aula 7 – as teorias absolutistas (cap 24, pág 302 a 305)

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AULA 7 – As teorias Absolutistas (Cap 24, pág 302 a 305)

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Page 1: AULA 7 – As teorias Absolutistas (Cap 24, pág 302 a 305)

AULA 7 – As teorias Absolutistas

(Cap 24, pág 302 a 305)

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•  Teoria política que defende que alguém (em geral,

um monarca) deve ter o poder absoluto, isto é, independente

de outro órgão.

• É uma organização política na qual o soberano concentrava

todos os poderes do Estado em suas mãos.

ABSOLUTISMO

QUANDO: aproximadamente entre os séculos XV e XVIII.

ONDE: sobretudo na França, Inglaterra, Portugal e Espanha.

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CONTEXTO:

Transição entre o feudalismo e o capitalismo.

Nova adequação do poder, conciliando parcialmente os interesses da tradicional nobreza e da nascente burguesia.

NOBREZA: ocupava cargos na burocracia administrativa e possuía privilégios (pensões e isenção de impostos).

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A quem interessava a centralização política?

Burguesia: estímulo e proteção ao crescimento econômico.

Nobreza: via na monarquia o instrumento para garantir seus

privilégios (não pagavam impostos).

Com a crise do sistema feudal, ocorreu o enfraquecimento do poder local e

ocorreram as revoltas camponesas - Jacqueries na França. A nobreza sendo

incapaz de reorganizar esse caos une-se e cria o Estado, centralizando o

poder e limitando o poder da Igreja.

Esse Estado era mantido pela burguesia, camponeses e artesãos, pois só eles

pagavam impostos.

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- Jean Boudin Direito Divino

- Jacques Bossuet Direito Divino

- Thomas Hobbes Contratualismo

- Maquiavel a unidade política é fundamental para a grandeza da

Nação – “os fins justificam os meios”.

Teóricos do absolutismo monárquico :

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A Teoria do Direito Divino como

argumento para o Absolutismo

Na Teoria do Direito Divino dos Reis o rei é predestinado por

Deus a ocupar o trono. Quem desobedecesse o Monarca seria

inimigo do Estado e de Cristo.

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A Teoria do Direito Divino

dispõe de um poder extraordinário conferido

por Deus

O Rei Essa ideia impõe-

se lentamente durante a Idade

Média

Portanto, a ideia do Direito Divino para a

monarquia

Não é nova

mas, houve um vigoroso fortalecimento dessa ideia nos séculos XVI e XVII para a construção da Monarquia Absoluta

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“Política” retirada da “Sagrada Escritura” – defendia a Teoria do Direito Divino

dos Reis.

Jacques Bossuet

• Sua teoria influenciou os reis franceses da dinastia Bourbon, Luís XIV, XV e XVI.

“Aquele que deu reis aos homens quis que eles fossem respeitados como Seus

representantes”, afirmava Luís XVI .

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Jacques Bossuet (francês,teólogo, filósofo e historiador) defende o absolutismo retomando argumentos clássicos da Bíblia:

“ a desigualdade entre os homens é consequência do pecado original”

assim

A concentração do poder nas mãos do rei é uma necessidade para controlar uma sociedade voltada aos vícios e às divisões.

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A vontade do rei, encarnação dos desígnios divinos, não poderia

conhecer nenhum entrave. Sua potência é absoluta. Cabe aos súditos

obedecerem fielmente, cegamente.

Inversamente, a desobediência é um sacrilégio, um ultraje à Deus. É

uma negação de Deus.

O rei é um “ministro de Deus”.

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Jean Bodin

O soberano, representante da

vontade divina é perpétuo, absoluto

e capaz de impor as leis.

 Nasceu em Angers , França, em 1530, e faleceu em 1596. Foi jurista, membro do parlamento de Paris e professor de direito.

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Jean Bodin - ideias

- A fonte de legitimidade do soberano era a lei natural e o direito divino dos reis.

Respectivamente, o código moral da sociedade e o direito do monarca de

governar, ambos vindos direto de Deus.

- A soberania para ser efetiva teria de ser absoluta.

- Para evitar conflitos, o soberano não deveria ser restrito por leis, obrigações

ou condições.

- Apesar de não aceitar a democracia como forma de governo popular, não

concordava com Maquiavel de o soberano agir e governar sem limites. Os

governantes precisavam do poder absoluto, mas teriam de prestar contas a

Deus e à Lei Natural.

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Estruturas de poder em conflito levam a guerra civil e ao caos.

..de modo que deve haver um único soberano com poder absoluto, respondendo somente a Deus.

Para que o poder de um soberano seja absoluto, ele deve ser perpétuo, não garantido pelos outros (pessoas e poderes) e nem

limitado no tempo.

A soberania é o poder ABSOLUTO é perpétuo de uma comunidade.

Jean Bodin - ideias

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O Contratualismo de Hobbes como

argumento para o Absolutismo

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Na Inglaterra, os teóricos afirmam que:

o soberano tem o direito de fazer o que quiser, inclusive em matéria de religião (separação e

submissão da religião ao Estado).

O poder do soberano só é limitado por ele mesmo.

Inglaterra

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Thomas HOBBES

O poder centralizado em um só homem, este governaria

eliminando a desordem, dando segurança a todos.

Obra principal: LEVIATÃ.

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O nome Leviatã foi inspirado em um

monstro mitológico da Bíblia (Livro

de Jó). É representado por um

príncipe empunhando sua espada

com um olhar punidor ou acusador.

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A Teoria Política de Thomas Hobbes

O absolutismo se justifica pela visão muito pessimista da

natureza humana.

O homem, para Hobbes, é desprovido de bondade: é egoísta,

vaidoso, ciumento e violento. É naturalmente levado ao conflito.

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O ESTADO NATURAL OU O ESTADO DE NATUREZA DO

HOMEM

É UMA CONCEPÇÃO DE FICÇÃO FILOSÓFICA E NÃO HISTÓRICA!

É UMA CONCEPÇÃO QUE DESIGNA UMA SITUAÇÃO NA QUAL O SER HUMANO

SE ENCONTRA ANTES DE ENTRAR NA SOCIEDADE, ANTES DE SER

SUBMETIDO A UMA AUTORIDADE POLÍTICA. É O ESTADO DO HOMEM

“PRIMITIVO” PARA HOBBES.

A Teoria Política de Thomas Hobbes

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1.O ESTADO DE NATUREZA

Direito de Natureza = jus (direito) naturale.

“ É a liberdade que cada homem possui de usar seu

próprio poder, da maneira que quiser, para preservação

de sua própria natureza, ou seja, sua vida; e,

consequentemente, de fazer tudo aquilo que seu

próprio julgamento e razão lhe indiquem como meios

adequados a esse fim” (pág 303).

OU SEJA, PARA HOBBES, O HOMEM NO ESTADO DE NATUREZA TEM DIREITO

A TUDO.

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2. CONSEQUÊNCIAS DO ESTADO DE NATUREZA (O HOMEM TER DIREITO A

TUDO) PARA A SOCIEDADE:

- Não é possível segurança nem paz;

- Os indivíduos deixados a si próprios são levados à anarquia, gerando a

insegurança, angústia e medo;

- Os interesses egoístas predominam e cada um torna-se um lobo para o

outro (“O homem é o lobo do homem” – homo homini lupus);

- As disputas provocam a guerra de todos contra todos , com graves prejuízos

para a economia, a ciência e a população.

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3. O CONTRATO SOCIAL

Vivendo sob o Direito Natural, o indivíduo reconhece a necessidade de

“renunciar a seu direito a todas as coisas” (O HOMEM NO ESTADO DE

NATUREZA TEM DIREITO A TUDO), em virtude da anarquia e a

insegurança que tal estado proporciona.

MAS QUANDO RENUNCIA AO SEU DIREITO A TODAS AS COISAS ESTÁ

RENUNCIANDO PARCIALMENTE À SUA PRÓPRIA LIBERDADE . ESTARÁ

RENUNCIANDO ENTÃO A FAVOR DE QUEM ?

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ESTARÁ TRANSFERINDO O SEU PODER A DETERMINADA PESSOA OU

PESSOAS PARA EXERCER TAL DIREITO EM FAVOR DA COLETIVIDADE,

QUE PASSARÁ(ÃO) A SER(EM) SEU(S) REPRESENTANTE(S).

ESSA TRANSFERÊNCIA DAR-SE-IA MEDIANTE UM CONTRATO QUE É UM

PACTO PELO QUAL TODOS ABDICAM DE SUA VONTADE A FAVOR DE UM

REPRESENTANTE (UM HOMEM OU UMA ASSEMBLEIA DE HOMENS).

3. O CONTRATO SOCIAL (Continuação)

ESTARÁ RENUNCIANDO ENTÃO A FAVOR DE QUEM ?

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- SEGUNDO HOBBES, O CONTRATO SOCIAL NASCE TAMBÉM PELO FATO DE

O HOMEM NÃO SER SOCIÁVEL POR NATUREZA, TENDO DE O SER POR

ARTIFÍCIO ! (OPÕE-SE A ARISTÓTELES), PORQUE O MEDO E O DESEJO DE

PAZ LEVAM OS INDIVÍDUOS A FUNDAREM UM ESTADO SOCIAL E A

AUTORIDADE POLÍTICA, ABDICANDO DE SEUS DIREITOS EM FAVOR DE SEU

SOBERANO.

3. O CONTRATO SOCIAL (CONTINUAÇÃO)

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4. PODER ABSOLUTO AO SOBERANO

- O TIPO DE PACTO ELABORADO POR HOBBES , RESULTANTE DO

CONSENSO, TRANSFERE UM PODER ABSOLUTO, ILIMITADO, AO

SOBERANO, POIS O PODER É LEGÍTIMO POIS É CONSENTIDO. O INDIVÍDUO

ABDICOU DE SUA LIBERDADE AO DAR PLENOS PODERES AO ESTADO

PARA QUE SUA VIDA E PROPRIEDADES FOSSEM PROTEGIDAS.

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POR QUÊ?

- Se os indivíduos não transferirem todos os seus poderes, o

restante da liberdade natural que possuírem os levará de novo a

guerra, a anarquia. ASSIM, O SOBERANO não terá limites para sua

ação e não haverá “abuso de poder”, pois o poder será ilimitado.

- O Estado, ainda, exerce seu poder pela força, pois só a iminência

do castigo pode atemorizar os indivíduos.

4. PODER ABSOLUTO AO SOBERANO (Continuação)

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O PODER ABSOLUTO DE HOBBES - SÍNTESE

• A TEORIA CONTRATUALISTA DE HOBBES É UMA VISÃO AUTORITÁRIA DO PODER.

• O SOBERANO NÃO ESTÁ OBRIGADO PELO PACTO COM OS HOMENS, POIS O PACTO É

CELEBRADO NÃO PELO POVO COM O SOBERANO , MAS DE CADA UM COM CADA UM.

O SOBERANO NÃO FAZ PARTE DELE.

• POR ISSO, REALIZADO O CONTRATO, O SOBERANO POSSUI UM PODER INDIVISÍVEL,

ILIMITADO. NÃO ESTÁ SUJEITO NEM ÀS LEIS DIVINAS , NEM AS LEIS HUMANAS.

• TODOS OS HOMENS SÃO SÚDITOS SEUS, DEVENDO DOBRAREM-SE À SUA VONTADE

OU À DE UMA ASSEMBLEIA.

• PROIBE TODA FORMA DE RESISTÊNCIA, POIS ISSO CONTESTARIA O PODER SUPREMO

DO SOBERANO.

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O PODER ABSOLUTO

• HOBBES, NO ENTANTO, NÃO DEFENDE A TIRANIA, POIS LEMBRA QUE O PAPEL DA

PESSOA PÚBLICA É O DE GARANTIR A PAZ NO REINO. O CUIDADO COM A SEGURANÇA

E A PRESERVAÇÃO DA VIDA SÃO AS SUAS PRIMEIRAS EXIGÊNCIAS.

• EM MATÉRIA ESPIRITUAL, RESPEITA A RELIGIÃO, MAS NÃO ENTENDE QUE O PODER

ESPIRITUAL SEJA AUTÔNOMO. O DEVER DA IGREJA É O DE COLOCAR-SE SOB A

AUTORIDADE DO SOBERANO.

• ENFIM, DEFENDE QUE A POTÊNCIA ABSOLUTA ACARRETA A AÇÃO RACIONAL, VISTO

QUE O BEM DO POVO E O PRÓPRIO BEM DO SOBERANO NÃO ESTÃO SEPARADOS.

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Conclusão

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Bibliografia

-Filosofando, Introdução à Filosofia – de Maria Lúcia de Arruda e Maria

Helena Pires Martins . Editora Moderna.

- História das ideias políticas – de Olivier Nay. Editora Vozes

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Orientações para estudo

O estudo para as provas não pode abranger apenas este esquema de

aula. O aluno deve associar as presentes informações ao seu próprio

resumo do capítulo do livro e, quando for o caso, frequentar

as aulas do plantão de dúvidas do Colégio.