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Ciência, Tecnologia e Sociedade Aula 6 – Ciência, Tecnologia, Inovação e meio ambiente. Tecnologia social Adalberto Mantovani Martiniano de Azevedo Santo André, 23/10/2012

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Ciência, Tecnologia e Sociedade

Aula 6 – Ciência, Tecnologia, Inovação e meio ambiente. Tecnologia social

Adalberto Mantovani Martiniano de AzevedoSanto André, 23/10/2012

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Conteúdo da aula

1. Pendências (grupos/temas de trabalhos finais); Dúvidas sobre a prova (próxima aula, 30/10)

2. C,T, I e meio ambiente: a evolução do debate3. C,T, I e meio ambiente: a abordagem econômica

4. Tecnologia social

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Pendências1. Composição/temas dos grupos de trabalhos finaisLimite: 1a Prova

CTS

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C,T, I meio ambiente: a evolução do debate

Atual “onda” ambientalista: final dos anos 60

Debate é mais antigo: economistas clássicos

Malthus (1798): Principles of Population- população cresce a taxas geométricas, produção de alimentos a taxas aritméticas (usou dados estatísticos)

Idéias elitistas (controle de natalidade, não assistência a populações pobres)

Desconsidera a mudança tecnológica e as possibilidades distributivas (crítica de Marx e Engels)

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C,T, I meio ambiente: a evolução do debate

Movimentos conservacionista e preservacionista: Anos 1890-20, EUA

Exploração racional X preservação total, tecnocentrismo X ecocentrismo

Manejo florestal, hidrologia, geologia: impulso como campos científicos a partir da inclusão de recursos florestais, hídricos e minerais no debate sobre a escassez

“Riqueza natural” entra na agenda da economia política

Forte visão anti monopolista, controle governamental

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C,T, I meio ambiente: a evolução do debate

Anos 60-70: Biólogos americanos

Rachel Casson, Primavera Silenciosa (1962)- críticas ao uso de pesticidas, induziu o banimento do Dicloro-Difenil-Tricloroetano nos 70s (DDT, descoberta de sua aplicação rendeu um prêmio Nobel em 1948)

Obra com forte conteúdo moral, leva adiscussão técnica para o plano político

No Brasil, o DDT só foi banido em 2009

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C,T, I meio ambiente: a evolução do debate

Anos 60-70: Neo-Malthusianos

A tragédia dos comuns (1968): necessidade de controle dos agentes econômicos (estória sobre criadores de gado)

Paul R. Ehrlich: A Bomba populacional (1968)

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C,T, I meio ambiente: a evolução do debate

Anos 60-70: Reações contra Neo-Malthusianos

Barry Commoner: The closing circle (1971): problemas ambientais são invisíveis

Crítica aos tipos de tecnologia:poluidoras

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C,T, I meio ambiente: a evolução do debate

Anos 70: Pessimistas X Otimistas

Small is Beautiful (1973): crescimento zero,Crítica à produção em massa Contexto:

Os limites do crescimento (1973): Clube de Roma, modelagem computacional com variáveis-chave como população e produção agrícola

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C,T, I meio ambiente: a evolução do debate

Anos 70: Pessimistas X Otimistas

John Maddox: A síndrome do apocalipse (1972)

Profecias auto-realizáveis

Avanços institucionais podem contornar o problema

Escassez: depende da tecnologia(exemplo: pré-sal)

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C,T, I meio ambiente: a evolução do debate

Fórum Global: criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA, 1972)

Desconfiança do Terceiro mundo

Anos 80: ecodesenvolvimento (Relatório Brundtland, 1987, PNUMA)

Desenvolvimento sustentável, valorização econômica dos ecossistemas

Problemas sistêmicos: biodiversidade, aquecimento global/efeito estufa, riscos ambientais compartilhados no espaço e tempo

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C,T, I meio ambiente: a evolução do debate

Construção social dos problemas ambientais: mostrada por sua evolução da economia clássica a enfoques sistêmicos

Forte influência dos paradigmas de ciência econômica predominantes: da teoria fundada em fatores de produção à complexidade sistêmica

Mídia e institucionalização: inclusão nas agendas decisórias dos setores público e privado

Exemplo: Constituição Federal Brasileira de 1988 (dedica um capítulo ao meio ambiente, cria instituições). Programas de rotulagem ambiental

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C,T, I meio ambiente: a evolução do debate

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C,T, I meio ambiente: a abordagem econômica

Fundamental: como regular e orientar decisões em instituições públicas e privadas

1. Abordagem neoclássica- externalidades. Aumento de preços limitaria o consumo de bens escassos;

Induziria inovações (substitutos, eficiência, etc.)- supondo que estas são disponíveis

Concepção de equilíbrio, mercados perfeitamente competitivos: irrealidade

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C,T, I meio ambiente: a abordagem econômica

Falhas de mercado: concepção mais realista, até certo ponto…Supõe a intervenção regulatória.

Propriedade dispersa dos recursos naturais: o que é de todos, não é de ninguém

Externalidades: custo social não é contabilizado no preço do bem ou serviço

Instrumentos regulatórios (normas sobre emissões, padrões, licenciamentos…)

Econômicos: estabelecimento de direitos de propriedade (preço do bem ambiental); taxas e subsídios (poluidor-pagador); certificados comercializáveis (créditos de carbono)- comercialização de discommodities

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C,T, I meio ambiente: a abordagem econômica

Falhas de mercado: concepção mais realista, até certo ponto…Supõe a intervenção regulatória.

Propriedade dispersa dos recursos naturais: o que é de todos, não é de ninguém

Externalidades: custo social não é contabilizado no preço do bem ou serviço

Instrumentos regulatórios (normas sobre emissões, padrões, licenciamentos…)

Econômicos: estabelecimento de direitos de propriedade (preço do bem ambiental); taxas e subsídios (poluidor-pagador); certificados comercializáveis (créditos de carbono)- comercialização de discommodities

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C,T, I meio ambiente: a abordagem econômica

Estratégia empresarial: regula’;cões colocam desafios e oportunidades

Mudança no ambiente concorrencial

Dependência do acesso a novas tecnologias (restrito e incerto)

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C,T, I meio ambiente: a abordagem econômica

Abordagem evolucionista

Estratégias de busca e seleção influenciadas por pressões ambientais

Governo: promover a internalização (regulatório, incentivo à P&D, políticas ambientais…)

Tecnologias curativas (end of pipe, estimuladas pela regulação) e preventivas

Além da regulação, adoção depende das condições de apropriabilidade, oportunidades tecnológicas

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C,T, I meio ambiente: a abordagem econômica

Abordagem evolucionista

Universo controvertido: 1. Problemas ambientais são uma construção científica e social (forte componente político); 2. agentes ausentes (grações futuras); 3. Controvérsias científicas; 4. Irreversibilidade dos efeitos;

Competição entre visões de mundo/futuro: determinantes da ação de agentes públicos/privados

Influência do conhecimento científico: autoridade X aceitação social

Criação de competências/vantagens competitivas

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C,T, I meio ambiente: a abordagem econômica

Problemas ambientais: construções científicas (reformulação de hipóteses e de relações de causalidade, invalidação d enunciados)

Construções sociais (elaborações de especialistas, mídia e agentes econômicos).

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C,T, I meio ambiente: a abordagem econômica

Abordagem evolucionista

Depende de: países, setores, tecnologias e ativos disponíveis

Mercados globais: nivela-se por cima

Exemplo: Regulação sobre Resíduos de Eletroeletrônicos

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Tecnologia social

Tecnologias para a inclusão social

Negação da tecnologia convencional (poupadora de mão-de-obra), segmentada e alienante, hierarquizada, transmitida de países centrais para os periféricos (que determinam padrões)

Tecnologia social: adaptada a pequenos produtores e consumidores; 2) não segmentada/hierarquizada; 3) orientada para produção de valores de uso; 4) incentiva o potencial e a criatividade do produtor direto e dos usuários; 5. Mais ligada a contextos locais

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Tecnologia social

Tecnologia Apropriada: Índia no final do século XIX, luta contra o império britânico

Gandhi e a Charka: “produção pelas massas, não produção em massa”.

Décadas de 70 e 80: Small is Beautiful, difusão do movimento de TAs (especialmente voltado ao 3o mundo)

participação comunitária na escolha tecnológica, baixo custo dos bens/serviços e investimentos, insumos locais, capacitações locais, pequena/média escala, simplicidade, geração de renda, saúde, emprego: menos impactos/dependência (Parei na página 24)

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Brasil: 7º PIB Mundial, mas 84º entre 187 países em termos de Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH)

C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil

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C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil

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C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil

• Gastos em P,D&I: maior parte em aquisição de equipamentos, pouco treinamento. •Centrais sindicais incluem em seus estatutos a necessidade de se negociar a inclusão de inovações, mas não estão preparadas (mudança na produção é vista como revolução)

• Empresas pequenas/informais: difícil negociação de assuntos como distribuição de incrementos na produtividade

• treinamento, realocação de mão de obra, comunicação de processos de inovação, comissões paritárias e preservação do emprego

• Tradição autoritária: falta participação nas decisões (trabalhadores conhecem os processos)

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C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil

• Brasil: 3,3% dos maiores de 18 anos (4,3 milhões em 2007, segundo a PNAD) frequentavam curso profissionalizante (destes, 21% no nível médio e 2% graduação tecnológica- 6 em 10.000!!!)

• Empregos não Requerem muita qualificação

Obs: 60% dos empregos Brasileiros

em 2002 eram informais (sem

carteira, autônomos: salários em média

60% menores)

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C,T, I e seus impactos sobre o trabalho

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C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil

• Brasil: Vínculos empregatícios muito curtos: 50% dos empregos: até dois anos de duração. 79% dos demitidos: até dois anos de casa

• Elevada rotatividade, baixos salários, exigência de pouca qualificação: fatores de permanência nessa situação

• Trabalhador não vê recompensa em se qualificar

• Distribuição dos ganhos da inovação: força de trabalho mais qualificada, mercado interno mais forte, distribuição de renda

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

Sécs. XIX - XX: aumento das empresas, estrutura monopolística (novo capitalismo), aplicação da C&T na produção

Aplicação do método científico no controle dos trabalhadores: métodos e organização do trabalho

Não-neutralidade: ponto de vista do capital (eficiência no uso dos fatores de produção)

“ […] representante de uma caricatura de gerência nas armadilhas da ciência.”

Harry Braverman, 1974: Trabalho e Capital Monopolista: A Degradação do Trabalho no século XX

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

Importância do movimento de gerência científica na concepção do processo de trabalho (integração homem e máquina) nas empresas contemporâneas: conceitos e métodos

Engenheiros de produção/administradores: mediação científica de conflitos trabalhadores X patrões

EspecializaçãoPadronização

Planejamento

Controle

Divisão do trabalho

DesempenhoProdutividade

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

Taylor:Shop Management (Administração de Oficinas) (1903), Princípios da Administração Científica (1911)

Trabalhou em fábricas (operário e depois supervisor)

Personalidade obsessiva-compulsiva

O que é neurótico no indivíduo é bom para a lógica capitalista

Suposição de uma racionalidade única

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

1. estudo de tempo e padrões de produção;

2. supervisão funcional;

3. padronização de ferramentas e instrumentos;

4. planejamento das tarefas;

6. Uso de instrumentos para economizar tempo;

7. fichas de instruções de serviço;

8. idéia de tarefa, prêmios pela eficiência;

9. classificação dos produtos e material utilizado

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

Principio do Planejamento: substitui no trabalho o critério individual do operário, a improvisação e a atuação empírica-prática, pelos métodos baseados em procedimentos científicos. Substituir a improvisação pela “ciência”, através do planejamento por lideranças cientificamente treinadas.

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

Obra de Taylor: sistematização e reunião de idéias anteriores

Registros e “experimentos” questionáveis: demonstrações forçadas

Nova dimensão do controle do trabalho: determinação de como o trabalho deve ser executado (atividades e seus componentes) - http://www.youtube.com/watch?v=cED52VxKyyU

Difusão mundial de idéias singelas e ingênuas: espírito da época

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

Crítica a sistemas que dão autonomia aos trabalhadores: indução a um nível ineficiente de produtividade

Diretrizes gerais de controle: desvinculadas do real processo de trabalho

Fixação das tarefas em promenores, e tempos associados, com base em verdades “fisiológicas” de caráter mecanicista (homens-máquina)

Ex: RHT

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

Mudança fundamental: ofício qualificado (domínio do processo, senhores do conhecimento, métodos e procedimentos)- 3 a 7 anos de aprendizado…, incluindo instrução em ciências como matemática, álgebra, materiais …

Mecânicos- processo de trabalho complexo e em larga escala

Taylor testava as possibilidades: tipo de material, ferramentas, procedimentos…

Midvale Steel Company: 50.000 testes para saber as combinações ótimas de 12 procedimentos fundamentais, que geravam as regras a serem seguidas

Até 1824, o mecânico inglês era exclusivo de apenas 1 empresa

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

Princípios da administração científica:

1. Conhecer e dissociar o conhecimento do trabalhador de sua tarefa (tirar seu poder): gerência diz o que, como e quando fazer

2. Banir o trabalho cerebral da produção- finalidade é baratear o trabalho, diminuindo as qualificações exigidas. Gerência é que tem novas idéias.

3. Fordismo: exacerbação dessas práticas

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

Princípios da administração científica:

3. Apenas a gerência conhece o processo global de produção, e a partir disso deve definir tarefas

Princípios aplicados também ao trabalho intelectual

Não são imperativos técnicos: refletem um antagonismo social que se intensifica com a grande indústria (Patrões X Empregados)

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

Efeitos: 1. Separação trabalhadores braçais dos trabalhadores intelectuais (blue collars X white collars)

Cálculo, experimentação, registro, avaliação: tarefas da gerência e departamentos de planejamento

Novas funções administrativas: ilusões de melhorias para a classe trabalhadoras, competição, cooptação

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

Artesão tinha interesse por ciência e cultura em geral, dado o conteúdo de seu ofício. Administração científica trazida pela tecnologia torna o trabalhador mais vazio de conteúdo (consumista).

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

FordismoEstratégia de produção ligada a uma estratégia de mercado.

Linhas de montagem com operários especializados

Concepção de ferramentas para maior controle: treinamentos rápidos (43% dos trabalhos podem ser aprendidos em um dia)

Trabalhador como uma peça, que pode ser remanejada rapidamente na linha de produção

Até os anos 70, Taylorismo/Fordismo eram as visões hegemônicas sobre a organização do trabalho…

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

Anos 70: Abordagem sócio-técnica

Relaciona mau desempenho do trabalho com a desumanização do Taylorismo/Fordismo

Adaptar a técnica às carcterísticas sociais dos grupos de trabalho

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

Maior autonomia e responsabilidade (projetos), menores níveis hierárquicos, trabalho em equipe

Integração em função das estratégias: coordenação lateral, rotatividade dos cargos, formação de competências- Gestão Estratégica de Recursos Humanos

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

Modelo Japonês: considerado um exemplo de eficiência

Competência tecnológica: conhecimentos, comportamentos e práticas sociais para assimilação de tecnologia, que diz respeito a todos os funcionários

Da etapa de inovação por imitação a inovações radicais: práticas sociais orientadas para a inovação

Inovação orientada pelos usuários (trabalhadores)

Emprego vitalício (altamente seletivo, mudando), operários polivalentes, canais de informação técnica, coletividade

Inovação é vista como processo, e uma das bases da organização industrial

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C&T e controle do trabalho: a gerência científica

Além da seletividade, altas jornadas de trabalho e excessiva mesclagem da vida pessoal com a profissional

Participação se torna um dever, não um direito ou benefício

Não se incentiva a oposição

Individualidade se subordina às necessidades coletivas

Flexibilidade Industrial X Rigidez social

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Campos de Proteção Jurídica à Propriedade Intelectual

1. Propriedade industrial: regula invenções, desenho industrial, marcas, indicações geográficas e designação de origem, e concorrência desleal.

Legislação específica administrada por uma agência deâmbito nacional.

Patente: documento emitido por órgão governamental nacional ou órgão multinacional (como o Escritório Europeu de Patentes). Descreve uma invenção e garante a exclusividade do inventor em sua exploração (entre 15-20 anos). Refere-se à utilidade.

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Campos de Proteção Jurídica à Propriedade Intelectual

Requerimentos para se pedir uma patente: •Aplicação industrial (deve ser demonstrada);•Novidade (não pode existir em artigos, livros, palestras ou uso); •Atividade inventiva não/óbvia (criatividade e avanço no estado-da-arte); •Possibilidade de descrição (escopo, justificativa)

Desenhos industriais: protegidos por patentes (aparência)

Marcas: protegidas por uso ou registro

Modelos de utilidade: menores requerimentos e tempo para proteção, pequenas invenções e melhorias

Ferramentas tecnológicas: maior facilidade de cópia;

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Campos de Proteção Jurídica à Propriedade Intelectual

Franquias: “pacotes” de direitos (marcas, invenções, etc.)

Indicação geográfica: produtos regionais

Segredos de negócio: cobrem casos em que não cabe propriedade industrial (via acordos de confidencialidade e outras formas de proteção de informação privilegiada)

Descobertas de materiais/substâncias existentes na natureza, teorias científicas e métodos matemáticos não são passíveis de proteção (depende do país).

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Campos de Proteção Jurídica à Propriedade Intelectual

Direitos sui generis: Adaptação para campos mais complexos-organismos vivos (ex. cultivares), projetos de circuitos integrados, diversidade biológica (nacional X biopirataria), conhecimentos tradicionais

Regras específicas (ex: regime de exceções) mostram adaptação institucional a mudanças (novos campos científicos, valorização de novos campos de conhecimento)

Interesse econômico, mas também de preservação da “memória” de comunidades e do meio ambiente- fortes pressões políticas/opinião pública

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Justiça suspende royalties sobre sementes da Monsanto em MT Gustavo Bonato SÃO

PAULO, 8 Out (Reuters) - O Tribunal de Justiça de Mato Grosso concedeu liminar à Federação de Agricultura do Estado (Famato) suspendendo a cobrança, por parte da Monsanto, de royalties sobre as sementes de soja Roundup Ready (RR) e algodão Bollgard I (BT) dos produtores filiados à entidade e seus sindicatos. Segundo a Famato, a ação judicial foi baseada em estudo técnico e jurídico que confirmou que o direito de propriedade intelectual relativo à tecnologia RR venceu em 09/2010, tornando-a de domínio público. produtores rurais ficam desobrigados de pagar os royalties que começariam a ser cobrados a partir deste mês de outubro, referentes às sementes usadas na safra 2012/13, que está sendo plantada. A Monsanto informou [...] que só vai avaliar um eventual recurso na Justiça quando for notificada oficialmente, o que ainda não aconteceu [...] diz estar "confiante de seus direitos de cobrança até 2014, conforme a legislação em vigor no país", acrescentando que os royalties são a forma de remunerar investimentos em novas tecnologias para a soja. Segundo a Aprosoja (associação que reúne produtores do Estado) [...] a reclamação na Justiça não se trata de um questionamento dos royalties ou do uso de transgênicos, mas sim da cobrança sobre uma tecnologia que está com a patente vencida. O juiz XXXX, que concedeu a liminar afirmou [...] que "vencido o prazo de vigência da patente, desaparece todo e qualquer direito de exclusividade, podendo o seu objeto ser utilizado livremente por qualquer interessado". A decisão contra a Monsanto ocorreu na segunda instância da Justiça de MT, já que a empresa havia garantido a cobrança com um liminar em primeira instância, informaram as entidades de produtores. A tecnologia Roundup Ready insere um gene na soja que a torna resistente ao herbicida glifosato. Já a tecnologia BT, provoca a morte de insetos que atacam as plantações.

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Áreas de soja com gene Roundup Ready®, em milhões de hectares, no mundo

Percentuais de soja com o gene Roundup Ready® com relação a área mundial plantada

2003 41,0 51%

2004 48,0 56%2005 54,4 60%2006 58,6 64%2007 58,6 57%

FONTE International Service for the Acquisition of Agri-biotech Applications, 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007

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Prropriedade Intelectual: implicações

Necessidade de gerir propriedade intelectual (inclusive ativos intangíveis)

Distribuição de direitos entre detentores de diferentes partes de um ativo de conhecimento- ou incorporações/fusões

Licenciamento cruzado: acordo entre as partes

Estímulo à inovação?

possibilita IDE de transnacionais, gerando aprendizado no país (RH, equipamentos, regulação, etc.)…Depende de outros fatores (capacitação, fontes de financiamento…)

Depende do setor (ex: saúde X custos de medicamentos)

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Prropriedade Intelectual: implicações

Patentes: fonte de informação tecnológica

Cria referências (ponto de partidas) para a exploração de novas possibilidades tecnológicas

Articulação complexa: Universidades/Ips X empresas

Universidades/IPs devem obter renda com patentes?

Caso da Embrapa: política agrícola

Conhecimentos tradicionais/diversidade: inconclusivo

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