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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
Docente: Kátia Nicolau Matsui
Aula 2:
Trocadores de Calor (TC) Balanço de Energia
Diferença de temperatura em um TC
DEQ 0312 – OPERAÇÕES UNITÁRIAS II
UFRN/CT/DEQ0312 – OPERAÇÕES UNITÁRIAS II
Trocadores de Calor a Placas (TCP)
Foram introduzidos em 1930 na indústria de alimentos (ex: para sucos e produtos lácteos) em
razão da versatilidade e facilidade de limpeza. As placas são feitas por prensagem e apresentam na
superfície corrugações, as quais fornecem maior resistência à placa e causam maior turbulência
aos fluidos em escoamento.
TCPconsiste de um suporte, onde placas
independentes de aço inoxidável, sustentadas
por barras, são presas por compressão, entre uma extremidade móvel e outra fixa.
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TCP: Placas de Aço inoxidável
São corrugadas em diferentes padrões de forma a otimizar a
transferência de calor. Não só o tipo de corrugação, mas o ângulo de
inclinação, o espaçamento e a altura da corrugação são importantes
para o desempenho térmico
Espinha de peixe Tábua de lavar
Gaxeta de material sanitário
elastomérico
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TCP: Canais de escoamento
Os fluidos entram e saem dos canais através dos
orifícios localizados nos cantos das placas.
A presença das gaxetas não permite a mistura dos
fluidos e impede vazamentos.
Meio aquecedor: água quente ou vapor sob vácuo
Meio resfriador: água de resfriamento, água gelada,
solução de propileno glicol
gaxeta Orifício fechado Orifício aberto
quente
frio 3 5 6 7 8
http://www.youtube.com/watch?v=L3Fss_Z6kM4
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TCP: Configuração
Versatilidade na montagem do arranjo de placas promovendo inúmeras possibilidades de distribuição das
correntes quente e fria pelos canais do TCP. O termo “passe” refere-se a um grupo de canais em que o fluxo está
na mesma direção. A figura mostra alguns exemplos de configurações possíveis em um TCP de 8 canais (9
placas)
(a) Arranjo paralelo em U 1 x 4/ 1 x 4
(b) Arranjo em série 4 x 1/ 4 x 1
(c) Arranjo paralelo em Z 1 x 4/ 1 x 4
(d) Arranjo misto 2 x 2/ 1 x 4
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TCP: VANTAGENS
Fácil limpeza: fudamental para produtos alimentícios ou farmacêuticos;
Flexibilidade de alteração da área de troca térmica;
Grande área de troca térmica (até a 2500 m2);
Economia: baixo custo inicial; não é necessário isolamento; facilidade na substituição das placas; ocupa
pouco espaço;
Turbulência: regime turbulento de escoamento com valores de número de Reynolds da ordem de 20 a 400
dependendo do tipo de placa;
Apresenta elevado coeficiente de transferência de calor;
Incrustação reduzida em função da turbulência, ocasionando menos paradas para limpeza. O escoamento
pode ser da ordem de 5000 a 20.000 kg/h de material;
Mesmo que a vedação falhe não ocorre a mistura das correntes;
Oferece a possibilidade de conservação de energia por regeneração.
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TCP: DESVANTAGENS
Pressão: deve ser menor que 1,5 MPa;
Temperatura: menor que 150 °C;
Perda de carga: eleva os custos de bombeamento;
Fluidos: o processamento de fluidos de alta viscosidade ou contendo materiais fibrosos não é recomendado;
Trabalha em vácuo moderado e com pequenos volumes de gases e vapores.
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Amplamente empregados nas aplicações de engenharia;
Fabricado em diversos tamanhos (1,5 a 7,5 m comprimento);
Extenso domínio de pressões e temperaturas (até 30,5 bar);
Facilidade de fabricação;
Custo relativamente baixo;
Fácil limpeza;
Economicamente viável para áreas de troca de calor de até 30 m2
TROCADORES DE CALOR TUBULARES: tubo duplo
É o TC tubular mais simples, consiste de um tubo localizado
concentricamente dentro de outro. Um dos fluidos escoa no
espaço anular e o outro pela parte interna de um dos tubos.
O escoamento pode ser em paralelo ou em contracorrente
TC de tubo concêntrico ou duplo
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TROCADORES DE CALOR TUBULARES
Figura - Trocador de calor tubular tipo U em série
O trocador duplo tubo é composto por 2 tubos concêntricos, geralmente com 2 trechos retos e com conexões apropriadas nas extremidades de cada tubo, para dirigir os fluidos de uma seção reta para outra. O conjunto com forma de U é denominado grampo. Para fornecer uma boa troca de calor os trocadores de calor duplo tubo são compostos por vários grampos conectados em série para promover maior área de troca de calor. Na parte curva não há troca de calor entre os fluidos, no cálculo da área, somente os trechos retos são considerados.
TC de tubo concêntrico ou duplo
Grampo
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TROCADORES DE CALOR TUBULARES: Casco e tubo (shell and tube)
Esse tipo de trocador suporta diversas condições operacionais, tais como P (> 30 bar) e T (>260ºC)
altas, atmosfera altamente corrosiva, fluidos muito viscosos, misturas de multicomponentes.
Em alimentos é empregado no aquecimento de líquidos em sistemas de evaporação; condensadores;
usado também para alimentos viscosos e particulados.
Uma das correntes escoa dentro do tubo enquanto a outra é bombeada no casco. Formas específicas
diferem de acordo com o número de passes no casco e no tubo.
Pode operar na vertical e horizontal; com líquidos e gases.
Trocador de casco e tubo.
http://www.youtube.com/watch?v=hxhB3k0vh2g
http://www.youtube.com/watch?v=Z20gLElcWm4
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TROCADORES DE CALOR TUBULARES: Casco e tubo (shell and tube)
TUBOS: A dimensão dos tubos é indicada pelo diâmetro externo e pela espessura da parede.
Parede grossa = 4,57 mm = 0,18 in
Parede fina = 0,56 mm = 0,022 in
A escolha da espessura da parede dependerá de determinadas condições como: Pressão; Corrosão dos
fluidos; Resistência à vibração devido ao escoamento no casco; Custo.
A espessura mais empregada é de 1,65 mm = 0,065 in.
Trocador de casco e
tubo, com passe simples
(um passe no casco e
um passe nos tubos)
operando em
contracorrente
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TROCADORES DE CALOR TUBULARES: casco e tubo
Figura – Parte interna do TC casco e tubo.
Fonte: http://www.quimica.com.br/revista/qd400/trocadores1.htm
Comprimento dos tubos:
Pensando em um trocador com custo viável,
deve-se pensar em um TC de tubos longos e
pequeno diâmetro no casco. Porém deve-se
lembrar que o espaço físico disponível para a
instalação deve ser, no mínimo, o dobro do
tamanho do TC, devido a etapa de limpeza.
Diâmetro dos tubos:
A seleção do diâmetro depende da natureza da incrustação do fluido; do espaço disponível e do custo.
Diâmetros reduzidos e pouco espaçamento entre eles = Trocadores Compactos, porém com dificuldade de limpeza
na parte do casco.
Recomenda-se Diâmetro de 19,05 a 25,4 mm.
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TROCADORES DE CALOR TUBULARES: casco e tubo
Arranjos triangulares fornecem TC mais compactos.
Para mesmo diâmetro do tubo; passo e diâmetro do casco o nº de tubos e diretamente a área de troca de calor
serão maiores no arranjo triangular comparado ao quadrado.
Disposição dos tubos:
A distância de centro a centro entre tubos é denominada arranjo ou passo (PT). A diferença entre o passo e o
diâmetro externo do tubo é a abertura (C’).
Quadrado (90º) Quadrado (45º) Triangular (30º) Triangular (60º)
Os tubos não devem ficar muito próximos para não enfraquecer os espelhos (suporte dos tubos).
Na literatura são apresentadas tabelas que fornecem o nº máximo de tubos que pode ser colocado em
determinado casco (ARAÚJO, 2011).
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TROCADORES DE CALOR TUBULARES: casco e tubo
CHICANAS:
Chicanas são frequentemente
instaladas para aumentar o
coeficiente de convecção do fluido
no casco pela indução da
turbulência. Auxilia também no
suporte dos tubos e evita regiões
mortas.
Podem ser: segmentar; tipo anel;
tipo disco
CASCO:
São padronizados para diâmetros de até 24 in (609,6 mm);
Costumam ter espessura de parede de no mínimo 9,5 mm
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TROCADORES DE CALOR TUBULARES: casco e tubo
Nº de passagens ou passe dos fluidos no TC Casco e Tubo
Está relacionado com o percurso do fluido de uma
extremidade a outra.
(a) 1 passe no casco e 1 passe nos tubos A operação pode ser em contracorrente ou
paralelo.
(b) 1 passe no casco e 2 passes nos tubos; Necessariamente uma das passagens estará em
paralelo, enquanto a outra em contracorrente com o fluido do casco.
(c) 2 passes no casco e 4 passes nos tubos. Em razão da dificuldade de construção, não há
cascos com mais de 2 passagens. Quando são citados trocadores casco e tubo: 3-6; 4-8; 5-10 referem-se a TC 1-2 conectados em série.
(a)
(b)
(c)
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TROCADORES DE CALOR TUBULARES: superfície raspada
TCs de superfície raspada são ideais para aquecimento e resfriamento de produtos alimentícios sensíveis, pois
possuem um eixo de lâminas giratório, que remove o produto das áreas da parede de transferência de calor. Esta ação
permite uma rápida transferência de calor para um volume relativamente pequeno de produto e evita à deposição de
material sobre as paredes do fluido formando filmes isolantes, o que aumenta a resistência à transferência de calor.
As áreas em contato com o alimento devem ser fabricadas com materiais como o aço inoxidável, níquel puro, ou seja,
materiais não corrosivos. Ex. de aplicação: líquidos viscosos sopas, polpas, concentrados cítricos, pastas, etc.
Lâminas
raspadoras
Meio de
aquecimento/resfriamento
Produto
eixo
pás
Parede do tubo onde
ocorre a TC
isolante
Tubo aço inoxidável
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TROCADORES DE CALOR TUBULARES: industriais
Casco e tubo
Tubular
Superfície raspada
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TRANSFERÊNCIA DE CALOR
Em Princípios dos Processos Químicos (PPQ) e em outras disciplinas passadas vocês viram várias
formas de energia:
térmica, potencial, cinética, mecânica, elétrica ...
A maioria dos TC’s operam em regime estacionário; não há realização de trabalho; Não há acúmulo de energia; energia potencial e cinética são desprezíveis, assim como a troca de calor com o ambiente.
Sendo assim, o balanço de energia em sistema aberto sem reação química:
Passa a ser para cada corrente no trocador de calor
Q quantidade de calor transferido (J)
taxa de transferência de calor (J/s) ou (W)
Correntes de saída e entrada
No TC: o calor cedido pelo fluido quente é absorvido pelo fluido frio
sendo q = quente; f = frio
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TRANSFERÊNCIA DE CALOR
Não havendo MUDANÇA DE FASE em nenhum dos fluidos
Se houver envolvimento de calor LATENTE, por exemplo, se
o fluido quente for vapor saturado, condensando e
saindo do equipamento como líquido saturado
T temperaturas do fluido quente
t temperaturas do fluido frio
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T= 1oC
Água
T=3,5oC
Água
T= 10oC
suco
T= 30oC
suco
T= 65oC
suco
T=85oC
Água
T=73oC
Água
T= ?
suco
T= 5°C
suco
Resfriador Recuperador de
calor
Pasteurizador
Na pasteurização de suco de cajá, a recuperação de calor é uma prática comum, economizando energia na
forma de água quente e de água fria. Isso é feito através da incorporação de um trocador de calor entre as
etapas de aquecimento e de resfriamento, conforme esquematizado na figura. Utilizando o balanço de energia
em sistema aberto determine:(a) a temperatura de saída no recuperador de calor;
(b) as vazões mássicas de água (kg/h) nos sistemas resfriador e pasteurizador;
(c) as vazões mássicas de água (kg/h) nos sistemas resfriador e pasteurizador, na ausência do recuperador de
calor.
Dados: Cp água = 4,18 kJ/kg.°C; Cp cajá= 3,52 kJ/kg.°C despreze as variações nas energias potencial e
cinética, não há partes móveis, sistema não troca calor com a vizinhança; alimentação do suco de cajá in
natura igual a 300 kg/h
EXERCÍCIO
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Respostas
(a) a temperatura de saída no recuperador de calor
T = 45°C
(b) as vazões mássicas de água (kg/h) nos sistemas resfriador e pasteurizador;
Resfriador = 4042kg/h; Pasteurizador = 736,8 kg/h
(c) as vazões mássicas de água (kg/h) nos sistemas resfriador e pasteurizador, na ausência do recuperador de
calor.
Resfriador = 6063,2 kg/h; Pasteurizador = 1157,9 kg/h