aula 010 - enfiteuse e superfície
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Aula 010 Enfiteuse e superfície 1. Conceito ± trata-se de direito real sobre a coisa alheia através do qual uma pessoa física ou jurídica denominada de senhorio concede a um terceiro denominado de enfiteuta todos os poderes referentes ao direito de propriedade quais sejam o de usar, o de gozar ou frui r, dispor e reivindicar, mantendo para si, ainda o direito de propriedade sobre um bem perpetuamente mediante o pagamento de um foro anual por parte do enfiteuta. A enfiteuse é também denominada deTRANSCRIPT
Aula 010
Enfiteuse e superfície
1. Conceito – trata-se de direito real sobre a coisa alheia através do qual uma
pessoa física ou jurídica denominada de senhorio concede a um terceiro
denominado de enfiteuta todos os poderes referentes ao direito de propriedade
quais sejam o de usar, o de gozar ou fruir, dispor e reivindicar, mantendo para
si, ainda o direito de propriedade sobre um bem perpetuamente mediante o
pagamento de um foro anual por parte do enfiteuta. A enfiteuse é também
denominada de aforamento ou aprazamento
2. Escorço histórico – remonta ao direito romano clássico e tem por escopo
manter a propriedade nas mãos do estado, da igreja e dos grandes
latifundiários.
3. Instituição da enfiteuse – a enfiteuse se institui por ato jurídico inter vivos
(inscritura publica) registrado no cartório de registros de imóveis ou causa
mortis através de testamento. Mister salientar que não podem serem instituídas
novas enfiteuses, pois que a mesma não mais consta no código civil brasileiro.
4. Senhorio e enfiteuta (posse direta). (domicilio direto e domínio útil) – após a
concessão da enfiteuse mantém o domínio direto sobre o bem e quanto que no
enfiteuta é detentor do domínio útil. Em relação a posse o senhorio detém a
posse indireta do bem enquanto que o enfiteuta detém a posse direta.
5. Foro ou solarium – o enfiteuta deverá pagar ao senhorio anualmente uma
remuneração correspondente ao foro também denominado de solarium.
6. Laudêmio – caso o enfiteuta venha a alienar o bem através da compra e venda
terá por obrigação pagar ao senhorio o percentual de 2,5% sobre o valor da
venda, essa remuneração devida ao senhorio é denominada de laudêmio.
7. Comisso (resgate da enfiteuse) – pelo código civil de 16 caso o enfiteuta não
pague o foro por três anos consecutivos o senhorio poderá tomar o bem de
volta para si, consolidando a propriedade plena. Caso em uma enfiteuta conste
dois ou mais enfiteutas os mesmos escolherão o representante que recebem a
denominação de cabecel.
8. Cabecel (representante dos enfiteutas) – direito real de enfiteuse é perpétuo e
transmissível a herdeiros, sendo que caso o enfiteuta queiram vender o direito
real de enfiteuse deverá dar a preferência na compra ao senhorio, assim como
caso o senhorio queira alienar o seu direito de propriedade deverá dar
preferência a enfiteuse.
9. Terreno de marinha – os terrenos de marinha continuam sendo regidos pelo
regime da enfiteuse em lei especial.
10. Perpetuidade concessão de todos os direitos referentes à propriedade.
Superfície
1. Conceito – trata-se do direito real sobre a coisa alheia através do qual o
proprietário de um bem imóvel não construindo cede a um terceiro os poderes
de construir e plantar sobre a superfície desse bem por tempo determinado, de
forma gratuita ou onerosa.
2. Gratuidade ou onerosidade – o superficiário não poderá fazer uso do subsolo
da superfície a não ser que a finalidade para a qual a mesma for concedida
exija a utilização do subsolo. A princípio o direito de superfície é poder usar a
superfície do terreno no caso dos prédios em que há a necessária utilização do
subsolo será concedido a finalidade sem maiores transtornos. Finda a
concessão do direito real de superfície o bem será devolvido ao proprietário
que não terá o dever de indenizar o superficiário pelas construções ou pelas
plantações, assim como quaisquer benfeitorias. A não ser que as partes
tenham contratado de forma diversa. Caso seja a superfície onerosa será paga
uma remuneração denominada de solarium ou foro que pode ser pago a vista
ou a prazo tal como acordado (avençado) entre as partes. Caso o superficiário
resolve alienar o seu direito real de superfície, nada deverá pagar ao
proprietário do bem imóvel. O direito real de superfície tanto pode ser alienado
como será transferido aos herdeiros do superficiário. Caso o superficiário
pretenda alienar o direito real de superfície, deverá o mesmo dar a preferência
ao proprietário do bem, assim como caso o proprietário, queira alienar o seu
direito de propriedade deverá dar a preferência ao superficiário.