avaliaÇÃo da fertilidade do solo e diagnose para … · 2016-06-02 · universidade estadual do...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB CAMPUS DE VITÓRIA DA CONQUISTA BA DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA E ZOOTECNIA NÚCLEO DE APOIO A CAFEICULTURA AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE DO SOLO E DIAGNOSE PARA O USO DE CALCÁRIO E GESSO AGRÍCOLA EM LAVOURAS CAFEEIRAS NO MUNICÍPIO DE POÇÕES, BAHIA ALAN OLIVEIRA DOS SANTOS VITÓRIA DA CONQUISTA BA 2013

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

CAMPUS DE VITÓRIA DA CONQUISTA – BA

DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA E ZOOTECNIA

NÚCLEO DE APOIO A CAFEICULTURA

AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE DO SOLO E

DIAGNOSE PARA O USO DE CALCÁRIO E

GESSO AGRÍCOLA EM LAVOURAS

CAFEEIRAS NO MUNICÍPIO DE

POÇÕES, BAHIA

ALAN OLIVEIRA DOS SANTOS

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA

2013

ALAN OLIVEIRA DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE DO SOLO E

DIAGNOSE PARA O USO DE CALCÁRIO E

GESSO AGRÍCOLA EM LAVOURAS

CAFEEIRAS NO MUNICÍPIO DE

POÇÕES, BAHIA

Orientador: Prof. M.Sc. Carlos Henriques Farias Amorim

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA

2013

Monografia apresentada à Universidade Estadual do

Sudoeste da Bahia - UESB, como parte das

exigências do Programa de Pós-Graduação Lato

Sensu, em Gestão da Cadeia Produtiva do Café com

Ênfase em Sustentabilidade, para a obtenção do

título de “Especialista”.

A Deus;

Aos meus pais Neusa Dias de Oliveira e José Neri Cardoso

dos Santos (in memorian);

À minha esposa Fabiana Maciel da Silva Oliveira e meus

filhos Alan Júnior, Emily e Lara;

Aos meus irmãos Marcos Vinícius (in memorian), Ivana,

Antonio e Meirilin, e demais familiares;

Aos meus amigos e todos que ajudaram na construção deste

trabalho.

Dedico!!!

AGRADECIMENTOS

A Deus e aos Anjos da Guarda, pela força, fé, coragem, proteção, zelo e inserção

nos caminhos do bem, durante todos os momentos;

Aos meus pais, Neusa Dias de Oliveira, pela confiança, incentivo e amor

materno, e José Neri Cardoso dos Santos (in memorian), pelo companheirismo e

ensinamentos passados em vida e por ser minha fortaleza e exemplo de ser humano

digno de ser pai.

À minha esposa Fabiana Maciel da Silva Oliveira e aos meus filhos Alan Júnior,

Emily e Lara, pela presença, amor, compreensão, alegria e colaboração;

Aos meus irmãos Marcos Vinícius (in memorian), Ivana, Antonio e Meirilin, por

acreditar sempre e incentivar na continuidade de meus estudos;

Ao meu orientador, Prof. M.Sc. Carlos Henriques Farias Amorim, pela

orientação e paciência durante a confecção deste trabalho;

À Profª. D.Sc. Sandra Elisabete pelo empenho na Coordenação desta

especialização.

À Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, pela oportunidade de realização

dos cursos de graduação e pós-graduação;

À Prefeitura Municipal de Poções e à Secretaria Municipal da Agricultura e

Meio Ambiente, pelo apoio e incentivo dado para a realização deste trabalho.

A todos professores e colegas da especialização, em especial aos meus

conterrâneos: Vivaldo Filho “Juninho Peso Morto”, Henrique Otávio e Zorai.

Muito Obrigado!!!

“Falar sobre mim é fácil, difícil talvez seja compreender-me.

Sou indubitavelmente um misto de simplicidade e arrogância,

de beleza e feiura. Opto sempre pelas decisões honestas na

vida. Seriedade, concretude, felicidade sempre. Simplesmente

Homem, conteúdo. E por ser assim, "cultivo a felicidade, pois

esta contribui para a longevidade humana, a saúde e as

realizações nobilitantes...”

Marcos Vinícius Oliveira dos Santos

(In Memorian)

RESUMO

SANTOS, Alan Oliveira dos. Avaliação da fertilidade do solo e diagnose para o uso

de calcário e gesso agrícola em lavouras cafeeiras no município de Poções, Bahia. Vitória da Conquista – BA: UESB, 2013. 47 p. (Monografia – Gestão da Cadeia

Produtiva do Café com Ênfase em Sustentabilidade)

A cultura do cafeeiro no Brasil sempre ocupou posição de destaque, não só pela

importância econômica, mas também por exercer importante função social, pois é

geradora de grande número de empregos, diretos e indiretos, sendo responsável pela

fixação de grande parte da população na zona rural. O presente trabalho objetivou

avaliar a fertilidade do solo e determinar as perspectivas do uso de calcário e gesso

agrícola, em lavouras cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras,

município de Poções, Bahia. As amostras foram coletadas nos meses de outubro de

2012 e fevereiro de 2013, em 33 (trinta e três) propriedades de agricultores familiares

das respectivas regiões. Em cada lavoura foi coletada uma amostra composta, formada

por 20 amostras simples, na projeção da copa das plantas, em talhões homogêneos de

1,0 ha, nas profundidades de 0-20 e 20-40 cm. As propriedades amostradas possuem

áreas plantadas com café variando entre 0,6 e 2,5 ha. Com base nos resultados obtidos

nas análises de solo das lavouras cafeeiras das regiões da Serra da Balança, Uruçú e

Três Barras, observou-se que de modo geral as amostras apresentaram,

predominantemente, teor muito baixo de fósforo disponível, pH baixo, alta acidez

potencial, sendo necessário a aplicação de calcário em média de 2,6 t/ha, para elevar a

saturação por bases (V%) de 35,7% em média para 60%, elevando o pH a faixa

adequada, melhorando dessa maneira a disponibilidade de Ca2+

e Mg2+

,

consequentemente a soma de bases, a CTCe e a disponibilidade de nutrientes. Em 42%

das amostras analisadas, há a necessidade de aplicação de gesso agrícola para melhorar

o ambiente radicular no subsolo, favorecendo o desenvolvimento das raízes e

melhorando a absorção de água e nutrientes. A necessidade de gessagem foi em média

1,3 t/ha.

Palavras-chave: Análise de solo, gesso agrícola, calcário, agricultura familiar.

Orientador: Carlos Henriques Farias Amorim, M.Sc., UESB.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Localização da área do experimento .................................................. 22

Figura 2

Localização da área do experimento, Regiões Serra da Balança,

Uruçú e Três Barras, Poções, BA. ......................................................

23

Figura 3 Frequência (%) da acidez do solo [pH(H2O)] em lavouras cafeeiras

nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, município de

Poções, Bahia. .....................................................................................

28

Figura 4 Frequência (%) do fósforo disponível [P(mg/dm3)] em lavouras

cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras,

município de Poções, Bahia. ...............................................................

30

Figura 5 Disponibilidade máxima de nutrientes no solo em relação ao pH.

Fonte: Malavolta (1989). ....................................................................

30

Figura 6 Frequência (%) do potássio disponível [K+(cmolc/dm

3)] em lavouras

cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras,

município de Poções, Bahia. ...............................................................

31

Figura 7 Frequência (%) do cálcio trocável [Ca2+

(cmolc/dm3)] em lavouras

cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras,

município de Poções, Bahia. ...............................................................

32

Figura 8 Frequência (%) do magnésio trocável [Mg2+

(cmolc/dm3)] em

lavouras cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três

Barras, município de Poções, Bahia ...................................................

33

Figura 9 Frequência (%) do alumínio trocável [Al3+

(cmolc/dm3)] em lavouras

cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras,

município de Poções, Bahia. ...............................................................

34

Figura 10 Frequência (%) da acidez potencial [H+ + Al

3+(cmolc/dm

3)] em

lavouras cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três

Barras, município de Poções, Bahia. ..................................................

35

Figura 11 Frequência (%) da soma de bases trocáveis [Ca2+

+ Mg2+

+ K+ +

Na+ (cmolc/dm

3)] em lavouras cafeeiras nas regiões da Serra da

Balança, Uruçú e Três Barras, município de Poções, Bahia. .............

36

Figura 12 Frequência (%) da CTC efetiva [S.B. + Al3+

(cmolc/dm3)] em

lavouras cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três

Barras, município de Poções, Bahia. ..................................................

37

Figura 13 Frequência (%) da CTC a pH 7,0 [S.B. + H+ + Al

3+ (cmolc/dm

3)] em

lavouras cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três

Barras, município de Poções, Bahia. ..................................................

37

Figura 14 Frequência (%) da saturação por bases trocáveis [S.B. x 100 / T

(%)] em lavouras cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e

Três Barras, município de Poções, Bahia. ..........................................

38

Figura 15 Frequência (%) da saturação por alumínio [Al3+

x 100 / t (%)] em

lavouras cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três

Barras, município de Poções, Bahia. ..................................................

39

Figura 16 Necessidade de calcário (t/ha) em lavouras cafeeiras nas regiões da

Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, município de Poções, Bahia.

40

Figura 17 Necessidade de gesso (t/ha) em lavouras cafeeiras nas regiões da

Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, município de Poções, Bahia.

41

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Classes de interpretação para a acidez ativa do solo (pH). ...................... 15

Tabela 2 Classes de interpretação da disponibilidade para o fósforo de acordo

com o teor de argila do solo e para o potássio. ........................................

15

Tabela 3 Classes de interpretação de fertilidade do solo para a matéria orgânica e

para o complexo de troca catiônica. .........................................................

16

Tabela 4

Classificação da fertilidade do solo de lavouras cafeeiras das regiões da

Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, Poções, Bahia.

...................................................................................................................

42

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................

11

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................. 13

2.1 Avaliação da Fertilidade do Solo ...................................................................... 13

2.2 Importância da Calagem .................................................................................... 18

2.3 Importância da Gessagem ................................................................................. 19

2.4 A Cafeicultura Familiar .....................................................................................

20

3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................... 22

3.1 Local de Realização do Experimento ................................................................ 22

3.2 Amostragem do Solo ......................................................................................... 23

3.3 Análise Química ................................................................................................ 23

3.4 pH em Água ....................................................................................................... 24

3.5 Fósforo (P) Disponível ...................................................................................... 24

3.6 Potássio (K+) Disponível ................................................................................... 24

3.7 Cálcio (Ca2+

) + Magnésio (Mg2+

) Trocáveis ..................................................... 24

3.8 Alumínio Trocável (Al3+

) .................................................................................. 24

3.9 Hidrogênio (H+) + Alumínio (Al

3+) ................................................................... 24

3.10 Somas das Bases Trocáveis (SB) .................................................................... 25

3.11 CTC efetiva (CTCe ou t) ................................................................................. 25

3.12 CTC à pH 7,0 (CTC ou T) ............................................................................... 25

3.13 Saturação por Bases Trocáveis (V%) .............................................................. 25

3.14 Saturação por Alumínio (m%) ........................................................................ 25

3.15 Interpretação dos Resultados ........................................................................... 25

3.16 Perspectiva para o Uso de Calcário ................................................................. 26

3.17 Perspectiva para o Uso de Gesso Agrícola ......................................................

26

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 28

4.1 Caracterização Química do Solo Sob Lavouras Cafeeiras .......................... 28

4.1.1 pH em Água .................................................................................................... 28

4.1.2 Fósforo (P) Disponível ................................................................................... 29

4.1.3 Potássio (K+) Disponível ................................................................................ 30

4.1.4 Cálcio (Ca2+

) Trocável ................................................................................... 32

4.1.5 Magnésio (Mg2+

) Trocável ............................................................................. 33

4.1.6 Alumínio Trocável (Al3+

) ............................................................................... 33

4.1.7 Acidez Potencial (H+ + Al

3+) .......................................................................... 34

4.1.8 Somas das Bases Trocáveis (SB) ................................................................... 35

4.1.9 CTC efetiva (CTCe ou t) ................................................................................ 36

4.1.10 CTC à pH 7,0 (CTC ou T) ............................................................................ 37

4.1.11 Saturação por Bases Trocáveis (V%) ........................................................... 38

4.1.12 Saturação por Alumínio (m%) ..................................................................... 38

4.1.13 Perspectivas para Uso do Calcário ............................................................... 39

4.1.14 Perspectivas para Uso do Gesso Agrícola ....................................................

40

5 CONCLUSÃO ....................................................................................................

44

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 45

11

1 INTRODUÇÃO

A cultura do cafeeiro no Brasil sempre ocupou posição de destaque, não

só pela importância econômica, mas também por exercer importante função

social, pois é geradora de grande número de empregos, diretos e indiretos, sendo

responsável pela fixação de grande parte da população na zona rural (POZZA,

2001).

A atividade cafeeira no Brasil integra importante complexo agroindustrial

exportador, que faz do país um dos principais atores globais do setor, com produção

estimada de 48,59 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado na safra 2012/2013

(CONAB, 2013), constituindo-se também em importante segmento exportador do

agronegócio, tendo uma concorrência bastante intensa de países produtores tradicionais,

como Colômbia, Guatemala, México e Costa do Marfim e o Vietnã (LUNA FILHO,

2002), este último merece destaque, pois, se tornou o segundo maior produtor e

exportador de café da variedade robusta. Esta variedade possui qualidade e preço

inferiores aos da arábica, exportado por Brasil e Colômbia, mas apresenta produtividade

mais competitiva (NISHIJIMA, Et al., 2012).

A produção brasileira de café arábica estimada para safra 2012/2013 é de 36,4

milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado, correspondendo a 74,9% do volume

de café produzido no país, e tem como maior produtor o estado de Minas Gerais com

25,21 milhões de sacas (CONAB, 2013).

Segundo CONAB (2013), a Bahia vem confirmando uma redução de safra a ser

colhida, principalmente, na produção de café arábica das áreas tradicionais, denominada

como “Planalto”, refletindo os efeitos da longa estiagem que ocorreu em 2012 e que

ainda perdura com menor intensidade neste ano de 2013, onde foi detectada uma

redução de 13,1% em relação à safra anterior. A Bahia tem a participação em apenas

3,2% da produção estimada em 2013 de café arábica no país, com a produção de

1.161,5 mil sacas, sendo que 60% dessa produção são do Planalto.

A fertilidade do solo e nutrição das plantas são fatores que influenciam

diretamente no aumento na produtividade e na qualidade dos frutos do cafeeiro.

E os desequilíbrios entre os nutrientes devem ser corrigidos, com vistas no

aumento da qualidade e produtividade dos grãos.

Os solos do Planalto da Conquista, em sua maioria latossolos, possuem

fertilidade natural baixa e devido ao manejo inadequado ainda há um

12

empobrecimento deste. Com a expansão da fronteira agrícola, iniciou-se o processo de

aproveitamento de solos com baixo potencial produtivo, caracterizados por elevada

acidez, uma maior disponibilidade de alumínio e baixo teor de nutrientes essenciais às

plantas. No entanto, visando à rentabilidade e sustentabilidade agrícola, são solos aptos

a uma agricultura altamente tecnificada com capacidade de obter altas produções;

requerendo a implantação de técnicas básicas facilmente disponíveis aos agricultores

como a calagem que fornece cálcio e magnésio ao solo, corrige a acidez superficial

com elevação dos valores de pH, aumentando a disponibilidade de nutrientes

(SILVEIRA, 1995).

O alumínio é um componente de destaque na acidez dos solos, que além de gerar

acidez ativa, o alumínio trocável, em qualquer uma das suas formas iônicas solúveis, é

um elemento altamente fitotóxico (GUEDES et al., 2001, apud CARVALHO, 2008).

As limitações impostas pela acidez vão além das camadas superficiais. Uma vez

que, em camadas subsuperficiais, também são encontrados toxidez por alumínio e

baixos teores de cálcio (CARVALHO, 2008).

A correção do subsolo ácido pode ser feita por meio da calagem profunda.

Contudo, essa prática necessita de revolvimento do solo, razão por que não é de

interesse em áreas já estabelecidas com sistema de cultivo que não envolve preparo

convencional. Além disso, a calagem profunda exige máquinas potentes e equipamentos

caros, o que torna a prática onerosa (CAIRES et al., 1998).

Alternativa seria por meio da aplicação superficial de gesso agrícola, mais

viável, por não exigir revolvimento do solo. Isso se deve ao fato do gesso agrícola

formar um par iônico estável relativamente solúvel (BOLAN et al., apud SUMNER,

1995, apud CAIRES et al., 1998), e, quando aplicado na superfície do solo, movimenta-

se no perfil com a influência da umidade (CAIRES et al., 1998).

De modo geral os pequenos agricultores que trabalham de forma isolada, sem o

auxílio de associações, cooperativas, assistência técnica feita por órgãos públicos de

extensão, normalmente não fazem coletas e análises de solos periodicamente, a fim, de

corrigir e adubar o solo a níveis satisfatórios que a cultura do café exige, deixando de

atender os critérios econômicos, que viabilizam a manutenção ou elevação da

produtividade da cultura.

Portanto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a fertilidade do solo e as

perspectivas do uso de calcário e gesso agrícola em lavouras cafeeiras nas regiões da

Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, município de Poções, estado da Bahia.

13

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Avaliação da Fertilidade do Solo

A avaliação do estado nutricional das culturas é complexa e a identificação de

limitações nutricionais na produção, quando um grande número de fatores estão

envolvidos, torna-se um desafio para os pesquisadores de fertilidade de solos e nutrição

de plantas, tendo em vista que aumentos na produtividade e na qualidade dos frutos nem

sempre são observados se os desequilíbrios entre os nutrientes não forem corrigidos

(COSTA, 1999).

A agricultura moderna exige o uso de fertilizantes e corretivos em quantidade

adequadas, de forma a atender a critérios econômicos e, ao mesmo tempo, conservar a

fertilidade do solo para manter ou elevar a produtividade das culturas. Isto não pode ser

conseguido sem a observação das condições do solo e usando formulações médias, e é

necessário identificar fatores limitantes e avaliar a disponibilidade dos nutrientes

existentes no solo e, assim fazendo, adaptar as práticas de calagem e adubação a cada

caso (RAIJ, 1981). Segundo Reis et al (2002), o fertilizante é um dos insumos que mais

contribui para o aumento da produtividade das culturas. Assim, a exportação de

nutrientes pelo cafeeiro mostra a necessidade de adequada adubação para a cultura

atingir altas produtividades.

As características dos solos devem ser bem conhecidas, de forma a permitir que

se retire o máximo proveito dos seus parâmetros favoráveis ou se contorne da melhor

maneira aqueles que podem atribuir limitações à produtividade (BOTELHO et al.,

2010). Segundo Doran & Parkin (1994) apud Conceição et al. (2005), para avaliar a

qualidade do solo, faz-se necessário selecionar algumas de suas propriedades que são

consideradas como atributos indicadores. Para estes autores, um eficiente indicador

deve ser sensível às variações do manejo, bem correlacionado com as funções

desempenhadas pelo solo, capaz de elucidar os processos do ecossistema, ser

compreensível e útil para o agricultor e, preferentemente, de fácil e barata mensuração.

14

Para Raij (1991) a fertilidade do solo é relacionada com a disponibilidade dos

nutrientes que a planta pode absorver durante o seu ciclo de vida. Segundo Cogo et al.

(2003), a fertilidade do solo em uso agrícola constitui-se um dos fatores de maior

importância para que o cafeeiro expresse seu potencial máximo de produtividade, sendo

também um dos requisitos básicos mais importantes na conservação do solo e da água e,

consequentemente, do meio ambiente.

O crescimento e o desenvolvimento dos cafeeiros dependem, além de outros

fatores como luz, água e gás carbônico, de um fluxo contínuo de sais minerais. Os

minerais embora requeridos em pequenas quantidades são de fundamental importância

para o desempenho das principais funções metabólicas da célula (BONATO et al.

1998).

As plantas superiores requerem, além do C, H e O, mais treze elementos que elas

absorvem na forma de íons da solução do solo. Seis destes, requeridos em maiores

quantidades, são chamados macronutriente: N, P, K, Ca, S e Mg. Os outros sete,

requeridos em baixas concentrações, são chamados micronutrientes: Fe, Mn, Cu, Zn, B,

Mo e Cl (BONATO et al. 1998). Matiello et al. (2002) afirmam que o fornecimento de

nutrientes, por meio de práticas de calagem e adubação, é muito importante para o

sucesso da cafeicultura.

Considerando que o solo é a base para uma agricultura e uma produção florestal

sustentável, é necessário adotar práticas de manejo que conservem e, ou, restaurem sua

fertilidade, a fim de manter a produtividade (ALVARENGA, 1996 apud SALGADO et

al. 2006). O uso intenso das terras exploradas com culturas perenes ressalta a

necessidade de se manter uma exploração racional, a fim de preservar o potencial

produtivo dos solos; assim, o conhecimento das propriedades químicas e físicas do solo

é uma ferramenta fundamental para direcionar práticas que reduzam o depauperamento

a níveis toleráveis (THEODORO, 2001 apud SALGADO et al. 2006).

Para Cantarutti et al. (2007) apud Ferreira (2011), avaliação da fertilidade do

solo envolve, em síntese, processos de amostragem, métodos de análise, técnicas de

diagnóstico dos resultados e modelos de interpretação e de recomendação de corretivos

e fertilizantes. A amostragem do solo é a primeira e principal etapa de um programa de

avaliação da fertilidade do solo, pois é com base na análise química da amostra do solo

que se realiza a interpretação e que são definidas as doses de corretivos e de adubos.

15

A análise de solo permite determinar o grau de suficiência e, ou deficiência de

nutrientes no solo, bem como avaliar condições adversas que podem prejudicar as

culturas, tais como acidez ou salinidade (RAIJ, 1981).

Entre os critérios para interpretar os resultados da análise química, o nível crítico

ainda é o mais utilizado. As maiores vantagens do uso de níveis críticos são a facilidade

de interpretação dos resultados e a independência entre os níveis. Entretanto, apresenta

como desvantagens a impossibilidade de determinar o grau da deficiência ou do excesso

e, ainda, a limitação em identificar qual o nutriente mais problemático, quando mais de

um nutriente é limitante (BALDOCK & SCHULTE, 1996; LUCENA, 1997;

MARTINEZ et al., 1999 apud MARTINEZ, 2003).

O nível crítico de um determinado nutriente no cafeeiro é definido como o valor

da concentração que separa a zona de deficiência da zona de suficiência. Acima dele, a

probabilidade de haver aumento na produção pela adição do nutriente é baixa; abaixo, a

taxa de crescimento, a produção e a qualidade diminuem significativamente (LAGATU

& MAUME, 1934; SMITH, 1988 apud MARTINEZ, 2003).

A interpretação dos resultados varia de acordo com o método de análise e com

os critérios de diagnóstico da fertilidade, com base na análise química do solo, assim

como as orientações para fertilização das culturas são organizadas em manuais

(CANTARUTTI et al. 2007, apud FERREIRA, 2011), a exemplo das tabelas abaixo

propostas por Alvarez et al. (1999).

Tabela 1. Classes de interpretação para a acidez ativa do solo (pH)1/

Classificação Agronômica2/

Muito Baixo Baixo Bom Alto Muito Alto

< 4,5 4,5 – 5,4 5,5 – 6,0 6,1 – 7,0 > 7,0 Fonte: adaptado de Alvarez (1999). 1/ pH em H2O, relação 1:2,5, TFSA: H2O. 2/ A qualificação utilizada indica adequado (Bom) ou

inadequado (Muito Baixo, Baixo, Alto e Muito alto).

Tabela 2. Classes de interpretação da disponibilidade para o fósforo de acordo com o

teor de argila do solo e para o potássio.

Classes de Fertilidade

Característica Muito Baixo Baixo Médio Bom Muito Bom

-------------------------------------- (mg/dm3)1/

----------------------------------

Argila (%) Fósforo disponível (P)2/

60 – 100

35 – 60

15 – 35

0 – 15

≤ 2,7

≤ 4,0

≤ 6,6

≤ 10,0

2,8 – 5,4

4,1 – 8,0

6,7 – 12,0

10,1 – 20,0

5,5 – 8,03/

8,1 – 12

12,1 – 20,0

20,1 – 30,0

8,1 – 12,0

12,1 – 18,0

20,1 – 30,0

30,1 – 45,0

> 12,0

> 18,0

> 30,0

> 45,0

16

Potássio disponível (K)2/

≤ 15 16 – 40 41 – 704/

71 – 120 > 120,0 Fonte: adaptado de Alvarez (1999). 1/mg/dm3 = ppm (m/v). 2/Método Mehlich. 3/ Nesta classe apresentam-se os níveis críticos de

acordo com o teor de argila. 4/ O limite superior desta classe indica o nível crítico.

17

Tabela 3. Classes de interpretação de fertilidade do solo para a matéria orgânica e para o complexo de troca catiônica.

Classificação

Característica Unidade 1/

Muito Baixo Baixo Médio 2/

Bom Muito Bom

Carbono Orgânico (CO) 3/

Matéria Orgânica (MO 3/

Cálcio Trocável (Ca2+

) 4/

Magnésio Trocável (Mg2+

) 4/

Soma das Bases (S.B.) 5/

CTC efetiva (t) 7/

CTC pH 7,0 (T) 8/

Saturação por Bases (V) 10/

dag/kg

dag/kg

cmolc/dm3

cmolc/dm3

cmolc/dm3

cmolc/dm3

cmolc/dm3

%

≤ 0,40

≤ 0,70

≤ 0,40

≤ 0,15

≤ 0,60

≤ 0,80

≤ 1,60

≤ 20,0

0,41 – 1,16

0,71 – 2,00

0,41 – 1,20

0,16 – 0,45

0,61 – 1,80

0,81 – 2,30

1,61 – 4,30

20,1 – 40,0

1,17 – 2,32

2,01 – 4,00

1,21 – 2,40

0,46 – 0,90

1,81 – 3,60

2,31 – 4,60

4,31 – 8,60

40,1 – 60,0

2,33 – 4,06

4,01 – 7,00

2,41 – 4,00

0,91 – 1,50

3,61 – 6,00

4,61 – 8,00

8,61 – 15,0

60,1 – 80,0

> 4,06

> 7,00

> 4,00

> 1,50

> 6,00

> 8,00

> 15,0

> 80,0

Muito Baixo Baixo Médio 2/

Alto Muito Alto

Acidez Trocável (Al3+

) 4/

Acidez Potencial (H+

+ Al

3+)

6/

Saturação por Al3+

(m) 9/

cmolc/dm3

cmolc/dm3

%

≤ 0,20

≤ 1,00

≤ 15,0

0,21 – 0,50

1,01 – 2,50

15,1 – 30,0

0,51 – 1,00

2,51 – 5,00

30,1 – 50,0

1,01 – 2,00

5,01 – 9,00

50,1 – 75,0

> 2,00

> 9,00

> 75,00 Fonte: Adaptado de Alvarez (1999). 1/ dag/kg = % (m/m); cmolc/dm3 = meq/100 cm3. 2/ O limite superior desta classe indica o nível crítico. 3/ Método Walkley & Black; M.O. = 1,724 x C.O. 4/ Método KCl 1 mol/L. 5/ S.B. = Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+. 6/ H+ + Al3+, Método Ca(OAc)2 0,5 mol/L, pH 7,0. 7/ t = S.B. +Al3+. 8/ T = S.B. + (H+ + Al3+). 9/ m= 100 Al3+ / t. 10/ V = 100 S.B. / T.

18

As análises químicas do solo e da planta auxiliam no diagnóstico do estado

nutricional das culturas, porém apresentam limitações. A análise do solo caracteriza

apenas a disponibilidade de nutrientes, ao passo que a análise de tecidos fornece

indicações sobre o estado nutricional da planta. Resultados de análises de tecidos podem

ser interpretados após comparações com padrões obtidos de populações de plantas

altamente produtivas, da mesma espécie e variedade (MALAVOLTA et al., 1997).

Algumas das limitações dos critérios acima descritos para avaliação do estado

nutricional do cafeeiro foram superadas pelo sistema integrado de diagnose e

recomendação (DRIS), desenvolvido originalmente por Beaufils (1973) apud Partelli et

al. (2005).

Apesar de estudos demonstrarem que o método DRIS é capaz de determinar com

maior exatidão os padrões nutricionais e necessidades de fontes de nutrientes para suprir

as necessidades do cafeeiro, na Região Sudoeste do Estado da Bahia, ainda se utiliza na

maioria das propriedades o método do nível crítico para recomendação de adubação nas

lavouras cafeeiras.

2.2 Importância da Calagem

A acidez do solo é resultado da remoção de bases das camadas superficiais dos

solos ocasionando a pobreza dos mesmos, independente do fato do solo ter sido

originado de material pobre em elementos essenciais às plantas, ou se a perda de cátions

como K+, Ca

2+, Mg

2+, entre outros, foi ocasionada durante os processos de formação de

cada solo. No entanto, a acidez do solo pode influenciar nas características físicas,

químicas e biológicas deste, sendo uma das principais barreiras para a produtividade e

rentabilidade da maioria das culturas (SILVEIRA, 1995).

A acidez do solo limita a produção agrícola em consideráveis áreas no mundo,

em decorrência da toxidez causada por alumínio e manganês e da baixa saturação por

bases (COLEMAN & THOMAS, 1967 apud CAIRES, 2002) razão por que as raízes

das plantas não crescem bem em solos ácidos (PAVAN et al., 1982; RITCHEY et al.,

1982 apud CAIRES, 2002).

Gonzales-Érico et al., 1979; Sumner et al.,1986; Farina & Channon, 1988, apud

Caires et al., 1998, também salientam que a acidez do subsolo tem sido considerada

19

uma das principais causas de limitação à produtividade agrícola, por proporcionar

restrição ao crescimento radicular e à absorção de água e nutrientes pelas culturas.

A deficiência de cálcio e a toxicidade de alumínio têm sido apontadas como as

principais barreiras químicas ao crescimento de raízes em subsolos ácidos (RITCHEY

et al., 1982; PAVAN et al., 1982, apud CAIRES et al., 1998), pois, o efeito primário

da toxidez do alumínio sobre as plantas manifesta-se pelo bloqueio do crescimento das

raízes, tornando-as curtas, grossas e com coloração escura (FOY, CHANEY &

WHITE, 1978, apud SILVEIRA, 1995). A diminuição do crescimento radicular pode

ser explicada pelo efeito inibitório do alumínio sobre a divisão e alongamento celular,

reduzindo a respiração e tornando as raízes danificadas e ineficientes na absorção,

transporte e utilização de água e de nutrientes (ROY, SHARMA & TALUKDER, 1988,

apud SILVEIRA, 1995).

A calagem é a prática mais eficiente para elevar o pH, os teores de Ca e a

saturação por bases e reduzir Al e Mn trocáveis no solo. A correção da acidez do solo é

muito importante ao adequado desenvolvimento das culturas agrícolas

(CANTARELLA, 1993 apud CAIRES, 2002). Desta maneira a calagem assume um

papel imprescindível na neutralização da acidez do solo, com fornecimento de cálcio e

liberação de outros nutrientes com acréscimo do pH, propiciando um melhor

desenvolvimento das plantas.

2.3 Importância da Gessagem

A utilização de corretivos, como o calcário, visando à correção da acidez do

solo, além de apresentar limitações de ordem econômica, não resolve satisfatoriamente

os problemas de ordem química, como a toxidez de alumínio e a deficiência de cálcio

das camadas subsuperficiais do solo, que interferem no crescimento normal do sistema

radicular, dificultando a melhor exploração da água e dos nutrientes do solo

(SILVEIRA, 1995).

O gesso agrícola pode ser encontrado na forma de materiais minerados

ou como subprodutos da fabricação de ácidos fosfóricos (SHAINBERG et al.

1989; ALCORDO & RECHCIGL, 1993, apud SILVEIRA, 1995).

Quando alcança o subsolo, o gesso agrícola (CaSO4.2H2O) proporciona

aumento no suprimento de Ca 2+

e redução da toxicidade de Al 3+

(SUMNER,

20

1995, apud CAIRES et al., 1998). Como resultado dessa melhoria do subsolo, as raízes

são capazes de desenvolver em maior profundidade, permitindo maior eficiência na

absorção de água e nutrientes (CAIRES et al., 1998), os efeitos positivos do gesso

agrícola observados nas mais variadas condições de solo e clima são indicativos de que

o seu emprego pode também constituir boa alternativa para a melhoria do ambiente

radicular do subsolo em sistemas de cultivo que não envolvem o preparo do solo

(CAIRES et al., 1999).

Raij (1988) apud Silveira (1995), afirma que a lixiviação do gesso agrícola no

solo é mais rápida do que a do calcário em decorrência da maior solubilidade do gesso,

por formar par iônico estável.

A aplicação de gesso agrícola junto com calcário possibilita uma minimização

do problema de acidez subsuperficial em um período menor de tempo, do que somente

com a aplicação de calcário (BALDOTTO, 2003).

2.4 A Cafeicultura Familiar

A expressão “agricultura familiar” ganhou projeção somente a partir do final

dos anos oitenta, e somente na primeira metade da década de 90 o Estado concebe, pela

primeira vez na história da política agrícola brasileira, um programa de políticas

específicas destinado a fortalecer os estabelecimentos agrícolas de base familiar,

conhecido como Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar –

PRONAF (FERREIRA &TEIXEIRA, 2007).

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO, em

estudo baseado no Censo Agropecuário de 1985 e desenvolvido em parceria com o

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, associou três

características ao conceito de agricultura familiar: a) a gestão da unidade produtiva e os

investimentos nela realizados são feitos por indivíduos que mantém entre si laços de

sangue ou casamento; b) a maior parte do trabalho é igualmente fornecida pelos

membros da família; e c) a propriedade dos meios de produção pertence à família e é em

seu interior que se realiza sua transmissão em caso de falecimento ou de aposentadoria

dos responsáveis pela unidade produtiva (FERREIRA & TEIXEIRA, 2007).

21

Segundo Schneider (2003), as unidades familiares funcionam,

predominantemente, com base na utilização da força de trabalho da família,

podendo contratar outros trabalhadores temporariamente.

A cafeicultura brasileira é constituída, em 75% dos casos, por

agricultores familiares. Desse total, cerca de 60% produzem em áreas de até

cinco hectares e são responsáveis por 25% da produção brasileira, de acordo

com dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (2006) apud Silveira

(2006).

No estado da Bahia o pequeno cafeicultor é responsável por 86% da produção de

café arábica do estado tendo uma produção estimada de aproximadamente um milhão de

sacas de 60 quilos de café beneficiado, para safra de 2013 (CONAB, 2013).

22

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local de Realização do Experimento

O trabalho foi desenvolvido em lavouras cafeeiras de agricultores familiares das

regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, no município de Poções, Estado da

Bahia (Figuras 1 e 2). Poções está localizado numa área de transição entre floresta

estacional decidual e caatinga arbórea aberta com palmeiras (RADAMBRASIL, 1981 –

1983), A -14°31’ de latitude sul, 40°21’ de longitude oeste, temperatura média anual de

20,7 °C e altitude média de 760 m (SEI, 2010), possui clima semi árido e subúmido a

seco (SEI, 1997), com precipitação bastante oscilante variando de 500 a 1100 mm na

região da caatinga e da floresta estacional decidual respectivamente (SEI, 2003).

Figura 1. Localização da área do experimento. Fonte: Google Maps (2013).

23

3.2 Amostragem do Solo

As amostras de solo foram coletadas nos meses de outubro de 2012 e fevereiro

de 2013, em 33 (trinta e três) propriedades cafeeiras de agricultores familiares das

regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, no município de Poções, Estado da

Bahia. Em cada lavoura foi coletada uma amostra composta, formada por 20 amostras

simples, na projeção da copa das plantas, em talhões homogêneos de 1,0 ha, nas

profundidades de 0-20 e 20-40 cm. As propriedades amostradas possuem área plantada

com café variando entre 0,6 e 2,5 ha.

3.3 Análise Química

As amostras compostas foram encaminhadas ao Laboratório de Química do Solo

da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, onde foram secas ao ar e

peneiradas para obtenção de TFSA, e, posteriormente, feitas análises químicas dos

seguintes parâmetros:

Figura 2. Localização da área do experimento, Regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras,

município de Poções, Bahia. Fonte: Google Maps (2013).

24

3.4 pH em Água

O pH em água foi obtido mediante utilização de peagâmetro imerso em

suspensão solo/água na proporção de 1:2,5, sendo a leitura realizada diretamente no

aparelho (EMBRAPA, 1997).

3.5 Fósforo (P) Disponível

O teor de P disponível, em mg.dm-3

, foi determinado mediante extração com

Mehlich-1 (HCl 0,05 N + H2SO4 0,025 N) e a leitura foi feita em fotocolorímetro

(EMBRAPA, 1997).

3.6 Potássio (K+) Disponível

O teor de K+ disponível, em cmolc.dm

-3, foi determinado mediante extração com

Mehlich-1 (HCl 0,05 N + H2SO4 0,025 N) e a leitura em fotômetro de chamas

(EMBRAPA, 1997).

3.7 Cálcio (Ca2+

) + Magnésio (Mg2+

) Trocáveis

A obtenção dos teores de Ca + Mg do solo, foi realizado por meio da extração

com KCl 1 N e titulação com EDTA 0,025 N, sendo os teores de Ca + Mg, dados em

cmolc.dm-3

(EMBRAPA, 1997).

3.8 Alumínio Trocável (Al3+

)

Para obtenção do teor de Al3+

do solo, foi feita por meio da extração com KCl 1

N e titulação com NaOH 0,025 N, sendo o teor de Al, em cmolc.dm-3

, equivalente ao

volume gasto na titulação (EMBRAPA, 1997).

3.9 Hidrogênio (H+) + Alumínio (Al

3+)

A acidez potencial (H+ + Al

3+) foi obtida pelo método SMP (Shoemaker,

Mcleam & Pratt), e o resultado expresso em cmolc.dm-3

(EMBRAPA, 1997).

25

3.10 Somas das Bases Trocáveis (SB)

A soma de bases trocáveis foi determinada a partir da seguinte equação:

SB = Ca2+

+ Mg2+

+ K+ + Na

+, e o resultado expresso em cmolc.dm

-3 (EMBRAPA,

1997).

3.11 CTC efetiva (CTCe ou t)

O cálculo da capacidade de troca catiônica efetiva foi determinado a partir da

seguinte equação: t = SB + Al3+

, e o resultado expresso em cmolc.dm-3

(EMBRAPA,

1997).

3.12 CTC à pH 7,0 (CTC ou T)

O cálculo da capacidade de troca catiônica a pH 7,0 foi determinada a partir da

seguinte equação: T = SB + H+ + Al

3+, e o resultado expresso em cmolc.dm

-3

(EMBRAPA, 1997).

3.13 Saturação por Bases Trocáveis (V%)

A saturação por bases trocáveis foi determinada a partir da seguinte equação:

V = SB x 100 / T, sendo o resultado expresso em porcentagem (%) (EMBRAPA, 1997).

3.14 Saturação por Alumínio (m%)

A saturação por alumínio foi determinada a partir da seguinte equação:

m = Al3+

x 100 / t, e o resultado expresso em porcentagem (%) (EMBRAPA, 1997).

3.15 Interpretação dos Resultados

Os resultados das análises químicas do solo foram interpretadas e determinadas

as frequências em porcentagem, conforme os critérios de interpretação da fertilidade do

solo propostos pela Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais –

26

CFSEMG, por meio do manual de Recomendações para o uso de corretivos e

fertilizantes em Minas Gerais – 5ª Aproximação (RIBEIRO et al., 1999).

3.16 Perspectiva para o Uso de Calcário

Os cálculos para recomendação da necessidade de calagem foi determinada com

base na análise de solo de amostras coletadas na camada de 0 a 20 cm e obedeceu a

metodologia citada por Catani e Gallo (1955), seguidos por Raij et al.(1979) e por

último a versão em uso, proposta por Quaggio et al. (1983) apud Pitta et al. (2006), cuja

fórmula para o cálculo da necessidade de calagem (NC), em toneladas/hectare é

representada pela expressão:

NC = (V2 – V1) . CTC / PRNT

Onde a CTC representa a soma das bases Ca2+

, Mg2+

, K+ e Na

+ com os valores

da acidez potencial (H+ + Al

3+), expressos em Cmolc.dm

-3. O valor V2 é a saturação de

bases que se deseja elevar e V1 a saturação original do solo obtido por meio da análise

química.

Foi utilizado o valor de V2 = 60%, conforme indicado por Raij (1981). As

recomendações de calagem presumiram corretivos com PRNT (Poder Relativo de

Neutralização Total) equivalente a 100%. Isso significa que as quantidades totais a

aplicar devem ser ajustadas em função do PRNT do calcário disponível.

3.17 Perspectiva Para o Uso de Gesso Agrícola

Os cálculos para recomendação da necessidade de gessagem foram realizados

observando-se a análise de solo de amostras coletadas na camada de 20 a 40 cm e

obedeceu a metodologia citada por Malavolta (1993), também citada por Raij (2008),

tendo como base os teores de Ca2+

e de Al3+

e na saturação por alumínio na camada de

solo de 20 a 40 cm, sendo necessário a aplicação de gesso quando na camada

subsuperficial (20 a 40 ou 30 a 60) houver teor de Ca2+

igual ou inferior a 0,5

cmolc/dm3 e/ou Al

3+ maior do que 0,5 cmolc/dm

3 e/ou, ainda, quando a saturação de

27

alumínio for maior do que 20%. As fórmulas para o cálculo da necessidade de gessagem

(NG), em toneladas/hectare, são representadas pelas expressões:

N.G. = (0,6 x CTCe – cmolc/dm3 Ca

2+) x 2,5 (recomendada quando teor Ca

2+ ≤ 0,5

cmolc/dm3 ou m > 20%)

N.G. = (cmolc/dm3 Al

3+ - 0,2 x CTCe) x 2,5 (recomendada quando teor Al

3+ > 0,5

cmolc/dm3)

onde:

N.G. = necessidade de gesso agrícola em t/ha

CTCe = capacidade de troca catiônica efetiva

28

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Caracterização Química do Solo Sob Lavouras Cafeeiras

4.1.1 pH em Água

De acordo com os valores obtidos para o pH da solução do solo, observou-se

que, na profundidade de 0 – 20 cm, 66,7% das amostras apresentaram pH baixo e 33,3%

pH bom, na profundidade de 20 – 40 cm observou-se que 84,8% das amostras

apresentaram pH baixo e apenas 15,2% das propriedades apresentaram pH bom (Figura

3). Esses resultados se justificam, pois, durante a coleta de dados foi constatado que os

pequenos produtores das Regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, não fazem

análise de solo com frequência para correção do mesmo, e que 72,7% dos agricultores

nunca fizeram análise do solo de suas propriedades e que 27,3% já fizeram análise do

solo para cumprir exigências dos agentes financiadores. Em contrapartida 100% dos

agricultores já fizeram calagem, mesmo sem recomendações de profissionais que

possuem essa atribuição, assim, pode-se atribuir a inadequada correção do solo e baixos

teores de pH a esses fatos, sendo causador da baixa produtividade dos cafeeiros dessas

regiões.

Figura 3. Frequência (%) da acidez do solo [pH(H2O)] em pequenas propriedades cafeeiras nas regiões

da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, município de Poções, Bahia.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

MuitoBaixo

Baixo Bom Alto Muito Alto

Fre

qu

ên

cia

%

pH (H2O)

% 0 - 20 cm

% 20 - 40 cm

29

Esses dados corroboram com Quaggio (2000) apud Ferreira (2011), o qual

afirma que aproximadamente 70% dos solos do Brasil são ácidos, reduzindo assim o

potencial produtivo das culturas em cerca de 40%. Também estão de acordo com

resultados encontrados na distribuição de frequência de resultados de análise de pH de

100 amostras de solo, de 20 – 40 cm de profundidade, realizada por Amorim (1999),

que encontrou 96% das amostras com pH menor ou igual a 5,5, sendo que 85% da

amostras apresentaram pH menor ou igual a 5,0.

Segundo Malavolta (1989), a calagem corrige a acidez do solo e cria condições

favoráveis ao desenvolvimento das plantas, aumenta a eficiência da adubação, pois,

proporciona uma maior disponibilidade dos nutrientes e maior desenvolvimento das

raízes, aumentando a superfície de contato e facilitando a absorção desses nutrientes.

4.1.2 Fósforo (P) Disponível

Os teores de fósforo disponível das amostras analisadas na profundidade de 0 –

20 cm mostraram que 90,9% das propriedades apresentam teor de fósforo disponível

muito baixo, 6,1% baixo e apenas 3% bom. Na profundidade 20 – 40 cm, os solos

também apresentam índices muito baixo em 90,9% e baixo em 9,1% (Figura 4), todas as

amostras apresentaram % de argila variando entre 15 e 35%.

Segundo Malavolta (1989), essa baixa disponibilidade do fósforo pode está

associada ao baixo pH das amostras, pois, a disponibilidade máxima do fósforo se

encontra numa faixa de pH entre 6,3 e 7,0 (Figura 5). Malavolta (1980), afirma que os

valores de pH abaixo de 6,0 favorecem a formação de fosfatos de ferro e de alumínio,

que são de baixa disponibilidade, retendo o fósforo no solo.

A baixa disponibilidade do fósforo também pode está associado a deficiência

natural, ao esgotamento e a não reposição do nutriente por meio da adubação.

30

Figura 4. Frequência (%) do fósforo disponível [P(mg/dm

3)] em pequenas propriedades cafeeiras na nas

regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, município de Poções, Bahia.

Figura 5. Disponibilidade máxima de nutrientes no solo em relação ao pH. Fonte: Malavolta (1989).

4.1.3 Potássio (K+) Disponível

O potássio é o segundo nutriente mais absorvido pelo cafeeiro (GUARÇONI,

2006), e sua exigência aumenta com a idade da planta, principalmente no período de

frutificação. A quantidade de potássio a ser aplicado durante a adubação depende da

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

MuitoBaixo

Baixo Médio Bom MuitoBom

Fre

qu

ên

cia

%

P(mg/dm3)

% 0 - 20 cm

% 20 - 40 cm

31

produção de frutos, da necessidade para a vegetação e do nível de K+ no solo

(GARCIA, 2003).

De acordo com a Figura 6, os teores de potássio (K+) disponível apresentaram

níveis satisfatórios na maioria das propriedades, pois, na profundidade de 0 – 20 cm as

amostras tiveram resultados de 24,2%, 30,3% e 21,2% com teores de K+ disponível

médio, bom e muito bom, respectivamente, e apenas 9,1% e 15,2% das amostras

apresentaram teores muito baixo e baixo do nutriente. Na profundidade de 20 – 40 cm,

observou-se que 33,3%, 27,3% e 3,0% das amostras apresentartam teores de K+ médio,

bom e muito bom, respectivamente, e 21,2% e 15,2% das amostras demonstraram teores

muito baixo e baixo.

Com base na Figura 5, proposta por Malavolta (1989), o fato de o potássio

apresentar-se disponível em quantidade suficiente na maioria das amostras pode estar

relacionado com a adição de resíduos orgânicos, como a casca do café, e, ou a não

interferência do pH na disponibilidade desse nutriente, pois, valores de pH a partir de

5,0, aumentam a disponibilidade de potássio no solo, chegando ao ponto máximo a

partir do pH 5,5, sendo que essa disponibilidade permanece praticamente constante com

valores de pH acima de 6,5. A correção do solo por meio de calagem e

consequentemente aumento do pH, não prejudica a disponibilidade desse importante

nutriente.

Figura 6. Frequência (%) do potássio disponível [K

+(cmolc/dm

3)] em pequenas propriedades cafeeiras

nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, município de Poções, Bahia.

0

5

10

15

20

25

30

35

MuitoBaixo

Baixo Médio Bom Muito Bom

Fre

qu

ên

cia

%

K+ (cmolc/dm3)

% 0 - 20 cm

% 20 - 40 cm

32

4.1.4 Cálcio (Ca2+

) Trocável

Os teores de Ca2+

trocáveis encontrados nas amostras foram 33,3%, 33,3% e

15,2% classificadas respectivamente em médio, bom e muito bom e 3,0% e 15,2%

classificados em muito baixo e baixo, na profundidade de 0 – 20 cm. Já na profundidade

20 – 40 cm, foram encontrados teores de 33,3% e 24,2% médio e bom e 3,0% e 39,4%

com teores muito baixo e baixo, respectivamente (Figura 7).

Os resultados para as análises de 20 – 40 cm são similares ao encontrados no

trabalho feito com a distribuição de frequência de resultados de análise de pH de 100

amostras de solo, de 20 – 40 cm de profundidade, realizada por Amorim (1999), que

apresentam 43% das amostras com níveis de Ca2+

menor ou igual a 1,0 cmolc/dm3,

nesse trabalho encontrou-se 42,4% das amostras com níveis de Ca2+

menor ou igual a

1,2 cmolc/dm3, tendo a classificação como muito baixo e baixo, segundo Alvarez

(1999), comprovando a similaridade da fertilidade dos solos do Planalto da Conquista.

Figura 7. Frequência (%) do cálcio trocável [Ca

2+(cmolc/dm

3)] em pequenas propriedades cafeeiras nas

regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, município de Poções, Bahia.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

MuitoBaixo

Baixo Médio Bom Muito Bom

Fre

qu

ên

cia

%

Ca2+ (cmolc/dm3)

% 0 - 20 cm

% 20 - 40 cm

33

4.1.5 Magnésio (Mg2+

) Trocável

Os teores de Mg2+

trocáveis encontrados nas amostras de 0 – 20 cm de

profundidade foram 24,2%, 30,3% e 39,4%, médio, bom e muito bom respectivamente,

e apenas 6,1% com nível baixo. Para a profundidade de 20 – 40 cm, foram encontrados

45,5% com teor médio, 21,2% bom e 21,2% muito bom, apenas 12,1% apresentaram

níveis baixo de Mg2+

trocável (Figura 8).

Figura 8. Frequência (%) do magnésio trocável [Mg

2+(cmolc/dm

3)] em pequenas propriedades cafeeiras

nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, município de Poções, Bahia.

Os bons resultados encontrados para Ca2+

e Mg2+

trocáveis nas amostras

analisadas, podem estar associados à calagem feita pelos cafeicultores, com o objetivo

de correção da acidez, mesmo de forma inadequada, mas que fornece ao solo uma

quantidade mínima desses nutrientes.

4.1.6 Alumínio Trocável (Al3+

)

Na maioria das amostras de 0 - 20 cm de profundidade analisadas foram

encontradas teor de Al3+

trocável muito baixo, totalizando 54,5% das amostras e 15,2%

baixo, 18,2% médio e 12,1% alto. Nas amostras de 20 – 40 cm, foram encontrados

30,3% para teor muito baixo e também para baixo teor de alumínio, 24,2% para teor

médio e 15,2% para teor alto (Figura 9).

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

MuitoBaixo

Baixo Médio Bom Muito Bom

Fre

qu

ên

cia

%

Mg2+ (cmolc/dm3)

% 0 - 20 cm

% 20 - 40 cm

34

Também pode-se associar a predominância de baixos teores de Al3+

trocável na

maioria das amostras analisadas, à calagem feita pelos pequenos agricultores, com o

objetivo de correção da acidez do solo.

Figura 9. Frequência (%) do alumínio trocável [Al

3+(cmolc/dm

3)] em pequenas propriedades cafeeiras

nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, município de Poções, Bahia.

4.1.7 Acidez Potencial (H+ + Al

3+)

Foram encontrados 66,7% e 72,7% das amostras analisadas de 0 – 20 cm e 20 –

40 cm, respectivamente, com teor alto de acidez potencial, 15,2% médio, 15,2% muito

alto e apenas 3,0 % baixo, nas amostras de 0 – 20 cm. Nas amostras de 20 – 40 cm

foram encontradas 3,0 % das amostras com teor baixo e mesmo percentual para teor

muito alto, e 21,2% com teor médio (Figura 10).

Os valores baixos de pH tem influência direta nos altos teores de acidez

potencial encontrados nas amostras analisadas, pois, a acidez é medida pelo H+

dissociado na solução do solo, expressa em pH, portanto quanto mais baixo for o pH do

solo, maior a quantidade de íons H+ (BRAGA, 2010).

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

MuitoBaixo

Baixo Médio Alto Muito Alto

Fre

qu

ên

cia

%

Al3+ (cmolc/dm3)

% 0 - 20 cm

% 20 - 40 cm

35

Figura 10. Frequência (%) da acidez potencial [H

+ + Al

3+(cmolc/dm

3)] em pequenas propriedades

cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, município de Poções, Bahia.

4.1.8 Somas das Bases Trocáveis (SB)

Em relação à Soma das Bases os resultados das análises com profundidade 0 –

20 cm demonstraram que 30,3% das amostras foram classificadas como bom e mesmo

percentual de amostras foi classificado como médio e 24,2% muito bom, apenas 12,1%

e 3% foram classificados com baixo e muito baixo. Para as amostras com profundidades

de 20 – 40 cm, verificou-se que 33,3% das amostras foram classificados como médio,

seguido de mesmo percentual para a classificação bom, tendo apenas 3,0% para a

classificação muito bom, 3,0 % para muito baixo e 27,3% para a classificação baixo

(Figura 11). Observa-se conforme as análises realizadas que a maior contribuição para a

soma das bases foram do Ca2+

e Mg2+

trocáveis.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

MuitoBaixo

Baixo Médio Alto Muito Alto

Fre

qu

ên

cia

%

H+ + Al+3 (cmolc/dm3)

% 0 - 20 cm

% 20 - 40 cm

36

Figura 11. Frequência (%) da soma de bases trocáveis [Ca

2+ + Mg

2+ + K

+ + Na

+ (cmolc/dm

3)] em

pequenas propriedades cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, município de

Poções, Bahia.

4.1.9 CTC efetiva (CTCe ou t)

Para a CTC efetiva, os resultados demonstram que 54,5% das amostras tiveram

classificação médio nas duas profundidades estudadas e 36,4% e 24,2% obtiveram

classificação bom nas profundidades 0 – 20 cm e 20 – 40 cm, respectivamente (Figura

12).

0

5

10

15

20

25

30

35

MuitoBaixo

Baixo Médio Bom Muito Bom

Fre

qu

ên

cia

%

S.B. (cmolc/dm3)

% 0 - 20 cm

% 20 - 40 cm

37

Figura 12. Frequência (%) da CTC efetiva [S.B. + Al

3+ (cmolc/dm

3)] em pequenas propriedades cafeeiras

nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, município de Poções, Bahia.

4.1.10 CTC à pH 7,0 (CTC ou T)

Os resultados demonstraram que na profundidade de 0 – 20cm, 90,9% das

amostras foram classificadas como bom e 9,1 como médio. Na profundidade de 20 – 40

cm 72,7% obtiveram classificação bom e 24,2% como médio (Figura 13).

Figura 13. Frequência (%) da CTC a pH 7,0 [S.B. + H

+ + Al

3+ (cmolc/dm

3)] em pequenas propriedades

cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, município de Poções, Bahia.

0

10

20

30

40

50

60

MuitoBaixo

Baixo Médio Bom Muito Bom

Fre

qu

ên

cia

%

CTC efetiva = t (cmolc/dm3)

% 0 - 20 cm

% 20 - 40 cm

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

MuitoBaixo

Baixo Médio Bom Muito Bom

Fre

qu

ên

cia

%

CTC pH 7,0 T = t + H+ (cmolc/dm3)

% 0 - 20 cm

% 20 - 40 cm

38

4.1.11 Saturação por Bases Trocáveis (V%)

Os resultados das amostras demonstraram que 51,5% das amostras analisadas na

profundidade de 0 – 20 cm, foram classificadas de muito baixo e baixo, ou seja, o valor

V até 40%, e 42,4% das amostras foram classificadas como médio, variando entre 40,1

e 60%. Na profundidade de 20 – 40 cm obteve-se 27,3% muito baixo, 39,4% baixo,

perfazendo um total de 66,7% das amostras com valor V até 40%, e 30,3% médio

(Figura 14).

Dados semelhantes foram encontrados em estudo com a distribuição de

frequência de resultados de análises do valor V(%) de 100 amostras de solo, de 20 – 40

cm de profundidade, realizada por Amorim (1999), onde encontram uma concentração

de 89% das amostras com valor V até 40%.

Figura 14. Frequência (%) da saturação por bases trocáveis [S.B. x 100 / T (%)] em pequenas

propriedades cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, município de Poções, Bahia.

4.1.12 Saturação por Alumínio (m%)

Observou-se nos resultados das análises que na profundidade de 0 – 20 cm,

63,6% das amostras foram classificados como muito baixo, 18,2% como baixo e 12,1%

como médio. Na profundidade de 20 – 40 cm, 51,5% das amostras foram classificadas

como muito baixo, 18,2% baixo e 21,2% médio (Figura 15).

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

MuitoBaixo

Baixo Médio Bom Muito Bom

Fre

qu

ên

cia

%

Saturação por Bases V(%)

% 0 - 20 cm

% 20 - 40 cm

39

A saturação por alumínio acima de 30% limita o crescimento das raízes da

maioria das espécies cultivadas (QUAGGIO, 2000 apud FERREIRA, 2011). Segundo

Raij (2008) na profundidade de 20 – 40 cm a saturação por alumínio acima de 20% já é

indicativo de barreira química decorrente do excesso de alumínio que pode impedir o

desenvolvimento das raízes, sendo necessário a aplicação do gesso com o objetivo de

remoção dessa barreira, proporcionando o crescimento das raízes e penetração nas

camadas do subsolo, aproveitando água e nutrientes das camadas mais profundas.

Figura 15. Frequência (%) da saturação por alumínio [Al

3+ x 100 / t (%)] em pequenas propriedades

cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, município de Poções, Bahia.

4.1.13 Perspectivas para Uso do Calcário

Os resultados das análises das amostras de solo a uma profundidade de 0 – 20

cm demonstram que 91% das propriedades possuem necessidade de calagem e que em

43% das propriedades apresentam necessidade de correção do solo com mais de 3 t/ha

de calcário para elevar o valor V a 60% (Figura 16).

O uso do calcário nas pequenas propriedades cafeeiras nas regiões da Serra da

Balança, Uruçú e Três Barras, município de Poções, Bahia, é feito sem nenhum critério,

pois, os pequenos produtores não possuem assistência técnica continuada por parte dos

órgãos de extensão, mesmo sem a assistência técnica e indicação de um profissional,

esse corretivo é utilizado por todos os produtores das regiões citadas, mas a quantidade

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

MuitoBaixo

Baixo Médio Alto Muito Alto

Fre

qu

ên

cia

%

Saturação por Alumínio m (%)

% 0 - 20 cm

% 20 - 40 cm

40

e a forma de aplicação têm sido fator condicionante para uma adequada correção do

solo, sendo necessário um acompanhamento periódico e realização de análises de solo

de todas as pequenas propriedades dessas regiões para uma correta indicação de

quantidades e forma de aplicação do calcário.

Segundo Quaggio (2000) apud Ferreira (2011), a acidez é capaz de reduzir o

potencial produtivo das culturas em cerca de 40%. Esse potencial produtivo pode ser

resgatado pelos pequenos produtores das regiões citadas se fizerem a correção do solo

por meio da aplicação do calcário.

Nas propriedades estudadas há uma perspectiva de aplicação de 2,6 toneladas

por hectare em média para elevação do valor V médio de 35,7% para 60%.

Figura 16. Necessidade de calcário (t/ha) em lavouras cafeeiras nas regiões da Serra da Balança, Uruçú e

Três Barras, município de Poções, Bahia.

4.1.14 Perspectivas para Uso do Gesso Agrícola

Os resultados das análises das amostras de solo na profundidade de 20 – 40 cm

demonstram que 42% das propriedades possuem necessidade de gessagem, sendo que

36% destas apresentam necessidade de gessagem de até 1,0 t/ha de gesso agrícola, 43%

necessitam de 1,1 a 2 t/ha e 21% necessitam de 2,1 a 3 t/ha (Figura 17).

0

5

10

15

20

25

Até 1 1,1 a 2 2,1 a 3 3,1 a 4 4,1 a 5 5,1 a 6 > 6

Pro

pri

ed

ade

s %

Necessidade de Calcário (t/ha)

41

A utilização do gesso agrícola como um produto que melhora o ambiente

radicular de subsolos ácidos, ainda é pouco conhecido no município de Poções, Bahia,

principalmente pelos pequenos produtores. Mesmo com o conhecimento dos benefícios

da gessagem, produtores do município de Poções, não fazem uso do mesmo devido à

dificuldade de adquiri-lo.

Nas amostras de solo das propriedades estudadas há uma perspectiva de

aplicação média de 1,3 toneladas por hectare de gesso agrícola para redução do

alumínio fitotóxico.

Figura 17. Necessidade de gesso agrícola (t/ha) em lavouras cafeeiras nas regiões da Serra da Balança,

Uruçú e Três Barras, município de Poções, Bahia.

Com base nos resultados obtidos nas análises do solo das pequenas propriedades

cafeeiras das regiões do Uruçú, Três Barras e Serra da Balança, observou-se que as

amostras apresentam, predominantemente, a seguinte classificação (Tabela 4):

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Até 1 1,1 a 2 2,1 a 3

Pro

pri

ed

ade

s %

Necessidade de Gesso Agrícola (t/ha)

42

Tabela 4. Classificação da fertilidade do solo de lavouras cafeeiras das regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, Poções, Bahia.

Classificação

Prof. pH P K+ Ca

2+ Mg

2+ Al

3+ H

++Al

3+ S.B. CTCe CTC

pH 7,0

V m NC NG

cm - - - - mg/dm3 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - cmolc/dm

3 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - % - - - - - - - t/ha - -

0–20 4,5–5,4 ≤ 6,6 0,18–0,31 1,21–4,00 > 1,5 ≤ 0,20 5,01–9,00 1,8–6,00 2,31–4,60

8,61–15,0 40,1–60,0 ≤15,0 2,6 - - -

20–40 4,5–5,4 ≤ 6,6 0,11–0,17 0,41–1,20 0,46–0,90 ≤ 0,50 5,01–9,00 1,81–6,00 2,31–4,60 8,61–15,0 20,1–40,0 ≤15,0 - - - 1,3

43

A baixa fertilidade do solo aliada a falta de manejo e tratos culturais da cultura

do café no Planalto da Conquista são os principais fatores para a baixa produtividade.

Segundo a CONAB (2013), 86% do público envolvido com a produção do café no

estado da Bahia são pequenos produtores.

Esses cafeicultores se concentram em sua maioria no Planalto da Conquista, e

com base nos dados da CONAB (2013), pode-se inferir que de modo geral os pequenos

produtores do Planalto, possuem perfil similar, produzem café sem assistência técnica

devida, com baixo nível tecnológico, falta de manejo e tratos culturais adequados, sendo

evidenciado pela produção estimada de 697.600 sacas de 60 quilos de café beneficiado,

com produtividade estimada de apenas 7,08 sacas por hectare para a safra 2013, em uma

área plantada de 98.474 ha, produzindo 60% do café arábica do estado da Bahia.

Enquanto no Cerrado a estimativa de produção é de 464.100 sacas de 60 quilos

de café beneficiado, tendo uma produtividade estimada de 39,14 sacas por hectare para

a safra 2013, em uma área plantada de 11.859 ha, perfazendo um total de área de 89,3%

a menos em relação ao Planalto, produzindo 40% do café arábica do estado da Bahia.

A produtividade estimada para o Cerrado na safra 2013 é de 453% a mais por

hectare em relação ao Planalto, essa alta produtividade pode está associada ao alto nível

tecnológico, à correção e adubação do solo, irrigação, manejo e tratos culturais

adequados, realizados pelos produtores da região do Cerrado.

44

5 CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos nas análises de solo das lavouras cafeeiras das

regiões da Serra da Balança, Uruçú e Três Barras, observou-se que de modo geral as

amostras apresentaram, predominantemente, um teor muito baixo de fósforo disponível,

pH baixo, alta acidez potencial, sendo necessário a aplicação de calcário em média de

2,6 t/ha, para elevar a saturação por bases (V%) de 35,7% em média para 60%,

elevando o pH a faixa adequada, melhorando dessa maneira a disponibilidade de Ca2+

e

Mg2+

, consequentemente a soma de bases, a CTCe e a disponibilidade de nutrientes.

Em 42% das amostras analisadas, há a necessidade de aplicação de gesso

agrícola para melhorar o ambiente radicular no subsolo, favorecendo o desenvolvimento

das raízes e melhorando a absorção de água e nutrientes. A necessidade de gessagem foi

em média 1,3 t/ha.

Há a necessidade de acompanhamento técnico e apoio aos pequenos

cafeicultores para que os mesmos possam aumentar a suas produtividades e

consequentemente obterem maiores rendas, ou seja, há a necessidade de oferecer

subsídios para que os pequenos cafeicultores permaneçam com a cultura do café,

produzindo de forma sustentável, fixando-o juntamente com sua família no campo, e em

consequência, mantendo o Planalto como maior produtor de café arábica do Estado da

Bahia.

45

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