aula 4a parte - a reforma

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HISTÓRIA DO CRISTIANISMO Reforma Protestante Ricardo Gondim [email protected]

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Parte 4 da aula de historia do cristianismo a reforma protestante

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Page 1: Aula 4a parte - a reforma

HISTÓRIA DO CRISTIANISMO

Reforma Protestante

Ricardo Gondim

[email protected]

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MARTINHO LUTERO (1483-1546)

Nasceu em Eisleben, na Alemanha. Era filho de pais pobres e rigorosos. Sua mãe era muito supersticiosa.

Recebeu e melhor educação possível. Estudou com os Irmãos de Vida Comum e ingressou na Universidade de Erfurt para cursar Direito.

Com medo de morrer numa tempestade, jurou a Santa Ana que se fosse socorrido entraria num mosteiro.

Ingressou no mosteiro agostiniano de Erfurt em 1505, onde enfrentou diversas crises espirituais. João Staupitz, seu confessor, o aconselhou e meditar na cruz de Cristo.

De volta à universidade, adotou o nominalismo, rejeitando a teologia natural do escolasticismo medieval.

Em 1511 visitou Roma a serviço da sua ordem e ficou decepcionado com o caos moral e religioso que viu ali.

Obteve o doutorado na Universidade de Wittemberg, onde passou a lecionar Salmos, Romanos, Gálatas e Hebreus.

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HANS E MARGARETHAPAIS DE LUTERO

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Martinho Lutero

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Entre 1513 e 1518 passou a ter uma compreensão correta da justiça de Deus. Romanos 1.17 foi crucial para essa compreensão.

O conflito começou com a venda de indulgências pelo dominicano João Tetzel, contratado pelo arcebispo Alberto de Mogúncia, que queria levantar fundos para a construção da basílica de São Pedro e para pagar empréstimos.

Fixou suas 95 teses em 1517 convocando para um debate a ser realizado na universidade.

A partir de então debateu com vários representantes da igreja, sendo excomungado em 1520, pelo papa Leão X.

Em 1520 escreveu A liberdade do cristão, O cativeiro babilônico da igreja e Apelo à nobreza cristã da nação alemã.

Em 1521 compareceu diante de Carlos V, na Dieta de Worms, onde foi condenado como herege e banido. Sob a proteção de Frederico, o Sábio, ficou escondido por quase um ano no castelo de Wartburgo, onde traduziu o NT para o alemão.

De volta a Wittemberg, consolidou a reforma que se difundiu por toda a Europa.

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Papa Leão X

Arcebispo Alberto

Caixa de Coletas

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Wittenberg e Igreja do Castelo

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Catarina de Bora

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A TEOLOGIA DE LUTERO Foi um pensador dialético, apreciando a natureza paradoxal da

verdade. Propôs a sua “teologia da cruz”, segundo a qual o homem

miserável só pode conhecer a Deus através de Cristo e seu sofrimento, em contraste com a “teologia da glória” que se baseia na razão, enaltecendo o homem, e conduz à crença na salvação pelas obras.

A base do conhecimento de Deus é sua revelação na Palavra e não a razão obscurecida pelo pecado. Assim, menospreza a filosofia e enaltece a Escritura.

Faz distinção entre evangelho (mensagem sobre Cristo) e Escrituras (além do evangelho, abrangem a lei). Nem tudo nas Escrituras tem igual valor, sendo mais importantes as partes que tratam das boas novas em Cristo (um cânon dentro do cânon).

O Espírito Santo e a Bíblia são inseparáveis. Ele dá testemunho dela e a usa para falar aos homens.

Deus está presente nas Escrituras de modo oculto (seus mistérios, seu poder de determinar tudo) e revelado (sua humilhação e amor).

A justificação é o ato pelo qual Deus declara o homem justo quando ele crê (justiça imputada). Tendo em si a justiça de Cristo, o crente é simul justus et peccator. Na teologia medieval a justificação era vista como um processo que ocorre ao longo da vida do cristão. Só depois de viver piedosamente e em penitência, Deus o justifica, ou seja, torna-o interiormente justo (justiça infusa).

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Todos os que são justificados pela fé, são também sacerdotes de Deus. Assim, qualquer crente pode orar pelos outros e ensinar seus irmãos. Os ministros são importantes em suas funções, mas não são espiritualmente superiores aos leigos.

Aceitava somente dois sacramentos: o batismo e a ceia, atos simbólicos instituídos por Deus. Não funcionam ex opere operato, mas sim exigem fé do participante.

O batismo com fé justifica o pecador mediante a Palavra misteriosamente associada á água e confere perdão completo. Acolhia o batismo infantil, pois supunha que a criança tem fé.

Na questão da ceia, debateu com Zwínglio no Colóquio de Marburgo, em 1529, afirmando que o corpo de Cristo está presente nos elementos junto com o alimento físico (consubstanciação). Assim, com base no conceito da communicatio idiomatum, argumentou que o corpo glorificado de Cristo está em todos os lugares (ubiqüidade).

Valorizou a igreja, mas rejeitou a autoridade da hierarquia e da suposta sucessão apostólica.

Ainda que pertençam a outro reino, os cristãos, como justos e pecadores, devem estar sujeitos ao poder civil.

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Participantes do Colóquio de Marburgo

Martinho Lutero

Justus JonasFilipe

MelanchtonAndré OsianderEstêvão Agrícola

João BrentzJoão

EcolampádioUlrico Zuínglio

Martin ButzerGaspar Hedio

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A TEOLOGIA REFORMADA

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A Reforma Suíça ou movimento reformado, começou com a Confederação Suíca, pouco depois da reforma luterana.

Teve como líderes Ulrico Zuínglio (Zurique) e João Calvino (Genebra).

Expandiu-se mais pela Europa do que os outros movimentos protestantes.

Recebeu a designação de “reformado” por ser mais profundo em sua proposta reformadora.

Teve como marca a organização e sistematização da teologia protestante, fazendo uso de catecismos e confissões.

Sua teologia é conhecida como “calvinista” (teologia reformada ou tradição reformada).

Abrange fatores doutrinários, governo eclesiástico, normas para o culto e relações com a política e a sociedade.

Sua expressão mais importante é a Confissão de Fé de Westminster (1643-1648).

Ênfases: soberania de Deus, predestinação, monergismo, os dois pactos (das obras e da graça), a lei de Deus, o governo representativo (presbíteros e concílios) e o princípio regulador.

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ULRICO ZUÍNGLIO (1484-1531)

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Nasceu em Glarus. Estudou em Viena e Basiléia, onde recebeu o grau de mestre em teologia em 1506. Sua educação foi humanista.

Foi sacerdote em Glarus e em Einsiedeln. Destacou-se como pregador e escritor.

Conheceu Erasmo em 1516. Leu a edição bilingue do NT preparada pelo grande humanista e tornou-se um expositor da Bíblia.

Em 1519 tornou-se sacerdote em Zurique e, a partir de 1523, junto com as autoridades civis, reformou a vida religiosa da cidade, abolindo o catolicismo.

Seu movimento recebeu o nome de “reformado” por ter ido muito além de Lutero na eliminação de práticas católicas. Alguns de seus seguidores, porém, quiseram ir além e romperam com ele, recebendo a designação de anabatistas.

Escreveu Da providência de Deus, Da religião verdadeira e falsa, Explicação da religião de Zuínglio e Exposição breve e clara da fé cristã. Essas obras influenciaram Calvino.

Morreu em 11/10/1531, na Segunda Batalha de Kappel, lutando contra os cinco cantões católicos do sul da Suíça.

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ZURIQUE

Catedral

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O PENSAMENTO DE ZUÍNGLIOConsiderava a Bíblia inteira como Palavra

de Deus, vendo sua íntima conexão com o Espírito Santo.

Entendia que toda verdade é verdade de Deus. Daí reconhecia o valor da filosofia grega, da teologia natural tomista e da tradição cristã.

Enfatizou a soberania absoluta de Deus (nada é acidental) e a predestinação inclusive para a perdição. A predeterminação é a base da presciência.

Entendia a salvação como obra da graça de Deus mediante a fé dada pelo Senhor aos eleitos.

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Lutero e Zuínglio: Uma Comparação

Lutero- Ênfase na

justificação pela fé.

- A Lei está em contraste com o Evangelho.

- O batismo e a Ceia são reais meios de graça.

- O corpo de Cristo está presente fisicamente nos elementos da Ceia.

Zuínglio- Ênfase na

soberania absoluta.

- A Lei e o Evangelho são inseparáveis.

- O batismo e a Ceia são ordenanças simbólicas.

- O corpo de Cristo não é onipresente e não está na Ceia que é um memorial.

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Outros líderes do período inicial da Tradição Reformada

Martin Bucer (1491-1551), reformador em Estrasburgo, onde acolheu Calvino de 1538-1541.

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JOÃO CALVINO (1509-1564)

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Nasceu em Noyon, na França. Estudou teologia (Univ. de Paris) e direito (Orleans e Bourges).

Converteu-se em 1533 e fugiu de Paris acusado de divulgar idéias protestantes.

Em 1536 publicou, em Basiléia, a primeira edição de suas Institutas.

Em viagem para Estrasburgo, desviou-se passando por Genebra, onde Guilherme Farel o convenceu a permanecer e ajudar (1536).

Junto com Farel, foi expulso de Genebra indo, enfim, para Estrasburgo, onde ficou de 1538 a 1541.

Voltou para Genebra onde permaneceu até a morte.

Em 1559 publicou a última edição das Institutas e fundou a academia de Genebra (futura universidade).

Foi pregador, mestre e administrador. Acolheu refugiados protestantes (como John Knox). Escreveu inúmeras cartas, sermões, comentários bíblicos, tratados apologéticos e obras litúrgicas.

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Primeira edição das Institutas

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CALVINO E FAREL

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GENEBRA

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Idelette de Bure, com

quem Calvino se casou em Estrasburgo

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Companhia dos Pastores de Genebra

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Última edição das Institutas

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Caricaturas de Calvino feitas por um aluno

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O PENSAMENTO DE JOÃO CALVINO

A revelação geral é insuficiente por causa do pecado. Daí a necessidade da inspiração bíblica e da encarnação.

A Bíblia é a Palavra de Deus, havendo coesão entre ela e o Espírito Santo.

Deus governa todas as coisas, realizando o que decretou na eternidade. Sua providência está por trás de todos os eventos. Ele pode usar causas secundárias para realizar seu plano.

Ao decretar cada evento, Deus o fez de tal forma que não retirou a responsabilidade humana. As Escrituras, porém, não revelam como combinar essas duas realidades.

A imagem de Deus no homem está deformada, mas não apagada. O pecado no homem não consiste apenas de atos, mas também de uma natureza inclinada para o mal que permeia totalmente a personalidade (depravação total).

A cristologia de Calvino é ortodoxa. Cristo é Profeta, Sacerdote e Rei. Ele substituiu o homem nas penas que lhe eram devidas. Tanto sua morte como sua vida têm efeito redentor.

A fé é um dom sobrenatural dado pelo Espírito. Por ela, os eleitos respondem positivamente ao evangelho e são salvos. Os descrentes podem ter uma fé temporária. Os crentes verdadeiros, porém, são preservados (perseverança dos santos).

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A predestinação é absoluta (depende só da vontade de Deus) e particular (aplica-se a indivíduos, não a grupos).

A igreja verdadeira é reconhecida pela pregação e pela correta ministração dos sacramentos.

Há distinção entre a igreja visível (congregação local com “trigo e joio”) e invisível (os eleitos, os anjos e os crentes do AT).

A santificação do crente é de extrema importância, sendo a igreja visível o contexto em que deve ocorrer.

A igreja é a mãe de todos os crentes, pois os leva ao novo nascimento através da pregação e os educa e alimenta ao longo da vida. Os sacramentos revelam o caráter maternal da igreja.

Na Ceia o crente tem verdadeira participação em Cristo, não sendo ela um mero símbolo. O corpo físico de Cristo está à direita de Deus no céu.

A igreja não deve isolar-se da sociedade, mas interagir com ela de forma que o governo de Cristo se manifeste por meio de governantes e magistrados piedosos. Mesmo assim, Igreja e Estado têm esferas de atuação separadas.

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Academia de Genebra (1559)

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Monumento aos Reformadores, em Genebra

Calvino, Farel, Beza e Knox

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OS ANABATISTAS

Distinções gerais

Reforma Magisterial: Atuou ao lado dos magistrados, ou seja, as autoridades civis (Lutero, Zuínglio, Calvino, etc.)

Reforma Radical: Defendeu a completa separação entre Igreja e Estado, a liberdade religiosa e o ministério leigo. Rejeitou o batismo infantil e enfatizou a experiência de conversão e a vida cristã prática. Seu alvo era restaurar a igreja do NT.

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TRÊS GRUPOS DA REFORMA RADICAL

Os espirituais (ou espiritualistas): e.g., Caspar Schwenkfeld (1489-1561) enfatizava a luz interior do Espírito Santo.

Os racionalistas antitrinitários: e.g., Miguel Serveto (1511-1553) e Fausto Socino (1539-1604).

Os anabatistas: Grupo maior e mais influente. Surgiu em Zurique, em 1525, com o nome de “irmãos suíços” e se subdividiram em grupos como os menonitas, os hutteritas, os amish e a Igreja dos Irmãos.

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A HISTÓRIA DOS ANABATISTAS

Teve início entre ex-simpatizantes de Zuínglio. Seus primeiros líderes foram Jorge Blaurock, Félix Manz e Conrado

Grebel que concluíram que só o batismo de crentes era genuíno. Em 25/01/1525 batizaram uns aos outros por efusão. O primeiro a

ser batizado foi Jorge Blaurock. Os primeiros líderes anabatistas percorreram a Suíça e a Alemanha

pregando a necessidade de conversão e rebatizando centenas de pessoas.

Despertaram a antipatia das autoridades civis e de Zuínglio ao fazerem protestos e interromperem cultos em Zurique.

Leis rigorosas foram promulgadas contra os anabatistas. Félix Manz foi o primeiro mártir, executado por afogamento, em janeiro de 1527.

Uma severa perseguição se desencadeou em várias partes da Europa contra os anabatistas que eram vistos como hereges pelos líderes religiosos e como rebeldes pelas autoridades civis. Blaurock foi queimado na fogueira em 1529.

No século XVI, os dois principais pensadores anabatistas foram Baltasar Hubmaier e Menno Simons.

A Igreja Menonita é a principal herdeira da tradição anabatista.

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A CONFISSÃO DE SCHLEITHEIM E OS PRINCÍPIOS ANABATISTAS BÁSICOSEssa confissão foi aprovada na Conferência de Schleitheim (1527), presidida por Miguel Sattler

(c. 1490-1527)

- Ideal de restauração do cristianismo primitivo.- A igreja separada do Estado.- O batismo de crentes.- A separação do mundo.- Igualdade e fraternidade.- Pacifismo.- Proibição do porte de armas, cargos públicos e

juramentos.- Rigorosa disciplina (banimento)

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BALTASAR HUBMAIER (1481-1528)

Foi um estudioso católico de renome, chegando ao cargo de vice-reitor (1515) da Universidade de Ingolstadt (Alemanha).

Tornou-se protestante em 1522 e assumiu o pastorado da pequena igreja reformada de Waldshut, perto de Zurique. Dali apoiava o trabalho de Zuínglio.

Em 1525 começou a se opor ao batismo infantil e sua igreja tornou-se a primeira congregação anabatista.

Escreveu o tratado “O batismo cristão dos crentes”, contra as críticas de Zuínglio.

Depois de um debate público em Zurique, Zuínglio mandou prendê-lo. Sob tortura, Hubmaier se retratou.

Foi para a Morávia, onde havia certa liberdade religiosa, e ali batizou mais de seis mil pessoas.

Foi preso pela polícia imperial e condenado à morte em Viena.

Sua esposa foi condenada à morte por afogamento no rio Danúbio, três dias depois.

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O PENSAMENTO DE BALTASAR HUBMEIER Criticava as comunidades protestantes como igrejas

estatais, entrelaçadas à sociedade. Nelas não havia como distinguir os verdadeiros crentes porque todos eram batizados na infância.

Fez oposição à coerção do pensamento e à perseguição dos dissidentes.

Afirmou o livre-arbítrio. Este fora destruído pela Queda, mas é restaurado graças à atuação de Cristo e do Espírito Santo (sinergismo evangélico). Os arminianos desenvolveram essa concepção no século XVII.

Opôs-se à predestinação incondicional (a eleição se baseia na presciência) e afirmou o sinergismo.

Quanto à Ceia, adotou a posição de Zuínglio. Sua teologia estava centrada na conversão baseada na

fé como uma livre decisão de crer no evangelho. Assim, ensinou a “graça preveniente”, i.e., uma graça resistível que chama, convence e capacita.

Somente os convertidos podem ser membros das igrejas locais.

O batismo é somente um testemunho público de conversão. Logo, crianças não podem ser batizadas.

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MENNO SIMONS (1496-1561) Nasceu em Witmarsum, nos

Países Baixos. Tornou-se sacerdote em 1524 e

foi pároco em sua cidade natal. A partir de 1530 passou a ler

as obras de Lutero e de Zuínglio e teve contato com os anabatistas.

Em 1535, após a morte de seu irmão, executado por ser anabatista, teve uma experiência de conversão.

Sua prisão foi ordenada pelo imperador Carlos V, mas, mesmo assim, viajou pela Europa pregando, criando igrejas e escrevendo livros, panfletos, hinos e cartas.

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O PENSAMENTO DE MENNO SIMONS

Defendia a distinção entre a ala radical dos anabatistas (Münster) e a facção moderada.

Sua teologia se concentrava na experiência de conversão e no aspecto moral da justificação (em lugar do forense). O pecador começa a se tornar justo interiormente.

Via a obra dos reformadores magisteriais como incompleta, pois preservava tradições antibíblicas. Além disso, dão destaque à fé, sem frisar o arrependimento.

As crianças nascem sem culpa e não precisam de conversão e batismo. Graças à obra de Cristo, Deus afasta a culpa do pecado original até o momento em que a pessoa peca de forma deliberada.

O pacifismo deve ser adotado de forma completa pelos cristãos (total não-resistência).

O Estado tem o direto de usar a força para proteger os inocentes e punir os maus.

Ponto controvertido: Cristo teve sua origem integral no céu e não recebeu nada de Maria. Esta só viabilizou seu ingresso na vida terrestre. Essa idéia certamente visava a resguardar o impecabilidade de Cristo.

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A TRADIÇÃO ANGLICANA

Rei Henrique VIII

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A Igreja Anglicana foi iniciada por Henrique VIII (1491-1547) que queria se divorciar de Catarina de Aragão por esta não lhe dar um filho varão. O papa recusou o pedido de divórcio e o rei rompeu com Roma, em 1533.

O rei nomeou Thomas Cranmer, da Universidade de Cambridge, primaz da igreja da Inglaterra. Cranmer legitimou o divórcio do rei e seu novo casamento.

Em 1534, Henrique VIII se proclamou chefe supremo da igreja inglesa que se manteve católica, mas não sujeita ao papa.

Henrique foi sucedido por Eduardo VI, de apenas 9 anos. Seus tutores, sob a influência de Cranmer, implantaram a Reforma na Inglaterra com o apoio de teólogos vindos do continente.

Eduardo foi sucedido por sua meia-irmã Maria que restaurou o catolicismo e mandou executar mais de 300 líderes protestantes, inclusive Cranmer (1556). Ela ficou conhecida como “Maria, a Sanguinária”.

Maria foi sucedida por Elizabete (reinou de 1558 a 1603), sob quem a Igreja Anglicana tomou sua forma definitiva, com governo episcopal e teologia protestante. Os ministros deviam aceitar o Livro de Oração Comum (elaborado por Cranmer, em 1549) e os Trinta e Nove Artigos de Religião (1563), que expressam a doutrina oficial do anglicanismo (moderadamente reformada).

Page 44: Aula 4a parte - a reforma

Esposas de Henrique VIII

Page 45: Aula 4a parte - a reforma

Eduardo VI e Elizabeth I

Page 46: Aula 4a parte - a reforma

Torre de Londres

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Torre Branca (interior da Torre de Londres)

Page 48: Aula 4a parte - a reforma

Sala de Torturas (Torre de Londres)

Page 49: Aula 4a parte - a reforma

Local em que foi decapitada Ana Bolena (Torre de Londres)

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Na Escócia, a reforma teve como líder John Knox (1514-1572).

Knox havia se refugiado em Genebra e retornou em 1559.

Sob sua influência, o Parlamento criou uma igreja nacional presbiteriana, com ênfase reformada e calvinista (1560).

John Knox

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OS DOIS PARTIDOS DA IGREJA ANGLICANA

Igreja Alta: ritualista, defensora da sucessão apostólica, da hierarquia e de uma liturgia formal.

Igreja Baixa: evangélica, partidária de uma reforma calvinista.

Da Igreja Anglicana vieram os “puritanos” que defendiam a abolição do Livro de

Oração Comum, dos bispos, das vestes litúrgicas e de outroa vestígios do

catolicismo.

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THOMAS CRANMER (m. 1556) Prefaciou e distribuiu nas igrejas a primeira

Bíblia inglesa impressa. Escreveu o Livro de Oração Comum (1549,

1552) e os Quarenta e Dois Artigos (1553), base para os Trinta e Nove Artigos.

Recebeu influências luteranas e reformadas, especialmente de Martin Bucer, reformador de Estrasburgo.

Mantinha o equilíbrio entre as Escrituras e a tradição.

Defendeu a salvação pela graça mediante a fé, e a santificação pelas boas obras.

Condenou a visão romana do sacerdócio. Sua concepção sobre a Ceia era semelhante a

de Calvino.

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RICHARD HOOKER (1554-1600)

Foi o formulador do anglicanismo elizabetano.

Com o apoio de Elizabete desenvolveu idéias tradicionalistas (liturgia e hierarquia).

Defendeu a autoridade das Escrituras, mas reconheceu outras autoridades como a tradição e a consciência.

Acolheu a teologia natural tomista em que a natureza (razão e livre-arbítro) não conflita com a graça, mas com ela coopera.

Os sacramentos unem a pessoa a Deus e a tornam santa e imortal.

Defendeu o clericalismo, mas aceitava a doutrina so sacerdócios dos crentes.

Defendeu a estreita união entre Igreja e Estado.