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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO BACHARELADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CELIANE ALBUQUERQUE DO NASCIMENTO AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DO SERVIÇO DE ATENDIMENTO DE COMPANHIAS DE TELEFONIA MÓVEL NO ESTADO DO PARANÁ POR MEIO DA QUALIDADE PERCEBIDA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PONTA GROSSA 2017

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

BACHARELADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

CELIANE ALBUQUERQUE DO NASCIMENTO

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DO SERVIÇO DE ATENDIMENTO DE COMPANHIAS DE TELEFONIA MÓVEL NO ESTADO DO PARANÁ

POR MEIO DA QUALIDADE PERCEBIDA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PONTA GROSSA

2017

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CELIANE ALBUQUERQUE DO NASCIMENTO

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DO SERVIÇO DE ATENDIMENTO DE COMPANHIAS DE TELEFONIA MÓVEL NO ESTADO DO PARANÁ

POR MEIO DA QUALIDADE PERCEBIDA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção, do Departamento Acadêmico de Engenharia de Produção, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Evandro Eduardo Broday

PONTA GROSSA

2017

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TERMO DE APROVAÇÃO DE TCC

Avaliação da capacidade do serviço de atendimento de companhias de telefonia móvel no estado do Paraná por meio da qualidade percebida

por

Celiane Albuquerque do Nascimento

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi apresentado em 01 de junho de

2017 como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia

de Produção. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos

professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora

considerou o trabalho aprovado.

____________________________________ Prof. Dr. Evandro Eduardo Broday ____________________________________ Prof. Dr. Joseane Pontes ____________________________________ Prof.Dr. Shih Yung Chin

“A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso”.

Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO

PARANÁ CÂMPUS PONTA GROSSA

Departamento Acadêmico de Engenharia de Produção

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁPR

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RESUMO

ALBUQUERQUE DO NASCIMENTO, Celiane. Avaliação da capacidade do serviço de atendimento de companhias de telefonia móvel no estado do Paraná por meio da qualidade percebida. 2017. 101 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia de Produção) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2017.

Este estudo objetivou analisar, de forma quantitativa e qualitativa, a qualidade percebida pelos usuários de telefonia móvel do Paraná por meio da pesquisa anual de percepção da qualidade realizada pela Anatel. Para a obtenção dos dados da pesquisa foi aplicado um questionário que contem os índices que foram comparados no estudo. A análise das informações encontradas foi dada pela utilização do Controle Estatístico de Processo para determinar a capacidade do serviço por meio dos índices 𝐶! e 𝐶!", também do Diagrama de Kano para identificar o grau de satisfação do consumidor, e do modelo dos 5 Gaps para encontrar quais lacunas existiam entre os fornecedores de serviços de telefonia móvel e os clientes. Foi encontrado o 𝐶! = 0,45 e 𝐶!" = -0,18 indicando que esse serviço não é capaz de satisfazer as especificações de atendimento.

Palavras-chave: Serviços. Qualidade Percebida. Telecomunicações. Telefonia Móvel. Capacidade do Serviço.

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ABSTRACT

ALBUQUERQUE DO NASCIMENTO, Celiane. Evaluation of the capacity from the attendance service of mobile companies in the state of Paraná through the perceived quality. 2017. 101 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia de Produção) - Federal Technology University - Paraná. Ponta Grossa, 2017.

This study aimed to analyze quantitatively and qualitatively, the perceived quality by mobile phone users of Paraná through the annual survey of perceived quality made by Anatel. A questionnaire was applied to obtain the data; it contains the indexes that were compared in the study. The analyzes of the information found were given by using the Statistics Processes Control to determine the capacity of the service by using the 𝐶! and 𝐶!" indexes, also the Kano diagram to identify the degree of customer satisfaction, and the model of 5 Gaps to find out which were the gaps between providers of mobile services and the customer. It was found a 𝐶! = 0.45 and 𝐶!" = -0.18 indicating that this service is not able to meet the attendance specifications.

Keywords: Service. Perceived Quality. Telecommunications. Mobile Service. Service Capacity.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Eras da qualidade ..................................................................................... 14Figura 2 - Representação clássica dos custos da qualidade .................................... 25Figura 3 - Diagrama de Kano .................................................................................... 31Figura 4 - Modelo conceitual de qualidade de serviço .............................................. 38Figura 5 - Discordância do processo e a razão da capacidade do processo Cp ...... 43Figura 6 - Relação entre Cp e Cpk ............................................................................ 44Figura 7 - Fluxograma das etapas da pesquisa ........................................................ 49Figura 8 - DDD por região do Paraná ....................................................................... 59Figura 9 - Teste de Kolmogorov-Smirnov do tempo real para falar com o atendente .................................................................................................................................. 64Figura 10 - Teste de Kolmogorov-Smirnov do tempo considerado ideal para falar com o atendente ........................................................................................................ 65Figura 11 - Análise de variáveis do CEP fora de controle ......................................... 68Figura 12 - Análise de variáveis do CEP em controle ............................................... 69Figura 13 - Cp e Cpk (Dados Normais) ..................................................................... 70

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Histograma de pintura ............................................................................. 26Gráfico 2 - Diagrama de Pareto ................................................................................ 30Gráfico 3 - Gênero ..................................................................................................... 56Gráfico 4 - Faixa etária .............................................................................................. 57Gráfico 5 - Plano ....................................................................................................... 57Gráfico 6 - Operadoras .............................................................................................. 58Gráfico 7 - DDD ......................................................................................................... 58Gráfico 8 - Grau de satisfação em relação à capacidade de resolução de problemas .................................................................................................................................. 59Gráfico 9 - Grau de satisfação em relação aos canais de atendimento (telefone, internet, lojas) ............................................................................................................ 60Gráfico 10 - Grau de satisfação em relação à qualidade e a capacidade de receber e fazer ligações ............................................................................................................ 61Gráfico 11 - Tempo para falar com o atendente em minutos .................................... 62Gráfico 12 - Tempo razoável para esperar pelo atendimento em minutos ............... 63Gráfico 13 - Capacidade de resolução de problemas ............................................... 66Gráfico 14 - Canais de atendimento .......................................................................... 66Gráfico 15 - Capacidade de realizar/receber ligações .............................................. 67Gráfico 16 - Análise de Performance do Processo ................................................... 71

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Abordagens da qualidade ....................................................................... 22Quadro 2 - Dimensões da qualidade ......................................................................... 24Quadro 3 - Custos da qualidade ............................................................................... 25Quadro 4 - Categorias de acordo com Kano ............................................................. 31Quadro 5 - Caracterização dos serviços ................................................................... 33Quadro 6 - Doze princípios da qualidade em serviços .............................................. 34Quadro 7 - Dimensões da qualidade em serviços .................................................... 36Quadro 8 – Modelo dos 5 Gaps ................................................................................ 38Quadro 9 - Identificação das características da qualidade e de serviçoes utilizados no estudo ................................................................................................................... 47Quadro 10 - Indicadores da pesquisa ....................................................................... 50Quadro 11 – Relação teoria e resultados .................................................................. 72

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9 1.1PROBLEMA ...................................................................................................... 101.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 111.3OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 121.4OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 121.5DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................ 121.6ESTRUTURA DO TRABALHO ......................................................................... 132 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 14 2.1EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO DA QUALIDADE ................................ 142.2GURUS DA QUALIDADE ................................................................................. 172.2.1Walter Andrew Shewhart ................................................................................ 182.2.2Joseph Moses Juran ....................................................................................... 182.2.3Armand Vallin Feigenbaum ............................................................................ 192.2.4William Edwards Deming ................................................................................ 192.2.5Philip Bayard Crosby ...................................................................................... 202.2.6Kaoru Ishikawa ............................................................................................... 202.2.7Genichi Taguchi .............................................................................................. 212.3ABORDAGENS DA QUALIDADE ..................................................................... 222.4DIMENSÕES DA QUALIDADE ......................................................................... 232.5CUSTOS DA QUALIDADE ............................................................................... 242.6FERRAMENTAS DA QUALIDADE ................................................................... 252.6.1Histograma ..................................................................................................... 262.6.2Gráficos de Controle ....................................................................................... 272.6.3Folhas de Verificação ..................................................................................... 272.6.4Diagrama de Causa e Efeito ........................................................................... 282.6.5Diagrama de Dispersão .................................................................................. 282.6.6Estratificação .................................................................................................. 282.6.7Diagrama de Pareto ........................................................................................ 292.7DIAGRAMA DE KANO ...................................................................................... 302.8QUALIDADE EM SERVIÇOS ........................................................................... 322.8.1Caracterização dos Serviços .......................................................................... 322.8.2Doze Princípios dos Serviços ......................................................................... 332.8.3Tipologia dos Serviços .................................................................................... 342.8.4Dimensões da Qualidade para os Serviços .................................................... 362.9MODELO DOS 5 GAPs .................................................................................... 372.10 CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSO ................................................ 392.10.1Gráficos de Controle para Atributos ............................................................. 402.10.2Gráficos de Controle para Variáveis ............................................................. 40

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2.10.3Capacidade do processo .............................................................................. 422.11 SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÃO .......................................................... 452.12 TEORIA APLICADA AO ESTUDO ................................................................. 463 METODOLOGIA .................................................................................................. 48 3.1CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .................................................................... 483.2ETAPA 1: CRIAÇÃO DO REFERENCIAL TEÓRICO ....................................... 503.3ETAPA 2: LEVANTAMENTO DOS DADOS ..................................................... 503.4ETAPA 3: MEDIÇÃO DA QUALIDADE PERCEBIDA ....................................... 513.5ETAPA 4: UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS ............................................... 523.5.1Passo 1: Diagrama de Kano ........................................................................... 523.5.2Passo 2: Utilização dos 5 gaps ....................................................................... 533.5.3Passo 3: Avaliação da capacidade do serviço ............................................... 533.6ETAPA 5: PROCEDIMENTOS PARA A VERIFICAÇÃO DOS RESULTADOS 554 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 56 4.1RESULTADOS OBTIDOS PELO QUESTIONÁRIO ......................................... 564.2RELAÇÃO ENTRE PERCEPÇÃO E EXPECTATIVA ....................................... 614.3ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS ............................................................ 644.4COMPARAÇÃO ENTRE OS DADOS (ANATEL X QUESTIONÁRIO) ............. 654.5AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DO SERVIÇO ............................................... 67 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 74 REFERENCIAS ....................................................................................................... 77 APÊNDICE A – Questionário da Pesquisa ............................................................. 86APÊNDICE B – Gráficos I-MR com Pontos Não-Conformes .................................. 89

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1 INTRODUÇÃO

As organizações de modo geral tendem a se adequar ao mundo globalizado

e buscar constante aperfeiçoamento em suas atividades, por meio de contínuas

avaliações externas e internas de seus produtos e serviços. O setor de serviços

possui uma grande participação na composição do Produto Interno Bruto (PIB)

brasileiro, no primeiro trimestre de 2017 registrou participação de cerca de 62,5%,

segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). Para que as

organizações possam avançar nesse setor e alcançar excelência nos serviços que

oferecem, elas precisam se preocupar com a qualidade empregada no desempenho

de suas operações.

Serviços são tarefas com fins econômicos que produzem valor e proveem

benefícios para o consumidor em ocasiões e ambientes determinados, como

implicação da execução de uma modificação desejada em nome de quem recebe o

serviço (LOVELOCK, 2001). Nesse sentido, a qualidade do serviço é indispensável

para o sucesso de uma prestadora de serviços, devido a sua influência no

aprazimento dos consumidores. Ainda, para que um comprador almeje adquirir um

serviço é necessário que ele possua uma alta expectativa relacionada a qualidade

do serviço e na perspectiva de fidelização do consumidor, faz se necessário o

atendimento das expectativas e necessidades por parte do prestador de serviços.

Existem vários fatores que incorrem em custos à organização se os atributos

do serviço não forem compatíveis com as necessidades e expectativas do

consumidor. Assim, quanto maior o nível da qualidade, menor serão os gastos da

organização com problemas devido à ineficiência de suas atividades. Sendo assim,

também é imprescindível ser competente para que a concorrência não seja uma

ameaça à sobrevivência e ao crescimento da companhia em um determinado nicho

de mercado, bem como faz se necessário o desenvolvimento de tecnologias para

que se possa atender os clientes de forma adequada.

O Brasil encontra-se na 61° em relação ao Índice de Desenvolvimento de

Tecnologia da Informação e Comunicação, segundo a União Internacional de

Telecomunicações (UIT) (2015). Ainda, de acordo com a UIT (2015), o Brasil estava

na posição 73, entre 167 países, em 2010, portanto o país deve seguir

desenvolvendo sua tecnologias de informação e comunicação para que possa atingir

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níveis de excelência na qualidade do atendimento às exigências do consumidor, de

acordo com o nível mundial de desenvolvimento. Dentre as diversas áreas do setor

de serviços, estão os Serviços de Informação que englobam as telecomunicações.

Nesse domínio existem diversas variantes que condicionam a competitividade, como

os serviços de telefonia móvel.

De acordo com a UIT (2015), o Brasil é o quinto maior no mundo em número

de assinaturas de celulares. Devido a essa grande expressividade, o cuidado com a

qualidade do serviço oferecido deve ser alto, para que se possa garantir uma

elevada performance na geração de riqueza e bem-estar da população, que

segundo o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

(2014), são fatores influenciados pelas telecomunicações.

Devido a ampla concorrência no mercado, torna-se necessário a priorização

da qualidade nas atividades desempenhadas para atender as necessidades e

expectativas dos clientes. Nesse contexto, a Engenharia de Produção pode criar

métodos para analisar e melhorar os sistemas de como as entregas dos serviços

estão sendo realizadas, com a finalidade de proporcionar benefícios ao consumidor

e permitir o desenvolvimento de tecnologias em toda a cadeia de serviços.

Os padrões de qualidade de serviços de telecomunicação são

regulamentados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Assim sendo,

esse estudo irá comparar as expectativas e percepção do consumidor sobre a

performance do serviço das operadoras de telefonia móvel do Paraná com os

padrões de qualidade definidos pela Anatel, utilizando o modelo dos 5 Gaps, o

Diagrama de Kano e a Capacidade do serviço por meio dos índices 𝐶! e 𝐶!".

1.1 PROBLEMA

Qual a capacidade (𝐶!) do serviço de telefonia móvel no estado do Paraná,

por meio da qualidade percebida relatada pelos usuários?

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1.2 JUSTIFICATIVA

De acordo com o Departamento Estadual de Proteção e Defesa do

Consumidor (PROCON-PR) (2016), no período dos últimos 10 anos, os serviços de

telefonia foram os que apresentaram maior número de reclamações. Portanto há

uma grande preocupação com os problemas causadores desse alto volume de

reclamações, e como isso afeta a sociedade.

Também, a satisfação da população em relação ao serviço prestado pelas

operadoras de telefonia é uma questão que deve ser discutida, devido a grande

proporção da utilização desse serviço pelos brasileiros. A densidade de linhas

telefônicas móveis, segundo a Anatel (2016), é de 125,62 para cada 100 pessoas no

Brasil. Ainda segundo dados da Anatel(2016), a maioria dos estados possuem entre

4 ou 6 operadoras telefônicas, e mesmo havendo esse volume de fornecedores há

uma grande insatisfação dos clientes com a qualidade dos serviços prestados.

Não obstante há ainda os benefícios que a utilização dessa tecnologia

podem trazer para a sociedade. Vu (2011) sugere que a infraestrutura da Tecnologia

de Informação e Comunicação (TIC) provoca a propagação de tecnologia e

inovação, além de desenvolver a qualidade em relação à tomada de decisão feitas

tanto por empreendimentos quanto por famílias, reduzir custos de produção, e

também aumentar a demanda. Quah (2002), enfatiza que a TIC promove melhoria

das aptidões de trabalho, refinamento do consumidor, e uma elevação do grau de

educação.

Esses serviços estão ligados ao cotidiano do usuário, deste modo, quanto

melhor for a atividade desempenhada pelas prestadoras de telefonia móvel, melhor

será para a população que encontrará menos problemas relacionados à utilização

da tecnologia que contrataram. Além disso, conforme a Anatel (2016), o tempo de

espera para falar com o atendente quando em ligações para a operadora é de até 60

segundos após a seleção dessa opção, portanto a norma regulamentada pela Anatel

deve ser seguida para que o atendimento aos consumidores seja mais eficiente.

A análise da percepção do órgão regulamentador sobre a qualidade dos

serviços precisam ser esclarecidas para que estejam alinhadas à percepção dos

consumidores. Sendo assim, faz-se importante identificar as lacunas entre as partes

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interessadas e se há uma falta de capacidade no serviço que possa afetar a

sociedade de forma negativa.

1.3 OBJETIVO GERAL

Analisar a qualidade percebida do serviço de telefonia móvel no estado do

Paraná de acordo com o relato de usuários, por meio da utilização do índice de

Capacidade 𝐶!.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Identificar os Gaps da qualidade dos serviços de telefonia móvel;

2. Comparar os dados das especificações da Anatel com os dados

obtidos por meio do relato dos usuários;

3. Definir os limites de especificação do serviço;

4. Determinar os índices de capacidade do serviço (𝐶!e 𝐶!");

5. Analisar a qualidade do serviço de maneira geral.

1.5 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A Anatel, órgão regulamentador desse serviço, fornece vários indicadores de

performance, como, Satisfação Geral, Oferta e Contratação, Funcionamento,

Recarga, Canais de Atendimento, Atendimento Telefônico, Capacidade de

Resolução. Contudo, para esse trabalho será analisada somente a qualidade em

relação aos índices de Canais de Atendimento, Capacidade de Resolução, e

Funcionamento, no estado do Paraná.

Também são fatores delimitadores:

1. A satisfação do consumidor em relação a capacidade de resolução de

problemas da sua operadora de telefonia móvel;

2. A satisfação do consumidor com os canais de atendimento

(telefônico, internet, lojas) de sua operadora de telefonia móvel;

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3. A satisfação do cliente com a qualidade e capacidade de receber e

realizar ligações utilizando os serviços da sua operadora de telefonia

móvel;

4. O tempo gasto para falar com o atendente, quando se deseja fazer

uma reclamação.

Os itens de 1 à 4 citados acima fazem parte dos indicadores de Qualidade

Percebida que são utilizados pela Anatel. Ainda, será utilizado o Controle Estatístico

de Processo por meio dos índices 𝐶! e 𝐶!" para medir a capacidade do serviço.

Nesse estudo será utilizado apenas os gráficos por variáveis do tipo I-MR.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

O capítulo 1 desse trabalho consiste de uma introdução ao estudo realizado,

seguido pelo problema discutido, dos objetivos gerais e específicos, além da

delimitação do tema e a estrutura do trabalho.

Na sequência para o dar embasamento ao estudo vem o capítulo 2 que é

composto pelo referencial teórico e contém a evolução histórica da qualidade, alguns

gurus da qualidade que estão relacionados com o tema do estudo. Também, nesse

capítulo estão as abordagens da qualidade, os custos da qualidade, as ferramentas

da qualidade, a qualidade relacionada aos serviços, o controle estatístico do

processo relacionado a capacidade do serviço, o modelo dos 5 gaps e os serviços

de telefonia móvel.

Ainda, para a compreensão dos métodos utilizados para alcançar os

objetivos do estudo, segue o capítulo 3 que é formado pela metodologia utilizada na

construção do trabalho, que consiste da classificação do estudo, da descrição dos

indicadores utilizados, da coleta de dados, sua mensuração e verificação, bem como

a medição da capacidade do serviço através dos índices 𝐶! e 𝐶!", e da utilização

dos 5 gaps.

O capítulo 4 trata da análise dos dados coletados, confrontação com os

dados da Anatel, discussão e verificação do atingimento dos objetivos gerais e

específicos delimitados no trabalho.

E por fim o capítulo 5 trata das considerações finais do trabalho em relação

ao tema abordado e recomendações de acordo com o resultado das análises.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico trata de todo o subsídio necessário para a pesquisa

desse trabalho, passando pela parte histórica da qualidade, seus gurus, ferramentas

da qualidade, qualidade em serviços, gaps em serviços e o controle estatístico de

processo.

2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO DA QUALIDADE

A evolução histórica da gestão da qualidade é dada em quatro eras: a “Era

da Inspeção”, a “Era do Controle Estatístico da Qualidade”, a “Era da Garantia da

Qualidade” e a “Era da Gestão da Qualidade Total”, também conhecida como Total

Quality Management (TQM). Cada Era teve um ou mais Gurus, aqueles que

impulsionaram as mudanças de uma era para outra com suas ideias. A evolução das

eras da qualidade é apresentada esquematicamente na Figura 1.

Figura 1 - Eras da qualidade Fonte: Adaptado de Picchi (1993)

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A preocupação com a qualidade dos produtos se iniciou muito antigamente,

na idade média, com os artesãos, quando a produção era de pequena escala, e a

inspeção consistia da informalidade. A análise dos produtos não possuíam base

estatística até os anos de 1920, quando iniciou a “Era da Inspeção” (GEROLAMO,

et al., 2014).

Segundo Garvin(1988), a necessidade de inspeção formal só apareceu a

partir do século XIX quando foi dado o início da produção em massa, nessa época

foram criados padrões para as peças e acessórios fabricados, que eram

inspecionados ao fim da produção, com o uso de calibradores. No início do século

XX, Frederick W. Taylor, conhecido como o pai da “administração científica”, deu

legitimidade à esse processo, separando um de seus supervisores para inspecionar

a qualidade e medir a agilidade com que o trabalho era realizado pelos operários

(MAXIMIANO, 2004).

Com o avanço da industrialização emergiu a “Era do Controle Estatístico da

Qualidade”, que reconheceu a variabilidade como crítica em relação ao controle da

qualidade (GEROLAMO, et al., 2014). Em 1924 Shewhart desenvolveu métodos

estatísticos de análise e controle da qualidade, como gráficos de controle e também

o ciclo PDCA (Plan – Do – Check – Act ), além disso surgiu o processo de

amostragem, que contribuiu para a evolução dos processos de qualidade

(CARVALHO; PALADINI,2012). Para Marshall Junior, et al.,(2012), o controle do

processo é considerado a base do controle estatístico da qualidade, no qual é

possível estruturar ordenadamente os processos, com a finalidade de obter

informações a fim de encontrar pontos críticos, flutuações e variações provindas de

causas normais e oportunidades de implementação de melhoria. Ainda nessa era

foram fundadas, a American Society for Quality Control (ASQC) e a Japanese Union

of Scientists and Engineers (JUSE), com o intuito de expandir e difundir as práticas

da qualidade (MARSHALL JUNIOR, et al.,2012).

A Segunda Guerra Mundial teve grande importância para o desenvolvimento

da “Era da Garantia da Qualidade”, pois devido a preocupação com a produção de

armas e munições manufaturadas por variados fornecedores, um comitê foi formado

para criar um padrão de qualidade e desenvolver um método de concordância das

amostras dos produtos em 1942 (CARVALHO; PALADINI, 2012). Por volta de 1940

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e 1950, a qualidade tornou-se uma área mais a frente dos limites da fábrica

abordando tanto a gestão quanto as estatísticas (GEROLAMO, et al., 2014).

Na “Era da Gestão da Qualidade Total” a qualidade passou a ser definida

conforme as necessidades do cliente e vista como excelência (GEROLAMO, et al.,

2014). No início, a qualidade podia ser dividida em dois enfoques: enquanto no

ocidente a preocupação estava relacionada aos procedimentos, profissionais da

qualidade, comprovação da qualidade e dimensões técnicas dos princípios da

qualidade, o foco oriental dava mais expressividade às perspectivas gerenciais e

motivacionais, com a integração de todos os servidores visando melhoria contínua

da qualidade (PICCHI, 1993).

Nessa era, foi desenvolvido também um padrão de níveis de aceitação da

qualidade, em que era determinada uma quantidade de produtos com defeitos que

um fornecedor poderia manter e ser considerado aceitável (GARVIN,1988). Ainda,

Feigenbaum formulou o Controle da Qualidade Total (TQC – Total Quality Control),

que inspiraria vigorosamente o modelo sugerido pela Internacional Organization

Standadization (ISO). Em 1951, foi designado um prêmio para homenagear Deming,

o Prêmio Deming, que deveria ser dado a companhia que tivesse maior destaque no

âmbito da qualidade a cada ano (CARVALHO; PALADINI, 2012).

Ishikawa colaborou na definição do CWCQ (Company Wide Quality

Control), popularizado como “Controle da Qualidade por Toda a Empresa”, e na

disseminação das ferramentas da qualidade, que seriam largamente empregadas

pelos Círculos de Qualidade (CCQs), conhecido como grupos de melhoria

(CARVALHO; PALADINI, 2012). Ainda, em 1957, Crosby difundiu artifícios que

produziriam o programa de Zero Defeitos, também nessa época, Juran abordou os

custos da qualidade, que dada sua relevância, serão discutidos posteriormente

(CARVALHO; PALADINI, 2012).

Para os autores, Carvalho e Paladini (2012), a ênfase dessa era é o

atendimento às necessidades do cliente, utilizando o planejamento estratégico para

a definição de objetivos, incluindo a diferenciação da concorrência. Segundo Garvin

(1988), os métodos utilizados eram o planejamento estratégico, a definição de

metas, a mobilização da companhia como um todo, assegurando que todos os

funcionários, desde o chão de fábrica até a alta gerência, estivessem

comprometidos em promover a qualidade.

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Com essa grande difusão da importância de atender as necessidades dos

clientes, surgiu a preocupação com a qualidade em serviços. Taguchi deu enfoque

para as atividades do projeto, sendo elas de extrema importância para satisfazer os

consumidores e criar uma qualidade robusta, surgiram também os Sistemas

Integrados de Gestão (SIG) que integraram as normas da qualidade, bem como a

sustentabilidade, a responsabilidade social e o meio ambiente (CARVALHO;

PALADINI, 2012).

Para Carpinetti (2012), o TQM é visto como um conjunto de melhorias que

envolve todas as partes da organização para que o esforço integrado produza

melhorias de desempenho em cada nível da organização, com a finalidade de

corresponder os desígnios da qualidade para o aumento da satisfação do cliente.

A Organização Internacional de Normalização (2009), expõe oito normas de

gestão da qualidade, que poderiam ser classificadas em: foco no cliente, liderança,

envolvimento das pessoas, abordagem por processos, abordagem de sistema para

gestão, melhoria contínua, abordagem factual para tomada de decisão,

relacionamento ganha-ganha com fornecedores (ou parceiros em geral). Em seu

estudo sobre ferramentas e técnicas de gestão de qualidade, Gerolamo, et al.,

(2014), afirma que a análise das práticas de TQM revela que as empresas preferem

usar e dar mais importância às práticas que envolvem o trabalho em equipe e foco

no cliente.

Funcionários satisfeitos tendem a melhorar a qualidade do serviço ou a

aumentar os seus esforços, a fim de mudá-la para um nível mais alto, por isso

muitas empresas utilizam o TQM para prestar serviço da melhor forma para seus

clientes e, dessa forma, reduzir incertezas (TASKOV; MITREVA, 2015). No caso das

organizações de serviço usando TQM, a confiabilidade é de extrema importância

para a qualidade e, pode ser mais adequadamente definida em relação a coerência

do serviço prestado aos clientes (LEMAK; REED, 2000).

2.2 GURUS DA QUALIDADE

Os gurus da qualidade foram os impulsionadores de diversas mudanças

para a melhoria e desenvolvimento da qualidade e processos, alguns dos mais

importantes gurus da qualidade são apresentados na sequência.

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2.2.1 Walter Andrew Shewhart

Shewhart foi o responsável pelo desenvolvimento dos Gráficos de Controle e

é conhecido como o pai do controle estatístico da qualidade. Com os Gráficos de

Controle é possível distinguir as causas das variações e fazer uma previsão de

como o processo se comporta, auxiliando na determinação das falhas. Shewhart

propôs o ciclo PDCA, que direciona a avaliação e a resolução do problema, para que

em seguida seja implementada a melhoria, com foco na melhoria contínua

(CARVALHO; PALADINI, 2012).

2.2.2 Joseph Moses Juran

Para Juran, todos os processos relacionados à produtividade devem estar

projetados para atender o que é demandado pelo cliente; portanto, a qualidade deve

estar inserida nas atividades desenvolvidas desde a produção até o pós-venda

(JURAN,1991). Todas as atividades que incorporam qualidade ao produto,

independente da parte da organização que são executadas, Juran chamou de

Função Qualidade (CARPINETTI, 2012). Juran foi pioneiro na abordagem dos

custos da qualidade, dividindo-os em: avaliação, falhas (externas e internas) e

prevenção. Também sugeriu a trilogia da qualidade: planejamento, controle e

melhoria (CARVALHO; PALADINI, 2012). O livro “Manual do Controle da

Qualidade”, de Juran, trouxe novas dimensões para o Controle da Qualidade a partir

dos anos de 1950.

Segundo Liepina, Lapina e Mazais(2014), o Planejamento da trilogia de

Juran consiste da designação de propósitos particulares, que identifiquem os

clientes em potencial e quais são suas necessidades, determinando os atributos do

produto, para que correspondam as necessidades dos clientes, aprimorando o

método utilizado para controlar o processo de produção.

A melhoria da qualidade visa reconhecer as áreas particulares de melhoria,

também prepara para a exploração das raízes da má qualidade e indica

providências necessárias e analisa se serão satisfatórias para atingir a meta

(CHIMHAMHIWA; MUTANGA; MOLEN, 2011).

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Juran afirma que a única forma de garantir a conformidade é pela utilização

do produto apropriado e o projeto de processos (ADAM; FOSTER, 2000). Ele

também defende o uso do cálculo dos custos da qualidade e diagnósticos para

enfatizar problemas de qualidade, bem como o emprego de ferramentas estatísticas

para analisar e extinguir problemas, assim certificando a conformidade com as

especificações e padrões de performance (LEE, 2013).

2.2.3 Armand Vallin Feigenbaum

Feigenbaum estabeleceu em seu livro “Controle da Qualidade Total” que: o

controle de projeto, o controle de material recebido, o controle de produto e o estudo

de processos especiais, eram as atividade de controle da qualidade. Para

Feigenbaum, o Total Quality Control (TQC) é um princípio efetivo para a associação

do empenho das diferentes equipes em uma corporação, na concepção da

qualidade nas áreas de manutenção e de melhoria da qualidade (CARPINETTI,

2012).

2.2.4 William Edwards Deming

Para Deming(2003), a medição da qualidade deve ser feita utilizando-se da

interação de três participantes, são eles: o produto adquirido, o usufrutuário e o

modo que ele utiliza, instala e cuida do produto, e por fim como o usuário é guiado

na utilização do produto, bem como o treinamento do cliente, a assistência técnica,

os serviços de reparos e as peças disponíveis.

Segundo Lucatelli (2012), Deming acredita que a melhoria continua tende a

reduzir a necessidade de trabalhadores, e que deve-se criar novos produtos e

serviços para voltar a empregar aqueles que não são mais necessárias. Também,

há a necessidade de entendimento sistêmico da personalidade dos funcionários e de

como a personalidade deles afetam o desempenho de suas atividades (LUCATELLI,

2012).

Entre as contribuições de Deming para a qualidade estão seus 14 pontos de

melhoria, entre eles estão: Desenvolver constantemente a metodologia de produção

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e de prestação de serviços, de forma que melhore a qualidade e a produtividade e

reduza os custos, e também, instaurar treinamento no local de trabalho, com a

utilização da estatística (DEMING,1990). Também, Deming define como qualidade a

busca pela melhoria dos produtos e processos, com a intenção de satisfazer os

clientes (COSTA et al., 2011).

2.2.5 Philip Bayard Crosby

Crosby difundiu o programa Zero Defeitos, que utilizava ideias de custos da

qualidade concebidas por Juran, porém possuía um grande apelo para as áreas de

motivação e gerenciamento, com destaque em fazer corretamente de primeira

(CARVALHO; PALADINI, 2012). Ele desenvolveu um modelo de maturidade

conhecido como, “Quality Management Maturity Grid”, por meio desse conceito é

possível medir cinco fases da maturidade de uma organização (incerteza, despertar,

esclarecimento, sabedoria, e certeza), utilizando a gestão do conhecimento e

atributos, o status da organização da qualidade, o tratamento de problemas, o custo

da qualidade, as ações de melhoria de qualidade e a declaração característica

(GEROLAMO, et al., 2014).

Para Costa et al (2011), Crosby determina a qualidade como a concordância

do produto ou serviço com o que é requerido pelos clientes. Assim como Deming,

Crosby também definiu os 14 pontos prioritários para a qualidade, entre eles estão a

utilização de indicadores de qualidade, que medem a qualidade da empresa e

apontam onde as melhorias devem ser feitas e também a verificação dos custos

incorridos devido a não qualidade (CARVALHO; PALADINI, 2012).

2.2.6 Kaoru Ishikawa

Entre as principais contribuições de Ishikawa para a qualidade está o

Diagrama de Causa e Efeito (também conhecido como diagrama de Ishikawa), que

faz parte das “sete ferramentas do controle da qualidade”, as quais ele ajudou a

difundir (ABRANTES,2009).

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Ishikawa (1994), aborda que a qualidade efetiva é aquela que traz satisfação

ao consumidor. Entre as melhorias da qualidade proposta, ele destaca que para

haver uma boa implementação de TQM é essencial a participação dos

trabalhadores, expandindo o conceito dos Círculos de Controle de Qualidade (CCQ)

(RODRIGUES; WERNER, 2012). Os CCQ, são grupos de estudos para a melhoria

da qualidade, composto geralmente por 10 membros ou menos, estes grupos tem a

finalidade de melhorar as tarefas desempenhadas pela empresa com um programa

de controle de qualidade para aumentar a produção, a educação e o

desenvolvimento pessoal do funcionário (BOER; BLAGA, 2014).

Ele também é reconhecido como o precursor da revolução da qualidade no

Japão, argumentava na gestão da qualidade um comportamento participativo e

também o método “bottom-up”, que identificava os problemas a partir da raiz (LEE,

2013). Ainda, Ishikawa contribuiu para a estratégia conhecida como Company Wide

Quality Control (CWQC), em que o elemento chave para o sucesso da empresa era

o suporte vindo da alta gerência (FLOTT, 2012).

2.2.7 Genichi Taguchi

Taguchi tinha como foco principal as tarefas de projeto, ele denominou essa

área de controle da qualidade off-line, para ele, criar um produto de qualidade

robusta era uma forma singular para assegurar a satisfação do cliente. Ele também

sugeriu a função perda e técnicas de projeto de experimento (DoE – Design of

Experiment) (CARVALHO; PALADINI, 2012).

Taguchi definiu a qualidade em termo de perdas mínimas para a sociedade,

que pode ser traduzida para consistência de performance quando a performance

está próxima do objetivo com a menor variação. Para ele a qualidade é melhor

alcançada minimizando o desvio do objetivo, o produto deve ser projetado de uma

forma que não sofra influências do ambiente. Ainda deve-se projetar a qualidade

para o produto e não inspecioná-la para ele. Também, o custo da qualidade deveria

ser medido como uma função de desvio padrão, e as perdas deveriam ser medidas

pelo sistema todo (ROY, 2010).

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Para Taguchi, a qualidade do produto é o total de perda para a sociedade,

logo o produtor deve originar um bem com base em seu valor alvo, para que a perda

para a sociedade seja menor (CHEN; LAI, 2007). Portanto, o método envolve

redução na variação do processo por meio do projeto robusto dos experimentos

(MAJI; MITRA;; PAL, 2016). Se a média dos procedimentos aproxima-se do valor

alvo e o desvio padrão do processo se aproxima de zero, então o processo está em

controle ótimo (CHEN; LAI, 2007).

2.3 ABORDAGENS DA QUALIDADE

Existem variadas formas de atender as necessidades do cliente, nesse

sentido a qualidade pode ser abordada estrategicamente a fim de alcançar os

objetivos estabelecidos pela empresa. Segundo Carvalho e Paladini (2012), a

qualidade pode ser abordada de cinco formas diferentes, conforme o Quadro 1.

Transcendental A qualidade é uma palavra com sentido semelhante de superioridade inerente. É plena e absolutamente reconhecível (CARVALHO; PALADINI, 2012).

Baseada no Produto

A qualidade é uma variável que pode ser medida, são exemplos dessas variáveis a natureza e a quantidade de matéria prima, as características, os recursos ou os serviços inclusos (STYLIDISA; WICKMANA; SÖDERBERGA, 2015).

Baseada no Usuário

A qualidade é uma variável subjetiva, em que os bens que possuem melhor qualidade, são aqueles que atendem da melhor forma as necessidades do cliente (COSTA et al., 2011).

Baseada na Produção

A qualidade é referente a conformidade com os requisitos, portanto se um projeto ou especificação possuir algum desvio ele sofrerá uma redução em sua qualidade (PEDERSEN; HOWARD, 2016).

Baseada no Valor

A qualidade do produto é diretamente relacionada com a sua performance e conformidade a um preço admissível (PEDERSEN; HOWARD, 2016). Este enfoque dá saliência à Engenharia/Análise de valor – EAV (CARVALHO; PALADINI, 2012).

Quadro 1 - Abordagens da qualidade Fonte: Autor (2017)

Castleberry e McIntyre (2011), acreditam que a qualidade percebida é a

confiança sobre o grau de excelência de um produto ou serviço que provém da

análise consciente ou inconsciente que surge a partir de experiência anterior,

alternativas relativas, discernimentos ou expectativas de avaliação.

Quando a qualidade é abordada em relação à um bem, a informação é

reconhecida como um produto ou coisa e quando é em relação ao usuário, ela é

valorizada conforme as necessidades dele (OLETO, 2006). Para Pedersen e

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Howard (2016), na abordagem transcendental a qualidade é percebida como uma

característica abstrata de um bem que é imensurável e só é percebida através da

experiência, pode ser relacionada a uma experiência emocional relacionada ao

produto, como exemplo o uso da publicidade. Quando a abordagem é em relação à

produção, o que gera diminuição da qualidade é a falta de conformidade com os

requisitos (PEDERSEN; HOWARD, 2016). A abordagem baseada em valor é tida a

partir de um julgamento subjetivo, portanto é diretamente relacionada aos usuários

ou outras partes interessadas (PEDERSEN; HOWARD, 2016).

2.4 DIMENSÕES DA QUALIDADE

Um produto ou serviço pode ter sua qualidade avaliada de diversas formas,

assim como muitas variáveis podem influenciar na decisão do cliente referente à sua

aquisição. Esses aspectos são aqueles que ajudam o cliente a definir sua escolha

com base em como o produto irá se comportar, seu tempo de duração e também

quão bom serão os serviços de pós-venda caso alguma falha possa ocorrer. Para

Montgomery (2012), existem oito dimensões da qualidade, expostas no Quadro 2.

Desempenho Verificar se o produto exercerá a função pretendida. Geralmente os consumidores avaliam o quão bem o produto que eles desejam poderá desempenhar as funções que eles necessitam.

Confiabilidade Qual a regularidade de falhas do produto. Há produtos que irão gerar falhas ao longo de sua vida útil. Um exemplo é a indústria de automóveis e eletrodomésticos, que os produtos podem precisar de reparos ao longo de sua vida útil. Por isso esse é um fator relevante na visão da qualidade do comprador.

Durabilidade Quanto tempo de duração o produto terá. Os consumidores estão interessados em produtos que desempenharão suas funções com um tempo de vida útil razoável.

Assistência Técnica

Com que facilidade é possível realizar o conserto do produto. Em muitas indústrias, do ponto de vista do consumidor, a agilidade e a economia no reparo ou manutenção são fatores cruciais na tomada de decisão pela compra do produto. Como exemplo a agilidade na correção de uma fatura de cartão de crédito.

Estética A apresentação do produto ou serviço. Essa dimensão usa elementos como cor, forma, embalagem, estilo, entre outras condições sensoriais para atrair o consumidor. Por exemplo a indústria de refrigerantes que se diferenciam de seus concorrentes pela embalagem.

Características O que o produto ou serviço é capaz de fazer. Os consumidores costuma relacionar alta qualidade a produtos que possam oferecer mais performances do que os produtos regulares. Como exemplo de programa computacional, uma planilha que contenha funções de análise estatísticas em relação ao competidor que não possua essa mesma funcionalidade.

Conformidade Quando o produto segue as especificações de projeto. É considerado um produto de qualidade alta, aquele que apresenta precisamente os padrões que foram

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projetados. Como exemplo, a qualidade do ajuste de uma capota de carro, se seu grau de abertura é o mesmo em todos os lados, se as variações forem muito grandes pode haver problemas sérios em relação a qualidade do produto.

Qualidade Percebida

Refere-se a forma que a empresa é vista pelos consumidores. De forma geral, as pessoas tendem a confiar na reputação existente da empresa em relação à qualidade do produto que ela oferece. Essa reputação é inteiramente motivada pelos equívocos relacionados ao produto, que são fortemente perceptíveis na visão do público ou que demandam substituição do produto, bem como pela forma que o cliente é abordado no caso de ocorrência de falha relacionada a qualidade do produto.

Quadro 2 - Dimensões da qualidade Fonte: Adaptado de Montgomery (2012)

A qualidade percebida, a fidelidade do consumidor e as negociações

repetidas estão profundamente relacionadas. Como exemplo, pode-se usar uma

companhia aérea que sempre tem os horários respeitados, as bagagens sem danos

ou avarias e assento confortável, nesse caso, as chances de um usuário optar pela

mesma companhia quando for viajar é grande (MONTGOMERY, 2012).

Esse conjunto de características terão relação direta na escolha do cliente,

além de serem fatores que podem contribuir para que a empresa construa um nome

reconhecido e agregue valor ao seu portfólio de produtos e serviços.

2.5 CUSTOS DA QUALIDADE

Um cliente satisfeito, muitas vezes se tornará fiel, e é provável que

apadrinhe a empresa no futuro, enquanto que um cliente insatisfeito irá deixar de

frequentar a loja e disseminará a falta de qualidade que identificou para outras

pessoas (LOKE et al., 2011). A falta de conformidade de produtos e serviços poderá

incorrer em custos para a empresa. Para Juran, os Custos da má qualidade podem

ser divididos em quatro categorias, ilustradas do Quadro 3.

Custos das Falhas Internas

São os custos relacionados a incapacidade de corresponder aos níveis de qualidade demandados antes do produto ou serviço chegar ao cliente. (JURAN,1991). A eliminação desses custos traria maior eficiência, eficácia e produtividade, além de prevenir e evitar lacunas desnecessárias. (STAICULESCU, 2012).

Custos das Falhas Externas

São os custos relacionados a impossibilidade de um produto ou serviço satisfazer a qualidade demandada após a entrega ao consumidor. (JURAN,1991). No custo intangível, inclui-se o custo de uma oportunidade perdida com os lucros que não foram ganhos, devido a perda de clientes e também a redução das receitas devido à não-conformidade com o esperado. (AL-TMEEMY; HARUN; RAHMAN, 2011).

Custos de Avaliação

São os custos associados à verificação da conformidade dos requisitos da qualidade. (JURAN,1991). A melhoraria e intensificação do controle de qualidade são exemplos de medidas que podem beneficiar a empresa. (STAICULESCU, 2012).

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Custos de Prevenção

São os custos associados para que a manutenção dos custos de falhas e avaliação estejam em níveis mínimos. (JURAN,1991). As atividades de prevenção podem melhorar o processo de capabilidade, a qualificação dos trabalhadores, a inspeção e o design dos equipamentos. (YOO; KIM; PARK, 2012).

Quadro 3 - Custos da qualidade Fonte: Autor (2017)

A Figura 2 mostra a representação clássica dos custos da qualidade.

Segundo Carpinetti (2012), quando os custos decorridos das falhas ultrapassam os

custos de prevenção e avaliação, logo pode haver uma redução de custo por meio

do aperfeiçoamento da qualidade (CARPINETTI, 2012).

Figura 2 - Representação clássica dos custos da qualidade

Fonte: Carvalho e Paladini (2012)

A classificação de falhas, prevenção e avaliação apresenta vantagens

específicas, tais como a sua aceitação, a identificação dos variados tipos de custos,

bem como o fornecimento de critérios para ajudar a decidir se os custos estão

relacionados à qualidade ou não (CASTILLO-VILLAR; SMITH; SIMONTON, 2012).

2.6 FERRAMENTAS DA QUALIDADE

As ferramentas da qualidade são instrumentos de qualidade clássicos, são

elas: o histograma, os gráficos de controle, as folhas de verificação, o gráfico de

causa e efeito, o diagrama de dispersão, a estratificação e o diagrama de Pareto.

Segundo Ishikawa (1994), elas podem solucionar aproximadamente 95% dos

problemas em um ambiente organizacional. Estas ferramentas são utilizadas para

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ordenar e sintetizar a qualidade, bem como auxiliar na tomada de decisão, a fim de

alcançar os níveis de qualidade desejados (BOER; BLAGA, 2012).

2.6.1 Histograma

Um histograma consiste de atividades e processos em sequência, ele

apresenta o fluxo dessas ações e possibilita a identificação e a origem de problemas

(MAEKAWA; CARVALHO; OLIVEIRA, 2013). É representado por um diagrama de

barras que mostra uma separação entre a frequência absoluta ou relativa de uma

variável verificada em espaços de tempo individuais. O eixo X corresponde à largura

do intervalo a ser estudado, enquanto que o eixo Y indica a altura dos blocos que

representa a frequência de determinadas variáveis em certos intervalos

(SIMANOVÁ, 2015).

Gráfico 1 - Histograma de pintura

Fonte: Adaptado de Boer e Blaga (2012)

Um exemplo de histograma é representado no Gráfico 1, em que a

quantidade de falhas reportadas pelos clientes é mostrada do eixo Y e as categorias

de falhas estão representadas no eixo X. Na gestão da qualidade, o histograma

trata-se principalmente da distribuição dos valores de qualidade ou valores

relacionados a aspectos da produção que estão diretamente ligados a qualidade dos

produtos (SIMANOVÁ, 2015).

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2.6.2 Gráficos de Controle

Os gráficos de controle mostram um processo medido ao longo do tempo, e

definem Limites Superiores de Controle (LSC) e Limites Inferiores de Controle (LIC),

para assegurar que os processos terão seu melhor desempenho. Assim, quando os

pontos estão distribuídos aleatoriamente dentro das especificações eles encontram-

se em controle estatístico, porém quando os pontos ultrapassam os limites, o

processo está fora de controle. Nesse último caso, deve-se analisar as causas que

estão impedindo o processo de obter estabilidade em seu funcionamento.

Para a construção de um bom gráfico de controle, geralmente, pelo menos,

30 pontos de dados são necessários, o que permite a determinação dos limites de

controle superior e inferior (REIS et al., 2015). Os limites de controle superior e

inferior geralmente representam três desvios padrão da média, estes limites

normalmente são entendidos como o intervalo no qual a variação se deve ao acaso

e não a um fracasso evitável ou uma causa atribuível (REIS et al., 2015).

2.6.3 Folhas de Verificação

Segundo Carpinetti (2012), as folhas de verificação são utilizadas para

projetar a coleta de informações com base na necessidade de observação de dados

em períodos futuros. Dessa forma, a coleta de dados é simplificada e ordenada,

excluindo a necessidade de reajuste dos dados. Em geral, a folha de verificação

constitui-se de um formulário em que os elementos a serem analisados já estão

impressos.

Diversos tipos de folhas de verificação podem ser utilizadas, as mais

comuns são a de avaliação da distribuição de um elemento de controle no processo

e a de avaliação para categorização de falhas (CARPINETTI,2012). Usualmente,

folhas de verificação são gráficos simples para documentar dados mensuráveis

antes, durante e depois da realização de intervenções (REIS et al., 2015).

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2.6.4 Diagrama de Causa e Efeito

É, também, conhecido como Diagrama de Ishikawa, tem como principal

atributo a função de determinar as causas de um problema e determinar quais são

os efeitos gerados a partir daquela circunstância. O primeiro passo para a

construção de um Diagrama de Ishikawa é identificar as causas, então o processo é

discutido e todas as possíveis fontes dos problemas são levantadas. Em seguida

essas causas são analisadas para que se encontre o efeito esperado, ou efeito

resultante de algum problema (SELEME, 2008).

O Diagrama de Ishikawa é representado graficamente, permitindo que as

informações sejam organizadas conforme sua semelhança a partir de seis eixos

principais (materiais, máquinas, método, meio ambiente, mão-de-obra e medição),

fazendo que com que seja possível identificar as possíveis causas de um

determinado problema ou efeito, de forma particular e direcionada (MAEKAWA;

CARVALHO; OLIVEIRA, 2013).

2.6.5 Diagrama de Dispersão

É utilizado quando necessita-se estabelecer uma relação entre duas

variáveis. Faz-se uma aproximação do resultado por meio da equação reta em 2.1.

𝑦 = 𝑎 + 𝑏𝑥 (2.1)

Porém para ratificar se não há outra possibilidade de solução, deve se

utilizar o coeficiente de correlação 𝑟 , que apontará qual será a reta que melhor se

adequa a solução do problema. Sendo que quanto maior a proximidade do

coeficiente de correlação 𝑟 de 1, melhor é a aproximação da reta (SELEME e

STADLER, 2008).

2.6.6 Estratificação

É baseada na divisão de conjuntos em variados subconjuntos

fundamentados em particularidades ímpares ou de estratificação. As mais comuns

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fontes de variedades que operam nos procedimentos de produção compõem

prováveis motivos para a estratificação de um grupo de dados, como indivíduos,

metodologias, equipamentos, situações ambientais e avaliações, são causas

autenticas para a estratificação de dados (CARPINETTI, 2012).

O objetivo da estratificação é reconhecer de que maneira a variância dos

fatores selecionados tem um efeito no resultado do procedimento ou problema

investigado. É conveniente utilizar a estratificação nas etapas de diagnóstico e

observação de dados. Também é interessante coletar os dados em um intervalo de

tempo de grande abrangência para que se possa fazer análises em função do tempo

(CARPINETTI, 2012).

2.6.7 Diagrama de Pareto

O Diagrama de Pareto é utilizado para diferenciar as causas de maior

relevância das causas triviais, ele é conhecido como a regra de 80/20, no qual 80%

dos problemas provém de 20% das causas (REIS et al., 2015). De acordo com

Seleme (2008), o Diagrama de Pareto foi desenvolvido por Juran, que decompôs os

problemas de qualidade em “pouco vitais” e “muito triviais”, isto é, a maior parte dos

defeitos são devidos a uma quantidade pequena de causas.

Ele pode ser representado de diversas formas, uma delas é por meio de um

gráfico de barras verticais, que mostram os dados criando uma visão clara da ordem

de relevância das disfunções, causas e questões em geral. O diagrama também é

importante para a priorização de ações, quando não há recursos para solucionar

todos os problemas de uma só vez (CARPINETTI, 2012).

O Gráfico 2 é um exemplo de um diagrama de Pareto, em que as atividades

são representas pelas letras de A à F e outros, e a frequência de cada uma delas é

representada pela altura das barras verticais. A curva representa o somatório das

porcentagens das barras.

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Gráfico 2 - Diagrama de Pareto

Fonte: Adaptado de Ribeiro e Ten Caten (2013)

Independentemente do instrumento de qualidade escolhido, a utilização de

cada um deles demanda a cooperação de todas as partes envolvidas e implica na

máxima eficiência em relação a colaboração e a comunicação interna tida na

empresa, visando alcançar um objetivo final comum e bem definido (BLAGA; BOER,

2012).

2.7 DIAGRAMA DE KANO

Para atender as necessidades e demandas dos clientes é imprescindível

determinar o que é esperado pelo mesmo, portanto o cliente deve ser o foco, para

que seja possível obter uma compreensão do que é demandado por ele. O "modelo

de Kano" é empregado com o intuito de categorizar em grupos as necessidades dos

clientes de acordo com cada requisito (BILGILI; ERCIş; ÜNAL, 2011).

A hipótese implícita do método de Kano é que a satisfação do cliente não é

invariavelmente proporcional ao quão funcional o produto é, portanto mesmo que o

produto possua maior qualidade não quer dizer que necessariamente o consumidor

terá maior satisfação em relação a todos os atributos do produto ou requisitos de

serviços (BILGILI; ERCIş; ÜNAL, 2011).

Para entender o papel de atributos de qualidade, o modelo de Kano avalia

padrões de qualidade, baseados na satisfação dos clientes de acordo com atributos

específicos de qualidade e seu grau de adequação. A teoria explica como a relação

entre o grau de suficiência, e a satisfação do cliente com um atributo de qualidade,

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podem ser classificados em seis categorias de qualidade percebida: a "qualidade

atrativa", a "qualidade unidimensional", a "qualidade obrigatória", a " qualidade

neutra", a “qualidade questionável” e a " qualidade reversa (BILGILI; ERCIş; ÜNAL,

2011). A Figura 3 apresenta três dessas categorias, no eixo horizontal está o grau

de desempenho de um determinado atributo e no eixo vertical a satisfação em

relação a um determinado atributo.

Figura 3 - Diagrama de Kano

Fonte: Adaptado de Bilgili, Erciş e Ünal (2011)

Wang e Wang (2014) conceituam as características das categorias de Kano

como apresentado no Quadro 4: Qualidade obrigatória

Quando uma característica se encaixa nessa categoria o cliente fica extremamente insatisfeito se o atributo está ausente, mas a sua presença não amplia o grau de satisfação, pois os clientes assumem que a sua presença é obrigatória.

Qualidade unidimensional

A existência de uma característica nesta categoria expande o nível de satisfação do cliente, enquanto que sua ausência reduz proporcionalmente o nível de satisfação.

Qualidade atrativa A existência de um atributo nesta categoria produz satisfação diretamente favorável, enquanto que sua ausência não trará insatisfação para os clientes.

Qualidade inversa Um atributo nesta categoria deve ser retirado de um produto desde de que a sua existência é danosa em relação à satisfação do cliente.

Qualidade neutra Um atributo nessa categoria não colabora significativamente para a satisfação do cliente, sua presença ou ausência são indiferentes em um produto.

Qualidade questionável

Este resultado indica que a pergunta foi formulada de forma incorreta pelo cliente, ou uma resposta ilógica foi dada por um fornecedor.

Quadro 4 - Categorias de acordo com Kano Fonte: Adaptado de Wang e Wang (2014)

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Os atributos também podem mudar ao longo do tempo, como exemplo

fatores atrativos podem se tornar unidimensionais e eventualmente obrigatórios

(LOW et al., 2015). Para Liao, Yang e Li (2015), estes tipos de requisitos são apenas

relativos para as condições atuais, pois conforme o nível de tecnologia prosseguir a

evoluir, as necessidades dos usuários para os atributos funcionais do produto se

tornarão cada vez mais alta, assim as exigências dos usuários apresentarão uma

mudança de ciclo de vida.

2.8 QUALIDADE EM SERVIÇOS

De forma geral, os serviços são atividades que as companhias desenvolvem

com a finalidade de satisfazer seus clientes. Para Kaňovská e Tomášková (2015),

quando os serviços ao cliente são feitos com qualidade eles podem ser

considerados pontos fortes contra empresas concorrentes, além de garantir a

fidelidade do consumidor, criar diferenciação dos produtos, reduzir os custos de

marketing e ampliar a atuação.

2.8.1 Caracterização dos Serviços

Os serviços possuem características próprias que os diferem dos produtos,

eles são intangíveis, heterogêneos, não são estocáveis, são simultâneos,

necessitam da participam do cliente enquanto são produzidos e sua qualidade é

avaliada de outra forma. Essas características são descritas no Quadro 5. Intangibilidade

Os serviços são intangíveis, por consequência não podem ser tocados, sentidos ou vistos. Em vista disso, é de função do prestador de serviços produzir evidencias tangíveis dos serviços de alguma forma (CARVALHO; PALADINI, 2012). Embora os serviços não precisem incluir qualquer objetos palpáveis em suas atividades, eles podem fazê-lo (CANDI, 2007).

Heterogeneidade Uma diferenciação da maioria dos produtos físicos, nenhum serviço pode ser desempenhado de forma idêntica a outro, pois serviços em muitos casos são personalizados (EVANS, 2016). Em síntese, um prestador de serviços precisa expandir redes de relacionamento e confiança em seus clientes, a fim de padronizar e também adaptar-se à seu público de modo a resolver o problema da heterogeneidade nos serviços (FREGIDOU-MALAMA; HYDER, 2015).

Estocabilidade Precisa ser consumido no momento em que é produzido, logo não pode ser armazenado (EVANS, 2016).

Necessidade da participação do cliente

O contato com o cliente é um fator indispensável na prestação de serviços, para que o serviço seja realizado há a necessidade da presença do consumidor (CARVALHO; PALADINI, 2012).

Simultaneidade Geralmente os produtos são feitos antes do cliente adquiri-los. Enquanto que os

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serviços são comumente efetuados em simultaneidade ao seu consumo (CARVALHO; PALADINI, 2012).

Qualidade Enquanto que para produtos em geral, a avaliação da qualidade é feita apenas sobre o produto acabado, o julgamento sobre a qualidade do serviço é feito sobre como ele foi produzido e também o seu resultado final (CARVALHO; PALADINI, 2012).

Quadro 5 - Caracterização dos serviços Fonte: Autor (2017)

Embora os serviços sejam intangíveis, é possível torná-los tangíveis,

reforçando na memória do cliente o que oferecem, como exemplo uma rede

hoteleira fornecer itens complementares que contenham o logo do hotel

(FITZSIMMONS, 2010). Portanto, essas características são comumente

apresentadas nos serviços, podendo algumas delas não estar presentes em todos

os tipos de serviços.

2.8.2 Doze Princípios dos Serviços

Os serviços são as atividades que são realizadas na presença do

consumidor, tendo como prioridade as relações diretas com o cliente. Diferente dos

bens manufaturados, os produtos são muito fáceis de se adequar a cada cliente.

Para alcançar seus objetivos uma empresa deve inserir uma série de princípios, em

seu dia a dia, que irão contribuir para a melhoria do serviço prestado. Para

Denton(1990), os serviços possuem doze princípios, que são apresentados no

Quadro 6:

Perspectiva gerencial Os gerenciadores de serviços devem criar estratégias operacionais e de marketing que foquem nas dimensões da qualidade em serviços que podem aumentar a satisfação do cliente (OLORUNNIWO; HSU, 2006).

Criar um nicho estratégico

A estratégia que a empresa deseja seguir deve estar bem definida, para que a companhia possa estar à frente de seus concorrentes, contudo os pontos fortes devem ser esclarecidos e as fraquezas reconhecidas para a melhoria de suas características (DENTON,1990).

A gerência deve dar apoio

No atendimento ao cliente, os funcionários com contato direto com o consumidor fornecem qualidade de serviço, o que é influenciado pela medida em que a organização apoia os esforços dos funcionários (SINGH, 2000).

Compreender o seu negócio

Os gerentes precisam entender o efeito da performance na qualidade dos serviços no nível de satisfação dos cliente (FIN, 2011).

Empregar os embasamentos operacionais

Deve-se considerar os mecanismos de sustentação bem como os balanceamentos que são necessários para que o fornecimento de altos níveis de qualidade em serviço sejam efetivos (JACK; BEDICS; MCCARY, 2006).

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Compreender, estimar e acompanhar o cliente

Para Freitas (2005), é preciso transformar as necessidades e perspectivas do cliente em concepções de serviço que possam atendê-los da forma correta.

Utilizar tecnologia adequada

O uso de tecnologias pode auxiliar para o aumento da produtividade e ter impacto positivo nos objetivos da empresa (JACK; BEDICS; MCCARY, 2006).

A necessidade de inovar

É de extrema importância a exploração de novas ideias e o desenvolvimento para que se possa aplicar as inovações provenientes da pesquisa (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009)

Contratar as pessoas corretas

Saber encontrar as pessoas com características que melhor se encaixarão ao negócio, para que o cliente seja tratado com cortesia e obtenha auxílio na resolução de problemas (DENTON, 1990).

Providenciar treinamento baseado no perfil

Investir no desenvolvimento dos funcionários por meio de treinamentos pode aumentar a qualidade dos serviços, além de possibilitar maior competitividade (FITZSIMMONS, 2010)

Determinar padrões, medir desempenhos e agir

Trabalhar com uma hierarquia de procedimentos das atividades com a necessidade de procedimentos que assegurem a prestação de serviços corretos e confiáveis (OLORUNNIWO; HSU, 2006)

Instituir incentivos Ainda segundo Denton(1990), os incentivos podem ser financeiros ou não-financeiros, como participação nos lucros, pacotes de benefícios e pagamentos. É imprescindível que haja um esclarecimento de que há uma conexão direta entre o desempenho e os resultados.

Quadro 6 - Doze princípios da qualidade em serviços Fonte: Adaptado de Denton (1990)

Os doze princípios de qualidade em serviços definidos por Denton(1990),

abordam de forma geral a importância da alta gerência estar consciente de seus

objetivos e da estratégia definida pela empresa, além de dar suporte a seus

subordinados. A compreensão do negócio para que todas as áreas da empresa

desempenhem suas atividades em conjunto. Também, a atenção na utilização da

tecnologia adequada para cada serviço, e inovação. Além da contratação das

pessoas certas para cada função e o fornecimento de treinamentos para que

desempenhem suas funções da melhor forma, bem como a criação de incentivos

aos funcionários para que se sintam motivados. E acima de tudo a compreensão das

necessidades do cliente para que as atividades sejam desempenhadas a fim de

atender as expectativas dos mesmos.

2.8.3 Tipologia dos Serviços

Os serviços, possuem diferentes tipologias, eles podem ser abrangentes e

atender uma alta quantidade de pessoas de uma forma genérica, mas também

podem ser customizados em conformidade com o que é demandado pelo cliente.

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Eles podem ser distinguidos em “Serviços de Massa”, “Serviços Profissionais”,

“Lojas de Serviços” e “Indústria de Serviços” (CORRÊA; CORRÊA, 2013).

Serviços de massa: São serviços que abrangem processos com uma alta

quantidade de clientes, que compreende um tempo de contato restrito e um serviço

com baixa variedade quanto à padronização. Normalmente esses serviços são

fundamentados em equipamento e dirigidos para o produto, sendo que grande parte

do valor agregado é feito no escritório de retaguarda (back office), e

comparativamente baixa atividade de avaliação realizada pelos membros de linha de

frente (front office) (CARVALHO; PALADINI, 2012). O presente trabalho trata de um

tipo de serviço de massa, que é o serviço de telefonia móvel.

Serviços profissionais: São aqueles em que a instituição possui alto contato

com o cliente, gastando um tempo considerável durante a prestação do serviço.

Consequentemente, atendem um número baixo de cliente, porém de forma

personalizada. Há um elevado grau de customização, tornando os procedimentos

extremamente flexíveis conforme as necessidades de cada cliente (CARVALHO;

PALADINI, 2012). Tendo como exemplo desses serviços, os dentistas, os arquitetos

e os psicólogos.

Lojas de serviços: São definidas por seu grau médio de relacionamento com

o consumidor, portanto, estão no meio da customização e a padronização. Assim

como a quantidade de clientes atendidos e número de colaboradores na linha de

frente e na retaguarda também estão entre os serviços de massa e os serviços

profissionais (CARVALHO; PALADINI, 2012). São exemplo dessa tipologia de

serviços, hospitais e restaurantes.

Indústria de serviços: Tem como característica baixa variação e também

baixo tempo de processamento, são exemplos companhias aéreas, hotéis, resorts,

serviço expresso de caminhões (OLORUNNIWO; HSU, 2006)

Cada tipo de serviço oferece um grau de customização, portanto cada

empresa deve conhecer seu nicho de mercado e identificar qual o tipo de serviço

que oferece e diferenciá-lo dos concorrentes a fim de realizá-lo da melhor forma e

satisfazer as necessidades de seus clientes.

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2.8.4 Dimensões da Qualidade para os Serviços

Quando um cliente avalia o serviço prestado por uma empresa em

conformidade com suas expectativas, como resultado, ele pode ter um sentimento

pessoal de satisfação ou decepção. Segundo Loke et al (2011), geralmente os

prestadores de serviço priorizam a satisfação do cliente, pois esse fator tem sido

reconhecido como um condição para a reter clientes. O domínio dos serviços é o

"mundo" em que as oportunidades e delimitações compreendem metas específicas

(Wild, 2010). Portanto, cada empresa deve focar especificamente em seus objetivos,

para que assim possa satisfazer seus cliente.

Para Carvalho e Paladini (2012), um serviço é usualmente analisado em

relação às suas dimensões ou propriedades. Utilizando-se das “Dimensões da

Qualidade” é possível criar uma série de perspectivas de desempenho que auxiliem

a companhia a centralizar suas forças. O Quadro 7 ilustra algumas das dimensões

da qualidade de alta relevância no setor de serviços.

Atendimento Grau de dedicação dos servidores em relação aos clientes.

Confiabilidade Capacidade de desempenhar o serviço proposto com confiabilidade e acurácia.

Responsividade Empenho em auxiliar o comprador e prover serviços rapidamente.

Competência Ter a fundamental competência e instrução para conceder o serviço.

Consistência Nível de inexistência de oscilação entre o que é especificado e o serviço realizado.

Cortesia Respeito, estima e cordialidade na relação pessoal.

Credibilidade Integridade, princípios e convicção no serviço.

Segurança Ausência de inconvenientes, ameaças ou desconfiança.

Acesso Localização e comunicação de fácil acesso.

Comunicação Fazer com que o cliente seja auxiliado em uma linguagem que ele compreenda.

Conveniência Imediação e disponibilidade dos benefícios, a qualquer ocasião.

Velocidade Agilidade para começar e efetuar o atendimento/serviço.

Flexibilidade Competência de modificar o serviço proporcionado ao cliente.

Entender o cliente

Esforçar-se para compreender o cliente e seus desejos.

Quadro 7 - Dimensões da qualidade em serviços Fonte: Adaptado de Carvalho e Paladini (2012)

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As dimensões da qualidade para os serviços citadas no Quadro 7, sintetizam

fatores que têm influência direta na percepção do consumidor em relação ao serviço,

portanto cada uma delas deve ser analisada e atendida precisamente de acordo

com o serviço prestado.

Para Lovelock (2001), a confiabilidade é considerada o fator mais importante

entre as dimensões da qualidade, pois a falta de confiabilidade do serviço demostra

que o mesmo é deficiente em relação a seus outros atributos, isso pode implicar na

mudança de fornecedor caso o cliente acredite que a empresa é incompetente. O

capítulo 2.9 trata dos gaps entre o que é esperado pelo consumidor e o que o

prestador de serviços oferece, incluindo como analisar e eliminar o distanciamento

do atendimento às necessidades do cliente e o que o fornecedor oferece.

2.9 MODELO DOS 5 GAPs

Segundo Carvalho e Paladini (2012), a percepção do cliente é formada no

decorrer dos períodos que ele tem em contato com o prestador do serviço, o que

gera uma série de percepções. Para cada um desses períodos, existirá um confronto

entre a percepção e a expectativa do serviço. Com isso, o cliente irá produzir uma

percepção do serviço durante a prestação do mesmo. O Quadro 8 apresenta os 5

gaps de acordo com a definição de Carvalho e Paladini (2012).

Falha Descrição Fatores-chave

Gap 1 Equívoco na analogia da expectativa dos consumidores e na percepção da alta direção em relação ao serviço

1. Ausência de instrução para identificar o cliente. 2. Problemas na comunicação com a gerência. 3. Excesso de posições gerenciais.

Gap 2

Engano na assimilação entre as particularizações da qualidade do serviço e a visão dos gestores sobre o que os clientes esperam

1. Comprometimento impróprio dos gestores em relação a qualidade dos serviços. 2. Perspicácia de inviabilidade. 3. Inconformidade na uniformização de funções. 4. Falta de propósito.

Gap 3

Imprecisão no entendimento da semelhança entre o serviço oferecido e as particularizações da qualidade dos serviços

1. Imprecisão e divergência nas funções. 3. Dificuldades de adaptação do funcionário e com a tecnologia. 5. Normas de direção e controle apropriados. 6. Perspicácia de controle impróprio – ações. 7. Ausência de trabalho em conjunto.

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Fonte: Adaptado de Carvalho e Paladini (2012) Quadro 8 – Modelo dos 5 Gaps

A Figura 4 representa os 5 gaps de forma esquemática de acordo com as

definições do Quadro 8.

Figura 4 - Modelo conceitual de qualidade de serviço

Fonte: Adaptado de Zeithaml, Parasuraman e Berry (2010)

Os cinco gaps apresentam de uma forma geral, as falhas que pode ocorrer

durante a prestação de serviços e quais são os fatores chaves que indicam o que

Gap 4 Falha na comparação entre o serviço oferecido e a relação com os consumidores (marketing)

1. Insuficiência de equivalência entre os compromissos e o serviço concedido. 2. Articulação entre a área de marketing e a área de operações. 3. Concepção de expectativa coesa. 4. Diálogo no decorrer da prestação do serviço.

Gap 5

Equívoco no confronto entre a percepção do serviço e a expectativa do mesmo. Esse problema ocorre em consequência das falhas do tipo 1 a 4.

-

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pode ser melhorado para evitar que esses enganos ocorram. Portanto para que o

prestador de serviço esteja mais próximo de seus clientes e do atendimento das

necessidades deles, ele deve considerar todos os gaps que podem ocorrer em seu

negócio, a fim de evitá-los. Para Guirao, García-pastor e López-lambas (2016), a

pesquisa por meio de questionário é um modo de destacar as necessidades dos

clientes e reduzir os gaps entre a teoria e a prática.

2.10 CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSO

O Controle Estatístico do Processo (CEP) pode ser descrito como uma

metodologia estatística utilizada principalmente a produção possibilitando uma

diminuição sistêmica de variabilidade nos atributos da qualidade avaliada,

fornecendo dados que possibilitam o aumento de produtividade, acréscimo de

confiabilidade, e diminuição de custos (RIBEIRO; TEN CATEN, 2013).

Pela utilização do CEP é possível inspecionar uma amostra durante o

processo de produção e analisar se há algum aspecto que possa ser considerado

como causa especial, características que são consideradas anormais para aquele

tipo de processo e que podem provocar algum prejuízo ao produto. Portanto com a

identificação dessas causas especiais, é possível agir sobre elas e melhorar o

processo de forma contínua, garantindo que o produto final atinja os parâmetros de

qualidade adequados (RIBEIRO; TEN CATEN, 2013).

Gráficos de controle são utilizados para a identificação de anomalias

aparentes do processo. De acordo com Montgomery (2012), os gráficos de controle

podem ser classificados de duas formas: gráficos de controle por variáveis e gráficos

de controle por atributos. A característica de qualidade que pode ser medida e

mostrada como um algarismo é chamada de variável, nesse caso a avaliação pode

ser feita por meio da utilização de uma medida de tendência central e uma medida

de dispersão que compõe os gráficos de controle para variáveis (JOEKES;

BARBOSA, 2013).

Nos casos em que não é possível medir de forma quantitativa a

característica da qualidade desejada, os produtos devem ser classificados como

“conformes” ou “não conformes”, dependendo de sua concordância com as

especificações do produto. Assim, essas características são chamadas de atributos

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e sempre são classificadas por somente duas formas, por exemplo: “conforme” /

“não conforme”, “aceita” / “falha”, “funciona” / “não funciona”, “presente / ausente”.

Essas circunstâncias são particulares dos gráficos de controle para atributos

(JOEKES; BARBOSA, 2013).

2.10.1 Gráficos de Controle para Atributos

Três gráficos de controle por atributos são utilizados com maior frequência, o

“Gráfico de Controle para a Fração Não-Conforme”, também chamado de gráfico p,

que é relacionado a fração de elementos produzidos que estão não-conformes ou

com defeitos. O “Gráfico de Controle para Não-Conformidades”, também conhecido

como gráfico c, que é utilizado quando há a necessidade de observar o número de

não-conformidades ou defeitos. E por fim o “Gráfico de Controle para Não-

Conformidades por Unidade”, também nomeado de gráfico u, o qual é empregado

em casos em que a quantidade média de itens não-conformes por unidade seja mais

adequada para o controle do processo (MONTGOMERY, 2012).

Os gráficos de controle para atributos são utilizados particularmente nas

indústrias de serviços e quando se busca melhoria de qualidade não-industrial,

devido as características da qualidade especificas desses lugares serem de difícil

conversão para uma escala numérica (MONTGOMERY, 2012).

2.10.2 Gráficos de Controle para Variáveis

Montgomery(2012), sugere que os Gráficos de Controle para Variáveis com

utilização ampla no monitoramento de média e variabilidade de variáveis são

conhecidos como 𝑥 e R. Quando o controle do processo é medido por uma

característica da qualidade que é variável, pode se utilizar a média do processo por

meio do “Gráfico de Controle para Médias” ou gráfico 𝑥. Também, pode-se utilizar o

“Gráfico para a Amplitude” ou gráfico R, em que a amplitude do processo é medida

(MONTGOMERY, 2012).

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Para o gráfico 𝑥 os limites de controle geralmente são determinados a três

desvios-padrão da linha média (LM) que é a média do processo (COSTA;

EPPRECHT; CARPINETTI, 2005).

𝐿𝑆𝐶! = 𝜇! + 3𝜎! (2.2)

𝐿𝑀! = 𝜇! (2.3)

𝐿𝐼𝐶! = 𝜇! − 3𝜎! (2.4)

No uso do gráfico R os limites de controle comumente são originados a três

desvios-padrão da linha média (LM) que é a média do processo (COSTA;

EPPRECHT; CARPINETTI, 2005).

𝐿𝑆𝐶! = 𝜇! + 3𝜎! (2.5)

𝐿𝑀! = 𝜇! (2.6)

𝐿𝐼𝐶! = 𝜇! − 3𝜎! (2.7)

Para as Equações de 2.2 à 2.4, 𝜇! é a média do processo e 𝜎! é o desvio

padrão da média. Enquanto que para as Equações de 2.5 à 2.7, 𝜇! é a média da

amplitude e 𝜎! é o desvio padrão da amplitude.

Ainda, existe o Gráfico de Controle de Shewhart para Medidas Individuais,

também conhecido como I-MR. Esse diagrama é utilizado em circunstâncias as

quais o volume da amostra do processo é igual a 1, assim a amostra é composta por

uma unidade individual. Para o gráfico I-MR a amplitude móvel é dada pela Equação

2.8 (MONTGOMERY, 2012).

𝑀𝑅! = |𝑥! − 𝑥!!! | (2.8)

Os limites de controle das medidas individuais são calculados por meio das

Equações 2.9 à 2.11, em que 𝑥 é a média, 𝑀𝑅 é a amplitude móvel e d2 é um valor

constante de acordo com o número de observações da amostra (MONTGOMERY,

2012). Os valores para cada variação de observações de amostra encontram-se no

Anexo A .

𝐿𝑆𝐶 = 𝑥 + 3

𝑀𝑅𝑑!

(2.9)

𝐿𝑖𝑛ℎ𝑎 𝐶𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑙 = 𝑥 (2.10)

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𝐿𝐼𝐶 = 𝑥 − 3

𝑀𝑅𝑑!

(2.11)

Montgomery (2012) recomenda que quando um diagrama estiver fora de

controle deve-se primeiro eliminar as causas especiais do gráfico 𝑅, essa ação

poderá em muitos casos eliminar automaticamente a falta de padrão aleatório do

gráfico dos valores individuais. Ainda, recomenda-se não interpretar o gráfico de

valores individuais quando o gráfico da amplitude móvel estiver fora de controle.

Segundo Montgomery (2012), se pontos (ou um ponto) estiverem fora dos

limites de controle ou um padrão estiver somente em um dos lados acima ou abaixo

da linha central, então a média do processo estará deslocada. A interpretação dos

gráficos de controle individuais é dada por meio da análise dos padrões dos gráficos

da média e da amplitude.

Ainda, Montgomery(2012) ressalta a importância da verificação de

normalidade quando se for utilizar os gráficos de controle para observações

individuais, pois esse tipo de diagrama é muito sensível a falta de normalidade.

2.10.3 Capacidade do processo

A capacidade do processo pode ser expressa pela Razão da Capacidade do

Processo (RCP) 𝐶!, como mostra a Equação 2.12 (MONTGOMERY, 2012).

𝐶! =𝐿𝑆𝐸 − 𝐿𝐼𝐸

6𝜎 (2.12)

A Figura 5 mostra três situações relacionadas às especificações do processo

e ao RCP 𝐶!, assumindo que o processo em questão esteja centrado no ponto

médio dos limites de especificação.

A Figura 5 em sua representação superior mostra um processo em que a 𝐶!

tem valor superior a um (1), portanto o processo utiliza menos que 100% dos limites

de tolerância que são os valores especificados como máximo e mínimo para a

garantia da conformidade do processo, assim esse processo produz relativamente

poucos itens não-conformes. A imagem central da Figura 5 apresenta uma situação

em que a RCP 𝐶! é igual a um (1), consequentemente o processo utiliza a totalidade

da faixa de tolerância, então considerando uma distribuição normal o processo

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produziria aproximadamente 2700 ppm (ou 0,27%) de produtos não-conformes. A

parte inferior da Figura 5 ilustra um caso em que a RCP 𝐶! é menor que um (1), isso

significa que o processo utiliza mais de 100% de seus limites de tolerância, logo

esse processo produzirá um grande número de itens não-conformes

(MONTGOMERY, 2012).

Figura 5 - Discordância do processo e a razão da capacidade do processo Cp Fonte: Adaptado de Montgomery (2012)

Os Limites de Controles dos gráficos 𝑥 e R não tem relação matemática ou

estatística com os Limites de Especificação do Processo. Estes, são medidos pela

variabilidade do processo por meio dos Limites Naturais de Tolerância que são

definidos como Limites Inferiores Naturais de Tolerância (LINT) e Limites Superiores

Naturais de Tolerância (LSNT) e separados 3𝜎 acima ou 3𝜎 abaixo da média.

Enquanto que os limites de especificação são definidos de forma externa, sendo

determinados por engenheiros ou pela gerência por exemplo (MONTGOMERY,

2012).

Geralmente, quando o processo tem o ponto médio como centro então o

𝐶! = 𝐶!", enquanto que o processo estará descentrado se 𝐶!" < 𝐶!. A Figura 6

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ilustra a relação entre os índices 𝐶!e 𝐶!", em que é possível observar que quanto

menor 𝐶!" for em relação ao 𝐶! maior será o deslocamento do processo para a

direita. À medida que o centro do processo se afasta do ponto médio, mais

deslocado à direita estará a distribuição da normalidade, podendo ultrapassar

completamente o limite superior de especificação (MONTGOMERY, 2012).

Figura 6 - Relação entre Cp e Cpk Fonte: Montgomery (2012)

Para o cálculo do índice 𝐶!" relacionado à razão da capacidade do processo

que considera situações em que o processo está centrado ou não, utiliza-se a

Equação 2.13, em que 𝐶!" é apresentado na equação 2.14, e 𝐶! é mostrado na

equação 2.15, considerando o Limite Superior de Especificação e o Limite Inferior de

Especificação (MONTGOMERY, 2012).

𝐶!" = mín (𝐶!",𝐶!) (2.13)

𝐶!" = 𝐿𝑆𝐸 − 𝜇3𝜎 (2.14)

Scanned by CamScanner

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𝐶! =𝜇 − 𝐿𝐼𝐸3𝜎 (2.15)

Por meio da utilização do índice 𝐶! é possível obter dados para identificar a

capacidade potencial do processo, ou seja, quanto o processo utiliza da sua

capacidade de acordo com os limites de especificação. Enquanto que o índice 𝐶!"

mensura a capacidade efetiva do processo, portanto verifica se a atividade está

centrada ou não. Assim, o grau de semelhança entre 𝐶! e 𝐶!" tem relação direta e

indica a magnitude da centralidade do processo (MONTGOMERY, 2012).

2.11 SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÃO

A indústria de tecnologia da informação de forma geral, compreendendo o

setor de telecomunicações móveis, dispõe de um conjunto singular de fatores que

influenciam os consumidores e adaptam seus comportamentos em relação a outros

serviços tradicionais, como bancos e atividades de varejo (AKSOY et al., 2013).

Uma pesquisa desenvolvida com relação à área das telecomunicações móveis

propõe que a retenção de clientes é mais primordial do que alcançar novos clientes,

em virtude do aumento da saturação do mercado (LEE, 2010). Para Aksoy et al

(2013), a satisfação geral do consumidor está positivamente relacionada com suas

intenções de fidelidade.

Desde os anos 1990, a tecnologia móvel tornou-se cada vez mais popular no

setor das telecomunicações, com a vasta utilização da tecnologia móvel, a eficiência

e produtividade do setor melhoraram (AKSOY et al., 2013). O Brasil possui serviços

privados de telecomunicação e há um número considerável de prestadores de

serviços móvel, os que possuem maior representatividade no país são: Claro, Oi,

Tim e Vivo.

Para verificação do cumprimento das responsabilidades dos serviços dessas

prestadoras e também de outros serviços de telecomunicação foi criada uma

agência reguladora que é a Anatel. Essa agência possui como função regular e

fiscalizar características sobre usos de serviços, comercialização, execução,

funcionamento e implantação de redes de telecomunicações no Brasil. Entre essas

função está a criação anual de um indicador de qualidade percebida de acordo com

os usuários de telefonia móvel (ANATEL, 2015).

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É possível perceber que normalmente as companhias de telecomunicação

sofrem de falta de homogeneidade em termos de cobertura, isto é, algumas

empresas possuem uma maior área de cobertura em algumas regiões enquanto que

outras são dominantes em diferentes regiões. De acordo com Feijóo, Gómez-

Barroso e Ramos (2016), os prestadores de serviços de telecomunicação

geralmente são otimistas sobre a evolução futura da indústria e oferecem uma

perspectiva privilegiada sobre informações da indústria em relação às tendências de

demanda.

2.12 TEORIA APLICADA AO ESTUDO

Para um melhor entendimento da aplicação da teoria ao estudo, o Quadro 9

mostra cada assunto tratado no referencial teórico e qual item tem relação direta

com o estudo.

Relações da teoria com o estudo

Era da Qualidade Era do Controle Estatístico da Qualidade

Principal Guru Shewhart

Abordagem da Qualidade

Baseada no usuário

Dimensões da Qualidade

Desempenho, Confiabilidade, Assistência, Características, Conformidade e Qualidade Percebida

Custos da Qualidade

Falhas Externas

Ferramentas da Qualidade

Estratificação, Gráficos de Controle, Histograma

Diagra de Kano Qualidade Obrigatória, Unidimensional e Questionável

Caracterização dos Serviços

Intangibilidade, Heterogeneidade, Não Estocabilidade, Simultaneidade, Qualidade

Princípios dos Serviços

Compreender, estimar e acompanhar o cliente, utilizar tecnologia adequada, necessidade de inovar, contratar pessoas corretas, providenciar treinamento baseado no perfil, determinar padrões, medir desempenhos e agir

Tipologia dos Serviços

Serviço de Massa

Dimensões dos Serviços

Atendimento, Confiabilidade, Responsividade, Competência, Consistência, Cortesia, Credibilidade, Acesso, Comunicação, Conveniência, Velocidade, Flexibilidade, Entender o cliente

Principais Gaps GAP 1, GAP 2, GAP 3, GAP 4 E GAP 5

Controle Estatístico de

Gráficos por variáveis do tipo I-MR e a capacidade do processo

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Processo Quadro 9 - Identificação das características da qualidade e de serviçoes utilizados no estudo

Fonte: Autor (2017)

Com a leitura do Quadro 9 é possível compreender que cada seção foi

escrita para dar embasamento a todos os pontos característicos do estudo, assim

confirmando a importância da descrição de cada subseção presente nesse trabalho.

Assim, segue o capítulo 3 que trata da metodologia do trabalho e o passo a passo

de cada fase para a construção desse estudo.

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3 METODOLOGIA

De acordo com Trujillo Ferrari (1974), a metodologia científica é constituída

de um mecanismo fundamental que coloca em ordem, primeiramente, o raciocínio

em sistemas e planeja os procedimentos que serão utilizados no decorrer do

andamento até alcançar o objetivo científico predeterminado. A escolha dos métodos

será determinante para as técnicas que serão usadas no levantamento de dados e

informações, bem como na avaliação (PRODANOV; FREITAS, 2013).

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Essa pesquisa foi classificada quanto a sua natureza, abordagem, objetivos

e procedimento técnicos, como é detalhado na sequência.

Quanto à natureza do trabalho, a pesquisa pode ser qualificada como

aplicada, pois objetiva apresentar informações para o emprego prático e direcionado

à solução de problemas específicos (SILVA; MENEZES, 2005)

Quanto à abordagem, a pesquisa pode ser caracterizada como quantitativa,

pois pode-se quantificar, sendo assim é possível converter em números os

julgamentos e dados a fim de classificá-los e analisá-los. Essa abordagem demanda

a utilização de técnicas estatísticas, como média, desvio-padrão e porcentagem

(SILVA; MENEZES, 2005).

Ainda quanto à abordagem, a pesquisa pode também ser caracterizada

como qualitativa, pois contém dados que não podem ser convertidos em números, é

descritiva. A explicação dos elementos e a designação de significados são básicos

no processo desse tipo de abordagem, além dos cientistas avaliarem suas

informações indutivamente (SILVA; MENEZES, 2005).

Quanto aos objetivos do trabalho, a pesquisa pode ser considerada como

exploratória. Pois, favorece uma familiarização com o problema com a finalidade de

deixá-lo explícito ou de criar hipóteses, também compõe-se de pesquisa

bibliográfica, entrevistas e análises (GIL, 1991).

Ainda quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser classificada como

descritiva, pois objetiva descrever as particularidades de certa população ou

acontecimento ou o relacionamento entre variáveis, ainda compreende a utilização

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de técnicas uniformizadas de recolhimento de dados, como questionários (GIL,

1991).

Quanto ao ponto de vista dos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser

considerada: bibliográfica, de campo e de levantamento. Bibliográfica, pois é

elaborada baseada em material publicado anteriormente, como livros e artigos (GIL,

1991). Pesquisa de campo, pois consegue dados e conhecimentos a respeito de um

problema, ou de uma hipótese, que deseja se comprovar, por meio da análise de

acontecimentos, fenômenos ou coleta de dados (PRODANOV; FREITAS, 2013).

Pesquisa de levantamento, pois inclui uma pergunta às pessoas de que se pretende

conhecer o comportamento por meio de questionário, geralmente é utilizado uma

quantidade significativa de pessoas a respeito do problema avaliado, para

posteriormente realizar uma análise quantitativa a partir dessa amostra

(PRODANOV; FREITAS, 2013).

Figura 7 - Fluxograma das etapas da pesquisa Fonte: Autor (2017)

A Figura 7 mostra as etapas da pesquisa, que incluiu o embasamento por

meio da criação do Referencial Teórico, o levantamento de dados, a medição da

qualidade percebida e ainda a utilização das ferramentas propostas que

possibilitaram a verificação dos resultados.

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3.2 ETAPA 1: CRIAÇÃO DO REFERENCIAL TEÓRICO

A criação do referencial teórico foi dada a partir da pesquisa de artigos,

livros, site da Anatel, para que dessa forma fosse criado todo o embasamento

necessário para a construção do trabalho de forma adequada e confiável.

3.3 ETAPA 2: LEVANTAMENTO DOS DADOS

Para o levantamento dos dados da pesquisa criou-se um questionário de

acordo com os indicadores da Anatel, para que assim fosse possível comparar os

resultados obtidos no questionário desse estudo com os indicadores gerados pela

pesquisa de satisfação realizada pela Anatel.

A Anatel possui sete indicadores da qualidade percebida para o Serviço

Pessoal Móvel (SPM). São os indicadores: “Satisfação Geral”, “Oferta e

Contratação”, “Funcionamento”, “Recarga”, “Canais de Atendimento”, “Atendimento

Telefônico” e “Capacidade de Resolução”. Contudo, para esse estudo foi analisada

somente a qualidade em relação aos índices de Canais de Atendimento,

Capacidade de Resolução, e Funcionamento em relação à qualidade das ligações,

com o intuito de comparar a qualidade desses serviços por meio da pesquisa

aplicada aos usuários de telefonia móvel do estado do Paraná.

A escolha desses três indicadores (Quadro 10) é devida a facilidade da

mensuração dos dados, e também o fato da importância da qualidade atribuída a

esses serviços. Capacidade de Resolução

É definida pela Anatel (2014), como a avaliação da habilidade das companhias telefônicas de resolver de forma permanente as queixas, demandas de informação e/ou requerimentos dos usuários

Canais de Atendimento

São especificados pela Anatel (2014), como meios de interação fornecidos pelas operadores, os quais os usuários tem à disposição quando há a necessidade de solicitação de informações, contratação de serviços, solicitação de pedidos e reivindicações, pelos meios: loja, telefone e site

Funcionamento É explicado como a qualidade de utilização e aproveitamento dos serviços, incluindo fatores como a qualidade em fazer e receber ligações (ANATEL, 2014)

Quadro 10 - Indicadores da pesquisa Fonte: Adaptado de Anatel (2017)

Além disso a Anatel (2014), estabelece por meio da “Resolução nº 632, de 7

de março de 2014”, no artigo 27 que o tempo máximo, no canal de atendimento

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telefônico, para contatar diretamente o atendente, quando na seleção desse serviço

ou quando da permuta entre atendentes, deve ser de até 60 (sessenta) segundos.

A amostra da Anatel (2016), para o estado do Paraná foi de 3289 pessoas

divididas entre os serviços pré-pago e pós-pago das operadoras Claro, Oi, Tim e

Vivo. Para o presente estudo a amostra coletada foi de 170 respostas, em que o

questionário foi publicado na internet e demandou um tempo relativamente curto dos

voluntários que responderam. A normalidade da quantidade de respostas será

verificada por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov, por meio do software SPSS.

Os dados foram coletados por meio do questionário que é apresentado no

Apêndice A. Esse questionário possui a mesma escala de avaliação que a Anatel

utilizou em sua pesquisa, a escala Likert. Uma escala Likert é a utilização de um

conjunto de elementos, em que as pessoas podem classificar o nível de aceitação

em relação a cada um dos itens e é exibida de uma maneira particular (HARPE,

2015).

O questionário consiste de 8 questões. Para fins de estratificação dos dados,

as duas primeiras questões são sobre a idade e o sexo dos usuários. As três

questões seguintes são para a identificação do DDD, o tipo de plano e a operadora

utilizada, com o intuito de classificar as operadoras de acordo com a região e o

plano.

A sexta questão envolve três questionamentos para serem respondidos pela

escala Likert, em que se deseja saber o grau de satisfação ou insatisfação com a

capacidade de resolução dos problemas da operadora, com os canais de

atendimento (telefônico, internet, loja) e com a qualidade da realização e

recebimento de chamadas.

As duas últimas questões são relacionadas à realização de ligações para a

operadora e ao tempo esperado para ser atendido por um funcionário nessa ligação,

com o objetivo de analisar se o tempo esperado corresponde ao tempo que é

determinado pela legislação.

3.4 ETAPA 3: MEDIÇÃO DA QUALIDADE PERCEBIDA

A qualidade percebida será avaliada a partir da estratificação dos dados

obtidos no questionário, de acordo com os índices e parâmetros indicados em 3.2. A

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partir da obtenção dos dados, cada grupo de informações será classificado e

transformados em gráficos para facilitar a visualização e análise.

Assim, as diferenças e semelhanças dos dados adquiridos por meio do

questionário serão comparadas com os resultados dos índices dos mesmos

questionamentos feitos na avaliação de qualidade percebida realizada pela Anatel e

será avaliada a melhoria ou diminuição da qualidade do serviço de cada item

estudado.

3.5 ETAPA 4: UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS

As principais ferramentas utilizadas para a construção da análise dos dados

obtidos na pesquisa foram o índice de capacidade do serviço, o diagrama de Kano e

os 5 Gaps, os quais são apresentados nos passos de 1 à 3 das subseções

seguintes.

3.5.1 Passo 1: Diagrama de Kano

Para a análise de acordo com o Diagrama de Kano será verficada a

conformidade dos itens avaliados na pesquisa, começando pela qualidade

obrigatória que está relacionada a insatisfação do cliente quando o atributo está

ausente e sua presença não amplia o grau de satisfação. Seguido, pela

concordância com as características da qualidade unidimensional que corresponde à

expansão do nível de satisfação do cliente quando o serviço possui essa

característica, enquanto que sua ausência reduz proporcionalmente o nível de

satisfação

Ainda, identificação de itens da qualidade atrativa que diz respeito a

produção de satisfação diretamente favorável quando há a presença de determinada

característica, enquanto que sua ausência não trará insatisfação para os clientes.

Igualmente reconhecimento da qualidade inversa em que uma característica do

serviço nessa categoria deve ser eliminada pois sua existência é danosa em relação

à satisfação do cliente.

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Também, concordância com a qualidade neutra em que uma particularidade

nessa categoria não colabora significativamente para a satisfação do cliente e sua

presença ou ausência são indiferentes em um produto e por fim será averiguada se

os itens estudados possuem características da qualidade questionável em que o

resultado indica que a pergunta foi formulada de forma incorreta pelo cliente, ou uma

resposta ilógica foi dada por um fornecedor.

3.5.2 Passo 2: Utilização dos 5 gaps

Para a identificação de quais Gaps estão presentes no serviço de telefonia

móvel de acordo com a pesquisa, serão verificadas a ausência e presença de cada

fator gerador dos Gaps por meio da comparação da expectativa dos consumidores

em relação ao serviço e da percepção a respeito das expectativas dos clientes pela

alta direção; confrontação entre as particularizações da qualidade do serviço e a

visão dos gestores sobre o que os clientes esperam; ainda, a analogia entre o

serviço oferecido e as particularizações da qualidade dos serviços; também, a

semelhança entre o serviço oferecido e a relação com os consumidores (marketing);

por fim, a comparação entre a percepção do serviço e a expectativa do mesmo.

Caso os 4 primeiros gaps ocorram será possível constatar a presença do gap 5 que

é decorrente dessas 4 falhas, de outro modo poderá eliminar a ocorrência desse tipo

de falha.

3.5.3 Passo 3: Avaliação da capacidade do serviço

A capacidade do serviço de telefonia móvel será medida por meio da

utilização do Controle Estatístico de Processo utilizando os gráficos por variáveis do

tipo I-MR. Os limites de controle inferiores, Eq. 3.3, limites de controle superiores,

Eq. 3.1 e a média, Eq. 3.2, serão calculados para as duas amostras de dados

quantitativas da pesquisa. São elas, o tempo que o usuário esperou para ser

atendido e o tempo que o consumidor acredita ser um tempo razoável de espera. Os

cálculos podem ser realizados utilizando 𝑥 que é a média, 𝑀𝑅 que é a amplitude

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móvel e d2 que é um valor constante de acordo com o número de observações da

amostra

𝐿𝑆𝐶 = 𝑥 + 3

𝑀𝑅𝑑!

(3.1)

𝐿𝑖𝑛ℎ𝑎 𝐶𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑙 = 𝑥 (3.2)

𝐿𝐼𝐶 = 𝑥 − 3

𝑀𝑅𝑑!

(3.3)

Além disso, será calculada a capacidade do processo por meio do índice 𝐶!,

utilizando a Eq. 3.4.

𝐶! = 𝐿𝑆𝐸 − 𝐿𝐼𝐸

6𝜎 (3.4)

Também o 𝐶!" que é utilizado quando o processo está descentrado e será

calculado utilizando as equações 3.5 à 3.7, em que 𝜇 é o valor em que o serviço está

centrado e 𝜎 refere se ao desvio padrão.

𝐶!" = min (𝐶!",𝐶!) (3.5)

𝐶!" = 𝐿𝑆𝐸 − 𝜇3𝜎 (3.6)

𝐶! =𝜇 − 𝐿𝐼𝐸3𝜎 (3.7)

Para determinar o índice 𝐶! do serviço em questão, faz se necessário ter os

valores de limite superior de especificação e limite inferior de especificação como

estes valores são externos ao serviço, os mesmos serão determinados da seguinte

forma: o LIE será considerado como sendo o tempo ideal de acordo com o decreto

da Anatel, o valor alvo da especificação será o resultado obtido como sendo a média

dos tempos que os consumidores consideram como aceitável para este serviço e o

LSE será o extremo simétrico correspondente ao limite inferior de especificação.

As análises dos gráficos de controle serão efetuadas e as causas especiais

serão eliminadas do processo até a obtenção de um processo sob controle, então

serão gerados os índices de capacidade e a análise do processo de curto prazo. A

obtenção dos resultados será dada por meio da utilização dos softwares Excel e

Action Stat.

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3.6 ETAPA 5: PROCEDIMENTOS PARA A VERIFICAÇÃO DOS RESULTADOS

A verificação do problema será dada após o período de coleta de dados,

pois a partir dos dados obtidos sucederá a conversão dos valores em índices, na

mesma escala utilizada pela Anatel, que permitirá a comparação com os índices

disponibilizados por esta instituição. A Anatel (2016), calcula esses índices utilizando

a escala Likert, em que 0 = “Totalmente Insatisfeito” e 10 = “Totalmente Satisfeito”,

os usuários julgaram o seu grau de satisfação de acordo com essa escala e a partir

das resposta acontecerá o cálculo da média dessas notas para encontrar o índice de

satisfação do cliente. Dessa mesma forma ocorrerão cálculo do indicador de

satisfação dos usuários na presente pesquisa.

Para o atingimento de todos os objetivos específicos, haverá a verificação do

cumprimento da Resolução nº 632, em relação ao tempo de espera do usuário no

atendimento telefônico, que deve ser de até 60 segundos após a solicitação da

opção “falar com o atendente”, também a utilização do Controle Estatístico de

Processo para medir a capacidade do serviço empregando o índice 𝐶! e 𝐶!", e a

comparação desses índices. Ainda, a identificação da relação entre percepção e

expectativa utilizando os 5 gaps e classificação da satisfação do consumidor

considerando o diagrama de Kano. Por fim a análise da qualidade do serviço de

telefonia móvel no estado do Paraná de forma geral.

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4 ANÁLISES E DISCUSSÕES

As análises e discussões deste estudo são compostas pela estratificação

dos dados da pesquisa, da observação de cada item juntamente com a discussão,

bem como a comparação entre a expectativa e percepção da qualidade do serviço

de telefonia móvel baseada no questionáro do estudo e a medição da capacidade do

serviço por meio dos índices 𝐶! e 𝐶!".

As características fundamentais desse serviço são a intangibilidade,

heterogeneidade, não estocabilidade e simultaneidade.

4.1 RESULTADOS OBTIDOS PELO QUESTIONÁRIO

O questionário foi respondido por 170 pessoas que possuem Discagem

Direta à Distância (DDD) do estado do Paraná. A classificação em relação ao gênero

do público é mostrado no Gráfico 3, totalizando 88 pessoas do sexo feminino e 82

pessoas do sexo masculino.

Gráfico 3 - Gênero Fonte: Autor (2017)

Quanto a faixa etária do público que respondeu ao questionário, pessoas

com idade entre 21 à 29 anos foram a maioria com 128 pessoas que correspondem

à 75% total, na sequência 18 pessoas com idade entre 18 e 20 anos, 10 pessoas

com idade entre 30 e 39 anos, 8 pessoas com idade entre 40 e 49 anos, 4 pessoas

com 17 anos ou menos e 2 pessoas com idade entre 50 e 59 anos, como mostra o

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Gráfico 4. Logo, é possível verificar a heterogeneidade que o serviço possui, pois

deve atender a pessoas de sexo e idade diferentes, podendo assim classifica-lo

também como um serviço de massa.

Gráfico 4 - Faixa etária

Fonte: Autor (2017)

O público do questionário respondeu que o tipo de plano com o maior

número de respondentes foi o pré-pago totalizando uma parcela de 57% (99

pessoas), enquanto que o pós-pago obteve 43% (71 pessoas), como mostra o

Gráfico 5.

Gráfico 5 - Plano

Fonte: Autor (2017)

Entre as operadoras presentes no estado do Paraná, a Tim foi a que

apresentou maior expressividade com 99 pessoas, seguida da Vivo com 46

pessoas, da Oi com 13 pessoas, da Claro com 11 pessoas e da Nextel com 1

pessoa (Gráfico 6).

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Gráfico 6 - Operadoras

Fonte: Autor (2017)

Como é ilustrado na Figura 8, o estado do Paraná, que está destacado na

cor verde, possui 6 DDDs diferentes, no presente estudo foram recebidas respostas

de DDDs de 6 diferentes regiões. A quantidade de respostas de cada região é

apresentada no Gráfico 7, os que possuíam DDD 42 ficou em primeiro com 145

repostas, seguido do DDD 41 com 13 respostas, DDD 43 com 6 respostas, DDD 44

com 3 respostas, DDD 45 com 2 respostas e DDD 46 com 1 resposta. A pesquisa de

satisfação elaborada pela Anatel não delimita os DDDs que receberam respostas,

apenas mostra as respostas por estado e operadora.

Gráfico 7 - DDD

Fonte: Autor (2017)

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Figura 8 - DDD por região do Paraná

Fonte: Adaptado de Anatel (2017)

Quanto ao grau de satisfação com relação à capacidade de resolução de

problemas das operadoras aproximadamente 67,7% dos entrevistados responderam

que o nível de satisfação utilizando a escala Likert está entre 5 e 8, como mostra a

Gráfico 8, valor considerado na classificação da satisfação como média. Enquanto

que aproximadamente 27,5 % possuem um grau de satisfação inferior à 4, indicando

baixa satisfação com o serviço oferecido pelas operadoras.

Gráfico 8 - Grau de satisfação em relação à capacidade de resolução de problemas

Fonte: Autor (2017)

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A satisfação dos usuários de telefonia móvel, que responderam ao

questionário, em relação aos canais de atendimento (telefônico, internet, loja) das

operadoras, em sua maioria pode ser classificada como média pois

aproximadamente 62,7% dos entrevistados disseram que o nível de satisfação

seguindo a escala Likert está entre 5 e 8, como mostra a Gráfico 9. E,

aproximadamente 32,5% dos respondentes afirmam ter baixa satisfação com o

serviço, pois classificaram o mesmo com uma nota menor do que 4.

Gráfico 9 - Grau de satisfação em relação aos canais de atendimento (telefone, internet, lojas)

Fonte: Autor (2017)

Ainda, o grau de satisfação dos entrevistados em relação à qualidade e a

capacidade de receber e fazer ligações, também deve ser classificado como médio,

pois aproximadamente 56% dos entrevistados afirmaram que o nível de satisfação

adotando a escala Likert está entre 5 e 8, como mostra a Gráfico 10. Também,

quase 25,5% dos respondentes dizem ter um grau de satisfação abaixo de 4, que

são valores considerados de baixa satisfação.

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Gráfico 10 - Grau de satisfação em relação à qualidade e a capacidade de receber e fazer

ligações Fonte: Autor (2017)

Por meio da análise dos dados é possível inferir que apenas,

aproximadamente, 4,8% dos clientes das operadoras de telefonia móvel avaliaram a

capacidade de resolução de problemas e o atendimento oferecido com notas 9 e 10,

valores que indicam uma alta satisfação. Enquanto que em relação à qualidade das

ligações realizadas e recebidas aproximadamente 19% dos respondentes afirmam

estar satisfeitos com o serviço. O índice de alta satisfação com os serviços das

operadoras é muito baixo em relação aos valores classificados como de média e

baixa satisfação pela Anatel.

Assim é possível verificar a necessidade da aplicação dos princípios dos

serviços vinculados a valores como compreender, estimar e acompanhar o cliente,

utilizar tecnologia adequada, inovar, contratar pessoas corretas, treinar com base no

perfil, determinar padrões e medidas de desempenhos, para que desse modo se

possa elevar a qualidade dos serviços e satisfazer os clientes.

4.2 RELAÇÃO ENTRE PERCEPÇÃO E EXPECTATIVA

Para analisar a percepção versus a expectativa do usuário de telefonia

móvel podemos comparar os dados do tempo de espera para falar com o atendente

e o tempo considerável razoável para esse atendimento de acordo as respostas

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obtidas pelo questionário (Apêndice A). O Gráfico 11, mostra que menos de 2% das

pessoas entrevistadas declararam que foram atendidas em até 1 minuto, que é o

tempo determinado na Resolução nº 632, artigo 27.

Gráfico 11 - Tempo para falar com o atendente em minutos

Fonte: Autor (2017)

O Gráfico 12, mostra que apenas 13,53% dos entrevistados acreditam que o

tempo para a espera pelo atendimento deveria ser entre 5 e 10 minutos. Enquanto

que aproximadamente 67% das pessoas declararam que o tempo esperado para

conseguir falar com um atendente da operadora foi de 5 minutos ou mais. Ainda,

aproximadamente 86% dos participantes da pesquisa acreditam que 3 minutos ou

menos deveria ser o tempo para se esperar para falar com um atendente quando em

ligação com a operadora de telefonia móvel que contrataram e apenas 23,42%

desses participantes afirmam que foram atendidos em um tempo inferior a 3

minutos. Portanto, há uma grande disparidade entre a expectativa do consumidor e

a realidade que lhe é oferecida. Para Carvalho e Paladini (2012), quando a

percepção e a expectativa do serviço diferem ocorre o gap 5 que é decorrente das

falhas do tipo 1 à 4, explicadas na seção 2.9.

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Gráfico 12 - Tempo razoável para esperar pelo atendimento em minutos

Fonte: Autor (2017)

Por meio da utilização da do Diagrama de Kano é possível perceber quando

analisando os dados da pesquisa que as operadoras de forma geral estão com

problemas na “Qualidade obrigatória”, pois o grau de insatisfação está muito alto

para itens considerados obrigatórios como a capacidade de realização e

recebimento de chamadas.

Também a “Qualidade unidimensional” está afetada pois a ausência de

atendimento adequado pelos canais disponibilizados pelas empresas de telefonia

móvel está deixando os usuários insatisfeitos devido ao não atendimento às

necessidades deles. Enquanto que se esse atendimento fosse feito de forma

adequada o nível de satisfação iria aumentar consideravelmente.

A capacidade de resolução de problemas entra na categoria de “Qualidade

questionável” em que pode haver algum problema de comunicação entre o cliente e

o fornecedor e isso pode causar dificuldades que impedirão a resolução de

problemas conforme o esperado pelo consumidor.

Não foram mensurados itens dentro dos parâmetros de nível de serviço de

operadoras de telefonia móvel que possam ser utilizados na avaliação da “Qualidade

atrativa”, “Qualidade inversa“ e da “Qualidade neutra”.

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4.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS

Por meio da análise estatística de Kolmogorov-Smirnov a distribuição da

amostra, em relação ao tempo que o público do questionário afirmou ter esperado, é

normal (Figura 8). Considerando que somente 110 pessoas do total de 170 que

responderam o questionário afirmaram ter entrado em contato com a operadora de

telefonia móvel, a média do tempo que os usuários esperaram pelo o atendimento

foi de 𝑥 = 9,3818 e o desvio padrão 𝑠 = 10,74302.

Figura 9 - Teste de Kolmogorov-Smirnov do tempo real para falar com o atendente

Fonte: Autor (2017)

Ainda, utilizando a análise estatística de Kolmogorov-Smirnov a distribuição

da amostra em relação ao tempo considerado razoável esperar de acordo com o

público do questionário é normal (Figura 9), o total de 170 pessoas responderam a

esse questionamento, com isso a média do tempo de espera considerado razoável

pelo atendimento é de 𝑥 = 2,3118 e o desvio padrão 𝑠 = 1,54609.

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Figura 10 - Teste de Kolmogorov-Smirnov do tempo considerado ideal para falar com o

atendente Fonte: Autor (2017)

Como é possível observar por meio das análises estatísticas dos dados do

questionário, a média de tempo real é aproximadamente 4 vezes maior que a média

considerada ideal.

4.4 COMPARAÇÃO ENTRE OS DADOS (ANATEL X QUESTIONÁRIO)

Seguindo a classificação realizada pela Anatel, por meio da estratificação

dos dados foi possível separar as avaliações dos usuários para cada pergunta de

acordo com a sua respectiva operadora. Como mostra o Gráfico 13, na comparação

da satisfação dos clientes da Tim, Vivo e Oi em relação à capacidade de resolução

de problemas no estado do Paraná houve aumento, enquanto que para os clientes

da Claro essa satisfação diminuiu.

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Gráfico 13 - Capacidade de resolução de problemas

Fonte: Autor (2017)

A mesma comparação foi feita para a satisfação dos usuários de acordo com

o atendimento das operadoras pelos canais de telefone, internet e lojas, em que

para as quatro operadoras o nível de serviço diminuiu em relação à pesquisa da

Anatel, como mostra o Gráfico 14.

Gráfico 14 - Canais de atendimento

Fonte: Autor (2017)

Ainda, foi realizada a comparação entre a avaliação do público do

questionário sobre a capacidade de fazer e receber ligações e a pesquisa da Anatel

e o resultado foi que a satisfação dos clientes da Tim, Claro e Oi diminuíram,

enquanto que os clientes da Vivo se dizem mais satisfeitos em relação ao atributo

ilustrado no Gráfico 15.

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Gráfico 15 - Capacidade de realizar/receber ligações

Fonte: Autor (2017)

Contudo, pode se inferir que em sua maioria a satisfação dos clientes com o

serviço de telefonia móvel declinou em relação à pesquisa feita pela Anatel. Assim

ratifica-se a necessidade da aplicação das dimensões do serviço como o

atendimento, a confiabilidade, a responsividade, a competência, a consistência, a

cortesia, a credibilidade, o acesso, a comunicação, a conveniência, a velocidade, a

flexibilidade e o entendimento das necessidades do cliente, pelas operadoras.

4.5 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DO SERVIÇO

Utilizando os softwares Excel e Action Stat, foi possível analisar a

conformidade do serviço de telefonia móvel no estado do Paraná. Com a inserção

dos dados adquiridos no questionário, o Action Stat gerou para a amostra dos

valores do tempo que os usuários esperaram para o atendimento de um telefonista o

LSC = 34,18, a LC = 9,38 e o LIC = 0 para o gráfico de Valores Individuais.

Enquanto que com a utilização dos mesmo dados, porém para o gráfico da

Amplitude Móvel, os valores de LSC = 30,48, a LC = 9,33, o LIC = 0 e o 𝜎 = 8,26.

A Figura 10, ilustra os dados gerados e também os gráficos de Valores

Individuais e da Amplitude Móvel, ainda é possível observar diversos pontos fora dos

limites de controle para os dois gráficos, portanto foram eliminados todos os pontos

não conformes do gráfico da amplitude móvel até esse gráfico possuir todos os

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pontos dentro dos limites, os gráficos com a sequência de valores eliminados

encontram-se no Apêndice B.

Figura 11 - Análise de variáveis do CEP fora de controle

Fonte: Autor (2017)

A eliminação dos pontos fora dos limites de especificação foi feita

inicialmente a partir da observação do gráfico de amplitude e posteriormente o

gráfico de valores individuais, ambos gerados pelo software Action Stat. Após a

exclusão dos casos não conformes foram gerados novos gráficos para os valores

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individuais e de amplitude móvel, e novamente era observado se os pontos estavam

dentro dos limites especificados. Esse processo de exclusão, foi repetido 13 vezes

eliminando a totalidade de 69 pontos, e possibilitou o alcance de um processo com

todos os pontos dentro dos limites de especificação para os dois gráficos. Dessa

forma foi possível obter as representações gráficas do serviço de telefonia móvel em

controle (Figura 11).

Figura 12 - Análise de variáveis do CEP em controle Fonte: Autor (2017)

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Ainda, foram definidos valores para a média (x = 2,3382 minutos), referente

ao tempo máximo que os entrevistados afirmaram ser o tempo médio que estavam

dispostos a esperar, também o LIE = 1 minuto, pois de acordo com a Anatel é esse o

tempo que os usuários deveriam esperar pelo atendimento e o LSE= 3,66 minutos

com base nos valores da média e limite inferior de controle.

A partir da avaliação desses dados é possível perceber que foi necessária a

diminuição de 110 amostras para 51 amostras para obter um serviço em controle.

Com essa nova amostra os limites de controle diminuíram e os novos valores foram

LSC = 7,02, a LC = 4,15 e o LIC = 1,28 para o gráfico de Valores Individuais.

Enquanto que para os mesmo dados, porém para o gráfico da Amplitude Móvel, os

valores de LSC = 3,52, a LC = 1,08, o LIC = 0 e o 𝜎 = 0,95. Os gráficos de controle

servem para monitorar o processo/serviço, para que dessa forma seja possível

tomar ações em relação aos pontos que estão fora dos limites de controle do estudo

e melhorar de forma contínua a qualidade do serviço prestado.

Contudo, apesar da redução do tamanho da amostra a média do tempo real

é praticamente duas vezes maior que a média do tempo considerada ideal, de

acordo com os valores esperados pelos usuários. Isso mostra a ineficiência do

serviço prestado em relação ao desejado pelos consumidores e também ao que é

estabelecido pelo órgão regulamentador.

Figura 13 - Cp e Cpk (Dados Normais)

Fonte: Autor (2017)

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Além disso, foi observada a Capacidade do processo por meio dos índices

𝐶! e 𝐶!", como mostra a Figura 12. Por meio do uso do Action Stat foram

encontrados os valores de 𝐶! e 𝐶!". O índice 𝐶!= 0,45 indica que o serviço está

utilizando mais que 100% dos seus limites de tolerância e possui muitos itens não

conformes, pois é menor que 1. O índice 𝐶!"= -0,18 demonstra que o serviço está

descentrado e deslocado para a direita, pois os limites de controle são superiores

aos valores dos tempos que deveriam ser praticados pelas empresas, portanto

C! ≠ C!" porque o serviço não está centrado nos valores ideais.

O Gráfico 16 ilustra as curvas de curto e longo prazo, que mostram o

processo deslocado para a direita, em que é possível verificar que os valores

ultrapassam os limites de especificação e o valor médio da curva normal está acima

do limite superior de especificação.

Gráfico 16 - Análise de Capacidade do Processo

Fonte: Autor (2017)

Por fim, os índices esperados (curto prazo) mostram que a cada um milhão

de ligações realizadas, apenas 486 serão atendidas em menos de um minuto que é

o tempo estabelecido pela Anatel e que 712571 ligações serão atendidas com um

tempo superior ao limite superior de especificação, que foi definido por meio dos

dados obtidos no questionário. Assim é possível reconhecer que o principal custo da

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qualidade identificado é relacionado às falhas externas, devido ao fato do serviço

não ser entregue conforme a qualidade demandada após a entrega ao consumidor.

O Quadro 11 apresenta a relação entre a teoria aplicado ao estudo e os

resultados.

Relação Teoria e Resultados

Era do Controle Estatístico da Qualidade Principal ferramenta utilizada foi relacionada ao Controle Estatístico

Shewhart Utilização do Controle Estatístico

Baseada no usuário Devido a qualidade desse serviço precisar atender as necessidades do cliente

Desempenho, Confiabilidade, Assistência, Características, Conformidade e Qualidade Percebida

Características que as companhias de telefonia móvel devem valorizar para prestar um serviço de qualidade

Falhas Externas Custos que podem ser evitados pelas companhias se o serviço telefônico atender as expectativas do cliente

Estratificação, Gráficos de Controle, Histograma Ferramentas utilizadas para a apresentação dos resultados

Qualidade Obrigatória, Unidimensional e Questionável

Tipos de qualidade mensuradas que de acordo com Kano não atendem os critérios esperados

Intangibilidade, Heterogeneidade, Não Estocabilidade, Simultaneidade, Qualidade

Características presentes nesse tipo de serviço

Compreender, estimar e acompanhar o cliente, utilizar tecnologia adequada, necessidade de inovar, contratar pessoas corretas, providenciar treinamento baseado no perfil, determinar padrões, medir desempenhos e agir

Princípios que as companhias de telefonia móvel devem possuir para que possam servir seus clientes com excelência

Serviço de Massa Tipo do serviço estudado nesse trabalho

Atendimento, Confiabilidade, Responsividade, Competência, Consistência, Cortesia, Credibilidade, Acesso, Comunicação, Conveniência, Velocidade, Flexibilidade, Entender o cliente

Dimensões que devem estar presentes na prestação do serviço de telefonia móvel para a garantia de atendimento adequado

GAP 1, GAP 2, GAP 3, GAP 4 E GAP 5 Gaps identificados no serviço de telefonia móvel no estado do Paraná devido a falha das companhias em entender as necessidades dos clientes

Gráficos por variáveis do tipo I-MR e a capacidade do processo

Identificaram a falta de capacidade do serviço em atender as necessidades dos clientes e também o quanto a expectativa do consumidor se distancia da realidade oferecida pelas companhias

Quadro 11 – Relação teoria e resultados Fonte: Autor (2017)

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A falta de atendimento adequado gera insatisfação ao cliente e com os

resultados da pesquisa pode se afirmar que fatores considerados obrigatórios para o

serviço de telefonia móvel estão ausentes, como a falta da capacidade de

recebimento e realização de chamadas. Também a falta de treinamento dos

funcionários fica evidenciada, pois muitos usuários relatam a dificuldade de

entendimento de suas necessidades por parte da operadora. Kano demonstra esses

fatores como essenciais para a satisfação do cliente, portanto as operadoras devem

investir em uma maior cobertura de telefonia e também em treinamento dos

funcionários que interagem com os usuários de seus serviços, afim de obter maior

satisfação dos clientes.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O referencial teórico do trabalho possibilitou a identificação de Era

relacionada ao trabalho que é a de Controle Estatístico da Qualidade devido a

utilização dos os gráficos de controle que foram desenvolvidos por Shewhart. Ainda,

em relação a abordagem da qualidade pode se identificar características baseadas

na necessidade do usuário. Logo, entre as dimensões da qualidade identificadas

estão as referentes ao desempenho, confiabilidade, assistência, características,

conformidade e qualidade percebida.

Por meio da utilização do questionário (Apêndice A), foi possível obter dados

sobre a satisfação dos usuários de telefonia móvel do estado do Paraná. Com a

análise desses dados e a utilização de ferramentas da qualidade, do Diagrama de

Kano, dos 5 Gaps e do Controle Estatístico de Processo foi possível classificar o tipo

de falha que as operadoras estão realizando, avaliar e comparar a percepção dos

usuários em relação ao serviço, medir a capacidade e comparar os índices 𝐶! e 𝐶!"

e avaliar de forma geral a qualidade do serviço.

O objetivo específico 1 foi obtido por meio da análise dos 5 gaps, que

mostraram que o serviço das operadoras de telefonia móvel possuem diversas

falhas do tipo 1 à 4 conforme mostra a literatura, assim implicam no gap 5 que é

marcado pelo afastamento da expectativa do cliente com a realidade do serviço,

portanto faz se necessário que as operadoras reavaliem a forma que a alta direção

percebe as expectativas dos clientes, também as expectativas dos gestores em

relação a qualidade dos serviços, bem como a qualidade do serviço e o serviço que

é efetivamente oferecido, também a funcionalidade do relacionamento com os

consumidores. Para que assim as expectativas sejam alinhadas e a satisfação do

consumidor seja garantida.

O objetivo específico 2 foi atingido por meio da comparação da pesquisa de

satisfação da Anatel e os dados obtidos no questionário, que apresentou uma queda

da satisfação dos usuários de telefonia móvel no Paraná em relação à pesquisa de

qualidade percebida, implicando no declínio da qualidade do serviço prestado pelas

operadoras que atuam nesse mercado, contudo o órgão regulamentador deve tomar

medidas, como estabelecimento de metas de nível de satisfação dos clientes com o

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intuito do cumprimento das leis estabelecidas em relação à esse serviço e também

para o atendimento adequado ao público que utiliza os serviços de telefonia móvel.

O tempo de espera para o atendimento dos usuários de telefones celulares

quando em ligação com a operadora puderam ser avaliados por meio do Controle

Estatístico de Processo. Foram utilizados os gráficos por variáveis do tipo I-MR, que

apresentaram diversas causas especiais, após a eliminação das causas especiais,

ainda pode se constatar que o serviço ultrapassava os limites de especificação que

foram determinados de acordo com as necessidades do usuário e delimitação da

Anatel, conforme o objetivo específico 3. Portanto, é possível afirmar por meio da

observação dos resultados encontrados utilizando os índices 𝐶! e 𝐶!" que o serviço

possui um número elevado de não conformidades, não está centrado e seus limites

estão muito acima das especificações, assim alcançando o objetivo específico 4.

Para o cumprimento do objetivo específico 5, a qualidade do serviço de

telefonia móvel no estado do Paraná foi avaliada de forma geral como um serviço de

baixa qualidade, pois não tem capacidade para atender as especificações

delimitadas pela Anatel, bem como o que é demandado pelos usuários. Também

possui diversas falhas que são mostradas por meio dos 5 gaps e não satisfaz os

usuários em relação a qualidade do tipo obrigatória, unidimensional e questionável

definidas por Kano.

Contudo, recomenda-se que as operadoras de telefonia móvel do estado do

Paraná melhorem o serviço de atendimento aos usuários qualificando seus

funcionários e diminuindo o tempo de espera nas ligações para a operadora.

Também, deve se aumentar a cobertura de telefonia para abranger uma maior faixa

de locais e assim garantir que a realização e recebimento de chamadas possuam

um alto grau de qualidade. Ainda, a Anatel como órgão regulamentador e

fiscalizador deve exigir que as empresas cumpram com as leis referentes à esse

serviço e atendam o consumidor de forma adequada afim de aumentar a satisfação

com o serviço, por meio do aumento da capacidade de atendimento.

Dessa forma o trabalho contribui para que a sociedade tenha conhecimento

da qualidade do serviço que é oferecido e possa assim reivindicar os seus direitos

junto a Anatel. Também, as empresas podem avaliar o serviço prestado e obter

economia por meio da redução de seus custos de falhas externas. Além disso,

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minimizar o tempo de espera dos clientes possibilita uma melhoria na qualidade de

vida da sociedade e aumento da satisfação com o serviço.

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APÊNDICE A – Questionário da Pesquisa

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APÊNDICE B – Gráficos I-MR com Pontos Não-Conformes

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