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“Conceitos de Projetos e Construção de Túneis” Data: 29 e 30 de Outubro de 2012 Local: CREA –CE Realização: Parceiros:

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“Conceitos de Projetos e Construção de Túneis”

Data: 29 e 30 de Outubro de 2012Local: CREA –CE

Realização: Parceiros:

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Conceitos de Projetos e Construção de Túneis

PROJETOS – CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Instrutor: Prof. André Assis, PhD(UnB / ITACET)

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Prof. André P. Assis, PhD (UnB / ITA)

André Assis é professor titular da Universidade de Brasília (UnB), atuando nas áreas de túneis ebarragens (com cerca 60 dissertações de mestrado e teses de doutorado já orientadas). Graduou-sepela própria UnB (1980) e obteve seu doutorado pela Universidade de Alberta, Canadá (1990). Foiprofessor visitante na Universidade de Nevada, EUA e no Instituto Federal Tecnológico de Lausanne,Suíça. Já publicou mais de 200 artigos técnicos e científicos, e de 100 relatórios de consultoria(metrôs: Brasília, Bucareste e São Paulo; trem de alta velocidade Rio / São Paulo TVA-BR; barragens:Queimado, Serra do Facão, Batalha, Simplício e Ferreira Gomes). Foi presidente do Comitê Brasileirode Túneis (CBT) e da Associação Internacional de Túneis e do Espaço Subterrâneio (ITA). No momento,é coordenador do Comitê para Educação e Formação da ITA (ITACET), consultor de diversos projetoshidrelétricos no Brasil e no exterior, e da empresa Herrenknecht, editor da revista Soils & RocksInternational e presidente eleito, gestão 2013-2014, e atual secretário geral da Associação Brasileirade Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS).

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Introdução

• Definições:

– Túneis

• Microtúneis• Microtúneis

– Galerias

– Cavernas

– Poços (Shafts)

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Exemplos de Definições:Circuito Hidráulico - Serra da Mesa

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Histórico

• "Eras" de Desenvolvimento da Engenharia de Túneis

– Era Antiga (3000 aC)– Era Antiga (3000 aC)

– Era da Navegação (século XVII)

– Era das Ferrovias (século XIX)

– Era Ambiental (a partir de 1960)

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Era Antiga (3000 aC)

• Cavernas para habitação

• Tumbas dos faraós egípcios (2700 aC)

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•Mineração

•Túnel da rainha Samírades (Babilônia)

•2000 aC, 1,5 x 1,5 m2, 1 km de comprimento sob o

Era Antiga

•2000 aC, 1,5 x 1,5 m2, 1 km de comprimento sob o Rio Eufrates

•Túneis de adução de água na Grécia

•700 aC, 1,8 x 1,8 m2, 1,5 km de comprimento

•200 dC, em Atenas (ainda em operação)

•Catacumbas dos cristãos romanos

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Era da

Navegação

• Na Idade Média, uso de obras subterrâneas • Na Idade Média, uso de obras subterrâneas predominantemente para fins militares

• Uso da pólvora pela primeira vez em obras civis (1679)

• Canal de Midi, França (1681)

– Túnel Malpas (161 m de extensão)

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Era das Ferrovias

• Metrô de Londres

– Túnel sob o Rio Tâmisa (1807-1843)– Túnel sob o Rio Tâmisa (1807-1843)

– Shield de Brunel

• Ferramentas pneumáticas (1857)

• Dinamite (1864)

• Ar comprimido (1869)

• Shield circular (1869)

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Era das Ferrovias:Métodos Clássicos

de Túneis

• Método Alemão

• Método Austríaco

• Método Belga

• Método Inglês

• Método Italiano

• Engenharia de túneis dependente da geologia local

• Escavação e instalação de suporte em etapas (escavação seqüenciada)

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Era Ambiental(a partir de 1960)

• Era Ambiental– Melhoria da qualidade de vida, com o menor – Melhoria da qualidade de vida, com o menor

impacto ambiental possível

• Era Ambiental e as Obras Subterrâneas– Uso do espaço subterrâneo para infra-estrutura e

da superfície para fins mais nobres

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Era Ambiental:Tendência Urbana

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Era Ambiental: Perspectivas

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Projeto Stuttgart 21

• Projeto pioneiro de outros 20 da DB

• Custo € 3 bilhões• Custo € 3 bilhões

– 40% venda imobiliária

– 20% redução de custos operacionais e aumento de tráfego

– 40% fundos públicos (impacto de € 5 bilhões)

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Artéria Central de Boston, EUA

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Uma idéia Inovadora

Túnel Multi-Funcional em Kuala Lumpur

Figura 1 – Período SecoFigura 2 – Período IntermediárioFigura 3 – Período de Chuvas Excessivas

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Rodovia Imigrantes de São Paulo ao

Porto de Santos Vista Aérea: Viaduto nos anos 70 vs Túnel em 2000

2000: Túnel Primário

Anos 70: Viaduto inicial

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Demanda Atual• Túneis de Transporte

– Rodoviário, ferroviário, hidroviário, pedestre

• Túneis de Adução

– Água, esgoto, gás, cabos elétricos, telefone etc.– Água, esgoto, gás, cabos elétricos, telefone etc.

• Cavernas

– Água, petróleo, estacionamento, enchentes etc.

• Poços

– Acessos, cabos, adução, petróleo etc.

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Grandes Projetos Atuais:Túneis de Transporte

• Túnel Metroviário: 37,9 km no Metrô de Moscou, Rússia

• Túnel Ferroviário (Seikan): 53,9 km no Japão • Túnel Ferroviário (Seikan): 53,9 km no Japão (100 m abaixo do fundo do mar)

• Túnel Rodoviário (Laerthal): 20,5 km na Noruega

• Túnel Hidroviário (Rove): 7,1 km no canal de Marselha, França

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Grandes Projetos Atuais:

Adução e Armazenamento

• Adução de Água: 82,9 km nos rios Orange e Fish, África do Sul

• Esgoto: 211 km em Chicago,

• Caverna: 1 milhão de m3 (caverna Henriksdal) para armazenamento de resíduos em Estocolmo, Suécia

• Poços: 3500 m de profundidade, mina de ouro, África do Sul

• Esgoto: 211 km em Chicago, EUA

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Requisitos

para o Uso do

Espaço

Subterrâneo

• Arquitetura• Arquitetura

• Psicologia

• Iluminação

• Acabamento

• Sinalização

• Treinamento

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Princípios de Comportamento de Túneis

• Legado Passado (Era das Ferrovias)

– Uso da pólvora pela primeira vez em obras civis (1679)

– Shield de Brunel (1843)– Shield de Brunel (1843)

– Ferramentas pneumáticas (1857)

– Dinamite (1864)

– Ar comprimido (1869)

– Shield circular (1869)

– Parcialização de Escavação

– TBM para rocha (1936)

Page 25: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

Comparação (Túnel Arlberg):Era das Ferrovias x Era Ambiental

Page 26: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

• 1880-1884

• Ferroviário

• L = 10.5 km

• 1974-1978

• Rodoviário

• L = 13,8 km

Comparação (Túnel Arlberg):Era das Ferrovias x Era Ambiental

• L = 10.5 km

• 2,6 km/ano

• AE = 95 m2

• AU = 50 m2

• AS = 45 m2

• 310 mortos e 877 feridos

• 3,5 km/ano

• AE = 95 m2

• AU = 80 m2

• AS = 15 m2

• 19 mortos

Suporte

Segurança

Avanço?

Page 27: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

• Melhor Entendimento do Comportamento

– Controle de recalques e deslocamentos

– Avaliação de danos induzidos

• Avanços Tecnológicos

Avanços da Engenharia de Túneis

• Avanços Tecnológicos

– Obras mais seguras, baratas e construídas em menor tempo

• Nova Geração de TBMs (face pressurizada)

– Uso em locais antes considerados inapropriados

– Mecanização do processo construtivo

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Princípios do Comportamento de Túneis

• Maciço Circundante

• Sistema de suporte

InteraçãoMaciço-Suporte ����Anel de Suporte do Maciço Reforçado• Sistema de suporte

• Monitoração

Maciço Reforçado

Método Observacional

Page 29: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

Maciço Circundante

• Princípio 1– O maciço constitui o principal elemento estrutural do

túnel

• Princípio 1.1– Minimizar danos ao maciço ou até mesmo aumentar

sua capacidade de carga

• Princípio 1.2– Mobilizar a capacidade de suporte do maciço,

mobilizando o efeito de arco (permitir deformação)

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Maciço Circundante

• Princípio 1.3

– Prevenir deformações excessivas para evitar afrouxamento do maciço

psps

u

po

u

Page 32: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

Sistema de Suporte

Page 33: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

Sistema de Suporte

• Princípio 2– Seleção de um sistema de suporte ótimo, incluindo

tipo, procedimento de instalação, tempo de instalação, rigidez e carga limite

• Princípio 2.1– Para ser mobilizado, o anel do suporte deve estar

fechado

• Princípio 2.2– Para ser mobilizado, o sistema de suporte deve estar

em contato com o maciço

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Sistema de Suporte

• Princípio 2.3

– O sistema de suporte deve trabalhar como um anel de paredes finas, maximizando esforços normais e minimizando cortantes.minimizando cortantes.

• Princípio 2.4

– O aumento de capacidade do suporte deve ser feito por reforço (cambotas, tirantes) do que por aumento de inércia da seção transversal.

Page 35: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

ps

u

ps

ps

Sistema de Suporte

ps

psFS max

=

u

po

u

po

Page 36: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

Instrumentação Ativa

• Princípio 3

– Instrumentação de túneis piloto e dá estrutura principal, em termos de deslocamentos, carga e tensões

• Princípio 3.1

– Avaliar o tempo de auto-sustentação

• Princípio 3.2

– Selecionar e calibrar o método de escavação, tipo de suporte e tempo de instalação

Page 37: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

Instrumentação Ativa

• Princípio 3.3

– Dimensionar a estrutura final do túnel

4 m6 m

H - 2 m

(H - 2 m) / 2

H

M1

E1

M2M4 M3 M5

final do túnel

– Monitorar seu comportamento

– Avaliar sua segurança

H

E2P1

P2

P4

P6

P3

P7

P5

Page 38: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

Geologia Local

Ensaios (Lab. e Campo)

Experiência do Projetista

Investigações

Modelo Geomecânico

Método de Escavação e Sistema de Suporte

Modelo Estrutural e Modelo Estrutural e Previsões de Projeto

Ok?

Sim

NãoElementos de

ProjetoProjeto Verificado

Page 39: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

Experiência do Construtor

Construção e

Gerenciamento

Elementos deConstrução

Projeto Verificado

Monitoração

Ok?

Sim

Não

Processo Validado

4 m6 m

H - 2 m

(H - 2 m) / 2

H

M1

E1

E2P1

M2M4 M3 M5

P2

P4

P6

P3

P7

P5

Page 40: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

Tensões "In-Situ"* Tensão geostática * Coeficiente ko

Tensões Induzidas * Geometria da abertura

Curva de Reação

do Maciço

* Deformabilidade * Resistênciado Maciço * Resistência

Curva de Confinamento

do Suporte

* Deformabilidade

* Resistência* Área transversal e inércia

Interação

Maciço-Suporte* Tempo de instalação do suporte

Page 41: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

Métodos Construtivos de

Túneis

"Cut-and-Cover"(Vala Recoberta)

Convencional

Túneis Submerso

MétodosTuneleiros

Mini-Túneis

Tuneladoras

Escavação Sequencial

Túneis Submerso

Page 42: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

Métodos de Escavação Sequencial

Page 43: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

Tuneladoras

Page 44: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

Métodos Convencionais x Tuneladoras

�� Flexibilidade geométricaFlexibilidade geométrica

�� Flexibilidade geológicaFlexibilidade geológica

�� Menores danos ao Menores danos ao

maciçomaciço

�� Qualidade melhor e mais Qualidade melhor e mais

regular (processo regular (processo �� Flexibilidade geológicaFlexibilidade geológica

�� Flexibilidade políticaFlexibilidade política

�� Custos menores para Custos menores para

túneis curtos e onde túneis curtos e onde

mãomão--dede--obra for barataobra for barata

regular (processo regular (processo

industrial)industrial)

�� Menor carga imposta aos Menor carga imposta aos

trabalhadorestrabalhadores

�� Segurança maiorSegurança maior

�� Cronograma e custos Cronograma e custos

mais garantidosmais garantidos

Page 45: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

Impermeabilização

de Túneis

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Suporte Definitivo

ou Revestimento

Page 48: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

Dimensionamento de Revestimentos

• Diagramas de Interação M-N

• Cálculo de Tensões

A

N

I

yM+=

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Desafios da Engenharia de Túneis

• Segurança durante a Construção

– Investigações Geológico-Geotécnicas

– Tensões In-Situ (Naturais)

– Comportamento de Maciços (Solos Estruturados – Comportamento de Maciços (Solos Estruturados e Maciços Rochosos)

– Simulação Numérica (Geometria, Sequência Construtiva e Interferências)

– Gerenciamento de Riscos

• Segurança durante a Operação (Fogo)

• Custos e Financiamento

Page 50: AULA 1 - 1º DIA - ANDRÉ ASSIS -CBT.pdf

Agradecimentos: ao CBT e UnB

Contato: [email protected]: [email protected]