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Aula Teórica nº 3-7
Prof. Responsável: Mário J. Pinheiro
1. Operadores diferenciais (conclusão)
Exercício 1: Provar que 0Udgrarot
1. Usando coordenadas cartesianas.
022
...u
yz
U
zy
U
z
U
y
U
x
U
zyx
uuu
Ugradrot x
zyx
2. Usando o Teorema de Stokes
pd.dSn.rotS
logo
0
dU
pd.UdgradSn.UdgrarotS
que seja o vector Udgrarot
, logo
0Udgrarot
Vamos agora introduzir uma outra condição necessária e suficiente (para lém das 3 condições que já
introduzimos anteriormente) para que um campo seja conservativo:
3. Como 0Udgrarot
e Udgra
é conservativo, tem-se
0
tro Isto significa que um campo conservativo é um campo irrotacional.
Exemplo 1: Campo electrostático criado por uma carga pontual.
rdgrar
qPE P
o
e
24
1
Recordamos aqui que já se tinha visto que VdgraEe
. Logo, tem-se 0e
Etro
. O campo
electrostático não tem fontes de circulação, “não roda”.
Nas aulas práticas será provada a igualdade matemática
0
trodiv
um campo que verifique 0Bdiv
, chama-se solenoidal e neste caso existe um
, tal que
rotB .
Exemplo 2: O campo de indução magnética B
verifica a relação 0Bdiv
e, portanto, ArotB
; o
campo vectorial A
chama-se potencial vector.
4. Operador Laplaciano
O operador laplaciano é um operador auxiliar.
4.1 Laplaciano de um escalar
UUdgradivlapU2
Usando coordenadas cartesianas, tem-se
2
2
2
2
2
2
z
U
y
U
x
UlapU
A equação de propagação de uma onda t,r
toma a forma
01
2
2
2
tvlap
4.2 Laplaciano de um vector
Em coordenadas cartesianas tem-se:
2
2
2
2
2
2
zyxlap
Pode-se provar que se tem
rotrotdivgradlap
para qualquer tipo de coordenadas. Esta relação é de facto a expressão de definição de
lap .
4.3 Identidades vectoriais relevantes
Anotamos em seguida algumas identidades vectoriais que serão usadas com frequência, sem as
demonstrar.
UxdgraUrot)U(rot
).Udgra(Udiv)U(div
UdVgraVdUgra)UV(grad
q
5. Electrostática no vácuo
5.1 Lei de coulomb da interacção electrostática
Seja duas cargas pontuais no vácuo. A força electrostática que se exerce sobre cada uma delas
devido à presença da outra é dada pelas expressões obtidas experimentalmente por Coulomb:
ee
e
e
FF
rdgrardgra
rgradrdgra
rdgrar
qqF
rdgrar
qqF
12
12
21
12
21
0
1
22
21
0
2
1
4
1
4
1
εo é a constante dieléctrica ou permitividade do vácuo. O valor da permeabilidade magnética μo é
fixado em m/Fx.c
m/H129
0
20
7
0 1085481036
11104 .
6. Sistemas de dimensão e de unidades
i) Sistemas de dimensões
Grandezas fundamentais: M, L, T, Q
Grandezas derivadas: F, τ,…
Por exemplo:
22
2
TMLFd
MLTFamF
ii) Sistemas de unidades
____ S.I._____e.c.g.s______________
erg
dine
)q(ues
s
cm
g
J
N
C
s
m
kg
F
Q
T
L
M
Pode-se obter
q1 q2 grad1 r
grad2 r r
1N=105 dine (obtido a partir de F=ma)
1J=107 erg (obtido a partir de τ=Fd e F=ma)
6.1 Definição de ues (q)
É a carga que colocada em frente de outra igual à distância de 1 cm a repele com a força de 1 dine.
QN#7
22
0
14
1 )q(uescmdine
6.2 Definição de Coulomb
O Coulomb1 (C) é definido de forma diferente. 1 C em frente de 1 C à distância de 1 m exerce uma
força de repulsão de 9x109 N.
Assim, neste caso, tem-se
229
0
1094
1 CNmx
Passando as unidade do SI para o sistema e.c.g.s pode-se verificar que
)q(uesxC91031
Podemos facilmente mostrá-lo:
Sabemos que 22
0
14
1 )q(uescmdine , ou seja
22229 1199 )q(uescmdineCNmx
Convertendo N para dine, obtemos sucessivamente
)q(uesxC
)q(uesCx
)q(uescmdineCcmdinexx
9
2218
2222459
1031
1109
11010109
7. Campo electrostático
QN#8
1 Charles Augustin de Coulomb (1736-1806), físico francês.
Define-se eE
tal que rdgrar
q)P(E P
e
2
0
04
1
e, portanto, )P(Eq)P(F
ee
.
O campo electrostático define-se como sendo a força que actua uma carga eléctrica pontual, unitária
e positiva (q=+1) colocada no ponto P.
Neste caso ee
FE
em valor numérico. Contudo dimensionalmente 1 QFEe
. As unidades
são: NC-1
ou dine.ues(q)-1
.
Linhas de força do campo:
QN#9
O campo eE
é um campo vectorial finito e contínuo em todos os pontos excepto sobre a carga
(
e
rE;PP
00
) e anula-se no infinito ( rquando,Ee 0
).
8. Campo electrostático criado por distribuições de carga eléctrica
8.1 Distribuição discreta (ou de cargas pontuais)
QN#10
Exemplo 3: Determine a intensidade e direcção do campo eléctrico no ponto P(-0.2,0,-2.3) criado
por uma carga pontual de + 5 nC situada no ponto Q(0.2,0.1,-2.5) no ar. Use o sistema SI.
QN#11
8.2 Distribuição contínua de carga
i) Em volume
É conveniente definir-se a densidade volumétrica de carga eléctrica
Vq.constSe
dvq
dvdq
ogéneohomnãomeioz,y,x
SIsistemanoCm
dt
dq
V
3
A partir da expressão para um sistema de cargas pontuais e substituindo qi por dq=ρdv, tem-se
dvrdgrar
)P(EV
P
e
2
04
1
Note que o versor radial rdgra P
é variável ao longo da integração.
ii) Em superfície
S
P
e
S
dSrdgrar
)P(E
dSq
eléctricaaargcdeerficialsupdensidadedS
dq
2
04
1
Repare que o campo não é definido sobre a superfície pois quando 0r , 2
1
ré um infinitamente
grande de 2ª ordem.
Exemplo 4: Condutor em equilíbrio electrostático.
QN#14
iii) Linear
É conveniente introduzir o conceito de densidade linear de carga eléctrica, dl
dq , sendo pois
BA
dlq
A expressão do campo eléctrico fica então
O campo é infinito sobre o fio, visto que quando r Y0, 1/r2 Yh é um infinito de segunda ordem e
dl é um infinitésimo de primeira ordem.
Exemplo de aplicação [nº 35 da colecção]
Fio infinito de comprimento l, uniformemente electrizado com uma densidade Calcular o campo
electrostático num ponto P à distância d do fio equidistante dos extremos. No ponto P, o campo é
Ee
P1
40AB
r2grad
Prdl
dirigido segundo xx.
QN#15
9. Potencial eléctrico
Vimos que o campo electrostático é um campo conservativo. No caso de uma carga pontual, tem-se
QN#16
Usando as diferentes unidades físicas introduzidas precedentemente, podemos verificar que
Podemos igualmente usar as seguintes unidades para o campo electrostático:
SI V.m-1
e.c.g.s ues(V).cm-1
10. Potencial de distribuições de carga
i) Distribuição de cargas pontuais
QN#17
ii) Distribuições contínuas de carga
QN#18
NOTA: Recordamos de novo que sendo Ee=-grad V, E
e é conservativo e portanto,
1ues V 300V
rotEe
0;
Ee
p0
12. Diferença de potencial entre dois pontos (ou voltagem)
Considere o trabalho realizado pelo campo eE
para transportar uma carga q entre os pontos P e Q.
QN#19
A d.d.p. (ou voltagem) entre P e Q é o trabalho realizado pelo campo eE
para transportar uma carga
pontual unitária e positiva (q=+1) entre esses pontos.
Se q=+1
Da expressão anterior tem-se ainda
NOTA:
Note-se que [e]=Q[V],
logo
1J=1Cx1V
1 erg=1 ues(q)x1 ues(V)
1 eV=1.602 x 10-19
J
13. Potencial eléctrico num ponto
A diferença de potencial entre dois pontos é definida univocamente, mas o potencial num ponto tem
um carácter arbitrário.
Atendendo a que |Ee|=0 quando ré usual arbitrar também que V()=0. Neste caso,
AB
Ee
dp
A
B
Ee
dp
VP VQ e
VP VQ
P
Q
Ee
dp
Pode-se arbitrar V()=0, por exemplo, no caso de uma carga pontual:
QN#20
Arbitrar aqui V()=0 corresponde a anular-se a constante K obtida anteriormente.
Contudo, noutros problemas, como o do fio infinito, ou de um plano também infinito, isso não é
possível.
No caso do fio infinito, tem-se
QN#21
Só se pode assim conhecer o potencial num ponto P a uma distância d a menos do valor do
potencial num ponto Q a uma distância d' [Problema 36 da colectânea de problemas].
QN#22
VP
P
Ee
dpV