aula 74 introduÇÃo ao direito sanitÁrio · objeto de estudo do direito sanitário = a saúde...
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PROF. DR. JOSEVAL MARTINS VIANA
Aula 74
INTRODUÇÃO AO DIREITO SANITÁRIO
Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde
Prof. Dr. Joseval Martins Viana
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Bibliografia Básica
AITH, Fernando. Curso de direito sanitário: a proteção do direito à saúde no
Brasil. São Paulo : Quartier Latin, 2007.
NUNES JUNIOR, Vidal Serrano; DALLARI, Sueli Gandolfi. Direito sanitário. São
Paulo : Verbatim, 2010.
ROCHA, Julio Cesar de Sá da. Direito da saúde : direito sanitário na
perspectiva dos interesses difusos e coletivos. 2. ed. São Paulo : Atlas, 2011.
SANTOS NETO, Elias Higino dos. Direito sanitário: manifestações atuais.
Brasília : Kiron, 2012.
TIMM, Luciano Benetti et alli. Direito sanitário brasileiro. São Paulo : Quartier
Latim, 2004.
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Legislação referente ao Direito Sanitário (Direito da Saúde)
• Constituição Federal
• Código de Defesa do Consumidor
• Resoluções da Anvisa
• Leis Sanitaristas
• Código de Direito Sanitário do Estado
• Código de Direito Sanitário do Município
• Blog de Direito Sanitário: saúde e cidadania
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1. Conceito de Direito Sanitário
Direito Sanitário é o ramo do Direito Público que protege a saúde
das pessoas.
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2. Conceito da Anvisa de Direito Sanitário
Direito Sanitário é um conjunto de normas federais,
estaduais ou municipais que, visando a eliminar, diminuir ou
prevenir riscos à saúde ou a intervir nos problemas sanitários
decorrentes do meio ambiente, regulam a produção e a circulação
de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionam
com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da
produção ao consumo, bem como o controle da prestação de
serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.
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.2. Princípios do Direito Sanitário
2.1. Princípio da fundamentalidade
2.2. Princípio da proteção da dignidade da pessoa
humana
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.2. Princípios do Direito Sanitário
2.1 – Princípio da proteção da dignidade da pessoa
humana
Valor Jurídico do Princípio da proteção da dignidade da
pessoa humana
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• A proteção da dignidade humana é um princípio de
valor constitucional, reconhecido expressamente
pela Constituição Federal, no artigo 1º, inciso III.
• A proteção da dignidade da pessoa humana
representa um dos fundamentos do Estado
brasileiro.
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Arremesso de Anão – França – Dignidade da Pessoa Humana
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O princípio da dignidade da pessoa humana como
fundamento do direito à integridade física e mental do
ser humano
O direito à integridade física e mental da pessoa
humana é um pressuposto básico do respeito à
dignidade.
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2.2 – Direito da Integridade
Lei n. 9.434/1997 – Doações e transplantes de
tecidos, órgãos ou partes do corpo humano.
Lesão corporal culposa – Artigo 129 do CP
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2.3 – Princípio da Liberdade
Artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: II - ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei;
2.4 Princípios da Igualdade, Equidade e Solidariedade
2.5 Princípio do Acesso Universal e Igualitário
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2.6 Princípio da Democracia Sanitária
2.7 Princípio da Responsabilidade Estatal
2.8 Princípio da Segurança Sanitária
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Objeto de estudo do Direito Sanitário = a saúde
Artigo 2º da Lei n. 8.080/90
A saúde é um direito fundamental do ser humano,
devendo o Estado prover as condições indispensáveis
ao seu pleno exercício.
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Medicamento vencido (artigo 12 do Código de Defesa do
Consumidor)
Responsabilidade objetiva: não é necessário provar a
culpa do fornecedor (participantes do ciclo produtivo)
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O dolo ou a culpa do agente causador do dano é
irrelevante juridicamente, havendo a necessidade da
existência de uma ligação de causalidade entre o dano e a
conduta do agente responsável para que surja o dever de
indenização.
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Inicialmente, o artigo 12 do CDC exclui o
“comerciante” (a farmácia).
Fabricante e importador
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O defeito que suscita o dano é o defeito substancial
relacionado com a segurança do produto que dele
legalmente se esperava.
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A apresentação do medicamento inclui todo o
processo informativo que o cerca com vista à sua
comercialização, incluindo instruções constantes nas bulas,
nas embalagens e mesmo na publicidade.
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Artigo 37, § 1º, do Código de Defesa de Consumidor
É abusiva toda publicidade enganosa ou abusiva. § 1º
É enganosa qualquer modalidade de informação ou
comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente
falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão,
capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da
natureza, características, qualidade, quantidade,
propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre
produtos e serviços.
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AÇÃO CIVIL PÚBLICA - Publicidade enganosa do produto Cogumelo do Sol -
Divulgação de qualidades terapêuticas e curativas não comprovadas do produto
- Indução do público consumidor a erro - Vinculação de qualidades medicinais e
terapêuticas que se sabia não estarem comprovadas - Divulgação de estudos
pseudo científicos que corroboravam tais qualidades -Conduta vedada pelo
Código de Defesa do Consumidor - Danos morais difusos - Valor da
condenação respeita critério de proporção às vantagens indevidas auferidas em
razão da publicidade enganosa e se adéqua às funções punitiva e ressarcitória
que deve observar a indenização - Danos patrimoniais individuais homogêneos
decorrem da própria falsidade da publicidade, gerando o dever de indenizar os
consumidores que iludidos pelas falsas qualidades curativas do produto -
Necessidade de veicular contrapropaganda para destruir a falsa imagem que
perdura na mente de um número indeterminado de consumidores - Sentença
parcialmente procedente -Recurso dos réus improvido - Recurso do autor
provido. (TJSP; Apelação Cível 0146659-71.2006.8.26.0000; Relator
(a): Francisco Loureiro; Órgão Julgador: 4ª Câmara de Direito Privado; Foro
Central Cível - 4.VARA CIVEL; Data do Julgamento: 16/07/2009; Data de
Registro: 28/07/2009)
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AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. Alegação de
falha em método contraceptivo culminando em gravidez indesejada. Sentença
de improcedência. Apela a autora, sustentando o cerceamento de defesa, por
não ter sido realizada a perícia no lote do anticoncepcional, o método
contraceptivo não surtiu o efeito esperado, ensejando responsabilidade civil e
consequente dever de indenizar; houve nexo causal entre a ineficácia do
medicamento e a gravidez indesejada. Descabimento. Cerceamento de Defesa.
Inexistência. Impossibilidade de realização de perícia em lote já vencido e não
mais comercializado à época da propositura da demanda. Exibição do
certificado de análise e controle de qualidade do lote que demonstra a
observância aos padrões técnicos e específicos. Não há como se atribuir
responsabilidade ao laboratório. Não se demonstra defeito ou falha no produto.
Possibilidade de uma gravidez, mesmo quando o produto tenha sido utilizado de
maneira adequada. Método cuja eficácia é passível de falhas, inclusive,
mencionadas na bula do medicamento. Recurso improvido. (TJSP; Apelação
0003458-98.2010.8.26.0123; Relator (a): James Siano; Órgão Julgador: 5ª
Câmara de Direito Privado; Foro de Capão Bonito - 2ª Vara; Data do
Julgamento: 21/05/2015; Data de Registro: 21/05/2015)
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