aula 1 estrutura, formação e classe das palavras

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CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 1 - ESTRUTURA, FORMAÇÃO E CLASSE DAS PALAVRAS Olá, pessoal Algumas questões de provas utilizam a expressão “análise morfossintática” em seus enunciados, o que leva muita gente ao desespero: “Nossa, eu não estudei isso!!!”. Calma, povo! Em nosso estudo de hoje, abordaremos esses conceitos e saberemos que, ao fim do curso, você terá sido apresentado aos elementos que possibilitam essa bendita análise. A gramática se divide basicamente em: FONÉTICA, MORFOLOGIA, SINTAXE, SEMÂNTICA e ESTILÍSTICA. Fonética estuda os sons e fonemas lingüísticos. Neste ponto, estudam-se, inclusive, tonicidade, classificação da palavra segundo a sílaba tônica, encontros vocálicos ou consonantais etc. Parte disso já foi objeto de comentário na aula anterior. Felizmente, não precisamos nos aprofundar, pois somente os aspectos relativos à ortografia costumam fazer parte dos programas de concursos públicos. Morfologia estuda a palavra em si, quer em relação à forma, quer em relação à idéia que ela encerra (classes das palavras, flexões, elementos mórficos, terminação, grafia). Esse é o assunto da aula de hoje. Sintaxe é o estudo da palavra com relação às outras que se acham na mesma oração (concordância, regência, colocação). Semântica estuda os sentidos das palavras (já vimos na aula anterior) e Estilística investiga o sistema expressivo que o idioma apresenta (figuras de estilo, de linguagem etc.). Assim, a análise morfológica considera a palavra, sua formação, sua classe, a possibilidade de emprego, suas flexões, enquanto que a análise sintática trata da relação dessa palavra com as demais numa estrutura oracional. Em suma, uma análise morfossintática aborda todos estes aspectos – a palavra em si e sua relação com as demais da oração. Viu como não é nenhum bicho-de-sete-cabeças??? Na Morfologia, um dos pontos a ser estudado é a estrutura das palavras, isto é, as unidades que as compõem. ESTRUTURA DAS PALAVRAS Recentemente, esse ponto do programa vem sendo explorado em concursos públicos, principalmente pela Fundação Getúlio Vargas. Para conhecer a estrutura das palavras, iremos “dissecá-las”, identificando cada uma de suas pequenas partes. As palavras são constituídas de morfemas, que são unidades mínimas indivisíveis da palavra (equivalem às células do corpo). Esses morfemas apresentam significados, que podem ser de natureza lexical (conceitos e sentidos da língua; léxico é o conjunto de palavras de uma língua, ou seja, vocabulário) ou de natureza gramatical (gênero, número, modo, tempo). Vamos a um exemplo. Na palavra CÉUS, podemos distinguir dois morfemas – o primeiro, que carrega a significação, forma, por si, um vocábulo: céu; o segundo não tem autonomia vocabular, serve para identificar o número: s. Ao primeiro, dá-se

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AULA 1 - ESTRUTURA, FORMAÇÃO E CLASSE DAS PALAVRAS

Olá, pessoal

Algumas questões de provas utilizam a expressão “análise morfossintática” em seus enunciados, o que leva muita gente ao desespero: “Nossa, eu não estudei isso!!!”. Calma, povo! Em nosso estudo de hoje, abordaremos esses conceitos e saberemos que, ao fim do curso, você terá sido apresentado aos elementos que possibilitam essa bendita análise.

A gramática se divide basicamente em: FONÉTICA, MORFOLOGIA, SINTAXE, SEMÂNTICA e ESTILÍSTICA.

Fonética estuda os sons e fonemas lingüísticos. Neste ponto, estudam-se, inclusive, tonicidade, classificação da palavra segundo a sílaba tônica, encontros vocálicos ou consonantais etc. Parte disso já foi objeto de comentário na aula anterior. Felizmente, não precisamos nos aprofundar, pois somente os aspectos relativos à ortografia costumam fazer parte dos programas de concursos públicos.

Morfologia estuda a palavra em si, quer em relação à forma, quer em relação à idéia que ela encerra (classes das palavras, flexões, elementos mórficos, terminação, grafia). Esse é o assunto da aula de hoje.

Sintaxe é o estudo da palavra com relação às outras que se acham na mesma oração (concordância, regência, colocação).

Semântica estuda os sentidos das palavras (já vimos na aula anterior) e Estilística investiga o sistema expressivo que o idioma apresenta (figuras de estilo, de linguagem etc.).

Assim, a análise morfológica considera a palavra, sua formação, sua classe, a possibilidade de emprego, suas flexões, enquanto que a análise sintática trata da relação dessa palavra com as demais numa estrutura oracional. Em suma, uma análise morfossintática aborda todos estes aspectos – a palavra em si e sua relação com as demais da oração. Viu como não é nenhum bicho-de-sete-cabeças???

Na Morfologia, um dos pontos a ser estudado é a estrutura das palavras, isto é, as unidades que as compõem.

ESTRUTURA DAS PALAVRAS

Recentemente, esse ponto do programa vem sendo explorado em concursos públicos, principalmente pela Fundação Getúlio Vargas.

Para conhecer a estrutura das palavras, iremos “dissecá-las”, identificando cada uma de suas pequenas partes.

As palavras são constituídas de morfemas, que são unidades mínimas indivisíveis da palavra (equivalem às células do corpo).

Esses morfemas apresentam significados, que podem ser de natureza lexical (conceitos e sentidos da língua; léxico é o conjunto de palavras de uma língua, ou seja, vocabulário) ou de natureza gramatical (gênero, número, modo, tempo).

Vamos a um exemplo. Na palavra CÉUS, podemos distinguir dois morfemas – o primeiro, que carrega a significação, forma, por si, um vocábulo: céu; o segundo não tem autonomia vocabular, serve para identificar o número: s. Ao primeiro, dá-se

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o nome de morfema lexical (significado), e, ao segundo, o nome de morfema gramatical (define o número).

Os morfemas podem ser divididos em:

- elementos básicos e significativos: raiz, radical e tema;

- elementos modificadores de significação: afixos, desinências e vogal temática;

- elementos de ligação: vogais ou consoantes, também chamados de infixos.

Raiz

É o elemento mínimo, primitivo, carregado do núcleo significativo que se conserva através do tempo, comum às palavras cognatas, ou seja, da mesma família. É objeto de estudo da Etimologia, parte da gramática que estuda a origem das palavras.

A título de exemplo, as palavras estar (em latim, stare) e constar (em latim, constare) possuem a mesma raiz: “st”.

Radical

É o elemento comum das palavras cognatas. É responsável pelo significado básico da palavra. Ex.: Em terra, terreno, terreiro, terrinha, enterrar, terrestre e aterrar, o radical comum a todos é terr-.

Às vezes, pode sofrer alterações. Ex.: dormir, durmo; querer, quis

As palavras que possuem mais de um radical são chamadas de compostas. Ex.: passatempo

Ao radical, juntam-se os demais elementos, como desinências, sufixos, prefixos, infixos, vogais temáticas, de forma a compor novas palavras.

Nos verbos, o radical é o que resta após eliminar a terminação “AR”, “ER”, “IR”:

CANTAR = radical é CANT

BEBER = radical é BEB

PARTIR = radical é PART

A partir da mesma raiz, formam-se vários vocábulos: são cognatos os vocábulos coração, cardíaco, cordial, cardiologista.

Uma curiosidade: a expressão de cor, usada em “saber de cor”, é também cognata de “coração”. Isso porque os antigos consideravam o coração como sede não só da sensibilidade (amor), mas também da inteligência. Então “saber de cor” liga-se à idéia de “saber de coração”.

Vamos ver alguns exemplos da formação das palavras cognatas.

Ao radical CARDI (do grego kardia = coração) podem ligar-se:

a) O (vogal de ligação) + LOG (logos = tratado) + IA (sufixo) = CARDIOLOGIA

b) O (vogal de ligação) + PAT (path é a raiz de páscho = sofrer) + IA = CARDIOPATIA

Afixos

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São partículas que se anexam ao radical para formar outras palavras. Existem dois tipos de afixos:

Prefixos: colocados antes do radical. Ex.: desleal, ilegal

Sufixos: colocados depois do radical. Ex: felizmente, igualdade, confeitaria

Infixos

Os infixos, também chamados de vogais ou consoantes de ligação, não são significativos e, por isso, não são considerados morfemas.

Entram na formação das palavras para facilitar a pronúncia.

Ex.: café (radical) + T + eira (sufixo) = cafeteira

capim(radical) + Z + al (sufixo) =capinzal

rod (radical) + O + via (radical) = rodovia

Vogal Temática

Vogal Temática (VT) se junta ao radical para receber outros elementos.

Pode existir vogal temática tanto em verbos quanto em nomes. Ex.: beber, rosa, sala.

Nos nomes, as vogais temáticas podem ser a, e, o.

Nos verbos, também são três as vogais temáticas – a, e, i – e estas indicam a conjugação a que pertencem os verbos (1ª, 2ª ou 3ª conjugação, respectivamente).

Ex.: partir (PART + I + R) - verbo de 3ª conjugação

sonhando (SONH + A + NDO) – verbo de 2ª.conjugação

Eu disse “pode existir” porque nem todas as palavras possuem vogal temática. Há formas verbais e nomes sem vogal temática. Isso pode ocorrer nos nomes terminados em consoante (rapaz, fácil) ou em vogal tônica (saci, fé) – casos em que o radical se confunde com o tema (resultado da união do radical com a vogal temática), ou em algumas conjugações verbais.

Em resumo, se um nome terminar por outra letra que não o “a”, “e” ou “o”, é chamado de atemático (sem tema).

CUIDADO: não confunda vogal temática com desinência, que marca a flexão da palavra.

Em palavras que não se flexionam em gênero, esse “a”, “e” ou “o” finais são o tema, e a desinência de gênero é indicada pelo símbolo Ø:

radical VT desinência

gênero desinência

número

sala sal a

pinto pint o Ø

livros livr o Ø s

estudantes estudant e Ø s

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Quando o nome se flexiona, o “a” será desinência de gênero (feminino) e “o”, a desinência no masculino. Esse é o posicionamento de Celso Cunha e Lindley Cintra, em sua obra Nova Gramática do Português Contemporâneo.

radical desinência

gênero desinência

número

aluno alun o

bela bel a

algumas algum a s

menino menin o

meninas menin a s

OBSERVAÇÃO: Outros autores apontam como Ø a indicação do gênero masculino, considerando que o morfema “o” seria a vogal temática (menino = radical: menin + VT: o). Em nosso material, adotamos o posicionamento de Cunha e Cintra, por ser majoritário. Acredito serem remotas as chances dessa classificação ser objeto de prova, mas, de qualquer forma, fica registrada a ressalva.

Lembramos mais uma vez que algumas formas verbais podem não apresentar vogal temática. Por exemplo: eu mato (1ª.pessoa do singular do presente do indicativo do verbo matar) – “mat” é o radical e “o” é uma desinência.

Tema

É a união do radical com a vogal temática.

Ex.: cantaremos = cant (radical) + a (VT) = canta (tema)

mala = mal (radical) + a (VT) = mala

Desinências

São morfemas colocados no fim das palavras para indicar flexões verbais ou nominais. Podem ser:

1) Nominais: indicam gênero (feminino ou masculino) e número (singular ou plural) dos nomes (substantivos, adjetivos, alguns pronomes e numerais).

masculino.............. o

GÊNERO feminino................ a

singular................. Ø (ausência de desinência) NÚMERO

plural.................... s

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2) Verbais: existem dois tipos de desinências verbais: desinência modo-temporal (DMT) e desinência número-pessoal (DNP).

Seus nomes já dizem tudo, não é?

DMT – indica o modo e o tempo (presente do indicativo, pretérito imperfeito do subjuntivo)

DNP – indica o número e pessoa (1ª.pessoa do singular, 3ª.pessoa do plural)

2.1) Verbo-nominais (VN): indica as formas nominais dos verbos (infinitivo, gerúndio e particípio). Ex.: beber, correndo, partido

TEMA Exemplos

TEMPO/MODO/

FORMA NOMINAL RADICAL VT DMT DNP VN

CANTAVA Pret.Imp.Indicativo CANT A VA

CANTÁVAMOS Pret.Imp.Indicativo CANT A VA MOS

COMPRARÍAMOS Fut.Presente Indic. COMPR A RÍA MOS

COMPRANDO Gerúndio COMPR A NDO

COMPRAS Presente Indicativo COMPR A S

AMASSE Pret.Imperf.Subj. AM A SSE

AMÁSSEMOS Pret.Imperf.Subj. AM Á SSE MOS

PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Já conhecemos as “partes” das palavras - morfemas. Agora, veremos a maneira como os morfemas se organizam para formar novas palavras.

PRIMITIVA DERIVADA

Encarnar

Desencarnar

Desencarnado

Carne

Carnívoro

Os principais processos de formação são: Derivação, Composição, Hibridismo, Onomatopéia, Sigla e Abreviação. Os principais são os dois primeiros.

1. Derivação

Processo de formar palavras no qual a nova palavra é derivada de outra chamada de primitiva.

Os processos de derivação são:

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Derivação Prefixal

A derivação prefixal é um processo de formar palavras no qual um prefixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva.

Ex.: pôr (primitiva) / compor (prefixo + primitiva) / recompor (dois prefixos + primitiva)

Derivação Sufixal

A derivação sufixal é um processo de formar palavras no qual um sufixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva.

Ex.: real (primitiva) / realmente (primitiva + sufixo)

Derivação Prefixal e Sufixal

A derivação prefixal e sufixal existe quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma independente, ou seja, sem a presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado.

Ex.: deslealmente (prefixo: des + sufixo: -mente) - também existem os vocábulos: desleal / lealmente

Alguns autores, todavia, não aceitam essa classificação. Julgam que houve, primeirament, um dos processos para, então, ocorrer o outro.

Por exemplo: graça desgraça (prefixação) desgraçado (sufixação)

Derivação Parassintética

A derivação parassintética ocorre quando um prefixo e um sufixo são simultaneamente acrescentados à palavra primitiva de forma dependente, ou seja, os dois afixos não podem se separar, devem ser usados ao mesmo tempo, pois sem um deles a palavra não se reveste de nenhum significado.

Ex.: anoitecer (prefixo: a + sufixo: -ecer) - não existem “anoite” nem “noitecer”.

desperdiçar (prefixo: des + sufixo: -içar) – não existem “desperd(a)” nem “perdiçar”.

engordar (prefixo: en + sufixo: -ar) – não existem “engord(a)” nem “gordar”.

Maria Nazaré Laroca, no Manual de Morfologia do Português, observa que há uma grande produtividade deste processo de formação das palavras, sobretudo, com bases substantivas:

PREFIXO “EN" + SUBSTANTIVO + SUFIXO “AR” DERIVADA

en + caderno + ar encadernar

en + terra + ar enterrar

en + cabeça + ar encabeçar

Derivação Regressiva

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Normalmente, as palavras derivadas são maiores que as primitivas. No processo de derivação regressiva ocorre o inverso – a derivada é menor que a primitiva. Ocorre perda vocabular.

SARAMPÃO SARAMPO

Chama-se deverbal quando, a partir desse processo, um verbo (geralmente indicativo de ação) dá origem a um substantivo abstrato.

COMPRAR COMPRA

VENDER VENDA

ATACAR ATAQUE

SACAR SAQUE

COMBATER COMBATE

CASTIGAR CASTIGO

Derivação Imprópria

A derivação imprópria, também intitulada de “mudança de classe” ou “conversão”, ocorre quando palavra comumente usada como pertencente a uma classe é usada na função de outra, mantendo inalterada sua forma.

“A cerveja que desce redondo.” (originalmente adjetivo, usado como advérbio).

Comício monstro (substantivo usado como adjetivo)

2. Composição

Consiste na criação de uma nova palavra a partir da junção de dois ou mais radicais (palavra composta).

Pode ocorrer de duas formas:

- aglutinação - ocorre alteração na forma ou na acentuação dos radicais originários.

fidalgo (filho + de +algo)

aguardente (água + ardente)

embora (em + boa + hora)

pernalta (perna + alta)

- justaposição – seu próprio nome já indica o processo. Os radicais são mantidos da forma original, podendo ser ligados diretamente ou por hífen.

beija-flor malmequer bem-me-quer segunda-feira

Curiosidade: algumas palavras que, em português, apresentam forma simples, em sua origem eram compostas: aleluia provém do hebraico hallelu Yah (= louvai ao Senhor); oxalá deriva do árabe wa as llâh (= e queira Deus). (Fonte: Cunha, C. e Cintra, L., op.cit., p.108)

3. Hibridismo

Consiste na formação de palavras pela junção de radicais de línguas diferentes

auto/móvel (grego + latim) bio/dança (grego + português)

4. Onomatopéia

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Consiste na formação de palavras pela imitação de sons e ruídos.

pingue-pongue buá miau tiquetaque zunzum

5. Sigla

Consiste na redução de nomes ou expressões empregando a primeira letra ou sílaba de cada palavra.

UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Uma vez “vulgarizada”, a sigla passa a ser considerada como primitiva, podendo formar derivadas: deputados petistas (PT), empregados celetistas (regidos pela CLT), pacientes aidéticos (portadores de AIDS).

6. Abreviação ou redução

Consiste na redução de parte de palavras com objetivo de simplificação.

moto (motocicleta) gel (gelatina) cine (cinema) extra (extraordinária).

CLASSES GRAMATICAIS

A Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) enumera em dez as classes gramaticais: substantivo, adjetivo, artigo, pronome, numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. Tomamos a liberdade de incluir mais uma, apresentada sem denominação na NGB, mas reconhecida por gramáticos consagrados: palavras denotativas.

Para fins didáticos, separamo-las em duas categorias: variáveis e invariáveis:

CLASSES DE PALAVRAS

VARIÁVEIS INVARIÁVEIS

Substantivo Advérbio

Adjetivo Palavra Denotativa

Artigo Preposição

Pronome Conjunção

Numeral Interjeição

Verbo

Cada uma delas será analisada isoladamente.

1. SUBSTANTIVO

Palavra com que designamos ou nomeamos os seres em geral.

Primitivos

Dão origem a outras palavras.

Ex.: terra, casa

Derivados

São criados a partir de outras palavras.

Ex.: terreiro, aterrar; casebre, casinha

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Simples

Formados por apenas um radical.

Ex.: cabra, tempo

Compostos

Formados por mais de um radical.

Ex.: cabra-cega, passatempo

Comuns

Designação genérica, referente a qualquer ser de uma espécie.

Ex.: rua, praça, mulher

Obs. Os dias da semana, como os meses do ano ou as estações do ano, não são nomes próprios – designam frações do tempo.

Próprios

Um ser específico da espécie.

Ex.: rua Rio de Janeiro, praça Duque de Caxias, Isabela

Concretos

Nomeiam objetos, lugares, pessoas, animais, ou seja, coisas que têm subsistência própria.

Entram nessa espécie os fictícios e coisas hipoteticamente existentes.

Ex.: Carmem, mesa, urso, fada, Júpiter, mula-sem-cabeça

Abstratos

Nomeiam ações, estados, sentimentos, qualidades, noções, ou seja, coisas que só existem em função de outras.

Ex.:alegria, tristeza, realização, modo, viagem, colheita, delicadeza, rispidez.

Coletivos

Os substantivos coletivos transmitem a noção de plural, embora sejam grafados no singular. Nomeiam um agrupamento de seres da mesma espécie.

Ex.: matilha, multidão, rebanho, freguesia.

1.1) Flexão em número

Como vimos, os substantivos são palavras variáveis, alterando-se em função do número e do gênero.

a) Formação do plural nos substantivos simples

- Regra geral: o plural é formado pelo acréscimo da desinência -s.

mapa mapas degrau degraus

- Substantivos terminados em -ão: a regra é a forma plural -ões, mas também há casos em que formam -ães ou -ãos. Todos os paroxítonos e alguns oxítonos terminados em –ão formam o plural –ãos.

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questão questões capitão capitães

irmão irmãos órfão órfãos

Alguns substantivos apresentam mais de uma forma:

anão anões, anãos aldeão aldeãos, aldeões, aldeães

charlatão charlatões, charlatães; etc.

- Substantivos terminados em -r, -z: acréscimo de -es.

bar bares raiz raízes vez vezes júnior juniores

gravidez gravidezes (estranhou, por quê? Significa mais de uma gestação)

- Substantivos terminados em -s: acréscimo de -es quando forem oxítonos; invariáveis quando não forem oxítonos.

país países lápis lápis ônibus ônibus

- Substantivos terminados em -l: substitui-se o -l por –is; em alguns poucos casos, acrescenta o –es.

anel anéis álcool álcoois mal males cônsul cônsules

- Substantivos diminutivos: segundo a norma culta, o plural de diminutivos obedece à seguinte regra: do vocábulo original no plural, é retirada a letra “s”, que irá para o fim da palavra, após o sufixo que indica essa flexão em grau.

faróis faroizinhos bares barezinhos flores florezinhas

b) Formação do plural nos substantivos compostos

A flexão de número dos substantivos compostos segue o quadro abaixo:

Varia o .... elemento Condição

1º. último todos nenhum Exemplos

Substantivo composto sem hífen X

pontapés, planaltos, aguardentes, vaivéns

Palavras repetidas ou onomatopéias X tico-ticos,

reco-recos

Verbo ou palavra invariável + substantivo ou adjetivo

X

sempre-vivas, vaga-lumes, pára-quedistas, abaixo-assinados guarda-roupas (idéia de “guardar”)

Dois substantivos ou substantivo + adjetivo (qualquer ordem)

X guardas-noturnos, couves-flores, secretários-executivos

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Substantivos compostos ligados por preposição

X Pés-de-moleque, copos-de-leite, mulas-sem-cabeça

Verbo + advérbio X Os fala-mansa

Verbos antônimos X Os leva-e-traz

Dois substantivos, quando o 2º. indicar finalidade ou semelhança, limitando o sentido do 1º (flexão predominante). Modernamente, já se aceita a flexão dos dois elementos.

X (X)

Pombos-correio(s), carros-bomba(s), salários-família(s), navios-escola(s), peixes-boi(s)

1.2) Flexão em gênero

Quanto ao gênero, os substantivos podem ser:

a) Biformes: possuem duas formas, uma para o feminino e outra para o masculino.

Pombo – pomba príncipe – princesa ator – atriz pastor - pastora

b) Uniformes: possuem apenas uma forma para os dois gêneros.

Os substantivos uniformes se subdividem em:

Epicenos: uma só forma para os dois gêneros, a distinção é feita pelas palavras macho e fêmea.

a mosca a baleia o besouro a cobra o crocodilo (macho / fêmea)

Comuns de dois gêneros: uma só forma para os dois gêneros, a distinção é feita pelo determinante (artigo, pronome, adjetivo...).

a pianista / o pianista belo colega/ bela colega o intérprete / a interprete

Sobrecomuns: uma só forma para os dois gêneros, não é possível fazer a distinção pelos determinantes. A distinção pode ser feita pela expressão: do sexo masculino/ do sexo feminino.

a pessoa a criança o cônjuge a testemunha o ídolo (não tem feminino)

* O gênero de alguns substantivos podem causar dúvida:

a alface o champanha o dó (tanto compaixão como a nota musical)

E “personagem”, afinal? É masculino ou feminino? Modernamente, esse é um dos casos de “comum de dois”, ou seja, aceita o artigo feminino ou masculino: o/a personagem.

* Certos substantivos, ao mudar de gênero, mudam também de significado:

A cabeça / o cabeça o caixa / a caixa o moral (auto-estima)/ a moral (ética)

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Para distrair: No filme “Carandiru”, em sua participação “especial”, Rita Caddilac (lembra-se da figura?) cantava uma música cujo refrão era : “É bom para o moral / É bom para o moral...”. Pelo menos, acertou no gênero... rs....

O mesmo acontece em relação ao número de alguns:

Féria (renda) x férias (dias de descanso, mesmo que seja só um)

Bem (benefício) x bens (riquezas, propriedades)

Haver (verbo) x haveres (riquezas, bens)

Cuidado com esses: Óculo (uma espécie de luneta – instrumento que permite boa visibilidade à distância) x óculos (lentes encaixadas em uma armação)

Já ouvi muita gente boa falando “perdi o meu óculos”...ui!! Nesse sentido, é sempre plural – “Perdi os meus óculos”.

Outros são empregados apenas no plural:

pêsames núpcias víveres alvíssaras (prêmio ou recompensa)

1.3) Flexão em Grau

É a possibilidade de indicar o tamanho do ser que nomeia.

Os substantivos podem estar em três graus: normal , aumentativo e diminutivo.

As variações de grau podem ser feitas de duas formas:

Analítica: acréscimo de um adjetivo: casa pequena/grande, pé pequeno/grande

Sintética: acréscimo de um sufixo: casinha, casebre, pezinho, pezão

2. ADJETIVO

Palavra variável modificadora de substantivo ou palavra substantivada, exprimindo qualidade, estado ou propriedade.

Pode também atribuir uma relação, como tempo (recebimento mensal), proveniência (vinho chileno) etc. A esses dá-se o nome de adjetivos relacionais.

Locução adjetiva é uma expressão que equivale a um adjetivo. Geralmente é constituída de preposição e substantivo ou preposição e advérbio.

mesa de madeira casa da frente

Cuidado! Só podemos analisar e classificar os vocábulos a partir do contexto.

Por exemplo, doméstica, a princípio, seria um adjetivo. Contudo, em “As domésticas não têm muitos de seus direitos reconhecidos”, essa palavra é um substantivo.

Aliás, é muito estreita a relação entre o substantivo e o adjetivo. Muitas vezes, a posição desses elementos na oração implica alteração de sua morfologia.

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Por exemplo: negro jogador / jogador negro – no primeiro, “negro” é um substantivo e sua qualidade é “jogador” (assim como em “negro pintor” ou “negro lutador”). Isso se inverte no segundo exemplo, em que “negro” é uma característica do jogador. A palavra-núcleo é o substantivo, e o adjetivo o caracteriza.

Essa possibilidade de alteração morfológica e/ou semântica dos adjetivos, em função de sua colocação na frase vem sendo objeto de questões dos mais recentes concursos públicos.

Como o adjetivo concorda sempre com o substantivo, sofrerá as mesmas flexões que ele: gênero, número e grau.

2.1) Flexão de Gênero

Os adjetivos podem ser:

a) Biformes- possuem duas formas, uma para indicar cada gênero.

Que garoto bonito! Que garota bonita!

b) Uniformes - possuem apenas uma forma para indicar os dois gêneros (feminino e masculino). Muitos deles terminam em ar/or (exemplar, maior), z (audaz, feliz), os paroxítonos terminados em s (simples), l (fácil, infiel), m (comum, virgem) etc.

aluno ou aluna: inteligente, capaz, simples, amável, ímpar, ruim

CURIOSIDADE: Alguns adjetivos terminados em “u”, “ês” e “or” não se flexionam em gênero.

a mulher hindu a menina cortês a remessa anterior a pior decisão

Nos adjetivos compostos, somente o gênero do último elemento varia.

intervenção médico-cirúrgica sandália azul-clara literatura latino-americana

Uma característica em relação aos adjetivos pátrios: o menor inicia a locução.

acordo nipo-itálico mercadoria sino-japonesa

2.2) Flexão de Número

Os adjetivos simples seguem as mesmas regras dos substantivos simples para flexionarem em número.

útil úteis feroz ferozes

Adjetivo composto formado por dois adjetivos: só o segundo elemento varia.

sapato marrom-escuro sapatos marrom-escuros

camisa azul-clara camisas azul-claras

Exceção: azul-marinho e azul-celeste – todos os elementos são adjetivos, mas esses adjetivos não se flexionam.

camisas azul-marinho / azul-celeste.

OBS: No adjetivo composto surdo-mudo, variam os dois elementos:

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surdos-mudos / surda-muda

Em relação a esse ponto, veja a assertiva INCORRETA presente em uma questão de prova da ESAF (AFC 2002): “O plural do adjetivo composto “político-institucional” se faz adicionando a desinência de plural aos dois elementos.”.

É falsa essa afirmação, pois, como vimos, nesse caso, varia apenas o último elemento: político-institucionais.

Adjetivo composto formado por um adjetivo e um substantivo: permanecerá invariável.

Uniformes verde-oliva sofás marrom-café.

Isso também acontece em adjetivos simples indicativos de cores que derivam de substantivos.

Vestidos cinza bonés laranja carros prata anéis turquesa

Luiz Antônio Sacconi (em Gramática Básica) destaca que o adjetivo infravermelho é variável (raios infravermelhos), enquanto que ultravioleta é invariável (raios ultravioleta).

2.3) Flexão de Grau

A flexão de grau corresponde à variação em intensidade da qualidade expressa pelo adjetivo.

a) Grau comparativo

Indica que um ser possui uma qualidade igual, inferior ou superior a outro.

Este cão é tão feroz quanto aquele.

Este cão é menos feroz que aquele.

Este cão é mais feroz que aquele.

Também, em relação ao mesmo ser, pode determinar se uma qualidade que ele possua é igual, inferior ou superior a outra.

Ele é tão inteligente quanto bonito.

Ele é mais inteligente que bonito.

Ele é menos inteligente que bonito.

b) Grau superlativo

Absoluto – o ser apresenta elevado grau em certa qualidade

Sintético – expresso em uma só palavra. Ex.: Este cão é ferocíssimo.

Analítico – formado com mais de uma palavra, normalmente um advérbio (muito, bastante, imensamente) . Ex.: Este cão é muito feroz.

Relativo – o ser se sobressai em relação aos demais seres que possuem a mesma qualidade.

Superioridade. Ex.: Este cão é o mais feroz do bairro.

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Inferioridade. Ex.: Este cão é o menos feroz do bairro

Alguns adjetivos possuem formas especiais para o comparativo e o superlativo sintéticos.

Observe:

Superlativo Adjetivo Comparativo

absoluto relativo

bom melhor ótimo o melhor

mau pior péssimo o pior

grande maior máximo o maior

pequeno menor mínimo o menor

Quando se comparam duas qualidades, a proximidade dos adjetivos “bom”, “mau”, “grande” e “pequeno” com “mais” ou “menos” não os transforma em “melhor”, “pior”, “menor” ou “maior”.

Ele é mais bom do que bonito.

Ele é mais pequeno que gordo.

3. ARTIGO

Classe variável que define ou indefine um substantivo. Gosto de brincar dizendo que o artigo é igual a arroz – só serve para acompanhar. Nunca vem isolado ou longe de um substantivo.

Pertencem à classe de palavras variáveis, flexionando-se em gênero e número.

Podem ser:

Definidos: o/a, os/as

Indefinidos : um/uma, uns/umas

Servem para:

- substantivar uma palavra que geralmente é usada como pertencente a outra classe.

calça verde (adjetivo) / o verde (substantivo) da camisa

não quero (advérbio) / Deu um não (substantivo) como resposta.

- evidenciar o gênero do substantivo comum-de-dois.

o colega / a colega o personagem / a personagem o pianista / a pianista

4. PRONOME

É a palavra que acompanha (determina) ou substitui um nome.

Ana disse para sua irmã:

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- Eu preciso do meu livro de matemática. Você não o encontrou? Ele estava aqui em cima da mesa.

1. sua acompanha “irmã” e se refere a Ana;

2. eu substitui "Ana";

3. meu acompanha "livro de matemática";

4. o substitui " livro de matemática";

5. ele substitui " livro de matemática"

Assim, os pronomes podem ser:

ADJETIVOS – acompanham o nome, determinando-o – exemplos 1 e 3;

SUBSTANTIVOS – substituem o nome – exemplos 2, 4 e 5.

Os pronomes também identificam as três pessoas do discurso:

- primeira pessoa: a que fala;

- segunda pessoa: com quem se fala;

- terceira pessoa: de quem se fala.

CLASSIFICAÇÃO DOS PRONOMES

Os pronomes classificam-se em: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.

Como o assunto é muito extenso, por ora apresentamos somente alguns conceitos, deixando para a aula específica o aprofundamento do assunto.

5. NUMERAL

Classe que expressa quantidade exata, ordem de sucessão, organização.

Os numerais podem ser:

5.1) Cardinais

Indicam uma quantidade exata. Ambos, que substitui o cardinal os dois, é numeral e se flexiona em gênero. Os cardinais um, dois e as centenas a partir de duzentos também variam em gênero (uma, duas, trezentas). Já outros cardinais, inclusive o “mil”, são invariáveis.

5.2) Ordinais

Indicam uma posição exata e variam em gênero e número

segundo décimo primeiras

5.3) Multiplicativos

São invariáveis quando apresentam valor substantivo.

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Ele tem o dobro da idade de sua mulher.

Empregados com valor adjetivo, flexionam-se em número e gênero.

5.4) Fracionários

Concordam com os cardinais que indicam o número das partes.

um quarto dois décimos metade

INFORMAÇÕES IMPORTANTES:

- Milhão, bilhão (ou bilião), trilhão comportam-se como substantivos e variam em número.

- Milhar pode ser precedido por um artigo de gênero masculino: “os milhares de crianças que estiveram aqui...”.

6. VERBO

Conceito

Palavra variável (pessoa, tempo, número e modo) que exprime uma ação, um estado, um fenômeno.

Sua importância no estudo da gramática é tão grande que teremos uma aula dedicada exclusivamente a ele.

Passemos, agora, para as classes invariáveis.

7. ADVÉRBIO

Classe invariável que expressa circunstâncias.

Os advérbios se ligam a verbos, adjetivos, outros advérbios ou até mesmo a orações ou enunciações inteiras.

Ele corre tanto. Ana Hickman é tão alta!

Aquele piloto dirige muito mal. Infelizmente, não poderei comparecer.

Tal como foi demonstrado, o problema é grave.

São algumas circunstâncias expressas pelos advérbios:

Tempo (sempre, amanhã...)

Lugar (aqui, ali...)

Modo (amavelmente, rapidamente...)

Intensidade (tão, muito...)

Afirmação (sim, realmente...)

Negação (nem, não...)

Dúvida (provavelmente, talvez...)

Uma característica dos advérbios chamados “nominais” é que eles podem se formar a partir da forma feminina dos adjetivos (quando a possuem) com o acréscimo de “mente”:

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rapidamente corretamente adequadamente

provisoriamente precariamente certamente

Na enumeração de vários advérbios nominais em seqüência, pode-se omitir o sufixo “mente”, mantendo apenas o do último vocábulo. Sua repetição causaria o indesejável efeito de eco:

Ela dançava linda, leve, encantadora e brilhantemente.

Locução adverbial - Duas ou mais palavras com valor de advérbio.

Rubens estava morrendo de medo. (loc.adverbial expressa a circunstância de causa)

A bela mulher apareceu na porta. (loc.adverbial expressa a circunstância de lugar)

As locuções adverbiais mais comuns são: com certeza, sem dúvida, de longe, de perto, às vezes etc.

Sobre o emprego dos advérbios bem e mal, acompanhados de bem e antes de adjetivos particípios, já falamos na aula zero. Prefere-se a não-junção:

É um dos jogadores mais bem pagos do mundo.

Não há necessidade (nem condição) de decorar listas de advérbios ou locuções adverbiais.

Você irá identificar a classe gramatical a partir da relação que a palavra estabelece com as demais.

Veja: a palavra meio pode ser advérbio, mas nem sempre o será. Vamos aos exemplos:

1 - "Estava meio atrasada."

2 - "Resolvi dar meia volta."

3 - "O meio universitário era favorável para a disseminação daquelas idéias."

Você notou que no exemplo 1, mesmo ao lado de um adjetivo feminino, o vocábulo permaneceu inalterado? Isso comprova que essa palavra é um advérbio – é invariável e modifica um adjetivo.

Já a segunda forma se flexionou em gênero, concordando com a palavra “volta” – é um numeral, classe de palavra variável.

No exemplo 3, o vocábulo está acompanhado de um artigo, o que o classifica como um substantivo. Também poderia se flexionar: “Os meios acadêmicos...”.

Também merecem destaque os advérbios interrogativos: onde, aonde, donde, como, que fazem parte de orações interrogativas e não devem ser confundidos com os pronomes relativos homógrafos. Estes possuem antecedentes aos quais se referem, enquanto que os advérbios interrogativos são “independentes” e se referem a circunstâncias como tempo, modo, causa ou lugar. Podem estar em construção interrogativa direta ou indireta.

Não sei como você agüenta esse homem!

Aonde você vai? (o verbo ir exige a preposição “a”, que a ele se liga: a + onde)

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Quero saber onde você vai almoçar. (quando o verbo exigir a preposição “em”, basta o “onde”.)

Donde você veio? (o verbo vir exige a preposição “de”, que se liga ao advérbio: de + onde)

8. PALAVRAS DENOTATIVAS

Na língua portuguesa, há algumas palavras e locuções não definidas pela N.G.B. em qualquer das classes de palavras. São as palavras denotativas, que apresentam certa semelhança com os advérbios mas que, devido a algumas características peculiares, com eles não se confundem.

A principal característica que as distinguem dos advérbios é o fato de estes se referirem a certos vocábulos (verbos, adjetivos, advérbios), enquanto que as palavras denotativas podem se referir a qualquer vocábulo ou até mesmo a nenhum diretamente.

As palavras ou expressões denotativas mais comuns são:

- de exclusão – exceto, salvo, apenas etc.

Todos, menos Lula, sabiam do mensalão.

- de inclusão – até, inclusive, mesmo, também etc.

Até Deus duvida disso!

- de explicação – isto é, ou melhor, ainda, por exemplo, a saber etc.

Este ato é arbitrário, ou seja, não respeita leis ou regras.

- de retificação – isto é, ou melhor (a diferença entre esta e a anterior depende do contexto).

Eu preciso de dois laudos, ou melhor, de três.

- de realce – é que, lá, só, cá, mas etc.

Ele lá sabe alguma coisa sobre isso?

- de designação – eis.

Eis o vencedor da competição.

- de situação – então, mas, afinal etc.

Mas, afinal, o que você queria?

9. PREPOSIÇÃO

Classe invariável que liga termos de uma oração de tal modo que o significado do primeiro (antecedente – termo regente) é explicado ou delimitado pelo segundo (conseqüente - termo regido).

Ex.: O professor gosta de trabalhos noturnos.

Não há necessidade de trabalharmos à noite.

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São exemplos das preposições simples mais comuns, chamadas de essenciais:

a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem sob, sobre, trás

Algumas palavras, cujo sentido original é de outra classe gramatical, podem ser usadas como preposições – são chamadas de preposições acidentais.

Eu a considero como uma irmã. Você terá que fazer a prova amanhã.

As locuções prepositivas se caracterizam por apresentar, como último vocábulo, uma preposição essencial:

Abaixo de apesar de graças a por entre junto a embaixo de

10. CONJUNÇÃO

Classe invariável que liga orações, às vezes, liga termos coordenados de uma oração.

Ex.: Os pais viajaram e estudaram. (liga orações)

Os pais viajaram para Orlando e Paris. (liga termos dentro de uma oração)

As conjunções podem ser:

Coordenadas – relacionam elementos de mesma função gramatical.

Subordinadas – ligam duas orações, sendo que uma complementa, determina ou restringe o sentido de outra.

Locução conjuntiva

Formada por mais de um vocábulo, sendo que, normalmente, o último é uma conjunção.

já que se bem que a fim de que

11. INTERJEIÇÃO

Classe invariável que expressa emoções, sensações, sentimentos ou representa um chamamento.

alívio (Ufa!) dor (Ai!) espanto (Quê!) medo (Credo!)

satisfação (Viva!) chamamento (Oxalá!) saudação (Alvíssaras!)

Locução interjeitiva é o conjunto de duas ou mais palavras com valor de interjeição.

Que horror! Queira Deus! Ai de mim!

Na escrita, a interjeição vem acompanhada do sinal de exclamação, com exceção do “Ó” de apelo (“Ó menino, não faça isso”), que não deve ser confundido com “Oh”, de admiração.

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Sobre “Vivam os campeões!”, nosso mestre Evanildo Bechara observa, em seu “Lições de Português pela Análise Sintática”, que o emprego quase interjeitivo da oração e a proximidade com a interjeição (invariável, portanto) “Salve os campeões!” levam à forma “Viva os campeões!”, com evidente erro de concordância.

Contudo, ressalta o mestre: “Apesar de correr vitoriosa na linguagem coloquial, esta concordância no singular deve ser cuidadosamente evitada na língua padrão”.

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Algumas dessas classes gramaticais merecerão destaque em nossos encontros. Por ora, vamos resolver algumas questões de prova para fixar todos esses conceitos.

Abraços e até a próxima.

QUESTÕES DE FIXAÇÃO

1 - (FGV / Ministério da Cultura /2006)

Assinale a alternativa que não apresente a classificação correta de um dos elementos mórficos do vocábulo deixasse

(A) deix- = radical

(B) -e = desinência número-pessoal

(C) -a = vogal temática verbal

(D) deixa = tema

(E) -sse = desinência modo-temporal

2 - (FGV / ICMS MS - Fiscal de Rendas / 2006)

Assinale a alternativa em que um dos elementos mórficos da palavra contribuiu (L.65) não esteja corretamente analisado.

(A) contribuiu = prefixo

(B) contribuiu = raiz

(C) contribuiu = desinência modo-temporal

(D) contribuiu = tema

(E) contribuiu = vogal temática

3 -(CESGRANRIO / INSPETOR DE POLÍCIA / 2001)

Inúmeros, ilícita, impropriedade têm em comum:

a) o prefixo negativo;

b) a classe gramatical;

c) o gênero;

d) o número;

e) a forma gráfica.

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4 - (FUNDEC / TRT 1ª.Região / 2003)

Os prefixos das palavras entressafra (linha 15) e internacional são sinônimos. Idêntica relação semântica pode ser depreendida entre os prefixos das palavras:

A) anti-higiênico e suboficial;

B) co-redator e contra-regra;

C) arquiinimigo e hiper-humano;

D) vice-diretor e sobreloja;

E) ante-histórico e recém-chegado.

5 - (FGV / ALESP / 2002)

Assinale a alternativa em que todas as palavras têm prefixo indicativo de negação:

A. imoral - imprudente.

B. imoral - deslocar.

C. aderente - amoral.

D. aderente - subterrâneo.

6 - (FGV / Ministério da Cultura /2006)

Assinale a alternativa em que o prefixo tenha o mesmo sentido que o de imigrantes.

(A) imberbe

(B) imergir

(C) incréu

(D) iníquo

(E) inválido

7 - (FGV / ICMS MS /2006)

Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido formada pelo mesmo processo que entrevejo.

(A) joalheria

(B) serenidade

(C) decodifica

(D) acompanhando

(E) perfumadas

8 - (FGV / ALESP / 2002)

Assinale a alternativa que apresenta um prefixo indicando “posição superior”:

A. Transatlântico.

B. Perímetro.

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C. Epiderme.

D. Sublocar.

9 - (FGV / BESC ADVOGADO/ 2004)

Assinale a alternativa em que o vocábulo NÃO seja formado pelo mesmo processo que "crescimento"

(A) financeiro

(B) rentabilidade

(C) falta

(D) prancheta

(E) executáveis

10 - (FUNDEC / PRODERJ / 2002)

Os prefixos das palavras supercomputador e contra-informação são sinônimos, respectivamente, dos prefixos das palavras:

A) hiperinflação e megainvestidor;

B) politraumatizado e desnecessário;

C) ultraleve e hemisfério;

D) além-fronteira e endotérmico;

E) arquimilionário e antiinflacionário.

11 - (NCE UFRJ / TRE RJ Auxiliar Judiciário / 2001)

O vocábulo perdão, presente no texto, tem como plural perdões; o item abaixo em que todos os vocábulos podem fazer o plural do mesmo modo é:

a) cidadão, vulcão, capelão;

b) escrivão, aldeão, razão;

c) capelão, situação, alazão;

d) corrimão, cidadão, escrivão;

e) vulcão, aldeão, alazão.

12 - (NCE UFRJ / Corregedoria Geral da Justiça RJ )

Hibernação está para inverno, considerados os vários aspectos de sua formação, como:

(A) crescimento está para crescer;

(B) diminuição está para diminuir;

(C) mensal está para mês;

(D) liberdade está para livre;

(E) animação está para alma.

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13 - (NCE UFRJ / ARQUIVO NACIONAL/ 2006)

A alternativa que mostra inadequação entre cognatos é:

(A) terra / aterrorizar;

(B) lei / legalizar;

(C) acordo / acordar;

(D) temor / atemorizar;

(E) homem / humanizar.

14 - (NCE UFRJ / CVM / 2005)

A relação ERRADA entre verbo e substantivo é:

(A) ceder / cessão;

(B) estender / extensão;

(C) exceder / exceção;

(D) ascender / ascensão;

(E) pretender / pretensão.

15 - (NCE UFRJ / INPI - ANALISTA MARCAS / 2005)

Agrário se refere a campo; o vocábulo abaixo em que esse radical tem significado diferente é:

(A) agricultor;

(B) agridoce;

(C) agrimensor;

(D) agreste;

(E) agrícola.

16 - (FGV / ICMS MS – TTI / 2006)

Assinale a alternativa em que o prefixo tenha valor distinto do de incompetentes.

(A) irrespondível

(B) agnósticos

(C) ateus

(D) incorrer

(E) inafiançável

17 - (FGV / ICMS MS – Fiscal de Rendas / 2006)

Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido formada pelo mesmo processo que acompanhamos.

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(A) rapidíssimos

(B) encanada

(C) utilizamos

(D) repressão

(E) intermediárias

18 - (CESGRANRIO / BNDES – ADVOGADO / 2004)

No título do artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é:

(A) pronome.

(B) adjetivo.

(C) advérbio.

(D) substantivo.

(E) preposição.

19 - (FGV / ICMS MS - Fiscal de Rendas / 2006)

Tal como está organizada, a sociedade gira em torno do mercado, de acordo com um sistema que alguns chamam de "economia de mercado", e outros, de "capitalismo". Até hoje, não surgiu nenhum sistema tão capaz de fazer crescer a economia. As experiências feitas em nome do socialismo não manifestaram força própria suficiente para competir, no plano do crescimento econômico, com o capitalismo.

A palavra Tal classifica-se como:

(A) adjetivo.

(B) advérbio.

(C) conjunção.

(D) pronome demonstrativo.

(E) pronome relativo.

20 - (CESGRANRIO / MPE RO / 2005)

Dentre os plurais dos nomes compostos, o único flexionado de modo adequado é:

(A) guarda-chuvas.

(B) olhos azuis-turquezas.

(C) escolas-modelos.

(D) surdo-mudos.

(E) pores-dos-sóis.

21 - (NCE UFRJ / INPI - ANALISTA MARCAS / 2005)

matérias-primas faz plural da mesma forma que:

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(A) porta-voz;

(B) guarda-comida;

(C) bem-te-vi;

(D) aluno-mestre;

(E) pisca-pisca.

22 - (FGV / Pref.Araçatuba / 2002) O plural dos adjetivos compostos está correto em A. Faltava sempre às segundas-feiras. B. Recebeu dois salários-famílias. C. Houve alguns quebras-quebras na cidade. D. Gostava de sopa de grão-de-bicos.

23 - (FGV / ICMS MS / 2006)

Outras vezes ela passa por mim na rua entre os camelôs.

Vezes outras a entrevejo no espelho de uma joalheria.

No trecho acima, a inversão das palavras grifadas não provocou alteração de sentido. Assinale a alternativa em que a inversão dos termos provoca alteração gramatical e semântica.

(A) novos papéis / papéis novos

(B) várias idéias / idéias várias

(C) lúcidas lembranças / lembranças lúcidas

(D) tristes dias / dias tristes

(E) poucas oportunidades / oportunidades poucas

24 - (UnB CESPE / Banco do Brasil / 2002)

Passa quase despercebido para o mercado que, na guerra dos bancos pela carteira dos brasileiros, o Banco do Brasil S.A. (BB) está mais ativo do que nunca. Foi a casa que mais conquistou novos clientes em 2001, saltando de 10,5 milhões de correntistas pessoa física para 12 milhões.

Na área das empresas, o crescimento também foi robusto. Com a criação de uma divisão de corporate, sua carteira empresarial saltou de 767 mil para 900 mil clientes.

O BB ainda tem um amplo terreno para conquistar clientes menos endinheirados por intermédio das concessões de crédito. A instituição, mesmo com 24,6% de todos os ativos do sistema financeiro nacional, não tinha agilidade suficiente para fazer isso, por conta do estoque de créditos ruins que a ancora. Depois do ajuste patrimonial, ganhou fôlego.

QUESTÃO

Acerca de aspectos estruturais e das idéias do texto acima, julgue o seguinte item.

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No primeiro parágrafo do texto, as duas ocorrências do advérbio “mais” — intensificando “ativo” (l.3) e “conquistou” (l.3) — comprovam que advérbios podem modificar tanto verbos como adjetivos.

25 - (FGV / BESC ADVOGADO/ 2004)

Assinale a alternativa em que o termo grifado seja artigo definido.

(A) "...o que os empurra a dar crédito para o setor privado e para as pessoas físicas."

(B) "O que se faz?"

(C) "O que está ocorrendo é que os interesses que prevaleceram..."

(D) "...agora, o que se está fazendo é buscar "acalmar" os que temem perder lucros na fase de transição."

(E) "Ou seja, há uma possibilidade, não desprezível, de o país perder, mais uma vez, uma janela de oportunidade."

GABARITOS COMENTADOS DAS QUESTÕES DE FIXAÇÃO

1 – B - A forma verbal deixasse não possui desinência número-pessoal:

TEMA

Radical Vogal tem. DMT DNP

DEIX A SSE Ø

2 – C - O morfema “u” é desinência número-pessoal.

TEMA PREFIXO

Radical Vogal tem. DMT DNP

CON TRIBU I Ø U

À raiz trib unem-se os prefixos que formam os radicais dos verbos: retribuir, contribuir.

O mesmo ocorre nos seguintes verbos:

• (raiz = preend) compreender, apreender, repreender;

• (raiz = vert) reverter, perverter, inverter, converter;

• (raiz = fer) preferir, conferir, deferir, inferir, desferir;

Esse são alguns exemplos de verbos formados a partir da união de prefixos à raiz.

3 – A – Os três vocábulos apresentam prefixos negativos: inúmeros, ilícita, impropriedade.

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4 – Os prefixos latinos entre e inter designam “posição intermediária”. Os prefixos gregos da opção C também são sinônimos: arqui e hiper indicam superioridade.

a) anti - prefixo grego = oposição / sub - prefixo latino = posição inferior

b) co – latino = companhia ou contigüidade / contra – latino = oposição

d) vice – latino = em lugar de / sobre – latino = posição superior

e) ante – latino = anterioridade / recém – latino = recente

5 – A

b) i = negação / des = separação

c) a em “amoral” = negação / a em “aderente” = separação

d) a em “aderente” = separação / sub = posição inferior

6 – B – O prefixo i em ‘imergir’ indica o movimento para dentro (como em imigrar).

7 – E - O vocábulo “entrevejo” passou pelo processo de derivação prefixal, com a colocação do prefixo entre (posição intermediária). A esse mesmo processo se submeteu o vocábulo “perfumadas”, com o prefixo per (movimento através)

a) derivação sufixal (jóia + lh + eria)

b) originalmente francesa, sofreu derivação sufixal com –eria ou –aria, que indicam “atividade de”, “ramo de negócio”.

c) derivação prefixal e sufixal

d) derivação parassintética

8 – C – ‘epiderme’ é a camada mais superficial da pele (prefixo grego epi + radical grego derme)

a) trans- latino = passar além de.

b) peri- grego = em torno de.

d) sub- grego = posição abaixo.

9 – C – O vocábulo “falta” é o próprio tema (radical falt + VT a).

10 – E – Os prefixos super, extra, ultra (latinos), mega, hiper e arqui (gregos) são equivalentes e indicam superioridade. Já os prefixos contra-, ob-, o-, des- (latinos) e anti- e para- (gregos) denotam oposição.

Os demais apresentam os seguintes significados:

- hemi – grego = metade;

- poli – grego = muitos;

- endo – grego = posição interna;

- além – latino = adiante

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11 – E - vulcões; aldeões ou aldeães; alazões e alazães.

a) cidadãos; vulcões ; capelães.

b) escrivães; aldeãos, aldeões ou aldeães; razões.

c) capelães; situações; alazões e alazães.

d) corrimãos; cidadãos; escrivães. 12 – E - Essa questão exigia bastante percepção do candidato. A dica para solucioná-la estava na expressão “considerados os vários aspectos de sua formação”. Assim como “hibernação” buscou em sua origem latina a forma que significa “inverno” (hiber), a palavra “animação” tem em sua raiz (änima) o sentido de alma.

13 – A - A palavra “aterrorizar” tem relação com “terror” e não ‘terra’.

14 – C – O aluno que se lembrou da aula sobre Ortografia não errou essa questão. No material, mencionamos que “exceção” não deriva de EXCEDER, mas de EXCETUAR.

15 – B - O elemento de composição em “agridoce” é latino e significa “acre, ácido, azedo”. Já em “agricultura”, “agrimensor”, “agreste” e “agrícola” está presente o prefixo “agri”, também latino, que se refere a campo.

16 – D – O prefixo latino “in” em “incorrer” significa “movimento para dentro”. Os demais têm valor de negação.

17 – B - O processo de acompanhamos é o mesmo de encanada – derivação parassintética.

a) rapidíssimos - sufixação

c) utilizamos - sufixação

d) repressão - prefixação

e) intermediárias – prefixação e sufixação (mediar intermediar intermediária) 18 – A – Não nos cansamos de repetir – a análise morfológica de uma palavra só pode ser feita de acordo com o contexto. Na oração “A tal da demanda social”, o vocábulo “tal” está sendo usado para indicar. Por isso, é um pronome demonstrativo. Esse pronome faz parte da expressão “O(a) tal de”, usado na linguagem com desdém. Não confunda com “o tal”, substantivo coloquial brasileiro de dois gêneros usado para designar a pessoa que julga ser mais importante do que é: “Ela se acha o tal”. Veja na próxima questão um outro emprego de “tal”.

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19 – B - Muita gente boa, de cara, deve ter marcado "pronome demonstrativo" (D), e não foi à toa que essa questão está nesta posição.

Em “Tal como está organizada, a sociedade gira em torno do mercado”, esse "tal" indica MODO - circunstância. Troque por "assim" ou "do modo" e continuará fazendo sentido. Assim, notamos que não é pronome demonstrativo, mas ADVÉRBIO - opção B.

20 – A

b) olhos azul-turquesa – note que “turquesa” (com “s”) é um mineral azul ou esverdeado. Como o segundo elemento do adjetivo composto é um substantivo, permanecerá invariável.

c) escolas-modelo(s) – atualmente, esta questão estaria sujeita a recursos, pois o enunciado não menciona a norma culta e modernamente já se aceita a flexão dos dois vocábulos, mesmo o segundo indicando finalidade.

d) surdos-mudos – os dois se flexionam.

e) pores-do-sol – só o primeiro elemento varia.

21 – D - “Matéria-prima” é um substantivo composto formado por um substantivo e um adjetivo. No plural, os dois elementos variam. O mesmo acontece com “alunos-mestres”.

a) porta-voz porta-vozes (verbo + substantivo)

b) guarda-comida guarda-comidas (idéia de guardar – não varia)

c) bem-te-vi bem-te-vis

e) pisca-pisca pisca-piscas

22 – A – Em “segunda-feira”, os dois elementos se flexionam: segundas-feiras (numeral e substantivo).

Da mesma forma que a questão 20, esta seria passível de anulação, em virtude da possibilidade de se flexionar os dois elementos do item B – salários-família(s). Assim, haveria duas respostas igualmente válidas – A e B. As demais opções, devidamente corrigidas, seriam: c) Houve alguns quebra-quebras na cidade. d) Gostava de sopa de grãos-de-bico.

23 – B – A mudança da colocação do vocábulo “várias” altera seu aspecto semântico e morfológico. Em “várias idéias”, é um pronome indefinido. Já em “idéias várias”, tem valor adjetivo com o sentido de “variadas”.

Não há alteração morfológica nem semântica entre os elementos das opções a, c e d (novos, lúcidas e tristes, que mantêm em qualquer das orações o sentido e a classificação morfológica – adjetivo).

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A "pegadinha" do enunciado em relação à opção E é a exigência de alteração SEMÂNTICA E GRAMATICAL: poucas oportunidade (pronome indefinido) e oportunidades poucas (adjetivo)

Há alteração gramatical. O Dicionário Eletrônico Aurélio indica as seguintes acepções do vocábulo "pouco":

“Adjetivo. 1.Em pequena quantidade; escasso, reduzido. [Superl. abs. sint.: pouquíssimo.] Pronome indefinido.

2.Algo (coisa ou indivíduo) em quantidade ou em grau menor do que o habitual ou o esperado.”

Contudo, mesmo que haja alteração gramatical (um é pronome indefinido e o outro, adjetivo), não há alteração semântica. Em qualquer das duas construções, a idéia é que são oportunidades em quantidade pequena ou menor do que o esperado. Por isso, não foi esse o gabarito. Pura maldade!

24 – Item correto – Essa é uma ótima oportunidade de vermos o emprego do advérbio. Com função de intensidade, modifica tanto um adjetivo (“o Banco do Brasil S.A. (BB) está mais ativo do que nunca”) quanto um verbo (“Foi a casa que mais conquistou novos clientes em 2001”).

25 – E – Como vimos, o artigo estará sempre acompanhando um nome. A única ocorrência deste vocábulo é na opção E, em que acompanha o substantivo “país”.

a) "...o que os empurra ..." – pronome oblíquo

b) "O que se faz?” – pronome demonstrativo junto do pronome interrogativo “que”.

c) "O que está ocorrendo..." - pronome demonstrativo junto do pronome interrogativo “que”.

d) "...agora, o que se está fazendo é buscar "acalmar" os que temem ..." – pronome demonstrativo (aqueles)

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