aula espécie forrageira

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09/09/2013 1 Escolha da espécie forrageira Qual a melhor espécie forrageira? Resistente à geada; Resistente à seca; Resistente à pragas (cigarrinha); Resistente à doenças; Resistente ao pastejo; Resistente ao fogo; Produza semente; Pouco exigente em nutrientes; Tolerante ao Alumínio; Tolerante à solos encharcados; Alta produção de forragem; Alto valor nutritivo da forragem produzida; Permite consórcios; Não apresente princípios tóxicos; Silagem de alta qualidade; Feno de alta qualidade; Perene e persistente; Alta velocidade de cobertura de solo, etc FORRAGEIRA IDEAL: Existe uma espécie assim ? Fatores a serem considerados na escolha da espécie forrageira Adaptação ao clima da região; Tipo de solo: relevo,umidade, fertilidade; Resistência ao pastejo, hábito de crescimento; Produção de matéria seca por ano, valor nutritivo, disponibilidade de área; Período de produção; Categoria animal ou ganho preconizado; Necessidade de consorciação; Facilidade de manejo; Cfa - Clima subtropical, verões quentes, geadas pouco frequentes e tendência de concentração das chuvas nos meses de verão, contudo sem estação seca definida. Cfb - Clima temperado propriamente dito; temperatura média no mês mais quente abaixo de 22 ºC, verões frescos, e sem estação seca definida.

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Escolha da espécie forrageira

Qual a melhor

espécie

forrageira?

Resistente à geada; Resistente à seca; Resistente à pragas (cigarrinha); Resistente à doenças; Resistente ao pastejo; Resistente ao fogo; Produza semente; Pouco exigente em nutrientes; Tolerante ao Alumínio; Tolerante à solos encharcados; Alta produção de forragem; Alto valor nutritivo da forragem produzida; Permite consórcios; Não apresente princípios tóxicos; Silagem de alta qualidade; Feno de alta qualidade; Perene e persistente; Alta velocidade de cobertura de solo, etc

FORRAGEIRA IDEAL:

Existe uma espécie assim ?

Fatores a serem considerados na

escolha da espécie forrageira

• Adaptação ao clima da região;

• Tipo de solo: relevo,umidade, fertilidade;

• Resistência ao pastejo, hábito de crescimento;

• Produção de matéria seca por ano, valor nutritivo, disponibilidade de área;

• Período de produção;

• Categoria animal ou ganho preconizado;

• Necessidade de consorciação;

• Facilidade de manejo;

Cfa - Clima subtropical, verões quentes,

geadas pouco frequentes e tendência

de concentração das chuvas nos meses

de verão, contudo sem estação seca

definida.

Cfb - Clima temperado

propriamente dito; temperatura

média no mês mais quente abaixo

de 22 ºC, verões frescos, e sem

estação seca definida.

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Sudoeste do Paraná 42 Municípios

Cfb

Cfa Existem 18 microclimas no sudoeste do PR

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Relevo

Leguminosa prostrada Gramínea prostrada

Leguminosa ereta Gramínea ereta

Diferenças morfológicas em relação a forma de crescimento

Pennisetum x Cynodon

Pioneiro x Tifton

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Ervilhaca x Pioneiro SOBRESSEMEADURA DE ERVILHACA EM CAPIM-ELEFANTE

SOBRESSEMEADURA DE AVEIA E AZEVÉM EM

TIFTON Como identificar/classificar uma Pastagem

Ciclo de vida

•Perenes

•Anuais

Forma de crescimento

•Eretas

•Estoloníferas

•Rizomatozas 1. Gramíneas

2. Leguminosas

Forma de propagação

•Sementes

•Mudas

•Mudas e sementes

Épocas de crescimento

•Verão

•Inverno

Ciclo de vida

• Anuais – milheto, sorgo, papuã, aveia, azevém – Florescem e morrem no primeiro e único ano da sua

vida

• Bianuais – trevo vermelho, guandu – Só florescem no segundo ano

• Perenes – Tifton, Estrela Africana, Pioneiro, etc. – Levam 1 ou mais tempo para se reproduzir;

– Apenas alguns de seus perfilhos diferenciam

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Época de crescimento

• Hibernal - Ex: Trevos, ervilhaca, aveia, azevém – Crescimento de outono, inverno e primavera

– Temperatura ótima desenvolvimento 18 a 25 oC

• Estival - Ex: Brachiarias, Panicuns, Cynodon. – Crescimento de primavera e verão

– Temperatura ótima desenvolvimento 28 a 35 oC

• Temperatura de base: abaixo dela as plantas param de produzir – Trigo = 4 oC Aveia, Azevém = 3 oC

– Mombaça = 15 oC, Aruana = 12 oC

Gramíneas perenes e anuais

HEMARTRIA

TIFTON 85

MOMBAÇA

Festuca Hemartria Tifton 85

Mombaça

Centeio

Como identificar/classificar uma Pastagem

Quanto a finalidade

1. Qualidade – valor proteico

2. Quantidade - volumoso

Quanto às Exigências, de

•Ao solo

•Umidade

•temperaturas

Alto valor protéico

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Alta produtividade

Panicun

Elefante

Estrela

B. decumbens

B. humidicola

Hemarthria

Jesuíta Modificado de (Corsy, 1988)

Qualidade da forragem

Alfafa

Tiftons e Coast Cross

Escada descendente ou escala da ilusão

Cada espécie apresenta !!

• Manejo específico;

– Altura, massa de forragem, descanso..

• Exigência em termos de T oC, umidade, nutrientes

• Local e situação mais adequada;

• Dinâmica de produção

– Distribuição da produção no tempo;

– Resposta a nutrientes

• Capacidade produtiva diferente

Pastagens cultivadas de verão Nível de importância

Espécies Nomes comuns (BR) PR SC RS

Gramíneas perenes de verãoPanicum maximum Colonião ++ + +Brachiaria brizanta Brizanta, braquiária +++ + +Brachiaria spp. braquiária, humidicola,

decumbens+ + +

Digitária decumbens Pangola + + ++Cynodon spp. Estrela, coast-cros, tifton +++ + ++Axenopus compressus Missioneira, jesuíta ++ +++ +++Pennisetum clandestinum Quicuio + + +Pennisetum purpureum Capim elefante + + +Paspalum saurae Pensacola ++ ++ +++Hemartria altissima Hemartria ++ ++ +Setaria sphacelata Setária + + +Chloris gayana Rhodes + + +

Gramíneas anuais de verãoPennisetum americanum Milheto +++ +++ +++Sorghum spp. Sorgo + + ++Euchlaena mexican Teosinto, dente de burro + + +Brachiaria plantaginea Papuã ++ + +

Fonte: Nabinger, C. et. al. (1999)

Nível de importância

Espécies Nomes comuns (BR) PR SC RS

Gramíneas anuais de invernoLolium multiflorum Azevém +++ +++ +++Avena strigosa Aveia preta +++ +++ +++Avena sativa Aveia branca +++ ++ +Secale cereale Centeio ++ ++ +x Triticosecale Triticale ++ + +Hordeum vulgare Cevada + + +

Gramíneas perenes de invernoFestuca arundinaceae Festuca + + +Bromus catharticus Cevadilha + + +Dactylis glomerata Capim dos pomares + + +Falaris tuberosa Falaris + + +

Leguminosa anual de invernoVicia sativa ++ ++ ++Vicia villosa + + +Trifolium vesiculosum Trevo vesiculoso ++ ++ +++Trifolium subterraneum Trevo subterrâneo + + +

Leguminosa perene de invernoTrifolium repens Trevo branco ++ + +++Trifolium pratense Trevo vermelho ++ ++ ++Lotus corniculatus Cornichão ++ ++ ++Medicago sativa Alfafa + + +

Pastagens cultivadas de Inverno

Gramíneas

Perenes

Anuais

Inverno

Verão

Inverno

Verão

Festuca, Phalaris, Dactylis,

Andropogon

Cynodon spp, Panicum spp,

Pennisetum spp, Brachiaria spp.

Leguminosas

Perenes

Anuais

Inverno

Verão

Inverno

Verão Arachys spp, Leucena,

Stylosanthes, Medicago sativa

Lolium, Avena spp, Secale spp.

Sorghun spp, Pennisetum spp.

Vicia spp, Trifolium spp, Lupinus

spp.

Lab lab spp, Cajanus cajan spp.

Trifolium spp, Lotus spp.

As plantas forrageiras são classificadas em gramíneas e leguminosas,

perenes e anuais ambas possuindo espécies de inverno e verão

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Vencedor Tanzânia Mombaça Brachiaria

Coastcross Tifton Elefante Cana

Sorgo Milheto Azévem Aveia

Trevo branco Trevo vermelho Cornichão

Amendoim Ervilhaca Alfafa

Guandu Leucena Estilosante

B. Brizantha – Arachys pintoi

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Cynodon spp

Coast-cross

Tifton 68

Tifton 85

Produção de MS e eficiência de conversão do N em Coast-cross

Kg N/ha/ano MS t/ha/ano Kg MS/kg N

0 12,0 -

200 24,4 62

400 32,6 51

600 35,4 39

Monteiro (1996)

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TIFTON 85

• Lotação: 8,3 unidade animal por hectare.

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Lotação: 8,3 Unidade animal por hectare.

Lotação 8,3 unidade animal por hectare.

• Pressão de Pastejo/Resíduo Mínimo 5 a 15 cm altura/1500 a 2000 kg de matéria seca por hectare

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Panicum maximum

Vencedor Tanzânia Mombaça

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Aruana

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Pennisetum clandestinum

KIKUIO

GRAMÍNEAS ANUAIS DE VERÃO

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Arachys pintoi

AMENDOIM FORRAGEIRO

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PASTEJO INTENSIVO DE ALFAFA

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Formação Área de Alfafa

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Alfafa – Adelino Dariz – Rio Bonito do Iguaçu, PR Alfafa – Adelino Dariz – Rio Bonito do Iguaçu, PR

GRAMÍNEAS ANUAIS DE INVERNO

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LEGUMINOSAS ANUAIS DE INVERNO

ERVILHACA – Vicia sativa e Vilosa

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TREVO

BRANCO Trevo branco

TREVO

VERMELHO TREVO VERMELHO

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TREVO

VESICULOSO

Cornichão - Lotus corniculatus

Germoplasma 20/10/2006 20/12/2006 07/01/2007 Total

Cornichão San Gabriel 2.481 ab 4.549 a 4.210 ab 11.239 a

Cornichão San Gabriel Ijuí 1.884 abcde 4.553 a 4.887 a 11.327 a

Cornichão El Rincon 1.175 e 1.677 f 3.036 bcd 5.888 c

Cornichão UFRGS 2.106 abcd 4.721 a 4.721 a 10.573 a

Trevo vermelho Quiñequelli 2.722 a 2.890 cd 8.159 b 8.159 b

Trevo vermelho UFRGS 1.858 abcde 3.728 b 2.101 d 7.687 b

Trevo vermelho Quiñequelli Ijuí 2.257 abc 2.812 cd 3.218 bcd 8.287 b

Trevo vermelho Kenland 2.045 abcde 3.007 cb 2.848 bcd 7.900 b

Trevo vermelho Nova Sanatana 2.238 abc 3.260 cb 3.387 bcd 8.885 b

Trevo branco Bagé 1.517 cde 2.070 edf 0 e 3.587 d

Trevo branco UFRGS 1.755 bcde 1.847 ef 0 e 3.602 d

Trevo branco Jacuí 1.229 de 1.448 f 0 e 2.677 d

Trevo branco Zapican 1.607 bcde 2.524 cde 0 e 4.131 cd

Trevo branco Yí 1.665 bcde 2.666 cd 0 e 4.331 cd

Média 1.897 3.042 2.263 7.202

C.V 29,4 20,0 20,6 16,8

Produção de forragem de diferentes genótipos de cornichão,

trevo branco e trevo vermelho de junho de 2006 a janeiro de

2007. Pato Branco

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Germoplasma PB (%) FDN FDA NDT

Cornichão San Gabriel 11,6 d 59,9 a 40,6 a 59,4 c

Cornichão San Gabriel Ijuí 11,5 d 59,9 a 40,6 a 59,4 c

Cornichão El Rincon 12,0 cd 52,8 ab 37,8 ab 61,4 bc

Trevo vermelho Quiñequelli 13,1 cd 52,9 ab 39,8 ab 60,0 bc

Trevo vermelho UFRGS 13,0 cd 53,0 ab 40,3 a 59,6 c

Trevo vermelho Quiñequelli Ijuí 13,4 bcd 52,8 ab 40,2 a 59,7 c

Trevo vermelho Kenland 12,5 cd 52,6 ab 39,4 ab 60,2 bc

Trevo vermelho Nova Sanatana 13,5 bcd 52,8 ab 39,0 ab 60,6 bc

Trevo branco Bagé 17,3 a 39,1 cd 31,5 bc 65,7 ab

Trevo branco UFRGS 16,4 ab 43,2 cd 33,6 abc 64,3 abc

Trevo branco Jacuí 14,9 abc 47,3 cd 35,3 abc 63,1 abc

Trevo branco Zapican 16,3 ab 43,7 cd 32,6 abc 65,0 abc

Trevo branco Yí 17,7 a 38,5 d 28,6 c 67,8 a

CV. 7,46 5,75 7,49 3,12

Desmodium ovalifolium

UTILIZAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR NA

ALIMENTAÇÃO ANIMAL

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VANTAGENS

• Alta produção (até 120 t/ha);

• Baixo custo por kg de MS produzida;

• Acima de 60% NDT

• Perene (renovação talvez necessária a partir do quarto ano);

• Mantém valor nutritivo por longos períodos após a maturação;

• Cana picada ou silagem;

• É bem aceita e consumida pelos animais.

DESVANTAGENS

• Baixa PB (2% a 3% na MS) e minerais;

• Necessidade de adição de fonte NNP e/ou NP;

• Alto FDN – limitação de consumo.

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COMO USAR?

• Pequenos plantéis, colheita manual e transporte em carretas/carroças para ser picada em picadeiras estacionárias, próximas do local de fornecimento;

• Rebanhos maiores, usam máquinas forrageiras que cortam, picam e carregam em uma única operação.

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• Uso associado com uma fonte NNP (90% uréia + 10% sulf. amônio) = Ganhos de até 300 g/cab./dia;

• Na fase de adaptação, usar apenas 0,5 kg da mistura para 100 kg de cana picada;

• Adaptados, 1 kg para cada 100 kg de cana fresca picada.

A aplicação da mistura sobre a cana é feita

da seguinte forma:

• Para cada 100 kg de massa de cana picada,

aplicar a mistura uréia + sulfato de amônio diluída

em 3-4 litros de água, com a ajuda de um

regador;

• Essa distribuição deve ser a mais uniforme

possível.

INTOXICAÇÃO POR URÉIA

• Tremores musculares

• Respiração acelerada

• Incoordenação

• Convulsões

• Morte

Principais

variedades

NA 5679

CB 45-3

RB 855113

RB 855536

RB 867515

SP 803280

SP 791011

SP 811763

SP 791011

CÁLCULO DA ÁREA

Supondo-se:

– produtividade esperada de massa verde de

120 t/ha

– número de animais - 100

– período de suplementação - 150 dias

– peso médio/cabeça - 300 kg

– fornecimento diário - à vontade (6% do peso

vivo/cab./dia de massa verde)