O modelo pedagógico prevê oferta de serviços em ambientes virtuais de
aprendizagem, tendo como princípios a aprendizagem ativa, a formação de ambiente de
cooperação e o grupo como centro do processo de ensino e aprendizagem. O professor atua
como mediador e animador do processo, usando o site como agregador de conhecimento.
2.7 POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES DA E.A.D.
Quanto as possibilidades e limitações da Educação a Distância, diversos autores
nacionais e internacionais vêm posicionando-se sobre o assunto. As principais contribuições
nesse campo, são:
(i) Possibilidades
Nunes (1992) destaca os seguintes aspectos:
• Democratização do saber – seja no âmbito da educação formal ou não formal, a
E.A.D. pode permitir acesso à educação para milhões de cidadãos;
• Formação e capacitação profissional – cada vez mais as empresas descobrem as
vantagens da E.A.D. para o treinamento de seus funcionários, seja pela redução de
custos, ou pelo alcance geográfico;
76
• Capacitação de professores – dadas as enormes carências, particularmente no
Brasil, na qualificação de professores, a E.A.D. apresenta-se como uma alternativa
viável e interessante para o desenvolvimento de programas de capacitação. Vale
mencionar, mais uma vez, os programas P.E.C. da Secretaria de Educação do
Estado de São Paulo e a experiência da Universidade Estadual de Ponta Grossa em
parceria com a Universidade Eletrônica do Brasil, no Paraná, voltados para a
capacitação de professores das séries iniciais do ensino fundamental. Esses
projetos foram visitados pelo autor, durante o ano de 2003.
• Educação aberta e continuada – oferta de cursos livres destinados a integração
social de grandes parcelas da população, respeitando as organizações e instituições
da sociedade civil, visando a formação da cidadania.
Já Aretio (1994) considera os seguintes aspectos positivos da EAD:
• Abertura – diversificação e ampliação da oferta de cursos, bem como a redução de
barreiras de acesso ao ensino;
• Flexibilidade – eliminação da rigidez quanto a espaço, tempo e ritmo de
aprendizagem. Eficaz combinação entre estudo e trabalho;
• Formação permanente de pessoal – atendimento às demandas de diversos grupos,
através de atividades formativas, permitindo a capacitação para o trabalho;
• Eficácia – aluno como centro do processo de aprendizagem e sujeito ativo de sua
formação. Comunicação bidirecional garantindo um aprendizagem dinâmica e
inovadora;
• Economia – a redução de custos em relação aos sistemas presenciais de ensino,
evitando gastos de locomoção, e o abandono do local de trabalho, além de permitir
uma economia de escala.
77
(ii) Limitações
Aretio (1994) aponta, dentre outras, algumas limitações da EAD:
• Socialização – pela escassez de interações entre alunos e docentes e entre si;
• Áreas afetiva, atitudinal e psicomotora – exceto através de encontros presenciais,
estabelecidos com estes objetivos;
• Feedback – retroalimentação e retificação de possíveis erros podem ser mais
lentas, embora os novos meios tecnológicos reduzam estes inconvenientes;
• Homogeneidade de materiais didáticos – todos aprendem o mesmo, por um só
pacote instrucional, além das poucas ocasiões de diálogo aluno / docente;
• Confiabilidade de avaliações – excetuando-se as presenciais, as avaliações à
distância são menos confiáveis, considerando-se as possibilidades de plágio ou
fraude;
• Custos iniciais elevados – que se diluem ao longo da sua aplicação, embora seja
indiscutível a economia proporcionada pela E.A.D..
Apesar das limitações apontadas por Aretio (1994), o que se observa é um rápido
crescimento da E.A.D., no Brasil e no mundo, particularmente tendo em vista a utilização da
Internet, como uma das suas principais tecnologias de suporte.
Roberts (1996) prevê um futuro onde quatro tendências irão se destacar: (1) a
projeção do crescimento da atividade de educação a distância; (2) uma tendência de uso das
tecnologias digitais e de redes; (3) crescimento do uso da residência como local de estudo e
computadores, e não impressos, como os métodos mais comuns; e, (4) o impacto econômico e
de custos da educação a distância.
Em síntese, o advento das denominadas tecnologias da informação e
comunicação, trouxe reflexos consideráveis no panorama mundial da E.A.D., trazendo-lhe um
78
novo impulso. Barrow (1996), a esse respeito, observa que tendo em vista o rápido avanço
dos meios de comunicação, na atualidade, é mais efetivo mover idéias do que mover pessoas.
Como pôde ser visto neste capítulo, a Educação a Distância, com o suporte das
novas tecnologias da informação e comunicação traz significativos impactos na Educação,
tais como: (Costa Neto, 2003)
(i) Mudança de Paradigma Instrucional que refere-se à alteração de papéis
que são desempenhados no processo de aprendizagem pelos professores e
alunos. No antigo paradigma, esse processo era centrado no professor, que
na condição de detentor do saber, ensinava aos seus alunos. Com o
advento da Educação a Distância mediada pelas novas tecnologias, as
figuras centrais do processo passam a ser o aluno, e a sua aprendizagem;
(ii) Interatividade baseada num eficaz sistema de comunicação bidirecional,
permanentemente utilizado pelos participantes dos cursos;
(iii) Economia de escala, que proporciona a viabilidade econômica dos projetos
de E.A.D..
Este tipo de abordagem, tem o poder de transformar profundamente a tradicional
sala de aula, abrindo enormes possibilidades nos campos da Educação formal e corporativa.
79
3 O E-LEARNING
No capítulo anterior, foram apresentados aspectos gerais da Educação a Distância,
sem enfatizar entretanto, nenhuma das tecnologias de mediação disponíveis.
Esse capítulo trata especificamente do e-learning , sua conceituação, vantagens e
desvantagens, panorama no Brasil e exterior, tecnologias utilizadas, normas aplicáveis,
concluindo com a apresentação de alguns modelos estratégicos de e-learning.
O momento em que vivemos é caracterizado por transformações sociais,
econômicas e tecnológicas, mediadas pelas denominadas novas tecnologias da informação e
comunicação, sintetizadas na expressão: era do conhecimento. Os principais fatores
determinantes dessas transformações, que têm modificado profundamente o contexto
empresarial são: a globalização, acarretando o acirramento da competição entre blocos
econômicos, países e empresas; a redução no ciclo de lançamento de produtos; a atuação
global e as respostas às mudanças ambientais, em tempo real.
Ciclos de produção estão tornando-se mais curtos, o tempo de execução das atividades empresariais está compactando-se e as organizações estão realinhando as suas operações internas para adaptar-se a essas mudanças(TACHIZAWA e ANDRADE, 2003, p. 74).
80
Cada vez mais rapidamente ocorrem produção, difusão, utilização e obsolescência
de conhecimentos, passando a exigir mesmo daqueles profissionais egressos recentemente das
Universidades, o engajamento em programas de Educação Continuada, pois necessitarão
atualizar suas competências. Estudos mostram que a satisfação dos clientes, desempenho e
retenção dos funcionários de uma organização, estão diretamente relacionados com a
educação e treinamento contínuos. “As empresas estão saindo de um tempo em que
conhecimento, treinamento e aprendizagem são oferecidos em enormes pedaços [...] para um
tempo em que o conhecimento deve ser criado continuamente e atualizado sem intervalos”.
(TACHIZAWA e ANDRADE, 2003, p. 74).
Para a solução das demandas anteriormente identificadas, os modelos tradicionais
de treinamento, apresentam três restrições (Idem, p. 74):
• Tempo: exige-se que todos os envolvidos estejam disponíveis, ao mesmo tempo;
• Local: exige-se que todos os envolvidos estejam no mesmo local;
• Escala: as limitações inerentes ao número de participantes que podem aprender em
uma sala de aula, ajudados por um instrutor.
Não há dúvida que a maior parte dos treinamentos realizados em organizações
públicas e privadas, foi e ainda continua sendo feita em uma sala de aula, com base no modelo
tradicional, entretanto, tendo em vista os desafios apontados previamente, essa realidade
começa a mudar: “no momento, emergem abordagens inovadoras para promover a educação
via Internet, entre elas o e-learning [...]“ (PIMENTEL e SANTOS, 2003, p.1).
De acordo com as autoras mencionadas, fatos recentes podem acelerar a difusão e
a adoção do e-learning. São eles:
• A rápida produção de conhecimentos e informações; • A infra-estrutura e as funcionalidades da Internet; • Uma visão diferenciada da E.A.D; • Mudanças no mercado de trabalho, exigindo postura empreendedora dos
profissionais;
81
• Aumento da demanda de formação e treinamento empresarial; • Expectativa da redução de custos diretos e indiretos do treinamento e reciclagem
profissional; • Preocupação com o retorno sobre o investimento da atividade de treinamento; • As pessoas têm cada vez menos tempo livre e mais dificuldade de locomoção e
comunicação, demandando formas mais flexíveis de estudo.(PIMENTEL e SANTOS, 2003, p. 1)
Dessa forma, entende-se que o e-learning corporativo, possibilita o acesso ao
treinamento a um grande número de funcionários, rompe fronteiras geográficas, respeitando o
ritmo de aprendizado dos treinandos e reduzindo custos, conduzindo a uma vantagem
competitiva para a empresa. (TACHIZAWA e ANDRADE, 2003).
3.1 CONCEITOS DE E-LEARNING
Da mesma forma que a Educação a Distância apresenta inúmeras definições, o e-
learning, também é conceituado de várias maneiras por diversos autores, inclusive
apresentando antagonismos entre eles.
Para Pimentel e Santos (2003, p. 02),
O e-learning é a forma de entregar conteúdos via todo tipo de mídia eletrônica, incluindo Internet, Intranets, Extranets, salas virtuais, fitas de áudio/ vídeo, TV interativa, chat, e-mail, fóruns, bibliotecas eletrônicas e CD-Rom, visando o treinamento baseado em computador e na Web.
Para as autoras, há uma diferença entre e-learning e o learning on line: E-learning
representa o aprendizado com base total na tecnologia (Technology-based Learning) enquanto
o learning on line é sinônimo de aprendizado baseado na Web (Web – based Learning). Neste
caso, learning online é um subconjunto do e-learning.
Para Rosemberg (2001, p. 28), o e-learning é: “O uso de tecnologias de Internet
para oferecer soluções que ampliem o conhecimento”.
Para Meagher (2003, p.7) da School of Business Affairs, do Canada:
In our evolving language, “e” now denotes everything current, cutting edge, eletronic: e-business, e-commerce, e-mail, e-government, e-banking, e-learning.
82
Eletronic learning resources have included multimedia, integrated learning systems, Web content, or digital text.4
Para Paul Henry apud Martin e Jennings (2002, p.4) Vice Presidente Senior da
Smart Force, empresa internacional de soluções de e-learning: “E-learning is the appropriate
application of the Internet, and Internet technologies, to support the delivery and management
of learning, skills and knowledge”5.
Já para a ASTD – American Society for Training and Development (Tanquist,
2000, p.2): “e-learning refers to anything delivered, enabled, or mediated by electronic
tecnology for the explicit purpose of learning”6.
Moraes Rego Jr (2001,p.222) afirma que o “e-learning é o aprendizado remoto
com a utilização de algum meio de comunicação. Hoje com o advento e popularização da
Internet, podemos simplificar o conceito dizendo que e-learning é o aprendizado via Internet”.
Pinheiro (2002, p. 20), menciona:
A disseminação da Internet como um novo meio de comunicação e sua popularização mediante as comunidades acadêmicas fizeram com que professores e estudiosos visualizassem nela uma nova ferramenta para a educação. A sua capacidade de fornecer interação em tempo real às pessoas que se encontram fisicamente distantes, ou mesmo, comunicação assíncrona em grandes grupos de pessoas dispersas acabaram por criar um novo conceito dentro da já tradicional Educação à Distância, que é o chamado e-learning ou Educação on-line.
A Revista Aprender (apud Dtcom, 2003), conceitua:
E-learning é uma modalidade de ensino a distância que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes tecnológicos de informação, utilizados isoladamente ou comb inados, e veiculados através da Internet.
_________________________________________________________________________________________ 4 Na nossa evolução da linguagem, “e” agora denota tudo que é atual, de fronteira, eletrônico: e-business, e-
commerce, e-mail, e-government, e-banking, e-learning. Recursos de aprendizagem eletrônica incluíram multimídia, sistemas integrados de aprendizagem, conteúdo web ou texto digital.
5 E-learning é a apropriada aplicação da Internet e de suas tecnologias para dar suporte à distribuição e gerenciamento de aprendizagem, qualificação e conhecimento.
6 E-learning refere-se a qualquer coisa distribuída, acessada ou mediada pela tecnologia eletrônica, com o propósito explícito de aprendizagem.
83
_______________________________________________________________________________________7 E-learning é o uso da tecnologia de redes para conceber, distribuir, selecionar, administrar e ampliar o
aprendizado. 8 E-learning é a convergência de aprendizado e a Internet.
O especialista norte-americano Masie (2003) define: “e-learning is the use of
network technology to design, deliver, select, administer, and extend learning”7.
O Bank of America (2003), apresenta uma interessante definição de e-learning,
seja pela simplicidade seja pelo poder de síntese: “e-learning is the convergence of learning
and the Internet”8.
Após as diversas definições apresentadas de e-learning, pode-se verificar
claramente duas tendências na sua conceituação:
(i) A primeira, ampla, considera que todas as formas de Educação a Distância que
utilizam suporte eletrônico, estão incluídas no conceito de e-learning;
(ii) A segunda, mais restrita, entende que o e-learning é a forma de Educação a Distância,
que utiliza a Internet e suas derivações como meio de suporte.
Para efeito dessa Dissertação, e-learning é a forma de Educação a Distância que se
utiliza da Internet e suas derivações como suportes principais para a criação, distribuição,
interação e administração de conteúdos.
3.2. PANORAMA DO E-LEARNING NA ATUALIDADE
Considerando-se que o e-learning baseia-se na Internet como meio de suporte,
será apresentado neste item um panorama da rede mundial de computadores.
3.2.1 A Internet
A Internet está transformando diversos setores da economia e, o que é mais
importante também está mudando os hábitos sociais, a organização e o funcionamento das
empresas. É o fenômeno de maior irradiação, o mais revolucionário e o que mais alterações e
inovações está gerando na atualidade.
84
No mundo empresarial as mudanças são expressivas: home-banking, e-commerce
e e-learning, são apenas alguns dos desenvolvimentos permitidos pela Internet, comparáveis
em importância à introdução da linha de produção na indústria, nos anos anteriores à Primeira
Guerra Mundial. Enfim, as perspectivas futuras de aplicação da Internet, pela sua amplitude e
alcance, são difíceis de imaginar.
Todas as possibilidades de acesso à informação oferecidas pela Internet – como
ler jornais de todo o mundo, consultar qualquer biblioteca ou publicação acadêmica, fazer
transações comerciais, negociar ações na Bolsa de Valores, conversar com outras pessoas,
receber correio em tempo real, dentre outras, bem como as facilidades de transpor barreiras
geográficas, educacionais e culturais, devem-se principalmente aos seguintes avanços:
• Tecnologia de rede de pacotes;
• Preços significativamente menores do que os da telefonia convencional;
• Redução dos preços de equipamentos de informática;
• Crescimento do acesso grátis, e;
• No caso do Brasil, a relativa estabilidade econômica dos últimos anos.
A Internet cresceu de tal forma que em 1999, havia 245 milhões de usuários, 72
milhões de hosts e mais de 200 países conectados. De acordo com o Quadro 6, apresentado a
seguir, a previsão de crescimento mundial de usuários até o ano de 2005 apresenta uma taxa
média de 17% ao ano.
Quadro 6 – Usuários da Internet no Mundo
REGIÃO 2000 2005 (E) TAXA (%)
América do Norte
Europa
Ásia
Resto do Mundo
151
98
72
28
231
259
189
86
9
21
21
25
TOTAL 349 765 17
Fonte: Computer Industries Almanac (2001)
85
Entretanto esses números não refletem as grandes desigualdades existentes entre
países e grupos sociais. Por exemplo, há mais hosts na Finlândia e Suécia do que em toda a
América Latina; há em apenas três países do Pacífico – Japão, Austrália e Nova Zelândia –
mais do que em todos os países Asiáticos; e há mais em Nova York do que na África inteira.
Essa situação evidencia que a Internet está, por enquanto, conectada nos países
desenvolvidos e nas residências das pessoas com alto e médio níveis de renda e instrução,
moradoras sobretudo de áreas urbanas. Isso parece confirmar a tese de Umberto Eco, com
relação às novas classes sociais decorrentes da utilização do computador: ele situa na parte
inferior da escala social, uma nova classe proletária, que não sabe utilizar o computador e só
recebe informações pela televisão, estando portanto, afastada do poder.
Embora, a longo prazo, a Internet possa se tornar um elemento redutor das
desigualdades sociais, pela generalização do seu uso e do acesso à informação, as diferenças
econômicas continuam condicionando sua ampla difusão.
No Brasil, o Livro Verde da Sociedade da Informação(MCT, 2000), lançado pelo
Ministério da Ciência e Tecnologia, em seu primeiro capítulo destaca diferentes
oportunidades e desafios para a construção da sociedade da informação em nosso país, a
saber:
• Comércio eletrônico;
• Novas oportunidades para as PME (micro, pequenas e médias empresas);
• Empreendedorismo, inovação, pesquisa e desenvolvimento e capital intelectual como base
dos novos negócios;
• Mais e melhores oportunidades de trabalho;
• Universalização do acesso: combatendo desigualdades e promovendo a cidadania;
• Valorização de conteúdos locais e identidade cultural, e;
• Transparência administrativa: governo centrado no cidadão e ao seu alcance.
86
De acordo com o IBOPE eRatings.com, em pesquisa divulgada em agosto de
2001, o Brasil tinha cerca de 12 milhões de pessoas com acesso à Internet, porém apenas 6
milhões eram internautas ativos, ou seja, acessaram a rede pelo menos uma vez por mês,
como
pode ser observado no gráfico abaixo:
Gráfico 1 – Usuários de Internet: Argentina, Brasil e México Fonte: Nielsen / Net Ratings – agosto de 2001, disponível em www.ibope.com.br em 26.12.01.
É importante destacar o forte crescimento da base de usuários de Internet, em
nosso país, que tem alcançado um taxa anual média de mais de 20%, entretanto, de acordo
com o IBOPE eRatings.com deve-se esperar um crescimento menos expressivo para os
próximos anos.
Comparando-se com outros mercados internacionais, a América Latina, e em
particular o Brasil, será o mercado em que a Internet crescerá mais rapidamente nos próximos
anos. O acesso grátis, que se desenvolveu em nosso país, transpôs algumas barreiras, gerando
mais oportunidades para os negócios relacionados direta e indiretamente com a rede.
Em síntese a Internet veio para ficar, já está incorporada aos hábitos diários de
milhões de brasileiros e talvez o maior desafio na atualidade, em nosso país, seja a
democratização do acesso à Internet eliminando o abismo digital que separa as classes
38
170
97
3,9 12 3,41,9 6 1,70
50
100
150
200
Argetina Brasil México PAÍSES
(milh
ões)
População
Usuários
Usuários ativos
87
abastadas dos pobres. Como pode ser observado no Quadro 7 a seguir, a ampla maioria dos
usuários de Internet pertencem às classes A e B.
Quadro 7 – Perfil do Usuário de Internet no Brasil
Características
84% das classes A e B
18% empresários ou executivos
78% utilizam e-mail
61% buscam informações definidas
38% fazem pesquisa na Internet
25% fazem compras na Internet
75% têm interesse em fazer compras
Fonte: adaptada de IBOPE eRatings.com (2001)
3.2.2 O E-learning no Brasil
Desde que começou a ser utilizada pelas empresas, a Internet trouxe inovações
para o mercado, por permitir a comunicação entre pessoas de maneira rápida e romper
barreiras, como a da distância por exemplo. O aprendizado via Internet, ou e-learning,
apropria-se dessas qualidades, facilitando a comunicação e o treinamento empresarial. Apesar
do conceito estar bem estabelecido no ambiente corporativo, o e-learning ainda não obteve
total adesão, por questões de cultura, carência de métricas e outros desafios apontados por
usuários de vários setores, que optaram pela solução.
Como o e-learning é mais uma promissora novidade estratégica e vem atraindo
investimentos, faz-se necessário esclarecer qual volume de negócios é movimentado no
Brasil, que soluções são oferecidas, como são os modelos de negócio, e demais fatores
relevantes do mercado.
88
A IDC (International Data Corporation) realizou um estudo através de entrevistas
com os principais fornecedores de soluções e clientes, somando um total de 60 empresas, das
quais a maior parte participou oferecendo dados, números e sua compreensão sobre dinâmica
do mercado e as definições mais utilizadas.
O estudo “e-learning Market and Trends in Brazil, 2001” ofereceu
dimensionamento e estimativas para aquele ano e subsequentes, tratando da demanda e da
oferta, com a intenção de fornecer uma visão precisa e responder às perguntas mais
relevantes deste mercado, tais como:
• Como é a situação do mercado de e-learning, no Brasil?
• Quais são os principais fornecedores?
• Que estratégias têm sido utilizadas por essas empresas?
• Quais são os principais desafios e oportunidades?
• Quem está utilizando e-learning no Brasil? Quanto investem? Quais são as suas
dificuldades?
• Qual o tamanho do mercado no Brasil? Quanto ele crescerá no futuro?
O e-learning vem chamando a atenção de grandes empresas nacionais e
internacionais como uma recente e inovadora estratégia de comunicação e treinamento de
funcionários, clientes e fornecedores.
O e-learning corporativo contempla toda a interatividade que a Internet oferece,
com a possibilidade de personalizar cursos segundo a capacidade e conhecimento de cada
funcionário, para assim otimizar o treinamento e o tempo que os funcionários dispõem.
A IDC, a fim de estabelecer um parâmetro para análise, dividiu as empresas
fornecedoras de serviços de e-learning em três grupos: fornecedores de conteúdo,
fornecedores de software e fornecedores de serviços.
89
Uma das tendências marcantes do mercado de e-learning é o fato das fornecedoras
de software, serviços e conteúdo fazerem parcerias e alianças entre si para oferecerem aos
clientes soluções integradas.
Assim, seus clientes podem concentrar seus esforços no foco principal de sua
empresa, sem ter que disponibilizar uma equipe especial para tratar de e-learning. Como a
maioria dos clientes ainda não conhece bem as soluções disponíveis, a estratégia que os
fornecedores têm utilizado para conseguir penetração no mercado é o contato direto com seus
usuários.
Os cursos e licenças podem ser comercializados e instalados em Intranet, Internet
ou diretamente nos computadores dos usuários. Podem ser cursos síncronos, assíncronos ou
mesclados. As licenças são negociadas por número de funcionários, por cursos adquiridos ou
por um determinado tempo. Muitas vezes quem fornece as licenças é uma empresa de
conteúdo ou serviços, que fornece o software junto ao pacote de serviços integrados, de
forma que o cliente paga um preço fixo pela solução.
O que se pode constatar no mercado, no que se refere a preços e custos, é que
existem muitos padrões de cobrança que dependem da tecnologia que o cliente dispõe. Se
uma empresa já tiver implantada uma Intranet, por exemplo, poderá utilizar seu curso desta
forma. É comum ver empresas que treinam funcionários em todo o Brasil utilizando CD-Rom
para propagar o curso a determinadas localidades em que não existem condições de infra-
estrutura de acesso suficientes através da Internet.
Existem no Brasil, de acordo com a pesquisa da IDC, mais de 60 empresas
fornecedoras de e-learning, entre provedores de conteúdo, software e tecnologia. Entre elas
estão departamentos de grandes empresas de tecnologia de informação voltadas apenas a este
mercado e empresas exclusivamente de e-learning.
90
A IDC pôde constatar que o mercado de conteúdo, formado por empresas
fornecedoras de conteúdo de prateleira e portais, é o que está mais aquecido nesta fase em
que o setor corporativo tem implantado suas soluções e ainda não conhece muito bem como
funciona o e-learning. As empresas que começam a investir em cursos virtuais –
principalmente os de tecnologia – em geral iniciam utilizando conteúdo de prateleira para
ensinar os funcionários deste setor, visto que já estão acostumados ao uso do computador.
O mercado de ferramentas de e-learning é um setor à parte. Ele não só representa
uma fatia significativa do faturamento total do mercado, como também é mais concentrado.
Isto porque o software, para ser desenvolvido, demanda mais investimentos do que os de
conteúdo ou serviços, tornando-se um produto caro, se o consumidor final quiser adquiri-lo
por inteiro. Por isso mesmo, vem sendo negociado através de licenças.
Se por um lado o mercado de conteúdo possui mais empresas atuantes e é
responsável pela maior parcela do faturamento, o mercado de serviços por sua vez é o que
apresenta maior expectativa de crescimento. Tendo em vista a alta demanda por soluções
completas, a maioria das empresas fornecedoras de conteúdo e software também oferecem
serviços complementares às suas soluções.
A IDC considera como fornecedores de serviços as empresas que adaptam
conteúdo de clientes à Web e empresas que oferecem serviços de hosting, tutoria, assistência
técnica, onde o fornecedor oferece soluções completas, de forma que o conteúdo e o software
já estão inseridos.
A maioria das empresas de conteúdos também integra outros serviços. No período
da análise, espera-se que a participação do mercado de serviços cresça, seguindo o exemplo
dos Estados Unidos, porém não passará o mercado de conteúdo.
Para dimensionar o mercado, a IDC definiu e-learning como toda estratégia de
comunicação que tenha por objetivo oferecer cursos baseados na Internet ou que utilize a
91
Internet em alguma fase do percurso, seja o curso hospedado em portal de Internet, Intranet
ou instalado diretamente no micro do usuário. A IDC estimou que o mercado de e-learning
no Brasil no ano de 2001 foi de US$ 20 milhões, praticamente quatro vezes maior do que no
ano de 2000, quando o mercado movimentou US$ 6 milhões, incluindo aí empresas de
conteúdo, serviços e software. Para o ano de 2003, estima-se pelo menos algo em torno de
US$ 50 milhões.
O mercado de e-learning tende a crescer a taxas aceleradas uma vez que seu
principal público são as grandes empresas que possuem o desafio de unificar a comunicação
entre os funcionários, oferecendo a cada um deles informações adaptadas às suas
necessidades específicas. As grandes empresas são também as que possuem filiais espalhadas
pelo Brasil e precisam ter em todas elas uma estratégia estabelecida pela matriz e que deve
ser cumprida. Por essa ótica percebe-se que também estão investindo em e-learning as
empresas que têm grande capilaridade.
O ensino de processos e rotinas, gestão e administração, vêm sendo bastante
utilizados entre as empresas pesquisadas pela IDC. Elas apontaram que pretendem
intensificar a utilização deste tipo de recurso no futuro. Foram poucas as empresas
pesquisadas que não se posicionaram em relação à utilização desse tipo de ensino, ficando
assim, patente a grande aceitação do e-learning pelas empresas.
A IDC pôde identificar alguns cuidados que devem ser tomados na
implementação de uma solução de e-learning de sucesso. Para que o e-learning seja
realmente efetivo na empresa, é necessário definir o tipo de treinamento e de funcionário que
receberá o conteúdo, objetivando que, antes de começar a sua implantação, já estejam
traçadas todas as estratégias.
92
Considerando os valores movimentados nos últimos dois anos, percebe-se que no
Brasil este mercado é ainda pequeno, não atingindo os valores alardeados inicialmente,
mesmo porque só teve efetivo início a partir do ano de 2000.
Ainda assim, pode-se afirmar que houve um crescimento expressivo do e-learning
nos anos passados recentes, mostrando que essa movimentação faz parte de uma curva
ascendente que tende a se acentuar nos anos vindouros, já que o mercado envolve grandes
empresas, que têm o poder de mobilização e a necessidade, fazendo com que o e-learning
realmente aconteça em nosso país.
Gráfico 2 - Evolução do Crescimento do e-Learning Corporativo no Brasil Fonte: IDC (2001)
3.3 MODELOS ESTRATÉGICOS DE E-LEARNING
Dentre os grandes desafios do atual cenário competitivo de negócios, encontram-
se a rápida obsolescência do conhecimento, gerada pelas intensas mudanças tecnológicas e de
mercado, bem como a necessidade de desenvolver novas competências e habilidades nos
funcionários de forma contínua, possibilitando estabelecer uma vantagem competitiva para a
empresa.
As novas necessidades de aprendizado contínuo durante toda a vida, e conteúdos
que se modificam constantemente, poderiam ser traduzidas em custos crescentes de
45%
58%68%72%
44%
14%6%
29%
0102030405060708090
100
1999 2000 2001 2002
Aulas Virtuais (e-Learning) Aulas Tradicionais (Sala de aula)
(Ano)
%
(E)
93
treinamento para as empresas, se não fossem as novas possibilidades que a Internet oferece
para transmitir conhecimento.
O grande potencial do e-learning não se limita à facilidade de acesso, pois permite
a difusão de conteúdos atualizados, dinâmicos e personalizados, proporciona melhores
experiências de aprendizado, além de estimular a colaboração entre os alunos e seus pares,
bem como com facilitadores e especialistas.
As pessoas formadas à distância, desenvolvem uma mentalidade diferente em
relação ao estudo: o estudante de cursos virtuais é alguém que assume responsabilidades, que
tem participação ativa em sua formação, que sabe estabelecer prioridades e disciplinar-se em
seus estudos.
De acordo com Karsaklian (2001, p.132): “uma pessoa formada em linha terá maior tendência
em utilizar a Internet para tudo, principalmente para fazer suas compras, o que significa que
um e-aluno é também um internauta e um cybercliente potencial”.
Serão apresentados, a seguir, três modelos de e-learning desenvolvidos pelos mais
importantes especialistas do assunto, na atualidade: Hall (2001); Rosenberg (2001) e Khan
(2001).
Hall (2001) propõe as seguintes recomendações para a concepção de um projeto
de e-learning:
(i) Ter um ótimo projeto de treinamento: identificar quem será treinado e o que será
aprendido. Deve-se ter em mente a vinculação com os objetivos estratégicos da
empresa;
(ii) Criar uma interface atraente: o visual agradável é uma necessidade, pois prende a
atenção dos treinandos;
(iii) Explorar ao máximo a multimídia: o projeto deve utilizar recursos de animação, vídeo,
música, efeitos sonoros e visuais especiais;
94
(iv) Utilizar metáforas ou simulações: despertarão a atenção do usuário, fazendo com que
ele mergulhe no ambiente, reduzindo a resistência ao treinamento;
(v) Utilizar componentes motivadores, tais como: novidades, humor, jogos, desafios,
aventuras, surpresas, etc;
(vi) Garantir a compatibilidade da rede, ou seja: os usuários poderão acessar os conteúdos
a partir de qualquer lugar através de um navegador de Internet;
(vii) Disponibilizar espaço de memória suficiente e largura de banda adequada. É
importante lembrar que um curso com diversas animações, imagens e vídeos, necessita
de um espaço adequado de memória e banda de acesso compatível;
(viii) Otimizar a navegabilidade. Os usuários deverão escolher seus próprios caminhos
dentro do curso, ter acesso à opção de sair em todos os momentos, bem como a um
mapa de navegação no curso e por fim conseguir visualizar ícones e resumos para que
não necessitem ler textos extensos a fim de definir suas opções;
(ix) Incluir ferramentas de avaliação e manutenção de registros. Em cursos qualidade, ao
fim de cada uma das seções deve-se incluir um teste, complementado por um exame
final. Os dados de desempenho do aluno devem ser registrados, sendo possível
monitorar, através de relatórios, a evolução do aluno e do curso em geral;
(x) Utilizar o tom adequado. Antes de tudo é necessário definir o público-alvo do curso; a
linguagem deve estar compatível com este público.
Será apresentado, em seguida o modelo de e-learning desenvolvido por Rosenberg
(2001):
Quanto à estratégia, os três pilares de sucesso são:
• Concentrar-se nas exigências do negócio;
• Elaborar um programa de conteúdo apropriado e;
• Criar um clima que estimule o aprendizado.
95
Quanto à avaliação, o referido autor adota os quatro parâmetros propostos por
Hammer e Champy (1994) para medir o desempenho de um negócio:
• Custo;
• Qualidade;
• Serviço e;
• Rapidez.
Em conjunto, os fatores relacionados, acrescidos de outros complementares,
formam os denominados Pilares Estratégicos do e-learning, simbolizados na figura 1 a seguir:
Fonte: Adaptado de ROSEMBERG (2001)
O modelo de Khan (2001), denomina-se Plataforma para o E-learning e foi
desenvolvido a partir do questionamento de quais fatores possibilitariam a criação de uma
experiência de sucesso em e-learning. De acordo com o autor, cada estágio do processo de e-
learning requer uma análise profunda de como utilizar o potencial da Internet em consonância
com os princípios do desenho instrucional. A plataforma proposta por Khan (2001), apresenta
oito dimensões: institucional, pedagógica, tecnológica, interface, avaliação, gerenciamento,
suporte e ética, representadas no diagrama apresentado a seguir:
Figura 1 – Pilares Estratégicos do e-learning
Reinventando a Organização de Aprendizagem
Alinhamento Estratégico
Cultura de aprendizado, Engajamento e mudanças gerenciais
Infra-estrutura
Projeto Didático
Treinamento On-line Gestão de Conhecimento
96
Figura 2 – Plataforma para o e-learning.
Fonte: Adaptado de Khan (2001).
As dimensões apresentadas, podem ser detalhadas da seguinte forma:
• Institucional - refere-se aos aspectos administrativos em geral, tais como:
planejamento, organização, orçamento, retorno sobre investimento, marketing,
secretaria, propriedade intelectual, etc.;
• Pedagógica - refere-se ao processo de ensino-apredizagem, ou seja,
planejamento didático, conteúdo, métodos e estratégias de ensino, motivação,
etc.;
• Tecnológica - reporta-se a infra-estrutura de hardware e software e de rede;
• Interface - refere-se ao aspecto geral gráfico dos cursos. Contempla o desenho
das páginas do site, navegabilidade, etc.;
• Avaliação - concebida de forma ampla, contempla ao mesmo tempo a
avaliação da aprendizagem, como também dos cursos, professores, tutores e
do ambiente de e-learning propriamente dito;
• Gerenciamento - reporta-se ao funcionamento do ambiente e de distribuição
da informação. Esta função, em geral, é implementada por softwares
E-Learning
97
específicos denominados LMS9 (Learning Management Systems), que
simulam uma escola virtual, com sala de aula, biblioteca, midiateca, secretaria,
ambiente de contato entre professores e alunos, etc.
• Suporte - significa o suporte on e off-line ao aluno, tais como: suporte técnico,
tutoria e demais serviços de apoio aos alunos;
• Ética - refere-se a diversidade social, cultural e racial, confiabilidade,
privacidade, etiqueta, bem como aspectos legais em geral.
Khan (2001, p.3) ressalta que “há uma variedade imensa de aspectos críticos que
perpassam as diversas dimensões da plataforma, que devem ser explorados”, referindo-se às
limitações do modelo proposto. Conclui, destacando que o modelo serve de ponto de partida
para a criação de um projeto de e-learning de sucesso.
3.4 FUNCIONALIDADES DO E-LEARNING
Neste item será abordado o conceito de comunicação mediada por computador e suas
aplicações, a estrutura de um curso on-line típico e o papel desempenhado por professores e
alunos nessa modalidade de E.A.D.
3.4.1 A Comunicação mediada por computador
A comunicação mediada por computador (CMC) é a designação dada a um
conjunto de aplicações onde o computador atua como meio de comunicação.
Santoro apud Saito (2000, p.69) a conceitua como:
Uso de sistemas e redes de computadores para a transmissão, armazenamento e recuperação de informação entre pessoas. [...] a sua flexibilidade e capacidade de integrar a apresentação de conteúdo com a comunicação individual e em grupos pode alterar significativamente as relações entre professores, alunos e instituições de ensino.
_________________________________________________________________________________________9 Sistema de Gerenciamento de Aprendizado.
98
O mesmo autor destaca os de benefícios oferecidos ao processo ensino-
aprendizagem, por essas tecnologias. São eles:
• A facilidade de acesso a materiais disponíveis em múltiplas mídias, reduzindo o papel do
professor como principal provedor de informações;
• A possibilidade de interação, individual ou em grupo, síncrona ou assincronamente,
intensificando a comunicação entre professores e alunos;
• A criação de um repositório compartilhado de informações, permitindo a socialização do
conhecimento, facilitando assim o aprendizado em grupo.
O referido autor apresenta três categorias de CMC em aplicações educacionais:
• Conferência por computador, na qual ele funciona como meio de comunicação;
• Informática, em que ele atua como gerenciador de um banco de informações;
• Instrução assistida por computador, onde ele atua como um tutor.
São analisadas, a seguir, cada uma das categorias por ele apontadas:
a) Conferência por computador
A primeira categoria de CMC refere-se ao papel do computador como meio de
comunicação, ou seja, ele encaminha mensagens e possibilita o armazenamento e a
recuperação das mesmas.
Destacam-se nessa categoria, três tipos de ferramentas, a saber: o correio
eletrônico, as conferências assíncronas e as síncronas.
a.1) Correio eletrônico
O correio eletrônico, também chamado de e-mail é a forma de comunicação em
que uma pessoa escreve uma mensagem que é enviada eletronicamente a outra. Quem a
99
recebe pode lê-la, apagá-la, salvá-la para leitura posterior, imprimi-la, respondê-la ou
encaminhá-la a outra pessoa.
Dentre as inúmeras vantagens do e-mail encontra-se a conveniência de uma
comunicação assíncrona, onde emissor e receptor não precisam estar interligados no mesmo
momento. Outra importante vantagem é a possibilidade de enviar em anexo à mensagem
arquivos de imagens, textos, sons, vídeos, etc.
a.2) Conferências assíncronas
Essencialmente, as denominadas conferências assíncronas são extensões do
correio eletrônico. Quando o número de destinatários aumenta, surgem dificuldades de
gerenciamento, armazenamento, organização de mensagens, bem como para cadastramento
de usuários. Para solucionar esses problemas existem as conferências assíncronas. São elas:
• Listas de discussão – permitem o envio de mensagens de e-mail para inúmeros
destinatários, executando duas funções básicas: o gerenciamento dos usuários e a distribuição
de mensagens propriamente dita;
• Quadros de aviso (BBS – bulletin – board systens) – assemelha-se a um quadro de avisos
comum, onde as mensagens são escritas e afixadas para que todos a vejam. O usuário escolhe
um tema, lê as mensagens então responde para o remetente ou para todo o grupo;
• Conferências de grupo – ocorrem várias linhas de discussão simultâneas, as quais podem
ser acompanhadas de maneira assíncrona pelo usuário. Uma linha de discussão é caracterizada
por uma sequência de mensagens, uma em resposta às outras, semelhantes a uma conversa em
grupo. Um sistema de gerenciamento permite que o grupo usuário separe as mensagens que
relacionam-se entre si permitindo acompanhar a evolução daquela discussão específica.
100
a.3) Conferências síncronas
São ferramentas que permitem a comunicação em tempo real, através de textos,
arquivos de imagens e de dados. Nesse tipo de conferência, os participantes devem estar todos
conectados em um mesmo momento.
Existem vários sistemas que possibilitam esse tipo de conferência. São eles:
• Bate-papo (chat) – são uma forma de conversa baseada em texto, em que os participantes
entram em uma “sala” virtual e trocam mensagens escritas. Há a possibilidade de condução de
conversas paralelas reservadas, bem como a transcrição de todas as mensagens, que podem
ser salvas para consulta posterior.
• Comunicadores instantâneos (Instant messegers) – através da utilização de ferramentas
específicas, sendo o ICQ o mais conhecido, os participantes podem trocar mensagens
instantâneas. Os sistema indica quais integrantes de uma lista de contatos, previamente
cadastrados, estão conectados à Internet. Pode-se enviar mensagens para componentes da lista
que não estejam conectados, de forma assíncrona, à semelhança de um e-mail.
• Vídeoconferência de mesa (desktop videoconferencing) – permitem uma
videoconferência via Internet, com troca de imagens, sons e dados nos dois sentidos, além de
chat, troca de arquivos e quadro de rascunho, uma espécie de flip chart onde podem ser feitas
anotações, inclusive informações gráficas. Pode ocorrer também o compartilhamento de
programas, ou seja, trabalho simultâneo de várias pessoas em um documento eletrônico, sob a
forma síncrona. A principal limitação desse sistema é a capacidade de transmissão da Internet.
b) Computador como gerenciador de informações
Santoro apud Saito (2000) chama essa categoria de informática, citando como
exemplos bases de dados, sites de dados, catálogos on line de bibliotecas, etc.
Os principais exemplos são:
101
b.1) World Wide Web
A grande novidade da Internet, foi em 1991 a invenção da World Wide Web,
criada por Tim Berners Lee no Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN).
A Web, como é chamada, é atualmente é a parte mais importante da Internet e,
para muitas pessoas, a única parte que usam, sendo dessa forma, um verdadeiro sinônimo de
Internet.
A Web é, na verdade, um modo de organização da informação e dos arquivos na
rede: um método simples e eficiente de hipertexto distribuído, baseado no modelo
cliente/servidor, tendo como principais padrões o protocolo de comunicação HTTP e a
linguagem de localização de recursos URL.
O HTML (Hypertext Markup Language) é a linguagem padrão para escrever
páginas Web que contenham informações em seus mais variados formatos: textos, sons,
imagens e animações.
O HTTP (Hypertext Transport Protocol) é um protocolo que define como dois
programas devem interagir, de forma a transferir entre eles comandos ou informações
relativos à World Wide Web.
Por outro lado a URL (Uniform Resource Locator) é um localizador que permite
identificar e acessar um endereço na Web.
Como os outros serviços da Internet, a Web consiste em um grupo de servidores
em rede que estão programados para oferecer a informação procurada por meio de browers.
Um browser, também chamado de navegador é o programa instalado em um computador
pessoal que acessa, por linha telefônica, um servidor contendo informações de interesse
amplo, permitindo visualizar e procurar textos, imagens, gráficos e sons.
Os navegadores possuem extensões denominadas plug-ins, que são programas
especiais para mostrar certos tipos de arquivos da Web e oferecem recursos adicionais de
102
multimídia. Diversos plug-ins podem ser copiados gratuitamente e passam a funcionar
integrados como o browser, possibilitando assistir vídeos, animações, escutar música e sons.
A enorme quantidade de informações disponíveis na Web, exigem, na atualidade que sejam
utilizados mecanismos de busca para que se encontre a informação desejada. Essas
ferramentas auxiliam o usuário a procurar qualquer assunto por palavra-chave, expressões,
frases, etc. Essa possibilidade abre perspectivas enormes no campo da Educação permitindo o
acesso para quem dispõe de um microcomputador conectado à Internet a uma quantidade
quase infinita de informações nas mais variadas áreas do conhecimento e em diversos
idiomas.
b.2) Bases de dados on line
São repositórios de dados, informações e arquivos acessíveis pela rede, como por
exemplo: bibliotecas virtuais, publicações periódicas, sites de música e mais recentemente
vídeos.
b.3) Sistemas administrativos
Permitem acesso do aluno às funções de secretaria e ao suporte da instituição de
ensino. Pode-se com isso ter acesso a catálogos de cursos, efetuar matrícula, verificar notas,
solicitar informações, documentos, etc.
c) Computador como ambiente interativo
A terceira categoria da CMC apontada por Santoro apud Saito (2000) descreve o
computador como gerenciador da apresentação da informação. O autor mencionado denomina
essa categoria como Instrução Assistida por Computador (CAI – Computer Assisted
103
Instruction). É bastante difundido o termo CBT (Computer Based Training) ou em português,
TBC, ou treinamento baseado em computador.
De acordo com Saito (2000, p. 80): “A interação entre pessoa e computador atinge
o nível mais complexo na instrução assistida por computador (CAI), com a pessoa assumindo
o papel de aluno ou aprendiz e o computador o de professor ou instrutor”. A idéia central da
CAI é a sistematização do processo de ensino, a partir de um programa de computador, que
apresenta textos, imagens, sons, em forma multimídia, podendo inclusive testar
periodicamente o aluno, verificando a assimilação dos conteúdos. Atualmente são bastante
utilizados os CD Rom educacionais, que de acordo com a conceituação adotada neste trabalho
não é considerado e-learning, apesar de desempenhar um importante papel no
desenvolvimento das aplicações das novas tecnologias da informação e comunicação ao
treinamento corporativo, seja pela difusão de conhecimento, no passado, quando a Internet
ainda não dispunha do desenvolvimento atual, bem como pela sua utilização, nos dias atuais,
em localidades onde o acesso à rede é precário.
3.4.2 Estrutura de um curso on line típico
A aplicação da CMC – Comunicação mediada por computadores ao ensino pode
apresentar diversos graus de intensidade. Varia desde o simples apoio a um curso presencial,
disponibilizando materiais em um site na Web, utilizando listas de discussão através de e-
mail, ou no outro extremo, cursos totalmente on line, onde todos os recursos são acessíveis
pela rede.
Saito (2000, p. 81) apresenta um diagrama, mostrado na figura a seguir onde é
possível visualizar os graus de aplicações da CMC no ensino:
104
Figura 3 - Tipos de aplicação da CMC no ensino
Fonte: Saito (2000, p.81)
O foco deste trabalho é o uso da CMC em cursos oferecidos através da Internet.
Do ponto de vista didático, adotando a abordagem de Saito (2000, p. 84), um curso on line,
apresenta três processos principais, a saber:
• Orientação ao aluno;
• Apresentação do conteúdo, e;
• Interação.
Serão examinados, a seguir, cada um dos processos mencionados, a saber:
(i) Orientação ao aluno
Trata-se das orientações básicas transmitidas ao aluno sobre o curso propriamente
dito, tais como: objetivos do curso, cronograma de atividades, ementa, avaliações, etc. As
orientações se assemelham bastante a um curso presencial: recomendações de leitura,
programação de atividades, detalhamento de pontos específicos do conteúdo, etc. Podem
também estar relacionadas com aspectos da secretaria do curso, como por exemplo matrícula,
controle de pagamento de mensalidades, emissão de documentos, divulgação de notas, etc.
(ii) Apresentação do conteúdo
Assíncrono
Espaço
Síncrono Presenc ia l
Te mp o Apoio a
um curso presencial
Apoio a um curso por
vídeo-conferência
Curso misto Curso on line
A distância
105
É realizada através da disponibilização de materiais didáticos na rede. Os
formatos podem variar bastante, dependendo do tipo de curso, público alvo, duração, desenho
instrucional, etc.
Podem ser materiais estáticos, que o aluno acessa na própria página Web ou
imprime para sua consulta, como textos, apresentações em slides, gráficos, ilustrações, etc.
Esse é o material mais comum encontrado em cursos via Internet.
Cada vez mais vêm sendo usados recursos mais elaborados, tais como arquivos de
áudio e vídeo, para a gravação de aulas, palestras, entrevistas, trechos de filmes, etc. Outro
recurso que vem sendo amplamente utilizado é o da animação, que utilizando-se de softwares
específicos permitem criar efeitos visuais interessantes, como movimentos, em duas ou três
dimensões.
Uma linha de design instrucional que vem ganhando cada vez mais adeptos é a da
utilização de aspectos lúdicos e de entretenimentos na apresentação dos conteúdos, através da
utilização de jogos, histórias em quadrinhos, desenhos animados, etc.
De todo modo, a principal limitação na atualidade não refere-se às ferramentas
tecnológicas para o desenvolvimento dessas soluções e sim à largura de banda da Internet.
(iii) Interação
A principal vantagem didática do e-learning talvez seja a possibilidade de
interação, pois sem ela “o curso seria o equivalente a uma apostila eletrônica” (SAITO, 2000
p. 85).
Como foi analisado anteriormente, existem diversas formas de se comunicar
utilizando-se do computador: comunicação síncrona e assíncrona e o grau de abrangência dos
integrantes do curso.
106
O conceito de abrangência nesse caso, refere-se às diferenças entre as
comunicações que se estabelecem “um-para-um”, “um-para-muitos” e “muitos-para-muitos”.
São elas:
• “Um-para-um” refere-se às interações de uma pessoa para outra, sobretudo através de e-
mail. Pode ser o contato entre professor e aluno, para uma orientação, para esclarecer
uma dúvida, bem como, pode também ser entre alunos, para o desenvolvimento de uma
atividade em dupla;
• “Um-para-muitos” refere-se às mensagens enviadas por uma pessoa para várias outras,
como um e-mail com muitos destinatários ou a participação em uma lista de discussão. É
um tipo de comunicação muito usada por professores e tutores, por exemplo, para enviar
um esclarecimento geral para a turma;
• “Muitos-para-muitos” diz respeito às conversas em que vários estudantes participam.
Essa é uma enorme vantagem do e-learning, pois viabiliza a criação de um ambiente de
aprendizagem colaborativa, estabelecendo uma verdadeira comunidade de aprendizagem,
distribuindo assim o conhecimento. Esse tipo de interação é obtido principalmente com as
conferências assíncronas anteriormente mencionados, que possibilitam elaboração de
projetos em grupo, debates, estudos de caso, etc. Muitas vezes os integrantes dos grupos
estão geograficamente separados, residindo em diversas cidades, regiões e até países
diferentes.
O quadro a seguir, apresentado por Saito (2000, p. 86) mostra os diversos recursos
utilizados pelo e-learning, de acordo com o grau de complexidade do curso.
107
Quadro 8 – Tipos de Mídias Disponíveis na Internet x Grau
de complexidade dos cursos
Páginas Web E-mail Listas e Chats
Baixa
Dowload Slides Narrados Notícias
Animações Foruns Comunicadores
Instantâneos
Média
Media Streaming Ambientes
Integrados
Programação Videoconferência
Alta
Softwares de colaboração Realidade virtual
Fonte: SAITO (2000, pg. 86)
De forma geral, os projetos de e-learning corporativo utilizam um recurso
importante para o gerenciamento de todas essas funcionalidades: são os chamados softwares
gerenciadores de ambiente de aprendizagem, ou LMS (Learning Management System), que
simulam integralmente uma escola virtual, com todas as suas atividades características.
Apenas a título de exemplificação, o ambiente Learning Space da IBM – Lotus, é
composto de quatro áreas principais, com as seguintes características:
• Programação – cronograma de atividades e orientações para estudos;
• Centro de recursos – materiais de leitura e arquivos de exercícios;
• Sala de aula – discussão em grupo e envio de tarefas;
• Perfis – informações pessoais de professores e alunos.
C O M P L E X I D A D E
108
Atualmente existem no mercado inúmeras ofertas de LMS: alguns de origem
nacional como o Aulanet, desenvolvido pela PUC – Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro, o Universite, desenvolvido pela empresa MHW também no Rio de Janeiro, o
MPLS da Micropower de São Paulo, bem como os de origem internacional como o Learning
Space da IBM, o Virtual – U e o Web CT, ambos canadenses e originários da Universidade de
British Columbia. Atualmente o principal diferencial entre eles é a forma de comercialização
e os serviços oferecidos em uma solução integrada.
3.4.3 Professores, alunos e o e-learning
De acordo com Saito (2000, p. 93) “uma constatação quase que imediata das
experiências pioneiras na educação on line foi a necessidade de planejamento cuidadoso do
curso e das atividades em grupo”. Nelas, o professor passa a exercer um papel facilitador da
aprendizagem individual e coletiva, atuando mais como um moderador do que um provedor
de conhecimento.
Figura 4 - Atividades Colaborativas na Educação On Line
Fonte: Adaptado de HARASIM, 1989 apud SAITO (2000, pg. 94)
109
Mason (1997) apresenta três atribuições para o professor em conferências
assíncronas:
• Função administrativa
Estabelecer pautas da conferência: objetivos, prazo, data, regras de conduta e
normas para solução de conflitos.
• Função social
Criar atmosfera amigável apropriada ao aprendizado, bem como interagir com os
participantes, atuando como moderador.
• Função pedagógica
Facilitar o aprendizado dos alunos, destacando os pontos fundamentais,
esclarecendo dúvidas, fazendo perguntas estimulantes e provocando situações de reflexão.
Por outro lado, ser aluno de um curso online, acarreta algumas modificações de
comportamento, em relação aos ambientes presenciais, tais como: (Saito, 2000)
• Estudar individualmente, como em qualquer curso a distância;
• Modificação na forma da linguagem de comunicação entre os componentes do curso,
passando de prioritariamente oral para prioritariamente escrita;
• Utilização do tempo: uma vez que há disponibilidade de recursos assíncronos, o tempo
pode ser melhor administrado pelo aluno.
• Desenvolvimento de iniciativa: os cursos a distância e em particular os online, exigem do
aluno uma dose de iniciativa e independência, via de regra, maior do que nos cursos
presenciais.
• Existem mais oportunidades de participação do aluno, de forma mais equitativa, do que
em outras formas de ensino.
Um aspecto importante da Educação a Distância e particularmente do e-learning é
a criação de ambientes colaborativos. A esse respeito Meirelles (2002, p. 27) comenta: “a
110
colaboração também será de fundamental importância, pois os professores e alunos poderão
ter facilidade em compartilhar materiais, como artigos, livros, revistas, papéis, além de trazer
benefícios como heterogeneidade de culturas e experiências”.
O mesmo autor, comenta o impacto da mudança das tecnologias nos papéis de
professores e alunos, no processo ensino-aprendizagem: “este novo aluno e este novo
professor ainda não existem. Precisam ser criados e, depois de criados, aperfeiçoados
continuamente nesta nova área de prática educativa” (MEIRELLES, 2002, p. 28)
3.5 TENDÊNCIAS DO E-LEARNING
Neste tópico, serão abordadas duas tendências do e-learning, na atualidade: a
primeira refere-se à utilização do conceito de objetos de aprendizado e a segunda trata, da
denominada, quarta geração de E.A.D., que relaciona-se com o conceito de televisão
interativa.
3.5.1 Objetos de Aprendizado: um novo conceito no e-learning
A utilização das novas tecnologias da informação e comunicação na Educação já é
uma realidade nos dias atuais. A incessante procura por ferramentas computacionais que
possibilitem a evolução dessas tecnologias não pára de crescer e dentre elas destaca-se o
conceito de Objetos de Aprendizado, que são entidades digitais que procuram promover a
adequada organização e distribuição da informação na Internet.
a) Conceito de Objetos de Aprendizado
Devido ao fato que esse campo de estudo é recente, as definições ainda podem ser
consideradas vagas, não existindo um conceito que seja universalmente aceito. Muzio apud
Bettio e Rodrigues (2002, p. 2) apresenta o conceito de objeto de aprendizado, como sendo:
111
qualquer recurso digital que possa ser reutilizado para o suporte ao ensino. A principal idéia dos Objetos de Aprendizado é quebrar o conteúdo educacional em pequenos pedaços que possam ser reutilizados em diferentes ambientes de aprendizagem, em um espírito de programação orientada a objetos.
b) Características dos Objetos de Aprendizado
Os objetos de aprendizado devem possuir características que possibilitem a
solução de diversos problemas existentes no armazenamento e distribuição de informação por
meios digitais. Longmire apud Bettio e Rodrigues (2002, p. 1) aponta as principais:
Flexibilidade – por serem reutilizáveis, possibilitam a criação de novos cursos utilizando-se de conhecimentos já armazenados e consolidados; Facilidade para atualização – considerando que os dados relativos a um objeto estejam em um mesmo banco de informações e sejam permanentemente atualizados, a necessidade de atualizar este conhecimento em todos os ambientes que o utilizam é desnecessária; Customização – pela própria natureza do conceito de objeto de aprendizado, possibilita a sua utilização conforme a necessidade do usuário, avançando para um novo paradigma, o on-demand learning, ou seja, o aprendizado sob demanda; Interoperalidade – a criação de padrões para a armazenagem de objetos de aprendizado possibilita a sua reutilização não apenas no nível da plataforma de ensino, mas também entre diversas plataformas. Essa característica está conduzindo a elaboração de padrões internacionais como o IMS Global Learning Consotium, Inc., que é um consórcio mundial de empresas e pesquisadores, que têm como intenção padronizar o seu armazenamento e distribuição; Aumento do valor de um conhecimento – a possibilidade de reutilização de um objeto de aprendizado por várias vezes, em diversos cursos, conduz ao seu melhoramento contínuo, aprimorando o e-learning como um todo; Indexação e Procura – a padronização facilitará a localização do objeto necessário em bancos de objetos disponíveis para consulta, facilitando e agilizando o trabalho de conteudistas e designers instrucionais.
Pelo que vimos relativamente ao conceito de objetos de aprendizado, pode-se
antever as enormes possibilidades de desenvolvimento que o e-learning apresentará quando
este tipo de padrão estiver totalmente implantado e difundido em nível mundial.
3.5.2 Televisão Interativa e e-learning
Na atualidade, as soluções tecnológicas que dão suporte aos sistemas de E.A.D.,
estão baseadas em dois grandes grupos telemáticos, diferenciados pelos equipamentos
utilizados pelo usuário: (ABREU e ALMEIDA, 2002, p. 159);
112
• Computadores pessoais (PCs);
• Televisores
Os atuais sistemas de e-learning utilizam funcionalidades, abordadas anteriormente
e que podem ser resumidas nos seguintes aspectos:
• serviços de comunicação síncrona e assíncrona;
• serviços de gestão de atividades;
• mecanismos de troca de arquivos.
Essas funcionalidades estão presentes nos principais softwares LMS tais como:
Aulanet, Learning Space, WebCT, MPLS, etc.
Por outro lado, os sistemas baseados em televisão remontam à denominada
segunda geração de E.A.D., caracterizada pela veiculação unidirecional dos conteúdos,
apoiada por outros meios tais como rádio, fitas de áudio e vídeo.
A terceira geração de E.A.D., baseada na Internet, possibilita apontar um aspecto
fundamental do processo ensino-aprendizagem: a interatividade. Os recursos das conferências
síncronas e assíncronas, estudadas anteriormente permitem comunicação entre os
participantes dos cursos.
Atualmente, como conseqüência dos desenvolvimentos telemáticos, a combinação
entre comunicação mediada por computador e televisão possibilitará a criação de ambientes
de aprendizagem, que usufruem das vantagens dos dois sistemas, permitindo flexibilidade
temporal e espacial, conduzindo à quarta geração de E.A.D..
O sistema 2BeOn (To be on line) desenvolvido no Departamento de Comunicação
e Arte da Universidade de Aveiro, em Portugal, apresenta uma solução, ainda em
desenvolvimento, que estabelece uma plataforma multimídia integrada de serviços de
comunicação e gestão, para suporte às atividades de teletrabalho, lazer e educação.
113
a) O sistema 2BeOn
• Arquitetura do sistema
A perspectiva de e-learning investigada pelo projeto, contempla a seguinte arquitetura: a sala
de aula é preservada como “a principal fonte de conteúdos [...] assumindo-se, assim, um
cenário misto de ensino presencial e a distância” (ABREU e ALMEIDA, 2000, p. 161)
Os alunos encontram-se ligados à sala através do sistema 2BeOn, com as
seguintes possibilidades:
• Assistir à transmissão televisiva das aulas;
• Ter acesso aos conteúdos disponibilizados pelo professor (slides, material
escrito no quadro eletrônico da sala, etc)
• Ter acesso aos conteúdos multimídia, disponibilizados no servidor (arquivos
de textos, vídeos, imagens, etc)
Podem ainda utilizar as seguintes serviços síncronos:
• Clip – e-mail de perguntas, que permitem aos alunos apresentarem perguntas
em tempo real ao professor e este responder, de imediato, através da
transmissão televisiva;
• Videoconferência, permitindo-lhes inferir nas aulas, com vídeos e áudio.
Existem ainda outras possibilidades oferecidas pelo sistema. São elas:
• APTV – apontadores de vídeo, destacando trechos de aulas para estudos e
comentários posteriores;
• Gestão de arquivos – permitem a troca de arquivos entre alunos e o envio de
exercícios e atividades aos professores;
• Gestão de agenda – o professor pode, com a criação de tarefas, definir
calendários, inclusive marcando compromissos individuais;
114
• Midiateca – disponibilização de arquivos de vídeos das aulas e recursos
multimídias diversos;
• Forum de opinião e votação;
• Sessões de esclarecimento de dúvidas, síncronas, através de Instant
Messanger, chat e videoconferência e de forma assíncrona, por e-mail;
• Quadro de avisos – onde se registram dúvidas de alunos e as correspondentes
respostas;
• Sessões de trabalho em grupo, síncronas e assíncronas;
• Páginas Web de conteúdos;
O sistema 2BeOn é acessível através de diferentes terminais, sendo concebido
essencialmente para uma utilização doméstica, onde cada um componente desempenha um
papel específico:
• A televisão interativa é utilizada para visualizar conteúdos, assistir aulas e
delas participar. Serve também como suporte para a comunicação entre
professores e alunos e entre alunos;
• O computador para execução de tarefas, troca de arquivos, bem como para a
comunicação interpessoal.
A interatividade na televisão abre novas possibilidades para o e-learning, através
da personalização, da convergência de mídias e da utilização de recursos mais completos,
proporcionando ganhos significativos à Educação.
3.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO E-LEARNING
Antes de ser considerado como um conjunto de ferramentas tecnológicas, com
aplicações pedagógicas, o e-learning deve ser entendido como uma efetiva contribuição para
mudança de paradigma no processo ensino-aprendizagem. Além de uma simples
115
disponibilização de conteúdos através da Internet, o e-learning refere-se à formação de hábitos
de aprendizagem distintos daqueles desenvolvidos pelo ensino presencial, sobretudo quando
nos referimos ao autodidatismo e iniciativa do aluno.
De acordo com Aprender (2003):
A forte contribuição do e-learning para a mudança de paradigma educacional baseia-se na constatação de que a Internet exige uma maior assertividade por parte do aluno, que deve conduzir o seu aprendizado. No sistema presencial é notória a passividade do aluno em relação à condução do processo ensino-aprendizagem.
A referida fonte afirma que os dois maiores obstáculos à disseminação do e-
learning são: inicialmente o conservadorismo e acomodação quanto aos métodos tradicionais
de aprendizagem e, em segundo lugar, a falta de hábito, de conhecimento e afinidade quanto
ao uso das tecnologias empregadas pelo e-learning.
O mesmo texto apresenta um quadro comparativo de vantagens e desvantagens do
e-learning. São elas:
Quadro 9 –Vantagens e desvantagens do e-learning
Vantagens do e-learning Desvantagens do e-learning Personalização dos conteúdos transmitidos. Facilidade de acesso e flexibilidade de horários. O ritmo de treinamento pode ser definido pelo próprio usuário. Disponibilidade permanente dos conteúdos do treinamento. Custos menores quando comprados ao treinamento convencional. Redução do tempo necessário para o aprendizado. Possibilidade de treinar um grande número de pessoas ao mesmo tempo. Diversificação da oferta de cursos.
Necessidade de maior esforço para motivação dos alunos. Exigência de maior disciplina e auto-organização por parte do aluno. A criação e o preparo do curso on-line é, geralmente, mais demorada do que a do treinamento. Não gera a possibilidade da existência de insights e vínculos relacionais, que somente o processo de interação presencial permite. O custo de implementação da estrutura para o desenvolvimento programa de E-learning é alto. Dificuldades técnicas relativas à Internet e à velocidade de transmissão de imagens e vídeos. Limitações no desenvolvimento da socialização do aluno. Limitações em alcançar objetivos na área afetiva e atitudinal, pelo empobrecimento da troca direta de experiência entre professor e aluno.
Fonte: Revista Aprender (2003)
116
_______________________________________________________________________________________10 Corporate e-learning: exploring a new frontier (2000)
O relatório10 elaborado por WR Hambrecht apud Learnframe (2000), apresenta
alguns benefícios oferecidos pelo e-learning corporativo. São eles:
Quadro 10 - Benefícios do e-learning corporativo
Benefício Descrição A tecnologia revolucionou os negócios; agora deve revolucionar o aprendi-zado.
A necessidade de transformar como as organizações aprendem, apontam para uma alternativa mais moderna, flexível e eficiente: o e-learning. A missão do e-learning corporativo é oferecer à força de trabalho programas de treinamento atualizados e com custos reduzidos que possibilitem motivação, competências e lealdade aos trabalhadores do conhecimento.
Em qualquer lugar, em qualquer horário, para qualquer um.
Estima-se atualmente, que aproximadamente 80% da força de trabalho utiliza computador no trabalho. Obstáculos técnicos, tais como acesso, padrões, infra-estrutura e largura de banda, não serão problemas nos próximos dois anos. O crescimento da World Wide Web, a alta capacidade das redes corporativas e os computadores com velocidades e capacidades crescentes vão tornar o aprendizado disponível 24 horas por dia, sete dias na semana, em todo o mundo, possibilitando distribuir treinamento e informações críticas a múltiplas localidades fácil e convenientemente. Os empregados poderão ter acesso ao aprendizado quando lhes for conveniente, em casa ou no trabalho.
Economia substancial devido a eliminação de custos de viagens.
O grande benefício do e-learning é a eliminação dos custos e inconveniência da necessidade de que instrutor e alunos estejam no mesmo lugar, ao mesmo tempo. A opção do e-learning significa que os cursos podem ser desenvolvidos em seções mais curtas e em períodos mais longos, de forma a evitar o afastamento do funcionário em treinamento por longos períodos.
Acesso just-in-time à informação atualizada.
O e-learning permite que os instrutores atualizem conteúdos, disponibilizados em rede, rapidamente. Isso mantém o conteúdo atualizado e consistente e permite acesso ao estudante aos dados mais recentes. A informação pode ser acessada antes de ser solicitada, ao invés de ser aprendida em sala de aula e posteriormente esquecida.
Maior retenção de conteúdos, através de aprendizado personalizado
Uma vez que os alunos podem customizar o material de aprendizagem, atendendo suas necessidades, permite-lhes maior controle sobre o seu processo de aprendizagem, acelerando-o em comparação com o treinamento conduzido por um instrutor presencialmente. A entrega do conteúdo em unidades menores, contribui para um aprendizado duradouro, aumentando a retenção do que foi aprendido.
117
_______________________________________________________________________________________11 ROI – Return over investment (retorno sobre investimento)
Benefício Descrição Maior colaboração e interação entre os estudantes.
A utilização de recursos como simulações, vídeos, tutoria personalizada, grupos de discussão, chats, e-mails, tutoriais, etc., criam um ambiente on-line interativo. O e-learning pode ser mais estimulante e encorajar o raciocínio crítico mais intensamente que as aulas tradicionais dirigidas a um grande número de alunos, conduzidas por um instrutor, porque permite interações mais intensas entre pequenos grupos. Um estudo mencionado pelo relatório aponta que o aluno on-line tem mais contato com os seus colegas de classe do que aqueles em cursos tradicionais.
O treinamento on-line intimida menos do que os treinamentos presenciais.
Os alunos de cursos on-line, atuam em um ambiente virtual, praticamente livre de riscos, no qual, sentem-se mais livres para apresentar novidades, bem como cometer erros, sem a sensação de exposição que ocorre nos cursos presenciais.
Fonte: Learnframe (2000)
Entretanto, não só aspectos positivos possui o e-learning. Pimentel e Santos
(2003, p. 4) apresentam algumas desvantagens relevantes do e-learning. São elas:
• É uma abordagem nova sujeita a reação ou desconfiança, por não haver o contato face a face, que é importante para alguns.
• E-learning está sujeito às limitações e falhas tecnológicas (linhas de comunicação, computadores, infra-estrutura de rede e velocidade de links, básicos para execução de qualquer projeto).
• A largura limitada das bandas pode ocasionar entrega mais lenta de treinamento do que a encontrada nos métodos tradicionais de treinamento via computador, especialmente quando incorporados ao material didático. Um outro agravante é a compatibilidade. Se o usuário tiver um modem de baixa velocidade com acesso a navegadores de Web mais antigos, o trabalho gráfico realizado cuidadosamente não terá muito valor.
• É necessária disciplina intelectual e uso responsável da liberdade no uso do tempo pelos alunos.
• É preciso que haja tutoria que se responsabilize por tornar amigável e viva a relação entre aluno e software – bem como entre alunos, e que ao mesmo tempo se responsabilize por cobrar resultados.
• Persiste a falta de incentivos, de estrutura para o desenvolvimento e total falta de padrões para criação e intercâmbio de conteúdo.
• Sites de navegação complexa e conteúdo confuso. • Para cursos personalizados, criados para uma necessidade específica,
normalmente o e-learning só trará um bom ROI11 se houver um número razoável de alunos. Para treinar poucos alunos, o custo de produzir um curso on-line especial normalmente será muito alto, não compensando o investimento.
• Uma das ilusões que o mercado tem em relação ao e-learning é o custo por aluno treinado. O e-learning exige, de fato, investimentos menores por aluno treinado quando usado em larga escala. Entretanto, apesar de menor, o investimento continua sendo considerável. O número de alunos em cada turma de e-learning não é muito elevado nas instituições preocupadas com a qualidade do ensino. Ou seja, o e-learning torna-se uma opção significativamente mais barata que o ensino presencial somente quando se leva em conta a economia com transporte, diárias, estadia, etc.
118
• E-learning não é adequado para o ensino de habilidades manuais ou de interação social.
• Falta de conteúdo disponível, além do fato de que muito da atividade de aprendizado eletrônico não passa da leitura eletrônica.
• Os usuários podem não ter familiaridade e habilidade com a Internet ou não se adaptar aos recursos da Internet, o que pode impedir o treinamento.
• Mix inadequado de tecnologia e metodologia. • Má qualificação de profissionais. A maneira de se trabalhar em e-learning é
diferente da usada no ensino tradicional; por isso , os profissionais devem ser altamente capacitados.
Pôde-se perceber neste capítulo que apesar do e-learning trazer possibilidades de
aprendizado, tanto para as empresas, como também para as universidades e escolas
profissionais, ainda persistem dúvidas e dificuldades, algumas das quais, ao longo do seu
desenvolvimento tecnológico, certamente serão superadas.
O importante para as empresas e profissionais de educação em geral é adotar uma
mentalidade aberta, como nos mostra Kenski (2003, p.27): “abrir-se para novas educações –
resultantes de mudanças estruturais nas formas de ensinar e aprender possibilitadas pela
atualidade tecnológica – é o desafio a ser assumido por toda a sociedade”.
119
4 AVALIAÇÃO DE E-LEARNING
Até este ponto foram apresentados os fundamentos da E.A.D. e do e-learning.
Neste capítulo será abordada a conceituação de avaliação em geral, passando-se em seguida
para aspectos mais específicos, tais como: modelos de avaliação de treinamento, modelos de
avaliação de e-learning, critérios de qualidade em e-learning e, para finalizá-lo serão
apresentadas sínteses de algumas avaliações de e-learning.
4.1 CONCEITUANDO AVALIAÇÃO
Do ponto de vista da Língua Portuguesa, Ferreira (1999, p.238) nos apresenta os
seguintes definições:
Avaliar: determinar a valia ou o valor de; apreciar ou estimar o merecimento de;
fazer a apreciação; ajuizar.
Avaliação: ato ou efeito de avaliar; apreciação, análise.
Na Administração, o ato de avaliar está relacionado com o de controlar, como
uma etapa do processo administrativo:
(i) PDCA – Plan (Planejar); Do (Executar, Implementar); Check (Controlar,
Avaliar) e Act (Agir corretivamente, feed-back).
120
(ii) Fayol conceituou a administração como a realização das funções de
previsão, organização, comando, coordenação e controle. A última função,
o controle, é a verificação de que as coisas aconteçam em conformidade
com as regras estabelecidas e expressas pelo comando. (Silva, 2001)
Já no campo Educacional, sem a pretensão de um maior aprofundamento no
assunto, uma vez que fugiria do objetivo deste trabalho, o conceito de avaliação, apresenta
inúmeras nuances: “A avaliação não se limita apenas à verificação do rendimento escolar [...]
A avaliação atual concentra-se em um nível maior, segundo uma perspectiva integrada a
programas de qualidade” (VIANNA, 2000, p.21)
Conforme o autor mencionado, “desde o início do processo civilizatório, houve
alguma forma de avaliação” (VIANNA, 2000, p.22), entendendo a avaliação a partir da visão
de Stake – o homem observa; o homem julga, isto é, avalia.
Dessa forma, a avaliação não está apenas circunscrita ao aluno e ao seu
rendimento, bem como ao desenvolvimento de atitudes e interesses, que, em verdade são o
produto do que ocorre na escola. O seu campo de ação se amplia, não se restringindo apenas à
micro avaliação, passando a se interessar por grupos (alunos, professores, administradores,
técnicos, etc.), projetos, produtos e materiais, instituições e sistemas educacionais nos seus
diversos níveis, evoluindo para a denominada macroavaliação (VIANNA, 2000)
São apresentados, a seguir, alguns conceitos de avaliação no campo educacional:
Processo de estabelecimento da comparação entre os desempenhos e a
concretização de objetivos instrucionais pré-definidos. TYLER (1942)
Processo de levantamento de dados para a análise e posterior determinação do
valor de um certo fenômeno. SCRIVEN (1967)
Processo de identificar e coletar informações que permitam decidir sobre várias
alternativas. STUFFLEBEAM (1971)
121
O aspecto principal que ressalta das definições apresentadas, é a avaliação como
ferramenta para a tomada de decisões.
Ela visa, em última análise, conduzir às ações de correção, aprimoramento e
melhoria do processo educativo.
Segundo Bloom et al. (1999) a avaliação do rendimento escolar classifica-se em
três modalidades: diagnóstica, formativa e somativa.
A modalidade diagnóstica consiste na sondagem, projeção e retrospecção das
situações do desenvolvimento do aluno, permitindo constatar as causas das dificuldades de
aprendizagem.
A modalidade formativa, visa identificar resultados de aprendizagem durante o
desenvolvimento das atividades escolares. Irá ocorrer ao longo do curso, programa, ano
letivo, etc.
Já a modalidade somativa, visa ao final de um período, verificar o aproveitamento
dos estudantes, a partir dos objetivos previamente estabelecidos.
Por outro lado, a avaliação do sistema possibilita avaliar o modelo, as tecnologias
utilizadas, a organização, o atendimento, os serviços, a duração, a satisfação dos participantes,
o processo de gestão do curso, etc.
Seja no ensino presencial, seja na E.A.D., a avaliação educacional é um tema
bastante complexo, apresentando-se como uma tarefa difícil de se realizar para muitos
educadores, pois possui implicações que ultrapassam os aspectos técnicos e refletem visões de
mundo, do indivíduo e da sociedade.
4.2 MODELOS DE AVALIAÇÃO DE TREINAMENTO
Neste item serão abordados os principais modelos de avaliação de treinamento.
Entretanto, previamente, faz-se necessário conceituar treinamento.
122
4.2.1. Conceituando Treinamento
O treinamento é essencial para as organizações, uma vez que é notória a
correlação entre competência dos seus trabalhadores e otimização de resultados empresariais.
A sua finalidade principal é a aquisição de habilidades e conhecimentos necessários ao
adequado desempenho no trabalho; para tanto as empresas cada vez mais oferecem
programas de formação, qualificação, desenvolvimento e aperfeiçoamento para os seus
integrantes.
Diferentes autores conceituaram treinamento, entretanto há um aspecto comum
em suas definições, que é o foco no desempenho no cargo, como poderá ser observado no
quadro apresentado a seguir:
Quadro 11 – Conceitos de Treinamento
Autor / Ano Conceito de Treinamento
Mariotti 1996
Refere-se quase sempre, ao fornecimento de conhecimentos, métodos e/ou técnicas isoladas, com objetivos também isolados.
Hoyler 1970
É um investimento empresarial destinado a capacitar uma equipe de trabalho e reduzir ou eliminar a diferença entre o atual desempenho e as realizações propostas. Neste sentido, o treinamento é um esforço dirigido no sentido da equipe, com a finalidade de fazer a mesma atingir, o mais economicamente possível, os objetivos da empresa.
Campell 1971
É a educação profissional que visa adaptar o homem ao trabalho em determinada empresa, preparando-o adequadamente para o exercício de um cargo. Pode ser aplicado a todos os níveis ou setores da empresa.
Donadio 1996
É, essencialmente, educação de adultos em ambiente profissional.
Marras 2000
É um processo de assimilação cultural em curto prazo, que objetiva repassar ou reciclar conhecimentos, habilidades ou atitudes relacionados diretamente à execução de tarefas ou à sua otimização no trabalho.
Fonte: Gdikian E.A. & Silva, M.C, 2002, p.32
As modificações no ambiente de negócios das empresas, as novas tecnologias da
informação e comunicação, o aumento da concorrência, a atuação em mercados globais, a
complexidade do trabalho vêm conduzindo modificações no enfoque do treinamento
123
empresarial, que, “além de capacitar para os aspectos operacionais, passaram a se preocupar
também com as questões técnicas e comportamentais” (GDIKIAN e DA SILVA, 2002, p. 33).
De uma forma geral, os programas de treinamento desenvolvidos nas empresas,
partem de duas principais fontes: levantamentos de necessidades, e avaliações de
desempenho. O ciclo do processo de treinamento está representado esquematicamente na
figura abaixo: (CARVALHO, 2001, p. 14)
Quadro 12 - Ciclo do processo de treinamento
Fonte: Carvalho, A. V. – Treinamento: princípios, métodos e técnicas. São Paulo: Pioneira, 2001
Recentemente, a partir de iniciativas ocorridas sobretudo nos Estados Unidos da
América, com reflexos sobre o Brasil, tem-se observado o crescimento das chamadas
Universidades Corporativas que através das palavras de Meister (1999, p.8) visam “sustentar
a vantagem competitiva, inspirando um aprendizado permanente e um desempenho
excepcional” das pessoas e por conseguinte, das organizações.
Os pilares das Universidades Corporativas, segundo a autora, são:
124
(i) O surgimento da organização por processos, horizontalizada e flexível;
(ii) Emergência da gestão do conhecimento;
(iii) A volatilidade da informação e a obsolescência do conhecimento;
(iv) Foco na empregabilidade;
(v) Mudanças no mercado da educação em geral.
As denominadas Universidades Corporativas vêm sendo implantadas em diversas
organizações estrangeiras e nacionais e têm por objetivo a educação e o desenvolvimento da
cadeia de valor da empresa, de uma forma alinhada às estratégias empresariais, visando
alavancar novas oportunidades, entrar em novos mercados, criar relacionamentos mais
efetivos com clientes e parceiros, além de impulsionar a organização para um novo futuro.
As principais diferenças existentes entre o modelo tradicional de treinamento
empresarial e as Universidades Corporativas estão representadas no quadro apresentado a
seguir. (GDIKIAN e DA SILVA, 2002, p. 47):
Quadro 13 – Comparativo T&D x Universidades Corporativas
Vetores
Treinamento e Desenvolvimento
Universidades Corporativas
Foco
Habilidade e conhecimento
Competência, cultura e estratégia organizacional
Missão
Informar e capacitar as pessoas para o cargo
Capacitar e desenvolver para desenvolver competências e otimizar o desempenho no trabalho
Função
Administrativa
Unidade de negócio, centro de lucros
Ação
Burocrática/reativa
Competitiva/pró-ativa
Local
Sala de aula física Espaço virtual e real
Estruturação
Descentralizada e pulverizada Centralizada e coesa
Metodologia
Preponderância de aulas expositivas teóricas
Aprendizagem presencial, virtual e autodesenvolvimento
125
Vetores Treinamento e Desenvolvimento Universidades Corporativas Aprendizagem
Aprender ouvindo Aprender agindo (pensar, sentir e agir)
Abrangência
Tático Estratégico
Frequência
Evento único, estanque Contínua, permanente
Indicadores
De processo Do negócio
Público-alvo
Empregado Cadeia de valor: empregado, fornecedor, cliente, acionista e comunidade
Docência
Instrutor externo e monitor interno Consórcio de professores universitários + consultores + gestores da casa
Avaliação
Reação Reação + aprendizagem + resultados/certificação
Tecnologia
Tradicional Avançada
Fonte: Gdikian E.A. & Silva, M.C. (2002, p.47)
4.2.2 Modelo de Kirkpatrick
De acordo com Kirkpatrick (1998) existem quatro níveis de avaliação de
treinamento, são eles:
Nível 1 – Reação
Nível 2 – Aprendizado
Nível 3 – Comportamento
Nível 4 – Resultados
Para o autor, cada nível tem a sua importância, como será visto em seguida.
Entretanto ao se passar de um nível para o seguinte, a complexidade da avaliação aumenta,
envolvendo maior dispêndio de tempo, utilização de instrumentos adequados, necessidade de
pessoal qualificado para o planejamento, implementação e interpretação da avaliação, o que é,
por outro lado compensado por informações valiosas.
126
Dessa forma, nenhum nível deve ser menosprezado ou abandonado, mesmo que o
avaliador o considere de menor importância. Entretanto, o que se observa, na prática,
sobretudo nas empresas nacionais é a utilização da avaliação de treinamento restrita apenas ao
primeiro nível, negligenciando-se dos demais.
A seguir, são detalhados cada um dos níveis mencionados:
(i) Nível 1: Reação
É aplicado após a realização do treinamento, para verificar se o mesmo atende às
expectativas dos participantes.
Kirkpatrick (1998, p.19) descreve este nível como a medida de satisfação do cliente do
treinamento, justificando:
Por muitos anos, conduzi seminários, cursos institucionais e conferências na University of Wisconsin Mangement Institute. As empresas pagam uma taxa para encaminhar seu pessoal para estes programas e fica óbvio que a reação dos participantes é uma mensuração imediata da satisfação dos clientes. Também parece óbvio que a reação precisa ser favorável se quisermos permanecer no negócio, atrair novos alunos e ter retorno dos antigos, para futuros programas.
Em muitas empresas, em seus programas de treinamentos internos,
frequentemente os funcionários são convocados a participar, mesmo a contragosto. Entretanto
ainda neste caso, continuam sendo clientes e o sucesso do programa irá depender de suas
reações.
Há um outro aspecto importante que é a relação entre uma reação favorável ao
treinamento e a motivação para aprender: “reação positiva e satisfação podem não assegurar o
aprendizado, mas reação negativa e insatisfação certamente reduzem a possibilidade de
aprendizado” (BENI; LUCHETI; POERNER, 2002, p.19).
MILIONI (2000) descreve algumas técnicas conhecidas de avaliação da reação, a
saber:
127
• Escalas de reação – medem a opinião final dos participantes do treinamento e
são aplicadas através de formulários com itens dirigidos que oferecem uma
visão geral dos treinandos a respeito do treinamento;
• Caderno de reações – permite a avaliação da reação dos treinandos durante a
realização do treinamento, com retorno imediato para a coordenação, visando
a correção de rumos;
• Observadores participantes – são escolhidos dentre os treinandos,
observadores, que passarão durante o treinamento a fazer a interface entre os
participantes e a coordenação;
• Avaliações abertas, não diretivas – ao término de cada período do treinamento,
o avaliador pode dirigir uma discussão plenária, visando obter impressões e
críticas sobre o trabalho;
• Questionários e entrevistas de reação pós-treinamento – são aplicados alguns
dias após a conclusão do treinamento e contribuem para a captação de
impressões sobre os primeiros efeitos do treinamento. São, na prática, uma
evolução do questionário de reação de fim de curso;
• Avaliação de expectativas – é a comparação de impressão final com as
expectativas apresentadas na abertura do treinamento. Nas empresas,
problemas internos, como o clima motivacional negativo, por exemplo, podem
comprometer os resultados dessa técnica.
(ii) Nível 2: Aprendizado
Objetiva verificar se os participantes aprenderam, daí ser desejável dispor de um
pré-teste e pós-teste para que possam ser avaliados seus conhecimentos, habilidades e
atitudes, antes e depois do treinamento.
128
Para Kirkpatrick (1998), aprendizado é:
• mudança na forma de perceber a realidade;
• aumento de conhecimentos;
• melhoria de habilidades.
O mesmo autor se posiciona: “a fim de avaliar o aprendizado, os objetivos específicos
estar bem determinados”( ibidem, p.20)
As principais formas de avaliação de aprendizagem, são dentre outras (Milioni,
2000):
• Questionários de pré-curso aos instrutores – são listagens de pontos-chaves do
treinamento, destacando aos instrutores a substância do aprendizado que deve ser
assegurado;
• Instrução programada – técnica consagrada para fornecer realimentação imediata,
proporcionando ao treinando e ao instrutor a oportunidade de acompanhar a evolução
durante o treinamento. Utilizam-se auto-estudos através de textos, seguidos de
perguntas, cujas respostas orientam o progresso dos alunos. Os recursos da
informática, possibilitam um grande avanço na sua concepção e implementação,
utilizando-se para isso o computador.
• Testes objetivos, exames escritos ou orais – são metodologias potentes,
amplamente utilizadas no ambiente acadêmico, que entretanto enfrentam certa
resistência para a sua aplicação no meio empresarial.
• Avaliação de mudanças de conhecimentos – medida antes e após o treinamento,
usualmente por meio de testes objetivos. O mesmo instrumento é aplicado antes e
após o treinamento, avaliando-se assim o progresso dos treinandos.
129
(iii) Nível 3: Comportamento
Kirkpatrick (1998) define este nível como a avaliação das mudanças de condutas e
procedimentos no trabalho ocasionadas pela participação do funcionário no treinamento.
O referido autor comenta:
Alguns instrutores querem eliminar a avaliação de reação e avaliação de aprendizado a fim de medirem mais rapidamente as mudanças de comportamento. Porém isso representa um sério erro, pois, supondo-se que não haja mudança de comportamento, a conclusão óbvia seria que o programa não foi efetivo e por conseguinte deve ser descontinuado. Essa conclusão pode estar correta, ou não. A reação pode ter sido favorável, e os objetivos de aprendizagem podem ter sido cumpridos, porém para que a mudança de comportamento e os resultados (níveis 3 e 4) ocorram, algumas condições precisam estar presentes( ibidem, p.21)
Que condições, são essas, apontadas pelo autor? Para que a mudança de
comportamento ocorra, quatro condições são necessárias, a saber:
• O treinando precisa desejar a mudança;
• O treinando precisa saber o quê e como mudar;
• O treinando necessita estar trabalhando em um ambiente favorável;
• O treinando precisa ter a mudança de comportamento reconhecida e premiada.
Um treinamento poderá fornecer subsídios para atender aos dois primeiros
requisitos, entretanto a terceira e a quarta condições dependem da empresa e do chefe
imediato. Os aspectos de clima organizacional e atitudes da chefia, são de extrema relevância
na possibilidade de mudança de comportamento do treinando. Kirkpatrick (1998), descreve
alguns climas gerados pelas chefias, com relação às mudanças. São eles:
• Reativo: é aquele no qual o chefe proíbe a mudança, impossibilitando o treinando
aplicar o que aprendeu no treinamento;
• Desencorajador: é aquele no qual o chefe apesar de não proibir explicitamente, não
segue o que foi ensinado e com o seu exemplo negativo desencoraja e desestimula
a mudança no comportamento do subordinado;
130
• Neutro: é aquele no qual o chefe não apoia, porém não impede a mudança,
entretanto pode alterar a sua postura inclusive para reativo, caso ocorra algum
efeito negativo fruto da mudança, como por exemplo, aumento de custos, ou
dilatação de prazos;
• Encorajador: é aquele no qual o chefe efetivamente estimula e apoia o subordinado
a aprender e aplicar o que aprendeu no trabalho;
• Requisitante: é aquele no qual o chefe sabe o que o subordinado está aprendendo e
garante a aplicação no trabalho. Adota uma postura solicitante da contínua
evolução de sua equipe.
Com relação à premiação pelas mudanças, Kirkpatrick (1998) as classifica nos
seguintes tipos:
• Intríseca: refere-se ao sentimento de satisfação pessoal quando ocorre uma
mudança de comportamento que apresenta bons resultados. Ela independe da
chefia;
• Extrínsica: refere-se ao reconhecimento dado pela empresa ou chefe, seja através
de elogios, bônus, prêmios ou aumento de salário.
• Ambas
As principais técnicas de avaliação de mudança de comportamento são, segundo Milioni,
(2000):
• Amostragem de atividade – aplicável em situações nas quais são disponibilizados
indicadores de perfomance dos treinandos em uma dada situação. Realiza-se
amostragem da população de treinandos e sobre essa amostra estima-se por meio
de questionários e entrevistas novos indicadores, após a realização do treinamento.
A mudança observada é atribuída, pelo menos em parte ao treinamento.
131
• Diário de observação – são escolhidos alguns colegas do treinando que após a
conclusão do treinamento, terão a incumbência de acompanhar as mudanças de
comportamento do profissional que foi treinado, na sua atividade de trabalho,
registrando inclusive eventuais dificuldades percebidas.
• Autodiários – é uma variação da técnica anteriormente descrita, sendo que o
treinando é o seu próprio observador.
• Entrevistas e questionários em largura – é uma metodologia que consiste na
consolidação das informações obtidas pela auto-avaliação, das avaliações
elaboradas pelos observadores locais, das avaliações obtidas pelos superiores
hierárquicos, bem como de outras técnicas de avaliação, se forem aplicáveis.
Abrange os treinandos, seus colegas e superiores e os resultados justificam a
aplicação da técnica pois dá uma ampla visão das mudanças de comportamento
advindas do treinamento.
(iv) Nível 4: Resultados
Este nível, na conceituação de Kirkpatrick (1998, p.23), significa:
Os resultados são alcançados porque os funcionários participaram do treinamento. Resultados incluem aumento de produção, melhoria da qualidade, redução de custo, redução de acidentes, aumento de vendas, redução da rotatividade de pessoal, aumento do lucro e do retorno e sobre o investimento. É importante reconhecer que resultados como estes são a razão de ser do programa de treinamento.
Segundo Milioni (2000), não existe treinamento que, sendo conduzido, não
produza resultados. De acordo com o mesmo autor: “a cultura de gestão de R.H. no Brasil não
concedeu o devido espaço às práticas de avaliação de resultados dos investimentos em T&D.
[...] O fato é que pouco ou nada se fez em termos de avaliar resultados em T&D”. (Milioni,
1999, p. 291).
Milioni (2000) considera que a avaliação de resultados é um processo e não uma
técnica isolada. Para a quantificação dos resultados, recomenda a utilização dos tradicionais
132
índices de produtividade de pessoal, absenteísmo, custo da folha de pagamento, resultados das
avaliações de desempenho, ganhos de produtividade, melhoria de resultados operacionais,
dentre outros.
São apresentados, a seguir, outras técnicas utilizadas na avaliação de resultados de
treinamentos. (Milioni, 2000):
a) Estudos de Clima Organizacional – é uma análise abrangente que demanda tempo e custos
elevados para a sua implementação, trazendo como benefício principal um diagnóstico
abrangente de aspectos motivacionais, de relacionamento, de condições de trabalho,
práticas gerenciais, etc.
b) Estudo do fluxo de trabalho – visam avaliar as rotinas e fluxos de trabalho, a partir de
estudos de Organização, Sistemas e Métodos, objetivando medir aumento de
produtividade e incremento de resultados.
c) Rastreamento das consequências pós-treinamento – visam a identificação das repercussões
do treinamento no ambiente de trabalho, através de instrumentos construídos com essa
finalidade, bem como por meio de entrevistas individuais e grupais.
d) Comparação direta com os objetivos – trata-se do resgate dos objetivos do treinamento e
sua comparação com os indicadores das mais variadas formas.
e) Aplicação de instrumentos específicos – é a aplicação de instrumentos construídos
especificamente para esse fim e que na maioria das vezes constituem-se de formulários.
4.2.3 Modelo de Hamblin
Hamblin (1978) propôs um modelo de avaliação de treinamento abrangendo cinco
níveis, a saber:
(i) Reação, que identifica atitudes e opiniões dos treinandos sobre os diversos aspectos do
treinamento, ou sua satisfação com o mesmo;
133
(ii) Aprendizagem, que verifica se ocorreram diferenças entre o que os treinandos sabiam
antes e depois do treinamento, ou se os seus objetivos instrucionais foram alcançados;
(iii) Comportamento no cargo, que leva em conta o desempenho dos indivíduos antes e
depois do treinamento, ou se houve transferência para o trabalho efetivamente
realizado.
(iv) Organização, que toma como critério de avaliação o funcionamento da organização,
ou mudanças que nela possam ter ocorrido em decorrência do treinamento, e
(v) Valor final, que tem como foco a produção ou serviço prestado pela organização, o
que geralmente implica em comparar custos do treinamento com os seus benefícios.
O modelo desenvolvido e proposto por Hamblin (1978), está representado
esquematicamente na figura apresentada a seguir:
Figura 5 – Modelo de Hamblin: níveis de avaliação de treinamento
134
Fone: Hamblin (1978)
A figura apresentada é composta de duas partes: a da esquerda, aborda a lógica do
planejamento do treinamento, que se baseia em formular os objetivos do nível de valor final,
passando sucessivamente para os próximos níveis. Vale ressaltar que para alcançar tais
objetivos, muitas ações são necessárias, não contemplando na maioria das vezes o
treinamento de pessoal. Por outro lado a parte da direita da figura apresenta a sequência em
que ocorreriam os efeitos, que seria iniciada pelas reações dos treinandos, concluindo no nível
5, valor final para a empresa. Deve-se destacar que em cada nível, são agregadas outras
variáveis, chamadas de interferentes, de modo que os efeitos do treinamento tornam-se
dependentes de um amplo conjunto de fatores, dificultando a sua detecção. O papel da
avaliação de treinamento é o de coletar em todos os níveis, dados relativos aos efeitos,
comparando-os com aqueles que seriam esperados.
4.2.4. Modelo de Avaliação Integrado e Somativo - MAIS
Desenvolvido por Borges – Andrade (1982) e representado na figura apresentada
a seguir:
Figura 6 – MAIS – Modelo de Avaliação Integrado e Somativo
135
Fonte: Borges – Andrade (1982)
Esse modelo privilegia aspectos instrucionais e administrativos que geralmente
produzem reações nos treinandos, sugerindo que uma avaliação leve em consideração
múltiplas variáveis classificadas em cinco componentes: insumos, procedimentos, processos,
resultados e ambiente, este com quatro subcomponentes. Do ponto de vista da sua
representação gráfica, os componentes e subcomponentes vizinhos, separados por linhas
contínuas ou pontilhadas, principalmente no sentido da esquerda para a direita, são aqueles
nos quais há maior probabilidade de existência de relações de dependência.
As definições dos componentes e subcomponentes do modelo, são as seguintes:
(i) Insumos – referem-se às características dos treinandos, anteriores ao treinamento, que
podem afetar o desempenho no curso e os resultados. Podem ser fatores físicos, sociais
ou estados comportamentais. Por exemplo: experiências anteriores na organização ou
motivação antes do treinamento;
(ii) Procedimentos – englobam as variáveis de planejamento instrucional e da atuação do
instrutor por algum meio de entrega da instrução. Focalizam as ações que foram
deliberadamente elaboradas para promover a aprendizagem desejada no curso. Por
exemplo: a sequência de objetivos, exercícios realizados, etc.
(iii) Processos – definidos como as ocorrências resultantes da realização dos
procedimentos e geralmente associadas a desempenhos intermediários dos treinandos,
podendo entretanto predizer resultados finais. Por exemplo: as relações interpessoais
desenvolvidas a partir do treinamento, o nível de motivação durante o treinamento, o
tempo de estudo individual, etc.
136
(iv) Resultados – referem-se ao que foi aprendido pelos treinandos ou por eles alcançado
ao final do treinamento. Por exemplo: qualquer habilidade adquirida ou atitude
desenvolvida;
(v) Ambiente – diz respeito às variáveis do contexto organizacional, que englobam desde
os aspectos anteriores ao treinamento, até a aplicação do aprendido. É dividido em
quatro subcomponentes:
• Necessidades – representam os motivos pelos quais o treinamento foi concebido,
objetivando-se suprir deficiência de desempenho de pessoas;
• Apoio – contempla um conjunto de variáveis que ocorrem na organização ou fora
dela que podem facilitar o processo de ensino-aprendizagem e a aplicação do que
foi aprendido no trabalho;
• Disseminação – refere-se aos meios utilizados para divulgar o treinamento na
empresa, ou seja, as formas através das quais as pessoas ficam sabendo da
existência daquele treinamento;
• Resultados a longo prazo – são as conseqüências ambientais resultantes da
aplicação da aprendizagem adquirida no treinamento. Podem ser visualizados
como melhoria nos desempenhos individuais e organizacionais.
No modelo de Borges-Andrade, “a avaliação não deve se prender apenas à mensuração do
alcance dos objetivos, mas também em uma oportunidade de se investigar como a
aprendizagem se processa na organização, como forma de retroalimentar o sistema de
treinamento e gerar mudanças nos métodos instrucionais adotados”(ARAÚJO e FREITAS,
2000, p. 4)
4.3 MODELOS DE AVALIAÇÃO DE E-LEARNING
137
Nesta seção serão abordados alguns critérios de qualidade e alguns modelos de
avaliação de e-learning.
4.3.1 Critérios de Qualidade de e-learning
Frydenberg (2002) apresenta uma relação composta por nove critérios de
qualidade, aplicáveis aos projetos de e-learning desenvolvidos por instituições de ensino
superior, nos Estados Unidos. São eles:
1 – Comprometimento Institucional;
2 – Infra-estrutura tecnológica;
3 – Serviços oferecidos aos estudantes;
4 – Projeto e desenvolvimento;
5 – Instrução e serviços de instrutores;
6 – Forma de entrega;
7 – Saúde financeira;
8 – Requerimentos legais;
9 – Avaliação do programa.
Mason e Weller (2000) desenvolveram uma interessante pesquisa intitulada:
“Factors affecting students satisfaction on a Web course”12, tomando como base cursos
oferecidos pela Faculdade de Tecnologia da Open University do Reino Unido. As principais
conclusões do trabalho, mostraram que os fatores que mais afetam a satisfação dos estudantes,
são:
• O suporte da tutoria ou de demais profissionais de apoio;
• O tempo, paciência e motivação que têm que devotar ao curso, e;
• O ajustamento entre as expectativas dos estudantes e os conteúdos apresentados no curso.
138
Gordon (2003), dando maior ênfase ao e-learning corporativo, apresenta cinco
fatores para o desenvolvimento de um projeto bem sucedido de e-learning. São eles:
1 – Identificação de uma necessidade específica do negócio para começar uma iniciativa de e-
learning, com baixo risco e custo reduzido, de maneira a demonstrar rapidamente sucesso;
2 – Ênfase na solução, ao invés de uma tecnologia, um particular;
3 – Adequação do conteúdo às necessidades específicas do negócio, visando o seu sucesso;
4 – Desenvolvimento de um planejamento que garanta o apoio da organização à iniciativa de
e-learning;
5 – Identificação do parceiro certo para as atuais necessidades de tecnologia bem como para
as possibilidades de expansão futuras.
O Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação a Distância,
estabeleceu indicadores de qualidade para a autorização de cursos de graduação à distância.
Seu objetivo é orientar alunos, professores e gestores de instituições de ensino
superior que podem usufruir dessa modalidade de educação, ainda pouco explorada no Brasil,
bem como empenhar-se por maior qualidade em seus processos e produtos.
São dez os itens básicos que devem merecer a atenção das instituições que
desejem implementar programas de graduação a distância, conforme o MEC. São eles:
1 – Integração com políticas, diretrizes e padrões de qualidade definidos para o
ensino superior como um todo e para o curso específico;
2 – Desenho do projeto: a identidade da educação a distância;
3 – Equipe profissional interdisciplinar;
4 – Comunicação e interatividade entre professor e aluno;
5 – Qualidade dos recursos educacionais;
6 – Infra-estrutura de apoio;
7 – Avaliação de qualidade contínua e abrangente;
139
8 – Convênios e parcerias;
9 – Edital e informações sobre o curso de graduação a distância, e;
10 – Custos de implementação e manutenção da graduação a distância.
Além dos aspectos apresentados, a Instituição proponente poderá acrescentar
outros específicos e que atendam particularidades de sua organização e necessidades sócio-
culturais de sua clientela, cidade e região.
Apesar dos indicadores anteriormente apresentados serem aplicáveis a qualquer
modalidade de Educação à Distância, servem também como diretrizes para a implementação
de projetos de e-learning.
Rosemberg (2002), toma por base os seguintes critérios: custo qualidade, serviço e
velocidade. O quadro a seguir apresenta um detalhamento dos critérios mencionados:
Quadro 14 - Principais critérios de negócio aplicados ao aprendizado
Critérios Implicações para a Empresa Implicações para o Aprendizado Custo Qual será o custo de operar a
empresa de maneira bem-sucedida e como esses podem ser gerenciados? Economia, aqui, traduz-se, diretamente, no balanço final, em maiores lucros, ganhos por ação etc.
Qual será o custo de adquirir ou desenvolver programas de aprendizado e fornecê-los a todos que precisarem? Quanto custará tirar os funcionários de funções produtivas e colocá-los em um modo de aprendizado? A diferença é que, agora, esses custos estão se tornando mais vitais e visíveis, embora ainda mais difíceis de justificar. A pressão pelo controle de custos está mais intensa que nunca.
Qualidade Como as ofertas da empresa atendem às expectativas do cliente? A melhoria na qualidade também está claramente relacionada aos resultados no balanço final, por meio de maior lealdade do cliente e do crescimento da participação no mercado, entre outros.
Qual é a qualidade dos programas de aprendizado? O aprendizado está ocorrendo e, mais importante, o aprendizado está se traduzindo em melhor desempenho?
Serviço Quão bem a empresa responde às necessidades dos clientes? Como o serviço pode ser um diferenciador-chave no mercado?
Com efetivo cada vez mais disperso, móvel e diversificado, e com uma operação comercial mais global, o aprendizado deve agora, estar disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana.
140
24 horas por dia, 7 dias por semana. Com estruturas organizacionais mais flexíveis e a rápida mudança no ambiente da empresa, direcionando as decisões e inovações para o nível mais inferior da companhia, o aprendizado
Critérios Implicações para a Empresa Implicações para o Aprendizado terá de ser melhor adaptado a cada
indivíduo e permitir, ao mesmo tempo, que esse indivíduo explore novas áreas que podem estar fora dos padrões previsíveis
Velocidade Com que rapidez a empresa pode mudar sua estratégia a fim de enfrentar novos desafios? Com que rapidez a empresa pode lançar um novo produto no mercado ou com que rapidez a empresa pode responder às necessidades do cliente? São exemplos de medidas-chave da velocidade. A economia digital intensifica a necessidade de velocidade.
Com que rapidez o aprendizado responde às mudanças na empresa? Como o aprendizado pode ser eficaz, escalável e responsivo na “velocidade da Internet”?
Fonte: Adaptado de Rosemberg (2002)
4.3.2 Avaliação do e-learning
Inicialmente deve-se mencionar que a ênfase dada neste item será a avaliação de
programas de e-learning.
Há poucos anos atrás, o e-learning era encarado apenas como uma forma mais
rápida e barata de treinar empregados entretanto, há hoje uma percepção cada vez mais
difundida entre os gerentes, diretores e presidentes de empresas, que o e-learning, como todo
o sistema de treinamento da empresa, deve estar alinhado aos seus objetivos estratégicos.
Começa-se a enxergar além dos empregados, vislumbrando-se clientes, fornecedores, canais
de distribuição, através da oferta de programas de e-learning para todos os componentes da
cadeia de valor da empresa. Inicia-se na alta direção das organizações a compreensão que o e-
learning pode se tornar uma arma competitiva, uma ferramenta que pode ajuda a criar uma
141
organização de aprendizagem e que pode também melhorar a satisfação de clientes internos e
externos.
De acordo com Chapman (2001, p. 8): “Os custos são apenas parte da equação do
e-learning. A principal vantagem que meus clientes atribuem ao e-learning , é o fato dele
possibilitar que as organizações façam coisas que não podiam com o treinamento tradicional”.
Por exemplo:
• Transformar um negócio tradicional em e-business;
• Certificar milhares de empregados em disciplinas técnicas;
• Acelerar o retorno de capital, através do lançamento simultâneo de produtos em
escala global;
• Melhorar o atendimento ao cliente;
• Introduzir a Internet na organização;
• Possibilitar treinamento aos revendedores e distribuidores.
Dessa forma, o custo do e-learning é relativo: cada integrante da organização, a
depender da sua posição no organograma, terá pontos de vista diferentes e visões diferentes
do significado do retorno do e-learning.
Tanquist (2000) apresenta observações relevantes sobre a avaliação do e-learning:
“e-learning é relativamente novo e cercado de ceticismo, cautela e resistência e uma forma de
superar essas preocupações é através da avaliação”. Mais adiante amplia: “O desenvolvimento
e implementação de programas online representam um significativo investimento, dessa
forma a necessidade de avaliar a sua efetividade em termos de satisfação de clientes e retorno
econômico é evidente”.
4.3.2.1 Modelo de avaliação de Hatcher & Mungania
Hatcher e Mungania (2002) desenvolveram uma matriz de avaliação de e-learning
multidimensional: seis fatores versus cinco sujeitos avaliados; cada uma das trinta células de
142
análise, é categonizada nos níveis de avaliação de reação, aprendizado, comportamento e
resultados de Kirkpatrick. Os fatores incluem características dos alunos, tecnologia, instrução,
instrutor, instituição e comunidade, enquanto os sujeitos incluem alunos, instrutores, pessoal
de suporte, administração e comunidade.
De acordo com os autores, as questões de pesquisa que conduziram à elaboração
da matriz foram:
• Qual é o valor da avaliação dos cursos e programas de e-learning?
• Qual é o processo de avaliação dos cursos e programas de e-learning?
• Quem deve ser envolvido nas avaliações de e-learning?
• Quais as variáveis que devem ser utilizadas nas métricas para avaliação de e-
learning?
Uma vez que o e-learning é caracterizado por um esforço colaborativo, os sujeitos
para uma avaliação incluem:
• Estudantes matriculados em um curso on-line, bem como aqueles que concluíram
o curso;
• Instrutor;
• Pessoal de suporte, como designers instrucionais, e;
• Membros da comunidade.
Esses sujeitos são a fonte de dados relativos a vários aspectos do e-learning:
questionários são aplicados a cada conjunto de sujeitos visando identificar as suas
experiências com relação aos seis fatores descritos a seguir.
• Características dos aprendizes;
• Tecnologia;
• Instrução;
• Instituição, e;
143
• Comunidade.
Em cada um desses fatores existem diversas variáveis que devem ser incluídas nos
instrumentos de avaliação. A escolha das variáveis que devem ser incluídas, em um
instrumento irá depender do propósito de avaliação, bem como dos recursos disponíveis.
4.3.2.2 Modelo de avaliação de Forman
O modelo proposto por FORMAN (2002), tem como base o modelo dos quatro
níveis de Kirkpatrick, porém propõe-se ir além da análise de resultados de abordagem
financeira, relacionando o programa de e-learning com o crescimento da organização e suas
iniciativas de cunho estratégico.
O quadro a seguir apresenta o modelo de avaliação de e-learning pela criação de
valor. São posicionados dentro de uma hierarquia, de tal sorte que, o significado de um dado
critério pode ser compreendido examinando-se o critério precedente.
Quadro 15 – Avaliação de e-learning pela criação de valor
Critério Método Medida
1. Uso Observação de Lista de Presença Processo
2. Reação ao Curso Questionário Processo
3. Relevância / Atitudes Pesquisa de Atitudes Produto
4. Conhecimento: Fator Teste de critério (Múltipla escolha) Produto
5. Conhecimento:
Habilidades Intelectuais
Teste de critério (Simulação) Produto
6. Performance Observação Produto
144
Critério Método Medida
7. Transferência para o trabalho Todos os anteriores: Atitudes,
Conhecimentos, Habilidades
Intelectuais e Performance.
Impacto
8. Resultados do Negócio Sistemas que monitorem tempo,
redução de custo, aumento de
produtividade e aumento de
lucratividade.
Impacto, Valor
Monetário e
Quantidade.
9. Criação de Valor Contratos Executivos, Sistemas
Corporativos.
Crescimento da
empresa.
Fonte: Forman (2002)
Passemos a avaliar sucintamente cada um dos critérios apresentados:
• Uso – antes de avaliar resultados, é necessário determinar se o programa de treinamento foi
efetivamente utilizado e se foi como se pretendia. Isso é particularmente importante, uma
vez que há evidências crescentes que os índices de conclusão de cursos de e-learning são
bastante baixos;
• Reação ao curso – os questionários de reação ao curso dão uma idéia da efetividade da
estrutura e conteúdo do curso, bem como o grau de satisfação do aluno;
• Relevância / Atitudes – respostas no campo atitudinal são frequentemente deixadas em
segundo plano, comparativamente à apreensão de conteúdos, porém de acordo com
Forman (2002) as atitudes e relevância são as conseqüências mais importantes do segundo
nível do modelo de Kirkpatrick.
• Conhecimento: fatos – os testes realizados em cursos através de e-learning, baseiam-se
quase que exclusivamente em fatos. Conhecimento factual é fácil de ser medido e os
145
resultados podem ser gravados automaticamente. O aspecto importante é que as questões
propostas nos textos estejam relacionadas aos objetivos de aprendizagem específicos.
• Conhecimento: habilidades intelectuais – cada vez mais percebe-se que tem menos
importância o quanto se sabe e sim o quanto se é capaz de resolver problemas. Habilidades
e solução de problemas freqüentemente fazem a diferença entre os que se destacam e os de
desempenho mediano;
• Performance – treinamento deve resultar em mudança de comportamento; não é o que as
pessoas sabem, que é importante para a organização e sim o que as pessoas fazem. Os
recursos do e-learning, tais como laboratórios virtuais ou ferramentas de colaboração,
possibilitam acompanhar em “tempo real” a performance dos treinandos;
• Transferência para o trabalho – treinamento é simplesmente um meio para um fim. O fim é
a mudança de comportamento no trabalho que conduza, direta ou indiretamente, aos
resultados do negócio e à criação de valor. As medidas de transferência para o trabalho são
usualmente realizadas, três ou seis meses após a conclusão do treinamento;
• Resultados do negócio – O critério em questão lida com o impacto no negócio. Existem
três níveis de resultados de negócio, a saber: redução de custos, aumento da produtividade
e aumento de lucratividade. Este critério refere-se ao quarto nível de avaliação de
Kirkpatrick (1998).
Vale ressaltar que o conceito tradicional de ROI – Retorno sobre o Investimento,
tem a tendência de enfatizar apenas a redução de custos, pois são os mais fáceis e mais diretos
de serem mediados;
• Criação de valor – esta é uma expressão que, efetivamente desperta o interesse da alta
direção. Eles apreciam a redução de custos, entretanto sabem que não perduram por muito
tempo: melhorar o nível da organização, vencer a concorrência, desenvolver a capacidade
146
de inovação e dar respostas rápidas ao mercado, são as sementes do crescimento do valor
para os acionistas e necessitam ser incluídas nas justificativas de programas de e-learning.
Alguns indicadores gerais são sugeridos pelo autor, sabendo-se que para cada
organização existirá um conceito específico de “valor”. São eles:
Medidas de Estratégias do Negócio
• Aumento do retorno de para os acionistas;
• Aumento de vendas e lucratividade;
• Desenvolvimento de Vantagens Competitivas;
• Aumento da participação de mercado;
• Entrada em novos mercados;
• Fusões e aquisições de outras companhias;
• Alcance em outros parceiros, clientes e audiências.
Medidas de tempo
• Tempo de resposta;
• Tempo de lançamento de produtos;
• Tempo de contratação de pessoal;
• Tempo de aquisição de insumos;
• Ciclo do negócio.
Medidas de Capital Humano
• Contratação de talentos;
• Retenção de talentos;
• Desenvolvimento de talentos;
• Capacidade de Inovação.
Medidas de clientes
• Satisfação de clientes;
147
• Retenção de clientes;
• Referências de clientes;
• Valor vitalício do cliente.
4.3.2.3 Outras contribuições
Horton (2001), desenvolve todo um conjunto de procedimentos para a avaliação
de e-learning, que tem como base o clássico modelo de Kirkpatrick (1998) dos quatro níveis.
Entretanto, merece destaque a recomendação para incluir o conceito de avaliação
no projeto de e-learning, sobretudo na fase de definição de objetivos instrucionais uma vez
que projetos de sucesso tendem a ser aqueles que consideram a avaliação desde o início, não
apenas na sua finalização. Dessa forma, para integrar avaliação no projeto de e-learning,
deve-se iniciá-lo apresentando os objetivos em uma sequência lógica que parte do mais alto
nível de avaliação para o mais baixo, conforme mostra a figura a seguir:
Figura 7 – Sequência de objetivos
Fonte: Horton (2001)
A fórmula é simples: para se atender o objetivo do nível n, verifica-se que
objetivos devem inicialmente ser atendidos no nível n-1 (HORTON, 2001). Ou seja, em
outras palavras:
(i) Liste os objetivos do negócio (nível 4);
Apresente os Objetivos do
Negócio (NÍVEL 4)
Apresente os Objetivos de Performance (NÍVEL 3)
Apresente os Objetivos de
Aprendizagem (NÍVEL 2)
Apresente os Objetivos de
Resposta (NÍVEL 1)
148
_______________________________________________________________________________________13 A força do processo de análise custo-benfício é a possibilidade de sair do terreno das generalizações e
suposições para provar o valor de cada programa desenvolvido.
(ii) Liste as mudanças de comportamento no trabalho necessárias para alcançar os
objetivos do negócio (nível 3);
(iii) Liste os conteúdos que os alunos devem aprender para que sejam capazes de
implementar as mudanças de comportamento desejados (nível 2);
(iv) Liste as respostas necessárias para que o aprendizado ocorra (nível 1);
(v) Decida quais desses objetivos o seu projeto deverá atender e quais necessitam de
outros esforços, e;
(vi) Finalmente, decida que indicadores utilizar para cada objetivo estabelecido. Tenha em
mente quais dados e de quem você deverá coletar.
Kruse (2002) apresenta um roteiro, também tomando como base o modelo
Kirkpatrick (1998), denominado “Análise Custo-Benefício”. Comenta: “The power of
de cost-benefits analysis process is that enables you to move from generalizations and
assumptions to proof of the value of each and every program you develop”13 (Idem,
2002, pg. 1). Os conceitos a seguir apresentados, integram a análise de custo benefício:
• Vida útil do treinamento – isso será determinado por aspectos tais como mudanças
no conteúdo, na tecnologia e nos objetivos do negócio;
• Opções de entrega – estabelecer comparação com outras formas de entrega do curso,
além do e-learning;
• Tamanho da audiência – isso influencia drasticamente na determinação dos custo
unitário do programa;
• Seat time (“tempo sentado”) – o tempo total que os alunos irão dispender com curso
denomina-se “seat time”, ou seja, quanto tempo irão permanecer em seus assentos
participando do curso;
• Custos adicionais – seguros, benefícios, férias, feriados, outros custos, que irão
impactar, por exemplo a estimativa de custo por hora de um facilitador;
149
• Retorno estimado – Identificar o impacto no retorno, a partir da projeção ou
extrapolação de dados conhecidos. Por exemplo, suponha que um treinamento em
qualidade total, possibilite a redução de defeitos em peças produzidas de 5000 para
3000 por ano. Ao menos uma parte dessa redução deve-se ao treinamento
desenvolvido, trazendo economia à empresa;
• Custos de oportunidade – são custos associados a oportunidades que são perdidas por
não ter ocorrido o programa de treinamento. Para a análise de custos, em geral
estima-se o número de horas que serão investidas em treinamento a partir dos
salários do pessoal envolvido, entretanto oportunidades podem ser perdidas durante,
por exemplo, uma semana de treinamento da equipe de vendas, ou também por que a
equipe não detinha os conhecimentos necessários ao fechamento de determinados
negócios. Em geral, esses custos podem superar fortemente os custos envolvidos com
salários e benefícios dos treinandos.
4.4 ALGUNS EXEMPLOS DE AVALIAÇÕES DE E-LEARNING
Neste item serão apresentados, a título de exemplo, as sínteses de algumas
avaliações de programas de e-learning, desenvolvidas no Brasil e no exterior.
4.4.1 Pesquisa PriceWaterhouse Coopers – Micropower (Brasil e América do Sul – 2001)
(i) Aspectos Gerais
A empresa de consultoria internacional PriceWaterhouse Coopers, visando
atender interesses de diversos clientes, que desejavam conhecer o potencial de impacto do e-
learning em seus negócios, desenvolveu, em parceria com a Micropower, empresa brasileira
de soluções de e-learning, uma pesquisa com as 110 mais importantes empresas da Argetina,
Brasil e Chile, no ano de 2001.
150
13%
60%
27%
ChileBrasilArgentina
Os principais objetivos foram:
• Identificar o nível de desenvolvimento da utilização do e-learning;
• Avaliar o grau de penetração do e-learning nos países pesquisados;
• Identificar tendências, obstáculos e oportunidades na implementação do e-learning.
(ii) Metodologia
A metodologia utilizada foi uma combinação de técnicas qualitativas e
quantitativas. Foram três fases articuladas entre si, no decorrer de 6 meses, durante os quais
foi realizado um levantamento quantitativo, através de um portal Web especialmente
desenhado para a pesquisa pela empresa Micropower, que foi aplicado às 110 empresas mais
importantes da Argentina, Brasil e Chile, seguido de um levantamento qualitativo, do qual
participaram diversos consultores que levantaram a experiência das empresas através de
entrevistas aos seus principais executivos.
Gráfico 3 – Percentuais de participação por país Fonte: PriceWaterhouse Coopers (2001)
A terceira etapa, denominada fase de feed-back, objetivou a apresentação de
resultados ao mercado, abrangendo os três países pesquisados.
(iii) Principais resultados
151
As seguintes dimensões foram analisadas na pesquisa através de variáveis
compostas por um ou mais indicadores:
• Estratégias Corporativas;
• Presença na região e nas empresas;
• Barreiras e facilitadores;
• Gestão do Capital Humano;
• Investimentos, custos e resultados.
Serão sucintamente analisados, a seguir, os principais resultados para cada uma das
dimensões:
• Estratégias Corporativas, presença na região e empresas - 40% das empresas que
participaram do estudo expressaram interesse estratégico em e-learning, mas somente 20%
o estão utilizando de forma significativa. Esperava-se àquela altura, que no ano seguinte
esta proporção seria de aproximadamente 30%.
Na região, o e-learning ainda está presente em nível estratégico, sendo necessário
transformá-lo em uma realidade operacional e de resultados para o negócio. Das empresas que
utilizam e-learning , metade o utiliza para toda a organização, e a outra metade para áreas ou
setores específicos.
Argentina (45%) e Brasil (40%) são os dois países que expressaram maior
interesse estratégico de suas empresas em e-learning, contudo o nível de concretização de
iniciativas era, na época da pesquisa, bastante baixo.
• Barreiras e facilitadores para a implementação do e-learning.
Os respondentes demonstraram que as pessoas, cultura e estratégia são as
principais dificuldades para a implantação do e-learning. Os principais aspectos analisados
são os referentes às mudanças de “papéis”, seja do aluno, que passa de uma atitude passiva
para ativa, interessando-se pelo seu aprendizado e sendo pró-ativo na busca do conhecimento,
152
bem como também no papel dos gestores de negócio, que a partir do advento do e-learning,
tiveram que pôr em evidência a necessidade de gerenciar pessoas e não apenas processos e
tarefas.
• Gestão do Capital Humano e do Conhecimento
O estudo demonstrou que existe uma forte correlação entre a maior utilização do
e-learning e o grau de desenvolvimento de competências na organização.
Assim, as empresas mais ativas em e-learning mostram ter um modelo de
competências definido e um funcionamento em uma proporção bem maior do que aquelas
empresas onde o e-learning encontra-se pouco desenvolvido.
• Investimentos, custos e resultados
Em 90% dos casos, a resposta à pergunta “A empresa considera a capacitação
como um investimento estratégico?”, foi positiva. No entanto, no momento de apontar as
motivações para investimento em e-learning, a redução de custo com a capacitação foi um
das principais. Naquele ano, 16% das despesas eram destinadas às iniciativas de e-
learning.
Quanto à avaliação, as análises mais orientadas ao impacto no negócio (níveis 3 e
4 de Kirkpatrick), foram pouco observadas, em contraste com a tendência dominante de
avaliação operacional (níveis 1 e 2 de Kirkpatrick).
4.4.2 Pesquisa E-learning Magazine (EUA-2001)
(i) Aspetos gerais
A revista líder de e-learning nos Estados Unidos, e-learning Magazine, em abril
de 2001, durante a E-learning Conference & Expo, realizou uma pesquisa com os
participantes do evento sobre o uso do e-learning em suas organizações:
153
99% dos entrevistados tinham e-learning em suas empresas
53% eram empregados de empresas privadas
19% eram funcionários públicos (civis e militares)
12% eram do ramo de educação.
(ii) Principais resultados
• Quais são os principais benefícios do e-learning em relação ao treinamento
tradicional?
79% disseram que a disponibilidade do e-learning a qualquer tempo e lugar é o
principal benefício em relação ao treinamento tradicional. 59% disseram redução
de custos e também 59% responderam que o e-learning permite aprendizado no
ritmo do aluno.
• Quais são os maiores desafios do e-learning?
53 % disseram que a dificuldade de banda-larga era o maior desafio. 51%
responderam “resistência cultural” como barreira ao e-learning e 39% disseram
ser a falta de interação existente no e-learning.
• Como a sua organização desenvolve o e-learning?
58% disseram que os conteúdos são desenvolvidos internamente. 49% disseram
que migraram de materiais existentes para novos conteúdos, que são
desenvolvidos interna e externamente.
• Que cursos são oferecidos via e-learning?
42% responderam softs kills e 35% responderam aplicações de software.
• Como a organização mede o sucesso do e-learning?
72% disseram que utilizam o feed-back do empregado para medir o sucesso do e-
learning. 46% responderam melhoria de desempenho no trabalho. 44%
responderam que monitoram o número de empregados que utilizam os cursos on-
154
line e 37% analisam os resultados da organização como meio de avaliação do e-
learning.
• Quem são os tomadores de decisão referentes ao e-learning em sua
organização?
A pesquisa mostrou que, em geral, quem toma as decisões referentes ao e-learning
são combinações de áreas gerenciais (RH e treinamento, tecnologia da
informação).
• Quem aprova a compra de conteúdo, tecnologia e serviços de e-learning, em
sua organização?
64% disseram que são gerentes seniores. 24% disseram que são os gerentes de
recursos humanos e 21% disseram que são os gerentes de Tecnologia da
Informação.
4.4.3 Pesquisa Quality and e-Learning in Europe (2002)
(i) Aspectos Gerais
Essa pesquisa foi realizada na Europa em 2002, e visava identificar a qualidade
do e-learning. Foi desenvolvida a partir de um site de Web em cinco línguas faladas na
Europa (Inglês, Francês, Alemão, Espanhol e Italiano). Foi hospedada no ETV – European
Training Village, localizado no Cedefop – Agência Européia de Treinamento Profissional.
A pesquisa perguntou aos profissionais de treinamento europeus, as suas opiniões
sobre a qualidade do e-learning praticado na Europa. Foram enviados e-mails solicitando a
participação dos usuários cadastrados no ETV, bem como para outros bancos de dados
europeus.
155
82% dos 433 respondentes vieram dos países da União Européia e todos os seus
países foram representados, excetuando-se Luxemburgo. O maior número de respondentes
vieram do Reino Unido, Alemanha, Espanha, França e Itália, nessa ordem.
Como mostraram os resultados, todos os tipos de respondentes foram
representados, incluindo gerentes de RH e treinamento de empresas privadas e públicas,
gerentes de instituições de ensino, professores, treinadores e consultores de desenvolvimento
organizacional.
(ii) Principais resultados
• Qualidade geral do e-learning
61% dos respondentes avaliaram a qualidade do e-learning negativamente, como
“razoável” ou “fraca”. Apenas 1% avaliaram como “excelente” e 5% como “muito
bom”.
• Critério utilizados para avaliar a qualidade
Os mais importantes critérios para avaliar a qualidade do e-learning, foram em
ordem de prioridade:
• Funcionalidades técnicas sem problemas para todos os usuários;
• Princípios pedagógicos apropriados para cada perfil de aprendizes, suas
necessidades e contexto;
• Conteúdo no estado-da-arte e atualizado;
• Alto nível de interatividade.
Reino Unido
Para 99% dos respondentes as “funcionalidades técnicas” são os aspectos mais
importantes na avaliação de qualidade. 23% consideram ser importante que os conteúdos
sejam relacionados com os seus perfis e competências ocupacionais.
156
França
81% responderam “funcionalidades técnicas” e apenas 12,5% atribuíram
importância ao relacionamento dos conteúdos com as competências ocupacionais.
Alemanha
98% dos respondentes preferiram as “funcionalidades técnicas” e 24% atribuíram
importância ao relacionamento dos conteúdos com as características ocupacionais.
Espanha
Similar à Alemanha, 98% preferiram as “funcionalidades técnicas”, enquanto 28%
valorizaram o relacionamento dos conteúdos do e-learning com as competências e habilidades
profissionais.
Itália
76% dos respondentes atribuíram importância máxima às “funcionalidades
técnicas”, enquanto 28% avaliaram como muito importante a necessidade de relacionar
conteúdos às competências ocupacionais.
Como pôde ser verificado ao longo deste capítulo, a avaliação de treinamento
ainda não é um procedimento amplamente difundido nas empresas, em especial para os
treinamentos desenvolvidos a partir da utilização do e-learning.
Fica claro que não se trata da falta de modelos teóricos para a implementação das
referidas avaliações, nem tampouco a falta de abordagem estratégica dos treinamentos por
parte das empresas. No Brasil, pode-se atribuir à falta de uma cultura de avaliação, de uma
forma geral, como principal motivo pelo qual os treinamentos são pouco avaliados. No caso
específico do e-learning, soma-se o fato de que trata-se de uma ferramenta recente em nosso
país.
157
5 METODOLOGIA
Considerando-se que a adoção do e-learning em nosso país é um fato recente e por
conseguinte existe atualmente um número relativamente pequeno de empresas, dispersas
geograficamente por todo o país, que utilizam esta modalidade de treinamento, buscou-se uma
população de empresas para a realização da pesquisa, a partir de uma parceria com a empresa
Micropower, com sede em São Paulo, que disponibilizou um banco de dados, constituído por
uma relação de seus clientes, localizados em todo território nacional. Tendo em vista que a
empresa realiza anualmente um evento de e-learning, de abrangência nacional denominado E-
learning Brasil, com a participação de diversas empresas, bem como por ser fornecedora de
soluções de e-learning, envolvendo plataformas tecnológicas, consultoria, mediação
pedagógica e oferta de cursos via Web para inúmeros clientes, possui um cadastro de mais de
cinco mil nomes de profissionais de todo o Brasil que atuam no setor de Educação
Corporativa. Foi a partir desse banco de dados que se estruturou a presente pesquisa. Cada
empresa, na verdade, constitui-se em um caso a ser estudado, entretanto se consideradas em
conjunto formam uma base de informações qualitativas e quantitativas, conduzindo, dessa
forma, a uma pesquisa tipo survey14, que dentre outros aspectos, possibilita a análise agregada
em relação ao problema apresentado.
__________________________________________________________________________________________14 Survey ou levantamento
158
Tratou-se então de implementar a referida pesquisa, através de questionários
aplicados à uma amostra estatísticamente representativa do universo, permitindo assim a
obtenção de dados, que uma vez analisados e confrontados com as teorias disponíveis,
conduziram a um conjunto de conclusões, que trazem respostas ao problema de pesquisa.
Os principais passos metodológicos da pesquisa em questão estão delineados nos
próximos itens do capítulo.
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa desenvolvida classifica-se como um survey interseccional (cross-
sectional). Conforme afirma BABBIE (1999, p. 101):
Os dados são colhidos, num certo momento, de uma amostra selecionada para descrever uma população maior na mesma ocasião. Tal survey pode ser usado não só para descrever, mas também para determinar as relações entre variáveis na época do estudo.
5.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população foi composta por organizações de qualquer porte e qualquer ramo de
atividade, localizadas em qualquer ponto do território nacional, que tenham um programa de
e-learning, com aplicação corporativa, em qualquer estágio apontado no questionário (da
implantação ao abandono).
Dessa forma, a unidade amostral pesquisada foi a organização, que se manifestou
através de um respondente (unidade de observação), que tem ter condições de emitir respostas
em nome daquela, bem como ter conhecimento de causa.
Com base na experiência do portal www.e-learning.com.br Brasil desde a sua
criação em janeiro de 2001, foi selecionada, na base de dados da Micropower, um conjunto de
80 organizações, tendo como critério de seleção, o fato de disporem de iniciativas de e-
learning com um maior grau de estruturação. Este conjunto foi denominado “base de
convidados”, representando a população a ser pesquisada. A amostragem para o survey,
159
propriamente dito, foi censitária, ou seja, todas as 80 organizações do banco de dados foram
pesquisadas, abrangendo assim a população completa.
5.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
O questionário, que encontra-se no Apêndice A, foi estruturado em partes, a saber:
(i) Informações gerais
Visou obter informações sobre a organização e o respondente, tais como: dados de
identificação, origem, setor de atuação, porte, etc.
(ii) O e-learning em sua organização
Visou coletar informações referentes ao uso do e-learning na organização
pesquisada, tais como: tipo de e-learning, motivação para sua adoção, número de pessoas
inscritas, conteúdos abordados, dados tecnológicos, etc.
(iii) Fatores críticos de sucesso
Visou coletar informações referentes às fases de desenvolvimento do e-learning
na organização:
• Pré-Projeto
• Planejamento
• Implantação
• Avaliação
A fase de Avaliação, foi desdobrada em cada um dos níveis do modelo de
Kirkpatrick (1998), a saber:
• Nível I – Reação
• Nível II – Aprendizado
• Nível III – Comportamento
• Nível IV – Resultados
160
Foi adotado o modelo de Kirkpatrick de avaliação de treinamentos, por ser o mais
divulgado na literatura, por ser a base de outros modelos de avaliação apresentados
previamente no referencial teórico, bem como ser o modelo mais conhecido no meio de
profissionais de treinamento das empresas.
Vale lembrar que nesta parte do questionário, foram analisadas para cada uma das
fases mencionadas, duas situações a saber:
• Situação real – retrata como o respondente vê atualmente, em sua organização, o
aspecto abordado pela afirmativa;
• Situação ideal – retrata como o respondente gostaria que fosse, idealmente, o aspecto
abordado pela afirmativa.
Utilizou-se para cada uma das situações (real e ideal) uma escala de Likert, com
ponto neutro, permitindo o enquadramento das respostas, nas seguintes opções:
• Nunca
• Quase nunca
• Às vezes
• Quase sempre
• Sempre
De acordo com Rea e Parker (2000, p.70), tem-se:
Algumas perguntas exigem o uso de um mecanismo de resposta escalonada, no qual uma série contínua de alternativas de respostas é fornecida à consideração do entrevistado. [...]. uma escala de Likert significa uma escala de classificação de cinco, sete ou nove pontos, na qual a atitude do entrevistado é medida sobre uma série contínua que vai de altamente favorável até altamente desfavorável, ou vice-versa, com igual número de possibilidades positivas e negativas de resposta e uma categoria média ou neutra.
Mais adiante, os mesmos autores, vão além: “a escala de Likert funciona
particularmente bem no contexto de uma série de perguntas que procuram obter informações
sobre atitudes a respeito de um assunto específico” (REA E PARKER, p.70).
161
5.4 PROCEDIMENTOS
A pesquisa foi conduzida em duas etapas: a primeira, denominada pré-teste e a
segunda foi o survey propriamente dito. De acordo com Babbie (1999), os pré-testes são os
testes iniciais de um ou mais aspectos do desenho da pesquisa.
Rea e Parker (2000, p. 40), observam:
Uma vez que o pesquisador esteja satisfeito com o rascunho do questionário, o próximo passo é efetuar um pré-teste. Esta é uma implementação em pequena escala do rascunho do questionário, a qual avalia fatores críticos como: clareza do questionário, abrangência do questionário, e aceitabilidade do questionário [...]. Depois do pré-teste, os pesquisadores precisam revisar as perguntas de acordo com as necessidades. Eles podem querer efetuar um segundo pré-teste caso as revisões sejam extensas. Caso contrário, o questionário final poderá ser delineado e preparado para a implementação em um estudo real.
Antes da aplicação definitiva do questionário de coleta de dados, fez-se necessária
a seleção de uma amostra piloto para a realização do pré-teste do instrumento. As eventuais
alterações, inclusões, exclusões de perguntas seriam feitas a partir dos resultados do pré-teste.
O respondente não foi informado que participaria da etapa de pré-teste, pois
poderia influenciar as suas respostas.
Adotou-se a frase “para esta pesquisa foi selecionado um grupo seleto de
empresas, do qual faz parte a sua organização” conforme poderá ser observado no Apêndice
B.
Após responderem ao questionário principal, as empresas responderam a um
breve questionário de avaliação do instrumento de coleta de dados, objetivando eventuais
alterações com vistas à sua versão definitiva. O questionário de avaliação do instrumento de
coleta de dados, encontra-se no Apêndice C.
5.4.1 Fase do pré-teste
Para validar o desenho do instrumento de coleta de dados da pesquisa proposta,
foi definida uma fase inicial, anteriormente mencionada, denominada “pré-teste”. Esta fase
162
incluiu além das perguntas da pesquisa, um questionário final de avaliação do instrumento de
coleta, cujo objetivo era avaliar a aderência da pesquisa e detectar eventuais falhas que
pudessem ser corrigidas na fase posterior denominada “fase final”.
Definiu-se um total de 25 organizações para a fase do pré-teste. A seleção destas
25 organizações, a partir da base de convidados que contava originalmente com 80
organizações, foi realizada através de sorteio. Essas 25 empresas receberam um convite
personalizado enviado em 26/08/03 com instruções detalhadas sobre a pesquisa (Apêndice B).
O período de realização da pesquisa na fase pré-teste foi definido de 26/08/03 até
02/09/03. Durante este período, foi mantido acompanhamento permanente através do envio de
e-mails e telefonemas para lembrar os convidados sobre a pesquisa e seus prazos. Na fase de
pré-teste, 10 das 25 empresas convidadas responderam ao questionário. As empresas
respondentes foram:
• Fundação Dom Cabral
• Souza Cruz
• Lucent Technologies
• Antonelli & Palaia Consultores Educacionais
• Neogera
• Lojas Renner
• Senior Sistemas Ltda.
• Bureau Veritas – BVQI
• Bolsa Mercantil & Futuros – BM&F
• Carrefour Com. Ind. Ltda.
As tabelas apresentadas a seguir, mostram os resultados da avaliação do
questionário da pesquisa.
163
Tabela 1 – Fase Pré-teste. Resultados da avaliação do questionário (frequência absoluta)
O que você achou do questionário de coleta de dados da pesquisa em referência, em termos de:
ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI
A – Clareza dos termos utilizados
5 5
B – Compreensão do que foi perguntado
3 4 3
C – Sequência lógica das perguntas
6 4
D – Opções de respostas completas
3 2 5
E – Lay-out / Forma de apresentação
9 1
F – Neutralidade das perguntas
6 4
G – Extensão / tempo efetivo de resposta
7 1 2
H – Abrangência do tema pesquisado
5 5
I – Solicitação para preenchimento (objetivo da pesquisa, tempo estimado de resposta, solicitação de cooperação, etc.)
8 2
J – Instruções para preenchimento
7 3
Fonte: Pesquisa de campo.
Tabela 2 – Fase Pré-teste. Resultados da avaliação do questionário (frequência relativa)
O que você achou do questionário de coleta de dados da pesquisa em referência, em termos de:
ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI
A – Clareza dos termos utilizados
50% 50% 0% 0% 0% 0%
B – Compreensão do que foi perguntado
30% 40% 30% 0% 0% 0%
C – Sequência lógica das perguntas
60% 40% 0% 0% 0% 0%
D – Opções de respostas completas
30% 20% 50% 0% 0% 0%
164
O que você achou do questionário de coleta de dados da pesquisa em referência, em termos de:
ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI
E – Lay-out / Forma de apresentação
90% 10% 0% 0% 0% 0%
F – Neutralidade das perguntas
60% 40% 0% 0% 0% 0%
G – Extensão / tempo efetivo de resposta
70% 10% 20% 0% 0% 0%
H – Abrangência do tema pesquisado
50% 50% 0% 0% 0% 0%
I – Solicitação para preenchimento (objetivo da pesquisa, tempo estimado de resposta, solicitação de cooperação, etc.)
80% 20% 0% 0% 0% 0%
J – Instruções para preenchimento
70% 30% 0% 0% 0% 0%
Fonte: Pesquisa de campo.
Tabela 3 – Pesquisa Pré-teste. Resultado geral (frequências absoluta e relativa)
ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI Em termos gerais como você avalia o questionário de coleta de dados?
2 7 1
20% 70% 10% 0% 0% 0% Fonte: Pesquisa de campo.
Considerando-se que 90% dos respondentes avaliaram o questionário de coleta de
dados como “bom”(70%), “ótimo”(20%) ou “regular”(10%) e nenhum como “ruim” ou
“péssimo”, decidiu-se manter o questionário original, na íntegra, para a segunda fase,
denominada “fase final”.
5.4.2 Fase final
A fase final foi iniciada em 09/09/03 com o envio do convite por e-mail para as
demais organizações que compunham a base de convidados: 55 organizações adicionais. As
que foram convidadas para a fase do pré-teste não foram convidadas para a fase final, uma
165
vez que as suas respostas foram aproveitadas, na íntegra. Também não foram convidadas
novamente aquelas organizações que não responderam ao pré-teste.
Na fase final, o questionário de avaliação do instrumento de coleta de dados da
pesquisa não foi submetido às organizações pesquisadas, uma vez que cumprira a sua função
durante a fase anterior.
Dessa forma as 55 organizações receberam um convite personalizado, enviado em
09/09/03 e que encontra-se no Apêndice C. O período de realização da fase final da pesquisa
foi delimitado entre 09/09/03 e 24/09/03, durante o qual foi realizado acompanhamento
semanal através de telefone para lembrar aos convidados, da pesquisa e os seus prazos. Na
fase final responderam ao questionário 34 das 55 organizações. Após a análise do perfil das
empresas respondentes decidiu-se eliminar os dados oriundos de quatro organizações que
atuam no ramo educacional, por entender-se que poderiam descaracterizar a amostragem uma
vez que o e-learning que desenvolvem destina-se à comercialização para os seus alunos e não
aos seus funcionários. Dessa forma, no resultado final, foram consideradas somente as
organizações que responderam toda a pesquisa, bem como foram excluídas as referidas
instituições educacionais que dela participaram. Passou-se então a um total de 40 empresas
respondentes, sendo 10 da fase do pré-teste e 30 da fase final..
A relação das organizações das participantes encontra-se no Apêndice D.
5.4.3 Tratamento dos dados
O instrumento de coleta de dados, foi disponibilizado para as empresas que
compuseram a “base de convidados” através de um Web-site, localizado através do seguinte
endereço na Internet:
http: //www.elearningbrasil.com.br/portal/pesquisaufba/login.asp
166
À medida que as empresas iam respondendo ao questionário, os dados eram
armazenados em um banco de dados gerenciado por um software desenvolvido pela
Micropower para ser utilizado nas pesquisas realizadas pelo portal
www.elearningbrasil.com.br. Dentre outras facilidades, o convidado poderia responder ao
questionário em etapas, em função da sua disponibilidade de tempo, pois o sistema
armazenava o que já tinha sido preenchido até aquele momento.
Após a conclusão da fase final com todas as organizações tendo respondido à
pesquisa, o tratamento dos dados foi efetuado em duas partes, a saber:
(i) Parte I
Englobou as seguintes partes do instrumento de coleta de dados:
• Informações gerais, e;
• e-learning em sua organização.
O sistema de pesquisas do portal www.elearningbrasil.com.br foi concebido para
tratar dados oriundos de perguntas formatadas para respostas em múltipla escolha. Dessa
forma, o próprio sistema gerou para cada pergunta, o histograma correspondente, com as
frequências de respostas de cada alternativa.
(ii) Parte II
Englobou as seguintes partes do instrumento de coleta:
• Fatores críticos de sucesso: pré-projeto, planejamento e implementação, e;
• Avaliação: níveis I, II, III e VI.
Como o sistema de tratamento de dados do portal, não estava preparado para lidar
com perguntas com o formato do instrumento de coleta utilizado, que contemplou situação
real e outra ideal, usando-se escala de Likert em ambas situações, foi então formada uma base
de dados, que posteriormente foi exportada para o Microsoft Excel, para ser tratada
167
estatisticamente através do software SPSS. Nesse ponto do trabalho contou-se com assessoria
de um estatístico, que colaborou no tratamento dos dados.
Foi calculado o grau médio das opções apresentadas na escala Likert,
substituindo-se a opção sempre por 5 e nunca por 1, com os algarismos intermediários
correspondentes às demais opções da escala, de tal forma que, quanto maior fosse o grau
médio, mais freqüentemente ocorreria o fato correspondente à afirmativa do questionário.
Como medida de associação entre as fases pesquisadas foi utilizado o teste de
significância não paramétrico Wilcoxon Signed Ranks Test ao nível de significância de 5%.
Visando identificar a existência de diferença entre as fases pesquisadas (fatores
críticos de sucesso e avaliação) foi utilizado o teste não paramétrico Kruskal-Wallis. Este
teste é utilizado quando supõe-se que diversas amostras aleatórias independentes provêm de
populações idênticas. Este teste foi adotado por não exigir que as populações que originaram
as amostras tenham, ao menos aproximadamente, distribuições normais.
Utilizou-se também o teste de Kolmogorov –Smirnov a fim de verificar se os
dados eram distribuídos de forma normal.
Foi aplicado posteriormente o pós-teste de Dunnett que objetivou verificar a
igualdade significante entre os graus médios das fases.
168
6 RESULTADOS
Como abordado previamente no capítulo referente à Metodologia, o instrumento
de coleta de dados foi subdivido em quatro partes, a saber:
(i) Informações gerais;
(ii) O e-learning em sua Organização;
(iii) Fatores críticos de sucesso, nas seguintes fases: pré-projeto, planejamento e
implantação, e;
(iv) Avaliação, nos seguintes níveis: I – Reação, II – Aprendizado, III – Comportamento
e IV – Resultados.
Neste capítulo serão analisados os resultados da pesquisa a partir de duas
abordagens que se completam, a saber:
(i) A primeira tendo como base a Estatística Descritiva dos dados, descrevendo o
universo pesquisado através da utilização de freqüências absolutas simples e
relativas, representando os resultados através de tabelas e gráficos de forma
detalhada e que encontra-se nos itens 6.1 a 6.4.
(ii) A segunda, tendo como base a Estatística não-paramétrica e utilizando os graus
médios das opções apresentadas no questionário, encontra-se no item 6.5. Caso o
169
leitor deseje uma visão mais sintética dos resultados, recomenda-se iniciar a
leitura a partir deste item .
6.1 INFORMAÇÕES GERAIS
Os resultados da pesquisa, de acordo com o gráfico 4, mostram que a ampla
maioria (68%) das organizações pesquisadas é de origem nacional, sendo uma menor parcela
(32%) de origem estrangeira.
Por outro lado, o Gráfico 5 mostra a participação predominante no universo
pesquisado de empresas dos setores de serviços (59%) e indústria (32%). Os destaques vão
para uma pequena participação do comércio (9%) e participação nula do setor agrícola.
Gráfico 4 – Origem da organização Fonte: Pesquisa
Gráfico 5 – Setor predominante de atuação da organização Fonte: Pesquisa
170
Considerando-se que o universo pesquisado é composto por organizações que têm
projetos de e-learning em andamento, constata-se que os setores comercial e agrícola
provavelmente ainda não despertaram o interesse pelas soluções de e-learning em
treinamento.
Observando-se tanto o Gráfico 6, como o Gráfico 7, verifica-se que houve uma
participação preponderante na pesquisa de empresas de grande porte: seja pelo número de
funcionários, 56% declararam ter mais de 1.000 funcionários, sendo que 18% acima de
10.000, bem como com relação ao faturamento, onde verifica-se que 74% apresentam
faturamento médio anual superior a R$ 50 milhões.
Gráfico 6 – Nº de funcionários da organização Fonte: Pesquisa
Gráfico 7 – Faturamento médio anual da organização Fonte: Pesquisa
171
Esse resultado está alinhado com pesquisas anteriores, realizadas no Brasil: “[...]
O nível de utilização de e-learning é maior na medida que a empresa é maior no ponto de
vista da quantidade de funcionários” (PriceWaterhouse Coopers, 2001 p.6)
O gráfico 8 revela, na verdade, o detalhamento dos dados obtidos através do
Gráfico 4.
Merecem destaque, os maiores percentuais para os segmentos financeiro (14%),
educacional (16%) e tecnologia (16%), o que também está alinhado com a literatura, com
relação aos setores que mais utilizam as soluções de e-learning. Históricamente um outro
setor que utiliza bastante o e-learning (idem, 2001) é o setor de telecomunicações, entretanto,
na pesquisa, não houve na pergunta formulada esta opção de resposta. Provavelmente os
respondentes deste setor, enquadraram as suas empresas nos setores de Tecnologia ou Outro.
Gráfico 8 – Segmentos atuação da organização Fonte: Pesquisa
172
6.2 O E-LEARNING EM SUA ORGANIZAÇÃO
Percebe-se, a partir do Gráfico 9, que ainda ocorre grande predominância (59%)
dos treinamentos denominados “blended learning”, ou seja que utilizam uma combinação das
abordagens presencial e a distância (e-learning). Do Gráfico 10, destacam-se os elevados
percentuais referentes aos benefícios almejados do e-learning: aumento do alcance geográfico
(36%) e aumento da flexibilidade (20%). Para organizações de abrangência nacional, esses
aspectos tornam-se bastante atraentes. Vale ressaltar que na pesquisa similar conduzida pela
PriceWaterhouse Coopers (2001, p.8): “no momento de apontar motivações para o
investimento em e-learning (...), reduzir o custo de capacitação é uma das principais”.
Gráfico 9– Tipo de e-learning utilizado Fonte: Pesquisa
Gráfico 10 – Principal motivação para adoção do e-learning Fonte: Pesquisa
173
O Gráfico 11 nos mostra o número de pessoas inscritas em programas de e-
learning nas organizações. A distribuição é equilibrada por todas as faixas, tendo em vista que
fizeram parte da amostra, empresas dos mais variados portes, conforme pode ser constatado
no Gráfico 6.
O Gráfico 12 apresenta elevado percentual na opção B, estágio de crescimento do
e-learning na organização (61%), acompanhado de 20% na opção C, maturidade. Isso reflete
as características da população pesquisada, composta por empresas selecionadas a partir do
critério de disporem de um projeto consolidado de e-learning. Vale registrar o percentual
relativamente elevado (5%) referente ao estágio de abandono.
Gráfico 12 – Estágios do e-learning nas organizações Fonte: Pesquisa
Gráfico 11 – Nº de pessoas inscritas em e-learning nas organizações Fonte: Pesquisa
174
O Gráfico 13 nos mostra uma predominância para as temáticas corporativas e
gerenciais, em relação, por exemplo a utilização do e-learning para o aprendizado de idiomas
(30% de freqüência).
Já o Gráfico 14, mostra uma forte tendência ao desenvolvimento interno de
conteúdos de e-learning: integralmente, 47% e parcialmente 30%. Esses percentuais são
compatíveis com as características do universo pesquisado, composto por organizações que
têm o e-learning razoavelmente consolidado. Deve-se registrar o baixo percentual, apenas 2%
de produtos prontos adquiridos externamente às organizações.
Gráfico 13 – Temas abordados através do e-learning nas organizações Fonte: Pesquisa
Gráfico 14 – Origem do fornecimento do e-learning para as organizações Fonte: Pesquisada
175
O gráfico 15 apresenta um percentual de 30% para as plataformas adquiridas
prontas no mercado, contrapondo-se a um percentual acumulado de 37% para plataformas
próprias, desenvolvidas interna e externamente. O Gráfico 16, reforça as conclusões do
gráfico anterior, bastando para isso verificar o percentual relativo à plataforma própria (35%).
Gráfico 15 – Origem da plataforma tecnológica de e-learning Fonte: Pesquisa
Gráfico 16 – LMS (Learning Management Systems) nas organizações Fonte: Pesquisa
176
O Gráfico 17 mostra um elevado percentual acumulado (72%) para o acesso ao e-
learning a partir da organização (local de trabalho + centro de treinamento interno),
contrapondo-se aos 28% do acesso a partir de locais externos à organização, incluindo a
residência do funcionário.
Já o Gráfico 18, mostra uma acentuada freqüência na amostra pesquisada de
acesso aos cursos oferecidos pelos programas de e-learning, parcialmente durante o
expediente de trabalho e parcialmente fora.
A conclusão dos dois gráficos, aponta para uma tendência de utilização do e-
learning no ambiente de trabalho, parte durante o expediente e parte fora.
Gráfico 17 – Locais de acesso aos programas de e-learning Fonte: Pesquisa
Gráfico 18 – Acesso ao e-learning x expediente de trabalho Fonte: Pesquisa
177
Tabela 4 – Utilização das diferentes modalidades de treinamento, na empresa, no momento. Modalidade % Outras modalidades à distancia 52,98 Blended (presencial + distância) 31,88 Presencial 12,24 E-learning 2,90 Total 100,00 Fonte: Pesquisa
Blended (presencial +
distância)32%
Presencial12%
E-learning3%
Outras modalidades à
distancia53%
Gráfico 19 – Utilização das diferentes modalidades de treinamento, na empresa, no momento. Fonte: Pesquisa
Tabela 5 – Utilização das diferentes modalidades de treinamento, na empresa, nos próximos 3 anos. Modalidade % E-learning 43,74 Presencial 36,05 Blended (presencial + distância) 18,22 Outras modalidades à distancia 1,99 Total 100,00 Fonte: Pesquisa
178
E-learning44%
Presencial36%
Blended (presencial + distância)
18%
Outras modalidades à distancia
2%
Gráfico 20 – Utilização das diferentes modalidades de treinamento, na empresa, nos próximos 3 anos.
Fonte: Pesquisa
A análise conjunta dos Gráficos 19 e 20, bem como das tabelas 4 e 5, revela
alguns aspectos interessantes:
(i) Uma forte expectativa de aumento da utilização do e-learning como forma de
treinamento: de 3%, na atualidade, para 44% nos próximos 3 anos;
(ii) Aumento das atividades presenciais para treinamento;
(iii) Drástica redução de outras modalidades à distância (CD-Rom, Vídeo, materiais
impressos, satélites, etc.). Essa é uma tendência internacional, a partir do
crescimento e expansão da Web;
(iv) Redução da participação dos treinamentos “blended”, ou mistos.
179
6.3 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO Tabela 6 – Projeto conta com o apoio de, pelo menos, uma área de negócios Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca Quase nunca 2 4.9 Às vezes 2 4.8 9 22 Quase sempre 9 22.0 12 29.3 Sempre 30 73.2 18 43.8 Total 41 100.0 41 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
%
Nunca Quase nunca Às vezes Quasesempre
Sempre
IdealReal
Gráfico 21 – Projeto conta com o apoio de, pelo menos, uma área de negócios
Fonte: Pesquisa
A tabela 6 e o gráfico 21, mostram que 73% dos respondentes manifestaram que
“o apoio de pelo menos uma área de negócios” deve ocorrer sempre, em uma situação ideal,
entretanto apenas cerca de 44%, identificam essa situação ocorrendo efetivamente, na
realidade de suas organizações.
180
Tabela 7 – Projeto contribuirá efetivamente para a área de negócios que o apóia. Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 1 2.5 3 7.5 Quase Nunca 1 2.5 Às vezes 1 2.5 9 22.5 Quase sempre 7 17.5 14 35 Sempre 30 75 14 35 Total 40 100 40 100 Fonte: Pesquisa
0
10
20
30
40
50
60
70
80
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 22 – Projeto contribuirá efetivamente para a área de negócios que o apóia.
Fonte: Pesquisa
Verifica-se, a partir da Tabela 7 e do Gráfico 22, uma situação similar à
identificada na Tabela e Gráfico anteriores, ou seja, para ampla maioria dos respondentes
(75%), na situação ideal, o e-learning deve sempre contribuir para a área de negócios que o
apoia, entretanto a situação real identificada mostra que para apenas 35% dos respondentes ,
isso ocorre, na atualidade.
181
Tabela 8 – O volume de usuários justifica a iniciativa. Situação Ideal Real Empresa % Empresa %l Nunca Quase Nunca 2 5 Às vezes 1 2.5 11 27.5 Quase sempre 11 27.5 9 22.5 Sempre 28 70 18 45 Total 40 100 40 100 Fonte: Pesquisa
0
10
20
30
40
50
60
70
%
Nunca Quase Nunca Às vezes Quasesempre
Sempre
IdealReal
Gráfico 23 – O volume de usuários justifica a iniciativa.
Fonte: Pesquisa
Verifica-se a partir da Tabela 8 e do Gráfico 23, que 95% dos respondentes
entendem que, a realidade de suas organizações contempla “um volume de usuários que
justifique a iniciativa” do e-learning, sempre, quase sempre e às vezes, confrontando com
100%, nas mesmas alternativas para a situação considerada ideal, o que conduz a uma grande
proximidade entre as situações real e ideal, apesar do “gap”15 existente entre as duas, na opção
sempre (70% contra 45%).
_________________________________________________________________________________________15 lacuna, distanciamento
182
Tabela 9 – Nossa organização é flexível e aceitará bem as mudanças que o projeto trará. Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 1.0 2.5 Quase Nunca 3.0 7.5 Às vezes 1.0 2.5 16.0 40.0 Quase sempre 12.0 30.0 14.0 35.0 Sempre 26.0 65.0 7.0 17.5 Total 40 100 40 100 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 24 – Nossa organização é flexível e aceitará bem as mudanças que o projeto trará.
Fonte: Pesquisa
Dois aspectos merecem destaque nos dados obtidos a partir da tabela 9 e do
Gráfico 24:
(i) Os percentuais próximos para a opção quase sempre, nas situações real e ideal
(35% e 30% respectivamente);
(ii) A grande discrepância entre os percentuais assinalados para a opção sempre,
nas situações real (17,5%) e ideal (65%).
Isto conduz ao entendimento que apesar de um número relativamente pequeno de
respondentes (17,5%) constatarem que suas organizações são flexíveis e sempre aceitam bem
183
as mudanças provocadas pelo e-learning, a maioria dos respondentes (65%) consideram a
flexibilidade e a abertura às mudanças como fundamentais para o sucesso do e-learning.
Tabela 10 – A área de negócio lidera o projeto ou dele participa intensamente Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 2 5.1 Quase Nunca 1 2.6 5 12.8 Às vezes 3 7.7 10 25.6 Quase sempre 12 30.8 12 30.9 Sempre 23 59.0 10 25.6 Total 40 100.1 40.0 100.0 Fonte: Pesquisa
Gráfico 25 – A área de negócio lidera o projeto ou dele participa intensamente Fonte: Pesquisa
Da Tabela 10 e do Gráfico 25, merecem destaque dois aspectos:
(i) Os percentuais quase idênticos atribuídos à opção quase sempre, seja na
situação ideal, como na real;
(ii) O “gap” existente entre os percentuais referentes à opção sempre, na situação
ideal e real (59% e 26% respectivamente).
Ou seja, para ampla maioria dos respondentes, a situação ideal para o
planejamento do e-learning, ocorre quando a “área de negócio lidera ou participa
intensamente do projeto”.
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
IdealReal
184
Tabela 11 – RH e TI trabalham de forma integrada Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 2 5.1 3 7.7Quase Nunca 3 7.7Às vezes 3 7.7 11 28.2Quase sempre 3 7.7 11 28.2Sempre 31 79.5 11 28.2Total 39 100 39 100 Fonte: Pesquisa
0
10
20
30
40
50
60
70
80
%
Nunca Quase Nunca Às vezes Quasesempre
Sempre
IdealReal
Gráfico 26 – RH e TI trabalham de forma integrada
Fonte: Pesquisa A Tabela 11 e o Gráfico 26 mostram que para a ampla maioria dos respondentes
(80%), na situação ideal, sempre RH e TI devem trabalhar de forma integrada para o sucesso
do e-learning, entretanto isso só ocorre, na realidade atual das organizações, para cerca de
28% dos respondentes.
Tabela 12 – Temos um plano de expansão do projeto claramente definido e/ou conhecido pelas lideranças superiores (outras áreas de negócio, clientes, fornecedores, comunidade). Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 2 5.1 3 7.7Quase Nunca 7 17.9Às vezes 1 2.6 9 23.1Quase sempre 10 25.6 12 30.8
185
Sempre 26 66.7 8 20.5Total 39 100 39 100 Fonte: Pesquisa
0
10
20
30
40
50
60
70
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 27 – Temos um plano de expansão do projeto claramente definido e/ou conhecido pelas lideranças superiores (outras áreas de negócio, clientes, fornecedores, comunidade).
Fonte: Pesquisa
A análise da Tabela 12 e do Gráfico 27, mostra que para 67% dos respondentes,
na situação ideal, sempre a organização deve ter um plano de expansão do projeto claramente
definido e conhecido pelas lideranças superiores, entretanto isso só ocorre, na realidade
efetiva de cerca de 20% das organizações pesquisadas.
Tabela 13 –A equipe de implantação conta com representantes de todas as áreas Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 1 2.6 5 12.8 Quase Nunca 5 12.8 Às vezes 5 12.8 16 41 Quase sempre 7 17.9 8 20.6 Sempre 26 66.7 5 12.8 Total 39 100.0 39 100.0 Fonte: Pesquisa
186
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 28 – A equipe de implantação conta com representantes de todas as áreas
Fonte: Pesquisa
A análise da Tabela 13 e do Gráfico 28, mostra que as opções nunca, quase nunca
e às vezes, na situação real, totalizam cerca de 67% dos respondentes, ao tempo em que, em
suas visões, a situação ideal, contemplaria, de forma expressiva, a composição da equipe de
implantação do projeto de e-learning, com representantes de todas as áreas (67% na opção
sempre).
Tabela 14 – Temos um bom plano de comunicação (evento de lançamento, endomarketing, reconhecimento). Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 2 5.1 5 12.8 Quase Nunca 4 10.3 Às vezes 1 2.6 12 30.8 Quase sempre 7 17.9 10 25.6 Sempre 29 74.4 8 20.5 Total 39 100.0 39 100.0 Fonte: Pesquisa
187
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 29 – Temos um bom plano de comunicação (evento de lançamento, endomarketing, reconhecimento). Fonte: Pesquisa
A análise da Tabela 14 e do Gráfico 29, mostra:
(i) Grande discrepância entre os percentuais, da situação ideal e real, para a opção
sempre (74% contra 20%);
(ii) Percentual relativamente elevado (23%) para as opções nunca e quase nunca,
na situação real.
Tabela 15– As lideranças da área de negócio engajaram-se efetivamente. Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca - 2 5.1 Quase Nunca - 5 12.8 Às vezes 1 2.6 14 35.9 Quase sempre 7 17.9 12 30.8 Sempre 31 79.5 6 15.4 Total 39 100.0 39 100.0 Fonte: Pesquisa
188
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 30 – As lideranças da área de negócio engajaram-se efetivamente.
Fonte: Pesquisa
A tabela 15 e o Gráfico 30 mostram:
(i) Grande “gap” entre os percentuais das situações ideal e real para a opção
sempre (80% e 15% respectivamente);
(ii) Elevado percentual (cerca de 18%) de respostas “nunca” e “quase sempre”, na
situação real das organizações.
Esses resultados revelam que na maior parte das organizações pesquisadas as
lideranças das áreas de negócio não se engajam efetivamente nas iniciativas de e-learning,
apesar da expectativa dos respondentes para que isso ocorra.
Tabela 16 – A organização foi adequadamente preparada para absorver, com sucesso, esta mudança. Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca - 2 5.1 Quase Nunca - 4 10.3 Às vezes 1 2.6 12 30.8 Quase sempre 6 15.4 15 38.5 Sempre 32 82.1 6 15.4 Total 39 100.0 39 100.0 Fonte: Pesquisa
189
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
90.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 31 –A organização foi adequadamente preparada para absorver, com sucesso, esta mudança.
Fonte: Pesquisa
Os grandes destaques da análise da Tabela 16 e do Gráfico 31, são:
(i) A grande diferença entre os percentuais atribuídos à opção sempre, nas
situações ideal e real (82% contra 15%);
(ii) O relativamente elevado percentual acumulado para as opções nunca e quase
nunca, na situação real das organizações (cerca de 15%).
Esses resultados revelam que apesar de ser desejável que a organização seja
preparada para absorver, com sucesso, as mudanças geradas pelo e-learning (82% dos
respondentes), isso ainda ocorre pouco freqüentemente (15% dos respondentes)
6.4 AVALIAÇÃO
Tabela 17 – A eficácia do suporte técnico. Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 2 5.0 4 10.0 Quase Nunca - 2 5.0 Às vezes 2 5.0 9 22.5 Quase sempre 5 12.5 6 15.0 Sempre 31 77.5 19 47.5
190
Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 32 – A eficácia do suporte técnico
Fonte: Pesquisa
A análise da Tabela 17 e do Gráfico 32, apresenta os seguintes aspectos
relevantes:
(i) 90% dos respondentes, consideram para a situação ideal, que sempre ou quase
sempre a “eficácia do suporte técnico” deve ser avaliada. Na situação real, ou
seja, em suas organizações, as mesmas opções ocorrem em 62,5% dos casos, o
que mostra que o “gap” entre as situações ideal e real não é tão elevado;
(ii) Por outro lado, 15% dos respondentes assinalaram as opções nunca e quase
nunca para a situação real de suas organizações. Paradoxalmente, ainda há um
elevado percentual de empresas que utilizam o e-learning e nunca ou quase
nunca avaliam a “eficácia do suporte técnico”.
191
Tabela 18 –A eficácia do tutor. Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 3 7.5 3 7.5 Quase Nunca 1 2.5 2 5.0 Às vezes 3 7.5 13 32.5 Quase sempre 3 7.5 4 10.0 Sempre 30 75.0 18 45.0 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
%
Nunca Quase Nunca Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 33 – A eficácia do tutor.
Fonte: Pesquisa
Verificando-se a tabela 18 e o Gráfico 33, constata-se:
(i) Isoladamente na opção sempre, confrontando-se as situações real e ideal,
verifica-se um “gap” de 30% (75% - 45%);
(ii) Entretanto, se passarmos para uma análise cumulativa, englobando as opções
às vezes, quase sempre e sempre, tem-se 90% para a situação ideal, versus
87,5%, o que, na prática representa o mesmo número. Ou seja, parece que falta
transformar a ação de avaliação da eficácia de tutor, em algo sistemático,
previsto no planejamento do projeto de e-learning.
192
Tabela 19 – A evasão dos alunos. Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 3 7.5 5 12.5 Quase Nunca - 2 5.0 Às vezes 3 7.5 9 22.5 Quase sempre 5 12.5 9 22.5 Sempre 29 72.5 15 37.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 34 - A evasão dos alunos
Fonte: Pesquisa
A análise da Tabela 19 e Gráfico 34, pode ser feita de modo similar às tabelas e
gráficos anteriores:
Ao compararmos, na opção sempre, as situações ideal e real, verifica-se um
razoável distanciamento (35%), entretanto, ao considerarmos cumulativamente as opções “às
vezes”, “quase sempre” e “sempre”, vamos verificar que o “gap”, se reduz para apenas 10%.
Vale registrar o percentual razoavelmente elevado (17,5%) para as opções
“nunca” e “quase nunca”, referente à avaliação da “evasão dos alunos”, verificada na
realidade das organizações.
193
Tabela 20 – A participação dos alunos nos cursos. Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 2 5.0 3 7.5 Quase Nunca - 2 5.0 Às vezes 2 5.0 6 15.0 Quase sempre 6 15.0 9 22.5 Sempre 30 75.0 20 50.0 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 35 – A participação dos alunos nos cursos.
Fonte: Pesquisa
Verificando-se a Tabela 20 e o Gráfico 35, pode-se constatar:
(i) Há uma razoável “gap” entre as situações ideal e real, referente à opção:
“sempre”;
(ii) Na análise cumulativa, para as opções “às vezes”, “quase sempre” e “sempre”,
a diferença de percentuais, reduz-se para apenas 7,5%, mostrando que já existe
a preocupação com a avaliação da “participação dos alunos nos cursos”, porém
falta ainda torná-la uma ação sempre presente no e-learning praticado pelas
organizações pesquisadas.
194
Tabela 21– O grau de conhecimento, por parte dos alunos, sobre os pré-requisitos necessários para os cursos. Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 2 5.0 6 15.0 Quase Nunca - 2 5.0 Às vezes 7 17.5 10 25.0 Quase sempre 3 7.5 7 17.5 Sempre 28 70.0 15 37.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 36 – O grau de conhecimento, por parte dos alunos, sobre os pré-requisitos necessários para os
cursos. Fonte: Pesquisa
O que depreende-se da Tabela 21 e do Gráfico 36:
(i) Há uma defasagem entre as situações real e ideal, para opção sempre, de mais
de 30%, caracterizando que ainda está distante, na amostra pesquisada, a
realidade em que as empresas avaliam o grau de conhecimento dos alunos de e-
learning sobre os pré-requisitos necessários para os cursos;
(ii) Vale registrar o elevado percentual (45%), na situação real das empresas, para
o conjunto das opções “nunca”, “quase nunca” e “às vezes”.
195
Tabela 22 – O grau de conhecimento, por parte dos alunos, dos objetivos dos cursos. Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 1 2.5 6 15.0 Quase Nunca - 2 5.0 Às vezes 4 10.0 12 30.0 Quase sempre 10 25.0 7 17.5 Sempre 25 62.5 13 32.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 37 – O grau de conhecimento, por parte dos alunos, dos objetivos dos cursos.
Fonte: Pesquisa
Analisando a Tabela 22 e o Gráfico 37, verifica-se:
(i) Elevada diferença de percentuais para a opção “sempre” nas situações real e
ideal (30%);
(ii) Elevado percentual (50%) de empresas pesquisadas, que “nunca”, “quase
nunca” e “às vezes” avaliam o grau de conhecimento dos alunos sobre os
objetivos dos cursos, oferecidos através do e-learning. Ora, se não há certeza se
os alunos conhecem ou não os objetivos dos cursos, já que em grande parte das
empresas, isso simplesmente não é avaliado, como saber se os objetivos foram
ou não alcançados?
196
Tabela 23 – O grau de dificuldade dos cursos. Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 2 5.0 3 7.5 Quase Nunca 1 2.5 4 10.0 Às vezes 3 7.5 9 22.5 Quase sempre 10 25.0 9 22.5 Sempre 24 60.0 15 37.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 38 – O grau de dificuldade dos cursos.
Fonte: Pesquisa
A tabela 23 e o Gráfico 38 mostram:
(i) Mais uma vez, há um forte “gap”, na opção “sempre”, para as situações ideal e
real (22,5%);
(ii) No percentual acumulado para as opções “às vezes”, “quase sempre” e
“sempre”, nas situações ideal e real, a diferença não foi tão acentuada (apenas
10%);
(iii) Percentual razoavelmente elevado (17,5%) de empresas pesquisadas, que
“nunca” e “quase nunca” avaliam o grau de dificuldade dos cursos. Esse dado é
197
importante, pois, uma possível causa de insucesso de um curso, pode ser o grau
de dificuldade incompatível com o público-alvo.
Tabela 24 – O quanto as atividades propostas nos cursos são estimulantes Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 1 2.5 3 7.5 Quase Nunca - - Às vezes 2 5.0 11 27.5 Quase sempre 8 20.0 15 37.5 Sempre 29 72.5 11 27.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 39 – O quanto as atividades propostas nos cursos são estimulantes
Fonte: Pesquisa
A análise da Tabela 24 e do Gráfico 39, revela:
(i) Elevado distanciamento entre as situações real e ideal na opção
“sempre”(27,5% versus 72,5%);
198
(ii) Entretanto, considerando-se as opções “às vezes”, “quase sempre” e “sempre”,
a diferença reduz-se para apenas 5%. Esse resultado nos mostra que a avaliação
pesquisada é realizada pela grande maioria das empresas investigadas, porém,
não de forma sistemática.
Tabela 25 – O quanto os conteúdos são relevantes para o trabalho Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 1 2.5 3 7.5 Quase Nunca 5 12.5 1 2.5 Às vezes - 4 10.0 Quase sempre - 9 22.5 Sempre 34 85.0 23 57.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
90.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 40 – O quanto os conteúdos são relevantes para o trabalho
Fonte: Pesquisa
A análise da Tabela 25 e do Gráfico 40, revela:
(i) Apesar da opção sempre, na situação real, ter um percentual bastante elevado,
o que é um ponto positivo, ainda persiste o “gap” em relação à situação
considerada ideal pelos respondentes, apresentando uma diferença percentual
de 27,5%;
199
(ii) Se for acrescentado, na situação real, o percentual da opção “quase sempre”,
passa-se a 80%, ou seja, uma pequena diferença em relação à situação ideal
(85%);
(iii) Merece destaque o percentual de 15% dos respondentes, que entendem que, na
situação ideal, “nunca” ou “quase nunca” deve ser avaliado pela empresa “o
quanto os conteúdos são relevantes para o trabalho”.
Tabela 26 – O ritmo dos cursos Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 1 2.5 3 7.5 Quase Nunca - 2 5.0 Às vezes 2 5.0 12 30.0 Quase sempre 7 17.5 8 20.0 Sempre 30 75.0 15 37.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 41 – O ritmo dos cursos
Fonte: Pesquisa
A análise da Tabela 26 e do Gráfico 41, mostra:
200
(i) Grande “gap” entre as situações real e ideal, para a opção “sempre” (37,5%
contra 75%);
(ii) Analisando-se as opções “às vezes”, “quase sempre” e “sempre” nas situações
“real” e “ideal”, os percentuais acumulados indicam 87,5% contra 97,5%, que
não representa uma diferença tão elevada;
(iii) Apenas 12,5% dos respondentes, declararam que “nunca” e “quase nunca”
avaliam o ritmo dos cursos, o que revela-se como um aspecto favorável da
avaliação Nível I – Reação.
Tabela 27 – “Observação” da turma, através de tutoria Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 3 7.5 11 27.5 Quase Nunca - 4 10.0 Às vezes 5 12.5 6 15.0 Quase sempre 8 20.0 9 22.5 Sempre 24 60.0 10 25.0 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 42 – “Observação” da turma, através de tutoria Fonte: Pesquisa
201
A análise da Tabela 27 e do Gráfico 42, apresenta:
(i) Na situação “nunca” uma razoável freqüência de respostas (27,5%) para a
condição “real” das organizações pesquisadas: ou seja, um elevado
percentual da amostra, não observa a turma, através da tutoria;
(ii) Por outro lado na opção “sempre”, enquanto grande parte das organizações
pesquisadas (60%) declararam que na condição ideal deva ser feita tal
observação, na realidade apenas 25% o fazem efetivamente.
Tabela 28 – Auto-avaliação do aluno Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 3 7.5 12 30.0 Quase Nunca - 4 10.0 Às vezes 6 15.0 7 17.5 Quase sempre 13 32.5 11 27.5 Sempre 18 45.0 6 15.0 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
35.0
40.0
45.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 43 – Auto-avaliação do aluno
Fonte: Pesquisa Pode-se concluir da Tabela 28 e do Gráfico 43:
202
(i) Grande “gap” para a opção “sempre” nas situações real e ideal (15% contra
45%);
(ii) Percentuais similares, nas situações ideal e real para as opções “às vezes” e
“quase sempre”;
(iii) Percentual acumulado bastante elevado (40%) para as opções “nunca” e “quase
nunca”, na situação real das empresas. Isso nos leva à concluir que ainda uma
parte expressiva da amostra pesquisada não realiza, ou realiza raramente a
auto-avaliação do aluno em seus programas de e-learning.
Tabela 29 – Avaliação presencial Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 5 12.5 18 45.0 Quase Nunca 3 7.5 7 17.5 Às vezes 15 37.5 5 12.5 Quase sempre 8 20.0 4 10.0 Sempre 9 22.5 6 15.0 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
35.0
40.0
45.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 44 – Avaliação presencial Fonte: Pesquisa
203
A análise da Tabela 29 e do Gráfico 44 nos mostra:
(i) 62,5% das empresas respondentes, afirmaram que na situação real, “nunca” ou
“quase nunca” realizam avaliações presenciais;
(ii) O grande “gap”, encontra-se na opção “às vezes”, apresentando uma diferença
de percentuais entre a situação real e ideal de 25%. Isso revela, que os
respondentes entendem que idealmente, seria desejável, a depender da
característica do curso, que fosse realizada a avaliação presencial. Vale
registrar que, nem sempre, para aplicação do e-learning em treinamento
empresarial, será necessária uma avaliação presencial;
(iii) Deve ser registrado o razoavelmente elevado percentual (15%) de respondentes
que, na situação real de suas empresas, realizam “sempre” avaliações
presenciais.
Tabela 30 – Avaliação durante o curso Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca - 4 10.0 Quase Nunca - - Às vezes 10 25.0 9 22.5 Quase sempre 6 15.0 10 25.0 Sempre 24 60.0 17 42.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
204
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 45 – Avaliação durante o curso
Fonte: Pesquisa
Verifica-se a partir da análise da Tabela 30 e o Gráfico 45:
(i) Ainda há um “gap” razoável entre a situação real (42,5%) e a ideal (60%)
para a opção sempre;
(ii) Há uma razoável similaridade de percentuais nas opções “às vezes” e
“quase sempre”, para as duas situações;
(iii) Vale o registro do percentual de 10% de respondentes, que na situação real
de suas organizações, não realizam nunca “avaliações durante o curso”,
consequentemente a única forma de averiguar se houve aprendizado será
através da mudança de comportamento do treinando, no trabalho.
Tabela 31 – Comparação do desempenho do aluno com os objetivos dos cursos Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 3 7.5 7 17.5 Quase Nunca - 4 10.0 Às vezes 3 7.5 8 20.0
205
Quase sempre 10 25.0 8 20.0 Sempre 24 60.0 13 32.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 46 – Comparação do desempenho do aluno com os objetivos dos cursos
Fonte: Pesquisa
Verificando-se a Tabela 31 e o Gráfico 46, constata-se:
(i) Considerável “gap” na opção “sempre”, entre as situações ideal e real
(60% versus 32,5%)
(ii) Percentual expressivo de respondentes (27,5%) que afirmaram que na
realidade de suas organizações, “nunca” ou “quase nunca”, nos
treinamentos através do e-learning, é realizada “comparação do
desempenho do aluno com os objetivos dos cursos”. Pergunta-se: como
pode ser avaliada a eficácia do treinamento, se aspectos como esse são
negligenciados por uma parcela tão expressiva da amostra pesquisada?
206
Tabela 32 – Comparação dos resultados do pré-teste e pós-teste Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 5 12.5 15 37.5 Quase Nunca 3 7.5 2 5.0 Às vezes 9 22.5 9 22.5 Quase sempre 6 15.0 5 12.5 Sempre 17 42.5 9 22.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
35.0
40.0
45.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 47 – Comparação dos resultados do pré-teste e pós-teste
Fonte: Pesquisa
Destacam-se da Tabela 32 e Gráfico 47:
(i) Elevado percentual (37,5%) de organizações pesquisadas que não realizam
comparações entre pré-teste e pós-teste de aprendizado para os seus
treinandos;
(ii) “Gap” existente entre a situação ideal (42,5%) e real (22,5%) para a opção
“sempre”;
(iii) Elevado percentual (80%) de respondentes, que consideram que na
situação ideal, deve ocorrer “comparação dos resultados do pré-teste e pós-
teste”, “às vezes”, “quase sempre” e “sempre”.
207
Tabela 33 – Compartilhamento do conhecimento entre os alunos Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 1 2.5 4 10.0 Quase Nunca - 6 15.0 Às vezes 6 15.0 13 32.5 Quase sempre 6 15.0 6 15.0 Sempre 27 67.5 11 27.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 48 – Compartilhamento do conhecimento entre os alunos
Fonte: Pesquisa
A Tabela 33 e o Gráfico 48, s mostram:
(i) Elevado “gap” existente entre as situações real (27,5%) e ideal (67,5%)
para a opção “sempre”;
(ii) Elevado percentual acumulado (57,5%), na realidade dos respondentes, de
organizações que “nunca”, “quase nunca” e “às vezes” propiciam o
“compartilhamento do conhecimento entre os alunos”. Isso é um resultado
negativo, pois, na verdade, uma das grandes vantagens do e-learning, é a
possibilidade de formação de comunidades de aprendizagem, visando a
difusão do conhecimento por toda a organização.
208
Tabela 34 – Feed-back para o aluno sobre o seu desempenho. Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 1 2.5 5 12.5 Quase Nunca - 3 7.5 Às vezes 2 5.0 6 15.0 Quase sempre 7 17.5 7 17.5 Sempre 30 75.0 19 47.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 49 – Feed-back para o aluno, sobre o seu desempenho.
Fonte: Pesquisa
Da Tabela 34 e Gráfico 49, pode-se concluir:
(i) Existência de um “gap” entre as situações ideal e real, para a opção
“sempre” (75% contra 47,5%);
(ii) Razoável equilíbrio no acumulado para as opções “às vezes”, “quase
sempre”, para as situações ideal (97,5%) e real (80%);
(iii) Percentual razoavelmente elevado (20%) de respondentes que declararam
que na realidade de suas organizações, não é dado “feed-back ao aluno,
sobre o seu desempenho”, “nunca” ou “quase nunca”.
209
Tabela 35 – Pós-teste Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca - 2 5.0 Quase Nunca - - Às vezes 5 12.5 6 15.0 Quase sempre 8 20.0 9 22.5 Sempre 27 67.5 23 57.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 50 – Pós-teste
Fonte: Pesquisa
A Tabela 35 e o Gráfico 50, mostram:
(i) Pequeno “gap” entre a situação real e ideal para a opção “sempre”;
(ii) Incrível semelhança entre os percentuais nas opções “às vezes” e “quase
sempre”, nas situações ideal e real, gerando um percentual acumulado,
incluindo a opção “sempre”, de 100% para a situação ideal e 95% para a
situação real;
(iii) 5% das organizações respondentes não realizam nunca pós-testes, como
avaliação de aprendizado em seus treinamentos através de e-learning.
Tabela 36 – Pré-teste
210
Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 4 10.0 12 30.0 Quase Nunca 2 5.0 3 7.5 Às vezes 12 30.0 13 32.5 Quase sempre 10 25.0 3 7.5 Sempre 12 30.0 9 22.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
35.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 51 – Pré-teste
Fonte: Pesquisa
A análise da Tabela 36 e do Gráfico 51, apresenta:
(i) Elevado percentual de organizações respondentes, não realiza “nunca” pré-
teste, visando avaliar o aprendizado de seus treinandos (30%);
(ii) Percentual razoavelmente elevado de empresas que “sempre” realizam o
pré-teste (22,5%);
(iii) Da mesma forma, o percentual de 32,5% revela que uma razoável parcela
dos respondentes, “às vezes” realiza o pré-teste.
Tabela 37 – Avaliação do comportamento antes do curso Situação Ideal Real
211
Empresa Ideal Empresa Real Nunca 7 17.5 26 65.0 Quase Nunca 1 2.5 5 12.5 Às vezes 13 32.5 4 10.0 Quase sempre 10 25.0 3 7.5 Sempre 9 22.5 2 5.0 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 52 – Avaliação do comportamento antes do curso
Fonte: Pesquisa
A análise da Tabela 37 e do Gráfico 52, mostra:
(i) Elevado percentual (87,5%) de respondentes que “nunca”, “quase nunca”
ou “às vezes” realizam avaliação do comportamento antes do curso;
(ii) Também elevado percentual (80%) que, na situação ideal, deveria realizá-
la “sempre”, “quase sempre” ou “às vezes.
Tabela 38 – Avaliação do comportamento após o curso Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 5 12.5 16 40.0 Quase Nunca - 4 10.0 Às vezes 7 17.5 10 25.0 Quase sempre 11 27.5 7 17.5 Sempre 17 42.5 3 7.5 Total 40 100.0 40 100.0
212
Fonte: Pesquisa
-
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
35.0
40.0
45.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 53 – Avaliação do comportamento após o curso Fonte: Pesquisa
A análise da Tabela 38 e do Gráfico 53, revela:
(i) Elevado percentual (75%), na realidade das organizações pesquisadas que,
“nunca”, “quase nunca” ou, no máximo “às vezes”, realiza avaliação do
comportamento após o curso. Esse dado revela que na grande parte das
organizações pesquisadas, não há uma avaliação sistemática se ocorreu
mudança no comportamento, a partir do treinamento. Ora considerando-se
que uma das principais finalidades de um treinamento é possibilitar
mudança de comportamento nos funcionários, constata-se que as
organizações poderão eventualmente estar desperdiçando seus
investimentos em treinamento;
(ii) Elevado percentual (87,5%) considera, por outro lado, na situação ideal,
que as organizações deveriam realizar avaliação do comportamento após o
curso, nas opções “sempre”, “quase sempre” e “às vezes”.
213
Tabela 39 – Avaliação do comportamento dos treinandos, tendo como avaliadores outros funcionários (colegas, subordinados, chefes,etc). Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 7 17.5 23 57.5 Quase Nunca - 5 12.5 Às vezes 16 40.0 8 20.0 Quase sempre 7 17.5 3 7.5 Sempre 10 25.0 1 2.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 54 – Avaliação do comportamento dos treinandos, tendo como avaliadores outros funcionários
(colegas, subordinados, chefes,etc). Fonte: Pesquisa
A análise da Tabela 39 e do Gráfico 54, mostra:
(i) 90% dos respondentes afirmaram que na realidade de suas organizações
“nunca”, “quase nunca” ou “às vezes”, realizam avaliação do
comportamento dos treinandos, tendo como avaliadores outros
funcionários;
(ii) Por outro lado, 82,5% informaram que, na situação ideal, desejariam
realizá-la “sempre”, “quase sempre” ou “às vezes”.
214
Tabela 40 – Comparação de comportamentos com grupo de controle (funcionários que não foram submetidos ao treinamento através do e-learning). Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 7 17.5 23 57.5 Quase Nunca 1 2.5 9 22.5 Às vezes 14 35.0 5 12.5 Quase sempre 11 27.5 3 7.5 Sempre 7 17.5 - Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 55 – Comparação de comportamentos com grupo de controle (funcionários que não foram
submetidos ao treinamento através do e-learning). Fonte: Pesquisa
Verificando-se a Tabela 40 e o Gráfico 55, pode-se concluir:
(i) 92,5% dos respondentes afirmaram que, na situação real de suas
organizações, “nunca”, “quase nunca” e “às vezes” realizam comparação
do comportamento dos treinandos com grupo de controle. Nenhuma
organização declarou que sempre realiza tal atividade;
(ii) Por outro lado, 80% dos respondentes, declararam que seria ideal, em suas
organizações, “sempre”, “quase sempre” ou “às vezes” realizar a referida
comparação de comportamentos;
215
(iii) Vale destacar o elevado percentual de respondentes (20%) que afirmaram
que, na situação ideal, “nunca” e “quase nunca” deveria ser realizada a
comparação de comportamentos com grupo de controle.
Tabela 41 – Programa de melhoria a partir dos resultados avaliados Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 6 15.0 13 32.5 Quase Nunca - 2 5.0 Às vezes 2 5.0 12 30.0 Quase sempre 12 30.0 8 20.0 Sempre 20 50.0 5 12.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
35.0
40.0
45.0
50.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 56 – Programa de melhoria a partir dos resultados avaliados
Fonte: Pesquisa
Analisando-se a Tabela 41 e o Gráfico 56, constata-se:
(i) 85% dos respondentes entendem que na situação ideal, a organização deve
desenvolver programas de melhoria a partir dos resultados avaliados,
computando-se os resultados das opções “sempre”, “quase sempre” e “às
vezes”;
216
(ii) 67,5% dos respondentes, relataram que na realidade de suas organizações,
“nunca”, “quase nunca” ou “às vezes”, realizam programas de melhoria a
partir dos resultados avaliados;
(iii) Impressionante é o resultado de 15% dos respondentes, que entendem que,
na situação ideal, “nunca” deve ser realizado um programa de melhoria a
partir dos resultados das avaliações. Ora, para que serve então uma
avaliação? Se não é necessário realizar melhorias, talvez seja melhor não
realizar investimentos elevados em e-learning.
Tabela 42 – Repetição da avaliação de comportamento após um prazo. Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 7 17.5 20 50.0 Quase Nunca - 9 22.5 Às vezes 13 32.5 6 15.0 Quase sempre 9 22.5 4 10.0 Sempre 11 27.5 1 2.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
35.0
40.0
45.0
50.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 57 - Repetição da avaliação de comportamento após um prazo.
Fonte: Pesquisa
217
Verificando-se a Tabela 42 e o Gráfico 57, pode-se concluir:
(i) 87,5% dos respondentes declararam que, “nunca”, “quase nunca” ou “às
vezes”, na realidade de suas organizações, realizam repetição da avaliação
de comportamento após um prazo;
(ii) Percentual similar (82,5%) entende, na situação ideal, que essa repetição
deve ocorrer “sempre”, “quase sempre” ou “às vezes”;
(iii) É surpreendente o percentual de 17,5% de respondentes, que entendem
que, na situação considerada ideal, “nunca” deve ser realizada a referida
repetição da avaliação de comportamento.
Tabela 43 – Seleção de uma amostra relevante de treinandos para aplicação da avaliação de comportamento. Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 8 20.0 25 62.5 Quase Nunca 1 2.5 7 17.5 Às vezes 15 37.5 8 20.0 Quase sempre 7 17.5 - Sempre 9 22.5 - Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 58 – Seleção de uma amostra relevante de treinandos para aplicação da avaliação de
comportamento. Fonte: Pesquisa
218
Verificando-se a Tabela 43 e o Gráfico 58, pode-se concluir:
(i) 100% dos respondentes, declararam, que na realidade de suas empresas,
“nunca”, “quase nunca” ou “às vezes” realizam seleção de uma amostra
relevante de treinandos para aplicação da avaliação de comportamento;
(ii) 77,5% declararam, na situação ideal, que a referida amostragem deveria
ser realizada “sempre”, “quase sempre” ou “às vezes”;
(iii) Vale ser registrado o elevado percentual (20%) dos respondentes, que
entendem, que na situação ideal, “nunca” deve ser realizada uma seleção
de amostra relevante de treinandos para a aplicação da avaliação de
comportamento.
Tabela 44 – Verificação se os conteúdos aprendidos, são aplicados na prática Situação Ideal Real Empresa % Empresa % Nunca 3 7.5 9 22.5 Quase Nunca - 5 12.5 Às vezes 4 10.0 13 32.5 Quase sempre 12 30.0 6 15.0 Sempre 21 52.5 7 17.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
219
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 59 – Verificação se os conteúdos aprendidos, são aplicados na pratica
Fonte: Pesquisa
A análise da Tabela 44 e do Gráfico 59, mostra:
(i) 82,5% dos respondentes afirmaram que, na situação ideal, “sempre” ou
“quase sempre”, deveria ser realizada verificação se os conteúdos
aprendidos, são aplicados na prática. Entretanto, na realidade de suas
organizações, as mesmas opções apresentam percentual acumulado de
apenas 32,5% revelando um enorme “gap” entre as situações ideal e real;
(ii) 45% dos respondentes, revelaram que na realidade de suas organizações,
“nunca” ou “quase nunca” realizam tal verificação, o que se revela como
um percentual preocupante, pois se não há verificação da aplicabilidade
dos conteúdos na prática, o treinamento perde o seu significado maior que
é modificar comportamentos dos treinandos, gerando resultados favoráveis
à organização.
220
Tabela 45 – Acompanhamento dos resultados pela Diretoria/Presidência Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 4 10.0 5 12.5 Quase Nunca - 3 7.5 Às vezes 3 7.5 10 25.0 Quase sempre 9 22.5 8 20.0 Sempre 24 60.0 14 35.0 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 60 – Acompanhamento dos resultados pela Diretoria/Presidência
Fonte: Pesquisa
Analisando-se a Tabela 45 e o Gráfico 60, pode-se concluir:
(i) Grande “gap” entre as situações ideal e real, para a opção “sempre”,
revelando que apesar dos respondentes acharem idealmente que é
desejável que a Diretoria / Presidência acompanhe os resultados das
avaliações do e-learning, na realidade das organizações pesquisadas, esse
fato ainda é relativamente pouco observado;
(ii) Vale ressaltar ainda dois percentuais relativamente elevados:
221
• 10% de respondentes entendem que, na situação ideal do e-learning em
suas organizações, “nunca” deve haver acompanhamento dos
resultados pelos escalões superiores, e;
• 20% dos respondentes afirmaram que, na realidade de suas
organizações, “nunca” ou “quase nunca” ocorre esse acompanhamento.
Tabela 46 – Avaliação comparativa de custos do e-learning em relação a outras modalidades de treinamento. Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 4 10.0 9 22.5 Quase Nunca 1 2.5 3 7.5 Às vezes 4 10.0 7 17.5 Quase sempre 8 20.0 7 17.5 Sempre 23 57.5 14 35.0 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 61– Avaliação comparativa de custos do e-learning em relação a outras modalidades de
treinamento. Fonte: Pesquisa
Ao analisar-se a Tabela 46 e o Gráfico 61, verifica-se:
222
(i) Elevado percentual (30%) de respondentes, que na atividade real do e-
learning, em suas organizações, afirmaram que “nunca” ou “quase nunca”
comparam os custos do e-learning com outras modalidades de
treinamento;
(ii) Percentual relativamente elevado (12,5%) de respondentes que entendem,
que em uma situação ideal, “nunca” ou “quase nunca” deve ser realizada
tal avaliação comparativamente de custos;
(iii) A maioria dos respondentes (52,5%), realiza a referida comparação de
custos “sempre” ou “quase sempre” na situação real de suas organizações.
Tabela 47 – Avaliação do ROI (Retorno sobre Investimento) para o e-learning Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 5 12.5 14 35.0 Quase Nunca - 3 7.5 Às vezes 5 12.5 11 27.5 Quase sempre 8 20.0 3 7.5 Sempre 22 55.0 9 22.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
223
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 62– Avaliação do ROI (Retorno sobre Investimento) para o e-learning
Fonte: Pesquisa
Analisando-se a Tabela 47 e o Gráfico 62, pode-se concluir:
(i) 70% dos respondentes, declararam que, na realidade de suas organizações,
realizam a avaliação do ROI, “nunca”, “quase nunca” e “às vezes”;
(ii) 75%, declararam, que na situação ideal, “sempre” ou “quase sempre”
deveria haver tal avaliação;
(iii) Um surpreendente percentual de 12,5%, de respondentes, entendem, que
mesmo na condição ideal, “nunca” deve haver avaliação do ROI para o e-
learning.
Tabela 48 – Avaliação dos resultados dos negócios, através de métricas estabelecidas Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 3 7.5 12 30.0 Quase Nunca - 4 10.0 Às vezes 6 15.0 16 40.0 Quase sempre 9 22.5 6 15.0 Sempre 22 55.0 2 5.0 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
224
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 63 – Avaliação dos resultados dos negócios, através de métricas estabelecidas
Fonte: Pesquisa
Após análise da Tabela 48 e do Gráfico 63, pode-se concluir:
(i) Na situação real das empresas pesquisadas, há dois destaques:
• 70% dos respondentes declararam que “nunca”, “quase nunca” ou “às
vezes” realizam avaliação de resultados dos negócios, através de
métricas estabelecidas;
• 20% informaram que “sempre” ou “quase sempre” o fazem;
(ii) Por outro lado, 77,5% dos respondentes entendem, que em uma situação
ideal, “sempre” ou “quase sempre” deve ocorrer a referida avaliação de
resultados;
(iii) Vale registrar o percentual de 7,5% de respondentes, que entendem que,
mesmo na situação ideal, “nunca” deve haver tal avaliação.
(iv) Há um forte contraste para a opção “sempre”, nas situações ideal (55%) e
real (5%).
Tabela 49 – Comparação dos resultados do e-learning com as metas da empresa
225
Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 6 15.0 13 32.5 Quase Nunca - 4 10.0 Às vezes 3 7.5 10 25.0 Quase sempre 8 20.0 8 20.0 Sempre 23 57.5 5 12.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 64 – Comparação dos resultados do e-learning com as metas da empresa Fonte: Pesquisa
A análise da Tabela 49 e do Gráfico 64, revela:
(i) Grande “gap” existente entre as situações ideal e real, para a opção sempre
(57,5% versus 12,5%);
(ii) Elevado percentual (67,5%) de respondentes, que declararam que na
situação real de suas organizações, “nunca”, “quase nunca” e “às vezes”
efetuam comparação dos resultados do e-learning com as metas da
empresa;
(iii) Relativamente elevado percentual (15%) dos respondentes, declaram que,
mesmo, em uma condição ideal, “nunca” deve ser realizada tal
comparação.
226
Tabela 50 – Divulgação dos resultados para os envolvidos Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 3 7.5 7 17.5 Quase Nunca - 2 5.0 Às vezes 4 10.0 7 17.5 Quase sempre 5 12.5 6 15.0 Sempre 28 70.0 18 45.0 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 65–Divulgação dos resultados para os envolvidos
Fonte: Pesquisa
Ao analisar-se a Tabela 50 e o Gráfico 65, pode-se concluir:
(i) Há uma razoável similaridade entre as situações ideal (92,5%) e real
(77,5%) para os resultados acumulados para as opções “sempre”, “quase
sempre” e “às vezes”;
(ii) Houve um razoável percentual de respondentes (22,5%) que declararam
que “nunca” ou “quase nunca”, na realidade de suas organizações,
realizam divulgação dos resultados para os envolvidos;
227
(iii) Vale registrar o percentual de 7,5% de respondentes, que declararam, que
mesmo em uma situação considerada ideal, não deve haver divulgação dos
resultados para os envolvidos.
Tabela 51 – Utilização dos resultados do e-learning para elaboração/aprovação de orçamentos futuros Situação Ideal Real Empresa Ideal Empresa Real Nunca 3 7.5 10 25.0 Quase Nunca - 3 7.5 Às vezes 6 15.0 8 20.0 Quase sempre 6 15.0 4 10.0 Sempre 25 62.5 15 37.5 Total 40 100.0 40 100.0 Fonte: Pesquisa
-
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
%
Nunca QuaseNunca
Às vezes Quasesempre
Sempre
Ideal
Real
Gráfico 66 – Utilização dos resultados do e-learning para elaboração/aprovação de orçamentos futuros
Fonte: Pesquisa
Da tabela 51 e do Gráfico 66, pode-se concluir:
228
(i) 32,5% dos respondentes declararam que “nunca” ou “quase nunca”, na
realidade de suas organizações, utilizam resultados do e-learning para
elaboração/aprovação de orçamentos futuros;
(ii) Verifica-se um “gap” entre as situações ideal e real, para as opções
“sempre” e “quase sempre”(77,5% versus 47,5%);
(iii) Deve ser registrado o percentual de 7,5% de respondentes, que mesmo
considerando a situação ideal do e-learning em suas organizações,
declararam que “nunca” deve ocorrer a utilização dos resultados passados
visando orçamentos futuros.
6.5 ANÁLISE PELO GRAU MÉDIO
Conforme foi abordado no capítulo anterior, foi calculado o grau médio das
opções apresentadas no questionário, atribuindo-se o valor 1 para a opção de resposta nunca e
5 para a opção sempre.
Tabela 52 – Fatores críticos de sucesso – Fase: pré-projeto Pré-projeto Real Ideal
Projeto conta com o apoio de, pelo menos, uma área de negócios 4.12 4.68
Projeto contribuirá efetivamente para a área de negócios que o apóia. 3.90 4.60
O volume de usuários justifica a iniciativa. 4.08 4.68
Nossa organização é flexível e aceitara bem as mudanças que o projeto trará. 3.63 4.55
Fonte: Pesquisa
Tabela 53 – Fatores críticos de sucesso – Fase: Planejamento Planejamento Real Ideal
A área de negócio lidera o projeto ou dele participa intensamente 3.59 4.46
RH e TI trabalham de forma integrada 3.62 4.56
Temos um plano de expansão do projeto claramente definido e/ou conhecido
pelas lideranças superiores
(outras áreas de negocio, clientes, fornecedores, comunidades).
3.38 4.49
Fonte: Pesquisa
229
Tabela 54 – Fatores críticos de sucesso – Fase: Implantação Implantação Real Ideal
A equipe de implantação conta com representantes de todas as áreas 3.08 4.46
Temos um bom plano de comunicação (evento de lançamento, endomarketing,
Reconhecimento). 3.31 4.56
As lideranças da área de negocio engajaram-se efetivamente 3.38 4.77
A organização foi adequadamente preparada para absorver, com sucesso,
esta mudança. 3.49 4.79
Fonte: Pesquisa
Tabela 55– Nível I – Reação Reação Real Ideal
A eficácia do suporte técnico. 3.85 4.58
A eficácia do tutor. 3.80 4.40
A evasão dos alunos. 3.67 4.43
A participação dos alunos nos cursos. 4.03 4.55
O grau de conhecimento, por parte dos alunos, sobre os pré-requisitos
Necessários para os cursos. 3.58 4.38
O grau de conhecimento, por parte dos alunos, dos objetivos dos cursos. 3.47 4.45
O grau de dificuldade dos cursos. 3.73 4.33
O quanto as atividades propostas nos cursos são estimulantes 3.77 4.60
O quanto os conteúdos são relevantes para o trabalho 4.20 4.78
O ritmo dos cursos 3.75 4.63
Fonte: Pesquisa
Tabela 56– Nível II – Aprendizado Aprendizado Real Ideal
Observação da turma, através de tutoria 3.08 4.25
Auto-avaliação do aluno 2.88 4.08
Avaliação presencial 2.33 3.33
Avaliação durante o curso 3.90 4.35
Comparação do desempenho do aluno com os objetivos dos cursos 3.40 4.30
Comparação dos resultados do pré-testes 2.78 3.68
Compartilhamento do conhecimento entre os alunos 3.35 4.45
Feed-back para o aluno, sobre o seu desempenho. 3.80 4.63
Pós-testes 4.28 4.55
Pré-teste 2.85 3.60
Fonte: Pesquisa
230
Tabela 57– Nível III – Comportamento Comportamento Real Ideal
Avaliação do comportamento ante do curso 1.75 3.33
Avaliação do comportamento após o curso 2.43 3.87
Avaliação do comportamento dos treinandos, tendo como avaliadores
outros funcionários 1.85 3.33
Comparação de comportamentos com grupo de controle (funcionários
que não foram submetidos ao treinamento através do e-learning). 1.70 3.25
Programa de melhoria a partir dos resultados avaliados 2.75 4.00
Repetição da avaliação de comportamento após um prazo. 1.92 3.43
Seleção de uma amostra relevante de treinandos para aplicação da
avaliação de comportamento. 1.57 3.20
Verificação se os conteúdos aprendidos, são aplicados na pratica 2.93 4.20
Fonte: Pesquisa
Tabela 58– Nível IV – Resultados Resultados Real Ideal
Acompanhamento dos resultados pela Diretoria/Presidência 3.58 4.23
Avaliação comparativa de custos do e-learning em relação a outras
Modalidades de treinamento. 3.35 4.13
Avaliação do ROI (Retorno sobre Investimento) para o e-learning 2.75 4.05
Avaliação dos resultados dos negócios, através de métricas estabelecidas 2.55 4.18
Comparação dos resultados do e-learning com as metas da empresa 2.70 4.05
Divulgação dos resultados para os envolvidos 3.65 4.38
Utilização dos resultados do e-learning para elaboração/aprovação de
Orçamentos futuros 3.28 4.25
Fonte: Pesquisa
A partir da aplicação do teste de Wilcoxon, nos casos em que os níveis de
significância ultrapassaram 5%, aceitaria-se a hipótese de igualdade entre os graus médios
real e ideal.
Pôde-se observar que não existe diferença significante (p>1%) entre os graus
médios real e ideal para a afirmativa referente à aplicação de pós-testes (nível II –
Aprendizado) entretanto, para todos os demais casos, conclui-se que há uma diferença
significante entre as medidas de graus médios para as situações real e ideal.
231
As tabelas que apresentam os resultados do teste de Wilcoxon mencionados,
encontram-se no Apêndice E.
A aplicação do teste de Kolmogorov - Smirnov, representado na tabela 59 revelou
que os dados não são normalmente distribuídos e por conseguinte podem ser utilizados testes
não paramétricos.
Foram calculadas, em seguida, as médias das médias, considerando-se a situação
real contemplada no questionário. A tabela 60 e os gráficos 67 e 68 representam os resultados
obtidos.
Visando identificar eventuais diferenças entre as médias das fases dos fatores
críticos de sucesso e a avaliação do e-learning, utilizou-se o teste de Kruskal – Wallis, cujos
resultados são apresentados nas tabelas 61 e 62. Pôde-se observar que as médias e as
variâncias são estatisticamente diferentes.
Após a aplicação do pós-teste de Dunnett, foram identificadas as fases abaixo
relacionadas como não apresentando diferenças significantes entre os seus graus médios ao
nível de 5%:
(i) Pré-projeto, planejamento e reação;
(ii) Planejamento e todas as demais, exceto comportamento;
(iii) Implantação e todas as demais, exceto pré-projeto e comportamento;
(iv) Reação e todas as demais, exceto comportamento e resultados;
(v) Aprendizado e todas as demais, exceto pré-projeto e comportamento
(vi) Comportamento e todas as demais;
(vii) Resultados, planejamento, implantação e aprendizado.
Os resultados da aplicação do referido teste encontra-se no Apêndice F.
232
Tabela 59 – One-Sample Kolmogorov-Smirnov Test
One-Sample Kolmogorov-Smirnov Test
2803.29911.0195
.113
.062-.1131.898
.001
NMeanStd. Deviation
Normal Parameters a,b
AbsolutePositiveNegative
Most ExtremeDifferences
Kolmogorov-Smirnov ZAsymp. Sig. (2-tailed)
MEDIAS
Test distribution is Normal.a.
Calculated from data.b.
Fonte: Pesquisa
Tabela 60 - Descriptives Descriptives
MEDIAS
41 3.9512 .6330 9.886E-02 3.7514 4.1510 2.25 5.0040 3.5293 .8242 .1303 3.2656 3.7929 1.00 5.0039 3.3141 .9695 .1552 2.9998 3.6284 1.00 4.5040 3.7850 .7389 .1168 3.5487 4.0213 1.60 4.9040 3.2625 .9091 .1437 2.9717 3.5533 1.00 4.7040 2.1150 .8209 .1298 1.8525 2.3775 1.00 3.88
40 3.1205 1.0805 .1708 2.7749 3.4661 1.00 4.57280 3.2991 1.0195 6.093E-02 3.1791 3.4190 1.00 5.00
Pré-projetoPlanejamentoImplantação
ReaçãoAprendizadoComportamentoResultadosTotal
N Mean Std. Deviation Std. Error Lower Bound Upper Bound
95% Confidence Interval forMean
Minimum Maximum
Fonte: Pesquisa
DEPEN
Resultados
Comportamento
Aprendizado
Reação
Implantação
Planejamento
Pré-projeto
Mea
n of
ME
DIA
S
4.5
4.0
3.5
3.0
2.5
2.0
Gráfico 67 – Média das Médias (Situação real) Fonte: Pesquisa
233
40404040394041N =
DEPEN
Resultados
Comportamento
Aprendizado
Reação
Implantação
Planejamento
Pré-projetoM
ED
IAS
6
5
4
3
2
1
0
166167
11011168
15404
2726
3228
Gráfico 68 – Intervalos das Médias Fonte: Pesquisa
Tabela 61 – Test of Homogeneity of Variances
Test of Homogeneity of Variances
MEDIAS
3.113 6 273 .006
LeveneStatistic df1 df2 Sig.
Fonte: Pesquisa
Tabela 62 – Test Statistics
Test Statisticsa,b
76.3116
.000
Chi-SquaredfAsymp. Sig.
MEDIAS
Kruskal Wallis Testa.
Grouping Variable: DEPENb.
Fonte: Pesquisa
234
7 CONCLUSÃO
Conforme constatado no decorrer da pesquisa, diversas empresas, no Brasil e no
exterior, tendo em vista a globalização da economia e acirramento da concorrência, têm
identificado que o investimento na qualificação de seu pessoal, torna-se uma vantagem
competitiva. O sucesso das empresas está relacionado principalmente com a sua capacidade
de criar novos conhecimentos, difundi-los e incorporá-los aos produtos, serviços e sistemas.
(Nonaka & Takeuchi, 1997). Devido ao desenvolvimento recente de tecnologias, sobretudo a
rede mundial de computadores, viabilizou-se o aporte de novos recursos de natureza técnica à
antiga Educação a Distância, criando-se o advento do e-learning.
As organizações, inicialmente no exterior e mais recentemente em nosso país,
perceberam que poderiam, com e-learning, contar com um grande aliado no alcance do
objetivo estratégico de capacitar os seus colaboradores, proporcionando os diferenciais
qualitativos tão almejados: redução de custos de treinamentos, acesso a conteúdos, em
qualquer tempo e a partir de qualquer lugar e educação continuada profissional. Enfim,
inúmeros, têm sido, os fatores motivacionais para a adoção do e-learning. Como enfatiza
SCHLÜNZEN JR. (2003, p.56):
235
[...] o uso adequado das tecnologias e do computador, pautado em uma abordagem que promova a construção e, consequentemente, a criação do conhecimento, aliado a uma metodologia de capacitação e avaliação eficaz, pode contribuir na construção de uma organização que aprende e cria conhecimento [...].
Entretanto, o desafio não está na tecnologia, porém no uso que se fará dela
(Drucker, 1993), ou seja, pouco ou nada adiantará dispor dos mais recentes avanços
tecnológicos para treinar os funcionários de uma empresa, se não for considerado o ambiente,
as pessoas e a realidade, levando à total falta de contexto e significado para os trabalhadores.
(Schlünzen Jr., 2003).
Como é possível proporcionar melhorias contínuas na utilização das ferramentas
do e-learning nas organizações? A resposta a essa pergunta é bastante complexa, pois depende
de inúmeros fatores que influenciam o sucesso destas iniciativas; porém, através da avaliação
é possível lançar um pouco de luz sobre essa problemática, caracterizando-se como a
principal forma de identificar problemas e apontar caminhos para solucioná-los.
Para responder a essa questão, inicialmente foi realizada ampla pesquisa
bibliográfica, em obras brasileiras e estrangeiras, bem como através da própria Internet e da
contribuição direta de pesquisadores nacionais e internacionais, que enviaram diversos
materiais relevantes, visando obter os conteúdos relacionados com o tema e áreas correlatas
(Educação a Distância, Avaliação de Treinamento, Educação Corporativa, etc.).
A partir desse ponto, passou-se a investigar diretamente a realidade das
organizações, através da realização de um survey, aplicando-se um questionário que utilizou a
própria Internet como meio de comunicação entre o pesquisador e os respondentes. Para a
implementação da pesquisa, contou-se com o fundamental apoio da empresa Micropower,
sediada em São Caetano do Sul – São Paulo, que disponibilizou o seu banco de dados de
clientes para elaboração da amostragem e sua equipe profissional, para criar um Web-site
contendo o questionário, bem como para contactar e acompanhar as respostas das empresas
236
que compuserem a amostra: trabalho diligente, que proporcionou um índice de retorno
superior a 50% das organizações pesquisadas no survey.
Uma vez realizada a fase da coleta de dados, passou-se para outra bastante
importante que foi a análise dos resultados. Procurou-se elaborar o tratamento estatístico dos
dados de forma mais fundamentada possível, para que pudessem ser obtidos resultados que
conduzissem a conclusões consistentes.
De toda a análise elaborada, emergiram algumas conclusões:
(i) Tendo em vista os critérios de seleção de empresas para população e
amostra, o universo pesquisado reflete um conjunto de empresas com
projetos de e-learning já implantados e em estágio predominante de
crescimento. Essas empresas são majoritariamente nacionais, atuando no
ramo de serviços; são de grande porte, seja pelo faturamento, seja pelo
número de funcionários. São em grande percentual bancos, empresas
financeiras e de tecnologia. Utilizam o e-learning, em ampla maioria,
mesclado ao treinamento presencial (blended) e têm como principais
“drivers” para a sua adoção “o aumento do alcance geográfico do
treinamento” e o “aumento de flexibilidade”. Adotam, em sua maioria,
programas de e-learning com até 1000 participantes, com ênfase em
conteúdos relacionados aos seus produtos e serviços (lançamentos e
desenvolvimentos) e assuntos corporativos (apresentação da empresa e
integração de novos funcionários). Em sua maioria desenvolvem
internamente os conteúdos, apresentando um razoável equilíbrio entre
desenvolvimento interno e aquisição externa da plataforma tecnológica. Os
funcionários acessam os recursos do e-learning, eminentemente a partir
das instalações da organização, em horários que são parcialmente dentro
237
do expediente de trabalho. Atualmente o uso exclusivo do e-learning como
forma de treinamento, mostrou-se bastante pequeno, apenas 3%, ao tempo
em que vislumbra-se para os próximos três anos o e-learning passando a
preponderar como forma de entrega de treinamento, ultrapassando a
modalidade presencial;
(ii) Destacam-se como fatores críticos de sucesso para o e-learning nas
organizações pesquisadas: apoio de pelo menos uma área de negócios,
flexibilidade da organização em aceitar mudanças, integração entre as
áreas de Recursos Humanos e Tecnologia da Informação, plano de
expansão claramente definido, equipe de implantação com representantes
de todas as áreas, plano de comunicação e adequado preparo da
organização para a nova tecnologia.
Em todos os aspectos mencionados anteriormente, foram observados
consideráveis “gaps” existentes entre as situações reais identificadas através da pesquisa e as
situações consideradas ideais pelos respondentes (diferenças percentuais superiores a 30%, na
opção sempre).
(iii) No que se refere a etapa de avaliação do e-learning nas organizações, os
resultados, chegam a ser impressionantes. Um razoável número de
respondentes, não avalia a eficácia do suporte técnico, do tutor, a evasão
dos alunos, a participação dos alunos nos cursos, o grau de conhecimento
dos alunos sobre os pré-requisitos e objetivos dos cursos e o seu grau de
dificuldade. Declaram também de forma expressiva que não observam a
turma, através de tutoria. Quanto à avaliação de aprendizagem, um
razoável número de respondentes não viabiliza a auto-avaliação do aluno,
bem como na maioria não realizam avaliação presencial, sendo que um
238
número razoável de empresas (10%) sequer realiza algum tipo de
avaliação. Um pequeno número de empresas não realiza pós-testes, porém
um expressivo número de empresas não realiza pré-testes dificultando
assim a mensuração e comparação de resultados após o treinamento. A
maioria das organizações pesquisadas não possibilita integralmente o
compartilhamento do conhecimento entre os alunos, o que limita as
possibilidades do e-learning. Considerando-se que o esperado de um
treinamento é a mudança de comportamento dos funcionários, visando
obter resultados favoráveis para a organização, o panorama pesquisado,
não foi promissor: a maioria das empresas não realiza avaliação do
comportamento antes e depois do curso, comparando-os. Muito menos,
utilizam-se de outros funcionários como avaliadores, bem como de grupos
de controle. Porém, surpreendentes, são os resultados da inexistência ou
existência esporádica de programas de melhoria a partir dos resultados
avaliados, bem como da verificação se os conteúdos aprendidos, são
aplicados na prática. Outros resultados impactantes são os elevados
percentuais de respostas para o fato de nunca se realizarem avaliações de
retorno do investimento (35%), avaliações de resultados através de
métricas estabelecidas (30%), bem como a realização de comparação dos
resultados do e-learning com as metas da empresa (32,5%). Isso nos
conduz à conclusão de que em muitas empresas pode-se considerar que o
e-learning está sendo realizado como um “vôo-cego”, ou seja, sem a
utilização de instrumentos de controle.
Pode-se concluir da análise dos resultados da pesquisa, que as melhores práticas
para a implementação de e-learning nas empresas, recomendadas por diversos pesquisadores
239
(Rosemberg, 2001; Khan, 2001; Hall, 2001), bem como as de avaliação de treinamento
(Kirkpatrick, 1998; Milioni, 2000; Borges-Andrade, 2000; Hamblin, 1978) são simplesmente
negligenciadas por um percentual expressivo das organizações pesquisadas.
Diante de tudo que foi apresentado no relatório da pesquisa, ficam registradas as
seguintes recomendações para uma grande parte das organizações pesquisadas:
(i) Proporcionar aos gestores das áreas de treinamento e responsáveis pela
implementação do e-learning treinamentos direcionados a capacitá-los
adequadamente em temas como gestão de projetos de e-learning e
avaliação de treinamentos, visando melhorar as suas visões com relação
aos aspectos mencionados;
(ii) Envolvimento da alta administração com os projetos de e-learning,
inclusive, proporcionando a cobrança de resultados obtidos, através de
práticas sistemáticas de avaliação, às gerências intermediárias
responsáveis pela implementação dos programas;
(iii) Realização de “benchmarking” através do estudo de casos de sucesso de e-
learning, particularmente no tocante à avaliação, e;
(iv) Implementação de práticas mais abrangentes e profundas de avaliação de
e-learning e eventualmente de avaliação de treinamentos, como um todo.
Sugere-se o estudo e eventual adoção da norma brasileira NBR ISO 10015
– gestão da qualidade, diretrizes para treinamento.
Destacam-se alguns aspectos limitantes na pesquisa, a saber:
(i) Apesar da elevada taxa de retorno (cerca de 50%) dos questionários
enviados, em termos absolutos o número de respondentes poderia ter sido
maior, fornecendo uma base mais ampla para generalização de resultados;
240
(ii) Seria desejável que a pesquisa contemplasse também a investigação dos
treinandos, e não só a opinião dos responsáveis pela área de e-learning das
organizações;
(iii) Da mesma forma, seria desejável realizar, em conjunto com o survey outra
técnica investigativa, como por exemplo, um grupo de foco, visando
aprofundar as conclusões, seja das empresas que desenvolvem as melhores
práticas de e-learning, como daquelas que ainda as negligenciam parcial
ou integralmente.
Por fim, colocam-se algumas questões para o aprofundamento posterior:
• Quais são os modelos de avaliação adotados por empresas de excelência em e-
learning? Faz-se necessário conhecê-los em profundidade.
• Como essas práticas podem ser disseminadas para outras empresas, visando a
melhoria contínua do e-learning, em nosso país?
O autor do presente trabalho pretende, oportunamente, em trabalhos futuros, tratar
dessas questões de forma mais detalhada, contribuindo dessa forma, para o aumento do
conhecimento sobre o tema.
241
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250
APÊNDICE
251
APÊNDICE A – Convite para o pré-teste
252
APÊNDICE B – Relação de empresas participantes da pesquisa
Empresa
Banco Bradesco S/A
Siemens Ltda
Orbitall Serviços e Processamento
ENAP – Escola Nacional de Administração Pública
Embratel
Gerdau
FDC
Brasil Telecom
Caterpillar Brasil Ltda
Souza Cruz
Petrobras
Lucent Technologies
BCP S/A
Antonelli & Palaia Consultores Educacionais
Planner
Etude Serviços de Engenharia
Merck S.A.
Universidade Anhembi Morumbi
Secretaria da Fazenda do Estado do RS
Ripasa
Englishtown.com
Datasul
Colombo
253
Banco do Nordeste do Brasil S/A
Telemig Celular
Neogera
Lojas Renner
IOB Inf. Obj. Pub. Jur. Ltda
Buckman Laboratórios Ltda
HSBC Bank Brasil
Microsiga software
IPEB – Instituto Politécnico de Ensino a Distância
Galderma Brasil Ltda.
Janssen-CilagFarmacêutica
G&P
Catho On Line
Treina
Senior Sistemas Ltda
Bureau Veritas
Caixa Econômica Federal
BAS
BM&F
Carrefour Com Indl Ltda
Total: 44
Organizações Eliminadas:
Fundação Dom Cabral – FDC
254
Universidade Anhembi Morumbi
Englistown.com
IPED – Instituto Politécnico de Ensino à Distância
APÊNDICE C – Tabelas de Wilcoxon
Tabela 63
255
Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Projeto conta com o apoio de, pelo menos, uma área de negócios –
Projeto conta com o apoio de, pelo menos, uma área de negócios
Z -3.819
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Projeto contribuirá efetivamente para a área de negócios que o apóia. –
Projeto contribuirá efetivamente para a área de negócios que o apóia.
Z -3.787
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
O volume de usuários justifica a iniciativa. - O volume de usuários
justifica a iniciativa.
Z -3.131
Asymp. Sig. (2-tailed) .002
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Nossa organização é flexível e aceitara bem as mudanças que o projeto
trará. - Nossa organização é flexível e aceitara bem as mudanças que o
256
projeto trará.
Z -4.770
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
A área de negócio lidera o projeto ou dele participa intensamente - A
área de negócio lidera o projeto ou dele participa intensamente
Z -4.057
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
RH e TI trabalham de forma integrada - RH e TI trabalham de forma
integrada
Z -4.406
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Temos um plano de expansão do projeto claramente definido e/ou
conhecido pelas lideranças superiores (outras áreas de negocio,
clientes, fornecedores, comunidades). - Temos um plano de expansão
do projeto claramente definido e/ou conhecido pelas lideranças
superiores (outras áreas de negocio, clientes, fornecedores,
comunidades).
Z -4.361
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
A equipe de implantação conta com representantes de todas as áreas -
257
A equipe de implantação conta com representantes de todas as áreas
Z -4.900
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Temos um bom plano de comunicação (evento de lançamento,
endomarketing, reconhecimento). - Temos um bom plano de
comunicação (evento de lançamento, endomarketing, reconhecimento).
Z -4.712
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
As lideranças da área de negocio engajaram-se efetivamente - As
lideranças da área de negocio engajaram-se efetivamente
Z -5.038
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
A organização foi adequadamente preparada para absorver, com
sucesso, esta mudança. - A organização foi adequadamente preparada
para absorver, com sucesso, esta mudança.
Z -5.064
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
258
A eficácia do suporte técnico. - A eficácia do suporte técnico.
Z -3.600
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
A eficácia do tutor. - A eficácia do tutor.
Z -2.965
Asymp. Sig. (2-tailed) .003
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
A evasão dos alunos. - A evasão dos alunos.
Z -3.364
Asymp. Sig. (2-tailed) .001
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
A participação dos alunos nos cursos. - A participação dos alunos nos
cursos.
Z -3.104
Asymp. Sig. (2-tailed) .002
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
O grau de conhecimento, por parte dos alunos, sobre os pré-requisitos
necessários para os cursos. - O grau de conhecimento, por parte dos
alunos, sobre os pré-requisitos necessários para os cursos.
Z -4.021
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
259
O grau de conhecimento, por parte dos alunos, dos objetivos dos
cursos. - O grau de conhecimento, por parte dos alunos, dos objetivos
dos cursos.
Z -3.867
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
O grau de dificuldade dos cursos. - O grau de dificuldade dos cursos.
Z -3.816
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
O quanto as atividades propostas nos cursos são estimulantes - O
quanto as atividades propostas nos cursos são estimulantes
Z -4.562
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
O quanto os conteúdos são relevantes para o trabalho - O quanto os
conteúdos são relevantes para o trabalho
Z -3.373
Asymp. Sig. (2-tailed) .001
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
O ritmo dos cursos - O ritmo dos cursos
Z -4.116
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
260
Pré-teste - Pré-teste
Z -3.999
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Pós-testes - Pós-testes
Z -2.414
Asymp. Sig. (2-tailed) .016
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Comparação dos resultados do pré-testes - Comparação dos resultados
do pré-testes
Z -4.193
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Avaliação durante o curso - Avaliação durante o curso
Z -2.886
Asymp. Sig. (2-tailed) .004
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Comparação do desempenho do aluno com os objetivos dos cursos -
Comparação do desempenho do aluno com os objetivos dos cursos
Z -4.101
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
261
Auto-avaliação do aluno - Auto-avaliação do aluno
Z -4.261
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
"Observação" da turma, através de tutoria - "Observação" da turma,
através de tutoria
Z -4.355
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Feed-back para o aluno, sobre o seu desempenho. - Feed-back para o
aluno, sobre o seu desempenho.
Z -3.694
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Compartilhamento do conhecimento entre os alunos - Compartilhamento
do conhecimento entre os alunos
Z -4.352
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Avaliação presencial - Avaliação presencial
Z -3.784
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
262
Verificação se os conteúdos aprendidos, são aplicados na pratica -
Verificação se os conteúdos aprendidos, são aplicados na pratica
Z -4.615
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Comparação de comportamentos com grupo de controle (funcionários
que não foram submetidos ao treinamento através do e-learning). -
Comparação de comportamentos com grupo de controle (funcionários
que não foram submetidos ao treinamento através do e-learning).
Z -5.006
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Avaliação do comportamento ante do curso - Avaliação do
comportamento ante do curso
Z -4.770
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Avaliação do comportamento após o curso - Avaliação do
comportamento após o curso
Z -5.015
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
263
Avaliação do comportamento dos treinandos, tendo como avaliadores
outros funcionários - Avaliação do comportamento dos treinandos,
tendo como avaliadores outros funcionários
Z -4.887
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Repetição da avaliação de comportamento após um prazo. – Repetição
da avaliação de comportamento após um prazo.
Z -4.763
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Seleção de uma amostra relevante de treinandos para aplicação da
avaliação de comportamento. - Seleção de uma amostra relevante de
treinandos para aplicação da avaliação de comportamento.
Z -4.776
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Programa de melhoria a partir dos resultados avaliados – Programa de
melhoria a partir dos resultados avaliados
Z -4.521
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
264
Avaliação comparativa de custos do e-learning em relação a outras
modalidades de treinamento. - Avaliação comparativa de custos do e-
learning em relação a outras modalidades de treinamento.
Z -3.720
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Avaliação dos resultados dos negócios, através de métricas
estabelecidas - Avaliação dos resultados dos negócios, através de
métricas estabelecidas
Z -5.288
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Avaliação do ROI (Retorno sobre Investimento) para o e-learning -
Avaliação do ROI (Retorno sobre Investimento) para o e-learning
Z -4.295
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Divulgação dos resultados para os envolvidos - Divulgação dos
resultados para os envolvidos
Z -3.366
Asymp. Sig. (2-tailed) .001
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
265
Utilização dos resultados do e-learning para elaboração/aprovação de
orçamentos futuros - Utilização dos resultados do e-learning para
elaboração/aprovação de orçamentos futuros
Z -3.609
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Comparação dos resultados do e-learning com as metas da empresa -
Comparação dos resultados do e-learning com as metas da empresa
Z -4.233
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Acompanhamento dos resultados pela Diretoria/Presidência -
Acompanhamento dos resultados pela Diretoria/Presidência
Z -3.367
Asymp. Sig. (2-tailed) .001
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Fonte: Pesquisa
266
APÊNDICE E – Resultados do Teste Dunnett
Tabela 64 Multiple Comparisons
Dependent Variable: MEDIASDunnett C
.4220 .1919 -8.6048E-02 .9300
.6371* .1932 6.491E-02 1.2093
.1662 .1919 -.3090 .6415
.6887* .1919 .1469 1.23061.8362* .1919 1.3295 2.3429
.8307* .1919 .2176 1.4438-.4220 .1919 -.9300 8.605E-02.2151 .1943 -.4152 .8455
-.2557 .1931 -.7996 .2881.2667 .1931 -.3361 .8696
1.4143* .1931 .8427 1.9858.4088 .1931 -.2589 1.0764
-.6371* .1932 -1.2093 -6.4909E-02-.2151 .1943 -.8455 .4152-.4709 .1943 -1.0751 .1333
5.160E-02 .1943 -.6063 .70951.1991* .1943 .5699 1.8284
.1936 .1943 -.5241 .9113-.1662 .1919 -.6415 .3090.2557 .1931 -.2881 .7996.4709 .1943 -.1333 1.0751.5225 .1931 -5.3054E-02 1.0981
1.6700* .1931 1.1274 2.2126.6645* .1931 2.141E-02 1.3076
-.6887* .1919 -1.2306 -.1469-.2667 .1931 -.8696 .3361
-5.1603E-02 .1943 -.7095 .6063-.5225 .1931 -1.0981 5.305E-021.1475* .1931 .5457 1.7493
.1420 .1931 -.5517 .8357-1.8362* .1919 -2.3429 -1.3295-1.4143* .1931 -1.9858 -.8427-1.1991* .1943 -1.8284 -.5699-1.6700* .1931 -2.2126 -1.1274-1.1475* .1931 -1.7493 -.5457-1.0055* .1931 -1.6722 -.3388
-.8307* .1919 -1.4438 -.2176-.4088 .1931 -1.0764 .2589-.1936 .1943 -.9113 .5241-.6645* .1931 -1.3076 -2.1413E-02-.1420 .1931 -.8357 .55171.0055* .1931 .3388 1.6722
(J) DEPENPlanejamentoImplantaçãoReaçãoAprendizadoComportamentoResultadosPré-projetoImplantaçãoReaçãoAprendizadoComportamentoResultadosPré-projetoPlanejamentoReaçãoAprendizadoComportamentoResultadosPré-projetoPlanejamentoImplantaçãoAprendizadoComportamentoResultadosPré-projetoPlanejamentoImplantaçãoReaçãoComportamentoResultadosPré-projetoPlanejamentoImplantaçãoReaçãoAprendizadoResultadosPré-projetoPlanejamentoImplantaçãoReaçãoAprendizadoComportamento
(I) DEPENPré-projeto
Planejamento
Implantação
Reação
Aprendizado
Comportamento
Resultados
MeanDifference
(I-J) Std. Error Lower Bound Upper Bound95% Confidence Interval
The mean difference is significant at the .05 level.*.
Fonte: Pesquisa
267
APÊNDICE D – Questionário de avaliação do instrumento de coleta de dados
O que você achou do questionário de coleta de dados da pesquisa em referência, em termos de:
ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI
A – Clareza dos termos utilizados
B – Compreensão do que foi perguntado
C – Sequência lógica das perguntas
D – Opções de respostas completas
E – Lay-out / Forma de apresentação
F – Neutralidade das perguntas
G – Extensão / tempo efetivo de resposta
H – Abrangência do tema pesquisado
I – Solicitação para preenchimento (objetivo da pesquisa, tempo estimado de resposta, solicitação de cooperação, etc.)
J – Instruções para preenchimento
O que você achou do questionário de coleta de dados da pesquisa em referência, em termos de:
ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI
A – Clareza dos termos utilizados
B – Compreensão do que foi perguntado
C – Sequência lógica das perguntas
D – Opções de respostas completas
E – Lay-out / Forma de apresentação
268
O que você achou do questionário de coleta de dados da pesquisa em referência, em termos de:
ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI
F – Neutralidade das perguntas
G – Extensão / tempo efetivo de resposta
H – Abrangência do tema pesquisado
I – Solicitação para preenchimento (objetivo da pesquisa, tempo estimado de resposta, solicitação de cooperação, etc.)
J – Instruções para preenchimento
ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI Em termos gerais
como você avalia o questionário de coleta de dados?
APÊNDICE E – Tabelas de Wilcoxon
Tabela 63
Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Projeto conta com o apoio de, pelo menos, uma área de negócios -
Projeto conta com o apoio de, pelo menos, uma área de negócios
Z -3.819
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
269
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Projeto contribuirá efetivamente para a área de negócios que o apóia. -
Projeto contribuirá efetivamente para a área de negócios que o apóia.
Z -3.787
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
O volume de usuários justifica a iniciativa. - O volume de usuários
justifica a iniciativa.
Z -3.131
Asymp. Sig. (2-tailed) .002
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Nossa organização é flexível e aceitara bem as mudanças que o projeto
trará. - Nossa organização é flexível e aceitara bem as mudanças que o
projeto trará.
Z -4.770
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
A área de negócio lidera o projeto ou dele participa intensamente - A
270
área de negócio lidera o projeto ou dele participa intensamente
Z -4.057
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
RH e TI trabalham de forma integrada - RH e TI trabalham de forma
integrada
Z -4.406
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Temos um plano de expansão do projeto claramente definido e/ou
conhecido pelas lideranças superiores (outras áreas de negocio,
clientes, fornecedores, comunidades). - Temos um plano de expansão
do projeto claramente definido e/ou conhecido pelas lideranças
superiores (outras áreas de negocio, clientes, fornecedores,
comunidades).
Z -4.361
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
A equipe de implantação conta com representantes de todas as áreas -
A equipe de implantação conta com representantes de todas as áreas
Z -4.900
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Temos um bom plano de comunicação (evento de lançamento,
271
endomarketing, reconhecimento). - Temos um bom plano de
comunicação (evento de lançamento, endomarketing, reconhecimento).
Z -4.712
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
As lideranças da área de negocio engajaram-se efetivamente - As
lideranças da área de negocio engajaram-se efetivamente
Z -5.038
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
A organização foi adequadamente preparada para absorver, com
sucesso, esta mudança. - A organização foi adequadamente preparada
para absorver, com sucesso, esta mudança.
Z -5.064
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
A eficácia do suporte técnico. - A eficácia do suporte técnico.
Z -3.600
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
A eficácia do tutor. - A eficácia do tutor.
Z -2.965
Asymp. Sig. (2-tailed) .003
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
272
A evasão dos alunos. - A evasão dos alunos.
Z -3.364
Asymp. Sig. (2-tailed) .001
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
A participação dos alunos nos cursos. - A participação dos alunos nos
cursos.
Z -3.104
Asymp. Sig. (2-tailed) .002
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
O grau de conhecimento, por parte dos alunos, sobre os pré-requisitos
necessários para os cursos. - O grau de conhecimento, por parte dos
alunos, sobre os pré-requisitos necessários para os cursos.
Z -4.021
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
O grau de conhecimento, por parte dos alunos, dos objetivos dos
cursos. - O grau de conhecimento, por parte dos alunos, dos objetivos
dos cursos.
Z -3.867
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
O grau de dificuldade dos cursos. - O grau de dificuldade dos cursos.
Z -3.816
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
273
Test Statistics
O quanto as atividades propostas nos cursos são estimulantes - O
quanto as atividades propostas nos cursos são estimulantes
Z -4.562
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
O quanto os conteúdos são relevantes para o trabalho - O quanto os
conteúdos são relevantes para o trabalho
Z -3.373
Asymp. Sig. (2-tailed) .001
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
O ritmo dos cursos - O ritmo dos cursos
Z -4.116
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Pré-teste - Pré-teste
Z -3.999
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Pós-testes - Pós-testes
Z -2.414
Asymp. Sig. (2-tailed) .016
274
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Comparação dos resultados do pré-testes - Comparação dos resultados
do pré-testes
Z -4.193
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Avaliação durante o curso - Avaliação durante o curso
Z -2.886
Asymp. Sig. (2-tailed) .004
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Comparação do desempenho do aluno com os objetivos dos cursos -
Comparação do desempenho do aluno com os objetivos dos cursos
Z -4.101
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Auto-avaliação do aluno - Auto-avaliação do aluno
Z -4.261
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
"Observação" da turma, através de tutoria - "Observação" da turma,
275
através de tutoria
Z -4.355
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Feed-back para o aluno, sobre o seu desempenho. - Feed-back para o
aluno, sobre o seu desempenho.
Z -3.694
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Compartilhamento do conhecimento entre os alunos - Compartilhamento
do conhecimento entre os alunos
Z -4.352
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Avaliação presencial - Avaliação presencial
Z -3.784
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Verificação se os conteúdos aprendidos, são aplicados na pratica -
Verificação se os conteúdos aprendidos, são aplicados na pratica
Z -4.615
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
276
Test Statistics
Comparação de comportamentos com grupo de controle (funcionários
que não foram submetidos ao treinamento através do e-learning). -
Comparação de comportamentos com grupo de controle (funcionários
que não foram submetidos ao treinamento através do e-learning).
Z -5.006
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Avaliação do comportamento ante do curso - Avaliação do
comportamento ante do curso
Z -4.770
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Avaliação do comportamento após o curso - Avaliação do
comportamento após o curso
Z -5.015
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Avaliação do comportamento dos treinandos, tendo como avaliadores
outros funcionários - Avaliação do comportamento dos treinandos,
tendo como avaliadores outros funcionários
Z -4.887
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
277
Test Statistics
Repetição da avaliação de comportamento após um prazo. – Repetição
da avaliação de comportamento após um prazo.
Z -4.763
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Seleção de uma amostra relevante de treinandos para aplicação da
avaliação de comportamento. - Seleção de uma amostra relevante de
treinandos para aplicação da avaliação de comportamento.
Z -4.776
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Programa de melhoria a partir dos resultados avaliados – Programa de
melhoria a partir dos resultados avaliados
Z -4.521
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Avaliação comparativa de custos do e-learning em relação a outras
modalidades de treinamento. - Avaliação comparativa de custos do e-
learning em relação a outras modalidades de treinamento.
Z -3.720
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
278
Test Statistics
Avaliação dos resultados dos negócios, através de métricas
estabelecidas - Avaliação dos resultados dos negócios, através de
métricas estabelecidas
Z -5.288
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Avaliação do ROI (Retorno sobre Investimento) para o e-learning -
Avaliação do ROI (Retorno sobre Investimento) para o e-learning
Z -4.295
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Divulgação dos resultados para os envolvidos - Divulgação dos
resultados para os envolvidos
Z -3.366
Asymp. Sig. (2-tailed) .001
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Utilização dos resultados do e-learning para elaboração/aprovação de
orçamentos futuros - Utilização dos resultados do e-learning para
elaboração/aprovação de orçamentos futuros
Z -3.609
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Comparação dos resultados do e-learning com as metas da empresa -
Comparação dos resultados do e-learning com as metas da empresa
279
Z -4.233
Asymp. Sig. (2-tailed) .000
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Test Statistics
Acompanhamento dos resultados pela Diretoria/Presidência -
Acompanhamento dos resultados pela Diretoria/Presidência
Z -3.367
Asymp. Sig. (2-tailed) .001
a Based on positive ranks.
b Wilcoxon Signed Ranks Test
Fonte: Pesquisa
280
APÊNDICE F – Resultados do Teste Dunnett
Multiple Comparisons
Dependent Variable: MEDIASDunnett C
.4220 .1919 -8.6048E-02 .9300
.6371* .1932 6.491E-02 1.2093
.1662 .1919 -.3090 .6415
.6887* .1919 .1469 1.23061.8362* .1919 1.3295 2.3429
.8307* .1919 .2176 1.4438-.4220 .1919 -.9300 8.605E-02.2151 .1943 -.4152 .8455
-.2557 .1931 -.7996 .2881.2667 .1931 -.3361 .8696
1.4143* .1931 .8427 1.9858.4088 .1931 -.2589 1.0764
-.6371* .1932 -1.2093 -6.4909E-02-.2151 .1943 -.8455 .4152-.4709 .1943 -1.0751 .1333
5.160E-02 .1943 -.6063 .70951.1991* .1943 .5699 1.8284
.1936 .1943 -.5241 .9113-.1662 .1919 -.6415 .3090.2557 .1931 -.2881 .7996.4709 .1943 -.1333 1.0751.5225 .1931 -5.3054E-02 1.0981
1.6700* .1931 1.1274 2.2126.6645* .1931 2.141E-02 1.3076
-.6887* .1919 -1.2306 -.1469-.2667 .1931 -.8696 .3361
-5.1603E-02 .1943 -.7095 .6063-.5225 .1931 -1.0981 5.305E-021.1475* .1931 .5457 1.7493
.1420 .1931 -.5517 .8357-1.8362* .1919 -2.3429 -1.3295-1.4143* .1931 -1.9858 -.8427-1.1991* .1943 -1.8284 -.5699-1.6700* .1931 -2.2126 -1.1274-1.1475* .1931 -1.7493 -.5457-1.0055* .1931 -1.6722 -.3388
-.8307* .1919 -1.4438 -.2176-.4088 .1931 -1.0764 .2589-.1936 .1943 -.9113 .5241-.6645* .1931 -1.3076 -2.1413E-02-.1420 .1931 -.8357 .55171.0055* .1931 .3388 1.6722
(J) DEPENPlanejamentoImplantaçãoReaçãoAprendizadoComportamentoResultadosPré-projetoImplantaçãoReaçãoAprendizadoComportamentoResultadosPré-projetoPlanejamentoReaçãoAprendizadoComportamentoResultadosPré-projetoPlanejamentoImplantaçãoAprendizadoComportamentoResultadosPré-projetoPlanejamentoImplantaçãoReaçãoComportamentoResultadosPré-projetoPlanejamentoImplantaçãoReaçãoAprendizadoResultadosPré-projetoPlanejamentoImplantaçãoReaçãoAprendizadoComportamento
(I) DEPENPré-projeto
Planejamento
Implantação
Reação
Aprendizado
Comportamento
Resultados
MeanDifference
(I-J) Std. Error Lower Bound Upper Bound95% Confidence Interval
The mean difference is significant at the .05 level.*.
281
APÊNDICE G – Questionário de avaliação do instrumento de coleta de dados
O que você achou do questionário de coleta de dados da pesquisa em referência, em termos de:
ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI
A – Clareza dos termos utilizados
B – Compreensão do que foi perguntado
C – Sequência lógica das perguntas
D – Opções de respostas completas
E – Lay-out / Forma de apresentação
F – Neutralidade das perguntas
G – Extensão / tempo efetivo de resposta
H – Abrangência do tema pesquisado
I – Solicitação para preenchimento (objetivo da pesquisa, tempo estimado de resposta, solicitação de cooperação, etc.)
J – Instruções para preenchimento
O que você achou do questionário de coleta de dados da pesquisa em referência, em termos de:
ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI
A – Clareza dos termos utilizados
B – Compreensão do que foi perguntado
C – Sequência lógica das perguntas
D – Opções de respostas completas
E – Lay-out / Forma de
282
apresentação F – Neutralidade das perguntas
O que você achou do questionário de coleta de dados da pesquisa em referência, em termos de:
ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI
G – Extensão / tempo efetivo de resposta
H – Abrangência do tema pesquisado
I – Solicitação para preenchimento (objetivo da pesquisa, tempo estimado de resposta, solicitação de cooperação, etc.)
J – Instruções para preenchimento
ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI Em termos gerais como
você avalia o questionário de coleta de dados?
283