aula magna

16
5 Nº 1 | AULA MAGNA 10, DEZEMBRO, 2010 OS SALTO BANDA REVELAÇÃO LADY GAGA LADY GAGA VAI-SE ESTREAR EM PORTUGAL DIA 10 DE DEZEMBRO, NO PAVILHÃO ATLÂNTICO, COM A MONSTER BALL TOUR. FUTEBOL UNIVERSITÁRIO TORNEIO É EM FARO MUJI DESIGN LOJA ABRE EM LISBOA

Upload: maria-silva

Post on 18-Mar-2016

221 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Proposta de reformulação da Revista nacional "Aula Magna"

TRANSCRIPT

Page 1: Aula Magna

5

Nº 1 | AULA MAGNA10, DEZEMBRO, 2010

OS SALTOBANDA REVELAÇÃO

LADYGAGA

LADY GAGA VAI-SE ESTREAR EM PORTUGAL DIA 10 DE DEZEMBRO, NO PAVILHÃO ATLÂNTICO, COM A MONSTER BALL TOUR.

FUTEBOL UNIVERSITÁRIOTORNEIO É EM FARO

MUJI DESIGN LOJA ABRE EM LISBOA

Page 2: Aula Magna

01 | Editorial | agenda

AgendaCOIMBRAQUINTA, 11/11/2010

Eleições dos represent-antes dos estudantes para Conselho Geral da Universidade de CoimbraDas 10:00 às 19:00

LISBOAQUINTA, 11/11/2010

A ES COMUNICAÇÃO SOCIAL DO IP DE LIS-BOA APRESENTA:Workshop: Técnicasde Representação emTelevisão, Imagem, Comportamento e Co-municação para Profis-sionais , estudantes de da Comunicação SocialDocentes: Luís de MatosCurso: de Terça, 16 Novembro a Quinta, 25 Novembro, 2010Horário: Terça e quinta das 18h às 21h

ES-ENFERMAGEM S. FRANCISCO DAS MISERICÓRDIASPós-Graduação em Enfermagem no DesportoDuração: 300 horasECTS: 30Curso: 15/01/2011Pós-Graduação em Cuidados Paliativos para licenciados naárea da saúde.Org: Dep-Psicologia daU-Autónoma Lisboa e ES-Enfermagem S. Fran-cisco das MisericórdiasDuração: 300 horasECTS: 30Curso: 15/01/2011Pós-Licenciatura deEspecialização em Enfermagem de Reabilitação para enfermeirosCurso: 07/02/2011

FACULDADE DE BELAS ARTES UNIVERSI-DADE DE LISBOA

Philip Kotler em Aveiropromove no dia 16 de Novembro, no Centro de Congressos de Aveiro.Inscrições continuam abertas, 25 euros para estudantes, profes-sores e antigos alunos do IPAM e do IADE, 50 € para alunos e docentes de outras instituições de ensino e 100 € para profissionais do sector.De Quarta, 27/10/2010 a Quinta, 25/11/2010

F. CIÊNCIAS U. LISBOA COM MUSEU CIÊNCIA U-LISBOAOradora: Susana Barbosa,Sex, 12/11/2010, 18:30Entrada livreOrador: Rui Rosa, Sex, 26/11/2010 18:30Entrada livreOradora: Ana Delicado, Sex, 10/12/2010 18:30Entrada livre

PORTOQUINTA, 11/11/2010

I-CIÊNCIAS BIOMÉDI-CAS DE ABEL SALAZAR DO PORTOHospital Santo António Centro Hospitalar do Porto (CHP-HSA)Curso de Iniciação à Medicina Legal e Outras Ciências21 e 28 Outubro, 11 e 25 Novembro, 2, 9 e 16 Dezembro3 € ICBAS-BPI. 6 €ICBAS. 10 € não-ICBAS.Org: AE Ciências Biomé-dicas Abel Salazar

VILA REAL

U-TRÁS-OS-MONTES ALTO DOURO (UTAD)Centro de MatemáticaI Jornadas de História eMétodo daMatemáticaSáb, 04/12/2010Inscrição gratuita masobrigatória, até 1 de Dezembro, via email: [email protected]

Mais informações em www.aulamagna.ptaulamagna 01

IPAM I. PORTUGUÊS DE ADMINIS-TRAÇÃODE MARKET-ING DE MATOSINHOSConferência: Kids, Trends on Children Consumer Behaviour and Marketing to KidsQui, 07/04/2011Entrada livre

A história da origem deste novo restaurante, aberto há menos de um mês, próximo da Praça Carlos Alberto, escreve-se no feminino. O projeto é das irmãs Vânia e Sara Pais, 31 e 34 anos respetivamente, que, depois de anos a trabalharem na Holanda, decidem regressar às origens. O nome NOA é uma homenagem à filha de Sara, de apenas 4 anos. A terceira mulher, portan-to. A quarta interveniente feminina é Dulce Moniz, a pintora/escultora madeirense, autora das pinturas a acrílico que decoram as paredes, onde se avistam sil-huetas. de diferentes mulheres. Irão os homens sentir-se intimidados? “Esperamos que não. Que se sintam aqui bem e sem preconceitos. Além disso olham para sugestivos retratos “. A decoração do restaurante oscila entre o vermelho, o preto e o branco e conta com uma área lounge. O Menu de Degustação inclui entre 8 e 10 tapas e custa €19,90.R. Mártires da Liberdade, 108/112, Porto, T. 91 9181545

F. CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNIVER. NOVA DE LISBOAiMed - Congresso Inovar a Medicina 2.0Sexta, 05/11/2010, às 14:00 até domingo, 07/11/2010, às 18:00Org: AE F-Ciências Médi-cas U-Nova Lisboa

F. CIÊNCIAS SOCIAIS HUMANAS U-NOVA LISBOATerceiro Seminário Internacional: ‘Media, Jornalismo, Democracia’Seg, 08/11/2010, 10:00 Ter, 09/11/2010, 18:00Org: Centro Investigação Media Jornalismo

IS-ECONOMIA E GESTÃO U-TÉCNICA DE LISBOAUECE Lisbon Meetings 2010 - Game Theory and ApplicationsOrganizado pelo centro

de Inv. UECE do IS-Economia e Gestão.Quinta, 04/11/2010 e sábado, 06/11/2010Inscrições até 15 de Outubro: 200 eurosOrg: IS-Economia e Gestão da U-Técnica

IS-ESTATÍSTICA GESTÃO INFOR-MAÇÃO U-NOVAAberto para Sistemas de Informação Geográ-fica - ISEGIQua, 03/11, às 9:30 a Sex, 05/11/2010, 18:001 dia: 100 euros 3 dias: 150 eurosOrg: Open Source Geo-spatial Foundation

U-LUSÓFONA HUMANIDADES E TECNOLOGIAS1.ª Jornadas Lusófonas de Osteopatia e Saúde Sáb, 06/11/2010 das 10h às 18hEstarão presentes:José Duarte C. GorjãoJorge; Marieta Dá Mes-quita; Mª Inês Cabral; Patrícia Pedrosa; Margarida Valla; Eliana S. Santos.Seg, 08/11/2010Org: F-Arquitetura, de Humanidades e Tecnologias

O NOA | RESTAURANTE | 2010Petiscos portugueses e espanhóis na Baixa portuense

Page 3: Aula Magna

02 | Editorial | agenda

Se, numa entrevista de emprego, te disserem que a tua universidade ou politécnico não vale nada, tu tens argumentos contrários, certo?Sorri, porque no meio da maior crise dos últimos 80 anos e com a taxa de desemprego a subir, tu estás a ser rankinguizado numa lista que te vai tirar toda a argumentação e que vai pôr preto no branco o quevale a tua universidade.Que ela não vale muito no campe-onato internacional, já não é novi-dade nenhuma. São raríssimas as instituições de ensino portuguesas que aparecem nos rankings actuais. Mas a novidade é esta: com o novo ranking europeu vais ser compara-do até com os estudantes de insti-tuições portuguesas. E comparado sem apelo nem agravo, com crité-rios objectivos (que estão, enquan-to lês, a ser cozinhados). Acabou a contra-argumentação nas entre-vistas de emprego. Aliás, o assunto nem chega à entrevista: antes disso já foste escolhido ou excluído com

base nesse critério. Certo, certinho é que vem aí mais uma crise de confiança. Desta vez não é entre osempresários nem entre os consu-midores, é entre os académicos. Vamos ter mais uns quantos mo-mentos telejornalísticos do género «Portugal está na cauda da Europaem termos de...» O lado bom é que tudo isto vai trazer mais dinâmica ao teu politécnico ou universidade.Com um pouco de sorte até pode acontecer que te comecem a per-guntar o que pensas da tua institu-ição de ensino. A vergonha de se estar tão em baixo nos rankings vai seguramente oferecer uma nova vida a muitas instituições. Além disso, para estimular a cria-tividade e a invenção, não há nada como uma guerra ou o ócio. Não temos guerra, mas vamos ter mais esta crise, que, numa sociedade pacífica, faz as vezes da guerra. Não temos ócio aristocrático, mas temos agora as férias, as grandes férias, para desanuviarmos e acord-armos uma bela manhã, com novas ideias. Afinal, de contas, a criativi-dade é o que os portugueses têm de melhor e se a criatividade é o futuro e se já não falta crise e se até há férias, então, o que nos falta para darmos a volta a isto? Bora lá encher os pulmões de ideias frescas e trazer a luz da praia de volta às universidades. O país bem precisa.

EditorialVAI A WWW.AULA MAGNA.PTA tua universidade não vale nada!

Dire

cção

| Luí

s Oeir

as Fe

rnan

des

Coor

dena

ção d

e Com

unica

ção

Cata

rina F

erre

ira A

mar

al (F

CSH

UNL)

Grup

o de F

otoj

orna

lism

o Go

nçalo

Filip

e Mat

a (FC

UL) |

Migu

el Cu

nhal

| Ra

quel

Ferre

ira (F

BAUL

) | Ri

card

o Teix

eira

Escr

evem

01

João P

edro

Bar

ros |

Luís

Rica

rdo D

uarte

Imag

ens 0

1 Go

nçalo

Filip

e Mat

a (FC

UL) |

Inês

Pedr

oso F

erre

ira

(FBA

UL) |

José M

iguel

Soar

es | M

aria

Roqu

e dos

Sa

ntos

(ULH

T) | M

iguel

Cunh

al (IS

T-UT

L) | R

aque

l Fe

rreira

(FBA

UL) |

Rica

rdo T

eixeir

a (FC

SH-U

NL)

Pagi

nam

01 |

Filip

a Lou

renç

o (FB

AUL)

Proj

ecto

gráfi

co (p

apel

) | Ma

risa R

odrig

ues

Estu

do pa

ra pr

ojec

to gr

áfico

(pap

el)

Eunic

e Oliv

eira (

FBAU

L) | S

ara d

e Cas

tela

Coelh

o (FB

AUL)

| Mar

isa Ro

drigu

es (F

BAUL

)Pr

oprie

tário

Ma

gna E

studa

ntil –

Pub

licaç

ões S

.A. |

R. Ne

wto

n, n.º

12 –

1.º D

, Lisb

oaCR

C Lisb

oa/N

IF: 50

8642

558

Reda

cção

e pu

blici

dade

Av. V

iscon

de V

almor

, n.º 4

1 – 2.

º Esq

.10

50-2

37 Li

sboa

Tel. 2

1 780

02 8

0Fa

x. 21

780

02 8

2w

ww

.aula

mag

na.pt

Regis

to na

ERC 1

2558

6As

sinat

ura a

nual

5 eur

osCo

nsel

ho de

adm

inist

raçã

o Lu

ís Oe

iras F

erna

ndes

| Migu

el Ta

pada

|Va

nda M

atias

Fern

ande

sDi

recç

ão de

Form

ação

Jos

é Migu

el So

ares

M

arke

ting e

publ

icida

deSé

rgio

Lobo

Assis

tent

e Coo

rden

ador

a Ch

riste

lle N

eves

Cons

ulto

res d

e Edi

ção A

nick

Bilr

eiro

Fil

ipe M

ateus

| Luí

s Rica

rdo D

uarte

Cons

ulto

ra de

Gra

fism

o Fil

ipa Lo

uren

ço (F

BAUL

)Co

nsul

tore

s de I

nter

net

Abílio

Sant

os | J

orge

Mar

tins

Este

proje

cto be

nefic

ia do

apoio

do pr

ogra

ma

Finici

a e é

parti

cipad

o pela

Inov

Capit

alIm

pres

são

Lisgr

áfica

| Rua

Cons

iglier

i Ped

roso

, n.º

90,

Casa

l de S

ta.

Perio

dicid

ade |

Bim

estra

lTi

rage

m | 6

0 m

il exe

mplar

es

Page 4: Aula Magna

GAGAMonster Ball

Ela lançou the fame monster, uma coleção como ep de 8 canções que tratavam com o lado sombrio da fama, como experimentado por ela pelo percurso de 2008-09, enquanto viajava pelo mundo e são expressas através de uma metáfora de monstros. A sua 2ª turné, a monster ball tour, foi anunciada em apoio a ele e começou em novembro de 2009.

Page 5: Aula Magna

02 | Anfiteatro | novidades

Lady Gaga, sem dúvida a mais irreverente, inovadora e surpreendente estrela pop da actualidade, estreia-se em Portugal no dia 10 de Dezembro, Pavilhão Atlân-tico, com a Monster Ball Tour.Este é um espectáculo que promete ultrapassar todos os limites de um concerto ao vivo, trazendo aos fãs um espectáculo visual fantástico, emocionante, e uma experiência alucinante. “É a primeira ópera electro-pop” – descreve o the sun, que afirma, sem reservas, “que este é um espectáculo de tirar o fôlego”. Já o new york times descreve “que nesta monster ball tour há sempre alguma coisa que vale a pena obser-var um pormenor ou um detalhe que prende a nossa atenção”. Neste concerto, a cantora norte-america-na vai apresentar o seu albúm de estreia – the fame (2008), e os novos temas incluídos na reedição do al-búm em 2009 – the fame monster. Com uma curta lista de trabalhos editados, lady gaga tem já uma quantidade surpreendente de grandes hits como just dance, paparazzi, poker face, bad romance e telephone, que fazem vibrar qualquer pista de dança em qualquer parte do mundo. Com apenas 23 anos de idade, lady gaga já vendeu mais de oito milhões de álbuns - número que a torna uma das artistas mais bem sucedidas numa carreira tão curta. Este sucesso é comprovado com outros números impressionantes: nove nomeações para os mtv video music awards 2009 – ganhou três (“best new artist”, “best art direction” para o video paparazzi e “best spe-cial effects”). Conquistou também dois grammys “best dance recording” e “best electronic/ dance album”.

LADY GAGA MONSTER BALL TOUR PORTUGALPop/Rock | 10-12-2010 | 20:30 Sala Atlântico

Page 6: Aula Magna

Sempre achei que Portugal e Brasil são países que se estranham, como cães da mesma raça que se farejam com desconfiança, quando se cruzam na rua. Sempre achei que portugueses e brasileiros se entretêm ou a glorificar ou a esquartejar a história comum de acor-do com os seus próprios interesses. Mas ao escrever de Ouro Preto, uma das cidades históricas do Estado de Minas Gerais onde (literalmente) ainda cheira ao Portugal barroco, fui obrigado a perguntar-me nova-mente: o que temos de parecido? “O brasileiro tem um sério prob-lema de autoestima”, disse, numa palestra, nesse dia, jornalista e escri-tor Laurentino Gomes. Segundo o autor do recém-lançado 1822, a forma como a história denegriu D. Pedro, o primeiro imperador do Brasil, é também explicável pela tendência do brasileiro para ser precisamente um narciso às avessas. Hmmmm, hmmm, soou familiar. Os cães deixaram de se farejar com estranheza. Portugal, pela sua grande história e o Bras-il, pelo tamanho, aspiram constantemente ao recon-hecimento pelos pares. E a frustração gerada pelo in-cumprimento dessa vontade leva-nos à autoflagelação triunfante. A expectativa tem o mesmo comprimento do chicote. Nós, portugueses, adoramos odiar-nos. Temos inveja de tudo o que dá certo. Destinados ao erro, o sucesso é um acidente dos deuses, uma dis-tração da vontade divina. Não vivemos num país, vivemos na “terrinha”. Os brasileiros, por outro lado, voluntariam-se para emular as imagens que vêm de fora. Ter carro importado ou apelido estrangeiro (com exceção de português ou boliviano) é um empurrão

nas costas para a escalada social. O fajuto torna-se fabuloso quando passa na alfândega. Um estudo soci-ológico revelou que apenas 22% dos entrevistados de origem brasileira declararam ter muita confiança nos seus compatriotas - percentagem muito baixa se com-parada com outros países da América Latina. E falta de confiança é o que também não falta hoje em Portugal. O ano passado um estudo indicava que somos os mais insatisfeitos de toda a Europa ocidental. É mais fácil

encontrar ouro nas minas secas de Ouro Preto do que um português otimista. Escassez de autoestima coletiva não é só um problema de divã. Tem também significantes im-pactos na política e na economia. Lula da Silva sabe-o bem. A popu-laridade do Presidente é explicável, em parte, pela sua capacidade de saber injetar autoestima no país. É como se a profecia da geogra-fia e da demografia finalmente se revelasse na atenção internacional

que o país tem recebido também no desenvolvimento económico. A confiança atua como fator indutor do crescimento de um país, pelo aumento seja do con-sumo seja da inovação ou do empreendedorismo. Ao contrário do Brasil, Portugal ainda não começou a inverter a sua aversão a si mesmo. Mesmo que sejamos referência internacional em muitas áreas, (ambiente, desburocratização, ensino primário) insistimos em nos farejarmos com descon-fiança. Neste evento literário em Ouro Preto, por ex-emplo, as iniciativas portuguesas para promover os seus autores no estrangeiro foram aplaudidas. Alguém esc-utou? Porque ninguém escuta?

A falta de Auto-estima

Nós os portugueses adoramos odiar-nos.

Temos inveja de tudo o que dá certo.

Destinados ao erro, o sucesso é um acidente dos

deuses, uma distração da vontade divina.

Não vivemos num país, vivemos na “terrinha”.

RODRIGO TAVARES | OPINIÃO | 23, NOV, 2010Investigador convidado na Universidade de Columbia.

05 | Anfiteatro | crónica

Page 7: Aula Magna

Em que pensas quando vais para um combate?No que tenho de fazer para contrariar a minha ad-versária e qual a melhor estratégia para ganhar. Não penso em mais nada, nem nas implicações da vitória, nem na projecção mediática que às vezes resulta de chegar a um certo nível desportivo. Apenas no com-bate e no que posso fazer para chegar ao próximo.És como aqueles jogadores de xadrez que estão várias jogadas adiantados, sempre a pensar no movimento seguinte?Sim, temos de ter capacidade de antecipação. Perceber o que vai fazer o nosso adversário e encontrar a melhor solução para ultrapassar es dificuldades que ele nos coloca. O que mais gostas no Judo?Se tivesse de escolher um aspecto diria a competição. Gosto do desporto em si, de treinar, mas grande parte do gozo vem da possibilidade de entrar em competições. Não sendo um desporto com tradição em Por-tugal, como o escolheste?Foi muito simples: havia uma escola de judo ao pé da minha casa. Incentivada pela minha irmã, que o prati-cava, tive uma primeira experiência aos 12 anos. Mas na altura não me agarrou muito. Aos 14 dei-lhe uma segunda oportunidade. Aprende-se fundamentalmente com o adversário?Sim, não há volta a dar. Temos sempre de treinar com alguém. E quanto mais fortes forem as pessoas com quem treinamos maior será a nossa evolução. E quanto mais variadas foram essas pessoas maior será a nossa preparação para as diversas situações que surgem num combate. Como preparas um torneio, como os que começas a ter para atingires os mínimos olímpicos?Com treinos técnicos e físicos de manhã e à tarde. O meu dia começa normalmente às seis e meia da man-hã, para me preparar para o primeiro treino, às oito. Depois vou para a aulas. Volto a treinar ao final do dia.Aplicas nas aulas o que aprendes no judo?Provavelmente, os desportistas conseguem lidar mais facilmente com a pressão inerente aos exames. Têm de ser pessoas organizadas e disciplinadas, qualidades que beneficiam muito o estudante. O segredo é trabalhar por objectivos?

Exactamente. E a partir de certa altura torna- se fácil, quase um estilo de vida ou um hábito. Até porque começamos muito cedo e cresce-se mais depressa.Mesmo com uma carreira de alta competição, já com duas presenças nos Jogos Olímpicos, nunca abdicaste do ensino superior. É uma valorização pessoal?É um curso que faço por mim. Sei que financeira-mente não me vai trazer muita segurança, mas é im-portante para aumentar o meu leque de conhecimen-tos e a minha experiência, até porque gostava de, no futuro, abrir uma escola de judo. Além disso,é bom ter qu alquer coisa fora do desporto. Notas diferenças entre o ensino público e privado?No início confesso que estava com receio de ir para o ensino privado, pensava que ia ser muito mais fácil. Mas tenho verificado o contrário. Os professores são interessados e exigentes, também porque correm o risco de, se não ensinarem bem, ser despedidos... Mas a principal diferença é ao nível da secretaria, que para um desportista é muito importante: são menos buro-cráticos e mais flexíveis. O ensino superior beneficiaria com uma estrutura mais competitiva, como o desporto?Acho que sim. Era bom que houvesse essa consciên-cia. Sempre que vou a uma escola digo isso: um teste é como uma competição. Sentir-nos-emos mais tran-quilos e confiantes se soubermos que fizemos o que tínhamos a fazer. É o famoso ditado: quem dá o que tem a mais não é obrigado. No judo, treinar, na aulas, estudar. Esta perspectiva aumenta a nossa autoestima.Se eu fosse para uma competição de judo sem treinar, como já fui uma vez – e arrependi- me –, o meu es-tado de espírito não seria o mesmo.Qual o teu lema de vida desportivo e universitário?Acreditar. Porque quem acredita e trabalha em função dessa crença acaba sempre por merecer as suas con-quistas. Uma forte componente psicológica é funda-mental para se ter sucesso. E para isso é preciso acreditar.

É uma das nossas melhores atletas e prova-o em cada competição, mesmo quando não ganha medalhas. Só não sabíamos que faz o mesmo nas aulas, em cada ex-ame e trabalho da licenciatura em Educação Física e Desporto. Convidámos Telma Monteiro, 24 anos, para um duelo verbal.

Telma Monteiro06 | Anfiteatro | entrevista

A falta de Auto-estima

Page 8: Aula Magna

Os Salto

Amor Fúria, com a intenção de juntar muitos artistas, inventar canções novas, editar discos. Dois rapazes do Porto e dança. Reparem que ao dizer dança, estou mesmo a dizer dança, não há figuras de estilo para a conveniência das intenções. Com duas guitarras e bom gosto musical, eles parecem querer mostrar que podem fazer boa música. Só mais uma coisa, pode parecer foleira a expressão, mas Salto é mesmo para saltar. E mais não se diz sobre o assunto.

Os Amantes Furiosos voluntariam-se na defesa da cultura em Portugal, especificando o seu raio de acção na valorização e promoção da cultura pope moderna portuguesa. Aquela que foi inventada, lançada e proli-forada pelo Andy Warhol e pelos Beatles.Os Amantes Furiosos compremetem-se com Portu-gal, com as suas raízes e tradições, os seus rostos con-temporâneos, os seus possíveis futuros. Os Amor Fúria são inspirados por uma vasta gama de diversos autores como António Variações ou Pedro Ayres Magalhães, por Pedro Costa ou Amália Rod-rigues, também por Tito Paris ou Manuel de Freitas.

07 | Laboratório | talentos

MÚSICA BANDAS DE ESTUDANTESOs Salto, banda revelação

Page 9: Aula Magna

Os Salto

Aquando do seu, quase recente, regresso à escrita das revistas, Miguel Esteves Cardoso, lembrava a urgência da “juventude” da/na Pop. Apontava, mais do que a “velhice” da Pop portuguesa, a baixa média das idades na maioria dos novos projectos que recebemos de outros indicativos internacionais. De um lado e por outro recebemos, antes, agora e a seguir, discos assinados por idades em escolaridade mínima obrigatória. Falava, o referido, nas idades do risco e do erro, dois dos ingredientes fundamentais de uma receita Pop perfeita que o tempo provou ser bastante saborosa: Os Jackson Five, Osmonds, Haircut

100, Arctic Monkeys... Formados no inicio deste 07, Guilherme e Luís, avançam com SALTO. Uma reali-zação da primeira geração Mp3. Com os The Magic Numbers, Beta Band/The Aliens, Paul Weller, Gil Scott Heron, os Ornatos Violeta, Rufus Wainwright, Arctic Monkeys…Enchem os “gigas” dos seus gostos de 19 anos sem o pudor de quem quer tocar o que gosta e em Shuffle tudo apresenta. Possível? Sim. Duas guitarras, duas vozes, duas cadeiras e muitos, mui-tos anos pela frente para mais misturar e dar.

08 | Laboratório | talentos

Page 10: Aula Magna

09 | Laboratório | talentos

ILUSTRAÇÃO

ILUSTRAÇÕES DE BERNARDO COELHOEstudante de Design de Comunicação da Fbaup

Page 11: Aula Magna

03 | Laboratório | talentos

Page 12: Aula Magna

ITA Futebol 11: grande competitividade em campo.Durante 3 dias, os relvados de Faro receberam o 1º Torneio de Apuramento de Futebol 11 masculino. O pontapé de saída foi dado na tarde de 22 de No-vembro no jogo entre a equipa da casa, a Associação Académica da Universidade do Algarve e o Politéc-nico de Leiria. Mais jogos se seguiram numa com-petição que contou com a participação de mais 6 in-stituições, AAUM, AAUBI, AAUAv, AAC, Politécnico de Viseu e AEESDRM. Uma prova em geral muito disputada, que termi-nou com uma final entre Politécnicos. Contratações fortes para o Politécnico de Leiria, que se destacou no torneio com o treinador Ricardo Pateiro, jogador do União de Leiria. Também na equipa do IPLeiria jogam esta época jogadores profissionais da 2ª e 3ª Divisão. Ambas as equipas estiveram muito bem e não deram espaço para golos durante o tempo regu-lamentar. Apenas na marcação de pontapés na marca de grande penalidade, foi decidido o marcador, 3-4, dando a vitória à equipa de Viseu.Na decisão do 3º e 4º lugar, a Académica de Coimbra mostrou superioridade contra os minhotos ao vencer por 2-1 a equipa da Universidade do Minho.Primeira vez em campoA Associação de Estudantes da Escola Superior de Desporto de Rio Maior teve este ano a sua estreia em campo. Élio Simões, jogador da AEESDRM, tira

desta experiência as melhores recordações. “Apesar de termos perdido o último jogo, temos uma sensação de dever cumprido, ficamos felizes porque demos o nosso melhor em campo”, conta. Há 3 anos que Élio tenta formar a equipa e final-mente viu o seu desejo realizado. “Somos um grupo de amigos e viemos para aqui do nada, com um treino apenas”, diz o jogador. A base “está lançada” e agora? “Vamos continuar o trabalho e apostar cada vez mais no desporto para fazermos frente às outras universi-dades e talvez um dia sermos campeões nacionais.” Para o próximo Torneio de Apuramento, em Guima-rães, pelo menos conseguir um lugar na fase seguinte.Em termos de organização, na sua opinião estava tudo bem estruturado com as mínimas condições ga-rantidas para tudo, alimentação, logística. A nível da competição, o Politécnico de Viseu e o Politécnico de Leiria destacaram-se das restantes adversárias. Sem dúvida, porque uma pessoa quando vai para a universidade, pratica um desporto num clube da sua terra e quem vai para outra ponta do país, precisa de praticar desporto e esta é a alternativa certa e em ter-mos de competitividade já se encontra muita com-petitividade em certas modalidades. Para finalizar, o atleta salientou que “o desporto Uni-versitário é fundamental e este torneio mostrou que todas as equipas vieram com aquele espírito académi-co que proporcionou muito convívio entre todos”.

Futebol universitário

11 | Pátio | desporto

FADU | DESPORTO | 25, NOVEMBRO DE 2010ITA Futebol Universitário 11 masculino joga em Faro

Page 13: Aula Magna

o desporto Universitário é fun-damental e, este torneio mostrou que todas as equipas vieram com aquele espírito académico que proporcionou convívio entre todos

12 | Pátio | desporto

Futebol universitário

Page 14: Aula Magna

Será que isto é suficiente? É. A simplicidade não im-plica austeridade e pode mesmo tornar-se mais atra-tiva do que o luxo. A Muji que o diga

Para muitos portugueses as viagens para fora do País tinham, quase sempre, um destino implícito: visitar uma loja Muji e satisfazer um dos seus desejos mais simples comprar um “caderninho Muji”, de capa sé-pia, sem fantasias nem acessórios desnecessários, ap-enas o tamanho ideal e prático para “tomar notas” e transportar na algibeira. A partir da próxima semana (ainda sem data marcada, já que as obras se atrasaram), vai poder fazê-lo em Lisboa, na Rua do Carmo (nos números 63-75), no Chiado.

Comprar os úteis (e viciantes, até) cadernos, as mil e uma canetas, o material de escritório, a roupa feita de matérias orgânicas, os produtos de beleza, os utensílios de cozinha, os móveis minimais, os brinquedos, os ar-tigos de viagem, em suma, alguns dos objetos mais surpreendentes e funcionais que há cerca de 30 anos tornaram a expressão “simple life” uma certeza.Muji, fundada no Japão em 1980, é a abreviatura de Mujirushi Ryohin (produtos de qualidade sem mar-ca). Começou com a produção de 40 produtos, atual-mente existem mais de 8 mil que tentam responder aos princípios básicos com que tudo começou: de-senho funcional, os produtos e a sua função é o que importa; boa qualidade a preços razoáveis.

EM DESIGN | ARTE | 23, NOV, 2010A marca sem marca Ana Pereira da Silva

Hoje com 460 pontos de venda espalhados pelo mun-do (320 só no Japão), foi em 1990 que iniciaram a sua expansão fora de portas, estendendo-se a outros países como Reino Unido, França, Itália, Suécia, Espanha, Turquia, EUA, China, Taiwan, Coreia do Sul, Tailândia.Mas deixemos, por momentos, os produtos de lado, porque a Muji é muito mais do que uma loja (e a de Lisboa vai ter 300m2, distribuídos por dois pisos!) é uma filosofia de vida, baseada nos princípios para um mundo mais sustentável. E Portugal, sejamos claros, há muito que a merecia.

Jordi Puig, director-geral da Muji Ibéria, é o respon-sável pela sua chegada à capital portuguesa: “As lojas Muji e os seus produtos têm muito êxito nas grandes

MujiDesign

13 | Pátio | arte

Page 15: Aula Magna

cidades cosmopolitas. Por essa razão ‘desembarcamos’, em Lisboa, concretamente no bairro do Chiado, onde encontramos uma tipologia de gente para quem o de-senho e a qualidade não é indiferente.” Se esta é a altura certa, o tempo o dirá: “A nossa empresa tem um plano de expansão na Península Ibérica que con-templa Lisboa, desde o início. Mas o começo da crise económica obrigou-nos a atrasar um pouco o ritmo de aberturas estabelecido inicialmente. Mas Lisboa, tal como o Porto, fizeram sempre parte no nosso plano de expansão.” A qualidade e a estética japonesas che-garão aqui pouco antes do Natal. Podemos considerar este acontecimento um presente, sem grandes laços nem papéis coloridos a embrulhá-lo. Os tempos não estão para isso, de facto, mas se há coisa que a Muji se

orgulha é de, além de criar produtos bem desenhados, funcionais, simples, que fogem da banalidade, praticar preços justos.E isso consegue-se, também, retirando-lhes o que supérfluo. E a loja lisboeta, ampla e central, será tão inspiradora como as demais: “Os produtos que tere-mos na loja de Lisboa são exatamente os mesmos que podemos encontrar nos outros países, à exceção do Japão onde existem lojas de grande formato (algumas com 6 mil metros quadrados), que incluem restau-ração e a venda de produtos alimentares.

Abarcaremos cerca de 5 mil referências, sendo o es-paço a única limitação para que este número seja maior ou menor”, explica-nos Jordi Puig.A sociedade que irá gerir a Muji no nosso país é a Bracchium Retail Portugal, propriedade das famílias espanholas Puig (que detêm as marcas Carolina Her-rera, Nina Ricci e Paco Rabanne) e Andreu (com interesses nos setores do imobiliário, náutico e con-cessionários de automóveis). Certeiros neste inves-timento, muito diferente das griffes atrás descritas. Afinal, “o que significa para si, Jordi, a marca Muji?” “O seu conceito baseia-se na apreciação cuidadosa de materiais, na eficácia dos processos de produção e na simplificação da embalagem.

‘Mujirushi Ryohin’, tal como era originalmente con-hecida, significa ‘produtos de qualidade sem marca’. O valor dos produtos Muji está naquilo que eles são e não em quem é responsável pelo seu design. Por isso, os produtos Muji nunca são visivelmente assinalados como sendo marca Muji.” Simples, não é?

Será que isto é suficiente? É.A simplicidade não implica austeridade e pode mesmo tornar-se mais atrativa do que o luxo. A Muji que o diga

14 | Pátio | arte

Page 16: Aula Magna