aula 10 - noções de contabilidade geral - bizu para polícia federal - prof. moraes junior

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Bizu – Noções de Contabilidade Geral Agente da Polícia Federal Prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 1 Prof. Moraes Junior Tudo bem? Preparado para a prova? Minha intenção, nesse “Bizu de Noções de Contabilidade Geral” e fornecer dicas, passando pelos doze tópicos do edital, para que você possa estudá-las e utilizá-las na hora da prova. Portanto, sem perder tempo, vamos começar! 1. Conceitos, objetivos e finalidades da contabilidade. Acho difícil cair uma questão sobre o primeiro tópico. Contudo, como o Sr. Seguro morreu de velho e o Sr. Prevenido está vivo até hoje, destaco o seguinte: o objetivo da contabilidade é assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informações sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como sobre o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins e a principal finalidade da contabilidade é prover informações para auxiliar a tomada de decisões. 2. Patrimônio: componentes, equação fundamental do patrimônio, situação líquida, representação gráfica. Neste segundo tópico é de vital importância, em qualquer prova, conhecer a equação fundamental do patrimônio e os tipos de situação líquida. Tudo isso deve estar no seu “sangue” na hora prova, pois a banca costuma cobrar questões sobre esses assuntos! Equação Fundamental do Patrimônio: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido Onde: Ativo = Ativo Circulante + Ativo Não Circulante Ativo Não Circulante = Realizável a Longo Prazo + Investimentos + Intangível + Imobilizado Passivo = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante Passivo Não Circulante = Longo Prazo + Receitas Diferidas Ativo (A) = Passivo (P) + Situação Líquida (SL) Situação Líquida (SL) = Ativo (A) – Passivo (P) Situação Líquida Nula ou Compensada (SL = 0) A = P Positiva ou Favorável ou Superavitária ou Ativa (SL > 0) A > P Negativa ou Desfavorável ou Deficitária ou Passiva ou Passivo a Descoberto (SL < 0) A < P Propriedade Plena dos Ativos: abertura da empresa P = 0 A = SL > 0 Pior Situação Possível: ocorrerá quando não existir mais ativos para liquidar os passivos ainda existentes A = 0 SL = - P Relações importantes: Ativo: A > 0 ou A = 0 (não pode ter valor negativo) Passivo: P > 0 ou P = 0 (não pode ter valor negativo) O ativo pode ser maior ou igual à situação líquida, mas nunca menor. O passivo (passivo circulante + passivo não circulante) pode ser maior, igual, igual em módulo ou menor que a situação líquida.

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    Prof. Moraes Junior

    Tudo bem? Preparado para a prova? Minha inteno, nesse Bizu de Noes de Contabilidade Geral e fornecer dicas, passando pelos doze tpicos do edital, para que voc possa estud-las e utiliz-las na hora da prova. Portanto, sem perder tempo, vamos comear! 1. Conceitos, objetivos e finalidades da contabilidade. Acho difcil cair uma questo sobre o primeiro tpico. Contudo, como o Sr. Seguro morreu de velho e o Sr. Prevenido est vivo at hoje, destaco o seguinte: o objetivo da contabilidade assegurar o controle do patrimnio administrado e fornecer informaes sobre a composio e as variaes patrimoniais, bem como sobre o resultado das atividades econmicas desenvolvidas pela entidade para alcanar seus fins e a principal finalidade da contabilidade prover informaes para auxiliar a tomada de decises. 2. Patrimnio: componentes, equao fundamental do patrimnio, situao lquida, representao grfica. Neste segundo tpico de vital importncia, em qualquer prova, conhecer a equao fundamental do patrimnio e os tipos de situao lquida. Tudo isso deve estar no seu sangue na hora prova, pois a banca costuma cobrar questes sobre esses assuntos! Equao Fundamental do Patrimnio: Ativo = Passivo + Patrimnio Lquido Onde: Ativo = Ativo Circulante + Ativo No Circulante Ativo No Circulante = Realizvel a Longo Prazo + Investimentos + Intangvel + Imobilizado Passivo = Passivo Circulante + Passivo No Circulante Passivo No Circulante = Longo Prazo + Receitas Diferidas Ativo (A) = Passivo (P) + Situao Lquida (SL) Situao Lquida (SL) = Ativo (A) Passivo (P)

    Situao Lquida Nula ou Compensada (SL = 0) A = P Positiva ou Favorvel ou Superavitria ou Ativa (SL > 0) A > P Negativa ou Desfavorvel ou Deficitria ou Passiva ou Passivo a Descoberto (SL < 0) A < P Propriedade Plena dos Ativos: abertura da empresa P = 0 A = SL > 0 Pior Situao Possvel: ocorrer quando no existir mais ativos para liquidar os passivos ainda existentes A = 0 SL = - P Relaes importantes: Ativo: A > 0 ou A = 0 (no pode ter valor negativo) Passivo: P > 0 ou P = 0 (no pode ter valor negativo) O ativo pode ser maior ou igual situao lquida, mas nunca menor. O passivo (passivo circulante + passivo no circulante) pode ser maior, igual, igual em mdulo ou menor que a situao lquida.

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    3. Atos e fatos administrativos: conceitos, fatos permutativos, modificativos e mistos. Chegamos ao terceiro tpico e temos que conhecer os trs tipos de fatos administrativos destacados: permutativos, modificativos e mistos.

    Fatos Descrio Exemplos Permutativos, Qualitativos ou Compensativos

    No provocam alteraes no patrimnio lquido. (modificaes qualitativas)

    Compra de mercadoria vista: Dbito: Mercadorias (Ativo Circulante) Crdito: Caixa (Ativo Circulante)

    Modificativos ou Quantitativos

    Alteram a patrimnio lquido (modificaes quantitativas) Podem ser: Modificativos aumentativos Modificativos diminutivos

    Receita de prestao de servios a prazo: Modificativo Aumentativo Dbito: Clientes (Ativo Circulante) Crdito: Receita de Servios (Receita) Apropriao de Salrios: Modificativo Diminutivo Dbito: Despesas de Salrios (Despesa) Crdito: Salrios a Pagar (Passivo Circulante)

    Mistos ou Compostos Alteraes qualitativas (sem alterao do PL) e quantitativas no patrimnio lquido (com alterao do PL). Podem ser: Mistos aumentativos Mistos diminutivos

    Recebimento de duplicatas com juros: Misto Aumentativo Dbito: Caixa (Ativo Circulante) Crdito: Juros Ativos (Receita) Crdito: Duplicatas a Receber (Ativo Circulante) Recebimento de duplicatas com desconto Misto Diminutivo Dbito: Caixa (Ativo Circulante) Dbito: Descontos Concedidos (Despesa) Crdito: Duplicatas a Receber (Ativo Circulante)

    4. Contas: conceitos, contas de dbitos, contas de crditos e saldos. Vamos, neste quarto tpico, estudar os principais conceitos sobre contas e a sua diviso de acordo com a teoria das contas. Saldo de uma conta: diferena entre o total de lanamentos a dbito e o total de lanamentos a crdito efetuados na conta. Saldo Devedor: o total dos dbitos maior que o total dos crditos. Saldo Credor: o total dos crditos maior que o total dos dbitos. Saldo Nulo: o total dos dbitos igual ao total dos crditos.

    Teoria das Contas Teorias Contas do Ativo Contas do Passivo Contas de

    Resultado Personalstica Bens: Agentes Consignatrios

    Direitos: Agentes Correspondentes

    Passivo Circulante e Passivo No Circulante: Agentes Correspondentes Patrimnio Lquido: Proprietrios

    Proprietrios

    Materialstica Integrais Passivo Circulante e Passivo No Circulante: Integrais Patrimnio Lquido: Diferenciais

    Diferenciais

    Patrimonialista Patrimoniais Patrimoniais Resultado

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    5. Plano de contas: conceitos, elenco de contas, funo e funcionamento das contas. Neste tpico, muito importante que voc entenda o que so contas de natureza devedora, de natureza credora, retificadoras e o seu funcionamento.

    Natureza Contas Dbito Crdito Devedora Ativo, Retificadoras do Passivo e PL e Despesas Aumenta Diminui Credora Passivo, PL, Retificadoras do Ativo e Receitas Diminui Aumenta

    6. Escriturao: conceitos, lanamentos contbeis, elementos essenciais, frmulas de lanamentos, livros de escriturao, mtodos e processos, regime de competncia e regime de caixa. Neste tpico, vamos comear estudando as frmulas de lanamento.

    Frmulas de Lanamento

    Descrio Exemplos

    Primeira Frmula 1 conta debitada 1 conta creditada

    Compra de mercadorias vista: Dbito: Mercadorias (Ativo Circulante) Crdito: Caixa (Ativo Circulante)

    Segunda Frmula 1 conta debitada Mais de uma conta creditada

    Compra de mercadorias, parte vista e parte a prazo: Dbito: Mercadorias (Ativo Circulante) Crdito: Caixa (Ativo Circulante) Crdito: Fornecedores (Passivo Circulante)

    Terceira Frmula Mais de uma conta debitada 1 conta creditada

    Pagamento de duplicatas aps o vencimento com juros: Dbito: Duplicatas a Pagar (Passivo Circulante) Dbito: Juros Passivos (Despesa) Crdito: Caixa (Ativo Circulante)

    Quarta Frmula Mais de uma conta debitada Mais de uma conta creditada

    Compra de caminhes e automveis com pagamento parte vista e parte a prazo. Dbito: VeculosCaminhes (Ativo No Circulante Imobilizado) Dbito: VeculosAutomveis (Ativo No Circulante Imobilizado) Crdito: Caixa (Ativo Circulante) Crdito: Duplicatas a Pagar (Passivo Circulante)

    Para memorizar as frmulas de lanamento de forma mais fcil, guarde os seguintes nmeros: 11; 12; 21; 22 (em ordem crescente) Primeiro: 11 Primeira Frmula de Lanamento 1 dbito e 1 crdito Segundo: 12 Segunda Frmula de Lanamento 1 dbito e 2 (*) crditos Terceiro: 21 Terceira Frmula de Lanamento 2 (*) dbitos e 1 crdito Quarto: 22 Quarta Frmula de Lanamento 2 (*) dbitos e 2 (*) crditos (*) Onde se l 2, entenda-se mais de um.... Mais um ponto importante no tpico conhecer a diferena entre o regime de caixa e o regime de competncia. No regime de caixa, as despesas so reconhecidas no resultado quando, efetivamente, sair dinheiro do caixa, e as receitas so reconhecidas no resultado quando, efetivamente, entrar dinheiro no caixa. Por outro lado, no regime de competncia, as receitas so consideradas realizadas e as despesas incorridas quando ocorrerem os seus fatos gerados, independentemente de recebimento ou pagamento. Vamos estudar cada um dos casos.

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    Situao Regime de Competncia

    Regime de Caixa

    Exemplos

    Despesas incorridas e pagas Despesa despesa Salrios de outubro, pagos no final do ms, em dinheiro. Lanamento pelos dois regimes: Dbito: Despesas de Salrios (Despesa) Crdito: Caixa (Ativo Circulante)

    Despesas incorridas e no pagas

    Despesa No se aplica

    Apropriao de salrios de dezembro, a serem pagos em janeiro. Lanamento pelo regime de competncia: Dbito: Despesas de Salrios (Despesa) Crdito: Salrios a Pagar (Passivo Circulante)

    Despesas no incorridas e pagas

    No se aplica despesa Prmios de seguros pagos no incio da vigncia do contrato. Lanamento pelo regime de competncia (no despesa): Dbito: Seguros a Vencer (Ativo Circulante) Crdito: Caixa (Ativo Circulante) Lanamento pelo regime de caixa: Dbito: Despesas de Seguros (Despesa) Crdito: Caixa (Ativo Circulante)

    Receitas realizadas (ganhas) e recebidas

    Receita Receita Venda de mercadorias vista. Lanamento pelos dois regimes: Dbito: Caixa (Ativo Circulante) Crdito: Receita de Vendas (Receita)

    Receitas realizadas (ganhas) e no recebidas

    Receita No se aplica

    Venda de mercadorias a prazo. Lanamento pelo regime de competncia: Dbito: Clientes (Ativo Circulante) Crdito: Receita de Vendas (Receita)

    Receitas no realizadas (no ganhas) e recebidas

    No se aplica Receita Adiantamento de clientes, em virtude da venda de um produto que ser entregue posteriormente. Lanamento pelo regime de competncia: Dbito: Caixa (Ativo Circulante) Crdito: Adiantamento de clientes (Passivo Circulante) Lanamento pelo regime de caixa: Dbito: Caixa (Ativo Circulante) Crdito: Receita de Vendas (Receita)

    7. Contabilizao de operaes contbeis diversas: juros, descontos, tributos, aluguis, variao monetria/ cambial, folha de pagamento, compras, vendas e provises, depreciaes e baixa de bens. Este tpico bem extenso, mas gostaria de destacar quatro pontos que podem aparecer na prova: provises, depreciaes, desconto de duplicatas e tributos. Proviso (sempre de natureza credora): deve ser reconhecida quando atender, cumulativamente, as seguintes condies: - a entidade tem uma obrigao presente (legal ou no formalizada) como consequncia de um evento passado; - provvel a sada de recursos para liquidar a obrigao; e - pode ser feita estimativa confivel no montante da obrigao.

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    Obrigao Presente: indica que mais provvel ocorrer do que no ocorrer a obrigao. Evento Passado: aquele que cria obrigaes, por exigncia legal ou por criar alguma relao vlida perante terceiros. Estimativa confivel: uma estimativa confivel considera os riscos (variabilidade de situaes provveis de ocorrer) e incertezas. Constituio da Proviso: Dbito: Despesas com Proviso (Despesa)

    Crdito: Proviso (Ativo Retificadora Passivo) Perda Consumada: Dbito: Proviso (Ativo Retificadora)

    Crdito: Conta com base na qual ela foi constituda Reverso da Proviso: Dbito: Proviso (Ativo Retificadora)

    Crdito: Reverso da Proviso (Receita) Exemplos: Provises do ativo: Proviso p/ Ajuste ao Valor de Mercado; Proviso p/ Crditos de Liquidao Duvidosa; Proviso p/ Perdas Provveis na Realizao de Investimentos. Proviso p/ Crditos de Liquidao Duvidosa Proviso para o Imposto de Renda; Provises do passivo: so obrigaes da empresa Proviso para a Contribuio Social sobre o Lucro Lquido; Proviso para Dcimo-Terceiro Salrio; Proviso para Frias; Proviso para Contingncias; e Proviso para Garantias. Depreciao: considerar, como despesa ou custo do perodo, uma parte do valor gasto na compra de bens de consumo durvel utilizados nas atividades da empresa. O bem poder ser depreciado a partir da data em que for instalado, colocado em servio ou esteja em condies de produzir, independentemente do dia do ms, ou seja, conta-se o primeiro ms integralmente, qualquer que seja o dia. Taxa de Depreciao = 1/Vida til do Bem Lanamento: Dbito: Despesas de Depreciao ou Encargos de Depreciao (Despesa) Crdito: Depreciao Acumulada (Ativo No Circulante Imobilizado Retificadora) - Vedaes depreciao de acordo com a Legislao do Imposto de Renda: I - Terrenos, salvo em relao a benfeitorias e construes; II - Bens que aumentam de valor com o tempo, como antiguidades e obras de arte; III - Bens para os quais sejam registradas cotas de amortizao ou exausto; e IV - Bens mveis ou imveis que no estejam intrinsecamente relacionados produo ou comercializao de bens e servios. - Valor Contbil do Bem: corresponde diferena entre o custo de aquisio do bem e a depreciao acumulada.

    - Valor Residual: valor provvel da realizao do bem aps ser totalmente depreciado.

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    Custo de Aquisio do Bem (+) Gastos com instalao (+) Acrscimos Posteriores (-) Valor Residual Base de Clculo da Depreciao

    Mtodo das Quotas Constantes ou Mtodo Linear ou Mtodo da Linha Reta: depreciao acumulada diretamente proporcional ao tempo. Tipos de Depreciao:

    - Depreciao Normal: turno de 8 horas dirias; - Depreciao Acelerada: mais de turno de 8 horas dirias;

    Turnos Coeficiente

    (Legislao Societria) Coeficiente

    (Legislao Fiscal) 1 turno (8 horas) 1,0 1,0 2 turnos (16 horas) 2,0 1,5 3 turnos (24 horas) 3,0 2,0

    Bens Adquiridos Usados: a taxa anual de depreciao - o maior entre os seguintes prazos: I - Metade da vida til do bem adquirido novo; e II - Restante da vida til, considerada em relao primeira instalao para utilizao do bem. Edificaes: o valor das edificaes deve estar destacado do valor do custo de aquisio do terreno, admitindo-se o destaque baseado em laudo pericial. Desconto de Duplicatas: nas operaes de desconto de duplicatas, a empresa transfere a posse e a propriedade para o banco, que pagar pelas duplicatas um valor descontado dos juros cobrados na operao. Normalmente, os juros so estipulados em funo do prazo que falta para a liquidao dos ttulos. A empresa continua responsvel, juntamente com os devedores, pelo pagamento das duplicatas (se os devedores no pagarem ao banco, a empresa que ter que pagar a dvida). Portanto, a empresa s poder dar baixa nas duplicatas descontadas mediante um aviso de recebimento, pois, caso contrrio, o banco debitar a conta corrente da empresa, passando as duplicatas para cobrana simples, caso no sejam devolvidas empresa. No envio de duplicata para desconto: Diversos a Duplicatas Descontadas (Ativo Circulante Retificadora) (*) Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) Juros Passivos (Despesa) Dependendo do prazo de vencimento das duplicatas (maior que um ms), primeiramente, devem ser consideradas as despesas bancrias no desconto de duplicatas como despesas a apropriar e, pelo princpio da competncia, apropriar essas despesas na medida em que os meses forem passando. Diversos a Duplicatas Descontadas (Ativo Circulante Retificadora) (*) Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) Despesas a Apropriar (Ativo Circulante)

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    Aviso de Recebimento (pagamento da duplicata pelo cliente): Duplicatas Descontadas (Ativo Circulante Retificadora) (*) a Duplicatas a Receber (Ativo Circulante)

    Pagamento da duplicata pelo cliente ao Banco com atraso: caso o cliente no pague no vencimento, o Banco j cobra da empresa que descontou a duplicata, que fica na situao de cobrana simples. Nesta situao, o lanamento seria semelhante falta de pagamento pelo cliente. Falta de pagamento pelo cliente: Duplicatas Descontadas (Ativo Circulante Retificadora) (*) a Banco Conta Movimento (Ativo Circulante) A partir da, a duplicata fica em cobrana simples. (*) A conta Duplicatas Descontadas seria uma conta retificadora da conta Duplicatas a Receber, classificando-se no ativo (circulante ou realizvel a longo prazo). Suponha que a empresa possui crditos a receber em virtude de uma venda realizada a prazo (duplicatas a receber), mas no est disposta a esperar o recebimento, pois precisa de dinheiro no momento. Com isso, a empresa desconta as duplicatas no banco, recebe o dinheiro no momento e o banco cobra juros por isso, tendo em vista que s receber o dinheiro do suposto emprstimo (desconto de duplicatas) por ocasio do pagamento das duplicatas a receber pelos clientes da empresa ou, caso os clientes no paguem no vencimento, pelo pagamento da prpria empresa.Contudo, repare que falei que o desconto de duplicatas um suposto emprstimo que o banco faz para empresa. Portanto, se um emprstimo (essncia sobre a forma), uma obrigao da empresa (dvida com o banco). Pelas novas regras contbeis aps as alteraes da Lei das S.A., entende-se que estas Duplicatas Descontadas deveriam ser classificadas no Passivo (circulante ou no circulante). Alis, mesmo antes das alteraes da Lei das S.A., para fins de anlise das demonstraes contbeis, as duplicatas descontadas j eram classificadas no passivo (somente para fins de anlise). O lanamento de desconto de duplicatas seria: Diversos a Duplicatas Descontadas (Passivo Circulante) Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) Despesas a Apropriar (Passivo Circulante - Retificadora) assim que prev o Manual de Contabilidade Societria, edio de 2010, de Srgio de Iudcibus e outros autores, em sua pgina 572: Lembremo-nos que neste manual estamos recomendando que as duplicatas descontadas sejam classificadas diretamente no passivo. O Cespe ainda no cobrou questes dessa maneira. Consolidando, podemos considerar trs momentos nas duplicatas descontadas: Momento 1: Desconto das duplicatas no banco Momento 2: Aviso de recebimento (pagamento pelo cliente na data do vencimento ou antes do vencimento) ou no pagamento pelo cliente (nesse caso, a empresa paga o emprstimo desconto das duplicatas ao banco e as duplicatas passam a ser duplicatas em cobrana). Momento 3: Pagamento pelo cliente aps o vencimento (nessa situao, a duplicata j est em cobrana no mais duplicata descontada).

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    Tributos: no caso de tributos, gostaria de chamar a sua ateno para duas questes j cobradas pelo Cespe. (Agente-PF-2009-Cespe) Conta em R$

    servios prestados 480.000

    descontos promocionais 20.000

    propaganda e publicidade 18.000

    descontos financeiros a clientes 13.000

    ISS 23.000

    contribuies incidentes sobre as receitas 28.000

    custo dos servios prestados 170.000 Com base nas informaes apresentadas na tabela acima, referentes a uma empresa prestadora de servios, julgue o item seguinte. As informaes mostram que o lucro bruto da empresa foi de R$ 226.000,00. Servios Prestados 480.000

    (-) descontos promocionais (20.000)

    (-) ISS (23.000)

    (-) contribuies incidentes sobre as receitas (28.000)

    Receita lquida 409.000

    custo dos servios prestados (170.000)

    Lucro Bruto 239.000 No confunda desconto financeiro (ou condicional) ou desconto comercial ou promocional (ou incondicional). O item est errado. (Analista Judicirio-Contabilidade-TRE/BA-2009-Cespe) O frete pago sobre a venda classificado, na demonstrao do resultado do perodo elaborada pela empresa vendedora, como deduo da receita bruta. Muita ateno, pois este um erro muito comum na hora da prova: Frete sobre vendas uma despesa operacional, ou seja, aparece na Demonstrao do Resultado do Exerccio aps o lucro bruto. Ateno! Frete sobre venda no deduo da receita bruta de vendas! O item est errado 8. Balancete de verificao: conceitos, modelos e tcnicas de elaborao. O balancete de verificao relaciona todas as contas de acordo com a natureza do saldo, independentemente de serem contas patrimoniais ou de resultado, retificadoras ou no. Ele montado a partir do Livro Razo, do qual so extrados os saldos de cada conta. H dois tipos de balancete de verificao: balancete de verificao inicial (contas patrimoniais e de resultado) e balancete de verificao final (somente contas patrimoniais).

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    O principal objetivo do balancete de verificao demonstrar a correta aplicao do mtodo das partidas dobradas, ou seja, o total dos saldos devedores deve ser igual ao total dos saldos credores. Caso isto no ocorra, h algum erro. Exemplo:

    Contas Saldo Devedor

    Saldo Credor

    Caracterstica

    Reserva de capital 350.000 Patrimnio Lquido Proviso para frias 25.000 Passivo Circulante Proviso para devedores duvidosos 12.300 Ativo Circulante Emprstimos bancrios 400.000 Passivo Circulante Seguros a vencer 50.000 Ativo Circulante Clientes (realizvel acima de 400 dias) 200.000 Ativo No Circulante Realizvel a

    Longo Prazo Banco conta movimento 78.700 Ativo Circulante Participao em coligadas/controladas 750.000 Ativo No Circulante Investimentos Terrenos 1.000.000 Ativo No Circulante Investimentos Clientes 322.250 Ativo Circulante Edificaes 250.000 Ativo No Circulante Imobilizado Estoque de produtos acabados 120.000 Ativo Circulante Depreciao acumulada 200.000 Ativo No Circulante Imobilizado

    Retificadora Capital social 358.650 Patrimnio Lquido Ajuste de avaliao patrimonial 400.000 Patrimnio Lquido Fornecedores 450.000 Passivo Circulante Impostos a pagar 10.000 Passivo Circulante Reservas de lucros 200.000 Patrimnio Lquido Proviso para 13o salrio 55.000 Passivo Circulante Financiamentos (exigvel acima de 500 dias)

    800.000 Passivo No Circulante Longo Prazo

    Aes em tesouraria 490.000 Patrimnio Lquido Retificadora Total 3.260.950 3.260.950

    9. Balano patrimonial: conceitos, objetivo, composio. O Balano Patrimonial uma demonstrao financeira que evidencia, resumidamente, a situao patrimonial e financeira da entidade, quantitativamente e qualitativamente, em um dado momento (normalmente em 31 de dezembro de cada ano).

    a situao esttica do patrimnio e apresenta todos os bens (tangveis e intangveis), direitos e obrigaes da empresa, bem como a situao lquida.

    Balano Patrimonial Ativo Passivo

    Ativo Circulante Ativo No Circulante Realizvel a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangvel

    Passivo Circulante Passivo No Circulante Patrimnio Lquido Capital Social (-) Aes em Tesouraria Ajustes de Avaliao Patrimonial Reservas de Lucros Reservas de Capital (-) Prejuzos Acumulados

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    Gostaria tambm de chamar a sua ateno para a definio de ajustes de avaliao patrimonial: so contrapartidas de aumentos ou redues de ativos e passivos, ou seja, podem ter natureza devedora ou credora. Caso tenham natureza devedora, os ajustes de avaliao patrimonial sero uma conta retificadora do patrimnio lquido. 10. Demonstrao de resultado de exerccio: conceito, objetivo, composio. na Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE) que aparecero todas as contas de receita e todas as contas de despesa do perodo, que so contas transitrias, ou seja, ao final do perodo de apurao estaro com seus saldos zerados. A DRE tem por objetivo evidenciar a situao econmica da entidade em um determinado perodo por meio da apurao do resultado do exerccio (lucro ou prejuzo). A estrutura da DRE, segundo a Lei das S.A., seria a seguinte: Receita Bruta de Vendas ou Receita Operacional Bruta (-) Dedues da Receita Bruta

    (-) Devolues de Vendas (-) Abatimentos sobre Vendas (-) Descontos Incondicionais Concedidos (-) ISS sobre Vendas (-) ICMS sobre Vendas

    (-) PIS e COFINS sobre Vendas (=) Receita Lquida de Vendas ou Receita Operacional Lquida (-) Custo das Mercadorias/Produtos Vendidos/Servios Prestados (=) Resultado Operacional Bruto (=) Resultado Operacional Bruto (-) Despesas com Vendas (-) Despesas Gerais e Administrativas (-) Outras Despesas Operacionais (+) Outras Receitas Operacionais (-) Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras (=) Resultado Operacional Lquido (+) Outras Receitas (pela Lei das S.A., esto aps o resultado operacional lquido) (-) Outras Despesas (pela Lei das S.A., esto aps o resultado operacional lquido) (=) Resultado Antes dos Tributos (-) CSLL ou Despesa com Proviso para CSLL (=) Resultado do Exerccio antes do Imposto de Renda (-) Despesa c/ Proviso do Imposto de Renda (=) Resultado do Exerccio aps o Imposto de Renda (-) Despesa c/ Participaes Societrias sobre o Lucro

    Participaes de Debntures Participaes de Empregados Participaes de Administradores Participaes de Partes Beneficirias

    Fundos de Assistncia e Previdncia de Empregados (=) Resultado Lquido do Exerccio Lucro/Prejuzo Lquido por Ao

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    (*) Outras Receitas (Receitas No Operacionais) e Outras Despesas (Despesas No Operacionais) As receitas no operacionais esto relacionadas venda de bens do ativo no circulante (investimentos, imobilizado e intangvel), ou seja, vendas que no correspondam atividade fim da empresa. Por outro lado, as despesas no operacionais sero as despesas por baixa por perecimento, extino, desgaste, obsolescncia ou exausto, ou na liquidao desses bens, ou seja, o valor contbil do bem do ativo no circulante no momento da alienao. A Lei no 11.941/09, alterou a redao do inciso IV do artigo 187 da Lei das SA, conforme abaixo: Art. 187. A demonstrao do resultado do exerccio discriminar: (...) IV - o lucro ou prejuzo operacional, as receitas e despesas no operacionais e o saldo da conta de correo monetria (artigo 185, 3); IV o lucro ou prejuzo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redao dada pela Lei n 11.941, de 2009) Repare que, antes das alteraes, tnhamos o lucro ou prejuzo operacional, as receitas e despesas no operacionais e o saldo da conta de correo monetria. Na nova redao, temos o lucro ou prejuzo operacional, as outras receitas e as outras despesas. Quanto correo monetria, no h problemas, pois ela no existe mais desde 1995. O problema justamente com as receitas e despesas no operacionais. Repare que a nova redao transformou as receitas no operacionais em outras receitas e as despesas no operacionais em outras despesas. Repare ainda que, pela redao da Lei das S.A., as outras receitas e as outras despesas continuam aps o lucro ou prejuzo operacional. Vamos l! Pode perguntar! Mas, professor, por que, ento, voc colocou, na estrutura da DRE, as outras receitas e outras despesas antes do lucro ou prejuzo operacional, ou seja, influenciando no resultado do lucro ou prejuzo operacional. Tudo bem, eu respondo. Porque no houve apenas uma alterao de nomenclatura, apesar de a Lei nos levar a concluir que foi apenas isso. Veja o que foi estabelecido pela Resoluo CFC no 1.157/09: Eliminao de receitas e despesas no operacionais A Medida Provisria n. 449/08 (que foi convertida na Lei no 11.941/09) acatou mais essa regra existente nas normas internacionais: a no segregao dos resultados em operacionais e no operacionais. Assim, no mbito do processo de convergncia com as normas internacionais (leitura sistemtica das normas e orientaes), as entidades devero apresentar as outras receitas/despesas no grupo operacional e no aps a linha do resultado operacional. Portanto, no foi apenas uma alterao de nomenclatura, como nos induz a pensar a redao da Lei da S.A., mas tambm uma alterao na posio das outras receitas (ex-receitas no operacionais) e das outras despesas (ex-despesas no operacionais) dentro da estrutura da DRE, que passaram a figurar antes do lucro ou prejuzo operacional. Contudo, o Cespe ainda no cobrou questes dessa maneira. Se abordar, pode haver problema se a questo no definir que de acordo com Lei da S.A. e gerar dupla interpretao. 11. Lei no 6.404/1976: alteraes posteriores, legislao complementar e pronunciamentos do Comit de Pronunciamentos Contbeis (CPC). Este tpico apenas estabelece que o contedo programtico deve estar de acordo com a Lei no 6.404/76 (Lei das S.A.), alteraes posteriores, legislao complementar e pronunciamentos do CPC.

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    12. Princpios fundamentais de contabilidade (aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade, por meio das Resolues do CFC no 750/1993 e no 774/1994). Neste tpico, vamos rever os princpios conceitos sobre princpios de contabilidade, que podem ser cobrados em prova. Princpio Caractersticas

    Entidade Objeto da Contabilidade: Patrimnio. O Patrimnio no se confunde com aqueles dos seus scios ou proprietrios, no caso de sociedade ou instituio. O PATRIMNIO pertence ENTIDADE, mas a recproca no verdadeira. A soma ou agregao contbil de patrimnios autnomos no resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econmico-contbil.

    Continuidade A Entidade continuar em operao no futuro e, portanto, a mensurao e a apresentao dos componentes do patrimnio levam em conta esta circunstncia.

    Oportunidade Processo de mensurao e apresentao dos componentes patrimoniais para produzir informaes ntegras e tempestivas. Falta de integridade e tempestividade na produo e na divulgao da informao contbil: pode ocasionar a perda de sua relevncia, por isso necessrio ponderar a relao entre a oportunidade e a confiabilidade da informao. Abarca dois aspectos distintos, mas complementares: a integridade e a tempestividade, sendo tambm conhecido como Princpio da UNIVERSALIDADE.

    Registro pelo Valor Original

    Os componentes do patrimnio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transaes, expressos em moeda nacional. Bases de mensurao: Custo histrico e Variao do custo histrico (custo corrente, valor realizvel, valor presente, valor justo e atualizao monetria). Atualizao Monetria: a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, no representa unidade constante em termos do poder aquisitivo. A atualizao monetria no representa nova avaliao.

    Competncia Determina que os efeitos das transaes e outros eventos sejam reconhecidos nos perodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Pressupe a simultaneidade da confrontao de receitas e de despesas correlatas. Exemplos de receitas realizadas: nas transaes com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetiv-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes ENTIDADE, quer pela fruio de servios por esta prestados; quando da extino, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; pela gerao natural de novos ativos independentemente da interveno de terceiros; e no recebimento efetivo de doaes e subvenes. Exemplos de despesas incorridas: quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferncia de sua propriedade para terceiro; pela diminuio ou extino do valor econmico de um ativo; e pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

    Prudncia Determina a adoo do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente vlidas para a quantificao das mutaes patrimoniais que alterem o patrimnio lquido. Pressupe o emprego de certo grau de precauo no exerccio dos julgamentos necessrios s estimativas em certas condies de incerteza, no sentido de que ativos e receitas no sejam superestimados e que passivos e despesas no sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensurao e apresentao dos componentes patrimoniais.

    Boa sorte na prova! Moraes Junior [email protected]