aula 15 - marx ii - luta de classes, revolução e comunismo

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AULA 15: MARX II – LUTA DE CLASSES, REVOLUÇÃO E COMUNISMO E NICOLAU MAQUIAVEL SOCIOLOGIA A Luta de Classes Antes de estudarmos as ideias propriamente ditas de Marx e Engels, precisamos ter em mente que ele elaboraram uma obra muito importante, na qual concentram a maioria das suas ideias produzidas até 1848. Essa obra é o “Manifesto do Partido Comunista”. Baseando-nos na leitura desse livro podemos começar a refletir sobre uma das suas primeiras ideias: “A história de todas as sociedades até agora 1 tem sido a história das lutas de classe” (MARX&ENGELS, 2008. p. 8). Tal tese fundamenta-se no princípio filosófico da Dialética, a qual surge primeiramente na Grécia Antiga, através do pensamento de Heráclito, filósofo responsável por entender a essência do universo (lê-se a arché) como uma espécie de processo da criação do novo (semelhante a natureza da chama que sempre está se modificando), a partir do choque entre dois fenômenos contraditórios. Heráclito imaginava que um homem ou uma mulher que atravessasse um rio nunca seria dele a mesma pessoa que entrou (nem mesmo o rio é o mesmo, pois, suas águas correm sempre em movimento contínuo). Um exemplo mais claro do raciocínio do filósofo pré-socrático é a questão da Justiça, a qual, segundo 1 Marx e Engels estavam se referindo as sociedades que surgiram na Europa e nos países do Oriente que conheciam, todas as suas informações sobre a formação históricas das populações do continente americana vinham do antropólogo Lewis Henry Morgan (1818 – 1881), portanto, ainda eram demasiados recentes para serem associadas a teoria da luta de classes. 1

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Aula 15 - Marx II - Luta de Classes, Revolução e Comunismo

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Aula 15: Marx II Luta de Classes, Revoluo e Comunismo e Nicolau Maquiavel

sociologiaA Luta de Classes

Antes de estudarmos as ideias propriamente ditas de Marx e Engels, precisamos ter em mente que ele elaboraram uma obra muito importante, na qual concentram a maioria das suas ideias produzidas at 1848. Essa obra o Manifesto do Partido Comunista. Baseando-nos na leitura desse livro podemos comear a refletir sobre uma das suas primeiras ideias: A histria de todas as sociedades at agora tem sido a histria das lutas de classe (MARX&ENGELS, 2008. p. 8). Tal tese fundamenta-se no princpio filosfico da Dialtica, a qual surge primeiramente na Grcia Antiga, atravs do pensamento de Herclito, filsofo responsvel por entender a essncia do universo (l-se a arch) como uma espcie de processo da criao do novo (semelhante a natureza da chama que sempre est se modificando), a partir do choque entre dois fenmenos contraditrios. Herclito imaginava que um homem ou uma mulher que atravessasse um rio nunca seria dele a mesma pessoa que entrou (nem mesmo o rio o mesmo, pois, suas guas correm sempre em movimento contnuo). Um exemplo mais claro do raciocnio do filsofo pr-socrtico a questo da Justia, a qual, segundo ele, representa um resultado direto do conflito entre aquilo que certo e aquilo que errado.No entanto, as discusses levadas a cabo pelos pensadores pr-socrticos podem ser entendidas com discusses metafsicas, ou seja, so reflexes dedicadas em descobrir a origem do universo, a consistncia da alma humana e mergulhar sobre as teorias sobre Deus (l-se um ser supremo e criador de tudo que existe).

Marx afasta-se bastante desse tipo de Dialtica, fundando uma reflexo muito mais concreta, material e pautvel, caso comparada com a metafsica. Para evidenciar o carter material da dialtica marxiana percebemos que Marx e Engels, fundiram a tese da dialtica com a histria, procurando agentes sociais especficos que se manifestassem de forma contraditria que, posteriormente, desembocassem em conflito direto e aberto, gerando um processo de mudana social. Estavam trabalhando para elaborar a teoria da Revoluo e da Luta de Classes. Devido ao fato da dialtica desenvolvida por Marx e Engels ser material (tendo em vista que procura agentes sociais especficos na realidade, tais como, a burguesia, a nobreza, o clero, a classe tralhadora, etc) e histrica (pois, busca olhar o conflitos desses seres sociais, em diversos momentos da histria, por exemplo, o conflito entre nobres e burgues durante a revoluo francesa, ou o conflito entre proletrios e burgueses no capitalismo, entre outros), podemos ento entender a corrente filosfica que inspira esses autores como Materialismo Histrico e Dialtico (ou s materialismo histrico).

Por fim, vale ressaltar que o foco desses filsofos na atividade material humana (muitas vezes essencialmente econmica, por exemplo, um servio manual, um trabalho dentro de uma indstria ou oficina artes, etc) no neglicencia a qualidade subjetiva dos homens. Em outras palavras, a perspectiva da luta de classes enxerga um processo de mudana social, o qual atua sobre todos os campos da vida humana, ainda que, sejam focalizados as relaes de produo, no momento no qual os autores elaboram suas reflexes filosficas.Exemplos de Luta de Classes Luta de Classes na Antiguidade (XXXV a. C V d. C):

O conflito se expressava entre as classes proprietrias de terras e monopolizadores do prestgio social (l-se os aristocratas) e os escravos (nessa poca o escravo era fruto de uma batalha mal sucedida ou derrota em guerras entre populaes, ou entre cidades-estado como acontecia na Grcia -) que eram submetidos a elas. Essa tipo de contradio foi responsvel pela possibilidade da Filosofia Grega, pois, a sua prtica requisitava muito tempo livre e esforo intelectual, enquanto isso, os escravos ficavam responsveis por todo o trabalho braal que mantinha a plis grega em pleno desenvolvimento. Sem os escravos, no s a Filosofia seria prejudicada, bem como, todas as cidades-estados da Grcia, as civilizaes egpcias e os imprios babilnicas seriam arruinados. A Luta de Classes na Civilizao Romana Ocidental (I V):

Evidencia-se nesse momento da histria a contradio entre Patrcios (uma espcie de aristocrata com exagerados ares de soberba, monopolizadores da terra e detentores do poder poltico) e a Plebe (camada da populao responsvel pelo trabalho rural e braal de todo o Imprio). Do embate entre essas classes surgiram, tanto medidas exploradoras e opressoras, quanto conquistas significativas e humanas, no entanto, nossa aula vai focar-se em ois fenmenos muito importantes que marcam at hoje a histria do imprio romano e refletem at hoje em nossa realidade. O primeiro deles foi a conquista do Tribuno da Plebe e, o segundo, foi a estratgia de controle poltico da populao mais eficiente at ento criada, a poltica do po e circo (panem at circenses). A Luta de Classes no Feudalismo (V XV)

O incio da Idade Mdia, cujo sistema de produo era o feudalismo aconteceu quando o imprio romano do ocidente caiu em 476, arruinando consigo a contradio entre patrcios e plebeus, ao mesmo tempo em que, inaugurava uma nova e tensa contradio social, a que existia entre o do Senhor Feudal e dos seus Servos. Desse embate surgem inmeros fenmenos dentre ele merece destaque a hegemonia da religio crist catlica, bem como, a primada das suas principais instituies, por exemplo: a Igreja Catlica, a Santa Inquisio, as Cruzadas (XI XIII), entre outras.

Durante toda a Idade Mdia foi ignorado o sentido abstrato da troca utilizando um valor de moeda padronizado, bem como, o sistema produtivo estava restrito a manufatura e s famosas oficinas de ofcio, onde os aspirantes ao artesanato aprendiam sua arte por meio dos ensinamentos dos grandes mestres artesos. O quadro histrico comea a mudar, devido as incurses militares catlicas (cruzadas) e ao processo de Renascimento Comercial (XIV XV) impulsionado pelas rotas comerciais fundadas a partir das expedies catlicas em sua guerra santa. Tais fenmenos possibilitaram o fortalecimento e a organizao dos pequenos vendedores nmades que concentravam-se ao redor dos feudos. Essa regio onde os comerciantes ficavam foi chamada de Burgo (daqui surge o termo usado por Marx e Engels para se referir aos grandes comerciantes responsveis pelo carter explorador da realidade do sculo XIX, os to conhecidos: burgueses). A Luta de Classes no Capitalismo (desde o sculo XVI at os dias de hoje):

Sem dvida, o conflito de classes, pelo qual Marx e Engels dedicaram mais tempo de sua vida estudando, foi aquele que originou-se aps a runa do feudalismo. A luta que formava-se nesse momento era entre dois agentes sociais importantssimos: a Burguesia e ao Proletariado. No entanto, no podemos nos esquecer que tais seres sociais to contraditrios no surgiram do nada, muito pelo contrrio, so frutos do movimento dialtico da histria, o qual se manifesta pelos processos de revolucionamento do sistema de produo. O Proletariado, classe oposta a burguesia teve diversas origens, no entanto, o processo que ilustra mais claramente o seu surgimento so os terrveis Cercamentos que foram levadas a cabo na Inglaterra. Em funo desse processo, milhares de pequenos produtores foram expulsos de suas terras, as quais seriam alugadas para a burguesia rural criar ovelhas. Nessas condies, os pequenos produtores acabaram migrando para as cidades recm-construdas no tendo outra escolha para sobreviver, a no ser a venda da sua mo de obra. Muitas vezes isso no era o suficiente para sustentar sua famlia, por isso, tentava colocar toda a sua prole para trabalhar junto com eles nas fbricas, com esperana de aumentar a renda mensal, a fim de no passar fome. Foi assim que o termo proletariado surgiu. Alm da formao de dois agentes contraditrios e completamente novos para a vivncia feudal, esse sistema que j mostrava-se obsoleto recebeu seu golpe de misericrdia, por meio das revolues burguesas e revolues industriais, as quais, respectivamente, destruram as antigas classes em luta (Sr. feudal e servos) e o antigo sistema de produo (agrrio e manufatureiro). Assim, surgiu um novo sistema de produo simbolizado pela mquina e pela contradio entre burguesia e proletariado, surgia ento o Capitalismo. Antes de finalizarmos esse tpico preciso levantarmos duas importantes observaes: O Carter Essencial da Burguesia

A burguesia no pode existir sem revolucionar os instrumentos de produo, portanto as relaes de produo e, por conseguinte, todas as relaes sociais (MARX&ENGELS,2008. p. 13). A partir desta citao do Manifesto do partido comunista, podemos destacar o fato da burguesia iniciar seu movimento de ascenso poltica e econmica como uma classe revolucionria, a qual lutava contra os privilgios e a arbitrariedade da nobreza feudal e do clero. Para tornar a sua crtica uma verdadeira revoluo social, precisou aliar-se aos camponeses e aos artesos. Contudo, aps a derrubada de uma vez por todas da hegemonia do feudalismo, ela trai o campesinato, impedindo que a revoluo sejam levadas as ltimas consequncias (e os seus privilgios que sejam criticados). Aliando-se novamente a nobreza (mais especificamente ao exrcito) a burguesia reprime o movimento jacobino e os seus historiadores (ou seja, aqueles que olham para a histria pela perspectiva dos vencedores das lutas histricas) denominam esse evento de Perodo do Terror Francs (1792 1794). O Fundamento da Histria

A essncia do movimento dialtico da histria sempre gerar novas contradies sociais, que por sua vez, criam a necessidade de mudana social. Por exemplo, a burguesia representou o elemento contraditrio dentro do feudalismo, levando a cabo um processo de mudana social, o qual destruiu o feudalismo e preparou o campo para o surgimento do capitalismo. Em seguida ela trai a classe com a qual ela se aliou, adquiri hegemonia na poltica e na economia e comea a profetizar a incontestabilidade, a naturalidade e eternidade do seu domnio, ou seja, passa agora a dedicar-se em construir a sua ideologia (uma conscincias da realidade que se propaga em todos os mbitos da sociedade, favorecendo a burguesia). Marx j nos alerta sobre isso quando afirma que a burguesia comeou como uma classe revolucionria e depois tornou-se uma classe conservadora, deixando o papel histrico da revoluo para a classe proletria. Segundo ele, nossa realidade histrica to mutvel quanto qualquer outra, por isso, passvel das leis da dialtica, como qualquer sociedade humana.As relaes rgidas e enferrujadas, com suas representaes e concepes tradicionais, so dissolvidas, e as mais recentes tronam-se antiquadas antes que se consolidem. Tudo o que era slido desmancha no ar, tudo que era sagrado profano (MARX&ENGELS, 2008. p. 14). Alm disso, o prprio poder hegemnico cria os meios e os agentes sociais para a sua destruio, no caso da burguesia, o proletariado.A burguesia produz, antes de mais nada, seus prprios coveiros. Seu declnio e a vitria do proletariado so igualmente inevitveis (MARX&ENGELS, 2008. p. 30).A Questo da Revoluo

A teoria da revoluo em Marx consiste em pensar na histria como uma espcie de movimento perptuo de ascenso e queda de formas de sociedade, nas quais os prprios poderes hegemnicos e aparentemente absolutos so os responsveis pela por gerar os meios necessrios para a sua runa. A revoluo assume sua expresso clssica (l-se semelhante a revoluo francesa), ou seja, um levante explosivo, massivo e violento da classe oprimida contra a classe dominante. Desse choque entre agentes e desejos to contraditrios surge uma realidade completamente distinta, onde os interesses da classe anteriormente dominada, finalmente podem ser vivenciados. Durante a revoluo, os agentes sociais vivenciam um momento nico, inventivo e extremamente rico de possibilidades, denominamos essa poca transitria de Histria Aberta, ou momento de abertura da histria. Nesse intervalo curto de tempo, os destinos da revoluo no esto trassados, a criatividade, a genialidade e a liberdade do esprito humano so levadas as ltimas consequncias. Tudo se opina, tudo se cria e a nica ordem do dia e destruir o velho e criar da forma mais livre o quanto possvel o novo. Durante a derrubada do feudalismo, essa poca de histria aberta foi denominada de Renascimento (sculo XVI). Ilustrando:

Dentre a diversidade dos processos histricos de revoluo, Marx e Engels acabaram focando-se naquele que eles denominaram como Revoluo Comunista. Esse processo fundamenta-se em trs intuitos: em primeiro lugar; preciso demolir a propriedade privada, em segundo lugar; destruir o trabalho assalariado e; em ltimo lugar; acabar de uma vez por todas com a sociedade de classes. Nesse sentido, a revoluo comunista tem um significado eminente de Superao, ou seja, age em funo de negao profunda do presente, tendo em vista que, este j foi esgotado completamente, logo, precisa ser revolucionado. A destruio da propriedade privada essencial para os comunistas, pois, ela que fundamente a desigualdade e a alienao, as quais assolam a humanidade no capitalismo. Portanto, o aniquilamento da propriedade privada no significa a supresso da capacidade de nos apropriarmos do fruto do nosso trabalho (quem faz isso muito bem e h um bom tempo o prprio fenmeno da alienao).

A Questo da Ideologia

Todo saciedade possui um conjunto de leis, ideias, costumes, vises de mundo, as quais atuam na defesa da realidade vigente, fazendo com que seus membros esqueam o fato da sua vivncia em sociedade ser histrica, ou seja, seus valores e crenas no so imutveis, perptuos e eternos. Muito pelo contrrio, so provenientes de um momento especfico da histria, portanto, possuem um comeo um meio e um fim. Por isso, a ideologia pode ser entendida como uma espcie de falsa conscincia, a qual procura, a qualquer custo, manter uma realidade histrica tal como ela em seu dado momento, protegendo-a contra qualquer tipo de revoluo. Salvo todas as crticas contra a ideologia burguesa, Marx reconhece a importncia revolucionria da ideologia, enquanto ela est se formando, pois, nesse perodo ela adquire uma expresso revolucionria. Em outras, palavras todo classe social possui a sua ideologia, e durante a luta de classes podemos observar a luta entre uma ideologia velha, caduca e conservadora contra uma ideologia nova, indita e revolucionria.

A Questo da Mais Valia

Segundo Marx e Engels, o capitalismo um sistema econmico que explora a classe trabalhadora e exaure o esprito humano, por meio de trs eventos:

I. A Mais-valia (ou trabalho no pago): consiste no fenmeno do no pagamento justo e adequado dos trabalhadores em funo do servio por eles prestado. Por exemplo, imaginemos uma montadora de linha branca, cujo lucro mensal seja 5.000.000 R$, desse valor, 2.500.000 R$ so divididos entre os empregados na forma de salrio; 2.000.000 R$ so separados somente para manuteno da maquinaria e outros tipos de manuteno como o capital de giro e 500.000 R$ vo direto para conta pessoal do patro. Supomos que a fbrica tivesse em mdia 3000 trabalhadores, e supondo que cada um deles ganhassem o mesmo salrio (o que no acontece em nenhuma indstria capitalista) cada trabalhador ganharia em mdia 833,33 R$, muito menos do o empregador no final de um expediente completo de servio (um ms). Os economistas burgueses, ignorando a histria afirmam: mas as mquinas (os meios de produo) so do capitalista. Entretanto, Marx e Engels rebatem o cinismo do discurso questionando a violncia e a arbitrariedade pela qual foram conquistados os meios de produo pelo empregador (podemos citar rapidamente o exemplo os cercamentos, as invases colonizadoras na Amrica, o trabalho escravo, mas existem muitos outras formas desumanas).

II. O Trabalhado Assalariado: representa uma relao social entre burgueses e proletrios, na qual, no final das contas, os empregados saem da mesma forma que entraram, ou seja, com uma renda unicamente capaz de reproduzir a sua condio social de trabalhador. J o empregador, este sa sempre muito mais rico do que quando assinou os contratos de trabalho, portanto, enriqueceu nesse processo, atravs da concentrao da renda produzida por seus empregados em suas mos lisas e rapinas.

III. A Iluso: a explorao vigente no capitalismo se manifesta (dentre outras formas, tais como as citadas at agora) justamente no fato de acreditarmos viver em uma sociedade em que no existe explorao do trabalho.

O Comunismo

O comunismo pode ser entendido como uma realidade histrica ou um sistema poltico e econmico que surge por meio da revoluo do proletariado, levada a cabo a fim de extinguir o domnio de uma classe social sobre a outra (mais especificamente o a opresso que a burguesia exercia sobre ele, a qual depois de extinta, acreditava-se que tambm se acabaria com todo o domnio de classes). Nas palavras dos prprios filsofos comunistas, a nova sociedade construda pela revoluo aquela na qual: () o livre desenvolvimento de cada um o pressuposto para o livre desenvolvimento de todos (MARX&ENGELS, 2008. p. 46). vlido ressaltar que, o comunismo no representa, em nenhum aspecto, o fim da histria, pois, a dialtica h de promover novas contradies e manter a realidade social-histrica em movimento. O comunismo representa, na viso de Marx e Engels, o fim do mundo como ns o conhecemos, desigual, autoritrio e injusto. No se pode confundir desigualdade com diferena, tendo em vista que, na viso dos filsofos comunistas, a sociedade comunista proporcionaria as mesmas condies a todos os seus membros para eles poderem serem verdadeiramente diferentes. No mundo burgus, a todo momento se faz elogios a diferena e a liberdade, mas na realidade, poucos tem os meios necessrios para serem livres e diferentes, e depois que alcanam tais privilgios tornam-se modelos utpicos para os demais membros da sociedade copi-los. A ltima observao sobre o comunismo, a qual veremos nessa aula a crtica aos falsos marxistas que afirmam ser o comunismo um caminho futuro natural da sociedade, inevitavelmente acontecer, sem que os agentes scias nada precisem fazer. Isso um grande erro interpretativo. Talvez o nico carter inevitvel seja a explorao do sistema capitalista, nada pode evit-la, pois, faz parte estrutural desse tipo de sociedade. Mas o que Marx e Engels queriam deixar claro no manifesto, era a crescente conscientizao da populao sobre os males do capitalismo, por isso, o apelo final dos nossos filsofos comunistas a unio dessa indignao em um movimento proletrio mundial: Proletrios de todos os pases, uni-vos! (MARX&ENGELS, 2008. p. 66).

Referncias BibliogrficasMARX, K. & ENGELS, F. Manifesto do partido comunista. So Paulo: Expresso Popular, 2008. 72p.

Marx e Engels estavam se referindo as sociedades que surgiram na Europa e nos pases do Oriente que conheciam, todas as suas informaes sobre a formao histricas das populaes do continente americana vinham do antroplogo Lewis Henry Morgan (1818 1881), portanto, ainda eram demasiados recentes para serem associadas a teoria da luta de classes.

Sempre que o nome de um autor for complementado pelo prefixo "ana", tipo: marxiana, rousseauniana, hegeliana, entre outros, significa que estamos falando de alguma coisa referente ao prprio autor. Por exemplo: Li uma obra marxiana significa que voc acabou de ler um livro escrito pelo prprio Marx.

Esse materialismo no tem nada a ver com aquilo que as correntes espritas e exotricas entendem por materialismo, ou seja, no significa, em nenhum sentido, a defesa pelo prazer pelos bens materiais. O materialismo de Marx e Engels faz uma discusso filosfica e crtica ao pensamente metafsico.

Tanto na vivncia objetiva quanto na subjetiva; no mbito econmico quanto no poltico e, assim por diante.

Era um magistrado, ou seja, um membro do governo, atuante no senado, o qual visava manter a garantia dos interesses e direitos da plebe, frente a arbitrariedade e mesquinharia dos polticos patrcios. Em outras palavras, representou uma possibilidade histria da camada mais desfavorecida participar da poltica e ter suas demandas atendidas, caso isso no acontecesse eles mostravam suas foras deixando de produzir alimento e matando os patrcios de fome.

Estratgia de manipulao popltica da populao, a qual aproveitava-se da geral falta de informaes e do elitizado processo educacional (responsvel por alfabetizar somente os patrcios) para manter os plebeus sempre fiis ao governos, atravs da garantia de alimentao e divertimento e, tendo em vista, que o circo era o nico divertimento da poca, tal esquema foi denominado de po e circo.

Esse nome foi dado, pois, as terras que foram roubadas dos pequenos produtores eram cercadas com arame farpado para tornarem-se grandes latifndios usados para produo de l para embrionria indstria txtil inglesa.

No livro A utopia de Thomas Morus (1478 1535), o autor afirma que na Inglaterra, as ovelhas devoram os homens.

Por exemplo, achar que o capitalismo um sistema natural que sempre existir um pensamento ideolgico; achar que todo mundo que no consegue emprego est nessa situao porque no se esforou suficientemente uma ideologia; a frase bandido bom bandido morto uma frase ideolgica que esconde todo processo miservel da realidade que forma um bandido, etc.

Como j mencionamos, Marx e Engels admitiram que a burguesia foi revolucionria em sua luta contra a nobreza e o clero durante o fim da Idade Mdia e o comeo do capitalismo, no entanto, depois do sculo XIX assumiram uma postura eminentemente conservadora, conduta est que j dava indcios de se concretizar logo no final do sculo XVIII, a partir da traio dos jacobinos na revoluo francesa.

Quantidade de dinheiro investida na produo para mant-la sempre lucrativa para a empresa.

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