aula 7 schumpeter - estado e relações de poder - ufabc

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1 Joseph Schumpeter Capitalismo, Socialismo e Democracia Prof. Giorgio Romano 7ª aula http://tidia.ufabc.edu.br:8080/ Membership: Prof. Giorgio Romano

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Joseph SchumpeterCapitalismo, Socialismo e

Democracia

Prof. Giorgio Romano7ª aula

http://tidia.ufabc.edu.br:8080/Membership: Prof. Giorgio Romano

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Marx 1818-1883Schumpeter 1883-1950Keynes 1883-1946

Schumpeter nasceu no Império Áustro-Húngaro (na atual Rep. Checa)

1932 - fugiu do nazismo para os EUA e setornou professor em Harvard

1942 Capitalismo, Socialismo e Democracia

Schumpeter – século XXSchumpeter – século XX

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Contribuição mais importante Schumpeter: Teoria sobre ciclos econômicos/ desenvolvimentoeconômico/ evolução do capitalismo => novo olhar sobre renda monopolista e inovação

Inovação: ato do empresário empreendedorvisando obtenção do lucro extraordinárioLucro extra-ordinário: o lucro acima da médiaexigida pelo mercado para que haja novosinvestimentos e transferências de capitais entrediferentes setores

Destruição criadora - Destruição criadora - creative creative destructiondestruction

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Na teoria clássica: visão idílica da concorrênciaperfeita => a grande empresa e as formasmonopolistas de mercado não favorecem odesempenho da produção (mercado imperfeito)lucros extraordinários => exercício do podermonopolista à custa dos consumidores.

Schumpeter: a essência das grandes empresas modernas é que suas condições de custo sejam,para grande parte da produção, muito maisfavoráveis

Crítica à teoria clássicaCrítica à teoria clássica

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O desenvolvimento da grande empresa e a formação de posições de monopólio que aparecemem Capitalismo, Socialismo e Democracia podemperfeitamente caber na idéia da lei de tendência àconcentração e à centralização do Capital de Marx

Schumpeter: “renda capitalista” lucros-extras quea ordem capitalista atribui à implantação bemsucedida de novas mercadorias, novos métodos deprodução ou novas formas de organização”. Marx: A burguesia não pode existir semrevolucionar permanentemente os instrumentosde produção;

Destruição ciradora - Destruição ciradora - creative creative destruction e Marxdestruction e Marx

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Final década de 1970/década de 1980: renovadointeresse por Schumpeter

No centro das mudanças então observadas está um conjunto de inovações => papel da tecnologia na sociedade como o motor do desenvolvimento econômico

As mudanças se originam, portanto, no lado daprodução, na maneira distinta de combinarmateriais e forças para produzir

RevivelRevivel Schumpter Schumpter

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=> An Evolutionary Theory of Economic Change de Richard R. Nelson e Sidney Winter, publicada em 1982: marco no pensamento do que viria ser a corrente neoschumpeteriana ou evolucionária:

Palavras-chave: processo de busca de inovaçõescomo diferencial competitivo, o mercado comomecanismo de seleção e o papel das instituições eda história na dinâmica capitalista

=> Journal of Evolutionary Economics

Economia evolucionistaEconomia evolucionista

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Livro tenta explorar relação entre ordem socialistada sociedade e o método democrático de governo. Dividido em cinco temas centrais – trabalhosquase autônomos de análise:

I) Doutrina Marxista – a sua importância écompletamente à parte de sua aceitação ourejeição

II Poderá sobreviver o capitalismo – o capitalismo está sendo liquidado pelos seus próprios méritos=>

Capitalismo, Socialismo e Democracia Capitalismo, Socialismo e Democracia

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III Será viável o socialismo: umapossibilidade prática que se pode tornarimediatamente real em consequência do atualconflito

IV Socialismo e Democracia

V. Tentativa de síntese – esboço histórico dos partidos socialistas

Capitalismo, Socialismo e Democracia Capitalismo, Socialismo e Democracia

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Prefácio da 2ª edição americana 1946:“este livro não é de natureza política” => não pretende desviar a atenção do leitor com “discussões a respeito do que deve ser feito”

Defensores do capitalismo acusaram oSchumpeter de derrotismo. Resposta: “ A comunicação de que o navio via apique nada tem de derrotista. O espírito em que érecebida a comunicação, sim, pode serclassificado de derrotista”.

Capitalismo, Socialismo e Democracia Capitalismo, Socialismo e Democracia

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Prefácio 3ª edição inglesa (1949)Caracterização situação política na Grã-Bretanhapós-guerra:

“...os interesses trabalhistas dominam e ...o farolda livre iniciativa se encontra toldado por umacortina de fumaça” e “...nada nos impressionoutanto como a fraqueza da resistência oferecida àevolução para o socialismo” => “prova de que o ethos capitalista desapareceu”.

Capitalismo, Socialismo e Democracia Capitalismo, Socialismo e Democracia

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Democracia na Doutrina Clássica: Arranjo institucional para se chegar a certas

decisões políticas que realizam o bem comum Cabe ao próprio povo decidir através por meio da

eleiçãoPremissas: O “bem comum” como “o farol orientador da

política”

A vontade do povo como a vontade de todas as pessoas sensatas que corresponde exatamente ao interesse, bem-estar comum(=> saber objetivo sobre bom e mau)

Doutrina Clássica da democracia Doutrina Clássica da democracia

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1) Não há um bem comum inequivocamentedeterminado que o povo aceite ou que possaaceitar por força de argumentação racional.

Por que?a) Para diferentes indivíduos/grupos, o bem

comum significará coisas muito diversas (não tem como chegar à definição do bem comum por meio de argumentação racional).

b) As pessoas podem desejar outras coisas que não o bem comum.

2) Existência potencial de dissensões básicas a respeito dos próprios fins

Crítica à Doutrina Clássica da Crítica à Doutrina Clássica da democracia democracia

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3) Vontade do povo / Volontê gênêrale?para rômaticos (idealismo Hegel): Vontade do povo vem de “entidade semimística, a alma do povo.para utilitaristas: Vontade do povo se baseia na vontade individual. Transformação do conjunto de vontades individuais em vontade do povo por meio da racionalidade.

Schumpeter: focar no processo, não no resultado Decisões políticas produzidas pelo processodemocrático baseado nas vontade individuais nãorepresentam o que pode ser chamado de vontadedo povo (vontade da maioria)

Crítica à Doutrina Clássica da Crítica à Doutrina Clássica da democracia democracia

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O que existe como “vontade do povo” é criadopor grupos políticos “não é uma vontade genuína,mas artificialmente fabricada” => “a vontade dopovo é o resultado e não a causa primeira doprocesso político” (Ex. Métodos de publicidade, inclusive dialogar

com osubconsciente)

Crítica à Doutrina Clássica da Crítica à Doutrina Clássica da democracia democracia

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4) Outro problema com a vontade do povo baseada navontade individual: significaria atribuir à vontade do

indivíduo uma independência e uma qualidade racional que são irrealistas=>A personalidade humana não é uma unidadehomogênea com “vontade definida como mola

propulsora” (hipótese da racionalidade humana) => importância de elementos irracionais e extra-racionais

Compara com a escolha racional da economia clássica: necessidades não são absolutamente tão definidas ações provocadas por essas necessidade nada que pareça

racional (irracionalidade como incapacidade de agir racionalmente para realizar determinado fim)

Crítica à Doutrina Clássica da Crítica à Doutrina Clássica da democracia democracia

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5) Outro problema com a doutrina clássica da democracia: caráter fortemente igualitário.

Isso foi parcialmente resolvido com a introdução da noção de “igualdade de oportunidade”, mas ficou a noção de equiparar a desigualdade de todos os tipos à injustiça.

Crítica à Doutrina Clássica da Crítica à Doutrina Clássica da democracia democracia

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Doutrina clássica de democracia e o socialismomais tarde: substituto/ complemento para a crençaCristã=> Na esfera metafísica: bem comum/ valoressupremos/ voz do povo, que é a voz de Deus/homens nascem livres e iguais (o redentor morreupor todos nós)/ credo democrático comoevangelho de razão e melhoramento =>democracia deixa de ser um simples método parase tornar um ideal, parte de um sistema ideal decoisas => “democrata desse tipo...poderá aceitartambém qualquer desvio desses ideais”.

Crítica à Doutrina Clássica da Crítica à Doutrina Clássica da democracia democracia

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“um sistema institucional para a tomada dedecisões políticas no qual o indivíduo adquire opoder de decidir mediante uma luta competitivapelos votos do eleitor”

Considerações:1) Frisar o “modus procedendi” critério objetivo

para distinguir o governo democrático deoutros tipos. (“A vontade do povo” da teoriaclássica, pode ser servido tão bem ou melhorpor outros governos.)

Definição Schumpeter método/ Definição Schumpeter método/ processo democrático processo democrático

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2) Papel vital de liderança. Os corpos coletivos atuam quase exclusivamente pela aceitação da liderança.3) Mesmo os casos específicos em que há

realmente vontade coletiva autêntica (não manufaturada), esse deve ser transformado em fator político em algum líder ao incluí-la no seu programa de ação. 4) Luta pela liderança comparável ao conceito

de concorrência na esfera econômica:“concorrência livre pelo voto livre”, porém

raramente perfeita (concorrência desleal, fraudulenta/ limitação da concorrência)

Definição Schumpeter método/ Definição Schumpeter método/ processo democrático processo democrático

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5) Relação democracia x liberdade individual:método democrático não garantenecessariamente maior medida de liberdade

individual.Seria preciso garantir que todos fossem livres para concorrer à liderança política => liberdade de expressão para todos.

6) Função primária do eleitorado é formar ogoverno. Mas temos que limitar idéia de

controle pelo eleitorado do seus líderes políticos (ex. não pode dissolver o governo). Ações políticas para derrubar o governo contrárias ao espírito do método democrático.

Definição Schumpeter método/ Definição Schumpeter método/ processo democrático processo democrático

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7) Decisões tomadas pela maioria dos votos =>outro argumento para abrir mão da noção da

vontade do povo. Mesmo se existisse não poderia ser decidido por simples maioria (“a vontade da maioria é apenas a vontade da maioria e não a vontade do povo”

Definição Schumpeter método/ Definição Schumpeter método/ processo democrático processo democrático

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Por consequência o partido não é como nadoutrina clássica um grupo de homens quetenciona promover o bem-estar público baseadoem algum princípio comum. Schumpeter: “O partido é um grupo cujosmembros resolvem agir de maneira concertada naluta competitiva pelo poder político” => isso explica porque os diversos partidos adotam“exatamente, ou quase exatamente, os mesmosprogramas =>A propaganda política (a psicotécnica) nãoconstitui acessório, mas a essência da política.

Definição Schumpeter método/ Definição Schumpeter método/ processo democrático: Partido Políticoprocesso democrático: Partido Político

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Essência é método político: arranjo institucionalpara chegar a uma decisão política => a livre concorrência entre possíveislíderes pelo voto do eleitorado. => político comoprofissão (outra discordância com a doutrinaclássica que defendia que a política não deve seruma profissão). O homem da política é como ohomem de negócio, só que ao invés de petróleo,negocia em votos. (Frívolo e cínico é quem semanifesta em público a favor de slogans que, navida privada, nenhum respeito nos merecem.) Obs. não exclui idéias e sentido de dever.

Definição Schumpeter método/ Definição Schumpeter método/ processo democráticoprocesso democrático

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Debilidades do governo democrático:1) Em virtude da tremenda perda de energia que

a luta incessante dentro e fora do parlamento causa às principais figuras do regime; 2) pela necessidade de adaptar a política às

exigências da luta política. => ex. adotar opiniões a curto prazo e torna difícil servir aos interesses a longo prazo (política

estrangeira corre perigo de degenerar em política interna)Essa debilidades são fontes para sentimentoantidemocrático.

Debilidades do governo democráticoDebilidades do governo democrático

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Premissa:método democrático depende do cumprimento decertas condições

Def. êxito : não pode se referir ao resultado

“O caso em que o processo democrático sereproduz constantemente, sem criar situações queobriguem à inovação de métodos não-democráticos”

Condições necessárias para o êxito Condições necessárias para o êxito do método democráticodo método democrático

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1) Existência de um número suficiente deindivíduos com as necessárias qualidades e

padrões morais. Por definição o método democrático não se refere a selecionar entre a população, mas “entre os elementos da população que estão dispostos a fazer uma carreira política” => pressupõe existência de uma camada social particular: a sociedade cujos membros considerem a política como vocação (classe política).Para Schumpeter um dos fatores que explicasurgimento nazismo: falta de liderançademocrática inspiradora.

Condições necessárias para o êxito Condições necessárias para o êxito do método democráticodo método democrático

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2) Restringir o campo real de decisões políticas Critério da doutrina clássica: que fossem tratados pela máquina política apenas os assuntos que o povo em geral pudesse entender e sobre os quais tivesse opinião formadaCritérios Schumpter:• assuntos que podem ser resolvidos comêxito por um governo sujeito às tensões de umaluta incessante por sua sobrevivência política• qualidade dos homens que formam o governo• tipo de máquina política• quadro da opinião pública com que devetrabalhar

Condições necessárias para o êxito Condições necessárias para o êxito do método democráticodo método democrático

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Obs: não pode haver qualquer limite legal queimpeça o parlamento/governo de equacionarqualquer assunto => parlamento/ governo deveimpor-se certos limites + aceitar conselho deespecialistasEssa discussão remete a1) “limitação correspondente das atividades do Estado”2) a democracia não necessita que todas asfunções do Estado sejam sujeitas ao seu método político(Ex. Banco Central) => margem para ampliar a esferapública sem ampliar a esfera da decisão política (nessescasos o governo/parlamento se limitem às medidas decriação/concessão de poderes a uma determinada agência ea sua qualidade de órgão supervisor)

Condições necessárias para o êxito Condições necessárias para o êxito do método democráticodo método democrático

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3) Serviços de uma bem-treinada burocracia comforte sentido esprit de corps (burocraciaweberiana)“Tal burocracia constitui o maior desmentido dofalado governo de amadores” => obs. “os leitoresnão devem deixar-se influenciar indevidamentepelas conotações que a palavra adquiriu naconservação habitual”

Também nesse caso surge “a questão do materialhumano” => pressupõe existência de camadasocial de boa qualidade que possa ser exploradaem busca de novos recrutas

Condições necessárias para o êxito Condições necessárias para o êxito do método democráticodo método democrático

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Características da burocracia eficaz: eficiente na administração dos assuntos correntes

e tenha competência para dar conselhos; suficientemente forte para guiar e, se necessário,

instrui os políticos; capaz de criar princípios próprios (ex

nomeações, promoções) e ser suficientemente independente

=> “Deve, em suma, ser um poder por direito próprio”

Condições necessárias para o êxito Condições necessárias para o êxito do método democráticodo método democrático

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4) Autocontrole democrático: gruposimportantes da nação estejam dispostos aaceitar todas a medidas legislativas (contrapartida:evitar medidas que não levem em conta os direitosde outros grupos => regras de procedimento/etiqueta parlamentar + tolerância com asdiferenças de opinião Outro elemento: autocontrole dos eleitores:devem respeitar divisão de trabalho entre si e ospolíticos que elegem=> uma vez tendo eleitodeterminado cidadão, a ação política passa a serdele e não sua => eleito deve abster-se de instrui-lo sobre o que fazer (X doutrina clássica)

Condições necessárias para o êxito Condições necessárias para o êxito do método democráticodo método democrático

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1) Democracia presidiu ao processo de transformações políticas e institucionais através do qual a burguesia modificou e racionalizou a estrutura social (o método democrático foi a arma política dessa reconstrução)2) Democracia moderna, produto do sistema capitalista.

Obs. Governo democrático jamais foiimplementado por ato isolado, mas evoluiulentamente, como parte de um processo social mais geral.

Relação Democracia - CapitalismoRelação Democracia - Capitalismo

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democracia burguesa: solução para o problema de reduzir as decisões daesfera política a proporções que podem sercontroladas pelo método da liderança competitiva => idéia do Estado modesto (mínimo):

garantir a legalidade burguesa fornecer estrutura firma à iniciativa individual em

todos os campos

Porém isso implica aceitação de padrões “hojejá não observamos”

Democracia burguesaDemocracia burguesa

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tentativa da minoria de impor sua vontade ou remoção das obstruções levantadas contra os

desejos/ interesse do povo por instituições controladas por grupos interessados em sua preservação

método de conseguir decisões aparentemente democráticas por meios não-democráticos

=> anulação da democracia durante os períodos de transição => soluções provisórias desse tipo podem durar centenas de anos.

Ditadura do proletariadoDitadura do proletariado

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Extensão do método democrático, da esfera dapolítica, a todos os assuntos econômicos

Mas: ampliação da esfera da administraçãopública não significa necessariamente umaextensão correspondente da administraçãopolítica. Em particular para absorver os assuntoseconômicos=> desafio do problema de organização econômica no

socialismo

Socialismo democráticoSocialismo democrático

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Desafio: organizar e administrar a economiaevitando a interferência de políticos e de“incômodos comitês de cidadãos ou de operários” => distanciar o gerenciamento da economia da atmosfera do

conflito político (por definição imperfeito => ineficiências)2º passo: conter as ineficiências que possam surgirna própria burocracia: exige concentração deresponsabilidades/ sistema de bem escolhidosincentivos/ penalidades ligados a nomeação/promoção => evitar eu os gerentes perdessem “avitalidade capitalista” (porque não se trata deditadura do proletariado, mas “sobre oproletariado)

Socialismo democráticoSocialismo democrático