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UNIDADE 1 - Texto introdutório Variação linguística Ao usarmos uma língua, sabemos que há mais de uma maneira de dizer a mesma coisa. Nós sabemos, por exemplo, que podemos dizer algo de modo mais formal ou informal. Sabemos se uma pessoa é da Bahia ou do Rio Grande do Sul, do Brasil ou de Portugal, apenas observando a maneira como ela fala. Em outras palavras, a língua sofre variações, que estão condicionadas a vários fatores. O uso da língua de uma maneira ou de outra depende, sobretudo, de fatores geográficos, socioeconômicos, da faixa etária, do maior ou menor grau de formalidade e mesmo do sexo dos falantes. Assim, as palavras farol, sinal e semáforos constituem exemplos de variação geográfica da língua portuguesa falada no Brasil. A ausência de concordância verbal na frase “eles foi embora”, por exemplo, caracteriza a fala de pessoas com baixa escolaridade normalmente pertencentes às classes econômicas menos privilegiadas financeiramente. Quando se ouve “sem essa, véi!” sabemos tratar-se de um jovem. Observa-se igualmente que falamos de maneiras diferentes quando nos dirigimos a uma pessoa hierarquicamente superior no ambiente de trabalho e quando nos dirigimos à namorada ou a um filho. O termo por obséquio, por exemplo, pode ser adequado no primeiro caso, mas no segundo, seria totalmente inadequado. Apesar de a língua em comunicação aceitar essas variações, o padrão culto da língua é tido como a modalidade que goza de maior prestígio, e a sociedade investe de poder quem o utiliza. O padrão culto representa um ideal cultivado pela elite intelectual. Do ponto de vista social, a língua padrão é que tem valor. Mas do ponto de vista linguístico, nenhuma variedade é melhor que a outra, visto que todas têm uma organização interna e se prestam à comunicação. Assim sendo, não há julgar as formas de comunicação dos indivíduos de uma sociedade como certa ou erradas, pois elas constituem uma forma de expressão de grupos pertencentes a uma sociedade. (BIZZOTTO, Lúcia Helena. Redação, interpretação e produção de texto. Texto adaptado. Promove, 2004) 1

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UNIDADE 1 - Texto introdutórioVariação linguística

Ao usarmos uma língua, sabemos que há mais de uma maneira de dizer a mesma coisa. Nós sabemos, por exemplo, que podemos dizer algo de modo mais formal ou informal. Sabemos se uma pessoa é da Bahia ou do Rio Grande do Sul, do Brasil ou de Portugal, apenas observando a maneira como ela fala. Em outras palavras, a língua sofre variações, que estão condicionadas a vários fatores. O uso da língua de uma maneira ou de outra depende, sobretudo, de fatores geográficos, socioeconômicos, da faixa etária, do maior ou menor grau de formalidade e mesmo do sexo dos falantes. Assim, as palavras farol, sinal e semáforos constituem exemplos de variação geográfica da língua portuguesa falada no Brasil. A ausência de concordância verbal na frase “eles foi embora”, por exemplo, caracteriza a fala de pessoas com baixa escolaridade normalmente pertencentes às classes econômicas menos privilegiadas financeiramente. Quando se ouve “sem essa, véi!” sabemos tratar-se de um jovem. Observa-se igualmente que falamos de maneiras diferentes quando nos dirigimos a uma pessoa hierarquicamente superior no ambiente de trabalho e quando nos dirigimos à namorada ou a um filho. O termo por obséquio, por exemplo, pode ser adequado no primeiro caso, mas no segundo, seria totalmente inadequado.Apesar de a língua em comunicação aceitar essas variações, o padrão culto da língua é tido como a modalidade que goza de maior prestígio, e a sociedade investe de poder quem o utiliza. O padrão culto representa um ideal cultivado pela elite intelectual. Do ponto de vista social, a língua padrão é que tem valor. Mas do ponto de vista linguístico, nenhuma variedade é melhor que a outra, visto que todas têm uma organização interna e se prestam à comunicação. Assim sendo, não há julgar as formas de comunicação dos indivíduos de uma sociedade como certa ou erradas, pois elas constituem uma forma de expressão de grupos pertencentes a uma sociedade.

(BIZZOTTO, Lúcia Helena. Redação, interpretação e produção de texto. Texto adaptado. Promove, 2004)

UNIDADE 1 - Leitura complementar

Os diferentes níveis de linguagem

Você já deve ter observado que a língua portuguesa não é falada do mesmo modo em todas as regiões do país, não é falada do mesmo modo por todas as classes sociais e, além disso, passou por muitas alterações no decorrer do tempo. Ou seja, o português, como qualquer outra língua, não é uma unidade homogênea e uniforme. Ela poderia ser definida como um conjunto de variedades.

Essa diversidade na utilização do idioma, que implicou o surgimento de diversos níveis de linguagem, é consequência de inúmeros fatores, como o nível sociocultural. Pessoas que não frequentaram sequer a escola primária

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utilizam o idioma de modo diferente daquelas que tiveram um contato maior com a escola e com a leitura. Ainda no plano social, é importante observarmos as diferenças na utilização da língua em função da situação de uso. Falamos de um modo mais informal quando estamos entre amigos, por exemplo, e de um modo mais formal quando estamos no ambiente de trabalho. Assim, as condições sociais são determinantes no modo de falar das pessoas, gerando o que podemos chamar de variações socioculturais.

Outro fator determinante na utilização do idioma é a localização geográfica. Nas diversas regiões do Brasil, observamos diferenças no modo de pronunciar as palavras, ou seja, há diferentes sotaques: o sotaque mineiro, o gaúcho, o nordestino, etc. Também no vocabulário observam-se diferenças entre regiões e também na fala de quem mora na capital e de quem vive na zona rural.

Além desses fatores, é importante destacar também as variações que a língua sofre no decorrer do tempo, ou seja, a variação histórica. Por exemplo, o vocabulário muda: muitas palavras usadas frequentemente no século XIX caíram em desuso nos séculos XX e XXI. Por outro lado, novas palavras e expressões surgiram em decorrência de diversos fatores, como o desenvolvimento tecnológico. Palavras como avião, satélite espacial, computador e televisão certamente não faziam parte da conversa das pessoas no século XIX...

Esses diversos níveis de linguagem também podem ser observados no texto escrito. Ao abrirmos um jornal ou uma revista podemos perceber uma diversidade de linguagens nos diversos textos existentes: a crônica esportiva, o horóscopo, a página policial, a de política e a de economia; todos apresentam termos e “jargões” específicos da área que está sendo tratada. Essas diferenças se relacionam diretamente à intenção de quem produz o texto, ao assunto e também ao destinatário, ou seja, a quem o texto se dirige.

Certo, errado ou adequado?

Tendo em vista os vários níveis de linguagem, é natural que se pergunte o que é considerado “certo” e o que é “errado” em um determinado idioma. Na verdade, devemos pensar a língua em termos de “adequação”. A fim de que o processo de comunicação seja eficiente, devemos sempre ter em vista o que vamos dizer (a mensagem), a quem se destina (o destinatário), onde (local em que acontece o processo de informação) e como será transmitida a mensagem.

Levando em consideração estes fatores, escolhemos uma forma adequada de estabelecer a comunicação. [...]. Acontece que, normalmente, a escola nos diz que “certo” é tudo aquilo que está de acordo com a gramática normativa. O problema é que, a partir dessa afirmação, somos levados a utilizar a norma gramatical em todas as situações. E, em muitos casos, a linguagem pode soar um tanto quanto “afetada”, sem naturalidade.

Não devemos concluir, entretanto, que a norma gramatical que aprendemos na escola é inútil. Ao contrário. Desde que usada no momento adequado, ela se revela extremamente útil. De novo o critério de adequação: ao responder por

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escrito a questões de uma prova, por exemplo, ou em trabalho acadêmicos, [...] a norma gramatical é fundamental. Não devemos escrever do modo como falamos. A língua escrita é uma outra realidade.

De fato falamos de um modo escrevemos de outro, pois língua escrita e língua falada são duas modalidades diferentes de comunicação, tendo cada uma delas suas características próprias. Quando falamos, além das palavras utilizamos outros elementos como os gestos, os olhares, a expressão do rosto e, principalmente, algo chamado entonação da frase. [...] Quando escrevemos, entretanto, sobram apenas as palavras, a pontuação, a ortografia, a concordância e a colocação das palavras. Além disso, é fundamental pensar também em aspectos relacionados à estrutura do texto, como o assunto (tema), a divisão em parágrafos e a coesão. Do contrário, corremos o risco de não sermos devidamente interpretados; nosso texto ficará confuso, comprometendo, assim, a comunicação. [...].

(MOYSÈS, Carlos Alberto. Língua Portuguesa – Atividade de leitura e produção de textos. São Paulo: Saraiva, 2005.)

Língua falada e língua escrita: diferenças básicas

A comunicação oral normalmente se desenvolve em situações em que o contato entre os interlocutores é direto: na maioria dos casos, eles estão em presença um do outro, num lugar e momento que, por isso, são claramente conhecidos.

Na língua escrita, a elaboração da mensagem requer uma linguagem mais precisa e menos alusiva. O uso de pronomes e certos advérbios que, na língua falada, são eficientes e suficientes obedece a outros critérios, pois essas palavras passam principalmente a relacionar partes do texto entre si e não mais a designar dados da realidade exterior. Em seu lugar, vemo-nos obrigados a utilizar formas de referências mais precisas, como substantivos e adjetivos, capazes de nomear e caracterizar os seres. A língua escrita demanda, assim, um esforço maior de precisão: devem-se indicar datas, descrever lugares e objetos, bem como identificar claramente os interlocutores no caso de representação de diálogos. Esse maior trabalho cria textos cuja compreensão não depende do lugar e do tempo em que são produzidos ou lidos: como a língua escrita busca ser suficiente em si mesma, redator e leitor não precisam mais da proximidade física para que a mensagem se transmita satisfatoriamente.

(KOCH, Ingedore. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 2000)

Em síntese, pode-se dizer que a fala apresenta as seguintes características:

a - interação face a face;

b- planejamento simultâneo ou quase simultâneo à execução;

c- impossibilidade de apagamento;

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d- sem condições de consulta a outros textos;

e- ampla possibilidade de reformulação: essa reformulação é marcada, pública,

pode ser promovida tanto pelo falante como pelo ouvinte;

f- acesso imediato ao feed-back (retroalimentação, monitoração) do ouvinte;

g- o falante pode processar o texto, redirecionando-o a partir das reações do

ouvinte.

A escrita, por sua vez, pauta-se por meio dos seguintes traços:

a- interação à distância (espaço-temporal);

b- planejamento anterior à execução;

c- possibilidade de revisão para operar correções;

d- livre consuta a outros textos;

e- a reformulação pode não ser tão marcada, é privada e promovida apenas pelo

escritor;

g- o escritor pode processar o texto a partir das possíveis reações do leitor.

(ANDRADE, Maria Lúcia da Cunha Victório de Oliveira. Língua falada e escrita: como se processa a construção textual. Universidade de São Paulo.)

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Unidade 2

HOMÓFONOS E PARÔNIMOS

Leitura básica

Palavras homônimas e parônimas constituem um perigo na comunicação. Trata-se do equívoco provocado por palavras semelhantes, como é o caso dos parônimos (palavras parecidas, mas com sentidos diferentes) e dos homônimos (iguais na grafia ou na pronúncia, mas com significados diferentes). A língua portuguesa está repleta de palavras homônimas e parônimas. Neste espaço serão destacados alguns dos principais exemplos.

LEITURA COMPLEMENTAR

I - HOMÓFONOS E PARÔNIMOS QUE CAUSAM DÚVIDAS

Os porquês

1 - Por que

· Em frases interrogativas diretas e indiretas.

Por que ele saiu? / Ela quer saber por que ele saiu.

· Quando equivale a pelo(s) qual(is)

A razão por que saímos será esclarecida.

2 - Por quê

· Em final de frase interrogativa.

Você fez isso por quê?

3 - Porque

· Em frases afirmativas.

Só porque o repreenderam, chorou.

4 - Porquê

· É substantivo e vem antecedido por artigo.

Você sabe os porquês daquele fato?

Se não / Senão

Se não – é uma hipótese negativa: substitui-se por caso não.

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O que acontecerá se não tomarmos cuidado?

Senão – Pode ser substituído por: do contrário, a não ser. Não é uma hipótese.

Tomara que chova, senão estamos perdidos.

Há / A

Há – noção de tempo transcorrido, passado; pode ser substituído por tem.

Há (tem) três anos que não o vejo.

A – noção de tempo futuro; não pode ser substituído por tem.

Daqui a pouco serão três horas.

A fim / Afim

A fim de – ideia de finalidades.

Ele adotou aquela medida a fim de ser popular.

Afim – ideia de afinidade.

Nossa ideia de gestão empresarial é afim.

Onde / Aonde

Referem-se a lugar e distinguem-se pela regência verbal.

Ele procurou o livro onde o guardou. (guardar em algum lugar)

Ele iria aonde o amigo fosse. (Ir a algum lugar)

Abaixo / A baixo

Abaixo – uma posição fixa.

Ele está abaixo de mim.

A baixo – Uma ideia de movimento.

Olhou-me de alto a baixo.

A   cima / A cima

Acima – uma posição fixa.

Ele está acima de mim.

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A cima – uma ideia de movimento.

Olhou-me de baixo a cima.

Mau / Mal

· MAU é um adjetivo e se opõe a BOM:

“Ele é um mau profissional.” (x bom profissional);“Ele está de mau humor.” (x bom humor);“Tem medo do lobo mau.” (x lobo bom);

· MAL pode ser:

1. advérbio (=opõe-se a BEM): “Ele está trabalhando mal.” (x trabalhando bem);“Ele foi mal treinado.” (x bem treinado);“A criança se comportou muito mal.” (x se comportou muito bem).

2. conjunção (=logo que, assim que, quando): “Mal você chegou, todos se levantaram.” (=Assim que você chegou);“Mal saiu de casa, foi assaltado.” (=Logo que saiu de casa).

3. substantivo (=doença, defeito, problema): “Ele está com um mal incurável.” (=doença);“O seu mal é não ouvir os mais velhos.” (=defeito).

· Na dúvida, use o velho “macete”: MAL x BEM;MAU x BOM.

II – EXPRESSÕES SEMELHANTES, COM SIGNIFICADOS DIFERENTES

Acerca de : sobre, a respeito de. Fala acerca de alguma coisa.

A cerca de : a uma distância aproximada de. Mora a cerca de dez quadras do centro da cidade.

Há cerca de : noção aproximada de tempo. Trabalha há cerca de cinco anos. 

Ao encontro de : a favor, para junto de. De encontro a : contra. Ao invés de : ao contrário de Em vez de : em lugar de. Usar uma expressão em vez de outra. A par : ciente. Ao par : de acordo com a convenção legal, sem ágio, sem abatimentos

(câmbio, ações, títulos, etc.). À-toa (adjetivo): ordinário, imprestável. Vida à-toa. Pessoa à-toa. À toa (advérbio): sem rumo. Andar à toa.

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III – LISTA DOS PRINCIPAIS HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS DA LÍNGUA PORTUGUESA

Acender - pôr fogo a Ascender - elevar-se, subir 

Acento - inflexão de voz, tom de voz, acento ortográfico Assento - base, lugar de sentar-se

Acessório - pertences de qualquer instrumento ou máquina; que não é principal Assessório - diz respeito a assistente, adjunto ou assessor 

Aço - ferro temperado Asso - do verbo assar

Anticéptico - contrário ao cepticismo Antisséptico - contrário ao pútrido; desinfetante

Asar - guarnecer de asasAzar - má sorte, ocasionar

Brocha - tipo de pregoBroxa - tipo de pincel

Caçado – perseguido, apanhado na caçaCassado - anulado

Cardeal - principal; prelado; ave; planta; ponto (cardeal)Cardial - relativo à cárdia

Cartucho - carga de arma de fogoCartuxo - frade de Cartuxa

Cédula - documentoSédula - feminino de sédulo (cuidadoso)

Cegar - tornar ou ficar cegoSegar - ceifar

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Cela - aposento de religiosos; pequeno quarto de dormir; compartimento de prisioneirosSela - arreio de cavalgadura

Censo - recenseamentoSenso - juízo

Censual - relativo a censoSensual - relativo aos sentidos

Cerra - do verbo cerrar (fechar)Serra - instrumento cortante; montanha; do v. serrar (cortar)

Cerração - nevoeiro densoSerração - ato de serrar

Cerrado - denso; terreno murado; part. do v. cerrar (fechado)Serrado - particípio de serrar (cortar)

Cessão - ato de cederSessão – tempo, duração.Secção ou seção - corte, divisão

Cevar - nutrir, saciarSevar - ralar

Chá - infusão de folhas para bebidasXá - título do soberano da Pérsia

Cheque - ordem de pagamentoXeque - perigo; lance de jogo de xadrez; chefe de tribo árabe

Cinta - tira de panoSinta - do verbo sentir

Cível - relativo ao Direito CivilCivil - polido; referente às relações dos cidadãos entre si

Cocho - tabuleiroCoxo - que manqueja

Comprimento - extensãoCumprimento - ato de cumprir, saudação

Concerto - sessão musical; harmoniaConserto - remendo, reparação

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Concílio - assembléia de prelados católicosConsílio - conselho

Conjetura - suposiçãoConjuntura - momento

Coser - costurarCozer - cozinhar

Decente - decorosoDescente - que desce

Deferir - atender, concederDiferir - distinguir-se; diferenciar; posicionar-se contrariamente; adiar (um compromisso marcado)

Descrição - ato de descreverDiscrição - qualidade de discreto

Descriminar - inocentarDiscriminar - distinguir, diferenciar

Despensa - copaDispensa - ato de dispensar

Despercebido - não notadoDesapercebido - desprevenido

Distratar – desfazer (contrato);

Destratar – insultar.

Elidir - eliminarIlidir - refutar

Emergir - sair de onde estava mergulhadoImergir - mergulhar

Emerso - que emergiuImerso - mergulhado

Emigração - ato de emigrar; sair de, abandonar um paísImigração - ato de imigrar; entrar em, ingressar em um país

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Eminente – excelente, importante, elevadoIminente - que está por acontecer

Emissão - ato de emitir, pôr em circulaçãoImissão - ato de imitir, fazer entrar

Empossar - dar posseEmpoçar - formar poça

Espectador - o que observa um atoExpectador - o que tem expectativa

Esperto - inteligente, vivoExperto - perito ("expert")

Espiar - espreitarExpiar - sofrer pena ou castigo

Estático - firmeExtático - absorto

Estirpe - raiz, linhagemExtirpe - flexão do verbo extirpar

Estrato - filas de nuvensExtrato - coisa que se extraiu de outra

Flagrante - evidenteFragrante - perfumado

Fluir - correrFruir - desfrutar

Fuzil - arma de fogoFusível - peça de instalação elétrica

Incidente – episódio; desentendimento, desavençaAcidente - desastre;choque, colisão, relevo geográfico

Infligir - aplicar castigo ou penaInfringir - transgredir

Incipiente - que está em começo, inicianteInsipiente – ignorante, insensato

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Intenção - propósito Intensão - intensidade; força

Intercessão - ato de interceder, intervirInterseção – corte, ponto de cruzamento

Laço - nó que se desata facilmenteLasso - fatigado

Mandado - ordem judicial; ato de mandarMandato - período de permanência em cargo; autorização ou procuração

Paço - palácio real ou episcopalPasso - marcha

Pleito - disputaPreito - homenagem

Proeminente - saliente no aspecto físicoPreeminente - nobre, distinto

Ratificar - confirmarRetificar - corrigir

Recreação - recreioRecriação - ato de recriar

Recrear - proporcionar recreio Recriar - criar de novo

Ruço - grave, insustentávelRusso - da Rússia

Serva - criada, escrevaCerva - fêmea do cervo

Sesta - hora do descansoSexta - redução de sexta-feira; hora canônica; intervalo musical

Tacha - tipo de prego; defeito; mancha moralTaxa - imposto

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Tachar - censurar, notar defeito em; pôr prego emTaxar - determinar a taxa de

Tráfego - trânsitoTráfico - negócio ilícito

Viagem - jornadaViajem - do verbo viajar

Vultoso - volumosoVultuoso - inchado

(Fonte: Manual de Redação – PUCRS - Adaptado)

Unidade 03

O mercado de trabalho contemporâneo trouxe à tona uma verdadeira revolução do perfil do profissional competitivo. Exige-se do profissional do século XXI não somente características como criatividade, iniciativa e capacidade de trabalhar em equipe, mas também conhecimentos que vão além dos específicos da profissão, especialmente aqueles relacionados à informática e a uma segunda língua. Dessa forma, na busca desenfreada pela atualização e aperfeiçoamento de seu perfil, o profissional se dedica a estudar línguas estrangeiras e se esquece do seu próprio idioma. A língua materna fica relegada ao segundo plano, e, assim, ficam esquecidos alguns dos principais aspectos da língua portuguesa, como as concordâncias, as regências, a acentuação, a ortografia.

A fim de esclarecer alguns dos aspectos que comumente causam dificuldades àqueles que desejam utilizar a norma culta da língua, foi disponibilizado um material informativo que permitirá a vocês responderem às questões propostas. Como este conteúdo é vastíssimo, fiquem à vontade para consultarem outras fontes, como, por exemplo, as sugeridas na bibliografia básica e complementar do curso.

VERBOS IMPESSOAIS: Haver – Fazer

1. O verbo haver indicando existência

Usado com o sentido de existir, o verbo haver nunca deve ser usado no plural. Também quando é sinônimo de acontecer ou ocorrer, o verbo haver não sai do singular. Nesses casos, o verbo haver é impessoal, ou seja, não tem sujeito. Muitas pessoas ficam confusas quando empregam o verbo haver, talvez por causa do que ocorre com os sinônimos (existir, ocorrer, acontecer), que sempre concordam com o sujeito. Observe:

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Existem /Há muitas pessoas na sala.

Existiam /Havia muitas pessoas na sala.

Ocorrem /Acontecem/Há muitos acidentes naquela rodovia.

Ocorriam /Aconteciam/Havia muitos acidentes naquela rodovia.

Ocorreram /Aconteceram/Houve muitos acidentes naquela rodovia.

Portanto faça sempre a concordância com os verbos existir, acontecer e ocorrer, mas deixe o verbo haver no singular quando empregado como sinônimo de algum dos três verbos citados. Isso também vale para os verbos que atuarem como auxiliares do verbo haver, sempre quando este for empregado como sinônimo de existir, ocorrer ou acontecer:

Deve haver /Devem existir muitas pessoas na sala.

Em junho, vai haver/vão ocorrer muitas festas naquela cidade.

Pode haver /Podem ocorrer fortes pancadas de chuva à tarde.

2. Verbos haver indicando tempo 

O verbo haver fica no singular quando indica ideia de tempo decorrido:

Há anos não o vejo. / Havia meses que não o visitava.

3. Verbo fazer no sentido de tempo decorrido

Verbo fazer no sentido de tempo decorrido é impessoal, devendo permanecer no singular .

Faz dez dias que não faço exercícios físicos. (tempo decorrido)

Faz uns 15 dias que não vejo a cor do sol.

( Pasquale Cipro Neto)

REGÊNCIAS DIFERENTES

Examinemos o seguinte exemplo:

Choveu antes, durante e depois da festa.

Choveu antes da festa, durante a festa e depois da festa. Choveu antes da festa, durante ela e depois dela.

Ela fala inglês tão bem ou melhor que o marido.

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Ela fala inglês tão bem quanto o marido ou melhor do que ele.

VERBO PREFERIR

No padrão culto da língua, esse verbo não se constrói com a locução conjuntiva do que nem com o advérbio mais.

Prefiro mais trabalhar do que passar fome [errado] 

Prefiro trabalhar a passar fome [certo] 

“Tive uma suspeita e preferi dizê-la a guardá-la”. (Machado de Assis)

“A se apresentar mal vestida prefere não ir” (Ciro dos Anjos)

(CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. Ed. Companhia Editora Nacional. São Paulo, 2005).

 

CRASE: principais casos

A palavra crase é de origem grega e significa "fusão", "mistura". Na língua portuguesa, é o nome que se dá à "junção" de duas vogais idênticas [a+a]. Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição (pedida pelo verbo) e um artigo (palavras femininas).

Observe:

Vou a + a igreja. [ir a + a igreja]Vou à igreja.

No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais a + a, elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Observe os outros exemplos:

Refiro-me à aluna. [Refirir a + a aluna]

Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.[Dizer a + a irmã]

Sou grata à população. [Grata a + a irmã]

Dica: Há uma maneira de verificar a existência da crase em alguns casos. Basta colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir a forma “ao”, ocorrerá crase antes do termo feminino.

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Veja os exemplos:

Refiro-me ao aluno / Refiro-me à aluna.

Crase na indicação de horas:

Acordei às sete horas da manhã.Elas chegaram às dez horas.Foram dormir à meia-noite.

Crase em algumas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. Por exemplo:

à tarde às ocultas às pressas à medida queà noite às claras às escondidasà força

à vontadeà proporção que

à exceção de à chave

à procura à frente de às vezes às turras

Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s), Aquela (s), Aquilo

Haverá crase diante desses pronomes sempre que o verbo exigir a preposição "a". Por exemplo:

Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho. [dedicar a + aquela senhra]

Quero agradecer àqueles que me socorreram. [agradecer a + aqueles]

Assisti àquele filme três vezes. [assistir a + aquele]

Principais casos em que a crase NÃO ocorre :

Diante de substantivos masculinos:

Fomos a pé.Fazer o exercício a lápis.Compramos os móveis a prazo.

Diante de verbos no infinitivo:

A criança começou a falar.Ela não tem nada a dizer.Estou disposto a ajudar.

Quando há repetição de palavras:

Estavam frente a frente.

Preferiu ficar lado a lado com seus companheiros

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Page 17: Aulas Português- Arquivos

http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint79.php   - adaptado

(Os casos de crase são muitos. Foram citados apenas alguns. Fiquem à vontade para explorar o uso do acento grave em outras fontes)

 

COMPLEMENTOS DE TERMOS DE REGÊNCIAS DIFERENTES

Examinemos o seguinte exemplo:

Choveu antes, durante e depois da festa.

Choveu antes da festa, durante a festa e depois da festa. Choveu antes da festa, durante ela e depois dela.

Ela fala inglês tão bem ou melhor que o marido.

Ela fala inglês tão bem quanto o marido ou melhor do que ele.

VERBO PREFERIR

No padrão culto da língua, esse verbo não se constrói com a locução conjuntiva do que nem com o advérbio mais.

Prefiro trabalhar a passar fome.

“Tive uma suspeita e preferi dizê-la a guardá-la”. (Machado de Assis)

“A se apresentar mal vestida prefere não ir” (Ciro dos Anjos)

(CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. Ed. Companhia Editora Nacional. São Paulo, 2005).

Unidade 4

Considerações acerca da noção de texto

O que é um texto?

A palavra TEXTO é frequentemente usada no cotidiano por profissionais que, de uma forma ou de outra, trabalham com a linguagem (professores, jornalistas, advogados, diplomatas, etc.): “O texto constitucional contém matérias que estariam melhor na legislação ordinária”. No entanto, se perguntássemos a esses profissionais o que é um texto, eles teriam dificuldade para determinar precisamente o significado dessa palavra.

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Page 18: Aulas Português- Arquivos

Para entender o que é um texto, é preciso definir suas propriedades, é preciso entender quais são os fatores de textualidade, ou seja, o que faz com que um texto seja um texto e não um amontoado de frases. Dentre os principais fatores destacam-se:

COERÊNCIA

as ideias se desenvolvem em ordem lógica, isto é, a sequência dos parágrafos é natural e coerente;

palavras e expressões indicadoras de coesão entre um parágrafo e outro são usadas com propriedade e adequação .

Um texto precisa ter COERÊNCIA, sentido, nexo, e, para tanto, não pode ser um amontoado de frases. Um texto é um todo organizado de sentido. A palavra texto vem de uma das formas do verbo latinotexo que quer dizer “tecer”. O texto é um tecido, não um aglomerado desconexo de fios. O sentido de cada uma das partes é dado pelo todo. O significado de uma frase do texto será depreendido da totalidade. Assim, a mesma frase em um contexto diferente poderá apresentar sentidos diferentes.

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ORGANIZAÇÃO:

há uma ideia central que orienta todo o texto;

o texto se compõe de introdução, desenvolvimento e conclusão;

as ideias se estruturam segundo uma forma adequada, ou uma combinação adequada de formas de ordenação.

UNIDADE:

todas as ideias são relevantes para a ideia central e relacionam-se com ela;

a divisão em parágrafos é adequada, impedindo que haja fragmentação da mesma ideia em vários parágrafos ou a apresentação de muitas num só parágrafo.

há manutenção temática, mas também a progressão textual.

CLAREZA:

não há pormenores excessivos, explicações desnecessárias; não há redundâncias, isto é, repetição de ideias já expressas.

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Outro ponto a ser destacado é que, se a primeira característica de um texto é ser um todo organizado de sentido, um texto não precisa ser necessariamente verbal. Um quadro, um filme, um gesto são textos. Qualquer que seja a forma como o conteúdo se manifesta, visualmente, verbalmente ou visual e verbalmente ao mesmo tempo.

Além disso, ressalta-se que um texto é produzido por um sujeito num dado tempo e num determinado espaço. Por isso ele revela ideias, anseios, expectativas, temores, enfim, uma visão de mundo da formação social em que está o seu produtor. Todo texto apresenta um ponto de vista sobre a realidade. Mesmo que a negue, representa uma atitude em relação a ela, pois engajamento ou alienação são posições a respeito dos acontecimentos.

Em síntese:

Um texto é um todo organizado de sentido, que pode ser verbal, visual ou verbal e visual ao mesmo tempo e manifesta um ponto de vista social sobre uma dada questão.

Desse conceito de texto, pode-se concluir que:

a) a leitura de um texto não pode basear-se em fragmentos isolados; produzir um texto não é amontoar frases sem qualquer relação entre elas;

b) a leitura de um texto deve, de um lado, levar em conta aquilo que ele diz e, de outro, a relação entre o ponto de vista social que ele expressa e aquele em oposição ao qual se constitui. Assim, produzir um texto é adotar uma posição sobre um dado assunto e argumentar em favor dela.

Segundo Travaglia (1996:83), "aquilo que o produtor do texto faz, como ele constitui e constrói o seu texto [   ] depende não só da sua vontade, daquilo que pretende dizer, mas de uma série de elementos presentes na situação de interação, que normalmente são chamados de condições de produção".

COESÃO TEXTUAL: conceito e mecanismos

"A coesão não nos revela a significação do texto, revela-nos a construção do texto enquanto edifício semântico."(M. Halliday)

Um texto, sendo uma unidade de sentido, pressupõe uma organização interna, uma sequência de suas partes constitutivas e uma articulação lógica de suas ideias e palavras. Esse conjunto de articulações entre palavras e ideias é o responsável pela textualidade, isto é, aquilo que faz com que um texto seja um todo significativo, e não uma reunião de frases desconexas. São sete fatores de textualidade: coesão, coerência, situacionalidade, informatividade, intencionalidade, aceitabilidade, intertextualidade. A coerência se dá no plano das ideias, do sentido. A coesão acontece por meio da relação entre as ideias do texto. Pode ser estabelecidas entre palavras

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que retomam outras já mencionadas no texto, como pode se dar entre segmentos maiores do discurso, como orações, frases ou parágrafos.

(BIZZOTO, Lúcia Helena. Redação, interpretação e produção de texto. Apostila do Promove, 2004.)

Parece fora de dúvida que pode haver textos destituídos de elementos de coesão, mas cuja textualidade se dá no nível da coerência, como em:

EX: Olhar fito no horizonte. Apenas o mar imenso. Nenhum sinal de vida humana. Tentativa desesperada de recordar alguma coisa. Nada.

Por outro lado, podem ocorrer sequenciamentos coesivos de enunciados que, porém, não chegam a constituir textos, por faltar-lhes a coerência. É o caso de:

EX: O dia está bonito, pois ontem encontrei seu irmão no cinema. Não gosto de ir ao cinema. Lá passam muitos filmes divertidos.

RECURSOS DE COESÃO

1 – Epítetos : palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa.

Ex: Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha morrido tão cedo.

2 – Palavras ou expressões sinônimas ou quase-sinônimas:

Ex: Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum valor em sua época. Houve telas que serviram até de porta de galinheiro.

3 – Repetição de uma palavra:

Ex: A propaganda , seja ela comercial ou ideológica, está sempre ligada aos objetivos e aos interesses da classe dominante. Essa ligação, no entanto, é ocultada por uma inversão: a propaganda sempre mostra que quem sai ganhando com o consumo de tal ou qual produto ou idéia não é o dono da empresa, nem os representantes do sistema, mas, sim, o consumidor. Assim, a propaganda é mais um veículo da ideologia dominante.

4 – Um termo-síntese

Ex: O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher um sem-número de papéis. Depois, pagar uma infinidade de taxas. Todas essas limitações acabam prejudicando o importador.

A palavra limitações sintetiza o que foi dito antes.

5 – Pronomes

Ex: Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso.

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Ex: O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se preocupam muito com a educação integral.

Ex: Aquele político deve ter um discurso convincente. Ele já foi eleito seis vezes.

6 – Numerais - as expressões quantitativas, em algumas circunstâncias, retomam dados anteriores numa relação de coesão.

Ex: Foram divulgados dois avisos: o primeiro era para os alunos e o segundo cabia à administração do colégio.

Ex: As crianças comemoravam juntas a vitória do time do bairro, mas duas lamentavam não terem sido aceitas no time campeão.

7- Advérbios pronominais (classificação de Rocha Lima e outros) - expressões adverbiais como aqui, ali, lá, acolá, aí servem como referência espacial para personagens e leitor.

Ex: Ele não podia deixar de visitar o Corcovado. Lá demorou mais de duas horas admirando as belezas do Rio.

8 – Elipse - essa figura de linguagem consiste na omissão de um termo ou expressão que pode ser facilmente depreendida em seu sentido pelas referências do contexto.

Ex: O diretor foi o primeiro a chegar à sala. Abriu as janelas e começou a arrumar tudo para a assembléia com os acionistas.

9 – Metonímia

Ex: O governo tem-se preocupado com os índices de inflação. O Planalto diz que não aceita qualquer remarcação de preço.

Ex: Santos Dumont chamou a atenção de toda Paris. O Sena curvou-se diante de sua invenção.

(VIANA, Antônio Carlos. Roteiro de Redação – Lendo e argumentando. São Paulo: Editora Scipione, 2006.)

CONECTORES

Palavras que estabelecem elos entre segmentos do discurso e que podem ser de naturezas diversas: oposição, causa, finalidade, conclusão, etc.

Exemplo:

então, portanto, no entanto, entretanto, já que, com efeito, porque, mas, isto é, embora .

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A coesão deixa de existir quando a conjunção empregada não corresponde à relação existente entre as orações do período. Nesse caso, a construção também perderá sua coerência, ou seu sentido lógico.

Ele estudou muito, porém foi aprovado no concurso (???) Embora o ar esteja muito seco e o nível de poluição esteja alto, as

pessoas estão com problemas respiratórios. (???)

Relação ConjunçãoAdição

Oposição

Conclusão

Explicação

Causa

Condição

Consequência

Conformidade

Concessão

Proporção

Comparação

Tempo

Finalidade

e, nem (= e não), não só...mas também

mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto

logo, pois (colocada após o verbo), portanto, por isso

pois (colocada antes do verbo), porque, que, visto que

como, uma vez que, porque, que

se, a menos que, desde que, contanto que

(tão)...que, (tanto)...que, (tamanho) que

como, conforme, segundo

embora, mesmo que, ainda que, se bem que, conquanto

à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais...tanto mais

(mais) ...que, (menos)...que, (tão)...quanto, como

quando, enquanto, sempre que, assim que, desde que, logo que

a fim de que, para que

Obs: Os conectores apresentados no quadro acima ajudam na identificação das relações entre as ideias de um período. Mas ele deve ser um apoio. O ideal é refletir sobre as ideias e, a partir daí, identificar a relação entre as ideias.

Exemplos de coesão estabelecida por conectores entre orações em um mesmo período:

Todos saíram mais cedo a fim de que pudessem ir ao cinema .

O conector a fim de estabelece uma relação de FINALIDADE entre as orações.

Naquele dia ele realmente ficou muito cansado porque correu demais.

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O conector porque estabelece uma relação de CAUSA entre as orações.

Os rapazes foram jantar assim que chegaram em casa.

O conector assim que estabelece uma relação de TEMPO.

Embora estivesse muito cansado, resolveu trabalhar um pouco mais em seu projeto de pesquisa.

O conector embora estabelece uma relação de CONCESSÃO (ver definição nos textos disponibilizados)

(MOYSÉS, Carlos Alberto. Língua Portuguesa – Atividades de leitura e produção de textos. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.)

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