aula1 lingua poetica e tectonica

27
Universidade Estadual de Goiás Unidade de Ciências Exatas e Tecnologia Arquitetura e Urbanismo firmitas, venustas e utilitas: THAU – 2010 Prof. Sandra Catharinne Pantaleão a tríade vitruviana na composição arquitetônica

Upload: scpanta

Post on 25-Jun-2015

242 views

Category:

Documents


7 download

TRANSCRIPT

Page 1: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Universidade Estadual de GoiásUnidade de Ciências Exatas e TecnologiaArquitetura e Urbanismo

firmitas, venustas e

utilitas:

THAU – 2010

Prof. Sandra Catharinne Pantaleão

a tríade vitruviana na composição arquitetônica

Page 2: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Entender a arquitetura: seus elementos, história e significado

Slide 02

A arquitetura é mais que mero abrigo, mais que

código instituído, é também a crônica física das

atividades e aspirações humanas que se

materializam espacialmente.

“A arquitetura é o que a natureza não pode fazer.”

Louis Khan

Fundamentação e proposições sobre

composição arquitetônica – resgate dos

princípios idealizados por Marco Polo Vitruvius

(25 a. C.) pelos renascentistas.

Page 3: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Entender a arquitetura: seus elementos, história e significado

Slide 03

Poética – linguagem;

Tectônica – tecnologia, materiais construtivos,

técnica;

Enquanto idéia é um ícone;

Enquanto projeto é um índice;

Enquanto construção é símbolo de uma

cultura;

Entender a relação entre os aspectos técnicos

e poéticos:

1. Beleza através da técnica;

2. Concepção como construção;

Page 4: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Poética – linguagem arquitetônica

Slide 04

Composição;

Valores estéticos;

Aspectos simbólicos e emocionais;

Resulta na manipulação dos

elementos estáveis – materiais

– com os instáveis, que se

tornam perceptíveis pelo

conjunto que resulta:

luz/sombra, luz/espaço,

luz/cor.

Técnica e tecnologia – o fazer arquitetônico

Patrimônio estético materializado;

Sensações físicas de estabilidade, delimitação

de espaços, conjecturas culturais;

Page 5: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Entender a arquitetura: seus elementos, história e significado

Slide 05

Segundo Vitruvius:

Arqutietura é a arte de organizar espaços, cuja

finalidade é abrigar as atividades humanas,

obedecendo imperativos de ordem técnica,

funcional e estética.

Essência da Arquitetura:

Não segue centrada nas soluções práticas,

mas nas exigências da identidade cultural e

anseios do espírito.

Dupla função: prática instrumental e artística

Page 6: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Entender a arquitetura: seus elementos, história e significado

Slide 06

Firmitas (técnica e material)

Venustas (estética e beleza)

Utilitas (função e uso)

Page 7: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Argan (1994): espaço arquitetônico desde o barroco aos nossos dias

Slide 07

Arquitetura de representação:

Utiliza elementos formais (compositiva);

Quer representar e baseia-se no mundo

existente – postura clássica;

Arquitetura de determinação:

Pretende determinar o espaço fora dos

padrões já normatizados, configura-se como

criação de novas posturas;

Correntes de pensamento que se alternam

historicamente!

Page 8: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Métodos de projetação

Slide 08

Inovativo: não aceita precedentes;

Normativo: composição por formas puras;

Tipológico: referências pré-existentes;

Mimético: imitação de modelos pré-existentes;

Page 9: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Métodos de projetação

Slide 09

Método inovativo

É o método pelo qual se tenta resolver um problema

sem precedentes, ou um problema comum de

maneira diferente. As origens desse método se

encontram nos primeiros construtores, que, por um

processo de tentativa e erro, experimentavam os

materiais disponíveis até encontrarem uma maneira

satisfatória de garantir proteção contra os

elementos, e de dar uma forma espacial a uma

determinada cultura.

Page 10: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Métodos de projetação

Slide 10

No método normativo, as formas arquitetônicas são criadas

com o auxílio de normas estéticas, isto é, princípios

reguladores. Embora existam muitas normas estéticas em

arquitetura, há três tipos que se destacam, e sua importância

para a arquitetura é confirmada pelo seu uso repetido ao

brigo da história.

O primeiro tipo de norma estética é o sistema de

coordenadas que consiste em linhas que se cruzam, com

direções e dimensões constantes. O sistema de coordenadas

mais usado é aquele em que as linhas se cruzam a 90 graus,

chamado de malha ou grelha, e pode ser bidimensional ou

tridimensional.

Page 11: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Métodos de projetação:

Slide 11

O segundo tipo de norma estética é composto pelos

sistemas proporcionais, usados para criar um senso

de ordem entre os elementos de uma composição,

havendo também razões filosóficas e metafísicas para

seu uso. Como exemplo de sistemas proporcionais,

podendo-se citar a Seção Áura, as Ordens Clássicas, o

Modulor, o Ken etc.

O terceiro tipo de normas estéticas consiste no uso de

formas geométricas elementares como elemento de

definição e controle das partes principais de uma

edificação. Essas formas são a esfera, o cubo, a

pirâmide, o cilindro e o paralelepípedo, além das

figuras geométricas que gerem esses volumes.

Page 12: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Métodos de projetação:

Slide 12

Normas estéticas são empregadas em arquitetura por duas

razões. A primeira é o desejo de criar um senso de ordem

entre as partes de uma edificação, o que pode ser obtido

com o estabelecimento de relações de analogia entre as

partes, ou por sua subordinação a algum sistema formal

abrangente. A segunda razão para o uso de normas estéticas

é o fato de conferirem ao arquiteto maior autoridade e

segurança para a tomada de decisões formais e

dimensionais.

Page 13: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Métodos de projetação:

Slide 13

Método tipológico

“Nada pode jamais renascer. Mas por outro lado, nada

desaparece completamente. E qualquer coisa que um dia

existiu sempre reaparece em uma nova forma.” 

“... a arte de edificar nasce de um germe pré-existente; nada

vem do nada... o tipo é uma espécie de germe em torno do

qual, e de acordo com ele, são ordenadas todas as variações

de que um objeto é suscetível.”

Page 14: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Métodos de projetação:

Slide 14

O tipo é o princípio estrutural da arquitetura, não podendo ser

confundido com uma forma passível de descrição detalhada.

Todo edifício pode ser reduzido conceitualmente a um tipo,

ou seja, é possível abstrair-se a composição de uma

edificação até o ponto em que se vêem apenas as relações

existentes entre as partes, deixando-se de lado as partes

propriamente ditas.

Projetar pelo método tipológico é usar tipos como parte do

processo de projetos de novos artefatos arquitetônicos. O

uso de um determinado tipo é geralmente justificado pela

existência de alguma afinidade estrutural ou, em outras

palavras, uma analogia, entre um precedente e o problema

que temos na prancheta.

Page 15: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Métodos de projetação:

Slide 15

Método mimético

É o método pelo qual novos objetos e edificações são

gerados com base na imitação de modelos existentes. O

processo se inicia com a escolha do modelo a ser imitado.

Esse modelo e uma forma familiar testada exaustivamente e

de larga aceitação. A escolha desse modelo implica um juízo

de valor, um reconhecimento de que certa obra de arquitetura

é a melhor solução para determinado problema, e que, não

podendo ser aperfeiçoada, deve ser imitada.

Page 16: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Métodos de projetação:

Slide 16

O termo mimético vem do grego mimesis, que quer dizer

imitação. A teoria da imitação é um produto da Grécia

clássica, ou seja, dos séculos ocorridos antes de Cristo.

Desde esse tempo, quatro conceitos de imitação foram

desenvolvidos. Entre eles, há dois que nos interessam

diretamente: o conceito platônico, segundo o qual imitação é

uma cópia fiel da aparência das coisas (esse é o sentido hoje

atribuído ao termo, na maioria dos casos); o conceito

aristotélico, que não define a imitação como cópia fiel, mas

como livre interpretação da essência da realidade por parte

do artista.

Page 17: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Métodos de projetação:

Slide 17

O método mimético, então, gera nova arquitetura

com o auxílio de analogias visuais com a existente.

Essas analogias podem ser classificadas em três

grupos: revivalismo, ou revivificação estilística;

ecletismo estilístico; analogia estilística.

Page 18: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Métodos de projetação:

Slide 18

O revivalismo ou revivificação estilística consiste na imitação

de edifícios de outro tempo ou lugar, em sua aparência geral,

ou partes principais. O ecletismo estilístico consiste na

imitação não de edifícios inteiros, mas de partes, ou

fragmentos, de edifícios existentes ou mantidos, de alguma

forma, para a posteridade. As características básicas dessa

variedade de mimetismo são a justaposição de fragmentos

de várias procedências e a possibilidade de se criar novos

edifícios, através de permutações compositivas

Page 19: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Métodos de projetação:

Slide 19

Na analogia estilística, ao contrário dos dois primeiros

grupos, onde se fala da imitação de um edifício inteiro ou de

várias partes tiradas de edifícios diversos, o que acontece é a

escolha de um número reduzido de partes, tomadas

cuidadosamente de modelos escolhidos, com o fim de

conferir significados precisos a novos artefatos

arquitetônicos. A chave desse procedimento não é a

transposição literal de um motivo de um contexto para outro,

mas uma "reinvenção" do motivo, de maneira a formar uma

nova linguagem, que, não obstante, ainda carrega o original

como uma sombra.

Page 20: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Métodos de projetação:

Slide 20

a arquitetura como síntese formal de vários fatores internos e

externos ao projeto, relacionados entre si em vários níveis,

fica claro que nenhum sistema compositivo ou de geração

formal é capaz de sintetizar todos os fatores e níveis

envolvidos em um projeto. Assim, os quatro métodos de

geração formal devem ser vistos como aspectos

complementares do fazer arquitetônico, nunca como

sistemas independentes, ou mutuamente exclusivos.

Page 21: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Processo construtivo a partir de Brunelleschi (renascimento)

Slide 09

Projeto

Sistema construtivo + tecnologia

Pro

cess

o co

nstr

utiv

o

Produção

Processo de trabalho + técnica

Edi

fíci

o

Page 22: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Tecnologia, técnica e sistemas construtivos: a materialidade da idéia

Slide 10

Tecnologia:

Estudo ou tratado das aplicações, teoria,

experiências e conclusões das ciências ao

conhecimento dos materiais e processos

utilizados pelas técnicas.

técnica:

Procedimentos do saber fazer;

Sistemas construtivos:

Resultado da compatibilização: conjugação

entre determinada solução e uma dada e

definida técnica;

Page 23: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Processos produtivos em arquitetura:

Slide 11

Processos produtivos:

1. Artesanal;

2. Tradicional

3. Tradicional racionalizado;

4. Pré-fabricado;

5. Industrializados;

Page 24: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Análise, crítica e discurso:

Slide 12

a partir dos anos sessenta, o

desenvolvimento de uma análise da

estrutura arquitetônica vem ganhando

importância bem como o discurso

sobre tipologia. O desenho torna-se

uma ferramenta essencial para a

análise de projetos arquitetônicos,

seja do edifício, seja do espaço

urbano. (LEUPEN, 1999)

Page 25: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Análise, crítica e discurso:

Slide 13

O primeiro passo para o projeto é, portanto, o

desenvolvimento de um conceito sobre o que se

deseja projetar. “entre o conceito abstrato e o projeto

concreto há um grande caminho a percorrer”

(LEUPEN, 1999, p. 16).

Trata-se de uma operação criativa para a elaboração

formal na qual se verifica sua potencialidade em

função dos requerimentos prévios e de que maneira

corresponde a uma solução que possa ser

comprovada.

Page 26: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Análise, crítica e discurso:

Slide 14

durante o processo de elaboração do projeto há

muitas idas e vindas, que cada etapa está

intrinsecamente relacionada a outra e cria-se uma

relação de interdependência.

Manter a relação com o conceito formulado é

imprescindível para avaliar se a escolha foi

satisfatória ou se são necessárias modificações.

Durante essa fase é possível avaliar e comparar as

possíveis soluções.

Page 27: Aula1 Lingua Poetica e Tectonica

Análise, crítica e discurso:

Slide 15

durante o processo de elaboração do projeto há

muitas idas e vindas, que cada etapa está

intrinsecamente relacionada a outra e cria-se uma

relação de interdependência.

Manter a relação com o conceito formulado é

imprescindível para avaliar se a escolha foi

satisfatória ou se são necessárias modificações.

Durante essa fase é possível avaliar e comparar as

possíveis soluções.