aula 04 - genética mendeliana slide
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Genética Mendeliana
Carlos Maurício G. Ribeiro
Médico Veterinário
Genética Mendeliana Herança mendeliana ou Mendelismo
Primeira fase da Genética Humana.
Redescoberta das leis de Mendel.
Conjunto de princípios relacionados à transmissão
hereditária das características de um organismo a seus
descendentes.
Base principal da genética clássica.
Originada dos trabalhos de Mendel, considerados
controversos inicialmente, e redescobertos em 1900.
Somente quando incorporada à teoria do cromossomo
de Thomas Morgan (1915), se tornou a essência da
genética clássica.
Gregor Johann Mendel Johann Mendel (1822-1884).
Pioneiro descobridor das leis da herança genética.
• Nascido em Heinzendorf, na Silésia austríaca.
• Seguiu desde cedo a vida religiosa, ordenando-se frade em 1847 no monastério
agostiniano de Brunn (atual Brno).
• Estudou filosofia e, após ordenado, ingressa na Universidade de Viena em 1851.
• Regressa a Brunn em 1854, onde se dedica ao ensino de História Natural e
Matemática até 1868.
• Em 1856 Mendel realizou os primeiros grupos de experimentos com hibridização
de ervilhas até 1868, quando foi eleito abade do Monastério.
• A primeira monografia "Ensaios com plantas híbridas" foi publicada em 1866.
• Morreu em 6 de janeiro de 1884 sem que tivesse, em vida, seus estudos
reconhecidos.
Experimentos de Mendel Usando ervilhas consolidou conhecimentos
relativos aos princípios da genética.
A escolha pelas ervilhas (Pisum sativum):
• Diversidade de formas e cores.
• Cruzamento artificial e autopolinização espontânea.
• Baratas e ocupavam pouco espaço.
• Tempo de geração relativamente curto.
• Descendência farta.
Para cada característica, Mendel obteve
linhagens puras resultantes de autopolinizações
ou cruzamentos dentro de uma mesma
população.
A partir das linhagens puras, qualquer alteração
surgida teria um significado científico.
Experimentos de Mendel Mendel estudou sete características:
Para cada característica, Mendel
estabeleceu pares de linhagens puras.
Características
analisadas em ervilhas Dominantes Recessivas
(1) Forma da semente Lisa Rugosa
(2) Cor da semente Amarela Verde
(3) Cor das pétalas Púrpura Branca
(4) Forma das vagens Inflada Sulcada
(5) Cor das vagens Verde Amarela
(6) Posição das flores Axial Terminal
(7) Tamanho das hastes Longo Curto
Experimentos de Mendel Em seguida, realizou cruzamentos entre duas
linhagens com a mesma característica.
Primeiro estudo referido como monoibridismo
ou herança monofatorial (monogênica).
Cruzamento de plantas de flores brancas
masculinas, com flores púrpuras femininas,
de linhagens puras - geração parental (P).
Descendentes deste cruzamento, primeira
geração filial (F1), todas com flores púrpuras.
Em seguida cruzou flores brancas femininas
e púrpuras masculinas (cruzamento
recíproco).
Mesmo resultado obtido, todas as plantas da
primeira geração filial (F1) para aquele
cruzamento, apresentavam flores púrpuras.
Experimentos de Mendel Conclusão a partir desses experimentos:
Teoria da herança mesclada não explicava
os resultados.
Não havia cor intermediária, todas eram
púrpuras.
Num segundo experimento, algumas das
plantas da geração F1 foram
autopolinizadas, obtendo a segunda
geração (F2).
Identificação quanto a cor de todas as
plantas obtidas deste experimento.
924 plantas (geração F2), das quais 705
púrpuras e 224 brancas, proporção muito
próxima à 3:1.
Experimentos de Mendel Em outro experimento, Mendel analisou a cor
das ervilhas, usando linhagens puras de
ervilhas verdes e amarelas.
Ao cruzar as duas linhagens, Mendel
observou que todas as ervilhas produzidas
eram amarelas.
Plantio da geração F1, obtendo plantas
adultas que foram autopolinizadas.
Observação das ervilhas produzidas na
geração F2, obtendo a proporção: ¾ de
ervilhas amarelas e ¼ de ervilhas verdes.
Relação 3:1 como no caso da cor das
pétalas.
Experimentos de Mendel Ervilhas verdes F2, plantadas e
autopolinizadas, produziram a terceira geração
F3 com apenas ervilhas verdes.
Ervilhas amarelas F2, plantadas e
autopolinizadas produziram a terceira geração
F3 com a seguinte proporção:
de 519 plantas autopolinizadas, 353 (2/3)
davam tanto ervilhas amarelas como ervilhas
verdes, na proporção 3:1.
166 (1/3) restantes só davam ervilhas
amarelas.
A aparente relação 3:1 na geração F2 poderia
ser melhor interpretada como relação 1:2:1:
¼ amarelo puro;
2/4 amarelo impuro;
¼ verde puro.
Experimentos de Mendel Esta nova relação era válida para todas as demais características
analisadas.
Algumas importantes conclusões desta relação 1:2:1 foram possíveis.
1º. Não foi constatado mesclagem de fenótipos, concluindo que haveriam
determinantes hereditários de natureza particulada.
2º. Há relação de dominância na geração F1, para cada par de
caracteres analisados; um domina sobre o outro (recessivo), que não se
expressa na primeira geração, mas ressurge nas gerações seguintes.
• No caso da cor da ervilha o fator (gene) determinante da cor amarela seria
dominante e o determinante da cor verde seria recessivo.
3º. Pares de genes ao formar gametas, seriam segregados ou separados,
e assim, cada gameta carregaria apenas um só membro de cada par de
genes.
Experimentos de Mendel 4º. Quando gametas se unem na formação
do novo indivíduo, esta união é aleatória
com relação a qual gene está em qual
gameta.
Para testar seu novo modelo, cruzou uma
amarela da F1 com uma verde pura da
geração parental P.
Era de se esperar uma relação 1:1 entre
sementes amarelas e verdes.
Ele obteve 58 amarelas e 52 verdes, uma
relação muito próxima de 1:1, confirmando
assim, o modelo de segregação igual.
A confirmação de seu modelo recebeu o
nome formal de primeira lei de Mendel:
Monohibridismo Monoibridismo ou Primeira Lei de Mendel
Lei da Segregação dos Fatores (genes alelos) de
Mendel.
“Os dois elementos de um par de genes alelos
separam-se nos gametas de tal modo que há
probabilidade de metade dos gametas transportar
um dos alelos e a outra metade transportar o outro
alelo”.
Constitui a base da genética.
Estes fatores são alelos de um gene para
determinada característica.
Obtida a partir da análise estatística do resultado do
cruzamento de ervilhas, em que se obteve proporções
de 3:1.
Dihibridismo No caso onde existem dois genes que
controlam a expressão de duas
características distintas, o chamado
dihibridismo.
Acrescentemos à cor da ervilha, a forma
desta.
A cor da ervilha, amarela e verde, é
determinada pelos genes A e a.
Aos genes que controlam a forma da
ervilha, lisas ou rugosas, denominaremos
de R e r.
O que acontece quando estudamos
cruzamentos de plantas puras que
diferem em duas características?
Dihibridismo A linhagem pura aarr, ao se autopolinizar, vai produzir sementes verdes e
rugosas apenas.
A linhagem pura AARR, ao se autopolinizar produz somente sementes
amarelas e lisas.
Ao cruzar estas duas linhagens, Mendel obteve na geração F1 sementes
lisas e amarelas apenas, como era de se esperar.
Ao cruzar indivíduos desta geração F1, obteve:
Sementes amarelas e lisas;
Verdes e lisas;
Amarelas e rugosas;
Verdes e rugosas na proporção 9:3:3:1.
Ao repetir este experimento para outros pares de características, obteve a
mesma relação.
Dihibridismo
Dihibridismo Ao comparar a proporção de cada estado de caracteres, na geração F2,
em cruzamento diíbrido, foi constatado equivalência na proporção do
cruzamento mono híbrido.
• Hipótese: será que a relação entre amarela e verde num cruzamento diíbrido é
igual a relação entre amarelo e verde num cruzamento mono hibrido?
• Mendel contou todas as sementes amarelas da F2, não importando se eram
rugosas ou lisas. Fez o mesmo para as verdes.
• Depois contou lisas e rugosas, da mesma maneira.
• Chegando às seguintes proporções:
• 3:1(amarelas e verdes) e 3:1 (lisas e rugosas).
• A mesma proporção encontrada para as mesmas características analisadas num
cruzamento monohíbrido.
Mendel concluiu que os dois sistemas de herança são independentes.
A relação 9:3:3:1 seria uma combinação aleatória de duas proporções 3:1.
Dihibridismo Após todos estes cruzamentos, onde as linhagens parentais puras diferem
em dois caracteres (cruzamento diíbrido), que serão segregados de
maneira independente, Mendel concluiu a sua segunda lei:
Dihibridismo ou Segunda Lei de Mendel (Segregação Independente)
“Durante a formação dos gametas a segregação dos alelos de um
gene é independente da segregação dos alelos de outro gene”.
Linkage Há casos em que dois ou mais pares de alelos estão localizados no
mesmo par de cromossomos homólogos.
Nesse caso, a segregação dos genes não é independente e não
obedece a 2ª lei de Mendel.
Descoberta de genes situados nos cromossomos.
Impasse no entendimento da 2º Lei de Mendel.
“Dois ou mais genes não-alelos segregam-se independentemente,
desde que estejam localizados em cromossomos diferentes.
No entanto, Mendel afirmava que genes relacionados a duas ou mais
características sempre apresentavam segregação independente.
Linkage Então haveria um cromossomo para
cada gene (quantidade assombrosa
de cromossomos).
Logo, como existem poucos
cromossomos no núcleo das células
e inúmeros genes, é intuitivo concluir
que, em cada cromossomo, existe
uma infinidade de genes,
responsáveis por inúmeras
características típicas de cada
espécie.
Genes presentes em um mesmo
cromossomo estão ligados ou em
linkage e caminham juntos para a
formação dos gametas.
Linkage
Referências Bibliográficas MOORE, K.L; PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica. 7ª ed., Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
MOTTA, PAULO ARMANDO. Genética Humana: aplicada à
psicologia e toda a área biomédica. 2a ed.Guanabara Koogan. Rio
de Janeiro. 2005. 174 p.
THOMPSOM, JAMES S.; THOMPSOM, MARGARETH W. 6a ed.
Genética médica. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 2002. 387 p.
SALES, ORCÉLIA. 1ª ed. Genética para a Enfermagem. AB Editora.
Goiânia. 2008. 168p.