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Aula 8 – Diferenças em Diferenças Material Elaborado por Betânia Peixoto Modificado por Guilherme Irffi e Francis Petterini

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Page 1: Aula 8 – Diferenças em Diferenças Material Elaborado por Betânia Peixoto Modificado por Guilherme Irffi e Francis Petterini

Aula 8 – Diferenças em Diferenças

Material Elaborado por Betânia Peixoto

Modificado por Guilherme Irffi e Francis

Petterini

Page 2: Aula 8 – Diferenças em Diferenças Material Elaborado por Betânia Peixoto Modificado por Guilherme Irffi e Francis Petterini

Diferenças em Diferenças

“ Procedimentos estatísticos para Avaliação de Impacto do programa quando temos disponíveis as informações de ANTES e de DEPOIS do tratamento”.

Page 3: Aula 8 – Diferenças em Diferenças Material Elaborado por Betânia Peixoto Modificado por Guilherme Irffi e Francis Petterini

Plano de Aula

Conceito de avaliação de impacto pelo método de diferenças em diferenças

Implicação sobre o viés de seleção

Combinação do método de diferenças em diferenças com o pareamento por escore de propensão.

Page 4: Aula 8 – Diferenças em Diferenças Material Elaborado por Betânia Peixoto Modificado por Guilherme Irffi e Francis Petterini

Diferenças em Diferenças - DD Quando: a separação entre os grupos de tratamento e

controle não foi aleatória e

quando temos grupos de tratamento e controle diferentes em relação a características que não são observáveis.

O estimador de DD é uma popular abordagem de avaliação utilizada quando existe amostra para mais de um período no tempo. .

Page 5: Aula 8 – Diferenças em Diferenças Material Elaborado por Betânia Peixoto Modificado por Guilherme Irffi e Francis Petterini

O que é requerido

Esta metodologia compara os grupos de tratamento e de controle em termos de mudanças no produto relativo à pré-intervenção.

Para isto, requer dados amostrais para os tratados e não tratados em pelo menos dois períodos no tempo, antes e depois da intervenção.

Page 6: Aula 8 – Diferenças em Diferenças Material Elaborado por Betânia Peixoto Modificado por Guilherme Irffi e Francis Petterini

Intuitivamente

Por meio do método DD, comparamos amostras de tratados e não tratados antes e depois da intervenção.

Calculamos a diferença na média dos produtos antes e depois da intervenção para cada grupo, tratado e não tratado.

A diferença entre estas duas diferenças é o impacto estimado.

Page 7: Aula 8 – Diferenças em Diferenças Material Elaborado por Betânia Peixoto Modificado por Guilherme Irffi e Francis Petterini

Impacto = ATT = E[Yp, P=1] - E[Ysp, P=1] Não observamos Ysp quando P=1.

Se E[Ysp, P=1] ≠ E[Yc, P=0]Erro: ε= E[Ysp, P=1] - E[Yc, P=0] (1)

O ATT é dado por:ATT = E[Yp, P=1] - E[Yc, P=0] + ε (2)Substituindo (1) em (2)ATT = E[Yp, P=1] - E[Yc, P=0] + {E[Ysp, P=1] - E[Yc,

P=0] }

Relembrando: Problema da Avaliação

Viés ou erro

Page 8: Aula 8 – Diferenças em Diferenças Material Elaborado por Betânia Peixoto Modificado por Guilherme Irffi e Francis Petterini

Relembrando: O Erro ou Viés

O Viés é causado pelas características diferentes entre tratado e controle que levam à que o indicador de impacto seja diferente entre os grupos.

O Viés poderia ser decomposto em 3 componentes ou causas:

1) primeiro é a falta de suporte comum. (pareamento) 2) viés proveniente dos observáveis. (regressão

linear/pareamento) 3) viés de seleção, ou viés proveniente dos não

observáveis (Diferenças em Diferenças)

Page 9: Aula 8 – Diferenças em Diferenças Material Elaborado por Betânia Peixoto Modificado por Guilherme Irffi e Francis Petterini

Yit denota o produto mensurado para a i-ésima unidade observada nas duas datas, t = 0,1.

Por definição no período 0 ninguém é tratado Ti0=0

ATT = E(YPi1 - YP

i0 |Ti1 = 1) – E(Yspi1 - Ysp

i0 |Ti1 = 0)

Formalmente: Diferenças em Diferenças

Page 10: Aula 8 – Diferenças em Diferenças Material Elaborado por Betânia Peixoto Modificado por Guilherme Irffi e Francis Petterini

Supondo que a diferença não observada entre a média do produto dos tratados e não tratados não varia com o tempo - o viés de seleção não varia com o tempo...

...Quando se faz a diferença da diferença do indicador de impacto, o viés de seleção, caso presente, se anula, fazendo com que o estimador DD seja não viesado.

Neste caso, mudanças no produto dos não tratados revelam mudanças no produto do contra-factual. Então,

E(Yspi1 - Ysp

i0 |Ti1 = 1) = E(Yci1 - Yc

i0 |Ti1 = 0)

Implicação

Page 11: Aula 8 – Diferenças em Diferenças Material Elaborado por Betânia Peixoto Modificado por Guilherme Irffi e Francis Petterini

Caso a pressuposição de que a diferença não observada entre a média do produto dos tratados e não tratados não varia com o tempo seja violada, podemos esperar que o estimador DD seja viesado.

Violação da pressuposição

Page 12: Aula 8 – Diferenças em Diferenças Material Elaborado por Betânia Peixoto Modificado por Guilherme Irffi e Francis Petterini

Na metodologia Diferenças em Diferenças, aplicamos o método utilizando toda a amostra.

No método Diferenças em Diferenças com Pareamento, aplicamos o DD na sub-amostra selecionada pelo PSM. Neste caso, o viés é bastante reduzido, pois o PSM ajuda a minimizar o viés proveniente dos observáveis e de ausência de suporte comum, enquanto que o DD ajuda a reduzir o viés de seleção.

Diferenças e Diferenças em Diferenças e Diferenças em Diferenças com Pareamento

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Preparação do Banco de Dados (1)

Precisamos ter num único banco de dados todas as informações de antes e de depois, de todos os indivíduos.

Para separarmos as informações de antes e depois, criamos uma variável que será igual a ‘1’ se os dados forem de depois e será igual a ‘0’ se os dados forem de antes do programa.

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Preparação do Banco de Dados (2)

Criamos também uma outra variável = “programa” vezes “depois” chamamos esta variável de interação entre

duas variáveis: ela só será igual a ‘1’ quando o indivíduo participa do programa e os dados são de depois do tratamento.

A estimativa do coeficiente associado a essa variável será a diferença das diferenças e terá o mesmo valor calculado na diferença das médias.

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Utilizando a regressão linear

Renda = + 1 ‘programa’ + 2 ‘depois’ + 3 ‘programa*depois’ + erro

3 = a diferença das diferenças, ou seja, é o coeficiente que mede o impacto do programa.

1 captura se os grupos são diferentes, independentemente do programa.

2 captura se o indicador muda no tempo, independentemente do programa.

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Porque 3 é o estimador de diferenças em diferenças?

Médias por grupo

Antes Depois Variação

Tratamento TA TD TD - TA

Controle CA CD CD - CA

Variação das variações

(TD – TA) – (CD – CA)

Page 17: Aula 8 – Diferenças em Diferenças Material Elaborado por Betânia Peixoto Modificado por Guilherme Irffi e Francis Petterini

Rendaest = + 1 x ‘programa’ + 2 x ‘depois’ + 3 x ‘programa*depois’

TA = + 1 x ‘1’ + 2 x ‘0’ + 3 x 0 TA = + 1

TD = + 1 x ‘1’ + 2 x ‘1’ + 3 x 1

TD = + 1 + 2 + 3

TD – TA = 2 + 3

Page 18: Aula 8 – Diferenças em Diferenças Material Elaborado por Betânia Peixoto Modificado por Guilherme Irffi e Francis Petterini

Rendaest = + 1 x ‘programa’ + 2 x ‘depois’ + 3 x ‘programa*depois’

CA = + 1 x ‘0’ + 2 x ‘0’ + 3 x 0 CA =

CD = + 1 x ‘0’ + 2 x ‘1’ + 3 x 0 CD = + 2

CD – CA = 2

Page 19: Aula 8 – Diferenças em Diferenças Material Elaborado por Betânia Peixoto Modificado por Guilherme Irffi e Francis Petterini

Rendaest = + 1 x ‘programa’ + 2 x ‘depois’ + 3 x ‘programa*depois’

(TD – TA) = 2 + 3

(CD – CA) = 2

(TD – TA) – (CD – CA) = dif em dif = (2 + 3 - 2 ) = 3

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Graficamente- Diferença em Diferença

TempoIntervenção

ResultadoGrupo de

intervenção

Grupo de Controle

Média estimada do

efeito no grupo de

intervenção

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Exemplo 1

Suponha um programa para melhoria de renda com seleção não aleatória.

O indicador de impacto é renda e esta informação foi coletada antes e depois do programa.

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Identificador

participou do treinamento

renda antes

renda depois

1 1 60 200

2 1 80 150

3 1 50 90

4 1 60 100

5 1 50 90

6 1 40 70

7 1 50 80

8 1 50 90

9 1 70 110

10 1 50 90

Identificador

participou do treinamento

renda antes

renda depois

11 0 500 500

12 0 300 400

13 0 400 400

14 0 50 60

15 0 20 30

16 0 30 40

17 0 150 170

18 0 100 120

19 0 90 120

20 0 40 50

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RESUMO DOS RESULTADOS

Estatística de regressãoR múltiplo 0,404745531R-Quadrado 0,163818945R-quadrado ajustado 0,09413719Erro padrão 124,4878397Observações 40

ANOVA

gl SQ MQ FF de

significação

Regressão 3 109300 36433,33333 2,350958953 0,08857

Resíduo 36 557900 15497,22222Total 39 667200

Coeficiente

s Erro padrão Stat t valor-P IC - 95%Interseção 168 39,367 4,268 0,000 88,161 247,839programa -112 55,673 -2,012 0,052 -224,909 0,909depois 21 55,673 0,377 0,708 -91,909 133,909programa*depois 30 78,733 0,381 0,705 -129,678 189,678

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Resumo das metodologias de avaliação de impacto

Seleção aleatória – teste de diferença de médias. Pode ser realizado por meio de regressão com a variável programa como única independente

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Resumo das metodologias de avaliação de impacto Seleção não aleatória:

- Regressão Simples – 1 momento no tempo; considera as possíveis variáveis observáveis diferentes entre tratado e controle. Atua no viés proveniente dos observáveis

- PSM – 1 momento no tempo; seleciona o grupo controle. Atua sobre o viés de suporte comum e viés proveniente dos observáveis.

- DD – 2 momentos no tempo; considera antes e depois. Atua sobre o viés de seleção ( não observáveis)

- DD com pareamento- 2 momentos no tempo. O pareamento ocorre utilizando dados apenas de antes do programa.

Atua sobre os três componentes do viés.

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Comentários Finais

Aula de hoje: como fazer a avaliação quando temos disponíveis os dados de ‘antes’ e de ‘depois’ do tratamento. É o ideal, visto que este instrumental permite controlar as características iniciais dos grupos.

Próxima aula: primeiros passos da avaliação de retorno econômico.