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AUTORES

Evangelina Motta Pacheco Alves de Araujo Vormittag

Médica, especialista em Patologia Clínica e Microbiologia, Doutora em Patologia

pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Especialista

em Gestão de Sustentabilidade pela Faculdade de Administração da Fundação

Getúlio Vargas SP. Realizou o Curso de Pós Graduação Economia da Saúde e

Desenvolvimento Econômico da Faculdade de Economia e Administração da USP.

Trabalhou como Diretora da Seção de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia do

Laboratório Central do Hospital das Clínicas da FMUSP e como Gerente médica de

Pesquisa Clínica da Merck Sharp & Dohme. Idealizadora, fundadora e Diretora

Presidente do Instituto Saúde e Sustentabilidade.

Cristina Guimarães Rodrigues

Bacharel em Ciências Econômicas e Doutora em Demografia pela Universidade

Federal de Minas Gerais e Pós-doutorado pela Faculdade de Economia e

Administração da Universidade de São Paulo. Tem experiência acadêmica e de

mercado na área de Demografia e Economia da Saúde, com participação em

congressos nacionais e internacionais e cursos em universidades como Harvard e

Stanford. É pesquisadora do Grupo de Estudos em Economia da Saúde e

Criminalidade (Cedeplar/UFMG), do Núcleo de Estudos em Economia da Saúde e

Nutrição (NEEDS/USP) e professora da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis,

Atuariais e Financeiras (Fipecafi), vinculada à USP. É fundadora da CGR Social

Consulting, empresa que presta consultoria e desenvolve pesquisas na área

sociodemográfica, com ênfase em saúde.

Paulo Hilário Nascimento Saldiva

Médico, Professor Titular de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade

de São Paulo.

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Instituto Saúde e Sustentabilidade

Patrono Paulo Hilário Nascimento Saldiva Conselho Deliberativo Dagoberto de Castro Brandão Edilson Martins Ramos José Leopoldo de Abreu Figueiredo Marcelo Pereira Binder Tatiana Corrêa da Fonseca

Conselho Fiscal Alcides Soares Luna Flávia Bozzolla Vieira Tomás Carmona Ruy Guilherme Cordéro da Silva Conselho Consultivo Flávio Francisco Vormittag José Theodoro Alves de Araújo Paulo Hilário Nascimento Saldiva Direção Executiva Evangelina Motta Pacheco Alves de Araujo Vormittag

Desenvolvimento Institucional Paola Liguori Gestão Ambiental Renan Rodrigues da Costa Aline Atsuta Braga Comunicação Camila Acosta Camargo Voluntárias Deolinda Sequeira Maria Cristina Pacheco e Silva Nicole Cristina do Nascimento

Instituto Saúde e Sustentabilidade Av. Brigadeiro Faria Lima, 1826, cj. 806

Jardim Paulistano • 01451-001 • São Paulo - SP Tel. 55 11 3759-0472

www.saudeesustentabilidade.org.br

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RESUMO

No Brasil os padrões nacionais do monitoramento da qualidade do ar,

desatualizados desde 1990, dificultam um controle mais rigoroso dos níveis de

poluição e contribuem para a continuidade dos níveis de mortes e internações. A

fim de quantificar o montante de desfechos desfavoráveis de saúde em decorrência

da concentração de MP2,5 no Estado de São Paulo, esse trabalho tem como objetivo

realizar projeções de mortes, internações e gastos com internações públicas até

2030, para causas de morte e internações selecionadas. Para isso foram

considerados distintos cenários de poluição e tomando-se como referência o ano

base 2011. Os resultados mostram que, mesmo em um cenário de redução da

poluição atmosférica de 5% entre 2012 e 2030, haverá um número elevado de

casos de aproximadamente de 250 mil óbitos, 1 milhão de internações e um gasto

público em internações estimado em de mais de R$ 1,5 bilhões. A magnitude dos

resultados aponta para a necessidade de implementação de medidas mais

rigorosas para o controle da poluição do ar, formas alternativas de energia limpa

de transporte, entre outras ações, como forma de reduzir os danos à saúde da

população e os gastos governamentais.

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ABSTRACT

In Brazil the outdated air quality monitoring national standards since 1990

difficult a more strict control of pollutant levels and contributes to the continuity of

deaths and hospitalizations. In order to quantify the adverse health outcomes

related to PM2,5 in the State of São Paulo, this paper aims to project deaths, public

hospital admissions and expenditures by 2030 for some selected causes. We

considered three scenarios of pollution, and 2011 as the baseline. The results show

that even considering a scenario of decrease air pollution by 5% between 2012

and 2030, there will be a number of deaths of approximately 250,000 cases, 1

million hospital admissions and more than US$ 900 million of public hospital

expenditures. The magnitude of the results points the necessity to implement more

rigorous measures to control air pollution, encourage clean energy transportation

and others, in order to reduce damage to the health of population and government

spending.

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INDÍCE DE ILUSTRAÇÕES

TABELA 1 Grupos de causas de mortalidade e internações hospitalares incluídos nas projeções – São Paulo, 2011 ....................................................... 11

TABELA 2 Parâmetro beta utilizado no cálculo do risco relativo de mortalidade.................................................................................................................... 14

TABELA 3 Parâmetro beta utilizado no cálculo do risco relativo de morbidade ...................................................................................................................... 15

TABELA 4 Total de mortes, internações e gastos com internações entre 2012 a 2030 – São Paulo .......................................................................................... 17

FIGURA 1 Projeções de mortes, internações públicas e gastos com internações nos casos de doenças respiratórias em crianças atribuíveis ao material particulado MP2,5 – São Paulo, 2012 A 2030. .......................... 19

FIGURA 2 Projeções de mortes atribuíveis ao material particulado mp2,5 – São Paulo, 2012 A 2030. ............................................................................ 20

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 8

2 METODOLOGIA ......................................................................................................... 10

2.1 Baseline e cenários de poluição ................................................................. 10

2.2 Método de projeção ........................................................................................ 12

3. RESULTADOS............................................................................................................ 17

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 21

REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 22

ANEXOS ........................................................................................................................... 23

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Projeção da mortalidade, internações hospitalares na rede

pública e gastos públicos em saúde decorrentes da poluição

atmosférica no Estado de São Paulo de 2012 a 2030

São Paulo agosto de 2014

1 INTRODUÇÃO

Os padrões de poluição do ar definidos pela Organização Mundial da Saúde

(OMS) em 2005 servem de guia para a criação de padrões nacionais do nível de

poluentes. A OMS tem como critério aceitável para concentração de MP2,5 o

máximo de 10 μg/m3 anual e 25 μg/m3 de média diária (OMS, 2005), mas os países

podem adotar distintos padrões. Nos Estados Unidos, por exemplo, a

Environmental Protection Agency (EPA), agência responsável pela proteção

ambiental define um nível máximo de 15 μg/m3 e 35 μg/m3 como as médias anuais

e diárias de MP2,5 (EPA, 2012). A European Environmental Agency (EEA) fixa como

padrão máximo a média anual de 25 μg/m3 de MP2,5, e não define padrões diários

de emissão de poluentes.

No Brasil, a Resolução CONAMA, que define os padrões de poluição do ar no

país, data de 1990, e apenas fixa o limite para MP10. Em 2013, o Conselho Estadual

do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (CONSEMA) definiu novos critérios para

MP10 e estabeleceu um padrão para MP2,5, até então inexistente no Brasil. O

decreto estabeleceu um limite anual para concentração de MP2,5 de 20 μg/m3 e 60

μg/m3 anual e diário, respectivamente. Apesar desse avanço na regulamentação, a

OMS aponta que não existem níveis seguros de concentração de material

particulado na atmosfera para a saúde, o que torna necessário o monitoramento e

estudos de impacto dos níveis atuais sobre a saúde.

A indefinição de novos padrões em âmbito nacional e um controle mais

rigoroso dos níveis de poluição apenas protela medidas efetivas para o combate da

poluição atmosférica por fontes automotoras e industriais no país. Além disso,

contribui para a continuidade de mortes e internações em decorrência dessas

causas. Somente no Estado de São Paulo, a poluição por material particulado foi

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responsável por mais de 95 mil mortes por doenças cardiovasculares e câncer de

pulmão em adultos com mais de 40 anos, e doenças respiratórias em crianças de

até 5 anos e idosos maiores de 60 anos entre 2006 e 2011, segundo o estudo do

Instituto Saúde e Sustentabilidade (2013).

Esse trabalho tem como objetivo realizar projeções de óbitos, internações e

gastos hospitalares para o Estado de São Paulo, entre 2012 e 2030, de acordo com

distintos cenários de poluição por material particulado MP2,5. Os resultados

apresentados têm como finalidade informar ao gestor público o quanto se perde

em vidas, saúde e recursos públicos ao adiar medidas que contribuam para a

melhoria da qualidade do ar.

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2 METODOLOGIA

2.1 Baseline e cenários de poluição

O ano de 2011 foi escolhido como baseline para as projeções, tanto de

mortalidade quanto de internações hospitalares, por ser o último período

disponível com informações sobre concentração de MP2,5 na atmosfera no Estado

de São Paulo.

As informações sobre mortalidade e internações incluem as seguintes

doenças:

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Tabela 1 Grupos de causas de mortalidade e internações hospitalares

incluídos nas projeções – São Paulo, 2011

Mortalidade Grupos CID-10 Grupos etários

1) Todas as mortes Todos (capítulo I a XVI da CID-10) Todos

2) Câncer Neoplasias malignas do aparelho respiratório e órgãos intratorácicos

40 anos e mais

3) Cardiovascular

Cerebrovascular Circulatório: Doenças cerebrovasculares 40 anos e mais

DIC Doença isquêmica do coração 40 anos e mais

4) Resp_crianças

Resp_crianças Outras infecções agudas das vias aéreas inferiores

Até 5 anos

Pneumonia Pneumonia e influenza Até 5 anos

5)Resp_adultos

DCVAI Doenças crônicas das vias aéreas inferiores 60 anos e mais

Pneumonia Pneumonia e influenza 60 anos e mais

Internações e gastos Grupos CID-10 Grupos etários

1) Câncer Neoplasia maligna de traqueia brônquios e pulmões

40 anos e mais

2) Cardiovascular

AVC Acidente vascular cerebral não especificado hemorrágico ou isquêmico

40 anos e mais HI Hemorragia intracraniana

IAM Infarto agudo do miocárdio

IC Infarto cerebral

ODIC Outras doenças isquêmicas do coração

3) Resp_crianças

Pneumonia Pneumonia Até 5 anos

4)Resp_adultos

Bronquite enfisema e outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas

60 anos e mais

Asma

Pneumonia 60 anos e mais

Fonte: Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) e Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS).

Para a poluição, o baseline corresponde à média anual do MP2,5 no Estado de

São Paulo, obtido a partir dos dados da CETESB, cujo valor em 2011 corresponde a

22,48.

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Os cenários de poluição (concentração do material particulado MP2,5) serão

dados por:

Estacionário: neste cenário, supõe-se que os níveis de poluição de 2011 se

manterão no futuro;

Aumento de 5% até 2030, o equivalente a +0,003% ao ano, entre 2012 e

2030;

Redução de 5% até 2030, o equivalente a -0,003% ao ano, entre 2012 e

2030.

2.2 Método de projeção

A projeção da mortalidade e internações atribuíveis à poluição envolve os

seguintes passos:

A – Projeção do número de mortes entre 2012 e 2030

A.1 – Estimativa do número de mortes atribuíveis à poluição atmosférica

entre 2012 e 2030 a partir dos cenários de poluição considerados.

B - Projeção do número de internações hospitalares públicas entre 2012 e 2030

B.1 – Estimativa do número de internações atribuíveis à poluição

atmosférica entre 2012 e 2030 a partir dos cenários de poluição

considerados.

C – Projeção do gasto total com internações públicas a partir da estimativa do

número de internações atribuíveis à poluição obtidos em B.

Apresentaremos a metodologia adotada para cada um dos componentes das

projeções.

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A – Projeção de mortalidade

Para a projeção da mortalidade, consideramos que o número de óbitos por

causa entre 2012 e 2030 é dado pela multiplicação da proporção projetada de

óbitos em cada ano pelo número total de mortes no mesmo período:

x

t

xn

tz

xn

tz OPOO *,,

(1)

Onde:

tzO ,

= número de óbitos pela causa z no ano t, correspondente a cada ano da

projeção

tz

xn PO ,

= proporção de óbitos pela causa z no ano t entre o grupo etário x a x+n

(grupos etários quinquenais)

t

xnO = total de óbitos no ano t entre o grupo etário x a x+n (grupos etários

quinquenais)

O número total de óbitos em cada grupo etário ( tzO , ) foi obtido das

projeções de mortalidade do IBGE (Revisão 2013) para todo o Estado de São Paulo.

Para a projeção da proporção de óbitos em cada causa e grupo etário entre 2012 e

2030 ( tz

xn PO , ) adotamos a suposição de que a proporção de óbitos por causa e

grupo etário seguiria a tendência observada entre 2000 e 2011 para este

indicador. A projeção da proporção de óbitos seguiu a metodologia adotada em

Rodrigues et al (2013):

ttwPO

POPO xntz

xn

tz

xntz

xn

1*1*

1ln

2

1,

,1, (2)

Onde:

xn w = variação anual na proporção de óbitos por causa e grupo etário x a x+n, dada

por:

11

12000

2011

xn

xn

xn

PO

PO

w (3)

Com a projeção do número de óbitos, o passo seguinte foi estimar o número

de mortes atribuíveis à poluição, de acordo com a metodologia proposta por WHO

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(2005). Nesta metodologia, estima-se a fração atribuível à poluição, a partir da

função do risco relativo e, então, o número atribuível de mortes.

A função de risco relativo utilizada corresponde à função:

beta

Padrão

Observado

PM

PMRR

1

1

5,2

5,2 (4)

O padrão utilizado no cálculo do risco relativo corresponde a 10 μg/m3, o

padrão utilizado pela OMS médias anuais de MP2,5. A fração atribuível é dada por:

RR

RRFA

1 (5)

O número atribuível de mortes pela causa z no tempo t, decorrente da

poluição, então, é dado por:

FAOO tztzAtribuível

xn *,,, (6)

O parâmetro beta utilizado para cada uma das causas de morte pode ser

encontrado na Tabela 2:

Tabela 2 Parâmetro beta utilizado no cálculo do risco relativo de

mortalidade

Causas de morte Beta Fonte

Cardiovascular 0,155 Pope et al. (2002)

Câncer de pulmão 0,232 Pope et al. (2002)

Doenças respiratórias em idosos

0,155 Pope et al. (2002)

Doenças respiratórias em crianças

0,091

Todas as causas 0,06 WHO (2005)

B – Projeção do número de internações hospitalares públicas

A projeção de internações segue o padrão usual de projeção, em que as

taxas de internação por causas e grupos etários em cada período são multiplicadas

pela população em cada período e grupo etário:

x

t

xn

z

xn

tz PTII *2011,, (7)

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Onde:

tzI , = número de internações pela causa z no ano t, correspondente a cada ano da

projeção

2011,z

xnTI = taxa de internação pela causa z em 2011 entre o grupo etário x a x+n

(grupos etários quinquenais)

t

xn P = número de pessoas (população total) no ano t entre o grupo etário x a x+n

(grupos etários quinquenais)

O número projetado de internações segue a metodologia de taxas fixas

(Finlayson et al, 2004; Tate et al, 2004; Strunk et al, 2006), em que se considera

apenas o efeito das mudanças demográficas sobre as taxas. Não foi possível

projetar as taxas considerando a tendência histórica, uma vez que as taxas de

internação por grupo de causas não apresentaram regularidade ao longo dos anos,

não sendo possível verificar tendência. Logo, para todos os anos da projeção,

considerou-se a taxa de internação de 2011 e a população projetada pelo IBGE

(Revisão 2013) por grupo etário.

O risco relativo e a fração atribuível foram calculados a partir das equações

(4) e (5). O beta utilizado para o cálculo do risco relativo pode ser visto na Tabela

3. O número de internações atribuíveis em cada causa foi dado por:

FAII tztzAtribuível

xn *,,, (8)

Tabela 3 Parâmetro beta utilizado no cálculo do risco relativo de morbidade

Causas de morte Beta Fonte

Cardiovascular 0,18 Pope (2004)

Câncer de pulmão 0,40 Nielson (2013)

Doenças respiratórias 0,31 Cançado (2006)

Pneumonia 0,214 Cançado (2006)

C – Projeção do gasto total com internações hospitalares públicas

Para a projeção de gastos, o valor médio das internações é multiplicado pelo

número projetado de internações atribuíveis à poluição em cada ano, resultantes

das estimativas obtidas em (2):

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x

tzAtribuível

xn

z

xn

tz IGMeG ,,2011,, *

Os gastos médios com internações para cada uma das causas foi mantido

fixo no mesmo nível de 2011. Os gastos projetados são a preços de 2011.

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3. RESULTADOS

A Tabela 4 mostra as mortes (mortalidade geral e por causa estudada),

somatório das internações e seu número por causas de internações e gasto total

com internações entre 2012 e 2030 para cada um dos cenários de poluição

considerados. Para a mortalidade geral, espera-se que o número total de óbitos

varie entre 236 mil e 256 mil em 18 anos. O total de internações se aproxima a um

milhão, o que significa um dispêndio de mais de R$ 1,5 bilhão a preços de 2011.

Tabela 4 Total de mortes, internações e gastos com internações entre 2012 a

2030 – São Paulo

Indicadores Cenário estacionário Aumento MP2,5

em 5% até 2030 Redução MP2,5 em 5%

até 2030

1) Mortalidade

Geral 246.375 256.515 236.198

Neoplasias 28.248 29.347 27.139

Cardiovasculares 128.520 133.560 123.442

Respiratório crianças 596 615 577

Respiratório idoso 88.647 92.400 84.866

2) Internações

Neoplasias 28.534 29.538 27.514

Cardiovasculares 342.347 355.559 329.025

Respiratório idoso 416.590 432.289 400.677

Respiratório crianças 130.364 134.748 125.940

Soma internações 917.835 952.134 883.156

3) Gasto com internações (R$ de 2011)

Neoplasias 29.256.276 30.282.829 28.212.245

Cardiovasculares 1.059.331.412 1.100.078.936 1.018.243.996

Respiratório idoso 409.010.535 424.410.176 393.400.681

Respiratório crianças 126.583.685 130.840.589 122.287.311

Soma gastos 1.624.181.908 1.685.612.530 1.562.144.233

Fonte: SIM, SIH/SUS, IBGE (2013).

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É importante ressaltar que as estimativas de morte podem estar

subestimadas, uma vez que para o cálculo das projeções foram usadas as projeções

de mortalidade do IBGE (Revisão 2013). Estes valores, por sua vez, encontram-se

subestimados para os anos recentes. Por exemplo, em 2011, o total de mortes

observado no Estado de São Paulo foi 270.367 óbitos, segundo os dados do Sistema

de Informações de Mortalidade, enquanto os projetados pelo IBGE foram 242.242,

uma variação de 11,6%. Dessa forma, os valores utilizados como referência para as

estimativas do número de mortes atribuíveis à poluição são menores que os

observados, pelo menos para os anos recentes. Pode-se, portanto, pensar nas

estimativas apresentadas na Tabela 4 como um montante mínimo de óbitos

decorrentes da poluição no Estado.

Os anexos apresentam as projeções anuais contempladas no estudo para

todas as doenças.

Vale a pena atentar para o fato de que as projeções anuais de doenças

respiratórias em crianças mostram uma redução ano a ano nas mortes, internações

e gastos. O mesmo não se verifica para as outras causas, que compreendem grupos

etários acima de 40 ou 60 anos. A redução dos valores para as crianças decorre da

redução, em número absoluto, do montante populacional. Com a queda da

fecundidade, a população de crianças no Estado de São Paulo tem apresentado

taxas de crescimento negativas desde o período 2000/2010 (redução de cerca de -

1,8% ao ano para o grupo de 0 a 4 anos). O decréscimo populacional no Estado

para o grupo de 0 a 4 anos foi de 516.792 entre 2000 e 2010. A mesma tendência

para esse grupo etário é observada no Brasil. Isso explica, então, a redução no

número de mortes, internações e gastos atribuíveis à poluição nas projeções, como

se pode verificar na Figura 1.

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Figura 1 Projeções de mortes, internações públicas e gastos com internações

nos casos de doenças respiratórias em crianças atribuíveis ao material

particulado MP2,5 – São Paulo, 2012 a 2030.

Número de mortes atribuíveis à poluição

Número de internações públicas atribuíveis à poluição

20

25

30

35

40

45

20

12

20

13

20

14

20

15

20

16

20

17

20

18

20

19

20

20

20

21

20

22

20

23

20

24

20

25

20

26

20

27

20

28

20

29

20

30

mer

o d

e m

ort

es

Cenário estacionário Aumento PM2,5 de 5% até 2030

Redução PM2,5 de 5% até 2030

5.000

5.500

6.000

6.500

7.000

7.500

8.000

20

12

20

13

20

14

20

15

20

16

20

17

20

18

20

19

20

20

20

21

20

22

20

23

20

24

20

25

20

26

20

27

20

28

20

29

20

30

mer

o d

e in

tern

açõ

es p

úb

licas

Cenário estacionário Aumento PM2,5 de 5% até 2030

Redução PM2,5 de 5% até 2030

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Valor total dos gastos com internações atribuíveis à poluição

Fonte: SIM e SIH/Datasus e Projeções Demográficas do IBGE (Revisão 2013).

Em todas as outras projeções, para mortalidade geral e por causas,

internações por causas em adultos e idosos, e gastos para estes casos, a tendência é

de aumento a cada ano como exemplificado na Figura 2.

Figura 2 Projeções de mortes atribuíveis ao material particulado MP2,5 – São

Paulo, 2012 a 2030.

Fonte: SIM e SIH/Datasus e Projeções Demográficas do IBGE (Revisão 2013).

5.000.000

5.500.000

6.000.000

6.500.000

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7.500.000

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30

Gas

to t

ota

l co

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açõ

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úb

licas

(R

$)

Cenário estacionário Aumento PM2,5 de 5% até 2030

Redução PM2,5 de 5% até 2030

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30

mer

o d

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ort

es

Cenário estacionário Aumento PM2,5 de 5% até 2030

Redução PM2,5 de 5% até 2030

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Segundo estudo da OECD (2012), as consequências na inação em relação à

política ambiental no mundo terão consequências graves sobre a saúde da

população no futuro. Estima-se que mais de 3,5 milhões de pessoas faleçam

prematuramente em decorrência da concentração de material particulado na

atmosfera. O estudo aponta que a poluição atmosférica deve se tornar a principal

causa ambiental de mortalidade no mundo em 2050 (OECD, 2012).

O presente estudo mostrou que, apenas no Estado de São Paulo, espera-se

quase 250 mil mortes até 2030 caso os níveis de material particulado MP2,5 se

mantenham. O maior impacto ocorrerá para as doenças do aparelho circulatório e

doenças respiratórias em idosos, visto que esse é o grupo que mais cresce na

população e, juntamente com as crianças, o mais afetado pela poluição. Neste

cenário, as internações hospitalares somariam 1 milhão, com um gasto esperado

de mais de R$1,5 bilhão, ou o equivalente a quase US$ 900 milhões1.

Segundo a OECD (2012) políticas de redução e regulação de emissões de

veículos motores, bem como incentivos a energias mais limpas de transporte

mitigariam o impacto sobre a saúde.

Neste sentido, os esforços para a elaboração de novos padrões de poluição

no Brasil, bem como incentivos ao transporte público e meios alternativos de

transporte, como ciclovias, especialmente nas grandes cidades, controle mais

rigoroso sobre as emissões de poluentes e aumento do número de estações de

monitoramento da poluição como guia para a implementação de ações locais,

ajudariam a mitigar o problema. Neste sentido, a experiência de técnicos

ambientais e estudos de impacto sobre a saúde, como o presente trabalho, servem

como instrumentos de informação baseada em evidências à sociedade civil e

auxílio aos planejadores para definição de novos critérios de controle da emissão

de poluentes.

1 Foi considerada a taxa de câmbio média de R$/US$ 1,67 do ano de 2011, segundo dados do IPEADATA.

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REFERÊNCIAS

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução CONAMA no 3 de 28 de junho de 1990. 1990. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=100>

CONSEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente. Grupo de Trabalho Institucional – Revisão dos padrões de qualidade do ar e aprimoramento da gestão integrada da qualidade do ar no Estado de São Paulo. 2010. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/tecnologia/camaras/gt_ar/RelatorioFinal-GT-NOV2010/Relat%C3%B3rio%20GT%20Final.pdf>

ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY (EPA). EPA Revises the National Ambient Air Quality Standards for Particle Pollution. 2012. Disponível em: <http://www.epa.gov/airquality/particulatematter/actions.html#dec12>

FINLAYSON, G.S. et al. Anticipating change: how many acute hospital beds will Manitoba regions need in 2020? Canadian Journal on Aging, 24(1): 133-140.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Projeção da População das Unidades da Federação por sexo e idade: 2000-2030. 2013.

INSTITUTO SAÚDE E SUSTENTABILIDADE. Avaliação do impacto da poluição atmosférica no Estado de São Paulo sob a visão da saúde. 2013. 77 p.

RODRIGUES, C.G.; ANDRADE, M.V.; QUEIROZ, B.L.; MACHADO, C.J. The applicability of the Lee-Carter method to forecast health services use in Brazil. In: HOQUE, N.; McGEHEE, M.A.; BRADSHAW, B. Applied Demography and Public Health. Springer, Applied Demographic Series, v.3, p.371-385, 2013.

SIGMAN, R.; HILDERINK, H.; DELRUE, N.; BRAATHEN, N.A.; LEFLAIVE, X. Health and Environment. In: OECD Environmental Outlook to 2050: the consequences of inaction. OECD, 2012.

STRUNK, B.C.; GINSBURG, P.B.; BANKER, M.I. The effect of population aging on future hospital demand. Health Affairs (Millwood), 25: 141-149, 2006.

TATE, R.B.; MacWILLIAM, L.; FINLAYSON, G.S. A methodology for estimating hospital bed need in Manitoba in 2020. Canadian Journal on Aging, 24(1): 141-151.

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ANEXOS

Tabela 1A: Projeção do número de mortes – São Paulo, 2012 a 2030

Ano Morte geral Câncer Cardiovascular Respiratório adulto Respiratório infantil

Estacionário Aumento 5% Redução

5% Estacionário Aumento 5% Redução

5% Estacionário Aumento 5% Redução

5% Estacionário Aumento 5% Redução

5% Estacionário Aumento 5% Redução

5%

2012 9.384 9.419 9.350 1.019 1.023 1.016 4.840 4.857 4.823 2.563 2.572 2.553 43 43 42

2013 9.630 9.701 9.559 1.052 1.059 1.045 5.095 5.131 5.058 2.704 2.723 2.685 41 41 41

2014 9.899 10.009 9.789 1.088 1.099 1.076 5.327 5.384 5.270 2.858 2.889 2.828 39 40 39

2015 10.193 10.343 10.041 1.126 1.142 1.110 5.469 5.547 5.391 3.026 3.069 2.983 38 38 37

2016 10.511 10.706 10.316 1.168 1.188 1.147 5.622 5.722 5.522 3.209 3.266 3.152 36 37 35

2017 10.859 11.099 10.617 1.212 1.238 1.187 5.787 5.911 5.663 3.409 3.482 3.336 35 35 34

2018 11.120 11.408 10.832 1.254 1.284 1.223 5.979 6.128 5.829 3.517 3.605 3.429 34 35 33

2019 11.519 11.860 11.177 1.305 1.341 1.269 6.169 6.344 5.992 3.745 3.852 3.638 33 34 32

2020 11.944 12.342 11.545 1.360 1.402 1.318 6.368 6.572 6.163 3.992 4.120 3.864 32 33 31

2021 12.404 12.862 11.944 1.419 1.468 1.370 6.581 6.816 6.346 4.262 4.414 4.109 31 32 30

2022 12.900 13.424 12.373 1.483 1.539 1.426 6.809 7.075 6.541 4.556 4.735 4.377 30 31 28

2023 13.433 14.029 12.835 1.551 1.615 1.486 7.050 7.351 6.747 4.878 5.086 4.668 29 30 27

2024 14.007 14.680 13.331 1.624 1.696 1.550 7.307 7.645 6.967 5.228 5.470 4.984 28 29 26

2025 14.618 15.375 13.859 1.702 1.784 1.619 7.577 7.954 7.197 5.609 5.888 5.327 27 28 26

2026 15.277 16.125 14.427 1.785 1.878 1.692 7.865 8.284 7.442 6.025 6.346 5.701 26 27 25

2027 15.985 16.931 15.037 1.875 1.979 1.771 8.170 8.635 7.701 6.480 6.848 6.108 25 27 24

2028 16.739 17.791 15.683 1.971 2.086 1.854 8.490 9.004 7.973 6.974 7.395 6.549 25 26 23

2029 17.544 18.712 16.373 2.073 2.201 1.943 8.828 9.393 8.258 7.512 7.993 7.027 24 25 22

2030 18.407 19.700 17.110 2.182 2.325 2.038 9.185 9.805 8.559 8.100 8.647 7.548 23 25 22

Total 246.375 256.515 236.198 28.248 29.347 27.139 128.520 133.560 123.442 88.647 92.400 84.866 596 615 577

Fonte: SIM, SIH/SUS, IBGE (2013).

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Tabela 1B: Projeção do número de internações públicas – São Paulo, 2012 a 2030

Ano Câncer Cardiovascular Respiratório adulto Respiratório infantil

Estacionário Aumento 5% Redução 5% Estacionário Aumento 5% Redução 5% Estacionário Aumento 5% Redução 5% Estacionário Aumento 5% Redução 5%

2012 1.096 1.100 1.093 13.088 13.135 13.042 14.381 14.430 14.333 7.580 7.606 7.553

2013 1.136 1.144 1.129 13.568 13.664 13.472 15.017 15.118 14.916 7.479 7.531 7.427

2014 1.178 1.189 1.166 14.062 14.211 13.913 15.685 15.843 15.526 7.384 7.461 7.306

2015 1.220 1.236 1.204 14.570 14.775 14.363 16.387 16.607 16.166 7.294 7.395 7.192

2016 1.264 1.284 1.243 15.091 15.357 14.824 17.126 17.413 16.837 7.209 7.335 7.083

2017 1.308 1.333 1.282 15.627 15.958 15.295 17.905 18.264 17.542 7.130 7.279 6.980

2018 1.353 1.384 1.322 16.176 16.575 15.774 18.721 19.160 18.279 7.054 7.226 6.881

2019 1.399 1.436 1.363 16.736 17.208 16.261 19.572 20.096 19.043 6.981 7.175 6.785

2020 1.447 1.489 1.404 17.307 17.856 16.754 20.456 21.071 19.834 6.909 7.126 6.692

2021 1.494 1.543 1.446 17.888 18.519 17.254 21.374 22.089 20.652 6.839 7.077 6.600

2022 1.543 1.598 1.488 18.480 19.196 17.758 22.328 23.149 21.498 6.770 7.029 6.509

2023 1.592 1.654 1.530 19.080 19.886 18.267 23.319 24.254 22.373 6.701 6.981 6.419

2024 1.641 1.710 1.572 19.686 20.587 18.777 24.352 25.409 23.281 6.633 6.933 6.331

2025 1.690 1.766 1.613 20.296 21.297 19.287 25.426 26.614 24.221 6.565 6.884 6.243

2026 1.739 1.823 1.653 20.909 22.013 19.795 26.540 27.868 25.192 6.498 6.836 6.156

2027 1.787 1.879 1.693 21.524 22.736 20.300 27.692 29.170 26.192 6.431 6.788 6.070

2028 1.835 1.935 1.733 22.139 23.464 20.802 28.880 30.517 27.216 6.366 6.741 5.986

2029 1.882 1.991 1.771 22.754 24.195 21.298 30.096 31.901 28.260 6.302 6.695 5.904

2030 1.929 2.046 1.809 23.366 24.928 21.788 31.335 33.318 29.316 6.239 6.650 5.823

Total 28.534 29.538 27.514 342.347 355.559 329.025 416.590 432.289 400.677 130.364 134.748 125.940

Fonte: SIM, SIH/SUS, IBGE (2013).

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Tabela 1C: Projeção do gasto anual com internações públicas – São Paulo, 2012 a 2030

Ano Câncer Cardiovascular Respiratório adulto Respiratório infantil

Estacionário Aumento 5% Redução 5% Estacionário Aumento 5% Redução 5% Estacionário Aumento 5% Redução 5% Estacionário Aumento 5% Redução 5%

2012 1.130.621 1.134.280 1.126.946 40.805.368 40.949.416 40.660.828 14.144.524 14.191.977 14.096.896 7.360.026 7.385.664 7.334.297

2013 1.171.845 1.179.427 1.164.224 42.301.812 42.600.400 42.002.056 14.771.232 14.870.303 14.671.714 7.262.166 7.312.750 7.211.378

2014 1.214.210 1.225.988 1.202.360 43.840.264 44.304.372 43.374.212 15.429.736 15.584.904 15.273.744 7.169.672 7.244.567 7.094.442

2015 1.257.663 1.273.921 1.241.289 45.417.492 46.058.416 44.773.612 16.121.177 16.337.254 15.903.787 7.082.367 7.180.983 6.983.256

2016 1.302.156 1.323.187 1.280.954 47.032.932 47.862.436 46.199.264 16.847.984 17.130.150 16.563.884 7.000.370 7.122.187 6.877.887

2017 1.347.613 1.373.718 1.321.268 48.684.656 49.714.816 47.648.956 17.612.678 17.966.514 17.256.150 6.923.029 7.067.559 6.777.640

2018 1.393.887 1.425.373 1.362.080 50.367.744 51.610.936 49.117.392 18.413.282 18.844.690 17.978.262 6.849.204 7.015.983 6.681.353

2019 1.440.850 1.478.027 1.403.256 52.078.276 53.547.012 50.600.508 19.247.582 19.762.764 18.727.692 6.778.095 6.966.673 6.588.209

2020 1.488.361 1.531.541 1.444.650 53.811.760 55.518.764 52.093.604 20.114.100 20.719.538 19.502.662 6.709.033 6.918.970 6.497.537

2021 1.536.311 1.585.810 1.486.153 55.565.112 57.523.208 53.593.464 21.014.140 21.716.680 20.304.092 6.641.104 6.871.951 6.408.434

2022 1.584.636 1.640.769 1.527.698 57.336.736 59.558.872 55.098.328 21.948.284 22.755.126 21.132.200 6.573.706 6.824.997 6.320.304

2023 1.633.101 1.696.178 1.569.054 59.118.608 61.617.592 56.600.360 22.917.328 23.836.028 21.987.392 6.506.906 6.778.190 6.233.209

2024 1.681.379 1.751.697 1.609.907 60.899.416 63.687.672 58.088.556 23.922.586 24.961.110 22.870.564 6.440.640 6.731.470 6.147.084

2025 1.729.228 1.807.070 1.650.027 62.670.564 65.760.000 59.554.860 24.963.606 26.130.232 23.780.910 6.374.824 6.684.749 6.061.843

2026 1.776.580 1.862.223 1.689.355 64.429.512 67.831.856 60.996.896 26.038.718 27.342.014 24.716.468 6.309.377 6.637.948 5.977.398

2027 1.823.353 1.917.062 1.727.814 66.173.328 69.900.040 62.412.080 27.146.922 28.595.712 25.675.940 6.244.679 6.591.476 5.894.118

2028 1.869.508 1.971.542 1.765.375 67.899.536 71.961.632 63.798.144 28.284.276 29.887.498 26.655.256 6.181.257 6.545.899 5.812.479

2029 1.915.048 2.025.659 1.802.046 69.606.536 74.014.816 65.153.864 29.445.748 31.212.310 27.649.382 6.119.148 6.501.268 5.732.507

2030 1.959.926 2.079.357 1.837.789 71.291.760 76.056.680 66.477.012 30.626.632 32.565.372 28.653.686 6.058.082 6.457.305 5.653.936

Total 29.256.276 30.282.829 28.212.245 1.059.331.412 1.100.078.936 1.018.243.996 409.010.535 424.410.176 393.400.681 126.583.685 130.840.589 122.287.311

Fonte: SIM, SIH/SUS, IBGE (2013).

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