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Gênero Textual Editorial

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Material produzido pela Professora Sílvia Cláudia Marques Lima

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Gênero Textual

Editorial

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“Bom de papo não é o que fala muito, mas é o que tem o que

falar.”Professora Sílvia Cláudia Marques Lima

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COMO ESCREVER O EDITORIAL

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EDITORIAL

• Os bons jornais e revistas do país, em geral, buscam a imparcialidade – evitam misturar notícia com opinião.

• O editorial pertence ao grupo de textos argumentativos, ou seja, aqueles que têm:

finalidade de persuadir o leitor a partir de argumentos consistentes: Comparações, depoimentos de autoridades, dados estatísticos, de

pesquisa, etc. .

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CONCEITO

No Editorial é um texto por excelência opinativo,

veementemente opinativo (é o posicionamento

da empresa de comunicação sobre determinado

assunto), portanto é importante valorizar as

estratégias de convencimento.

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CARACTERÍSTICAS

• Expressa a opinião de um jornal ou revista a respeito de um assunto da atualidade.

• Possui intenção de esclarecer ou alertar os leitores, persuadi-los, modificando seu ponto de vista a respeito de determinado assunto ou mobilizá-los para uma causa de interesse coletivo;

• Estrutura organizada em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.

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CARACTERÍSTICAS

• Desenvolvimento estruturado, a partir de exemplificações, comparações, depoimentos, pesquisas, dados estatísticos citações e retrospectivas históricas, etc.;

• Linguagem clara, objetiva e impessoal;

• Predomínio do padrão culto formal da língua;

• Verbos, em geral, no presente do indicativo e na 3ª pessoa do singular.

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A edição de editoriais começa, como qualquer matéria jornalística, pela captação de informações concretas.

Como se dá a captação de elementos para um Editorial? Pelo acompanhamento do que acontece no nosso meio e no mundo, e por uma apurada percepção do que é tema de relevância no momento.

Esta percepção só é possível se o Editorialista sintoniza emissoras com programação jornalística, pela leitura de jornais diários, revistas semanais e consultas a sites da Internet. Tudo interessa ao Editorialista.

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• O leitor quer crítica contextualizada.

• A partir desta leitura generalizada, selecionará seus recortes, as anotações de caderneta para a elaboração do Editorial;

• São os dados factuais, os elementos concretos que darão credibilidade ao Editorial;

• Opinião, para ter credibilidade, precisa de argumentos consistentes. Para isso a opinião deve vir seguida de um exemplo concreto; ou, um exemplo concreto seguido de uma opinião.

• Ao leitor não interessa nossas impressões, interessa a crítica ou a defesa embasada;

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Estratégia de construção de um EditorialParágrafo 1 - Apresentação do tema (situando o leitor) e já com

um posicionamento definido. Ser didático ao apresentar o assunto ao leitor.

Parágrafo 2 - Contextualização do tema, comparando com a realidade e trazendo as causas e indicativos concretos do problema. Mais uma vez, posicionamento sobre o assunto.

Parágrafo 3 - Análise e as possíveis motivações que tornam o tema polêmico (ou justificativas de especialista da área). É preciso trazer dados factuais, exemplos concretos que ilustram a argumentação.

Parágrafo 4 - Conclusivo, com o posicionamento crítico final, retomando o posicionamento inicial sem se repetir.

O bom arremate opinativo é aquele que retoma o tema e traz uma projeção, aponta para uma solução, dá uma "sugestão", indica um caminho ancorado em exemplos concretos.

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Exercitando...

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Propaganda a ser limitada

É grande a força do lobby de cervejarias, TVs e e agências de propaganda. Mais uma vez, conseguiu evitar que a publicidade de cervejas fosse equiparada às demais bebidas alcoólicas e proibida das 6h às 21h.

O projeto de lei restituindo um pouco de lógica à legislação que regula a propaganda de álcool estava pronto para ser votado. Mas um acordo entre parlamentares e governo conseguiu retirar a proposta, que agora fica sem prazo para ir ao plenário. A julgar pelos precedentes, isso dificilmente ocorrerá antes dos jogos olímpicos ou quem sabe da Copa de 2014.

Em termos de saúde pública e ciência, não há justificativa para tratar a publicidade de bebidas alcoólicas de qualquer gradação de forma diversa da do tabaco, que é vedada totalmente.

.

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O álcool é uma droga psicoativa com elevado potencial para

provocar dependência. Estudo da Organização Mundial de Saúde atribui

ao abuso etílico 3,2 % das mortes ocorridas no planeta(cerca de 1,8

milhão de óbitos anuais). Metade delas tem como causa doenças, e a

outra metade, ferimentos. No Brasil, dados da secretaria Nacional

antidrogas (2005) apontam que 12% da população entre 12 e 65 anos

pode ser considerada dependente.

Não se trata de proibir o uso de álcool, mas esses números deixam

claro, por outro lado, que ninguém deveria ser estimulado a beber. A

propaganda é uma atividade legítima para a esmagadora parte dos produtos e

serviços existentes. O caso das drogas lícitas é uma exceção. A constituição

Federal, em seu artigo 220, prevê restrições a esse tipo de publicidade.

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              Louvar as atitudes reais ou imaginárias de abridores de

garrafa não costuma levar jovens a consumir quantidades

crescentes de drogas psicotrópicas. Já a propaganda de

cerveja o faz. (Folha de São Paulo, 11/5/2008.Licenciado por Folhapress.)

Não faz, portanto, sentido a campanha que a

Associação Brasileira de Agências de Publicidade mantém

desde o final de abril afirmando que restrição à

publicidade de cervejas teria o mesmo efeito que proibir

“a fabricação de abridores de garrafa”.

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O editoriais abordam um tema do momento, que está em discussão na sociedade

a) Qual é o tema abordado pelo editorial em estudo?r) O fato de que a publicidade de cerveja não ser equiparada à das demais bebidas alcoólicas.b) Por que esse tema estava sendo debatido no Brasil

naquele momento?r) Porque o projeto de lei que regula a propaganda de álcool teve sua votação adiada, devido a um acordo entre parlamentares e governo.

Exercitando o Editorial

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c) Quais os argumentos contrários à liberação da propaganda de cervejas?r) ‘Em termos de saúde…’ ‘Louvar as virtudes…’ d) Qual é a ideia principal que o texto desenvolve?

r) A ideia de que a cerveja deve ter, na publicidade, o mesmo tratamento que têm outras drogas, como o tabaco.

Exercitando o Editorial

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Exercitando o Editorial

e) No 4º e 5º parágrafos, o autor apresenta dois argumentos consistentes para fundamentar o seu ponto de vista. Quais são eles?

r) No 4º parágrafo, vale-se do argumento de que o álcool provoca dependência, doenças e acidentes. No 5º parágrafo, de que a Constituição Federal, em seu artigo 220, prevê restrições à publicidade de drogas.

s) No 6º e no 7º parágrafos, o texto cita e rebate o ponto de vista e o argumento de uma campanha. Que Argumento dessa campanha é combatido?r) O argumento de que restringir a publicidade de cervejas é o mesmo que proibir a fabricação de abridores de garrafa. 17

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Exercitando o Editorialg) Que argumento é utilizado para contra-argumentar?r) O de que os anúncios de abridores de garrafa não estimulam o consumo de bebida alcoólica, mas os de cerveja sim.

h) Nos editoriais, a conclusão ocorre no último parágrafo e apresenta uma síntese das ideias expostas ou uma sugestão ou proposta para a solução do problema abordado. Nesse editorial a conclusão apresentou o que? r) Uma conclusão do tipo síntese. Retomando a ideia de que os anúncios de cerveja estimulam o consumo do álcool.

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EDITORIAL Folha de S. Paulo

24/4/2007

A discussão sobre a falência do ensino básico, no Brasil, resvala com

facilidade para as falsas questões. Soluções dispendiosas, como o uso de

computadores na sala de aula, ganham ares de panaceias definitivas -até serem

fulminadas pelo teste implacável da empiria, como mostrou estudo do economista

Naercio Menezes Filho noticiado nesta Folha.

Professor da USP e do Ibmec-SP (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais),

Menezes Filho investigou as variáveis que mais explicam o bom desempenho escolar.

Tomou por base os testes do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) com

alunos de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio. Verificou

que a informática na escola não melhora nem piora os resultados de seus alunos no

Saeb.

Mínimo esforço

Reforma do ensino básico exige renúncia a soluções fáceis, da crença no poder da tecnologia à ideia de educação só como prazer

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Escolaridade e salário dos professores

tampouco exercem peso significativo, segundo o

estudo – uma conclusão destinada a gerar

controvérsia, decerto. Maior influência

apresentam a idade de entrada no sistema

educacional e a quantidade de horas-aula.

Alunos que passaram por creches e pré-escola e

ficam mais tempo na escola, a cada dia,

apresentam desempenho significativa-

mente superior.

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Prioridades são prioridades, afinal. Uma das

mais prementes, contudo, se mostra refratária à

expressão na forma de uma meta quantificável:

pôr fim à lei do mínimo esforço, à crença de que a

educação possa ter sucesso sem empenho e

disciplina.

Por isso a Folha incluiu os dois quesitos no

conjunto de metas nacionais, até o ano 2022, aqui

elencadas no editorial "O básico em educação" (22/4):

80% das crianças de 0 a 3 anos com acesso a creches

(hoje são 13%) e 90% dos alunos com aulas por 6 horas

diárias (1,2%, atualmente). Não se conferiu prioridade

a computadores nas escolas, mesmo sendo objetivo

desejável.

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No gabinete dos tecnocratas, bastaria recorrer a fórmulas

mirabolantes. Na sala de aula, à criatividade lúdica, ao espírito crítico e ao

universo cotidiano do aluno. O restante viria como que por gravidade, cada

estudante percorrendo à própria revelia as etapas necessárias do

desenvolvimento cognitivo descritas nalgum esquema abstrato.

O fracasso está aí, à vista de todos, para provar que não pode

funcionar um ensino em que professores são reduzidos a meros facilitadores,

ainda por cima mal pagos e sobrecarregados com jornadas extensas. Veem

comprometida a condição de autoridade encarregada de exigir dedicação nas

tarefas e civilidade no trato com os colegas, responsabilidade encarada por

muitos como ônus a evitar (dificuldade partilhada com vários pais, de resto).

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Pode-se discutir indefinidamente se é ou

não o caso de retroceder à obrigação de decorar

todos os afluentes do Amazonas. Para pôr termo

ao descalabro do ensino básico, entretanto, é

preciso retomar princípios básicos da

educação, a começar pelo combate à noção

vigente de que se possam realizar conquistas

sem esforço proporcional.

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O BRASIL DE ONTEM E O ATUAL

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O Brasil de 2012 pouco lembra o de 1972. No auge dos anos de

chumbo, democracia era uma palavra existente apenas nos sonhos da

esquerda, a diminuta sociedade de consumo se contentava em

comprar só produtos nacionais e o divórcio existia somente nos

dicionários.

Nos últimos anos, elegemos um sociólogo, um metalúrgico e uma ex-

guerrilheira para a presidência, os importados invadiram as prateleiras

e o fim do casamento deixou de ser tabu. Nesse período, a população

também se tornou mais velha, mais alfabetizada e menos religiosa. O

País evoluiu rumo a padrões semelhantes ao de nações desenvolvidas,

com menos desigualdade e uma classe média grande e pujante.

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A maior mudança das últimas décadas ocorreu no perfil etário nacional.

Éramos um País de jovens, agora caminhamos para ser um País de idosos. As crianças

e adolescentes com idade inferior a 14 anos representavam cerca de 40% da

população em 1970 e hoje são 24%. “A redução de pessoas em idade escolar significa

uma enorme estrutura de ensino e um bom quadro de professores para menos alunos.

Facilita, por exemplo, a abertura de turnos integrais”, afirma o demógrafo Frederico

Luiz Barbosa de Melo, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos

Socioeconômicos (Dieese). Isso ajuda a explicar o substancial aumento da

alfabetização.

Hoje, 91% dos brasileiros com mais de 10 anos sabem ler e escrever,

contra 66% 40 anos atrás. Apesar de a qualidade do ensino público deixar a

desejar, a simples existência da estrutura escolar tem impacto positivo por vários

anos. Além disso, como as famílias têm cada vez menos filhos, há mais recursos

para investir na educação de cada criança.

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O rápido envelhecimento populacional, porém, é um desafio. A

expectativa de vida saltou de 53,4 para 73,4 anos em quatro décadas. As

pessoas com mais de 60 anos atualmente são 12% da população e em

2050 representarão 30% do total.

O efeito mais evidente dessa tendência é o aumento da

pressão sobre a Previdência Social, que precisa oferecer benefícios

como aposentadoria a uma quantidade cada vez maior de pessoas

enquanto diminuem os contribuintes em idade economicamente

ativa. “As soluções podem ir do aumento das exigências para receber

os benefícios à diversificação das fontes para conseguir os recursos”,

explica o demógrafo Melo.

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O sistema de saúde também sofrerá impactos. “O Brasil

conseguiu combater as doenças infantis, mas agora a questão é

oferecer tratamento às doenças da velhice, como males do coração, e

isso é muito mais difícil e mais caro”, diz ele.

A intensa urbanização de áreas remotas do País é outra marca

das últimas décadas. Em termos gerais, a população urbana saltou de

70% para 84% do total. Porém, em regiões historicamente menos

desenvolvidas no Norte e no Nordeste a transformação foi expressiva

e rápida. O Acre, por exemplo, contava com menos de 30% de seus

habitantes em cidades em 1970. Hoje a situação se inverteu e 73%

dos acrianos vivem em núcleos urbanos.

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Também houve uma acelerada alteração no perfil religioso nacional. O número

de católicos, que levou 100 anos para cair de 99% da população, em 1872, para 92%,

em 1970, sofreu uma queda brusca em apenas quatro décadas. Segundo o Censo 2010

divulgado este ano, atualmente 64% das pessoas dizem seguir a Igreja de Roma no

País. “Se essa tendência for mantida, em 2030 os católicos serão menos da metade dos

brasileiros”, diz José Eustáquio Diniz Alves, professor titular do mestrado em estudos

populacionais e pesquisas sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas

(Ence/IBGE).

Esse rebanho, em sua maioria, deixou de ter religião ou se tornou

evangélico. “As igrejas evangélicas criaram estruturas para atender as

periferias das grandes cidades e ainda conseguiram ‘customizar’ a fé, criando

igrejas para homossexuais ou para surfistas, por exemplo”, explica ele.

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De todas as transformações, porém, nada tem sido mais comemorado do que a ascensão econômica do brasileiro. Nos anos que se seguiram a

1970, as pessoas ainda estavam chegando do campo, saindo de lugares sem energia e sem água para as cidades. Eram ajudados por

comunidades da Igreja e outras associações. Nos anos 1980, houve uma recessão tão forte que essa época ficou conhecida como a “década

perdida”. Apenas nos anos 1990, quando a inflação foi domada pelo Plano Real, o Brasil reencontrou o eixo para o crescimento da economia.

Os últimos dez anos foram marcados pela inclusão social. Mais de 30 milhões de pessoas subiram para as classes A, B e C – e, desse

contingente, 20 milhões saíram da pobreza. Agora, 53% da população são de classe média. O Brasil de 2012 é mais democrático, mais justo e

mais rico.

Fonte: Revista On line Isto é Independente – Especial 40 anos.Ed. 2242. 26 de outubro de 2012. Disponível em >http://www.istoe.com.br/reportagens/248786_COMO+ANDOU+O+BRASIL?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage.> Acesso em 09. Nov. 2012.

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Com base nos seus conhecimentos e em suas novas leituras. Redijam um EDITORIAL, em

trio, conforme a estrutura e tipologia textuais apresentadas nos slides.

ATENÇÃO! SERÃO ANULADAS REDAÇÕES COPIADAS DE TEXTOS.

Tema - “O Brasil e seus desafios nos aspectos econômicos, religiosos, educacionais e

ambientais.

30 linhas. Fonte Arial Narrow 12

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MINHAS TRÊS PAIXÕES

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Minhas três paixões

Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, têm governado a minha vida: a ânsia de amar, a busca do conhecimento e uma insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade. Essas paixões, como fortes ventos, têm me impelido de um lado para o outro, num caminho caprichoso, por sobre um profundo oceano de angústias, que chega à beira do desespero.

Procurei o amor, primeiro, porque ele trás êxtase – êxtase tão imenso que eu

ofereceria todo o resto da minha vida em troca de umas poucas horas desse prazer. Eu

o procurei, também, porque ele ameniza a solidão – aquela terrível solidão na qual uma

consciência em pedaços se paralisa nas franjas do mundo num insondável abismo frio e

sem vida. Eu o busquei, finalmente, porque na união do amor eu vislumbrei, em mística

miniatura, a suposta visão do paraíso que santos e poetas imaginaram.

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Um pouco disso, não muito, eu consegui. Amor e conhecimento, tanto quanto foi possível, elevaram-me em direção ao paraíso. Mas a compaixão sempre me trouxe de volta à Terra. Ecos de gritos e de dor reverberam no meu coração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos desassistidos como um odioso fardo para seus filhos, e o mundo inteiro de solidão, miséria e sofrimento, fazem um arremedo do que a vida humana deveria ser. Eu desejo minorar o mal, mas não posso, e sofro também.

Isto foi o que procurei, e embora possa parecer demasiado bom para a vida

humana, foi o que – finalmente – eu encontrei. Com a mesma intensidade busquei o

conhecimento. Desejei entender os corações dos homens. Eu quis saber por que as

estrelas brilham. E tentei apreender o poder pitagórico que faz com que um número

flutue por sobre o fluxo.

Esta tem sido a minha vida. Eu a entendo como uma vida digna, e

prazerosamente a viveria outra vez se uma oportunidade me fosse dada.

(Bertrand Russel)