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Pe. Antônio de Lima Brito nds ANIMAÇÃO VOCACIONAL EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

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Page 1: AV-6-Equipe Vocacional Paroquial · (2). O papa Paulo VI, com muita sabedoria, afi rmou em 1964: ”O problema do número insufi ciente de sacerdotes interpela todos os fi éis, não

Pe. Antônio de Lima Brito nds

Pe. Antônio de Lima Brito nds

Nasceu em Camocim, Ceará, em 1941. É membro da Congre-gação dos Religiosos de Nossa Senhora de Sion desde 1965. Foi ordenado Presbítero em 1975. Formado em Filosofia pela Faculdade Nossa Senho-ra Medianeira, São Paulo, e em Teologia pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da As-sunção, São Paulo. É pós-gradu-ado em Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Ca-tólica de São Paulo. Desde 1969, estuda animação vocacional e traba-lha nessa área. Tem prestado relevantes serviços a dioceses e congregações religiosas bra-sileiras na organização e dina-mização dessa pastoral. Atua também junto a educadores e alunos de escolas públicas e particulares. Foi pároco da Igreja São José do Ipiranga, São Paulo, por mais de 10 anos. Atualmente, coordena o Centro de Formação de Ani-madores Vocacionais Sioniense - CENFAVOS.

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CENTRO DE FORMAÇÃO DE ANIMADORES VOCACIONAIS SIONIENSE

Rua Lino Coutinho, 436 - Ipiranga - São Paulo - SPFone: (11) 2619-9314 - (11) 97337-7605

[email protected] - www.cenfavos.org.br

Equipe Vocacional Paroquial

Como não há Igreja sem vocação, a necessidade da

animação vocacional é indiscutível e envolve, em ra-

zão do batismo, todos os católicos. O Concílio Vati-

cano II reconhece esta verdade, afirmando: “Aos bis-

pos pertence levar o seu rebanho a promover as vo-

cações, procurar a colaboração de todas as forças e

obras, e, sem se pouparem a sacrifícios, ajudar, como

pais, aqueles que julgarem chamados à herança do

Senhor” (1). Ao pedir oração pela Messe, Jesus ensi-

na que ovelha nenhuma viva sem pastor (2). Há, en-

tão, muito a ser feito, porque a maioria absoluta da

humanidade ainda não foi evangelizada. Eis aí uma

grande tarefa vocacional a ser cumprida por toda a

Igreja de Jesus Cristo.

ANIMAÇÃOVOCACIONAL

EQUIPEVOCACIONALPAROQUIAL

CENFAVOS significa Centro de Formação de Animadores Vocacionais Sioniense. Trata-se de uma organização especializada em:• Orientação Vocacional,• Animação Vocacional,• Assessoramento Vocacional,• Capacitação de Animadores Vocacionais.

POR QUÊ CENFAVOS?

Deus quer a salvação de todos(Cf. 1Tm 2, 4; Jo 6, 38-39; 10, 10).

A Animação Vocacional exige uma boa formação. Os cristãos neces-sitam de maior conscientização, quanto à sua corresponsabilidade de promover as vocações.

Há urgência de maior investimento de recursos humanos e materiais na Promoção Vocacional. Mais racio- nalização na aplicação dos recursos destinados às vocações.

A realidade atual reclama por uma inovação na maneira de animar as vocações. Há falta de centros forma- dores de agentes. Com mais Anima- dores competentes e santos, a Igreja intensificará a presença do Reino de Deus no mundo, tornando os huma-nos mais dóceis ao chamado divino.

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EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

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ANIMAÇÃOVOCACIONAL

Pe. Antônio de Lima Brito nds

EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

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CENTRO DE FORMAÇÃO DE ANIMADORES VOCACIONAIS SIONIENSE

Rua Lino Coutinho, 436 - Ipiranga - São Paulo - SPFones: (11) 2619-9314 - (11) 97337-7605

[email protected]

BRITO, Antônio de Lima. Equipe Vocacional Paroquial, São

Paulo, Ed.Cenfavos, 2016.

Revisão:

Elisabeth Guimarães

Mara Santi

Capa e diagramação:

Antonio Carlos Piantino

Impressão:

Ediçoes Loyola

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INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 7IGREJA: POVO DE DEUS .................................................................................................... 9VOCAÇÃO ............................................................................................................................ 15O HOMEM E A FELICIDADE .......................................................................................... 23AI DE MIM, SE EU NÃO EVANGELIZAR .................................................................... 35EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL ........................................................................... 43PEDAGOGIA DA ANIMAÇÃO VOCACIONAL ......................................................... 79EXPRESSÕES DE HUMANIDADE ................................................................................ 93TOLERÂNCIA NOTA DEZ ..............................................................................................103A RIQUEZA DO PERDÃO ..............................................................................................107VISITA MISSIONÁRIA VOCACIONAL ......................................................................111COMPROMISSO ...............................................................................................................117ENVIO ..................................................................................................................................119

CONCLUSÃO .....................................................................................................................121NOTAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................125BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................131

MATERIAL DE SUPORTE ...............................................................................................135MEU IRMÃO É UMA CONSTRUÇÃO .......................................................................137ORAÇÕES VOCACIONAIS ............................................................................................139PENSAMENTOS VOCACIONAIS ................................................................................144

ÍNDICE

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ABREVIATURAS

CELAM - Conselho Episcopal LatinoamericanoCERIS - Centro de Estatística Religiosa e Investigações SociaisCNBB - Conferência Nacional dos Bispos do BrasilCPP - Conselho Paroquial de PastoralCR - Catequese RenovadaEVP - Equipe Vocacional ParoquialIBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaIPV - Instituto de Pastoral VocacionalOT - Decreto Optatam Totius - Sobre a formação sacerdotalPUEBLA - III Conferência Geral do Episcopado Latinoamericano (Puebla: conclusões)

ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

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INTRODUÇÃO

Animação vocacional é uma atividade evangelizadora da

Igreja, que visa conscientizar, animar e acompanhar, em especial

os batizados, na busca de discernimento e decisão vocacionais e

profi ssionais. Essa atividade eclesial decorre da exigência da Alian-

ça Batismal que exige dos batizados a ocupação de seus devidos

lugares de serviço na Igreja e sociedade. Todos, portanto, são cha-

mados por Deus à santidade pelo exercício do “amor-serviço” (1).

A comunidade paroquial, depois da família católica pra-

ticante, é o lugar ideal para a promoção de todas as vocações,

porque é nela que a Igreja se concretiza em comunidade ampla

(2). O papa Paulo VI, com muita sabedoria, afi rmou em 1964: ”O

problema do número insufi ciente de sacerdotes interpela todos

os fi éis, não só porque disso depende o futuro da sociedade cris-

tã, mas também porque esse problema é o indicador concreto e

inexorável da vitalidade de fé e amor de cada comunidade pa-

roquial e diocesana e o testemunho da saúde moral das famílias

cristãs, onde desabrocham numerosas vocações para o estado

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eclesiástico e religioso, onde se vive generosamente segundo

o Evangelho”(3). A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do

Brasil) também reconhece a paróquia como espaço ordinário

para a promoção das vocações e sugere, para tanto, a formação

de uma equipe (4). Em razão, portanto, da grandeza e vocação

da paróquia, prioriza-se, como estratégia de trabalho, a Equipe

Vocacional Paroquial (EVP).

Diante da insufi ciência de materiais referentes à EVP,

achamos oportuno oferecer às paróquias mais uma opção. Ainda

que resumidamente, sugerimos algumas inovações em respos-

ta às difi culdades atuais enfrentadas pelos agentes vocacionais.

Apresentamos a EVP com os seguintes itens: noção, o porquê,

recrutamento de pessoal, estratégias de recrutamento, consti-

tuição da equipe, formação dos agentes, princípios norteadores,

perfi l do coordenador geral, desafi os, motivos de esperança, pe-

dagogia. Em virtude de implicações e conveniência, incluímos

os temas Igreja, vocação, felicidade, evangelização, relações hu-

manas, perdão e visita missionária vocacional. Como materiais

de suporte, o leitor encontrará vocações na Bíblia, poesia, ora-

ções e pensamentos vocacionais.

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I - NOÇÃO

A palavra Igreja significa congregação, assembleia

formada de pessoas escolhidas (1). Em se tratando de católi-

cos, é uma comunidade de batizados que acolheu a Palavra

de Deus encarnada em seu Filho Jesus Cristo, e que espera

ser salva por sua morte e ressurreição. Os batizados com-

põem o Povo de Deus (2). Trata-se de um povo vocacional-

mente universal, aberto à humanidade inteira, visto que não

se restringe a fronteiras territoriais, econômicas, políticas,

religiosas, sociais, nem culturais (3). É uma ampla família

de ungidos, vocacionada a manifestar a presença contínua

do Ressuscitado. A Igreja é um corpo cuja cabeça é Cristo

(4). Assim como Jesus revela o Pai (5), a comunidade dos

fiéis desvela Cristo. Por isso, se costuma dizer que a Igreja é

IGREJA POVO DE DEUS

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o Sacramento de Cristo (6). O Filho só é Sacramento do Pai

porque foi e é obediente a Ele (7). Do mesmo modo, para a

Igreja ser Sacramento do Filho, precisa ser fiel à sua men-

sagem, obediente a Ele. Conclui-se, então, que a responsa-

bilidade do cristão é imensa porque, pelo fato de ser Igreja,

ele tem que expressar sua pertença numa vivência pautada

na Pessoa e Palavra de Cristo Jesus. Ser cristão é, de fato,

ser Sacramento do Redentor; externar concretamente aquilo

que Ele é, como seu discípulo (8).

Como comunidade de fé, a Igreja tem por verdade a

revelação de Cristo e busca expressá-la em gestos concre-

tos de “amor-serviço” (9). Sabendo em quem acreditam, os

fiéis esperam pela plenitude do Reino de Deus, já presente

entre nós (10), pelo cumprimento das promessas feitas pelo

Mestre. Por isso, dizemos ser a Igreja uma comunidade de

esperança (11). Ser católico é esperar em Jesus Cristo, que

não falha, (12) e confessar essa esperança pela prática das

obras de misericórdia. “Este é o meu mandamento: que vos

ameis uns aos outros como eu vos amei” (13). Para São Pau-

lo, o amor é a plenitude da lei (14). Ele é o que permanece

para sempre (15). Todos os discípulos de Jesus são chama-

dos, a partir do batismo, a perpetuar o amor do Mestre, com

respostas eficazes às necessidades dos irmãos (16).

Embora divina por instituição, já que seu fundador

é Deus (17), a Igreja está no mundo (18) e exposta, assim

como esteve Jesus, às vicissitudes humanas, às limitações

dos homens. Ela precisa estar no mundo sem ser do mundo

(19), porque sua missão é histórica e falar de história supõe

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gente, tempo e espaço. O que importa é ter a garantia da as-

sistência do Espírito Santo e fidelidade à Cabeça da Igreja,

Cristo (20).

Quando se diz que a Igreja é apostólica, pretende-se

afirmar que ela foi fundada sobre os apóstolos (21) e deve fi-

delidade à sua doutrina e aos seus sucessores, os bispos (22).

A unicidade dos ensinamentos apostólicos é o que constitui

a unidade da Igreja, o que a torna una. O Sumo Pontífice é o

primeiro promotor e guardião dessa unidade.

A Igreja, em razão da universalidade de sua missão, é

denominada católica. Satisfazendo a vontade que Deus tem

de salvar toda a humanidade (23), ela objetiva essa vontade

como sua missão. Sua universalidade efetiva-se nas Igrejas

particulares, locais: dioceses, paróquias, comunidades ecle-

siais de base, etc (24).

Enfim, a Igreja é santa porque sua Cabeça é santís-

sima. Seu corpo, entretanto, é santo e pecador, visto não ter

ainda assimilado de sua Cabeça a santidade a que é chama-

do (25). Enquanto peregrina, santidade e pecado constitui-

rão o dualismo dialético em que a Igreja viverá. Livre do pe-

cado será somente quando deixar de peregrinar, chegando

ao ponto a que deve chegar (26).

II - FUNDAÇÃO E MISSÃO

A redenção universal trazida por Cristo exige da

Igreja muito empenho no anúncio da Boa-nova a todos os

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povos, de todas as épocas. Eis a razão de sua existência.

Outrossim, Deus pretende salvar seus filhos em comum, co-

locando-os em comunhão uns com os outros a fim de que

se santifiquem também por meio de relações mútuas de

fraternidade e comunicação recíproca de dons. O Redentor

quer redimir todos em comunidade e, para isso, envia seus

apóstolos a congregá-los pela Palavra e sacramentos (27).

Vivendo em comunhão, a Igreja é uma antecipação daquilo

que se espera.

“Tu és Pedro e sobre esta pedra edifi carei minha

Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra Ela.

Eu te darei as chaves do Reino dos Céus” (28). Verifi ca-se,

nessa passagem bíblica, uma comunicação de autoridade

a Pedro: poder para decidir e agir sobre realidades concer-

nentes à salvação. Depois, há uma promessa de ratifi cação,

apoio ao que Pedro fi zer. Vê-se também a fundação da Igreja

sobre o chefe dos apóstolos. Ao ser considerado uma pe-

dra, Pedro e seus sucessores são tidos como fundamentos

visíveis da Igreja de Cristo, pois a pedra dá consistência e

solidez às construções.

Antes de voltar ao céu, reconhecendo a necessidade

da continuidade de sua ação salvífica, Jesus disse aos seus

escolhidos: “Ide, então, e fazei que todas as nações se tor-

nem discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do

Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo quanto vos

ordenei” (29). Verifica-se, nesse envio dos apóstolos, que a

Igreja, como um todo, recebe de seu Mestre a missão de:

1 - Fazer com que todas as nações tornem-se discí-

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pulos. O que significa isso? Quer dizer que todos vivam e

sejam como Jesus. Tenham o Carpinteiro como protótipo,

como referencial para discernir o certo do errado, a vida da

morte, a verdade da mentira etc. Para tanto, a Igreja deve

praticar e ensinar a todos tudo que Cristo ordenou aos após-

tolos. O conteúdo de seu ensinamento pode ser resumido no

mandamento do amor (30).

2 - Propor o batismo de redenção a todos. Fazer isso

equivale a oferecer aos homens e mulheres a oportunidade

de entrarem na Única Aliança com o Deus uno e todo pode-

roso. Batizar é fazer as pessoas participarem do ser de Deus,

do amor do Pai, da remissão de Jesus Cristo, da santidade e

fortaleza do Espírito Santo. Batizar é introduzir o ser humano

no ser divino, “divinizá-lo”, tornando-o filho adotivo. Como

é em nome do Pai, do Filho e Espírito Santo que o batismo

é conferido, batizar é trazer o indivíduo à Trindade, a fim

de viver em comunhão com Ela. Ser batizado, com efeito, é

celebrar uma Aliança de amor com o Deus total. É deixar-se

conduzir por Ele e assumi-Lo sem reticências.

3 - Distribuir a graça da salvação é levar os beneficia-

dos ao Pai pela mediação de seu Filho (31), pela pregação,

sacramentos e efetivação da fé na caridade (32).

4 - Ser sinal, sacramento da bondade, da presença

salvadora de Deus. Ser discípulo de Jesus, testemunhando

sua morte e ressurreição, o amor do Pai para com todos. Ser-

vir ao próximo em tudo aquilo que Cristo ordenou é a tarefa

do cristão, é ser Igreja, vivendo a vocação (33).

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I - NOÇÃO

A palavra vocação vem do verbo latino “vocare” que

significa chamar. Vocação é, então, um chamado. Por isso,

quando se diz que um jovem tem vocação sacerdotal, por

exemplo, pretende-se afirmar, com isso, que ele é convoca-

do a ser padre.

II - COMUNICAÇÃO DOS DONS

Deus convoca a pessoa a servir a humanidade com

os dons recebidos. São Pedro confirma essa verdade dizen-

do: “Cada um, segundo o dom que recebeu, comunique-o

aos outros, como bons despenseiros da multiforme graça de

VOCAÇÃO

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16 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

Deus” (1). Vocação é uma ordem divina aos humanos, para

que assumam seu estado de vida e nele comuniquem mu-

tuamente seus dons (2). É, pois, com seus dotes e carismas

que os irmãos se amam em Cristo. É com eles que o cristão

participa do processo de realização do próximo, levando-o à

maturidade de Jesus. Assim diz São Paulo: “Ele a uns cons-

tituiu apóstolos, a outros profetas, a outros evangelistas, a

outros pastores e doutores, para o aperfeiçoamento dos san-

tos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo

de Cristo, até que cheguemos todos ao estado do homem

perfeito, segundo a medida da plena estatura de Cristo” (3).

III - QUESTÃO DE FÉ E AMOR

A vocação é uma ordem amorosa de Deus em vista

do bem comum. Motivado pela fé, o vocacionado acolhe o

apelo divino e executa a missão recebida. O cumprimento

desse encargo é expressão de fé e amor a Deus e ao povo.

O vocacionado exemplar vive na alegria da fidelidade. Seu

sim é dinâmico, evolutivo, permanente, sinônimo da pró-

pria história.

Deus dá vocação a todos porque sabe que, pelo exer-

cício vocacional, a pessoa oferece ao irmão seus dons, gesto

de doação indispensável ao crescimento do doador e do be-

neficiado. O Pai manda, pela vocação, seus filhos multipli-

carem seus talentos e comunicá-los entre si, para que todos

cheguem à plenitude a que são chamados. Encerrá-los em

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si é privar os outros e a si mesmo da perfeição a que são vo-

cacionados. (4) É egoísmo, pecado, frustração total (5). Logo,

pode-se afirmar que a vocação é uma ordem a transformar a

fé em “amor-doação”. Essa é a razão por que o chamado de

Deus é um desafio à liberdade humana (6). Empreitada acei-

ta tão somente por quem tem a coragem de arriscar-se na

aventura da fé no Filho de Maria. Só a fé capacita alguém ao

reconhecimento da grandeza e eficácia do “amor-doação”,

exigência do batismo, contida em cada vocação.

Quando Deus chama, reconhece em quem é chama-

do a capacidade de participar, com seu tijolo, na construção

do irmão. Mais ainda, oferece-lhe a oportunidade de maior

felicidade, em virtude da natureza da vocação ser a alterida-

de e sua finalidade, a doação. Na verdade, “há mais felicida-

de em dar do que em receber” (7).

IV - GRATUIDADE

A vocação é sempre iniciativa de Deus. Ele chama

quem, quando, como quer e para a missão que desejar. Ela

é expressão do amor gratuito de Deus (8). Assim falou Jesus

a seus discípulos: “Não foram vocês que me escolheram; fui

eu que os escolhi e constituí, para que vão e produzam frutos

e que eles sejam duradouros” (9). É justo ser Deus o autor do

chamado. Quem mais do que Ele sabe o que é melhor à hu-

manidade? (10). O apelo divino é manifestação de amor em

forma de lembrança. Somos os lembrados da Trindade. É o

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que diz o salmista: “ O que é o homem, para dele Te lembra-

res? O ser humano, para que o visites? Tu o fizeste pouco me-

nos do que um deus, e o coroaste de glória e esplendor” (11).

V - SENTIR-SE CHAMADO A SER PADRE

Sentir-se chamado a ser padre é perceber em si a

divina convocação a um estado de vida e de serviço pres-

biteral, apostólico; é julgar-se solicitado à dedicação total

ao Povo de Deus, como profeta, sacerdote e pastor; é ser es-

colhido para continuar a missão de Cristo. Vocacionado ao

serviço do Reino é todo aquele que se sente atraído a levar

aos irmãos o amor do Criador, presente, em especial, na obra

da redenção. Perceber o chamado é dar conta de ser toca-

do pela causa do Evangelho, ideal nobre de que depende a

felicidade do gênero humano. Entre os principais sinais da

vocação ao trabalho na Seara do Senhor, destaca-se o inte-

resse pela difusão da Boa-nova de Jesus, para a expansão de

seu Reino destinado a todos.

O interesse é uma força motivadora que direciona a

pessoa à coisa a que ela se sente impelida. O interessado é

inclinado, tendente, motivado àquilo que lhe agrada. Sente-

-se dentro do objeto interessante. Ele vê razão para lutar em

vista de sua obtenção. Ao interesse atribuem-se as motiva-

ções que impulsionam o sujeito em direção ao alvo desejado.

A pessoa só é interessada por aquilo com que se identifica,

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por tudo com que tem afinidade; tudo em que se encontra

cativa-a. A causa principal do interesse está na esperança

de se obter uma resposta satisfatória a uma necessidade.

Em razão do interesse poder direcionar e mobilizar o

indivíduo, convém que se tenha muito cuidado com a pro-

paganda. Ela pode introduzir na pessoa falsas necessidades

que, por sua vez, geram interesses inconsistentes. Demais,

a propaganda, às vezes, sugere respostas falaciosas a ne-

cessidades verdadeiras. A introjeção de interesses inca-

pazes de satisfazer aos anseios mais profundos do homem

compromete sua realização e pode, até mesmo, conduzí-lo a

frustrações irrecuperáveis. Por quê? Porque a vida humana,

como já visto, gira em torno do que é considerado vantajoso,

atraente. Se o objeto do interesse não corresponder satis-

fatoriamente às carências intrínsecas da pessoa, toda sua

luta será vã, pois não atingirá a meta a que se deve propor:

realização plena.

A título de critério para se distinguir o joio do trigo,

eis algumas dicas: a propaganda que promove é aquela

que subordina o ter ao ser, o efêmero ao permanente, o ma-

terial ao espiritual; é amiga da verdade e mostra a realida-

de total; indica vantagens e cobra sacrifícios; tem por fim

o bem comum e a felicidade duradoura; é divulgação de

valores indispensáveis ao homem que busca o Ser Total:

Deus. O interesse autêntico, verdadeiro e realizador emer-

ge do interior do interessado como reclamo do “ser-mais”;

ele é intrínseco e condiz com as exigências da realização

pessoal. Ele brota do reconhecimento da capacidade que

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20 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

a coisa interessante tem de atender a uma ou mais legíti-

mas necessidades. Diga-se, ainda, que o interesse é, por

natureza, intransferível. Ninguém pode querer por alguém.

Ser gente é ser dono do próprio interesse, do próprio que-

rer. Não deixar que os outros escolham por mim é prova de

maturidade, demonstração de liberdade e autonomia. Agir

assim supõe formação da vontade e uma boa educação,

para o reconhecimento da dignidade humana. Sem essas

duas condições, não se pode falar de opção vocacional.

Enfim, sentir-se chamado à consagração ao Reino de

Deus, como padre, é interessar-se pela salvação dos povos,

que carecem de profetas, sacerdotes, pastores e correspon-

der aos devidos requisitos.

VI - TER VOCAÇÃO

À semelhança do ventre que gesta e abriga o filho,

a vocação é a morada da personalidade. O modo de ser do

indivíduo encerra-se nela. Ao fazer a opção vocacional, a

pessoa abre essa morada como a gestante abre seu ventre

para o nascimento da criança, revelando-a totalmente. Es-

colher é, pois, liberar o eu e deixá-lo manifestar-se no objeto

preferido. Sou aquilo que escolho. Quando opto, digo quem

eu sou. Optar é identificar-se, ter coragem de nascer para a

coisa escolhida. Há muitos, porém, que vivem numa eter-

na indecisão, porque lhes falta coragem necessária para en-

frentar os desafios da opção, exigidos pelo “ser-mais”. Pre-

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ferem ficar sem nome, no anonimato, longe das exigências

do estado de vida e de serviço à sociedade. Agir assim é

contraoptar, é preferir o nada ao ser, a morte à vida.

É a personalidade, acima de tudo, que determina a

inclinação vocacional. Ela é uma das causas mais relevantes

do autêntico interesse que se tem por um determinado es-

tado de vida e profissão. Livre da propaganda consumista,

massificante, o indivíduo bem educado, informado, sempre

se interessará pela vocação e/ou profissão com que mais se

identificar. Esse interesse e inclinação vocacionais são en-

carados, por quem tem fé, como um chamado de Deus, uma

vocação. É evidente, porém, que Deus é todo poderoso e li-

vre para chamar quem Ele quiser, mesmo quem é avesso ao

seu plano. Exemplo clássico é Paulo de Tarso. Ele, a princí-

pio inimigo de Cristo, tornou-se seu grande apóstolo (12).

Em se tratando de vocação sacerdotal e/ou religiosa

consagrada, ter vocação é considerar-se identificado com o

ser, a vida e missão do padre e/ou religioso consagrado. O

fiel vê, em sua identificação com a vocação, o chamado de

Deus. Essa identificação supõe: valorização daquilo que é

próprio da vocação presbiteral e/ou religiosa, ter as aptidões

exigidas pela vocação, reconhecer a vocação preferida como

condição de realização pessoal e a melhor maneira de servir

a Deus e seu Povo.

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I - NOÇÃO

O termo felicidade vem do latim “felicitas.” Seu

significado original contém a ideia de fertilidade, fecun-

didade, nutrição. Há muito, procura-se saber o que é, re-

almente, a felicidade. Essa indagação tem preocupado

homens e mulheres de todos os lugares e épocas. A di-

ficuldade em precisar o que ela é, de fato, levou muitos

a negarem sua viabilidade. Uns refutam sua existência

neste mundo. Outros afirmam ser ela mera coisa relativa

que depende de cada pessoa. Seria ela tão somente uma

questão de gosto, variando segundo a realidade de cada

indivíduo: subjetivismo? O desafio posto pelo tema moti-

va a tentativa de reflexão sobre ele. Mais, trata-se do ideal

de todo mortal: ser feliz.

O HOMEM E A FELICIDADE

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24 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

Objetiva-se, com este tema, apresentar algumas con-

cepções sobre o homem e a felicidade. Ele será fundamenta-

do, mormente, no pensamento de Teilhard de Chardin.

II - FELICIDADE: CONSQUISTA DOS SÁBIOS

Observando o comportamento humano, verifica-se

que, em tudo que faz, o homem busca a felicidade, alvo cen-

tral de sua vida. Ele se sente atraído por ela que o fascina

sem cessar. Procura-a como o sedento, a água. Ele a quer

tanto quanto a seta anseia o alvo. Reconhece, entretanto,

que seus atos nem sempre o conduzem a ela. Onde está a ra-

zão do desencontro? Qual é a causa de sua frustração? Tra-

ta-se de uma falsa concepção? Com frequência, sim. Muitas

vezes, o que se pensa ser felicidade é um equívoco.

Urge, por isso, ter um verdadeiro conceito de feli-

cidade para encontrá-la. Por quê? Que relação há entre o

conhecimento - conceito correto da verdade - e ser feliz?

São duas realidades interligadas. É necessário, portanto,

saber antes em que consiste precisamente a felicidade,

porque as ações de uma pessoa decorrem de seus concei-

tos, daquilo que ela pensa sobre a coisa. Se eu acho, por

exemplo, que a cidade do Rio de Janeiro encontra-se no

lugar “x” e ela está no local “y”, jamais chegarei a ela. O

mesmo ocorre com alguns que desejam ser felizes. O sábio

não age sem antes refletir. Pensar é projetar a ação e agir é

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implementar a ideia. Quem projeta errado nunca age cer-

to. A felicidade está, por conseguinte, ao alcance somente

de quem pensa bem, tem ideia correspondente à verdade

e a põe em prática.

Ser feliz é, pois, exclusividade dos sábios, que agem

com conhecimento de causa. Eles buscam a fortaleza, vi-

giando sua fraqueza; não desrespeitam o sinal da prudên-

cia; protegem-se em ambientes saudáveis; não se aventu-

ram em andar por qualquer estrada; não se esquivam da

estreiteza do caminho da vida; rejeitam prazeres engano-

sos; não se deixam seduzir por engodos; estão à cata de

prazeres duradouros; garimpam a verdade em função do

bem comum; empenham-se para que a humanidade inteira

entenda que a natureza do bem é universal; afi rmam que

bem só é bem quando benefi cia a todos; dizem que o bem

só de poucos é um mal que atinge a todos; não se furtam ao

devido preço da genuína bem-aventurança. Como ilustra-

ção, eis dois depoimentos sobre a felicidade:

III - FELICIDADE É TER PRAZER

“Sou Pafúncio, natural de Hedon, 41 anos, falo ape-

nas português. Grau de instrução: ensino médio. Sem profis-

são. Não trabalho. Em virtude da grande herança recebida

de meus pais, levo um padrão de vida alto. Com ele, gas-

to mensalmente em torno de R$ 37 mil. Filho único, soltei-

ro. Moro só. Em meu apartamento de seis suítes, crio cinco

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26 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

cães e três gatos. Tenho três empregadas domésticas e um

motorista. Alimento-me muito bem. Quase todo domingo

ofereço um banquete aos amigos. Minha predileção é via-

jar, comprar roupas, beber, fazer sexo. Meu grande amor são

meus animais. Minha felicidade é curtir a vida, aproveitar

todas as oportunidades de prazer. Descarto as cobranças da

consciência, neutralizando-as com bebidas alcoólicas. Se o

dinheiro me dá tudo, sofrer por quê? Com ele, compro mui-

tas coisas e até mesmo pessoas. Aproveito a vida como bem

quero. Isso é felicidade. Um dos meus maiores prazeres é

estar na mídia, como pessoa famosa, ser manchete diária,

ser “badalado”. É essa a máxima felicidade que procuro. É

assim que pretendo ser plenamente feliz”.

IV - FELICIDADE É “SER-MAIS” PARA SERVIR MELHOR

“Chamo-me Titico, cearense de Camocim, 21 anos,

solteiro, falo o vernáculo e Inglês. Sou professor de Portu-

guês. Leciono no colégio de minha cidade. Ganho R$ 2.300

por mês. Tenho três irmãos e três irmãs. Moro com meus

pais em uma casa de três dormitórios. Minha alimentação

restringe-se ao essencial. Às vezes, chega a faltar alguma

coisa. Minha vida está alicerçada em Deus, família, estudo,

trabalho, lazer saudável e solidariedade, em especial, com os

mais pobres. Tenho dois sonhos: doutorar-me em Português

e dedicar-me à formação de professores carentes.

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A felicidade, para mim, é uma situação de vida em

que as necessidades humanas fundamentais são plenamen-

te satisfeitas. É uma realidade resultante da superação dos

desafios inerentes ao crescimento. Ela é a satisfação decor-

rente do aprendizado adquirido na dialética entre o anseio

de ser mais e o preço pago por isso. A procura de ser maior e

melhor, em tudo que se faz, é o caminho da beatitude. Feli-

cidade é o resultado da resposta positiva dada, durante toda

a vida, ao chamado à plenitude.

Oração, estudo, trabalho e lazer compõem a rotina de

minha vida. Quando vividas equilibradamente, essas ativi-

dades produzem felicidade. São ações fundamentais e des-

tinadas à glória de Deus e à construção integral do ser hu-

mano. A consecução desses dois objetivos é a felicidade. É

também o mais agradável louvor ao Criador e a mais perfeita

expressão de fraternidade. A edificação mútua e dinâmica

das pessoas, por meio da recíproca comunicação de dons e

como resposta ao anseio divino, é uma caminhada à pleni-

tude, é Reino de Deus, bem-aventurança, felicidade. Desse

modo, a convergência da vida ao Pai Celeste, via Jesus Cris-

to, e serviço aos irmãos, levam, com certeza, à felicidade.

A solidariedade é uma exigência da fé, em forma de “amor-

-serviço”, fonte de felicidade, conquistada tão somente pelos

fortes, que se colocam ao lado dos fracos. Apenas os fortale-

cidos em sabedoria rendem-se diante das necessidades dos

enfraquecidos, transformando-se em respostas adequadas a

elas. Felicidade é a resposta a uma luta contínua e respon-

sável; ela resulta da busca ininterrupta do crescimento de si

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28 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

mesmo e dos outros; ser mais e melhor; comunhão com Deus

e os irmãos; ser feliz é ser suficientemente forte para superar

os desafios do amor, da fraternidade. Tudo isso é felicidade.

Querer crescer agrada ao próprio ser. Eis o que é

felicidade para mim: ser “humano-jardim” em contínuo

desenvolvimento, onde o amor toca mais alto que o clarim.

Senhor, dai-me a coragem de morrer, se necessário,

por exigência do amor aos que sofrem, para que, sendo ama-

dos, se libertem da dor e tenham alegria de viver”.

O que dizer do Pafúncio e Titico? Os dois conse-

guirão o que pretendem? Sim? Não? Quem? Por quê? Toda

pessoa de bom senso é capaz de responder a essas ques-

tões corretamente.

Uma coisa parece certa. Titico empenha-se em

cumprir seus deveres de cristão e cidadão; procura sua

plenitude no seguimento a Jesus Cristo morto e ressus-

citado. O homem desse naipe nunca se basta, sempre

descobre motivos para melhorar, para crescer, para fazer

algo de bom e de melhor, porque sua medida é Cristo,

ápice da perfeição (1). Enquanto que Pafúncio caminha

em outra direção.

Pode-se dizer, enfim, que uma noção verdadeira de

felicidade é imprescindível à realização humana, que supõe

boa formação espiritual, ética e moral. Em virtude disso, de-

ve-se procurar alguém que possa ajudar a encontrar o Mes-

tre da ética por excelência: Jesus de Nazaré, dito “Caminho,

Verdade e Vida” (2). A felicidade tão procurada está Nele;

chama-se “vida plena”, dada a quem se faz seu discípulo (3).

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V - O HOMEM E A FELICIDADE EM TEILHARD DE CHARDIN

1. O homem

O homem é um ser reflexivo, livre, que percebe o

possível e o futuro. Assume a evolução na liberdade. Está

em seu poder construir e conservar o destino do universo

ou destruí-lo numa catástrofe total. O humano normal é o

animal que aceita o fardo da vida e a respectiva responsa-

bilidade. Com confiança no invisível, mas real, crê no valor

absoluto da vida e do trabalho que promete a certeza de uma

perfeição completa e duradoura.

O homem é evolução consciente e responsável pela

terra, cujo movimento gradual e progressivo depende de

sua opção. O humano é um ser em busca do mais. Em sua

natureza, está impresso o anseio de plenitude (4). Deve,

na liberdade, respeitá-lo, caminhando, sem trégua, para o

Ponto Ômega (plenitude). Esse ponto é um imenso recep-

táculo da natureza onde as pessoas ficam diluídas como

gotas no mar.

O homem é como o fruto mais recente dos seres ani-

mais. Ele absorve a maior e melhor parte das forças vivas da

evolução de cujo enorme patrimônio é herdeiro. A transfor-

mação profunda, ocorrida no processo da humanização (evo-

lução natural do homem), consiste no fato de que a cosmo-

gênese (origem do universo) crescente até este momento, de

modo seletivo e natural, agora é conduzida de maneira mais

reflexiva e livre.

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30 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

2. O homem e a felicidade

Mais do que qualquer outro animal, o homem vive à

caça da felicidade. Tenta de vários modos encontrá-la. Em

todo tempo e lugar, procura-a. Faz tudo para ser feliz. Uma

de suas características essenciais é seu empenho para ser

mais e melhor, porque é nesse mais e melhor que se encon-

tra o que ele procura.

O homem, por ser racional, reflexivo, consciente de

si mesmo e de suas condições peculiares, percebe o possível

e o futuro. Sendo assim, não se contenta com aquilo que já

foi feito, mas se lança a novas conquistas, tendo em vista o

porvir e a ele se dirige. O humano, então, não se preocupa

só com o passado e o presente que antes foram futuros, mas

principalmente com o tempo a chegar, porque somente ele

poderá dar uma esperança de melhora, possibilidade de evo-

lução e realização do possível. Percebe-se, com isso, que a

ideia de porvir é inerente à ideia de progresso, evolução,”ser-

-mais”. Por que tudo isto? Porque pensar unicamente em

termos de presente e passado é estagnar-se. Isto nos mos-

tra a necessidade de se olhar preferencialmente para frente,

porque só o tempo esperado viabilizará o crescimento.

A inclinação do homem à felicidade cada vez maior

evidencia sua projeção natural ao amanhã da vida, porque

esse é o tempo próprio da realização do possível, do mais,

do melhor. O posterior ao presente é o tempo da viabilida-

de de projetos e implementação do possível. Aí está a pos-

sibilidade motivadora do humano de se lançar ao porvir.

Pensar, então, em evolução é pensar no além do hoje.

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O homem, por conseguinte, ao orientar-se para seu ideal, a

felicidade, dirige-se ao futuro, tempo peculiar da evolução,

cujo pico é o Cristo, Ponto Ômega (5). O ser racional não se

contenta com o simples “hic et nunc” (aqui e agora). Sua

essência clama, de fato, por plenitude que implica o tempo

denominado futuro.

À semelhança dos animais, os seres humanos enfren-

tam desafios na procura de seu bem-estar, sua felicidade. São

provados pelas exigências normais e anormais da vida. Ao lado,

porém, do temor há também uma esperança de solução. Em ra-

zão de sua racionalidade, percebem o possível viabilizado pelo

tempo que vai chegar. Descobrem problemas e implicações em

tudo que não avança com tanta segurança e certeza, por causa

do possível. Ainda assim, crescem enquanto buscam soluções

definitivas e universais para os desafios. As dificuldades são

indispensáveis à evolução, ao desenvolvimento humano por-

que, na tentativa de solução, o homem aprende a caminhar em

direção do Ponto Ômega. O ponto de chegada é a plenitude do

aprendizado, objetivo das tentativas de solução.

3. Tipos de homem

O jeito de encarar a vida revela o tipo de homem que

somos. Assim como há inúmeras modalidades de se ver o mun-

do, existem os respectivos tipos de racionais. A seguinte his-

tória pretende ilustrar o pensamento de Teilhard de Chardin.

Edson, Jairo e Robson são três amigos que deixaram

sua terra natal, Belo Horizonte, e foram estudar medicina em

São Paulo.

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32 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

Edson, diante das dificuldades da cidade grande, de-

safios do estudo, ambiente novo, longe da família, amigos e

costumes, começou a lamentar-se. Dizia, com apenas dois me-

ses em São Paulo, que o sacrifício que fazia não valia a pena.

Preferia a vida anterior, tranquila, em sua terra. Afirmava que

não compensava tanto sacrifício para cursar uma faculdade.

Bastava o ensino médio para viver. Após muitos lamentos,

abandonou o estudo, voltou a Belo Horizonte, mesmo tendo

sido aconselhado por seus colegas a permanecer na luta.

Jairo, no fim do segundo ano, desistiu de seu curso

de medicina. Achou que continuar até o fim implicaria ainda

muitos sacrifícios. Não estava disposto a pagar o ônus da con-

clusão e pretendia casar-se logo.Também pensava ser “quase

médico” e queria pôr em prática o quanto antes os conheci-

mentos adquiridos. Vivia também incomodado pela falta de

tempo para divertir-se. Costumava, pois, frequentar as “bala-

das” nos fins de semana. Seu forte era “curtir” o prazer. Largou,

então, os estudos e arrumou um emprego na área da saúde.

Robson era pobre. Enfrentou muitas dificuldades eco-

nômicas. Sua família empenhava-se, ao máximo, para mantê-

-lo estudando na capital paulista. Apesar de sua estreita li-

gação familiar, enfrentou, com êxito, o desgaste da saudade.

Aproveitava as férias para ganhar um pouco de dinheiro. Mes-

mo vitimado por um atropelamento, no qual quebrou um bra-

ço e uma perna, não fraquejou. Fortalecendo-se, diariamente,

com o renovado objetivo de sua vinda a São Paulo, superou

todos os obstáculos. Concluiu seu curso de medicina. Hoje, é

chamado Dr. Robson e presta relevante serviço à sociedade.

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Nessas histórias, vimos diferentes reações diante de

uma mesma realidade - que era ser médico - ideal comum

dos três jovens.

Segundo as categorias de Teilhard, os três estudan-

tes podem ser assim classificados.

a. Fatigado. Edson foi fraco, pessimista, desani-

mado, voltado ao passado. De acordo com o autor, ele tem

o perfil do homem fatigado, que costuma rejeitar sacrifício,

mesmo em prol de uma grande causa. Ao fatigado, a exis-

tência é um peso, um engano, um erro. É um tipo de homem

que encara os desafios como barreiras intransponíveis. Não

sabe o que quer; seu querer é inconsistente; não perseve-

ra em nada; basta surgir um obstáculo, por menor que seja,

para renunciar ao pretendido. Rejeita até mesmo sua realiza-

ção, quando essa exige algo. Facilmente é derrotado. É um

homem ansioso por facilidade, comodidade, moleza. Pensa

pequeno, sacia-se com o mínimo. Não encontra motivo para

lutar, crescer, ser cada vez mais e melhor. Não tem a mínima

ambição. Acovarda-se diante da vida. Prefere o nada ao ser.

b. Folgazão. Jairo parou no presente, contentou-se

com o que já sabia. Está satisfeito com o incompleto. É o ho-

mem da meia medida, vista como plenitude. Esta qualidade de

homem é menos ruim que a anterior. O folgazão opta por ser e

não por não ser, entretanto rejeita a perfeição, a plenitude, para

viver folgado. A mediocridade é uma de suas características.

Sua preocupação é usufruir o presente, o imediato. Não pensa

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34 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

no futuro. O mais importante é “curtir a vida”. É hedonista. O

prazer momentâneo, efêmero é seu valor ético preponderante.

c. Forte. Robson focalizou o futuro e a ele se lan-

çou por inteiro, em vista da meta proposta. Sua esperança

suplantou as dificuldades próprias da pobreza, juventude, es-

tudo, distanciamento da família, amigos e um atropelamento.

Destemido e perseverante, jamais olhou para trás diante dos

problemas. A fortaleza foi o penhor de seu triunfo. É o ho-

mem do futuro, do devir, do ser mais. Não se contenta com

pouco, com aquilo que já alcançou. É uma pessoa em contí-

nua autossuperação. Sabe o que quer e investe no que esco-

lheu. Preocupa-se muito com o aproveitamento exaustivo das

oportunidades que a vida lhe oferece. Faz da existência uma

escalada do “ser-mais”. É o homem de constante ascensão. O

forte é profundamente humilde. Tem consciência de que ain-

da não chegou ao cume, Ponto Ômega, Jesus Cristo, modelo

de perfeição; sua vida, porém, é toda orientada para Ele.

Pafúncio,Titico, Edson, Jairo, Robson apresentam di-

versas maneiras de buscar a felicidade. Ainda que todos pre-

tendam a mesma coisa, apenas Titico e Robson encontram o

que procuram. Os dois vitoriosos ensinam, com a vida, que

é a felicidade verdadeira que traça o caminho que conduz

a ela. Cabe ao pretendente andar pela estrada proposta e

reconhecer-se caminheiro e não caminho. A felicidade de

“ser-mais” está, pois, ao alcance somente de quem acolhe

suas exigências. Quem as rejeitar nada será.

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I - FAZER PASTORAL É VIVER NO PASTO

Pastoral é uma atividade no pasto, no meio do

povo, campo de ação do pastor. É uma militância com e

para as pessoas. É essencialmente ampla em sua abran-

gência. O bom pastor é fascinado por todo o rebanho. Ele

não se contenta com um indivíduo ou grupo apenas. Não

elitiza; não exclui ninguém. Trabalha em qualquer lugar

e circunstância. Seu fascínio é o bem comum: salvação

de todos (1).

Fazer pastoral é propor santidade, salvação, anun-

ciando a Pessoa e Palavra de Cristo (2), morto e ressuscita-

do (3). O pastor transforma o conteúdo teológico em men-

“AI DE MIM, SE EU NÃO EVANGELIZAR”

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36 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

sagem redentora, levando-o às ovelhas. Ele é o mediador

da proposta salvífica ao rebanho a ser salvo. Sua mensa-

gem é o querígma e não ideologias. Com ele, o mensageiro

constrói o Reino de Deus, fim de toda pastoral.

O pastor é alguém que entende de ovelha, sua

complexidade e necessidades. Ele caminha à frente

de seu rebanho, não porque é o primeiro, mas porque é

guia, mestre, animador, defensor. Ele objetiva, com seu

trabalho, o bem das ovelhas que vivem os contrastes da

existência humana, as agressões do mundo. O bom pas-

tor não vive para si; não se contenta com meia medida.

Ele se engaja totalmente na busca de vida plena para si

e seu rebanho (4).

II - A PREGAÇÃO É FONTE DE FÉ

Reconhecendo a necessidade de pregar a Boa-nova

de Jesus, São Paulo encara sua missão não como uma tarefa

facultativa, que lhe confere “status”, bens materiais. Ele a vê

como obrigação decorrente do mandato do Senhor (5). Pro-

clamar a Boa Notícia é uma questão de fidelidade à ordem

de Jesus; uma condição de realização do Reino de Deus. Ex-

clama o apóstolo: “Anunciar o Evangelho não é título de gló-

ria para mim; pelo contrário, é uma necessidade que me foi

imposta. Ai de mim, se eu não evangelizar” (6).

Em sua carta aos romanos, Paulo apresenta a pre-

gação da Palavra de Cristo como fonte de fé (7). Em razão

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da necessidade do anúncio, ele enaltece o pregador, citan-

do Isaias: “Quão maravilhosos são os pés dos que anunciam

boas notícias” (8).

III - PODER, BUROCRACIA E ACOMODAÇÃO COMPROMETEM A EVANGELIZAÇÃO.

Ainda que a Bíblia insista na necessidade da prega-

ção da Palavra de Deus (9), uma leitura rápida da história

permite afi rmar que o entusiasmo apostólico tem oscilado

muito na prática pastoral da Igreja. À medida que cresce o

número dos batizados e consequente poder religioso, po-

lítico e econômico, a instituição perde qualidade apostó-

lica e ardor missionário. Parece que há uma substituição

de prioridade. As vantagens materiais imediatas de tais

poderes fascinam de tal modo parte da hierarquia que ela

chega a perder de vista sua vocação de serva (10) e a pri-

mazia do anúncio do Evangelho (11). Instala-se, então, um

espírito de acomodação no interior da Igreja, acobertado

pela burocracia e poder. Com tudo isso, ela compromete

sua missão evangelizadora universal (12) e a formação dos

fi éis (13). Entre outras, ressaltamos duas realidades graves,

perceptíveis na vida do Povo de Deus: burocracia e perda

do espírito de serviço.

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38 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

1. Burocracia

Em virtude da pouca consciência dos fiéis, consoante

a seus direitos e deveres, a acomodação de um número razo-

ável de sacerdotes e concentração dos ministérios, sobretu-

do nos padres, em número insuficiente, o “ide” de Jesus (14)

transformou-se, em muitos casos, em “ficai”. Muitos padres

trocam o pasto pela sacristia; privilegiam a burocracia em

detrimento do pastoreio; reduzem ou abandonaram o anún-

cio da Boa-nova, para atender uma clientela exclusiva. Ago-

ra, são homens de reuniões e mais reuniões, encontros e as-

sembleias. Estão enclausurados no grupo cativo de clientes

e amigos. São, muitas vezes, consumidos em atendimentos

sacramentalistas, promovendo, assim, mais a religião que a

fé. São onerados, em grande parte, por atividades adminis-

trativas indevidas; alguns são mais construtores e sitiantes

que evangelizadores. A falta de pastores é, em muito, reflexo

dessa situação. Tudo isso clama por conversão vocacional.

Como pároco por mais de 10 anos, o autor pôde per-

ceber o contraste praticado pelos seus dirigentes entre a

exigência da presença dos párocos em eventos burocráticos

e o interesse por uma ação evangelizadora eficiente, con-

creta e urgente. Jamais recebeu uma visita pastoral do bis-

po. Em vez de visitar cada comunidade paroquial, promo-

via mais uma reunião com os párocos, vigários e Conselhos

Paroquiais de Pastoral (CPP) do setor. O pároco em questão

nunca foi interrogado sobre a pastoral de sua paróquia. Em

contrapartida, ouviu reclamações por não ter participado de

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poucas reuniões; atendeu alguns telefonemas da cúria, co-

brando o dízimo paroquial, por atraso de dois a três dias;

jamais ligaram, reivindicando maior ardor missionário. O re-

ferido pároco sentiu-se induzido a concluir que evangelizar

só era prioridade no discurso; “pároco ideal” é o de reuniões,

mais reuniões e pontual no pagamento do dízimo. O que Je-

sus de Nazaré acha disso?

2. Perda do espírito de serviço

A Boa-nova de Jesus é uma proposta de amor concre-

to (15). Com o batismo, o cristão acolhe o Evangelho, com-

prometendo-se a servir os irmãos como discípulo do Filho de

Deus (16). O acolhimento da mensagem é consequência do

anúncio. Não anunciar o Evangelho é deixar de propor Jesus

Cristo como Messias, o serviço como caminho de santifica-

ção e salvação. O primeiro trabalho dos ministros ordenados

é anunciar o querígma (17).

Há casos, em que não se percebe nos pastores o tes-

temunho de serviço tão exigido por Jesus (18) e esperado

pelo povo. A pretexto de horário, organização, reuniões, via-

gens, cursos, lazer, padres deixam, às vezes, de atender suas

ovelhas. Parecem pastores de si mesmos (19). Acrescente-se

a isso, o fechamento de igrejas em horários inconvenientes

ao povo, sob o pretexto de segurança.

Em seu artigo “Faltam Padres?”, Pe. José Lisboa de-

nuncia a carência do espírito missionário na Igreja, com

essas palavras: “A questão é muito antiga. Não faltam pa-

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dres, mas, como nos lembra São Gregório, falta paixão pelo

Reino. O ministério é visto apenas como status, privilégio,

meio de fazer carreira e de resolver situações pessoais,

como profi ssão rentável. Por isso, muitos aceitam ser or-

denados, mas somente um número pequeno dispõe-se a

“cumprir o dever do ofício”, ou seja, a servir o Povo de Deus

onde ele precisa” (20).

Como medidas para reverter ou atenuar a gravidade

dessa situação, propomos:

a. Com uma nova Animação Vocacional, mobilizar as

bases dos fiéis católicos, sobretudo as comunidades desas-

sistidas ou mal atendidas, a fim de cobrarem dos bispos,

padres e diáconos permanentes mais ardor missionário e ca-

ridade evangelizadora.

b. Movimentar o povo católico, em especial a hie-

rarquia, para que a formação dos ministros ordenados seja

mais evangélica: mais ética, moral, espiritual e ministerial.

Por que isso? Porque com certa frequência, os fi éis decep-

cionam-se com padres que namoram; outros escandalizam

com a prática de homossexualismo, pedofi lia; alguns des-

viam recursos da comunidade etc. Essa realidade é mais

que lamentável. Ela é digna de compaixão e de medidas

saneadoras. Deus e o povo merecem bons pastores. É de-

plorável, porém, certos padres não perceberem infi delidade

igual ou maior, em não cumprirem sua missão de consa-

grados ao Reino de Deus. Vivem comprando tijolos, cimen-

to, cuidando de construções, reformas, chácaras, sítios,

fazendas; além das atividades fi nanceiras e burocráticas.

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Em muitos casos, há o agravamento do abuso do poder e

mordomias. E o povo? Como fi ca? Vivendo “como ovelhas

sem pastor”? (21).

c. Reivindicar das autoridades eclesiásticas medidas

capazes de inovarem a prática da maioria dos animadores

vocacionais, para melhorar o número e a qualidade do resul-

tado de seus trabalhos.

d. Buscar caminhos para discutir, com a hierarquia

eclesiástica, sobre as vantagens pastorais do aproveitamen-

to ministerial dos padres casados.

e. Intensificar a promoção do diaconato permanente.

f. Contratar os seminaristas e religiosos que concluí-

ram o quarto ano de teologia e deixaram a casa de formação.

g. Incrementar a preparação dos agentes leigos, ofe-

recendo a alguns a mesma formação bíblica, teológica e pas-

toral dada aos candidato ao presbiterado.

Reconhecemos inúmeras tentativas, todavia insufi-

cientes, na direção do incremento missionário. Ainda há,

no entanto, um grande vale tenebroso entre discurso e prá-

tica. Parece-nos que a ameaça do proselitismo evangélico,

no Brasil, tem produzido mais efeito na hierarquia do que a

exigência intrínseca do mandato de Jesus: “Ide e fazei que

todas as nações tornem-se meus discípulos, batizando-as

em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as

a observar tudo quanto vos ordenei...” (22).

Sinaliza, contudo, esperança saber que, em muitos

lugares, há cristãos leigos, consagrados, ordenados, vivendo

sua missão evangelizadora exemplarmente; perdendo a vida

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para ganhá-la (23). Temos muitas razões por que esperar por

um futuro em que os membros da Igreja serão mais fiéis à

Cabeça, Cristo. Para tanto, peçamos ao Pai a graça da con-

versão, acolhendo a ordem de seu Filho: “Arrependei-vos e

crede no evangelho” (24).

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EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

I - NOÇÃO

A Equipe Vocacional Paroquial (1) é um grupo de 80

católicos divididos em oito subequipes de dez membros.

Cada uma tem missão específica, articulada com a equipe

geral. Todos são preparados (2) e enviados à animação vo-

cacional, para conscientizar, sobretudo, os paroquianos, a

respeito de seu estado de vida e de serviço na Igreja (3). Mo-

tivam os que já optaram a viver na fidelidade e despertam,

orientam e acompanham os que ainda não o fizeram. A ta-

refa da equipe é, então, promover todas as vocações: leiga,

leiga consagrada, religiosa consagrada, diaconal, presbite-

ral, missionária (4).

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II - O PORQUÊ DA EQUIPE

1. Deus quer salvar a humanidade inteira com a par-

ticipação de todos os batizados (5).

2. Sendo a paróquia uma comunidade de fé, esperan-

ça e caridade, ela concretiza a Igreja torna-se o lugar ideal e

prioritário, após a família católica exemplar, para a promo-

ção das vocações (6).

3. A vida demonstra que o trabalho em equipe obtém

melhores resultados.

4. Em grupo, todos são contemplados por seus res-

pectivos espaços, para comunicação de seus dons (7).

5. Uma pastoral em equipe apresenta mais chances

de continuidade na busca de seu objetivo. Quando o traba-

lho é feito em grupo, um membro impedido de cumprir sua

tarefa é suprido por outro, em geral, sem danos. Isso oferece

mais segurança em vista do objetivo a ser alcançado.

6. Em paróquias onde há uma equipe vocacional pre-

parada, dinâmica, os resultados são evidentes. Surgem mais

candidatos ao matrimônio, sacerdócio, diaconato, vida reli-

giosa consagrada, vida leiga consagrada, agentes leigos e

missionários. Não procede, por conseguinte, dizer que não

há vocação. Falta, sim, formação, recurso, garra, militância

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arrojada, implementação da prioridade presente nos docu-

mentos e discursos orais (8).

III - RECRUTAMENTO DOS MEMBROS

1. Maior de 25 anos. Recrutar pessoas com idade

mínima de 25 anos. Os mais jovens terão seu espaço de par-

ticipação na execução do planejamento da equipe.

2. Casado. Como o casamento costuma dar certa es-

tabilidade, há vantagens em recrutar pessoas casadas, de

preferência o casal.

3. Viúva. A experiência mostra que as viúvas gos-

tam de assumir trabalhos de pastoral vocacional e os assu-

mem com muita dedicação. Na maioria das vezes, elas têm

um pouco mais de tempo e generosidade.

4. Aposentado. A falta de tempo inviabiliza qualquer

projeto humano. Por isso, temos de levar a sério o fator disponi-

bilidade no recrutamento. Nesse sentido, ressaltamos a conve-

niência de aproveitar melhor os nossos aposentados. Eles cos-

tumam ter tempo e disposição. São, em geral, pessoas ricas em

experiência e bondade. Some-se ao serviço, que eles podem

prestar à Igreja, a promoção humana e cristã que a militância

vocacional pode fazer a favor deles. Sabemos que um homem

ocupado na prática do bem é uma pessoa promovida e feliz (9).

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5. Disponibilidade. O bom funcionamento de uma

equipe paroquial requer disponibilidade de tempo. Não bas-

tam, pois, a boa vontade e grandes ideias sem a eficácia da

prática. Quem não tem tempo não produz, não serve (10).

6. Liderança. Reconhecendo o papel relevante da

liderança no êxito de qualquer pastoral, temos de usá-la

como indicação para convidar as pessoas. Com coragem,

convocar, convencer, conquistar líderes nos campos da fé,

relações-públicas, arte, negócios, política, publicidade, co-

municação social, educação etc., para atuarem na animação

vocacional. Uma das vantagens do líder é o seu poder de

influência sobre as pessoas e isso lhe dá condição de ser um

bom motivador, excelente multiplicador.

7. Pouca ou nenhuma participação. Como toda

pastoral deve ser evangelizadora, missionária, achamos que

o recrutamento deve seguir uma escala de preferência (11):

a. Pessoas que participam apenas de celebrações

dominicais e festivas (festa do padroeiro, Semana Santa etc.).

b. Católicos que vêm à Igreja somente quando o

coração pede.

c - Batizados que restringem sua participação às

celebrações de missas de sétimo dia, batizados, crismas, ca-

samentos, bodas e formaturas.

d. Cristãos católicos que se satisfazem com uma

prática religiosa caseira. Acham que não é necessário ir à

igreja. Rezam somente em casa. São, no entanto, pessoas

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que levam uma vida digna, têm bom coração e são homens

e mulheres de boa vontade.

8. Não engajados. Convidar pessoas ainda não en-

gajadas em algum tipo de pastoral. Por que isso? Porque a

Igreja de Jesus Cristo tem de ser vida em comunhão e par-

ticipação. Cada batizado tem seu lugar de serviço na Igre-

ja. Esse direito não pode ser negado a nenhum membro da

comunidade. Mas não é só o direito que o batizado tem. Ele

também tem obrigação a assumir. Ocupando seu devido lu-

gar, comunica seus dons em forma de respostas concretas

às necessidades dos irmãos. Acumular, por conseguinte,

cargos, funções, serviços de qualquer espécie em uma só

pessoa é inconsequente ao cristianismo (12). Pois:

a. Impede outros indivíduos de exercerem sua vo-

cação de comunhão e participação.

b. Dar mais de uma tarefa a uma só pessoa é correr o

risco de comprometer a qualidade e continuidade do serviço.

c. O acúmulo de responsabilidades pastorais em

um só indivíduo tem, muitas vezes, ocasionado problemas

entre o casal, entre pais e filhos. A ausência prolongada de

um pai, de uma mãe, de um esposo, de uma esposa, de um

filho e de um irmão costuma contribuir para a infidelidade à

missão da família.

d. O trabalho de Igreja é essencialmente partici-

pativo, democrático, envolvente; exige muitas reuniões

de planejamento, avaliação etc. Quem participa de duas

ou mais pastorais está sujeito ao não cumprimento de

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suas responsabilidades, em razão da possível simultanei-

dade das atividades. Não é possível estar em dois lugares

ao mesmo tempo.

IV - ESTRATÉGIAS DO RECRUTAMENTO

1. Publicidade. Fazer propaganda durante quatro

semanas, iniciando no sábado ou domingo. Elaborar faixas,

cartazes, folhetos sobre a EVP. Aproveitar todas as celebra-

ções e demais atividades paroquiais (cursos, reuniões, quer-

messes etc.) para divulgar a proposta. Utilizar, também, tele-

marketing, e-mail, redes sociais e o poderoso “boca-a-boca”.

2. Inscrição. Abrir as inscrições na quinta semana

(sábado ou domingo), para o cadastramento dos eventuais

participantes da equipe. Para isso, colocar três pessoas em

cada saída da igreja, a fim de recolher as adesões e fazer um

trabalho de convencimento. Além disso, distribuir folhetos

sobre o assunto e um convite para o primeiro encontro a ser

realizado 15 dias após a entrega do convite e recebimento

da inscrição preenchida.

3. Lembrete. Sete dias antes do encontro, lembrar,

por e-mail, todos que entregaram a ficha preenchida. Dois

dias antes do evento, relembrá-los por telefone. É sabedoria

insistir na importância da presença de todos.

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4. Convite a domicílio. Caso o número das adesões

seja inferior a 40 pessoas, o recrutamento será feito “corpo-

-a-corpo” e por visitas a domicílio.

V - CONSTITUIÇÃO DA EQUIPE

Pretendendo ser um organismo evangelizador, a EVP

será constituída de 80 membros, divididos em oito subequi-

pes. Cada uma elege seu coordenador. Os oito coordenado-

res eleitos escolhem, dentre eles, o geral. Com trinta e dois

membros, no mínimo, a EVP pode iniciar suas atividades,

sem, entretanto, esquecer-se de recrutar os que faltam.

VI - SUBEQUIPES

1. Equipe de oração

a. Missão

Os membros dessa equipe têm a missão de promover

a oração com a conscientização de si mesmos e da comuni-

dade a respeito da importância da oração na vida dos cris-

tãos e, em especial, na animação vocacional e uma prática

efetiva. Compete à equipe elaborar uma programação anual,

em vista desse propósito, levando em conta a realidade in-

dividual e coletiva dos paroquianos (13).

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b. Atividades estratégicas

Missa / Hora Santa / Tríduo / Novena / Terço / Via Sa-

cra / Caminhada / Vigília / Oração vocacional individual, co-

munitária, em família, em celebrações, nas escolas / Capelinha

Vocacional (Visita da imagem de Nossa Senhora) / Encontro de

Oração/ Romaria / Programação especial para o Dia Mundial

de Oração pelas Vocações e mês vocacional (agosto) / etc.

2. Equipe de secretaria

a. Missão

1. Organizar o fichário dos participantes da

equipe geral.

2. Providenciar os materiais necessários às

campanhas, cursos, celebrações e encontros vocacionais.

3. Fazer as comunicações devidas (datas, locais

e horários dos eventos), cumprimentos aos aniversariantes,

agradecimentos, saudações, homenagens por ocasião de

datas festivas etc.

4. Secretariar as reuniões e manter o livro de ata

em dia.

5. Elaborar o relatório anual das atividades

realizadas

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b. Atividades estratégicas

1. Utilizar como meios de comunicação: e-mails,

cartas, telefonemas.

2. Imprimir pequena quantidade em impres-

sora doméstica e grande quantidade em máquina rotativa,

em gráfica.

3. Equipe de propaganda e marketing

a. Missão

1. Propagar, preferencialmente em toda a co-

munidade, os eventos programados e ideias referentes às

vocações.

2. Publicar, na imprensa falada e escrita, tudo

o que for necessário ao êxito dos trabalhos vocacionais.

3. Criar uma opinião pública favorável às

vocações.

b. Atividades estratégicas

Utilizar os possíveis meios de comunicação: telefo-

ne, internet, emissoras de rádio e TV, jornais, revistas, folhe-

tos, camisetas, bonés, faixas, cartazes, murais, data show,

adesivos, celebrações, eventos na comunidade, convite a

domicílio etc (14).

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52 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

4. Equipe de conscientização

a. Missão

1. Catequizar a comunidade a respeito das vo-

cações na Igreja; ajudar quem já optou a viver fielmente sua

vocação; auxiliar, em vista de uma decisão acertada, quem

necessitar de orientação e apoio.

2. Despertar a consciência dos paroquianos quan-

to à necessidade de agentes evangelizadores ordenados e não

ordenados, propondo a vocacionalização de todas as pastorais.

3. Promover, na comunidade, uma cultura voca-

cional que respeite e prestigie todas as vocações.

4. Suscitar, na paróquia, um espírito de genero-

sidade que leve os fiéis a sentir o dever de participação nos

gastos com a animação vocacional e formação dos futuros

ministros leigos, ordenados, religiosos/as consagrados/as e

missionários/as (15).

b. Atividades estratégicas

1. Palestras na internet, emissoras de rádio e

TV, igrejas, escolas, clubes, DVDs, CDs etc.

2. Artigos em jornais, revistas, apostilas, folhe-

tos, internet.

3. Apresentações: filmes, jograis, teatros, gin-

canas, concursos literários, festivais de música, feiras, en-

contros, semanas vocacionais, mês vocacional (agosto) etc.

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4. Plantão vocacional.

5. Equipe de acompanhamento

a. Missão

1. Ajudar os interessados e familiares, com

orientação e apoio necessários a um discernimento vocacio-

nal criterioso e decisão acertada.

2. Auxiliar, sobretudo os jovens, na superação

das dificuldades vocacionais.

3. Criar, com os acompanhandos, um ambiente

favorável ao fortalecimento do interesse vocacional.

4. Em se tratando de vocação ao diaconato per-

manente, presbiterato, vida religiosa e leiga consagradas,

encaminhar, oportunamente, os/as candidatos/as à pessoa

indicada.

5. Acolher, incentivar os/as formandos/as que já

se encontram nas casas de formação e os/as que desistiram

de continuar nelas (16).

b. Atividades estratégicas

Oração, celebrações, em especial eucarísticas, leitu-

ra bíblica, de livros vocacionais, entrevistas, orientações in-

dividuais, encontros, estágios, retiros, missões vocacionais,

visita à família dos/as acompanhandos/as e a locais apro-

priados a quem busca discernimento e decisão vocacionais

criteriosos.

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54 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

6. Equipe de pastoral na internet

a. Missão

1 - Criar e manter o site da EVP.

2 - Propagar, na internet, a EVP, mostrando o

que ela é, como funciona, seus vários serviços e sua impor-

tância na Igreja e sociedade.

3. Conscientizar vocacionalmente os internau-

tas, veiculando materiais sobre as diversas vocações.

4. Difundir a programação da equipe geral, en-

fatizando os eventos mais próximos e convidando os inter-

nautas, quando conveniente.

5. Caso necessário, fazer campanha de recruta-

mento de pessoal a ser integrado a uma subequipe.

6. Promover as campanhas da Igreja em favor

de todas as vocações.

7. Pedir aos internautas que orem pelas voca-

ções, pois “a Messe é grande e poucos são os operários” (17).

b. Atividades estratégicas

1. Fazer um banco de dados dos internautas in-

teressados em participar dos eventos vocacionais.

2. Coletar e-mails de parentes, amigos, conhe-

cidos etc., para a criação de um banco de dados, em vista de

possível colaboração.

3. Distribuir ao povo, em especial aos paro-

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quianos, um cartão contendo o endereço eletrônico do site

e e-mail da EVP.

7. Equipe de arte e lazer

a. Missão

Promover todas as vocações com eventos de arte e lazer.

b. Atividades estratégicas

Teatro Vocacional / Festival de Música Vocacio-

nal / Show Vocacional / Concurso Literário Vocacional /

Concurso de Audiovisual Vocacional / Concurso de Ora-

tória Vocacional / Campeonato de Bingo Vocacional /

Excursão Vocacional / Jogral Vocacional / Gincana Vo-

cacional / Caminhada Vocacional / Concurso Bíblico Vo-

cacional / Concurso de Desenho Vocacional / Romaria

Vocacional etc.

8. Equipe de manutenção

a. Missão

1. Levantar recursos financeiros para viabilizar

a animação vocacional paroquial, ajudar os/as vocaciona-

dos/as pobres da comunidade, seminário diocesano e casas

de formação carentes (18).

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56 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

2. Manter o livro caixa atualizado e prestar con-

tas oportunamente.

b. Atividades estratégicas

Depósito Bancário / Carnê / Livro de Ouro / Bingo /

Sorteio / Quermesse / Barraca de Alimentos / Leilão / Bar-

raca de Livros Vocacionais / Fruto Econômico do Sacrifício /

Almoço / Jantar / Chá / Filme / Teatro / Show / Pedido por

Carta / Patrocínio / Coleta na Missa Vocacional etc.

VII - FORMAÇÃO DOS AGENTES

1. Formadores

A preparação da EVP é um fator preponderante, pois

sua missão implica muita responsabilidade, visto tratar-se de

vocação e profissão, porque é, sobretudo, pelo exercício delas

que os cristãos expressam sua fé. O que ocorrerá, somente,

se a opção for acertada e vivida na fidelidade. Ao pároco é

atribuída a responsabilidade na escolha dos formadores da

EVP. É imprescindível que eles tenham competência para mi-

nistrar os temas sugeridos. Os aventureiros sejam evitados.

2. Formandos

Embora reconhecida, a boa vontade é insuficiente ao

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bom desempenho de toda e qualquer tarefa. Essa verdade

aplica-se também à EVP. Seu desempenho requer muito pre-

paro dos membros. A formação é ministrada em duas eta-

pas: inicial e permanente.

a. Formação inicial: temas

Em ritmo mais intenso, a matéria será estudada

em torno de 110 horas. Temas: Equipe Vocacional Paro-

quial / Sagrada Escritura: importância e manuseio / San-

tíssima Trindade / O Plano de Deus / Os Mandamentos de

Deus / Igreja: Povo de Deus / Os Mandamentos da Igreja /

As Virtudes Teologais / O Credo Cristão Católico / A Graça

Divina / A Teologia da Vocação / As Virtudes Teologais e

as Vocações / A Oração e as Vocações / Os Sacramentos

e as Vocações / As Vocações na Bíblia / As Vocações na

Igreja / As Vocações e a Evangelização / As Característi-

cas da Sociedade Brasileira Atual / O Perfil da Juventude

Brasileira Atual / A Animação Vocacional / O Itinerário da

Animação Vocacional / A Animação Vocacional e a Famí-

lia / A Animação Vocacional nas Escolas / O Perfil Ideal do

Animador Vocacional Brasileiro Hoje / Como Fazer Ani-

mação Vocacional no Brasil Atual / Os Desafios Atuais da

Animação Vocacional no Brasil / A Vocacionalização das

Pastorais / A Articulação da Animação Vocacional com

as outras Pastorais / A Animação Vocacional e a Comuni-

cação / A Pedagogia da Animação Vocacional / A Eficá-

cia do Testemunho Cristão na Animação Vocacional / As

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58 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

Relações Humanas na EVP / Encontro de Opção de Vida

(ENCOV) / Grupo de Opção de Vida (GOV) / Clube Voca-

cional / Dinâmicas Vocacionais / O Planejamento e suas

Razões / A Avaliação e Implementação das Propostas.

b. Formação permanente

A programação da formação permanente varia em

temas e intensidade, segundo as necessidades da equipe.

Reconhece-se, entretanto, a exigência mínima mensal de

duas horas de formação (19).

VIII - PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ANIMAÇÃO VOCACIONAL

Fé / Oração / Sacrifício / Testemunho / Sacramentos /

Eclesialidade / Corresponsabilidade / Unidade / Doutrina

Consistente / Ciências Afins / Promoção / Inculturação / Pe-

dagogia / Didática Adequada / Comunicação / Pioneirismo

e Criatividade / Alegria / Formação Contínua / Trabalho de

Equipe / Articulação com a Equipe de Formação / Itinerário /

Recursos / Secretariado Vocacional / Propaganda e Marke-

ting / Planejamento / Meta / Resultado / Avaliação e Imple-

mentação (20).

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IX - PERFIL DO COORDENADOR GERAL

1. Testemunho

Em razão de sua responsabilidade frente à EVP, o co-

ordenador geral deve ter um perfil à altura de sua missão. A

primeira exigência a ser atendida é o testemunho cristão.

Esse consiste numa vida inserida na comunidade paroquial,

oração, participação sacramental, prática da ética e moral

cristãs e militância evangelizadora (21).

2. Formação cristã

A formação cristã é um dos critérios a ser usado na

escolha do coordenador geral. O candidato precisa conhecer

o essencial da doutrina cristã católica concernente à fé, éti-

ca e moral: quem é Jesus Cristo; o que é a Igreja Católica e

sua missão; em que consiste ser cristão católico; sacramen-

tos; importância da Bíblia na vida do batizado; valores éticos

e morais cristãos; corresponsabilidade do católico quanto

à promoção de todas as vocações etc. (22). Na hipótese do

candidato não ter todos esses conhecimentos, compete ao

pároco oferecer-lhe os meios para adquirir os que faltam.

3. Prestígio

Toda escolha sábia é motivada por razões que a jus-

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60 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

tificam consistentemente. A eleição de um coordenador de

toda e qualquer pastoral enquadra-se nesse princípio. Como

o prestígio de uma pessoa decorre de um conjunto de qua-

lidades e motiva a aceitação da maioria, ele deve ser levado

em conta para a escolha do coordenador da EVP (23).

4. Grau mínimo de instrução: ensino médio

Há, quase sempre, uma relação muito relevante en-

tre o grau de estudo e o êxito no desempenho de uma fun-

ção, no exercício de uma profissão. Quanto mais estudo e

formação tiver a pessoa, mais chance terá em obter sucesso

no que faz. A vivência revela que a maioria dos melhores

coordenadores de pastoral tem o ensino médio, no mínimo.

5. Habilidade na relação com as pessoas

Todo empreendimento humano que envolve pessoas

só alcançará o objetivo, se seus agentes forem hábeis nas re-

lações entre si e com o público pretendido. Superar os desa-

fios da complexidade humana requer formação, paciência,

humildade, perseverança, otimismo. Sentir a problemática

do outro é uma das exigências de uma boa relação humana,

condição para o êxito em toda e qualquer coordenação (24).

6. Saber trabalhar em equipe

Além da capacidade de boas relações humanas, um

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coordenador precisa ter determinação articulada com seus

coordenados. Toda boa gestão dialoga, negocia, consulta,

tolera, perdoa e anima. A arrogância, intolerância, intran-

sigência e o absolutismo inviabilizam o objetivo de toda e

qualquer equipe. Saber trabalhar em grupo é reconhecer o

valor dos membros e motivá-los à busca do ideal comum (25).

7. Criatividade

À medida que a sociedade evolui, aumentam os de-

safios à evangelização, a todo e qualquer tipo de pastoral.

Essa realidade requer dirigentes criativos, inovadores, pes-

soas dotadas de uma criatividade capaz de responder aos

desafios emergentes. O público visado pela animação voca-

cional é, em especial, a juventude. Sabe-se que os jovens são

famintos de novidade e o novo só é produzido pelos criativos.

O coordenador ideal tem de ser um criador apaixonado (26).

8. Dinamismo

Todos nós vivemos no tempo, fator relevante a ser

considerado na solução das dificuldades. O dinamismo é a

energia humana que capacita a pessoa a produzir, em tempo

mínimo, uma resposta adequada ao problema. Trabalhar com

os jovens e para os jovens requer vigor dinâmico. Morosi-

dade compromete todo e qualquer projeto. Enquanto que o

dinamismo é um traço da perfeição, porque o dinâmico gasta

somente o tempo necessário para cada coisa. Com efeito, a

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62 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

perda de tempo onera os custos e protela a alegria da con-

secução do almejado. Ser moroso não tem nada de positivo,

mas muito de negativo; enquanto que o resultado do dina-

mismo é economia de tempo, progresso, desenvolvimento,

felicidade. Solução protelada é prolongamento de sofrimento.

A vida ensina que após o óbito, não há remédio eficaz (27).

9. Perseverança

O êxito de todo projeto depende da perseverança, da

firmeza do querer, até mesmo diante de entraves que insinuam

inviabilidade daquilo a que se propõe. A animação vocacional

não está isenta de obstáculos a serem superados. O coordena-

dor geral tem de ser alguém que, acreditando nas vantagens

das vocações promovidas, dispõe-se a pagar o preço imposto

por elas. Começar não basta, então, para ganhar. É necessário,

pois, iniciar, lutar, permanecer na luta, para vencer. Referindo-

-se às dificuldades a serem enfrentadas por seus discípulos,

disse Jesus: “Aquele que perseverar até o fim será salvo”(28).

Quem abandona o barco não chega ao porto, frustra-se.

10. Organização

Uma das tarefas do coordenador é fazer da equipe

um organismo no qual todos, ocupando seu devido lugar,

funcionam harmoniosamente. Com toda a equipe, planeja

detalhadamente os objetivos, atividades, custos, estraté-

gias, datas, locais, agentes etc. Um coordenador organizado

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aumenta o grau de viabilidade do alvo estabelecido. A orga-

nização é um grande passo para a vitória. (29).

11. Responsabilidade

Responsável é quem cumpre o compromisso assumi-

do. Ao escolher o coordenador, os eleitores não podem es-

quecer-se do requisito responsabilidade, porque o sucesso

da equipe dependerá dela. É, pois, necessária uma investi-

gação cautelosa antes da escolha. A EVP ideal tem coorde-

nador fiel às suas obrigações (30).

12. Interesse

Interesse é uma atração, afinidade vantajosa, praze-

rosa; é uma força que leva o interessado para dentro da coisa

interessante, fazendo-o vibrar com ela, querê-la. O coorde-

nador precisa fazer da equipe uma coisa sua, identificar-se

com ela, como um meio de exercer sua missão evangeliza-

dora. Dar, por meio de seu serviço, um testemunho de evan-

gelização, edificando a comunidade com seu exemplo de

dedicação, amor à causa das vocações. Assim, sua coorde-

nação motivará toda a equipe e a comunidade à promoção

de todas as vocações na Igreja (31).

13. Otimismo

O otimista tem a virtude de perceber o lado bom

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64 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

da vida. Ele sempre vê razões para superar os fatores ne-

gativos. O otimista jamais sucumbe diante dos “nãos”,

das imperfeições, dos ventos contrários ao bem, ao belo,

ao ideal. O coordenador vive num mundo imperfeito; lida

com pessoas limitadas, santas e pecadoras como ele. O

anseio de chegar ao Domingo da Ressurreição deve su-

perar o sofrimento da Sexta-feira da Paixão, condição

para a vitória da vida sobre a morte. (32). Respeitadas as

proporções, coisa semelhante ocorre na coordenação de

uma EVP.

X - DESAFIOS

Ainda que haja uma relativa convicção concernente

à necessidade da promoção vocacional, lamentamos, entre-

tanto, haver no interior da Igreja uma série de empecilhos

que comprometem a qualidade e resultado do trabalho vo-

cacional. Entre eles, destacamos dez.

1. Falta de testemunho

A palavra pode encantar, todavia é a prática que

convence. Percebe-se, nesse dito, a efi cácia do testemunho

concreto. Ser exemplo é testemunhar com a prática, tornar

realidade um compromisso assumido. Testemunhar é ser

modelo convincente que estimula o outro a seguir o mes-

mo caminho. Eis o que fala Jesus: “Não é aquele que diz

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Senhor, Senhor, que entrará no Reino dos Céus, mas aquele

que põe em prática a Palavra de Deus” (33). Não obstante a

efi cácia do testemunho, nós, Igreja Católica, compromete-

mos, em muito, a animação vocacional com nossas incoe-

rências cristãs. Há congregação religiosa que não dá aten-

ção sufi ciente às necessidades dos pobres. Contenta-se em

agir como mera ONG (Organização Não Governamental),

restringindo sua solidariedade quase que unicamente às

exigências da lei da fi lantropia, deixando de lado a lei do

amor (33ª). É também deplorável, mas necessário dizer que

há bispo-rei, padre-príncipe e religiosos consagrados bur-

gueses. Não é só; mais lamentável que um rebanho sem

pastor é um pobre que se torna padre, vive como rico e não

ama os paupérrimos. Alguns pobres, que ao fi carem semi-

naristas ou religiosos consagrados, não manifestam interes-

se em passar as férias com suas famílias. Por que isso? Será

o sacrifício de voltar à pobreza?

A realidade de contratestemunho tem sido lamenta-

da pelos Congressos Vocacionais do Brasil e pelo documen-

to de Puebla (34). O papa Francisco também tem insistido

muito na necessidade de uma conversão pastoral, eclesial

(34ª). Mais; ele faz um apelo, sobretudo aos católicos, para

a prática da misericórdia, elemento essencial à vida cristã.

Diz ele: “A arquitrave que suporta a vida da Igreja é a mi-

sericórdia. Toda a sua ação pastoral deveria estar envolvida

pela ternura com que se dirige aos crentes; no anúncio e

testemunho que oferece ao mundo, nada pode ser desprovi-

do de misericórdia”(34b).

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66 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

2. Despreparo

O 3º Congresso Vocacional do Brasil sugere, como

uma das medidas a serem tomadas em favor da animação

vocacional, possibilitar “...uma eficaz formação inicial e

permanente dos animadores vocacionais, adequada à rea-

lidade” (35). Tal proposta procede, porque realmente a prá-

tica da maioria dos animadores demonstra despreparo. A

postura de muitos deles passa uma ideia, segundo a qual, a

mera nomeação capacita a pessoa ao desempenho da mis-

são recebida. Equívoco gravíssimo que vem causando mui-

tos danos às congregações religiosas e dioceses. A Igreja,

no Brasil, reconhece a pastoral vocacional como um dos es-

paços de animação, discernimento e seleção vocacionais,

o que supõe o devido preparo dos animadores. (36) Urge,

por conseguinte, ressaltar que nomeação é delegação e não

competência. Ainda mencionamos dois dos efeitos danosos

do despreparo do animador: o regresso ao recrutamento pro-

selitista do passado e o aumento do índice de desistência e

demissão, em razão de um acompanhamento externo fraco

e uma seleção deficiente em seus critérios.

3. Mentalidade da campainha

Há, com raras exceções, uma mentalidade retrógrada

da espera por interessados/as que toquem a campainha, di-

zendo que querem consagrar-se a Deus como padre, diáco-

no permanente, irmão/ã religioso/a, missionário/a e leigo/a.

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Como a campainha parou quase que totalmente de tocar e

seus resultados nem sempre são bons, a Igreja vem pade-

cendo a falta de operários/as evangelizadores/as. Uma das

soluções para reverter a situação é sair à procura, à seme-

lhança de Jesus. Ele ia e chamava os que Ele queria (36ª). O

grupo dos 12 é um exemplo forte do ministério vocacional de

Jesus. São eles: “Simão, também chamado Pedro, e André,

seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Felipe

e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de

Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelota e Judas Iscariotes” (37). As

dificuldades enfrentadas pela animação vocacional, no Bra-

sil, são mais graves nas congregações religiosas femininas,

nas quais mais predomina a ameaça de extinção, pela alta

faixa etária, enfermidades, óbitos, inércia, falta de priorida-

de e a maldita cultura da campainha: hábito de esperar, es-

perar, esperar alguém que queira consagrar-se a Deus.

4. Falta de apoio

Mesmo sendo os principais responsáveis pela anima-

ção vocacional, o lamento sobre a falta de apoio incide, em es-

pecial, sobre bispos, párocos e religiosos/as consagrados/as,

diretores/as de escolas e participantes do governo de con-

gregações (38). A que se pode atribuir tal omissão? Equívo-

cos no estabelecimento de prioridades? Fé insuficiente? In-

competência administrativa? Pouco amor ao Reino de Deus?

Crise vocacional? José Lisboa sugere uma resposta a essas

questões: “O primeiro passo para se chegar a uma excelen-

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68 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

te animação vocacional é acreditar no seu valor e perceber

a sua necessidade” (39). Às vezes, a falta de apoio decorre

também de gestão deficiente, ativismo pastoral, crise voca-

cional do pároco, religioso/a que se constrange com o as-

sunto vocação (40).

5. Catequese fraca

Catequese é uma atividade educacional da fé. Ela

visa conduzir o catequizando ao conhecimento consistente

das verdades cristãs. Como a fé é uma adesão à proposta de

Deus, é necessário que o vocacionado compreenda o signi-

fi cado e o valor da vocação, para professar sua fé, acolhendo

o chamado de Deus. Uma comunidade de pouca formação

tem difi culdades para entender essa realidade vocacional

e ajustar-se a ela. ”Pois a fé vem da pregação e a pregação

é sobre a Palavra de Cristo” (41). À medida que o católico

crescer no conhecimento e acolhimento do plano de Deus,

sem dúvida, a situação vocacional da Igreja melhorará, por-

que Deus quer que sua Messe disponha dos operários ne-

cessários (42).

6. Desvocacionalização

Desvocacionalização é a exclusão da dimensão voca-

cional da Palavra de Deus. É o ensinamento que não com-

promete. A realidade vocacional da Igreja seria, com cer-

teza, bem melhor, se todos os conteúdos ministrados nas

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celebrações, sacramentos, catequese fossem vocacionaliza-

dos. Com isso, queremos dizer que, em todo ensinamento

cristão, deve ser considerada a dimensão vocacional da Pa-

lavra Divina. Implícita ou explicitamente, ela contém sem-

pre o chamado à salvação, à santidade, pela convocação a

um estado de vida e de serviço. Constata-se, no entanto,

que a prática mais comum é a da evangelização sem a cono-

tação vocacional. A animação vocacional de que a Igreja ne-

cessita requer uma mudança urgente e radical na maneira

de evangelizar e catequizar, porque só com uma militância

vocacionalizada construiremos uma cultura vocacional (43).

7. Medo e timidez

Entre os desafios mencionados pelo 1º Congresso

Vocacional do Brasil está a falta de “...coragem dos anima-

dores de propor a opção alegre e radical pelo seguimento de

Cristo” (44). ”O SAV precisa ter a audácia e a coragem de

explicitar o chamado divino” (45). Qual é a razão do receio,

medo e timidez? Certamente falta de fé, pouco testemunho,

amor insuficiente à causa do Reino de Deus, fraco apoio das

autoridades em questão e recursos insuficientes. Acrescen-

te-se a esses motivos o grave despreparo de uma boa parte

dos animadores vocacionais (46).

8. Escassez de recursos

A falta de recursos humanos é evidente, embora haja

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70 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

um discurso a favor deles, da nomeação de animadores libe-

rados, com dedicação integral à promoção das vocações e

empenho com a própria formação (47). Não é só. Há 34 anos,

ouvimos reclamações de animadores vocacionais, em razão

da insuficiência do dinheiro disponível para os trabalhos.

Em algumas dioceses e congregações religiosas, mesmo

não se tratando, realmente, de impossibilidade econômica,

nega-se, sistematicamente, o recurso financeiro exigido por

uma pastoral vocacional de qualidade. Some-se, ainda, a re-

sistência à criação do secretariado com alegações inconsis-

tentes (47ª).

9. Falta de prioridade efetiva

Priorizar é atribuir maior importância a algo, reco-

nhecendo sua precedência. Certa vez, disse Jesus: “Buscai,

em primeiro lugar, o Reino dos Deus e a sua justiça e to-

das as outras coisas vos serão acrescentadas”(48). Priorizar

é realmente dar primeiro lugar. É o que muitas dioceses e

congregações religiosas não fazem em favor das vocações,

contrariando o anseio da Igreja, manifestado por João Pau-

lo II, nesses termos: “Condição indispensável para a Nova

Evangelização é poder contar com evangelizadores numero-

sos e qualificados. Por isso, a promoção das vocações sacer-

dotais e religiosas... há de ser uma prioridade dos bispos e

um compromisso de todo o povo de Deus” (48ª). Em contato

com bispos, padres, religiosos, os mais responsáveis pelas

vocações, já escutamos muitas lamúrias descabidas como

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justificativas da não efetivação da prioridade da animação

vocacional. Falam assim: “Tenho poucos padres em minha

diocese”; “há paróquias sem padre”; “temos muitas obras a

serem mantidas e pouca gente”; “a maioria dos membros da

congregação tem muita idade”; “não temos tempo, gente,

nem dinheiro.” Quem se arrisca em acreditar nisso tudo?

10. Contradição entre discurso e prática

Em razão da pertença à Igreja, como efeito da

aliança batismal, pode-se afirmar que todos os católicos

são responsáveis pela animação vocacional (49). A res-

ponsabilidade maior, entretanto, recai sobre os bispos,

padres, encarregados de dioceses e comunidades paro-

quiais respectivamente (50). Diga-se ainda que, resguar-

dada a devida proporção, os governos de congregações

religiosas também se enquadram entre os maiores de-

vedores da promoção vocacional na Igreja. Todavia, é

lamentável constatar acentuada contradição entre o dis-

curso da hierarquia da Igreja, superiores/as religiosos/as

e sua prática referente às vocações. O reconhecimento

teórico da importância e prioridade da promoção das vo-

cações encontra-se em vários documentos e discursos. A

prática, entretanto, está presente em poucos lugares. O

que se ouve, com muita frequência, é o disfarce dito an-

teriormente: “Não temos pessoas disponíveis que possam

dedicar-se com tempo integral à animação vocacional”;

“Falta recurso financeiro”; “Não temos lugar para o secre-

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72 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

tariado, há falta de espaço”; “Esta propaganda é muito

cara, não temos condição econômica para isso“ (51). Qual

tem sido o resultado dessa postura?

XI - MOTIVOS DE ESPERANÇA

1 Deus quer a salvação da humanidade com a

participação de todos (52)

Enquanto Pai, o melhor de todos, Deus faz tudo para

salvar seus fi lhos e fi lhas. Ninguém é excluído de seu amor

paterno. Ele “deseja que todos sejam salvos e cheguem ao

conhecimento da verdade” (53). A universalidade da salva-

ção desejada pelo Pai Eterno está presente em seu Filho,

quando diz: “Eu desci do céu não para fazer a minha von-

tade, mas a vontade daquele que me enviou e a vontade

de quem me enviou é que eu não deixe perecer nenhum

daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia”

(54). Esta declaração de Jesus evidencia a mediação do

Deus encarnado no processo redentor. Os vários chama-

dos, registrados na Bíblia, demonstram também a media-

ção humana no processo salvífi co de Deus (55). Ele mesmo

prometeu: “Eu vos tomarei, um de uma cidade, dois de uma

família, para vos conduzir a Sião. E vos darei pastores con-

forme meu coração, que vos apascentarão com conheci-

mento e prudência”(55ª). Não há dúvida que Deus sempre

faz a parte D’Ele. E nós?

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2. Efi cácia da oração com fé

Como tudo na vida humana depende da graça de Deus

(56), Jesus ordena que comecemos os trabalhos vocacionais,

suplicando ao Pai que “mande trabalhadores para sua co-

lheita.”( 57 ). Ele diz mais: “Se vocês pedirem qualquer coisa

em meu nome, eu o farei, a fim de que o Pai seja glorificado

no Filho” (58). É verdade que “...a quem crê tudo é possível”

(59). Ao fiel compete, porém, fazer o que está ao seu alcance

e responsabilidade (59ª). O agricultor só terá fruto da terra, se

lançar nela a semente que Deus faz germinar (60).

3. Promessa de Deus

Temos razões suficientes para esperar bons resulta-

dos dos serviços vocacionais, feitos com oração, fé, amor,

esperança, prioridade, recursos humanos, financeiros, com-

petência, porque Deus nos prometeu bons pastores (61) e

Ele é sempre fiel às suas promessas. Tudo que promete cum-

pre (62). Sua maior promessa, já cumprida, foi a de nos dar

um Salvador (63). Deu-nos seu próprio e único Filho como

Redentor (64). Ele nasceu, por obra do Espírito Santo, do

seio da Virgem Maria (65), viveu com fidelidade sua vocação

(66), morreu, ressuscitou e voltou ao Pai (67).

4. Estarei com vocês

Com o intuito de encorajar seus discípulos ao en-

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74 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

viá-los em missão, Jesus disse-lhes: “Estarei com vocês

todos os dias, até a consumação dos séculos” (68). O ani-

mador vocacional cristão, conectado em Cristo, convic-

to da eficácia de estar em comunhão com Ele, não tem

nenhuma razão para temer os desafios da evangelização,

implicados na animação vocacional. Eis o que Ele diz: “No

mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci

o mundo” (69). A realidade atual requer animadores que

pensem como São Paulo: “Se Deus é por nós, quem será

contra nós? Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas

que por todos nós o entregou, nos dará também, com Ele,

todas as coisas” (70).

5. Números relevantes de católicos

O cristianismo, como “continuidade” do judaís-

mo, começou, sobretudo, com 12 discípulos enviados a

evangelizar o mundo (71). Hoje, só os católicos são mais

de 1 bilhão e 200 milhões em todo o mundo (72). O Bra-

sil começou sua história cristã católica no século XVI,

com a vinda dos jesuítas, quando a população nativa era

em torno de 15.000 habitantes (72ª). Segundo estimati-

va do IBGE, a população brasileira ultrapassou, em julho

de 2014, 202 milhões de habitantes (73). Mais da metade

dessa cifra é católica. (74). Esses números demonstram a

imensidão do espaço a ser ocupado pelo trabalho voca-

cional. Se ele for bem cultivado, os frutos virão em abun-

dância e com qualidade (75).

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6. Recursos eclesiais

O patrimônio material, as organizações administrati-

vas e pastorais, as entidades mantidas pelas congregações

religiosas, os recursos humanos, testemunho cristão e o

prestígio da Igreja Católica no Brasil constituem uma razão

forte de esperança na superação dos obstáculos enfrentados

pela promoção vocacional. A realidade estatística da Igre-

ja em nosso país é encorajadora. Eis alguns dados referen-

tes ao ano de 2014: 44 arquidioceses, 213 dioceses, 11.012

paróquias, 447 bispos, 16.143 padres diocesanos, 8.458 pa-

dres religiosos, 3.370 diáconos permanentes, 3.922 irmãos

religiosos e 33.105 irmãs religiosas. Acrescentem-se a esses

números os milhares de leigos missionários ardorosos. (76).

7. Presença de congregações vocacionistas

É promissor constatar, no Brasil, a presença de inú-

meras congregações religiosas convencidas de sua alta res-

ponsabilidade referente à animação vocacional na Igreja.

Dez delas, pela exigência do carisma e corresponsabilidade

eclesial, tornaram-se membros do Instituto de Pastoral Vo-

cacional (IPV). São elas: Congregação das Filhas de Nossa

Senhora da Misericórdia, Congregação de Jesus Sacerdote,

Congregação das Filhas do Coração Sacerdotal de Jesus,

Congregação das Filhas do Divino Zelo, Congregação Roga-

cionista do Coração de Jesus, Congregação Nossa Senhora

Rainha dos Apóstolos para as Vocações (Apostolinas), So-

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ciedade das Divinas Vocações, Congregação das Irmãs das

Divinas Vocações, Fraternidade dos Padres Operários Dio-

cesanos do Sagrado Coração de Jesus e Servas da Santíssi-

ma Trindade (77).

8. Existência da animação vocacional

Mesmo enfrentando a contradição entre os discursos

e a prática e outros entraves, a animação vocacional existe

no Brasil. Cabe ressaltar que algumas dioceses e congrega-

ções religiosas priorizam-na no discurso e prática. São co-

erentes e têm obtido resultados, umas mais, outras menos.

É necessário, entretanto, que essa prática se generalize em

toda a Igreja. A melhora exige uma conversão corajosa, ar-

rojo nas mudanças metodológicas, investimento de recursos

humanos, materiais e financeiros. Trata-se, pois, de aprimo-

ramento a ser implementado numa pastoral já existente (78).

9. Aumento das vocações masculinas

É promissora a ascensão estatística vocacional mas-

culina no Brasil. Eis a mudança ocorrida: de 1991 a 2014:

diáconos permanentes de 632 para 3.370; de 1970 a 2014:

presbíteros diocesanos de 5.040 para 16.143; presbíteros

religiosos de 8.052 para 8.458. Infelizmente, o mesmo não

se pode dizer das vocações femininas. Elas eram, em 1967,

41.893 e, em 2014, desceram para 33.105 (79). Constata-se,

porém, um acentuado despertar da consciência e interesse

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em algumas congregações religiosas femininas, em favor da

promoção vocacional. Se as boas intenções forem devida-

mente implementadas, os bons resultados virão, porque este

é o anseio do Bom Pastor. Ele deseja que todas as ovelhas

tenham seu devido pastor e/ou pastora. (80).

10. Alto índice de jovens

Embora o público a ser trabalhado pela EVP seja toda

a comunidade paroquial, seus destinatários prioritários são

os jovens. (81). O Brasil oferece uma excelente condição para

o cumprimento dessa missão, porque conta com mais de 51

milhões de jovens entre 15 e 24 anos (82). Com uma anima-

ção vocacional adequada às exigências da época e da rea-

lidade juvenil, muita oração, testemunho, amor, animador

liberado e competente, recursos financeiros, garra e prio-

ridade, chegar-se-á, sem dúvida, ao êxito pretendido. En-

tão, o negócio é dobrar o joelho, arregaçar as mangas, abrir

os bolsos e ir às praças, sem demora, para chamar, chamar,

chamar (83).

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78 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

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79

I - NOÇÃO

Pedagogia é uma maneira de educar. É o “como”

do processo educativo. É a ciência que norteia a ação

docente; bússola que indica a direção do objetivo. É um

conjunto de princípios que constrói o caminho por onde

trafega a práxis educativa.

Animação vocacional é uma atividade motivado-

ra, orientadora, que visa as opções vocacionais e profis-

sionais certas de seus orientandos. Ela ajuda as pessoas

a ocupar corretamente seus lugares de serviço na Igreja

e sociedade. A obtenção desse objetivo depende da ma-

neira como ela é feita, o que torna a pedagogia um fa-

tor preponderante em todo o processo. O jeito de educar

PEDAGOGIA DA ANIMAÇÃO VOCACIONAL

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80 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

vocacionalmente denomina-se, aqui, Pedagogia da Ani-

mação Vocacional. Em vista de um serviço vocacional

atual e eficaz, propomos alguns princípios pedagógicos

ao animador.

II - INTERATIVIDADE

Educação é um processo de busca comum de pleni-

tude humana em que os agentes e destinatários são educa-

dor e educando. Além de ação conjunta, ela é interativa e

alternada. Interativa, porque os sujeitos se relacionam, com-

plementando-se. Alternada, quanto à intensidade de educar

e ser educado. Com isso, pretende-se dizer que, mesmo sen-

do o educador ordinário o agente de quem se espera mais

ação educativa, há circunstâncias em que o corpo discente

educa muito mais que o mestre (1).

III - DEUS, RAZÃO, CORAÇÃO

Esses três elementos compõem a pedagogia de Dom

Bosco, seguida, sobretudo, pelos salesianos. A fé em Deus é

fonte de energia para a superação dos desafios da vida. (2)

Ela requer, para tanto, uma catequese consistente, simples,

sem excluir os sentidos.

A razão, para Dom Bosco, é bom senso, simplicida-

de, resistência ao artificialismo e fingimento. Ser racional

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é produzir clima familiar. A razão purifica a fé, eliminando

ingenuidades e superstições (3).

O coração é o que dá sabor à vida. Ele aquece a ra-

zão, fria por natureza. É dele que emanam o amor, o carinho

e a ternura. Sem afeição não vale a pena educar, animar as

vocações. O educador sem coração é uma negação (4).

IV - “SER-MAIS”

A pedagogia do “ser-mais” decorre da antropologia

de Teilhard Chardin. Ela afi rma que a felicidade é exclu-

sividade do homem forte. Seguindo o pensamento do au-

tor, o papel da educação é levar o indivíduo a um nível de

fortaleza cada vez maior, a fi m de buscar, sem trégua, o

“ser-mais”, porque é nele que se encontra a felicidade. For-

taleza, aqui, é a força que faz a pessoa querer ser sempre

mais. Forte é, então, o indivíduo que se projeta ao futuro,

ao devir, ao “ser-mais”, não se importando com o preço a

pagar. Não se contenta com pouco, com aquilo que já al-

cançou, com o estado em que se encontra. É alguém em

contínua autossuperação; sabe o que quer e investe no que

escolheu. O objeto de sua escolha o atrai ao amanhã. Pre-

ocupa-se muito em aproveitar exaustivamente os recursos

que a vida lhe oferece. Faz da existência uma escalada do

ser; é o homem de constante ascensão. O forte é profunda-

mente humilde. Tem consciência de que há ainda muito a

conquistar. É convicto de que ainda não chegou ao nível

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do “Ponto Ômega” (Cristo), modelo de perfeição e sua vida

é toda orientada para Ele. A plenitude é sua paixão (5). É o

que diz São Paulo: “Tudo isso, que para mim eram vanta-

gens, considerei perda por Cristo” (6).

V - SERVIÇO

O sentido da vida está no “amor-serviço”, na busca

da felicidade, fazendo os outros felizes, sendo resposta ajus-

tada à realização de alguém, da comunidade. O serviço é

o caminho, por excelência, de crescimento na linha do ser.

É maior e melhor quem se faz servo de todos. Ser servo é

grandeza e não escravidão. Todo cristão é vocacionado, con-

vocado à alteridade, à oblação. O serviço é, sobremaneira,

o exercício da profissão e vocação, busca da santidade. É

assim que pensa Jesus (7).

VI - ANCORAGEM

Antes de passar um novo conteúdo, verificar o nível

de conhecimento dos vocacionados; certificar-se se eles já

conhecem os pressupostos da nova aprendizagem. Exemplo:

se eu quiser falar sobre vocação, deverei averiguar se o pú-

blico já conhece o plano de Deus, Jesus Cristo, Igreja e sacra-

mentos. O conhecimento constatado desses temas é o ponto

de apoio ou ancoragem do conteúdo a ser ministrado (8).

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VII - SIGNIFICATIVIDADE

Ela consiste em educar a partir da realidade signifi-

cativa ao aluno. Descobrir o interesse do público a ser tra-

balhado e utilizá-lo como motivação à nova aprendizagem.

Exemplos: se você pretende educar um nordestino para a

doçura, parta da rapadura, um de seus alimentos preferidos.

Se almeja passar um conceito de amargura a um gaúcho,

comece pelo chimarrão. Se deseja dar uma noção de esférico

aos jovens brasileiros, parta da bola de futebol (9).

VIII - CONSTRUTIVISMO

É um método pedagógico, segundo o qual nada está

acabado, concluído, perfeito. O indivíduo vai construindo

seu conhecimento por meio de sua interação com o meio

físico, social, cultural. A ação é sua força construtora.

Pode-se entender o construtivismo, na educação, como a

teoria que aglutina tendências educacionais do momento

que apresentam a ação, a operação, e a criação, a partir

da realidade discente e docente. Educar é construir co-

nhecimento, tarefa comum do educador e educando (10).

É uma pedagogia do conhecimento inacabável. Entende

o conhecimento como uma construção sem pretensão de

ser completa, acabada, perfeita. O construtivismo, na edu-

cação, resulta de inúmeras tendências sociais, culturais,

filosóficas etc. Ele reúne as conquistas da humanidade, os

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avanços científicos e tecnológicos. Valoriza os aspectos

positivos da experiência humana, do meio social. Reco-

nhece educadores e educandos como construtores do co-

nhecimento. Pode-se dizer que é uma pedagogia de parti-

cipação, de envolvimento, de interação (11).

IX - LIBERTAÇÃO

Educação é um processo de libertação centrado no

discente, cuja missão é eliminar a opressão com a liberdade.

Compete ao educador auxiliá-lo na atualização de seu poten-

cial; ajudá-lo a perceber a realidade e, a partir dela, construir

uma sociedade livre, universalmente democrática; isto é, uma

situação em que homens e mulheres vivam com dignidade;

onde todos possam expressar seu pensamento, usufruir as ri-

quezas, viver em paz. Ter o educando como agente principal

de sua própria formação, exigindo, mas não oprimindo (12).

Só quem é livre, dono de si mesmo, pode amar, consagrar-

-se a Deus e ao serviço do povo. Jesus é categórico ao dizer:

“Quem quiser ganhar a vida perdê-la-á; mas quem perder a

vida por amor de mim e do evangelho, ganhá-la-á” (13).

X - MEDIAÇÃO

A plenitude da pessoa, objetivada pela educação, só

se justifica e se viabiliza, se for extensiva a toda sociedade.

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A educação, pois, que busca sucesso individual é, em vir-

tude de sua exclusão, alienadora. O modelo educacional de

que a humanidade necessita é o democrático, por respeitar

o livre pensar e estar ao alcance de todos. Vê-se a educação

como uma ação mediadora entre o educando e a sociedade.

A missão do educador é capacitar o aluno para transformar

a realidade social em mundo habitável e justo. O papel do

mestre é, então, tornar o discípulo um agente construtor de

uma sociedade, em que as necessidades sociais, políticas,

econômicas, éticas e morais sejam satisfatoriamente aten-

didas. Com conteúdo e testemunho, o educador vai criando

uma ascendência edificante sobre o aluno, indispensável à

consecução do objetivo da educação (14).

A partir do despertar, é necessário que o animador,

por meio da catequese vocacional, atue entre seu público

e a sociedade, objetivando prepará-lo para transformá-la. O

acompanhamento vocacional externo, sobretudo, deve ser

uma ação educativa mediadora forte, indispensável ao dis-

cernimento e preparo dos candidatos ao ingresso na casa de

formação. Ele contribui para tornar o vocacionado um agen-

te transformador do mundo em Reino de Deus (15).

XI - DIRETIVIDADE

Um dos pressupostos da educação é a imaturidade

humana. Educa-se porque os educandos ainda não chega-

ram à maturidade suficiente, visada pela educação perma-

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nente. Como a pessoa jamais atingirá a atualização plena

de suas potencialidades, a educação será sempre necessá-

ria (16). E o princípio pedagógico diretivo parte do suposto

desconhecimento da direção. Diretividade não significa te-

leguiar mecanicamente alguém, oprimindo-o, como pensa a

Escola de Summerhil (16ª), mas indicar a direção do alvo já

conhecido e garantido como bem pelo educador. O orienta-

dor tem a tarefa de indicar ao orientando a direção de sua ca-

minhada e o melhor caminho a ser percorrido. É o que Jesus

fez: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo,

tome a sua cruz e siga-me” (17).”Eu sou o Caminho, a Verda-

de e a Vida. Ninguém vai ao Pai a não ser por mim”(18).

XII - MODELO

Educação é orientação. Orientar é indicar o oriente,

direção da caminhada. O modelo é o paradigma, oriente ide-

al, proposto ao educando. Ele alavanca a caminhada, moti-

vando o caminheiro a chegar aonde pretende. Não se pode

educar sem objetivo, sem referência ao ponto presumido de

chegada. Quem não tem modelo a propor não é bom educa-

dor, porque chegar a ser como o modelo e, quando possível

superá-lo, é a razão da educação. Quem educa bem traça,

juntamente com o educando, o perfil do melhor modelo e o

propõe como objetivo a ser atingido. O educador é, realmen-

te, um propositor de modelo. (19). Em se tratando de ani-

mação vocacional, o modelo a ser proposto pelo animador é,

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sem dúvida, Jesus Cristo, Deus feito Homem Pleno, exemplo

de obediência ao Pai e de amor radical à humanidade (20).

XIII - REFORÇO

Trata-se do reconhecimento de uma conquista, pro-

gresso, um bem praticado ou obtido. Ele estimula a prática do

bem, incentiva a pessoa a “ser-mais”. Mais vale um elogio sin-

cero que um milhão de sermões. É omissão pedagógica grave

ignorar uma boa ação, vitória alcançada. Há, porém, pais que

dizem ao filho que tirou dez em uma prova: “Você não fez

nada mais do que o dever.” Essa atitude desestimula o filho

a empenhar-se na busca de ser melhor, de avançar na vida.

Em contrapartida, o reforço anima, desperta o outro, mesmo

em situação desafiadora. Reconhecer a vitória de alguém é

inclinar-se diante dela e exaltar o campeão. Toda conquis-

ta, boa ação devem, por isso, ser reconhecidas, aplaudidas e

recompensadas (21). Agir assim é bem educar. Um vocacio-

nado cumpridor de seus deveres, interessado em aprimorar

seu segmento a Jesus Cristo, merece elogio, aplausos. Uma

pessoa disposta a consagrar-se a Deus, ao seu Reino, tem de

ser bem acolhida, aplaudida, festejada (22).

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XIV - VOCACIONALIZAÇÃO

Vocacionalização é a explicitação da dimensão voca-

cional da Palavra de Deus que, de várias maneiras, chama à

santidade pelo estado de vida e de serviço (23). Partindo do

evangelho ou de outras passagens, o animador e os demais

pregadores enfatizam o aspecto vocacional do texto e, mo-

tivados por ele, convocam os ouvintes a um sim generoso a

Deus (24). Em se tratando de chamados explícitos bíblicos,

como o de Abraão (25), Moisés (26), Maria (27), Pedro, André,

Tiago e João (28), insistir no bem produzido pelo sim desses

vocacionados. Depois demonstrar a situação da Messe do

Senhor que padece a falta imensa de operários (29). Com

muita coragem, chamar, convocar, clamar.

XV - AGREGAÇÃO

Seguindo a prática do marketing industrial e comer-

cial, sugerimos aos animadores agregar valores às estraté-

gias vocacionais. O que isso quer dizer? Significa adicionar

um bem atrativo ao que é feito para promover as vocações.

Exemplo: incluir na programação de um encontro uma parti-

da de futebol; uma apresentação teatral antes ou depois de

uma missa vocacional; adicionar ao material publicitário um

sorteio significativo etc. (30).

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XVI - HUMANIDADE

É o que define a natureza humana. Ser humano é agir

em conformidade com sua natureza, respeitando a dignida-

de própria e a alheia. É isso que homens e mulheres alme-

jam em suas relações. Tratar e ser tratado com delicadeza;

usar expressões de humanidade próprias da cultura, como:

muito obrigado, por favor, desculpe-me, bom dia, boa tarde,

boa noite, até logo. Diga-se ainda que a dignidade humana

exige e merece sempre prioridade, por isso, celular, TV, rá-

dio, gravador devem ficar sempre em segundo plano. O ani-

mador vocacional, que se comportar assim, agregará muita

qualidade à sua animação, deixando-a mais atrativa. (31).

XVII - LUDICIDADE

Toda ação humana carece de motivações que a justi-

fiquem. A educação é uma das atividades que mais exigem

incentivo. Fazer da educação um processo lúdico é torná-la

prazerosa. Injetar ludicidade na ação educativa é predispor

os agentes – educador e educando – à conquista de novas

aprendizagens. Como seria bom que a educação fosse sem-

pre um jogo gostoso, uma coisa séria com jeito de brincadei-

ra, uma atividade agradável, atraente. Segundo Comênius

(Jan Amos Komensky), a educação deve ser uma atividade

afetiva. Ela tem que acontecer “num ambiente arejado, bo-

nito, com espaço livre e ecológico” (32ª).

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O pastor das vocações é um educador e sua missão

exige muita ludicidade. Ele obterá melhores resultados em

seus trabalhos, se for festivo, cômico, brincalhão saudável (32).

XVIII - OTIMISMO

Mesmo diante de grandes difi culdades, o otimista

equilibrado sabe descobrir razões de esperança; percebe

aspectos positivos; vislumbra soluções para os problemas.

Otimismo verdadeiro não tem nada de ingenuidade, ceguei-

ra, mas muita sabedoria. É uma visão positiva, animadora

de encarar a realidade sob o ângulo da esperança da chega-

da à vitória. Mesmo em situação de grave crise vocacional,

o animador tem de nutrir-se de razões capazes de fazê-lo

perceber as possibilidades de êxito de seus trabalhos. Ja-

mais se esquecer que “...para Deus tudo é possível” (33).

“Tudo é possível àquele que crê” (33ª). “Sem fé é impossível

agradar a Deus” (33b).

XIX - ALEGRIA

A educação dinâmica, lúdica, gostosa é necessaria-

mente alegre. Não se pode, pois, transformar a educação

numa tortura, opressão, velório. Muito menos, fazer da sala

de aula ou de um encontro vocacional uma panela de pres-

são em que só há temor, medo, tristeza. Ao contrário, a ale-

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gria favorece a aprendizagem e faz os alunos, os vocaciona-

dos felizes. Ainda que implique desafios, a educação tem de

ser fonte de felicidade para educador e educando (34).

A alegria é um dos traços humanos mais sedutores.

Ela seduz, atrai, convence. A alegria agrega beleza à pessoa,

fazendo-a brilhar, encantar. Rendemo-nos a quem é alegre,

porque vemos no alegre o sinal daquilo que tanto procura-

mos: a felicidade. A alegria conforta quem tem sede e fome

de ser feliz. A alegria expressa um estado de harmonia, sa-

tisfação, contentamento. É uma excelente maneira de aco-

lher os outros. É um selo de qualidade. Animação vocacional

alegre fascina os vocacionados, porque manifesta a felicida-

de contida em todas as vocações (35).

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I - SER HUMANO: IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS

Segundo a Bíblia, o ser humano é criado à imagem e

semelhança de Deus (1). “Homem e mulher Deus os criou”

(2). O que significa imagem e semelhança? A resposta a

essa questão procede do ser de Deus. Saber, pois, quem é

o humano requer o conhecimento do divino. Sem pretensão

de exaustão, apresentamos alguns traços do perfil de Deus,

como pressupostos da antropologia bíblica.

Deus é Pai, Filho, Espírito Santo, Comunidade (3);

Pessoa (4), Criador (5), Único (6), Universal (7), Santo, Per-

feito (8), Eterno (9), Infinito (10), Bom (11), Verdadeiro (12),

Justo (13), Sábio (14) , Bom Pastor (15), Mestre (16), Luz (17),

EXPRESSÕES DE HUMANIDADE

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Caminho (18), Servo (19), Alimento (20), Cordeiro (21), Paz

(22), Vida (22ª), Imutável (23).

Como o grão de milho tem tudo para ser um pé de

milho, coisa parecida ocorre com o ser humano que possui

todos os atributos divinos em nível finito, segundo sua con-

dição de criatura. Apesar de suas limitações, ele tem fome

de todos os atributos divinos, é faminto de plenitude. A dig-

nidade humana provém dessa semelhança com Deus. Viver

de acordo com essa dignidade é realizar o plano do Criador,

ser santo (24). Mesmo não vivendo segundo sua semelhança

com Deus, pecando, a pessoa não a perde, continua huma-

na, mas insatisfeita, frustrada. É como o grão de milho ca-

runchado. Mesmo assim é milho, ainda que não possa repro-

duzir nem alimentar. A realização plena do grão de milho é

multiplicar-se e/ou alimentar; a do ser humano é viver plena-

mente em si, enquanto criatura, as qualidades divinas, pre-

sentes nele desde o nascimento, servir com perfeição seus

semelhantes, reproduzir e gozar a glória eterna (25).

1. Pai

Deus partilha seu poder de “paternidade-maternida-

de”, conferindo aos mortais a alegria de comunicarem aos

filhos a vida e o amor.

2. Filho

O jeito amoroso do ser de Deus o levou a gerar seu

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Filho a quem ama e por quem é amado perfeitamente (26).

3. Espírito Santo

O amor mútuo entre Pai e Filho é tão perfeito, tão

pleno que se identifi ca com o próprio Deus, o Espírito San-

to (27). Deus é puro espírito. Embora haja, na criatura hu-

mana, coesão e articulação entre espírito e corporeidade,

deve haver supremacia do espírito sobre a matéria. Ainda

que faça parte integrante da pessoa, o corpo é efêmero e o

espírito imortal.

4. Comunidade

Pai, Filho e Espírito Santo constituem uma família

trinitária, paradigma para todas as famílias cristãs, sobre-

tudo para os religiosos consagrados, vocacionados a serem

sinais escatológicos. Chamado à santidade, o ser humano

só se realiza vivendo em comunidade que é um agrupamen-

to de pessoas inter-relacionadas, vivenciando um estado de

comunhão. A vida comunitária objetiva o aprimoramento de

seus membros e o cumprimento de uma missão específica.

São essas as razões de sua existência. A vida em comum

revela fraquezas e grandezas. A constatação de limitações

deve ser encarada com realismo e esperança. Sabe-se que a

vida partilhada não é feita com pessoas perfeitas, mas para

aperfeiçoá-las. Cabe, entretanto, ressaltar que a comunidade

tem o direito de estabelecer um nível mínimo de exigência

comportamental para a permanência de seus membros. Em

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contrapartida, os valores pessoais, boas ações e progressos

merecem reconhecimento, que age como reforço, estímulo

para sua continuidade. É bom lembrar que as qualidades

dos fortes devem suprir a limitação dos fracos, os bens dos

aquinhoados, a penúria dos desprovidos.

A vida comunitária restrita tem por fim a realização

de seus membros, tornando-os construtores de uma socie-

dade semelhante à Trindade. As regras de convivência e

relações interpessoais decorrem da dignidade humana, da

vocação à santidade, da cultura e nível de educação. Tais

normas denominam-se “boas maneiras”. Correspondem às

exigências do relacionamento interpessoal. Agir com “boas

maneiras” é tratar os outros como gente, com dignidade; é

reconhecer o valor da pessoa com quem se relaciona. Cons-

tata-se, entretanto, uma diminuição generalizada dessa prá-

tica tão necessária à vida social. Lembramos aqui alguns

gestos mais comuns de “boas maneiras.”

II - BOAS MANEIRAS

1. Muito obrigado

Ao receber um copo d’água ou outro benefício, devo

dizer muito obrigado. Ao fazê-lo, reconheço-me devedor de

gratidão pelo bem recebido e a obrigação de reproduzi-lo

em favor do benfeitor ou de alguém necessitado. Todo bem

recebido é dívida ética e moralmente contraída. Além disso,

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meu agradecimento estimula quem fez a boa ação a conti-

nuar fazendo o bem (28).

2. Desculpe-me

Essa expressão é própria de quem prima pela verda-

de e o bem. Tem coragem de encarar o prejudicado como

credor de satisfação e reparação. Pedir desculpa é inclinar-

-se diante do direito do ofendido, da verdade e do bem.

Suplicar perdão é respeitar o direito do outro. Quem pede

desculpa restaura as saudáveis relações. Desculpe-me é lin-

guagem dos humildes que reconhecem o mal praticado ou o

bem omitido (29).

3. Por favor

Essas duas palavras expressam o reconhecimento da

não obrigatoriedade do atendimento, por parte da pessoa

a quem se pede. Por favor diz mais, respeita a liberdade,

eliminando o perigo de autoritarismo, imposição e motiva

o outro a corresponder à solicitação. Quem assim procede

quase sempre consegue o desejado. Por favor é o modo dos

educados que sabem abrir portas, angariar simpatia, aque-

cer relações. Por favor contém uma delicadeza que encanta

a todos. Ele é tão eficaz que transforma a súplica em con-

vencimento, o suplicante em credor. Quando bem expresso,

o por favor sensibiliza de tal modo que não deixa nenhuma

saída a não ser o pronto atendimento.

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4. Cumprimento

Bom dia, boa tarde, boa noite demonstram que os

cumprimentados são percebidos como pessoas. Sim, cum-

primentar é perceber e pela percepção valorizar. Passar por

alguém e não cumprimentá-lo é ignorá-lo, reduzí-lo a nada.

Há indelicadeza maior que chamar o outro de nada? Nada

é o não ser. Não é uma injustiça tratar quem é como não

sendo? Não é um gesto grandioso manifestar a percepção

da presença de alguém, com um fraterno cumprimento, fa-

zendo-o sentir-se gente? Só quem é grande no ser percebe

a maravilha humana, até mesmo quando submersa na misé-

ria. O cumprimento não é apenas percepção do ser. Ele é um

caminho para “ser-mais”. (30). Em razão disso, percebida a

aproximação de alguém, deve-se ficar em posição adequada

ao cumprimento. Nunca dar as costas a quem passa, igno-

rando-o, priorizando o celular.

5. Bem-vindo

Bem-vindo manifesta alegria e ternura a quem che-

ga. Sua presença é motivo de felicidade para todos que o

acolhem. Dizer bem-vindo é abrir-se ao outro e tê-lo como

um bem. É demonstrar contentamento com sua pessoa e

presença. Bem-vindo é uma expressão festiva de inserção

do visitante no recinto, evento, grupo etc. Só quem se sente

bem acolhido tem prazer de chegar e permanecer. O bem-

-vindo sincero confere ao visitante tal prazer (31).

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6. Até logo

Dizer até logo é uma maneira delicada de pedir per-

missão para sair. Por que isso? Porque sem permissão, sair

é abandonar quem fica, ignorar o outro, é fugir, é desres-

peito, humilhação. Ao dizer até logo, dou satisfação à pes-

soa com quem estou e comunico a ela o anseio de reencon-

trá-la em breve.

7. Com licença

Há inúmeras circunstâncias em que a educação exi-

ge dizer com licença. Exemplos: passar entre pessoas; in-

terferir numa conversa; levantar-se de uma mesa; retirar-se

de um grupo; fechar uma porta diante de alguém; sentar-se

entre duas pessoas; interromper uma aula ou palestra etc. O

pedido de licença emerge do reconhecimento do direito do

outro. É uma solicitação de concessão. Respeitar o direito

de alguém é um valor a ser cultivado; é uma atitude adequa-

da às relações humanas. Quem respeita sempre acerta.

8. Solidariedade

Ela é uma das maiores virtudes; um dos fatores mais

eficazes para o relacionamento humano. Ao identificar-se

com o outro e sua situação, o solidário entra em comunhão

com ele de maneira mais comprometida, partilhando seu

ser, seu saber, seu tempo, seus bens. Nunca deixa o outro

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100 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

só. Com sua ação solidária constrói fraternidade, qualidade

de quem é profundamente humano (32).

9. Dar preferência

Preferir os outros a si mesmo significa conferir-lhes

a precedência no bem. Exemplos: ao entrar no elevador, em

um banco, numa loja; esperar que o pedestre ou um veículo

passe; ao entrar no ônibus ou carro; ao sentar-se à mesa de

refeição; ao servir-se etc. É necessária muita vigilância para

não condicionar o dar preferência a fatores inconsistentes

como: aparência, “status”, fama, etc. Não é fácil preferir os

outros a si mesmo gratuitamente. Só quem ama é capaz de

tamanha façanha (33).

10. Equilíbrio

O equilíbrio é a medida certa com que se deve agir;

é a virtude da moderação, ponderação tão necessária ao re-

lacionamento humano. O equilíbrio resulta do autocontrole

frente às adversidades da vida. Como as coisas nem sempre

ocorrem segundo nossos desejos, temos que enfrentar for-

ças antagônicas, contrariedades da existência, o antagonis-

mo do sim e do não. Mesmo diante de graves desafios, urge

preservar a estabilidade emocional, responsável pelo auto-

controle. Emocional estável não permite compulsão, histe-

ria, precipitação, causas de comportamento irrefletido, da-

noso. O equilibrado tem visão ampla; não se deixa prender

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a ninharias; ele busca o bem maior, sabe ponderar, esperar.

“O homem paciente é cheio de entendimento, o impulsivo

exalta a estultícia” (34).

11. Alegria

A alegria é indispensável ao acolhimento, sobretu-

do, em se tratando do primeiro contato. É uma chave mági-

ca que abre toda porta humana. É uma ordem de comando

que desarma todos. O alegre é um conquistador de simpatia.

Relaciona-se, quase sempre, com facilidade e êxito. Qual é

a razão da força da alegria? Ela indica harmonia, felicidade,

desejo de todos, homens e mulheres. Ao depararmos com

alguém alegre, percebemos que a felicidade é possível. Sen-

timo-nos acolhidos e amados por ele. O alegre valoriza-nos

tanto que faz do encontro conosco uma festa. Ser alegre é

ver os outros como motivo de festejo (35).

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102 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

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Tolerância é o poder de absorção de adversidades.

O tolerante suporta a contrariedade, porque é superior a

ela. É indulgente com os fracos. Encontra razão para des-

culpá-los. Oferece-lhes sempre nova chance. Em sua men-

te, é certa a conversão do faltoso. A condescendência e o

perdão são virtudes de quem vê o fraco acima de sua fragi-

lidade. Longe de conivência, tolerância é um amortecedor

emergente do amor, que se entrepõe às partes, evitando

atrito entre elas.

Fora Deus, nada no universo é igual ou superior ao

ser humano. Criados à imagem e semelhança do Divino,

homem e mulher são o ápice da criação. Em função deles,

devem girar as demais criaturas (minerais, vegetais, ani-

mais etc ). Não obstante sua grandeza, o humano é frágil.

Está sujeito a variáveis que extrapolam seu controle. Car-

rega em si a possibilidade paradoxal do bem e do mal. Os

TOLERÂNCIA NOTA DEZ

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104 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

binomes antônimos bondade/maldade, amor/ódio, liberda-

de/opressão, altruísmo/ egoísmo, perdão/vingança, paci-

ência/impaciência são algumas de suas marcas indeléveis.

Quando o polo negativo desses binomes predomina, o de-

sarranjo é resolvido, em grande parte, com a indulgência.

Em virtude de sua dignidade de fi lho de Deus e fra-

gilidade, o ser humano merece, de antemão, respeito. Em

caso de falta grave, deverá ser corrigido adequadamente,

com pena terapêutica, e ressarcir o dano causado, se pos-

sível. Correção, pena e ressarcimento só se justifi cam em

vista da extinção do mal e não do malfeitor.

Há, porém, deslizes que a simples transigência re-

solve. Basta, para tanto, o amor que gera compreensão,

paciência, perdão e reconciliação. É o que ocorre, quase

sempre, com os esposos, pais e fi lhos. Ainda hoje, muitos

casais celebram suas bodas de casamento. Por que isso?

Porque ciúmes, divergências na educação dos fi lhos, con-

fl itos econômicos, atraso em eventos, vaidade, comida sem

ou com muito sal, barulho, omissões, grosseria etc são neu-

tralizados pelo “amor-compassivo”. A relação dos pais com

os fi lhos não deixa por menos.

A saúde da sociedade depende, entre outros fato-

res, da qualidade da convivência social. Com frequência, o

convívio é comprometido por atitudes inconvenientes. Em

muitos casos, a relevância é a melhor solução. Demais, ela

enseja uma refl exão sobre a falta, oportunizando ao malfei-

tor espaço para sua conversão.

A vida em São Paulo, por exemplo, seria bem mais di-

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fícil e violenta, se o paulistano não suportasse as buzinadas

desnecessárias; se motorista e pedestre não se perdoassem,

em razão de suas imprudências; se os passageiros não tole-

rassem os empurrões e pisadas; se os condutores de ônibus

não relevassem os insultos dos usuários; se estes não descul-

passem as bruscas freadas; se os transeuntes se vingassem

das trombadas nos lugares mais apinhados; se no trânsito,

os “apressadinhos” não fossem poupados; se nas colisões, os

envolvidos não contemporizassem; se os moradores do pré-

dio não admitissem o barulho da festa de aniversário; se o

padre não compreendesse o choro de criança na missa e o

atraso da noiva. Isso é pouco. A vida apresenta muito mais.

Contudo, constata-se que alguns, por não terem querido en-

golir um mosquitinho sequer, largaram o cônjuge, abando-

naram a família, demitiram-se do emprego, desistiram do

estudo; outros, por motivos injustificáveis, fúteis, cumprem

dez, 20, 30 anos de prisão. Tudo isso é lamentável. Como é

necessária a tolerância, a condescendência em nossa vida!

Desejar que o outro seja perfeito, sim; mas supor que

ele já o seja, não. Logo, presumir, excelência máxima de al-

guém não predispõe à tolerância. Se, entretanto, cada um

exigir de si mesmo o máximo possível, todos tornar-se-ão

mais transigentes com as fraquezas alheias. Ademais, me-

de-se a maturidade do indivíduo pelo grau de sua exigência

de perfeição feito a outrem. Quem menos exige mais tolera;

quem mais tolera mais ama; quem mais ama mais gente é.

Aos que praticam o “amor-tolerância” nota dez (1).

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Rubens, dez anos: – “Papai, por que o senhor pediu

perdão à mamãe”? - “Filho, fui estúpido com ela; devo repa-

rar o estrago de meu desamor. O perdão cura o agressor e o

agredido. Pedindo desculpa, reconheço meu erro. Se ela me

absolve, saro a ferida aberta em sua mãe, por minha estupi-

dez. Além disso, fico feliz”.

Dorival está certo. Pedir e conceder perdão resultam,

de fato, em reconciliação. Sempre, pois, que houver negação

de amor nas relações interpessoais, a solução está no apelo

humilde de absolvição e no generoso indulto (1).

A súplica de remissão, humilde e contrita, comove,

quase sempre, o credor e o motiva a suprimir a dívida. Se o su-

plicante tem firme propósito de regeneração, aumenta a pos-

sibilidade de anistia (2). Usar, porém, subterfúgio, como pedir

um objeto emprestado, para se reconciliar, não é um bom ca-

A RIQUEZA DO PERDÃO

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108 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

minho. Essa estratégia insinua pouca humildade e contrição.

O pedido de desculpa ideal é explícito, direto, oportuno.

Perdoar é absolver o culpado de um dano cometido. É

desculpá-lo. Não é esquecimento do mal sofrido. Como feri-

mento curado, a ofensa perdoada deixa, sim, cicatriz. Essa,

se bem cuidada, mesmo arquivada na memória, não interfe-

rirá na relação com o absolvido.

Em virtude de seu valor e serventia, conserta-se car-

ro enguiçado, geladeira danificada, roupa rasgada. Chama-

-se o agrônomo para sanar a plantação praguejada; leva-se

ao veterinário o cão enfermo. Se todas essas providências

são louváveis e necessárias, com maior razão, os cuidados

reparadores dos humanos (3). Esses não podem, consequen-

temente, jamais ser descartados em virtude de eventuais

deslizes (4). Criada à imagem e semelhança divinas (5), a

pessoa é de tão grande valor (6) que o Pai sacrificou seu Fi-

lho para salvá-la (7).

Essa grandeza humana merece o perdão (8), que so-

brepõe a pessoa à sua falta; reconstrói a unidade dilacerada;

reata amizade e fraternidade; resgata segurança perdida;

melhora o estado psicossomático; devolve a paz; santifica,

salva.Vingar-se, entretanto, é negar o bem, ceder ao mal, ex-

perimentar o nada, a mentira, a frustração, condenação (9).

Em fi delidade à sua missão, Jesus ensina e vive a

misericórdia (10). Ordena a busca da ovelha perdida (11);

festeja a volta do fi lho pródigo (12); acolhe Zaqueu e hos-

peda-se em sua casa (13); em refeição com um fariseu, de-

fende e perdoa a pecadora arrependida (14); livra e absolve

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a mulher adúltera ameaçada de apedrejamento (15); inter-

rogado por Pedro, quanto ao número de vezes que se deve

perdoar, o Nazareno responde: “setenta vezes sete” ou seja,

sempre (16).

A convicção da eficácia do amor justifica todo tipo

de perdão (I7). Esse, embora parecendo fraqueza aos olhos

insensatos, é uma das maiores expressões da gratuidade do

amor. Ele é próprio dos fortes, que não se cansam de amar

nem se curvam ao falacioso prazer da omissão ou vingança

(18). O misericordioso tem Deus como primeira riqueza e o

próximo como segunda (19); comporta-se conforme sua vo-

cação à santidade; segue Jesus, “Caminho, Verdade e Vida”

(20); enquanto discípulo, busca assemelhar-se ao Mestre;

por isso, não nega seu “amor-perdão”; dedica-se à plenitude

da lei: o amor, única via de salvação (21).

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110 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

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I - NOÇÃO

Visita é uma ida a um lugar, em vista de um ou mais

objetivos: conhecer, ajudar, convidar alguém; incrementar

amizade; solicitar ajuda; evangelizar, propagar, promover

ideias, eventos e produtos; vender, comprar, trocar; conhe-

cer pessoas, lugares, museus etc.

VISITA MISSIONÁRIA VOCACIONAL

PROGRAMA

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112 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

II - PREPARO E NÚMERO DOS MISSIONÁRIOS

Como o êxito da missão requer preparo, os visitado-

res devem receber a devida formação, ministrada em oito

horas, no mínimo. Cada equipe terá dois missionários (1).

III - SAUDAÇÃO À FAMÍLIA

Os visitantes saúdam a família com espírito desarma-

do, semblante pacífico e alegre. São comedidos ao tocarem

a campainha ou ao baterem palmas, para chamar alguém da

família. Saber esperar e ouvir faz parte do perfil do bom mis-

sionário. É bom lembrar que, às vezes, conquista-se muito

mais com os ouvidos do que com a boca, com a paciência do

que com a pressa.

IV - APRESENTAÇÃO

Os missionários apresentam-se, dizendo seu nome, o

da paróquia em missão e os objetivos da visita. Informam-se

do nome de quem os recebe, manifestam-lhe a satisfação

em conhecê-lo e agradecem-lhe o atendimento.

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V - EVITAR DISCUSSÃO

Em se tratando de uma visita missionária, cuja fina-

lidade é criar laços de fraternidade, intensificar a vida cristã

da família, sua participação na comunidade de fé, deve-se

evitar confrontos de ideias, discussões que, em geral, afas-

tam ainda mais as pessoas da Igreja. Em contrapartida, é

producente perceber e explorar os pontos convergentes, de

afinidade entre os visitadores e a família visitada. As diver-

gências serão enfrentadas, quando houver maior consistên-

cia nas relações e formação suficiente.

VI - OTIMISMO

Com a visita missionária, pretende-se, em resumo,

levar às famílias mais fé, esperança e amor. Essas três vir-

tudes teologais injetam otimismo na vida dos visitados. Em

virtude disso, os missionários precisam ser apóstolos otimis-

tas para, com a graça de Deus, levar as pessoas visitadas a

serem maiores que suas dificuldades. Ser missionário cristão

é ser anunciador da Boa nova, solução para os problemas.

VII - OBJETIVOS PASTORAIS IMEDIATOS

1. Comunicar à família, sobretudo ao casal, a criação

da Equipe Vocacional Paroquial (EVP), em que ela consiste

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114 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

e sua importância para a comunidade.

2. Convidar e motivar o casal a participar do encon-

tro programado para os novos membros.

3. Entregar aos visitados materiais sobre a EVP, o

convite escrito e uma ficha de inscrição a ser preenchida e

devolvida na hora.

4. Deixar uma mensagem vocacional após leitura de

Mc 9, 35-38.

5. Informar-se sobre a situação da família e, caso neces-

sário, ler um dos textos abaixo, o mais apropriado à realidade:

a. Amor: Jo 15, 1-17; 1Cor 13, 1-13; 1Jo 4,1-20.

b. Misericórdia: Lc 15, 4-32; Mt 6,7-15.

c. Confiança na providência divina: Mt, 6, 25-34.

d. Fé: Hb 11, 1-40; Mc 16,9-18.

e. Envio missionário: Mt 28, 18-20; Rm 10, 14-17.

f. O mais importante para nossa vida: Mt 13,44-52

VIII - RECOMENDAÇÕES FINAIS

Após a mensagem tirada do texto bíblico lido, fazer

uma oração com a família e pela família. Proposta:

1. Sinal da cruz com explicação breve.

2. Recitar um dos seguintes salmos: 22, 90, 146.

3. Oração espontânea.

4. Aspergir, com água benta, as pessoas e a casa,

rezando o Pai Nosso.

5. Suplicar a bênção de Deus sobre a família e residência.

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6. Se oportuno, animar a família para superação de

suas dificuldades.

7. Sugerir a leitura diária da Bíblia, oração em família.

8. Pedir oração pelas vocações e êxito dos traba-

lhos vocacionais.

9. Demandar ao atendente que convide amigos e pa-

rentes a participarem da EVP.

10. Solicitar, a quem atendeu, a gentileza de distri-

buir dez folhetos sobre a EVP.

11. Reforçar o convite à participação na EVP.

12. Agradecer o acolhimento e despedir-se.

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Eu, (nome), diante de Deus, do pároco (nome) e da

comunidade paroquial, comprometo-me a promover, em

nossa paróquia, todas as vocações existentes na Igreja Ca-

tólica Apostólica Romana. Com oração, Palavra de Deus,

testemunho, recursos humanos e materiais possíveis, em-

penhar-me-ei em colaborar na organização, dinamização e

manutenção da EVP, a fim de que a Igreja disponha dos ope-

rários necessários ao cumprimento de sua missão.

Com a graça divina, apoio do pároco e paroquianos,

espero cumprir essa promessa, para a glória de Deus e sal-

vação de todos. Amém.

COMPROMISSO

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Eu, (nome), pároco desta Igreja, envio todos os

compromissados ao serviço de animação vocacional

desta paróquia e prometo contribuir com tudo que for

possível e necessário ao êxito dos trabalhos vocacio-

nais. Louvo a Deus pela generosidade dos compromis-

sados e rogo ao Senhor da Messe que os abençoe no

cumprimento dessa missão recebida, a fim de que ela

seja realizada com sucesso, produzindo os resultados de

que a Igreja necessita para cumprir sua missão.

A bênção do Deus todo poderoso, Pai, Filho e Es-

pírito Santo venha sobre todos e permaneça para sem-

pre. Amém

ENVIO

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Como não há Igreja sem vocação, a necessidade

da animação vocacional é indiscutível e envolve, em ra-

zão do batismo, todos os católicos. O Concílio Vaticano II

reconhece esta verdade, afirmando: “Aos bispos pertence

levar o seu rebanho a promover as vocações, procurar a

colaboração de todas as forças e obras, e, sem se poupa-

rem a sacrifícios, ajudar, como pais, aqueles que julgarem

chamados à herança do Senhor” (1). Ao pedir oração pela

Messe, Jesus ensina que ovelha nenhuma viva sem pastor

(2). Há, então, muito a ser feito, porque a maioria absolu-

ta da humanidade ainda não foi evangelizada. Eis aí uma

grande tarefa vocacional a ser cumprida por toda a Igreja

de Jesus Cristo.

O desafi o maior da animação vocacional da Igreja

Católica no Brasil, certamente, é a incoerência entre a te-

oria – discurso oral e escrito – e a prática (3). Esse fato in-

CONCLUSÃO

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122 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

sinua ignorância ou rejeição dos ensinamentos de Jesus,

quanto à necessidade da prática da fé. Prefere-se, pois, a

areia à rocha como base da construção (4). Não se leva em

conta o que o Mestre diz: “Não é aquele que me diz “Senhor,

Senhor” que entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele

que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus” (5).

Há, também, outros entraves a serem superados, como:

1. falta de testemunho;

2. resistência à liberação do animador;

3. despreparo do animador;

4. esperar em vez de ir (cultura da campainha);

5. apoio insuficiente;

6. catequese fraca;

7. evangelização desvocacionalizada;

8. medo,

9. escassez de recursos;

10. carência de prioridade efetiva.

É motivo de alegria afirmar que os aspectos positi-

vos da realidade vocacional são mais relevantes que os ne-

gativos. As razões são: 1 - Deus quer a salvação da huma-

nidade com a participação de todos; 2- eficácia da oração

com fé; 3 - Deus é fiel às suas promessas; 4- Deus estará

sempre com os operários da Vinha; 5 – número relevante

de católicos no Brasil; 6 - a Igreja Católica no Brasil dispõe

de muitos recursos materiais, humanos e financeiros; 7 –

a presença de muitas congregações religiosas das quais

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dez têm carisma vocacional; 8 - existência da animação

vocacional; 9 - alto índice de jovens; 10 - aumento das vo-

cações masculinas.

Motivados por esses dez indicadores positivos e

esperança na reversão dos dez negativos, poderemos fa-

zer das paróquias excelentes fontes de operários para a

Messe do Senhor.

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124 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

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N O T A S B I B L I O G R Á F I C A S

INTRODUÇÃO(1) Cf. 1Cor 12, 1-30; Mt 25, 14-30. (2) Cf. CNBB, Veredas Voca-cionais: Textos Conclusivos dos Congressos Vocacionais do Brasil, CNBB, 2013, p. 51. (3) Papa Paulo VI, Radiomensagem, 11 de Abril de 1964. (4) CNBB. Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil (Doc. 93), Brasília, CNBB, 2010, nº 108.

IGREJA: POVO DE DEUS(1) Cf. nota da Bíblia de Jerusalém correspondente a Mt 16,18; At. 5,11. (2) Cf. Catequese Renovada (CR) 206. (3) Cf. CR 206). (4) Cf. IOF 5,2-4; Cl l8). (5) Cf. Jo 14, 19. (6) Cf. LG 1; CR 213. (7) Cf. Jo 6,38; 5,30,4,34. (8) Cf. Jo 15, 8-14). (9) Cf. Mt 7, 21; 25,34-46; Tg 2, 14-26. (10) Cf. Lc 11, 20; 17, 20-21. (11) At 23, 6; 24, 15 ; 26, 6-8. (12) Cf. Jo 14, 6. (13) Jo 15, 12. (14) Cf. Rom 13, 10. (15) Cf. 1Cor 13, 8. (16) Cf. Mt 5, 16; 25, 34-46; Tg 2, 14-26; 2Tm 4, 14; Rm 4, 2. (17) Cf. Mt 16,18. (18) Cf. CR 208. (19) Cf. Jo 17, 11-14. (20) Cf. Mt 28, 20. (21) Cf. Mt 16, 18. (22) Cf. CR 209. (23) 1Tm 2, 4. (24) Cf. CR 210. (25) Cf. Ef 4, 13. (26) Cf. CR 212; Mt 5, 48. (27) Cf. Mt 28, 18-20; LG 9. (28) Mt 16, 18-19. (29) Mt 28, 19-20. (30) Cf. Jo 15, 12. (31) Cf. Jo 14, 16. (32) Cf. CR 206-208. (33) Cf. CR 213; Mt 23,11.

VOCAÇÃO(1) 1Pd 4, 10. (2) Cf. 1Cor 12, 1-25. (3) Ef 4, 11-13. (4) Mt 5, 48. (5) Cf. Mt 25, 14-30. (6) Cf. Lc 9, 23-25. (7) At 20, 35. (8) Cf. Dt 7,

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126 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

7- 8. (9) Cf. Jo 15, 6. (10) Mt 6, 25-32; 10, 29-35; 1Pd 5, 7. (11) Sl 8, 5-7. (12) Cf. At 9, 1-30.

O HOMEM E A FELICIDADE(1) Cf. Ef 4, 11-16. (2) Cf. Jo 14, 6. (3) Cf. Jo 10, 10. (4) Cf. Mt 5, 48. (5) Cf. Ap 1, 8; 21, 6; 22, 13. RÉZÉK, Romano, “Reflexão sobre a Felicidade” (apostila); Fenômeno Humano (apostila). Anotações de aulas. *Marie Joseph Pierre Theilhard de Chardin -1881-1955.

AI DE MIM, SE EU NÃO EVANGELIZAR1) Cf. Tm 2, 4-6; Rm 1, 6; Hb 5, 9. (2) Cf. At 17 ,3. (3) Cf. ICor 1, 23; 15, 20. (4) Cf. 10, 10-11. (5) Cf. Mt 28, 18-20; At 9, 15. (6) ICor 9, 16. (7) Cf. Rm 10, 14-17. (8) Is 52, 7. (9) Cf. At 6, 1-2; 2Tm 4, 2. (10) Cf. Mc 10, 42-45. (11) Cf. Mt 28, 18-20. (12) Cf. Mt 28, 18-19. (13) Cf. Mt 28, 18-20. (14) Cf. Mt 28, 18. (15) Cf. Mt 7, 21; 25, 31-46. (16) Cf. Jo 15, 9-17. (17) Cf. Mc, 16, 15. (18) Cf. Mc 9, 33-35. (19) Cf. Jr 34, 2. (20) OLIVEIRA, José Lisboa de. Faltam Padres, apostila, p. 2 ; 2 Cf. Mt 9, 35-38; Puebla 851. (21) Cf. Mt 9, 35-38. (22) Mt. 28, 18-20. (23) Cf. Mc 8, 34-38. Lc 9, 23-26. (24) Mc 1, 15.

EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL(1) Cf. PEREIRA, José Carlos Pereira. Serviço de Animação Vocacio-nal Paroquial, São Paulo, Paulus, 2013, p. 60. (2) Cf. OLIVEIRA, José Lisboa Moreira de. Evangelho da Vocação, São Paulo, Loyola, 2003, p. 17. (3) Cf. CNBB, Veredas Vocacionais, pp. 12-13. (4) Cf. OLIVEI-RA, José Lisboa Moreira de. Ibid. pp. 24-25. (5) Cf. Ibid. 30-31.65; 1Tm 2, 4; 1Cor 12, 1-30. (6) Cf. CNBB. ibid. pp. 21.51. (7) Cf. 1Cor 12, 1-30. (8) Cf. OLIVEIRA, José Lisboa Moreira de. ibid. pp. 64-65; CNBB. Ibid. p. 81. (9) Cf. At 20, 35; 2Cor 9, 7; Mt 5, 42; 10, 8; Lc 6 , 30.38; 12, 48; 21, 3. (10) Cf. Mt 7, 21-27; Lc 14, 15-20. (11) Cf. Mt 20, 1-18. (12) Cf. Mt 20, 1-18; 25, 14-30; 1Cor 12, 4-30. (13) Cf. Mt 6, 7-15; 9, 20-22; 26, 36-41; Mc 9, 29; 11, 24. (14) Cf. CNBB. ibid. p. 87. (15) Código de Direito Canônico, Loyola, São Paulo, c. 233, pp. 104-105. (16) CNBB. ibid. p.80; OLIVEIRA, José Lisboa Moreira de, ibid. pp. 80-85. (17) Cf. Mt 9, 35-38. (18) Cf. OLIVEIRA, José Lisboa Moreira de. Apertar o Passo: Fundamentos Teológicos do Mé-todo Pedagógico, (apostila), www.sav.org.br, p.11. (19) Cf. CNBB,

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ibid. 17.82. (20) BRITO, Antônio de Lima. Princípios Norteadores, São Paulo, Cenfavos, 2012, pp. 9-67. (21) CELAM. Documentos do CELAM, Puebla, Nº 851, São Paulo, Paulus, p. 494. (22) Id, ibid. p. 494. (23) Cf. Mt. 5, 48; Mt 15, 14; Ef 1, 4 ; Rm. 14, 13; 2Cor, 6, 3-8. (24) Cf. Jo 15, 12-17; Rm 13, 8-10; 1 Cor 13, 1-13; (25) Cf. Id. ibid. (26) Cf. Gn 1, 26; OLIVEIRA, José Moreira de. Qual o Sentido da Vocação e da Missão?, São Paulo, Paulus, pp. 77.87-88. (27) CNBB. Ide Também Vós para Minha Vinha (Estudos da CNBB 90), São Paulo, Paulus , 2005, p. 91. (28) Cf. Mt 10, 17-22; 24, 4-14. (29) Cf. Id., Ide Também Vós para Minha Vinha (Estudos da CNBB 90), São Paulo, Paulus, pp. 96-98. (30) Cf. Mt 5, 33-37; 7, 21. (31) Cf. Lc 21, 1-4; Fl 2, 19-23. (32) Cf. OLIVEIRA, José Lisboa Moreira de. ibid. pp.64-65; Jo 20, 11-18. (33) Mt 7, 21. (33ª) Cf. Lv 19, 18; Jo 15, 12-17; Rm 13, 8-10. (34) Cf. CNBB. Veredas Vocacionais, pp. 19-20.39-40.67.71-72 ; CELAM. ibid. p. 494. (34ª) Cf. FRANCISCO, Papa. Evangelii Gaudium, São Paulo, Paulus, nº 1-49. (34b) FRANCISCO, Papa. O Rosto da Misericórdia, São Paulo, Paulus/Loyola, 2015, nº 10. (35) Id. Veredas Vocacionais, p. 82. (36) Cf. CNBB. Diretrizes para a For-mação dos Presbíteros, (Doc.90), Brasília, CNBB, 2010, p.51. (37) Cf. Mt 4, 18-22; 10, 1-4. (38) Cf. Id. Veredas Vocacionais, p. 39. (39) Id. Evangelho da Vocação, p. 64. (40) Cf. Mt 26, 36-41. (41) Rm 10, 17. (42) Cf. Jr 3, 15; Mt 9, 35-38. (43) Cf. Id. Evangelho da Vocação, p.51. (44) Id.Veredas Vocacionais, p. 19. (45) Id., ibid. p.41. (46) Id ibid., pp. 13-14. (47) Cf. Doc. Puebla, 889; Id., Evangelho da Voca-ção, p.45; Id., Estudos da CNBB 90, p.137. (47ª) Cf. Id., ibdem, p.137. (48) Mt 6, 33. (48ª) Cf. Documento de São Domingos nº 82. (49) Cf. id., Evangelho da Vocação, pp. 24-25. (50) Cf. CNBB. A Pastoral Vo-cacional no Brasil – Estudos da CNBB 50, São Paulo, Paulinas, 1987, p.76. (51) Cf. Id.Veredas Vocacionais, pp.39.45. (52) Cf. Hb 5, 9; Mt 25, 14-30; 28, 18-20; OLIVEIRA, OLIVEIRA,Valnei Pamponet. Equipe Vocacional Paroquial, 2ª ed.,São Paulo, Loyola, 2005, p.9. (53) 1Tm 2, 4. (54) Jo 6, 38. (55) Cf. Gn 12, 1-9; Mt 10, 1-16; Mt 28, 18-20. (55ª) Jr 3, 14-15. (56) Cf. Sl 126,1; Jo 15, 5. (57) Cf. Mt 9, 36-38. (58) Jo 14, 13. (59) Mc 9, 23. (59ª) Cf. Mt 25, 14-30. (60) Cf. Mc 4, 26-27. (61) Cf. Jr 3, 15. (62) Cf. Dt 7, 9. (63) Cf. Is 19, 20; Lc 2, 11; Jo 6, 38. (64) Cf. Mt 1, 21. (65) Cf. Lc 1, 26-38. (66) Cf. Mt 26, 36-39; Jo 1, 38-40. (67) Cf. Mt 27, 27-28,20; Lc 24, 50-53. (68) Cf. Mt 28, 20. (69) Cf. Mt 10, 17-39; Jo 16, 33 (70) Rm 8, 31-32. (71) Cf. Mt 28,18-20.(72) Cf. http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/03/.(72ª) www.ibge.gov.br/home/estatistica/populaçao/censohistorico/1550/1870 Shtm - Simonsen, Roberto C. História Econômica do Brasil (1500/1820) - (1978). Apresenta as estimativas atribuídas a Contreiras Rodrigues, Thomas Ewbank e Adriano Balbi, p.271. (73) Cf. CERIS. Anuário

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128 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

Católico do Brasil 2015, Rio de Janeiro, Ed. CNBB, p. 72. (74) Cf. Ins-tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tp://www.francis-canos.org.br. (75) Cf. Id. Evangelho da Vocação, p. 65; Id., Estudos da CNBB 50, p.69; MARTOS, Juan Carlos. Animação Vocacional, São Paulo, Ave Maria, 2010, p.31. (76) Cf. CNBB, Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil, Brasília, CNBB, 2015, pp., 457-458; CERIS. ibid. p.52. (77) Instituto de Pastoral Vocacional (IPV). Institutos Membros, [email protected], 2015. (78) Cf. Id., Veredas Voca-cionais, pp. 13-14. (79) Cf. Id. Anuário Católico do Brasil 2015, pp. 75-76. (80) Cf. Jo 10, 1-18; Mt 9, 35-38. (81) CELAM. Documento de Aparecida, São Paulo, Paulus, 2007, nº 314. (82) Cf. www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/11122001onu.shtm. (83) Cf. MOREI-RA, Antônio e outros. Equipe Vocacional Paroquial (Cad. Vocacional 24), 12ª ed., São Paulo, Loyola, 1989, pp. 19-24; Id., Veredas Vocacio-nais, pp. 38.49; Mt 4, 18-22. Lc 19, 38-40; 1Cor 9, 16.

PEDAGOGIA DA ANIMAÇÃO VOCACIONAL(1) Cf. FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2011, pp. 45-189. (2) Cf. Mc 9, 23; Fl 4, 13. (3) GONÇALVES, Jair, A Disciplina no Método Educativo de Dom Bosco (Tese de mestrado defendida na PUC, São Paulo, em 1985, apostila, pp. 73-84. (4) Cf. Jo 15, 12.17; Rm 13, 8-10; 1Cor 13, 1-13. (5) Cf. Mt 5, 20-48; Jo 14, 6; 2Cor 2, 17; Ef 3, 19; Fl. 1, 10; 2, 15; RÉZÉK, Romano. Reflexão sobre a Felicidade (apostila); Fenômeno Humano (apostila). (6) Cf. Fl. 3, 17. (7) Cf. Mt 18, 1-5; 20, 24-28; 25, 31-46; Mc 9, 33-37; 10, 35-45; Lc 9, 46-48; 22, 24-27; Jo 13, 1-17. (8) Cf. ALCEU, David. Anotações de curso feito na PUC- São Paulo, 1985. (9) Cf. Id. ibid. (10) Cf. BEKER, Fernando. Série Ideias, nº 20, São Paulo, FDE, 1994, pp. 87-93. (11) Cf. Id. ibid. (12) Cf. FREIRE, Paulo. ibid. ; Jo 14, 27. (13) Cf. Mc 8, 34. (14) SAVIANI, Derme Val, Escola e Demo-cracia. 41ª edição, Campinas, Autores Associados, pp. 1-82. (15) Cf. Jo 10, 10; Rm 14, 17. (16) Cf. Optatam Totius nº 2. (16ª) Cf. NEILL, A. S. Liberdade sem Medo, 13ª Ed. São Paulo, IBRASA, 1972, pp.3-41. (17) Mc 8, 34-38. (18) Jo 14, 6. (19) Cf. BRITO, Antônio de Lima. A Educação Tradicional (apostila), São Paulo, 1985, pp. 3-4. (20) Cf. Jo 1, 1-5; 6, 38; 14, 6. (21) Cf Mt 25, 14-30 ; 25, 31- 46. (22) Cf. Lc 17, 12-18; (23) Cf. Mt 4, 18-22; 19, 27-29. (24) Cf. Mt 10, 24-25; Jo 21, 28. (25) Cf. Gn 12, 1-9; (26) Cf. Ex 2, 23-3,20. (27) Cf. Lc 1, 26-38. (28) Cf. Mt 4, 18-22. (29) Cf. Mt 9, 35-38. (30) Cf. Mc 10, 28-31. (31) Cf.

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Gn 1, 26-31; Sl 8, 4-9. (32) Cf. Dt 28, 47-48; PV 17, 22. (32ª) Cf. Centro de Referência Educacional Online. Leves Pinceladas Biográficas, p.1. (33) Mt 19, 26; (33ª) Mc 9, 23; (33b) Hb 11, 6. (34) Cf. Jo 15, 10, 14; 16, 24. (35) Cf. Sl 43, 4; 97, 11; Lc 2, 10; 10, 17; 24, 41; Jo 10,10.

EXPRESSÕES DE HUMANIDADE(1) Cf. Gn 1, 26. (2) Cf. Gn 1, 17. (3) Cf. Mt 28, 19; 11, 25; Jo 1, 1. (4) Cf. Mt 28, 19. (5) Cf. Gn 1, 1-27. (6) Cf. Mt 12, 19; Jo 17, 3; Dt 6, 4. (7) Cf. Dt 6, 4. (8) Live 19, 2; 11, 44; Mt 5, 49; 1Pd 1,16; Jo 6, 68-69; Tg 1,4. (9) Cf. Gn 21, 33. (10) Cf. Sl 145, 3; 147, 5. (11) Cf. Ex 33, 19; Mc 10, 18; Jo 10,18 ;Tg 3, 4. (12) Cf. Jo 14, 16. (13) Cf. Is 20, 22; 46, 12-13; Sb. 12, 15. (14) Cf. Rm 16, 27. (15) Cf. Sl 22; Jo, 10,11. (16) Cf. Mt 8, 19. (17) Cf. Jo 8, 12. (18) Cf. Jo 14, 6. (19) Cf. Mt 20, 26-28. (20) Cf. Jo 6, 51; 6,35. (21) Cf. Jo 1, 29. (22) Cf. Is 11, 1-9. (22a) Cf. Jo 14, 6 (23) Cf. Tg 1, 17. (24) Cf. Rm 8, 28-30; Ef 1, 3 -14. (25) Cf. Jo 6, 38; Ef 1, 3-14; Rm 8, 28-30. (26) Cf. Jo 3, 16-17; 6, 38. (27) Cf. 1Jo 4, 7-8.16). (28) Cf. Lc 17, 11-19. (29) Cf. Mt 6, 12-14; 18, 23-35. (30) Cf. Rm 16, 16. (31) Cf. Rm 12, 13; 15, 17. (32) Cf. Mt 25, 31-46; Lc 10, 29-37. (33) Cf. Mt 19, 30; 20, 24-28. (34) Pr 14, 29. (35) Cf. Jo 16, 22-24.

TOLERÂNCIA NOTA DEZ(1) Cf. Jo 15, 12-17; 1Cor 13, 1-13; 2Cor 11, 19-20.

A RIQUEZA DO PERDÃO(1) Cf. Gal 6, 1. (2) Cf. Lc 18, 9-14. (3) Cf. Jo, 6, 38-39. (4) Cf. Mt 18, 21-35. (5) Cf. Gn 1, 26. (6) Cf. Sl 8, 4-6; Mt, 25, 40.45. (7) Cf. Gal 4, 4-5; Jo 6, 38-39; 10, 10. (8) Cf. Mt 6, 12; 18, 21-35. (9) Cf. Live 19, 17-18; 4, 1-5,20. (10) Cf. Mt 10, 9-13. (11) Cf. Lc 15, 4-7. (12) Cf. Lc 15, 11-32. (13) Cf. Lc 19, 1-10. (14) Cf. Lc 7, 36-50. (15) Cf. Jo 8, 1-11. (16) Cf. Mt 18, 21-22. (17) Cf. 1Cor 12, 31-13, 13. (18) Cf. Mt. 5, 20-48. (19) Cf. Dt 6, 4-5; Mt 22, 34-40; Hb 10, 38; 11, 4. (20) Cf. Jo 14, 6. (21) Cf. Rm 13, 8-10.

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130 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

VISITA MISSIONÁRIA VOCACIONAL(1)Cf. Mc 6, 7-13

CONCLUSÃO(1) Optatam Totius, nº 2. (2) Cf. Mt 9, 35-38. (3) Cf. Doc. de Puebla, nº 851. (4) Cf. Mt 7, 24-27. (5) Mt 7, 21.

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134 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

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VOCAÇÕES NA BÍBLIAAarão - Ex 4, 14-15; 7, 1-2; 29,1-9; Eclo 45, 6-27; Nm 18, 2-3.Abraão - Gn 12, 1-9; 15,1- 6; 17,15-22; 22, 1-18.Apóstolos - Mt 4, 18-22; 10,1- 4; Mc 1, 16-20; 3, 13-19; Lc 5, 1-11; 6, 12-16; Jo 1, 35-44; At 1, 12-14. Barnabé - At 4, 36-37; 9, 26-27; 11, 22.25; 13, 2.Davi - 1Sm 16, 1-13.Elias - 1Rs 17-19.Eliseu - 1Rs 19, 19-21.Ester - Est 2, 15-17; 4,12-17.Ezequiel - Ez 3, 25-27.Gedeão - Jz 6, 1- 40.Isabel - Lc 1, 23 -25.41- 45.Isaias - Is 6, 1-13.Jacó - Gn 32, 23-33.Jeremias - Jr 1, 4-10.Jesus Cristo - Lc 4, 14-22; Jo 1, 1-18.30.36; 3, 14-19; 3, 31-34; 4, 26-26.34; 4, 42; 5, 30.36.38.43; 6, 29.38-40.44.50-51.57; 7, 16.28-29.33; 8, 16.18; 11, 27.42.52; 12, 13.27.37.46-49; 14,24.31; 15, 21; 16, 5.27; 17, 4.6.8; 17, 14.18.21.23.25; 18, 11.37; 20, 21-22.João Batista - Lc 1, 5-22. 57-80.Jonas - Jn 1-2.José do Egito – Gn 37, 2-36; 39, 1-23.José (esposo de Maria) - Mt 1, 18-25.Josué – Dt 31, 1-8; Js 1, 1-9.Jovem rico - Mt 19, 16 -22; Mc 10, 17-31; Lc 18, 18-23.Judite - Jt 8, 1-36.Maria (Mãe de Jesus) - Lc 26, 1-38.Matatias - 1Mc 2, 1-28.Moisés - Ex 3, 1-20; 4, 10-17; 6, 2-13; 6, 28-30; 7, 1-7.Paulo - At 9, 1-19; 22, 1-21; 26, 2-18.

MATERIAL DE SUPORTE

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136 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

Rute - Rt 1, 15-18.Samuel - 1Sm 3, 1- 4,1.Sara - Gn 17, 17; 18, 12.Saul - 1Sm 9, 11-10, 27.Condições para seguir Jesus - Mt 5, 13-16; 10, 37-39; Mc 8, 34-38; 9, 33-37; Lc 14, 25-35.Missão dos Apóstolos - Mt 10, 5-33; 18, 15-18; 28, 18-20. Mc 6, 7-13; Lc 9, 1-6.Jesus preocupa-se com seus apóstolos - Jo 19, 6-19.Recompensa aos seguidores de Jesus - Mt 19, 27-29; Mc 10, 28-31; Lc 18, 28-30.

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Sou de barro e sopro feito,

Tenha-me por criatura.

E só Deus é o ser perfeito,

Assim fala a escritura.

Criatura mui pobre sou,

Mas em Deus, um rico serei.

Para mim o Filho mandou

E Nele, ressuscitarei.

Com dons, o Pai me revistiu,

Deles despenseiro me fez.

Para completar, me pediu,

Meu semelhante, sem talvez.

O irmão é uma construção,

Por meu Deus iniciada,

Que carece de doação,

Para ser bem acabada.

Se eu não for um tijolo

Na parede de meu irmão,

Com certeza serei tolo,

Sem dúvida, um mau cristão.

MEU IRMÃO É UMA CONSTRUÇÃO

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138 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

Satisfazer do próximo

À necessidade d’amor

É o modo como exprimo

Minha fé em Cristo Senhor.

Opção vocacional,

Compromisso com verdade,

Busca de justa, fraternal

E livre sociedade.

Praticar minha vocação,

O bem do outro visando,

É a real libertação

E de Deus me aproximando.

Sinto-me na vida viver,

Sempre que sou um doador.

O serviço deixa prever

O prêmio de meu Criador.

Exercitar a vocação

É efetivar batismo.

É do fiel uma oblação,

Do cristão um heroísmo.

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1 ORAÇÃO VOCACIONAL

Ó Pai, sabemos que sacrificastes vosso Filho, para

salvar a humanidade inteira. Desejais salvá-la com a aju-

da de todos. O próprio Jesus, entretanto, constatou que

a Messe é grande e os operários são poucos”.* Há muita

gente que ainda não conhece o Messias, Caminho, Ver-

dade e Vida, que morreu e ressuscitou para redimir todos.

Em muitos lugares, há igreja fechada, altar sem sacerdote,

Palavra sem pregador. Por isso, nós Vos suplicamos, pela

intercessão da Virgem Maria: enviai-nos mais diáconos,

padres, religiosos, religiosas, agentes leigos. Santificai e

conservai os que já nos destes. Aumentai seu andor mis-

sionário; que a Igreja tenha, em qualidade e quantidade, os

operários necessários à realização de vosso Reino. Amém.

* Cf. Mt. 9, 36-38

ORAÇÕESVOCACIONAIS

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140 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

2 ORAÇÃO VOCACIONAL

Senhor, nosso Deus, vós amais a humanidade intei-

ra e quereis, por isso, salvá-la do mal. Para tanto, enviastes

profetas, juizes, sacerdotes e, no tempo certo, o próprio Fi-

lho. Por tudo isso, vos louvamos e agradecemos.

Pai infinitamente bom e poderoso, reconhecemos

nosso quinhão de responsabilidade face ao vosso plano de

salvação. Vosso amor é tão imenso que pretendeis nos sal-

var, envolvendo-nos também como agentes, nesse projeto

redentor. Sentimo-nos valorizados e encorajados com essa

atitude. Desejais salvar cada um, com a participação de to-

dos. Que bacana!

Senhor, nosso Pai, ao ver o povo vivendo como ove-

lhas sem pastor, Jesus teve compaixão dele e mandou-nos

pedir mais operários (Cf. Mt. 9, 36-38). Obedecendo a Ele,

vos suplicamos:

• Fazei com que todos os cristãos orem mais em fa-

vor das vocações.

• Motivai toda a Igreja, sobremaneira a hierarquia e

superiores de congregações religiosas, a promoverem as vo-

cações com mais e melhores testemunhos, recursos huma-

nos e materiais.

• Dai aos responsáveis os meios necessários à imple-

mentação da prioridade conferida às vocações; que ela seja

uma prática concreta, em nosso meio, em favor das ovelhas

sem pastor.

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• Preparai nossos animadores com a graça da santi-

dade, liberação, competência e coragem, para que sua mis-

são chegue ao êxito desejado.

• Ajudai os vocacionados com a compreensão e aco-

lhimento de vosso chamado. Fortalecei-os, a fim de que su-

perem todos os entraves impostos pelo mundo ao seu gene-

roso sim.

• Protegei vossos operários já consagrados, dando-

-lhes a graça da fidelidade e perseverança.

• Enviai, Senhor, mais operários à vossa Messe. Pai

Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai.

3 ORAÇÃO DO JOVEM EM DISCERNIMENTO

Senhor, sei que o exercício de minha vocação, como

resposta concreta às necessidade do povo, é a maneira como

quereis que eu expresse a ele e a Vós minha fé e amor.

Ainda não descobri minha vocação. Aumentai minha

audição amorosa, para ouvir vosso chamado pelo clamor da

comunidade. Incrementai minha fé, para perceber o que os

olhos não enxergam nem os ouvidos escutam, pois sei que

vocação é coisa de fé concretizada no amor.

Senhor, libertai-me da angústia da escuridão voca-

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142 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

cional. Falai-me mais alto ou limpai-me os ouvidos para que

conheça, acolha e realize vosso chamado. Vós me conhe-

ceis. Sabeis que Vos amo, mas ajudai-me a Vos amar mais,

pela prática da vocação, por isso, eu Vos peço: mostrai-me

o caminho a seguir. Rogo-Vos, em nome de vosso Filho, que

viveu fielmente sua vocação: fazei-me discípulo de Jesus,

que fez a vossa vontade. Amém.

4 QUERO SERVIR

Senhor, sei que meu compromisso batismal é uma

aliança com a Trindade. Ao ser batizado, comprometi-me

em ser discípulo de vosso Filho Jesus Cristo, que se encar-

nou, morreu e ressuscitou para a salvação de toda a humani-

dade. Ele, que é o Caminho, a Verdade e a Vida, ensina que

para ser grande, ser o primeiro, a gente tem de ser servo (*).

Acolho, com convicção, esse ensinamento, mas Vós sabeis

que eu vivo no mundo, onde o maior é aquele que tem mui-

to, que é servido por todos. Senhor, o ter é sedutor! Ajudai-

-me a resistir à proposta do mundo e acolher, com amor e

prática, os ensinamentos de vosso Filho. Peço-Vos em nome

d’Ele. Amém.

Pai Nosso...Ave Maria... (* Cf. Mt. 20, 24-28)

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5 QUERO SER PADRE

Senhor, passei longo tempo, indagando sobre minha

vocação. Após muita oração e encontros, cheguei à conclu-

são que me chamais a ser padre. Embora me sinta presti-

giado com isso, reconheço que essa vocação, como todas as

outras, vai exigir muito de mim. Não posso, entretanto, ficar

preso às minhas limitações, mas contar com vossa genero-

sa graça que, juntamente com meu empenho, me levará ao

êxito vocacional.

Meu Deus e Pai, confesso-vos que quero ser padre

porque me convocais como ministro do vosso Reino e, como

Jesus, faço minha a vossa vontade. Almejo ser presbítero

para anunciar vossa Palavra de salvação a todos os povos;

apresentar Jesus Cristo como o único Salvador; ministrar os

sacramentos para santificar homens e mulheres; ser um bom

pastor, à semelhança de vosso Filho, para expressar radical-

mente vosso amor ao rebanho a mim confiado. Para tanto,

conto com vosso auxílio. Amém.

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144 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

PENSAMENTOS VOCACIONAIS

1. “Como são belos pelas montanhas os pés do men-sageiro que anuncia felicidade, libertação, boas notícias” (Is 52, 7).

2. Dom é um bem recebido gratuitamente de Deus, em função da realização minha e do próximo (Cf. Mt 25, 14-30; 1Pd 4, 8-11).

3. “Eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou e a vontade de quem me enviou é esta: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia” (Jo 6, 38-39).

4. “Eu sou o Bom Pastor. Dou minha vida por minhas ovelhas, o falso pastor só pensa em si” (Jo 10, 11-13).

5. “Filhinhos, não amemos de palavras nem de lín-gua, mas por ações e em verdade”(1Jo 3, 18).

6. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos”(Jo 15, 13).

7. “Nisto conhecemos o amor: Ele deu a sua vida por nós. Nós também devemos dar a nossa vida pelos irmãos” (1Jo 3, 16).

8. “Pai, se queres, afasta de mim este cálice; todavia seja feita a tua vontade e não a minha” (Lc 22, 42).

9. “Quem ama seu irmão permanece na luz, e nele

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não há ocasião de queda” (1Jo 2,10).

10. “Sabemos que passamos da morte à vida porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na mor-te” (1Jo 3, 14).

11. “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos” (Mc 9,35 ).

12. “Se alguém pretende vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois aquele que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas o que perder sua vida por causa de mim e do evangelho irá salvá-la” (Mc 8, 34-35).

13. “Se alguém, possuindo os bens deste mundo, vê seu irmão na necessidade e lhe fecha o coração, como per-manecerá nele o amor de Deus?” (1Jo 3, 17).

14. “Se eu, Mestre e Senhor, vos lavei os pés, tam-bém vós deveis lavar-vos os pés uns dos outros” (Jo 13, 14).

15. “Se nos amarmos uns aos outros, Deus permane-ce em nós e o seu amor em nós é perfeito” (1Jo 4, 12).

16. A animação vocacional é uma exigência da sal-

vação universal (Cf. Mt 9, 36-38; Hb 5, 9).

17. A busca do supérfluo desfoca o essencial e in-viabiliza a felicidade (Cf. Mt 6, 19-21).

18. A finalidade de meus dons é a felicidade decor-

rente da construção de meu irmão.

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146 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

19. A gratuidade do amor é um imperativo de sua natureza.

20. A melhor maneira de curtir a vida é dedicá-la aos outros (Cf. Mc 8, 34-38).

21. “A colheita é grande, mas os operários são pou-cos. Peçam, pois, ao dono da colheita que mande mais tra-balhadores para ela” (Mt 9, 37-38).

22. A verdadeira alegria decorre da fidelidade ao compromisso assumido (Cf. Pr 10, 28; Tg 2, 14-16; 5, 12)

23. Ama verdadeiramente a Deus quem o ama gra-tuitamente, na pessoa do próximo, mesmo que este seja ini-migo (Cf. Mt 5, 43-48).

24. Amor é a virtude que leva o amante a viver em

função da pessoa amada.

25. Como mensageiro da paz, o padre promove a re-conciliação entre os humanos e desses com Deus (Cf Jo 15, 12-17; 20, 21-23).

26. Cristão é aquele que crê em Jesus Cristo, é bati-zado e vive seus ensinamentos (Cf. Mt 7, 21-29).

27. Humano é quem respeita seu semelhante, em sua dignidade. Desumano é quem nivela os animais ao ser humano. Cristão é quem percebe Cristo no próximo (Cf. Gn 1, 1-31; Mt 25, 31-46).

28. Deus é tão bom que cria o ser humano à sua ima-

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gem e semelhança (Cf. Gn 1, 1-31).

29. Diácono permanente é o católico ordenado para servir o povo de Deus na liturgia, palavra e caridade, em co-munhão com seu bispo e presbitério (Cf. Lumen Gentium 29).

30. Disse Jesus: “Este é o meu mandamento: amai--vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15, 12).

31. É pela fidelidade à vocação que a pessoa torna--se portadora e administradora fiel dos dotes recebidos de Deus (Cf. Lc 1, 26-38).

32. Há muitas coisas abomináveis que desgastam a Igreja. Entre elas destacamos três: bispo-rei, padre-príncipe, religioso consagrado burguês (Cf. Mt 7, 15-27; Mc 10, 41-45; Jo 10, 11-13; 13, 14).

33. Jesus Cristo é o Messias, filho de Deus vivo, Mestre e Senhor. É Deus, Caminho, Verdade e Vida (Cf Mt 16, 13-17; Jo 14, 6).

34. Religiosa consagrada é uma mulher comprome-tida com Jesus Cristo pelos votos de pobreza, castidade e obediência (Cf. Mt 19, 16-26;Mc 8, 34-38).

35. Matrimônio é o sacramento do amor, celebrado pelos noivos, em vista de realização mútua, procriação e educação dos filhos.

36. Muitos só são mais quando vivem como sendo

apenas um.

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148 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

37. Não basta querer chegar; é preciso partir e em direção certa caminhar.

38. O amor contém tudo que deve ser feito. O amor é fonte de perfeição (Cf. Rm 13, 8-10).

39. O amor é a arte do sim e do não, exigidos pelo bem da pessoa amada.

40. O amor é justiça porque sempre se ajusta às ne-cessidades alheias (Cf. Mt 25, 31-46).

41. O amor tem dupla face: amar e se deixar amar; perdoar e pedir perdão.

42. O bem só de poucos é um mal que atinge a todos.

43. O cristão não se contenta com o aqui e agora. Sem tirar os pés do chão nem sair da história, ele está de olho em algo maior, que não consegue abraçar, e no futuro que não é tempo nem pode mensurar.

44. Amar é experimentar Deus porque Ele é amor (Cf. Jo 4, 7-21).

45. O leigo consagrado é o católico que vive seus votos de pobreza, castidade, obediência e carisma em sua realidade secular (Cf. Lc 18, 18-27; Lúmen Gentium 43-46).

46. O leigo é o batizado, membro do Povo de Deus, que vive sua vocação no mundo, exercendo atividades temporais.

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47. O padre é alguém que aceitou o desafio do amor, dedicando toda a vida à salvação de todos.

48. O padre é um homem que respondeu ao chama-do divino em favor do clamor humano (Cf. Ex 3, 1-20).

49. O padre é um cristão que, com muito amor, aco-lheu a convocação divina em favor da salvação de todos (Cf. Lc 4, 16-28).

50. O padre é um eleito e enviado por Deus para ca-

minhar com o povo, rumo à casa do Pai.

51. O padre é um escolhido por Deus para comuni-car a salvação trazida por Jesus Cristo a toda humanidade.

52. O padre é o homem ungido que tempera a vida humana com o amor divino.

53. O padre é o servo do Reino de Deus. Renuncia até mesmo o que é bom em vista do melhor. Deixa de lado o relativo em razão do absoluto; não se contenta com o parcial porque é atraído pelo total.

54. O padre é o ungido do Senhor que aceitou ser

ministro de seu amor.

55. O padre é profeta, sacerdote e pastor para ajudar a comunidade no seguimento a Jesus Cristo.

56. O padre é um companheiro que indica ao povo o caminho a seguir, e o alimenta com a Palavra e eucaristia em sua caminhada rumo ao Pai.

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150 ANIMAÇÃO VOCACIONAL: EQUIPE VOCACIONAL PAROQUIAL

57. O padre é um distribuidor da graça de Deus. É um mensageiro da Boa-nova de Jesus Cristo.

58. O padre é um escolhido de Deus, ungido com graça divina, para viver com o povo e para o povo em vista da salvação de todos.

59. O padre é um homem escolhido e enviado por Deus para manifestar às pessoas o amor divino e promover entre elas a fraternidade.

60. O padre é um homem escolhido por Deus para cuidar, sobretudo, de coisas eternas (Cf. Hb 5, 1-4).

61. O padre é um eleito e ungido por Deus para indi-car o caminho da imortalidade gloriosa.

62. O padre é um profeta, sacerdote e pastor. Pessoa enviada para fazer dos homens discípulos de Jesus Cristo (Cf. Hb 5, 1-4).

63. O que significa vida em abundância que Jesus veio trazer aos homens? Relacione essa vida com sua voca-ção (Jo 10, 1-18).

64. O padre é um ser humano que topou investir a vida na construção do Reino de Deus como profeta, sacerdo-te e pastor (Lc 4, 16-24).

65. O padre é um ser humano revestido do divino para a salvação de todos (Cf. Mt 4, 18-22; 28, 18-20)

66. O que é o Reino de Deus? Você vê alguma rela-

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ção entre esse Reino e a sua vocação? Qual?

67. O testemunho dos consagrados é uma excelente mediação do chamado de Deus e uma das maiores exigên-cias do êxito da animação vocacional.

68. Para a Igreja ter operários bons e suficientes são necessários: oração, conscientização, acolhimento da pró-pria vocação, fidelidade a ela, recursos humanos e financei-ros (Rm 10, 14-17).

69. Quem tem fé vê a vocação como um chamado de Deus, expresso pelo clamor das necessidades do povo (Cf. Ex 3, 1-15).

70. Pela vocação, Deus expressa seu infinito amor. Nosso sim é a resposta a esse amor (Cf. Lc 1, 26-38).

71. Por que alguns jovens têm vergonha de manifes-tar sua vontade de ser padre e/ou religioso consagrado? O que você acha disso? (Cf. Sb 1,16-2,24; Jo 15, 18-27).

72. Quem crê toma posse do que espera e vê mais longe porque enxerga o invisível (Cf. Hb 11, 1-40).

73. “Vós não deveis nada a não ser o amor mútuo, pois quem ama o outro cumpre a lei” (Rm 13, 8).

74. Quem pensa só em si vai frustrar-se, mas quem vive para os outros vai realizar-se (Cf. Mc 8, 35).

75. Quem procura o essencial chega mais rápido à santidade.

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76. Quem só pensa em ser amado não tem tempo para amar nem chance de ser feliz.

77. Religiosa consagrada ou freira é a mulher que prometeu amor radical a Deus, em favor do povo, pela práti-ca dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade, obedi-ência e um carisma específico (Lc 18, 18-27; Mc 8, 34-38;Lu-men Gentium 43-46).

78. Religioso consagrado é o católico chamado ao seguimento radical a Jesus pelos votos de pobreza, casti-dade, obediência e carisma (Cf. Lc 18, 18-27; Mc 8, 34-38; Lumen Gentium 43-46).

79. Só quem vive para os outros é dono de si mesmo.

80. Religioso consagrado é alguém que aceitou o de-safio de amar na radicalidade, dando a vida pela prática dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência (Lc 18, 18-27; Mc 8, 34-38; Lumen Gentium 43-46).

81. Sábio é alguém apaixonado pela felicidade dos outros e disposto a pagar o preço.

82. Ser cristão é fazer de si e dos próprios bens res-postas generosas às necessidades do povo.

83. Só busca “ser-mais” quem vê menos custo que benefício.

84. Só entende a vocação específica quem já aco-lheu o chamado à santidade (Cf. Mt 5, 48).

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85. Todo gesto de amor é experiência e revelação de Deus.

86. Um passo dado em direção certa aproxima a con-quista, mas um em direção errada equivale a dois perdidos (Cf. Lc 15, 11-31).

87. Vocação é como sapato: o melhor tamanho de sapato é o que se ajusta ao meu pé. (Cf. 1Cor 12, 12-30).

88. Vocação é convocação amorosa do Pai para a concretização da fé, pela comunicação dos dons aos irmãos (Cf. Gn 12, 1-9).

89. Vocação é expressão do amor de Deus, que dese-

ja envolver todos seus filhos em seu plano salvífico.

90. Vocação é expressão do amor do Pai que deseja ver todos seus filhos participando de seu plano (Cf. Rm 12, 1-2).

91. Vocação é um chamado de Deus a um estado de vida em que se expressa a fé pelo “amor-serviço” (Cf. Mt 4, 12-22).

92. Vocação é uma convocação de Deus ao serviço dos irmãos, vocacionados à maturidade de Cristo (Cf. Ef 4, 11-16).

93. Vocação é uma ordem de Deus para o exercício

do “ amor-serviço”.

94. Vocação é uma ordem divina ao humano para que ele assuma seu estado de vida e de serviço na Igreja e sociedade.

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95. Vocação é um chamado divino em resposta às necessidades humanas. Ela é apelo ao exercício do amor (Cf. Ex 3, 1-15).

96. Vocação é uma cobrança feita por Deus aos ho-mens dos dons que eles receberam para a edificação de seus semelhantes. (Cf. Mt 25, 14-30).

97. Vocação é uma convocação amorosa de Deus em vista da salvação de todos.

98. Vocação é uma ordem divina dada aos homens em vista da realização do plano salvífico (Cf. At 9, 1-19).

99. Vocação é uma solicitação de Deus para aplica-ção dos dons recebidos na construção dos irmãos (Cf. Rm 12, 3-10).

100. Vocação é um chamado divino em resposta ao clamor da humanidade (Cf. Ex 3, 1-15).

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Com competência, eloquência e alegria, o animador vocacional fascina.Com testemunho, ele convence.

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Coleção CENFAVOS | Animação Vocacional | Abril de 2016

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Pe. Antônio de Lima Brito nds

Pe. Antônio de Lima Brito nds

Nasceu em Camocim, Ceará, em 1941. É membro da Congre-gação dos Religiosos de Nossa Senhora de Sion desde 1965. Foi ordenado Presbítero em 1975. Formado em Filosofia pela Faculdade Nossa Senho-ra Medianeira, São Paulo, e em Teologia pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da As-sunção, São Paulo. É pós-gradu-ado em Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Ca-tólica de São Paulo. Desde 1969, estuda animação vocacional e traba-lha nessa área. Tem prestado relevantes serviços a dioceses e congregações religiosas bra-sileiras na organização e dina-mização dessa pastoral. Atua também junto a educadores e alunos de escolas públicas e particulares. Foi pároco da Igreja São José do Ipiranga, São Paulo, por mais de 10 anos. Atualmente, coordena o Centro de Formação de Ani-madores Vocacionais Sioniense - CENFAVOS.

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CENTRO DE FORMAÇÃO DE ANIMADORES VOCACIONAIS SIONIENSE

Rua Lino Coutinho, 436 - Ipiranga - São Paulo - SPFone: (11) 2619-9314 - (11) 97337-7605

[email protected] - www.cenfavos.org.br

Equipe Vocacional Paroquial

Como não há Igreja sem vocação, a necessidade da

animação vocacional é indiscutível e envolve, em ra-

zão do batismo, todos os católicos. O Concílio Vati-

cano II reconhece esta verdade, afirmando: “Aos bis-

pos pertence levar o seu rebanho a promover as vo-

cações, procurar a colaboração de todas as forças e

obras, e, sem se pouparem a sacrifícios, ajudar, como

pais, aqueles que julgarem chamados à herança do

Senhor” (1). Ao pedir oração pela Messe, Jesus ensi-

na que ovelha nenhuma viva sem pastor (2). Há, en-

tão, muito a ser feito, porque a maioria absoluta da

humanidade ainda não foi evangelizada. Eis aí uma

grande tarefa vocacional a ser cumprida por toda a

Igreja de Jesus Cristo.

ANIMAÇÃOVOCACIONAL

EQUIPEVOCACIONALPAROQUIAL

CENFAVOS significa Centro de Formação de Animadores Vocacionais Sioniense. Trata-se de uma organização especializada em:• Orientação Vocacional,• Animação Vocacional,• Assessoramento Vocacional,• Capacitação de Animadores Vocacionais.

POR QUÊ CENFAVOS?

Deus quer a salvação de todos(Cf. 1Tm 2, 4; Jo 6, 38-39; 10, 10).

A Animação Vocacional exige uma boa formação. Os cristãos neces-sitam de maior conscientização, quanto à sua corresponsabilidade de promover as vocações.

Há urgência de maior investimento de recursos humanos e materiais na Promoção Vocacional. Mais racio- nalização na aplicação dos recursos destinados às vocações.

A realidade atual reclama por uma inovação na maneira de animar as vocações. Há falta de centros forma- dores de agentes. Com mais Anima- dores competentes e santos, a Igreja intensificará a presença do Reino de Deus no mundo, tornando os huma-nos mais dóceis ao chamado divino.

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