avaliação da influência da argamassa de revestimento na capacidade mecânica de prismas de blocos...

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  • 7/24/2019 Avaliao da influncia da argamassa de revestimento na capacidade mecnica de prismas de blocos cermicos e

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    1X SIMPSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DAS ARGAMASSAS

    Fortaleza, 7 a 9 de maio de 2013 - ISSN 2238-0191_____________________________________________________________________________

    AVALIAO DA INFLUNCIA DA ARGAMASSA DE REVESTIMENTO NA

    CAPACIDADE MECNICA DE PRISMAS DE BLOCOS CERMICOS

    ESTRUTURAIS

    ANGELO JUST DA COSTA E SILVA (1); JOO MANOEL DE FREITAS MOTA (2); FRED

    RODRIGUES BARBOSA (3)

    (1)

    Universidade de [email protected]; (2) Faculdade do Vale do

    [email protected]; (3) Faculdade do Vale do [email protected]

    RESUMO

    Levando em conta a grande quantidade de edificaes executadas em todo o Brasil

    com paredes autoportantes, importante conhecer em detalhes a sua capacidade de

    suporte e, notadamente, os fatores que podem contribuir no seu comportamento.

    Destacam-se as argamassas de revestimento, cuja influncia pode variar conforme as

    caractersticas dos blocos e das prprias argamassas. O presente trabalho foi

    desenvolvido em laboratrio utilizando blocos cermicos estruturais para a confeco

    de 18 prismas, os quais foram revestidos com argamassa de revestimento trao

    1:1:6, tendo em vista ser utilizado em larga escala na Regio Metropolitana do Recife,

    com espessuras de 10mm e 30mm, alm das amostras de referncia (sem

    revestimento); todos ensaiados compresso. Os resultados encontrados

    confirmaram a forte influncia da argamassa de revestimento no desempenho dos

    prismas de blocos, e por consequncia nas paredes executadas com esses

    componentes, com incrementos de at 26%, em comparao com as amostras de

    referncia (sem revestimento). Tal comportamento confirma dados apresentados em

    estudos similares realizados com blocos de vedao. Portanto, pode-se verificar a

    influncia do revestimento, fundamentalmente quando se varia sua espessura. , Nessa

    premissa, observa-se que o revestimento pode ser utilizado para o desenvolvimento

    de tcnicas para projeto e reforo de estruturas similares em edificaes antigas oudeterioradas executadas com essa tcnica.

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    Palavras-chave:revestimento, resistncia mecnica, alvenaria.

    EVALUATION OF THE INFLUENCE OF MORTAR COATING ON CAPACITY OF

    MECHANICAL STRUCTURAL IN PRISMS OF CERAMIC BLOCKS

    ABSTRACT

    Because of the large number of buildings made in Brazil with freestanding walls, it is

    important to know in detail their ability to support and, in particular, the factors that

    can contribute to your behavior. Noteworthy in this respect is the mortar coating,

    whose influence can vary according to the characteristics of the blocks and their own

    mortars. This work was developed in the laboratory using structural ceramic blocks for

    making 18 prisms, which were coated with mortar coating (1:1:6) in thicknesses of

    10mm and 30mm, in addition to reference samples (uncoated), all tested in

    compression. The results confirmed the strong influence of the mortar coating

    performance of the prisms of blocks, and consequently the walls performed with these

    components, with increments up to 26% compared with the reference samples(uncoated). Such behavior confirms data presented in similar studies with bricks. These

    results not only help in understanding the behavior of freestanding walls when asked

    to compressive stresses, can also assist in developing and strengthening techniques for

    design of similar structures in old buildings or deteriorated performed with this

    technique

    Key-words:coating, mechanical strength, bricks.

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    1. INTRODUO

    A alvenaria estrutural existe desde os primrdios da civilizao, surgida devido

    escassez de abrigos naturais e da necessidade dos povos nmades de proteo e

    conforto. As primeiras moradias eram de pedras ou tijolos assentados com argamassa

    de barro (1).

    As primeiras alvenarias em pedra ou em tijolo cermico seco ao sol apresentavam

    grandes espessuras em suas obras, devido ao desconhecimento das caractersticas dos

    materiais e de procedimentos de clculo. Vrios exemplos de obras construdas dessa

    maneira permanecem at os dias atuais, entre elas as pirmides do Egito, as catedrais

    da Idade Mdia, a Muralha da China, conformeFigura 1.

    Figura 1 - Imagem da Muralha da China, executada em alvenaria estrutural.

    Segundo Hendry (2), a alvenaria estrutural passou a ser tratada como uma tecnologia

    de construo civil por volta do sculo XVII, quando os princpios de estatstica foram

    aplicados para a investigao da estabilidade de arcos e domos. J no sculo XVIII, a

    Revoluo Industrial incentivou a industrializao e otimizao dos processos

    construtivos. Diante desses novos conceitos, a alvenaria estrutural se mostrou um

    sistema de fcil industrializao, pois permite a padronizao e modulao dos

    projetos, alm de proporcionar alta produtividade, economia e qualidade de obras,

    quando aplicada com tcnicas produtivas adequadas.

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    No Brasil, a alvenaria estrutural utilizada desde o incio do sculo XVII. Entretanto, o

    uso de blocos estruturais, como parte de um processo construtivo voltado para a

    obteno de edifcios mais econmicos e racionais, demorou muito a encontrar seu

    espao(3). Segundo os mesmos autores, apesar de sua chegada tardia, o processo

    construtivo de alvenaria estrutural acabou se firmando como uma alternativa eficiente

    e econmica para a execuo de edifcios residenciais e tambm industriais.

    Esta tecnologia construtiva foi consolidada na dcada de 80, atravs de normalizao

    oficial consistente e razoavelmente ampla. No ano de 2005 as normas NBR 15270-2 e

    NBR 15270-3 foram publicadas, tratando especificadamente dos blocos cermicos

    estruturais.

    Um exemplo da aplicao intensa da alvenaria estrutural no Brasil so os

    empreendimentos habitacionais de baixa renda. Atualmente inmeros

    empreendimentos so lanados com esta tecnologia como um meio de alcanar uma

    reduo dos custos dos empreendimentos sem perder em qualidade.

    1.1.

    Resistncia mecnica de elementos de alvenaria

    A resistncia compresso a propriedade principal das unidades de alvenaria a ser

    levantada e controlada, uma vez que as estruturas de alvenaria so concebidas

    primordialmente para resistirem aos carregamentos solicitantes. Ramalho e Corra (3)

    citam dois procedimentos usados para a obteno da resistncia compresso das

    paredes de alvenaria, so eles:

    Estimativas pela resistncia de prismas: Neste mtodo a resistncia

    determinada atravs de ensaios experimentais de prismas ou mini-paredes sob

    compresso axial, nos quais so usados componentes idnticos aos que sero

    utilizados na obra, conformeFigura 2.

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    Figura 2 - Imagens de prismas utilizados para avaliao da resistncia axial compresso de paredes.

    Estimativas por meio da resistncia medida dos componentes:Esse mtodo se

    baseia em equaes empricas ou emprico-analticas que correlacionam a

    resistncia compresso da alvenaria com as resistncias compresso dos

    componentes: bloco e argamassa

    1.2. Influncia da argamassa na resistncia da alvenaria

    Algumas propriedades da alvenaria so influenciadas pelas dimenses e forma das

    unidades, arranjos verticais e horizontais das juntas, anisotropia das unidades,

    qualidade da mo de obra, condies de cura e propriedades mecnicas dos materiais

    constituintes (7).

    A resistncia compresso da argamassa de assentamento no influencia

    significativamente na resistncia da parede, desde que no seja abaixo de 40% da

    resistncia do bloco. Essa argamassa de assentamento deve ter resistncia entre 70% e

    100% da resistncia do bloco. Aumentando a resistncia da argamassa de

    assentamento, aumentar a resistncia da parede, at prximo de 3MPa, uma vez quepara valores superior no influenciar mais significativamente (5).

    A NBR 15961-1(4)especifica a espessura da junta em 10 mm, com tolerncia de mais ou

    menos 3mm, admitindo que valores fora deste padro mitigam o desempenho das

    paredes.

    No que se refere argamassa de revestimento, admite-se que as suas funes

    principais so a regularizao das superfcies, proteo, acabamento, entre outras.

    Porm, pesquisas diversas vm avaliando a sua influncia na rigidez das paredes,

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    comprovando-se parcelas significativas de contribuio do revestimento nas alvenarias

    executadas com elementos em blocos cermicos(5)ou em concreto(6).

    Pode-se verificar que, em paredes de alvenaria estrutural de tijolos cermicos, a

    argamassa de revestimento incrementa a resistncia e ductilidade (9).

    Esse trabalho busca estudar a influncia da espessura da argamassa de revestimento

    na resistncia mecnica de prismas de alvenaria estrutural, bem como a forma de

    ruptura identificada.

    2.

    MATERIAIS E MTODOS

    Os ensaios efetuados na presente pesquisa foram realizados em amostras preparadas

    em um canteiro de obras na cidade do Recife com sistema de alvenaria estrutural em

    blocos cermicos, onde se buscou empregar materiais, mo de obra e tcnicas de

    preparao dos prismas conforme prescrito em normas pertinentes.

    2.1. Caracterizao dos materiais utilizados

    Os blocos cermicos usados neste trabalho so estruturais, conforme Figura 3,

    provenientes de uma indstria cermica da regio, retirados de forma aleatria de um

    mesmo lote, cuidando-se para evitar amostras com defeitos sistemticos (trincas,

    quebras, deformaes). Os blocos possuem paredes vazadas e dimenses nominais de

    (14x 19x29)cm, com resistncia mdia 10,23 MPa.

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    Figura 3 - Amostra de bloco cermico estrutural usado na confeco dos prismas.

    A argamassa de assentamento utilizada foi produzida no prprio canteiro de obras,

    com espessura de 1cm, atendendo s seguintes proporcionalidades:

    Argamassa intermediria:

    Cal hidratada CHIII1 saco de 20Kg

    Areia mdia mida peneirada (M.U. = 1,33g/cm3)105 litros

    gua30 litros

    Argamassa final

    Cimento CPII-Z 321 saco de 50 Kg

    Argamassa intermediria260 litros

    2.2. Preparao dos prismas

    Foram moldados prismas formados por dois blocos, sendo todos os prismas moldados

    pelo mesmo operador, utilizando prumo de face e nvel para garantir a geometria dos

    corpos de prova.

    A preparao das amostras foi feita na obra, sendo moldados 18 prismas, todos ocos e

    com espessura de assentamento de 1cm, sendo 6 deles sem revestimento (Famlia 1),

    6 revestidos com argamassa de 10mm de espessura (Famlia 2), e outros 6 revestidoscom 30mm de espessura (Famlia 3), conforme apresentadas naFigura 4.

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    Figura 4 - Amostras preparadas para o ensaio, sem revestimento (a), e com espessura de 10mm (b) e de 30mm (c)

    (a) (b) (c)

    No caso das amostras revestidas, num prazo de 3 dias antes da colocao da

    argamassa foi aplicada camada de chapisco (trao 1:3cimento e areia) com colher de

    pedreiro.

    Concluda a moldagem, as amostras foram transportadas cuidadosamente para o

    laboratrio de ensaio, empregando-se talas de madeira, conformeFigura 5,fixadas nas

    faces superior e inferior, amarradas com arame recozido, seguindo os cuidadosprescritos na NBR 8215, item 5.2.

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    Figura 5 - Amostras amarradas nas faces superior e inferior, preparadas para o transporte.

    2.3.

    Ensaios de resistncia compresso

    Para a execuo do ensaio de compresso axial dos corpos de prova necessrio que

    as superfcies onde se aplica as cargas sejam planas, paralelas e lisas, de modo que o

    carregamento seja uniforme. Para atingir essas caractersticas os prismas foram

    capeados no laboratrio, com pasta de cimento com espessura mxima de 3 mm

    conforme NBR 15270-3 (ABNT, 2005).

    Depois de endurecida a pasta de capeamento, de acordo com as Figuras 6 e 7, os

    blocos foram imersos em gua, onde permaneceram por 24 horas antes da ruptura.

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    Figura 6 - Capeamento efetuado em laboratrio, antes do ensaio.

    Figura 7 - Amostras capeadas prontas para o ensaio de resistncia compresso axial.

    Os ensaios de resistncia compresso dos prismas foram realizados em prensa

    hidrulica com capacidade nominal de 100 toneladas, compatvel com as cargas deruptura esperadas e obtidas durante o carregamento, conformeFigura 8.

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    Fortaleza, 7 a 9 de maio de 2013 - ISSN 2238-0191_____________________________________________________________________________Figura 8 - Imagens das amostras logo aps a ruptura na prensa: sem revestimento (a), com espessura de 10mm (b),

    e de 30mm (c).

    (a) (b) (c)

    3. RESULTADOS E DISCUSSES

    3.1. Resultados de resistncia compresso

    Os valores dos resultados obtidos para carga de ruptura e resistncia compresso

    dos prismas esto inicialmente apresentados de forma separada, em tabelas, seguido

    pela avaliao conjunta indicada no grfico mostrado, ver na Figura 9. A Tabela 1

    mostra os resultados da Famlia 1.

    Tabela 1 - Resultados dos ensaios de resistncia compresso dos prismas sem revestimento.

    N

    Dimenses da pea

    rea(cm)

    Carga deRuptura

    (kgf)

    Tenso(MPa)

    Comprimento(mm)

    Largura (mm) Altura (mm)

    C1 C2 L1 L2 H1 H2

    1 291 290 139 139 390 391 406 33560 8,272 289 290 138 139 394 394 406 35450 8,73

    3 290 290 139 139 393 391 406 29900 7,36

    4 288 289 139 138 394 392 406 37050 9,13

    5 289 290 138 138 394 393 406 22550 5,55

    6 290 290 138 139 394 393 406 28360 6,99

    Resistncia mdia compresso (MPa) 7,67

    Desvio padro (MPa) 1,31

    Coeficiente de variao (MPa) 17,14%

    Para os prismas com revestimento de 10mm de espessura (Famlia 2), observam-se osresultados, de acordo com a Tabela 2.

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    Tabela 2 - Resultados dos ensaios de resistncia compresso dos prismas com 10mm de espessura derevestimento.

    N

    Dimenses das peas

    rea(mm)

    Carga de

    Ruptura(kgf)

    Tenso(MPa)

    Comprimento(mm) Largura (mm) Altura (mm)

    C1 C2 L1 L2 H1 H2

    1 290 290 165 167 396 395 406 38790 9,55

    2 290 291 165 167 393 393 406 35460 8,73

    3 289 290 166 164 389 387 406 37130 9,15

    4 289 290 163 166 387 389 406 40350 9,94

    5 290 290 166 164 389 389 406 41630 10,25

    6 289 290 173 169 395 393 406 44790 11,03

    Resistncia mdia compresso (MPa) 9,78

    Desvio padro (MPa) 0,82

    Coeficiente de variao (MPa) 8,39%

    Para os prismas com revestimento de 30mm de espessura (Famlia 3), observam-se os

    resultados naTabela 3.

    Tabela 3 - Resultados dos ensaios de resistncia compresso dos prismas com 30mm de espessura derevestimento.

    N

    Dimenses das peas

    rea(mm)

    Carga deruptura

    (kgf)

    Tenso(MPa)

    Comprimento(mm)

    Largura (mm) Altura (mm)

    C1 C2 L1 L2 H1 H2

    1 289 290 199 199 393 393 406 38590 9,50

    2 289 289 201 199 395 396 406 45150 11,12

    3 289 289 201 203 393 391 406 34450 8,49

    4 288 289 199 195 391 391 406 42920 10,57

    5 288 289 203 204 387 389 406 48390 11,92

    6 289 290 200 198 392 390 406 43900 10,81

    Resistncia mdia compresso (MPa) 10,40

    Desvio padro (MPa) 1,22

    Coeficiente de variao (MPa) 11,77%

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    Figura 9 - Grfico comparativo dos resultados de resistncia compresso obtidos nos ensaios.

    Verificando a Figura 9, perceptvel o aumento na resistncia compresso dos

    prismas com o aumento da espessura de revestimento. Os prismas com 3cm de

    espessura (Famlia 3) mostraram um aumento de 6,34% em relao ao com 1cm de

    espessura (Famlia 2) e 35,6% em relao ao sem revestimento (Famlia 1), enquanto

    que a Famlia 2 apresentou resistncia de 27,5% maior do que o prisma da Famlia 1.

    3.2.

    Formas de ruptura dos prismas

    Verificou-se na Figura 8, que a ruptura dos prismas ocorreu predominantemente por

    trao dos septos dos blocos ligados argamassa de assentamento, tendo em vista

    que essa deformao lateral desequilibra o estado de confinamento gerado pelo

    carregamento. Nessa regio o bloco apresenta-se comprimido verticalmente e

    tracionado nas duas direes horizontais; por sua vez, a argamassa encontra-se

    triaxialmente comprimida.

    Contudo, nos prismas da famlia 3 verificou-se ruptura por cisalhamento da capa do

    revestimento, donde, pode-se atribuir essa forma de ruptura a robustez da capa (3cm),

    haja vista restrio das deformaes laterais.

    4. CONSIDERAES FINAIS

    Com base nos resultados obtidos, podem-se tecer algumas concluses:

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    - Nesse trabalho, verificou-se que os prismas com argamassa de revestimento com

    3cm de espessura (famlia 3) incrementou 35,6% a resistncia compresso quando

    comparou com os prismas da famlia 1 (sem revestimento). Entretanto, os prismas da

    famlia 2 (com 1cm de espessura) elevou a resistncia compresso em 27,5% quando

    comparado aos sem revestimento;

    - tambm identificou incremento de resistncia quando comparou-se prismas com

    3cm com os de 1cm (6,34%), denotando claramente a elevao da capacidade de

    suporte devido a espessura do revestimento de argamassa;

    - concernente a forma de ruptura, identifica-se nos prismas, fundamentalmente,ruptura brusca por trao dos septos, haja vista quebra do estado de confinamento

    estabelecido na regio aderente entre o bloco e a argamassa de assentamento.

    Ademais, para os prismas da famlia 3 (com 3cm de espessura), verificou-se

    cisalhamento da capa de revestimento devido a restrio da deformao lateral da

    mesma;

    - pode-se sublinhar que, a influncia da argamassa de revestimento em alvenarias comblocos estruturais, menor do que as alvenarias com blocos de vedao, pois essa

    elevao da capacidade mecnica inversamente proporcional a resistncia do bloco;

    - sugere-se novas pesquisas variando tanto a espessura da argamassa, quanto a

    resistncia compresso da argamassa, a fim de buscar formar informaes que levem

    a formas de reforo.

    5.

    REFERNCIAS

    1. GALLEGOS, H. Albaileria Estructural. 2 ed,. DESA S. A. 483p.Editora. Lima, Peru,1991.

    2. HENDRY, A.W. Engineered design of masonry buildings: fifty years development inEurope. Prog. Struct. Eng. Mater. 2002; 4:291300. University of Edinburgh,Scotland.

    3. RAMALHO, M.A.; CORRA.M.R.S. Projetos de edifcios de alvenaria estrutural. SoPaulo, Pini. 2003.

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    Fortaleza, 7 a 9 de maio de 2013 - ISSN 2238-0191_____________________________________________________________________________

    4. ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 15961-1:Prismas de blocosvazados de concreto simples para alvenaria estrutural - Preparo e ensaio compresso - Mtodo de ensaio. Rio de Janeiro. 2011.

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