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1AULA 01 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AUDITORIA NO MUNDO E NO BRASIL.
AULA 01 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AUDITORIA NO
MUNDO E NO BRASIL
AUDITORIA INTERNA
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QUAL A FINALIDADE DE APRESENTARMOS A ORIGEM E A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AUDITORIA?
Para que possamos iniciar com propriedade os nossos estudos, é importante fazermos uma breve evolução histórica da auditoria, de modo que vocês percebam a origem e a importância desta atividade, além da familiaridade com os termos técnicos que inevitavelmente serão utilizados ao longo do desenvolvimento dos tópicos desta unidade curricular.
Este primeiro contato com os termos técnicos e expressões usuais de auditoria será extremamente importante para que todos se ambientem com o estudo, uma vez que sua natureza é bastante metódica, o que exige a necessidade de conhecermos os meios pelo qual ela se processa.
Assim, faremos uma exposição da evolução da auditoria no mundo e no Brasil.
Quais fatos marcantes contribuíram para o surgimento e o desenvolvimento da auditoria no mundo?
O surgimento da auditoria se deu em decorrência do desenvolvimento dos negócios, que aos longos dos anos, experimentaram mudanças consideráveis, procurando acompanhar a evolução dos tempos e crescimento tecnológico.
Historicamente,afirma-sequeoauditorsurgiunofimdoséculoXIII,naInglaterra,quandooImperadorEduardoI,diziaqueseascontas,poreleexaminadas,nãorefletissemarealidadedosfatos,seutestemunhoseriamotivoparapunição.NoséculoXIX,apareceo denominado perito contador, cuja função era descobrir erros e fraudes. A partir de 1900, a profissão do auditor tomou impulso pormeio do desenvolvimento do Capitalismo,obrigandoasempresasaaprimorarseusprodutosparacompetirnomercado.Comisso,muitas delas precisaram captar recursos junto a terceiros. Surge, então, à auditoria como técnicautilizadaparaapurarafidedignidadedasdemonstraçõesfinanceiras,paraqueterceiros interessados neste tipo de informação encontrassem a segurança necessária na tomada de decisões de seus negócios.
Anecessidadedeconfiançapelos investidoresalavancouaprofissãodeauditor,poiscomoadventodaRevoluçãoIndustrial,naInglaterra,quandoademandadecapitaleaexpansãodasatividadesoriginaramproblemascontábeismaiscomplexos, iniciou-se o eixo do desenvolvimento prático da auditoria. Contudo, a real necessidade daauditoria somente se manifestou a partir da institucionalização do investidor capitalista (aquele que não participava da administração), que fez surgir a necessidade de relatórios imparciais sobre a integridade de seu investimento e dos resultados econômicos do
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empreendimento.
Esta necessidade de confiança é a base da auditoria e faz sentido a partir domomento em que as pessoas que não estão na administração de uma organização têm a intenção de investir recursos naquele empreendimento.
Imagineseasgrandesorganizaçõesnãorealizassemrevisõesperiódicasdosseusprocessos,afimdedetectareventuais falhas,errosou fraudes.Aauditoriacomoumatécnica inicialmente contábil, e hoje desmembrada em vários segmentos, proporciona a seus usuários uma maior segurança sobre as atividades que estão sendo realizadas em uma organização.
E o desenvolvimento da auditoria no Brasil, como se comportou?
Não existem divulgações de pesquisas sobre os primórdios da auditoria no Brasil, sendocertoqueteveorigeminglesa.AutorescomoPEREZJÚNIOR(1998)eATTIE(1998)mencionam que o primeiro parecer de auditoria foi publicado em 1903. Esse parecer emitidopelaClarkson&Cross,em9deabrilde1903,erarelativoaoexamedoslivrosdeSão Paulo Tramway, Light and Power Company,nasuamatrizemToronto,Canadá;quemencionavaosrecebimentosdafilialdeSãoPaulo,masnãopermitiamdeterminarseelesmantinhamescritórionoBrasilouseenviariamauditoresdeTorontoparaaquelaexpressafinalidade.
Afirmamosautoresque,pelaalteraçãocontratualassinadaemLondres,em1911,porSirHenryThomasMcAuliffe,AlfredEdwardMaidloweDavidBell,afirmadeauditoriaMcAuliffeDavisBell&Co.,maistardeArthurAndersenS/C,jámantinhaumescritórionoRiodeJaneiro,quetinhaoobjetivodefiscalizarosdemonstrativoscontábeisdesde21deoutubro de 1909.
Está igualmentedocumentadoque, em1915, afirmaPriceWaterhouse, tendo-se incorporado com a W. B. Peat & Co. e Touche, Faller & Co., na América do Sul, abriu escritórionoRiodeJaneiro, transferindoRichardWilson,entãogerenteemNewYork,paradirigi-la.
Assim,osautoresatribuemaorigemdaauditorianoBrasil àaberturadefiliaise subsidiárias de firmas estrangeiras; financiamento de empresas brasileiras pormeiodeentidadesinternacionais,crescimentoediversificaçãodasatividadeseconômicasdasempresas brasileiras, e a evolução do mercado de capitais.
De acordo com MAGALHÃES, LUNKES e MULLER (2001), a primeira empresade auditoria a se estabelecer no Brasil foi a Mc-Auliffe Davis Bell & Co, em 1909, que depois passou a se denominar Arthur Andersen S/C. O documento que oficializou oestabelecimento da Mc-Auliffe, no Brasil, foi uma alteração de contrato, assinada em Londres,em1911,porHenryThomasMc-Auliffe,AlfredEdwardMaidloweDavidBell,esteúltimonacondiçãodesócio-residentenoBrasil.Asegundaempresadeauditoriafoi a Price Waterhouse, incorporando a W.B. Peat & Co. e a Touche, Faller & Co. Richard
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Wilson,seuentãogerenteemNewYork,foidesignadoparadirigirosserviçosnoRiodeJaneiro.
Apesar da profissão de auditor estar organizada, somente em26 demarço de1957,quandodainstalaçãodoInstitutodosContadoresPúblicosdoBrasil,emSãoPaulo,é que obteve um conjunto de normais aplicáveis à atividade. No entanto, somente em 1968 passou a ser reconhecida pelo sistema financeiro nacional, pormeio de ato doBancoCentraldoBrasil(Resoluçãonº.88,de30/01/68).
Em 1972, paralelo às regulamentações do Banco Central do Brasil, vieram asregulamentações do Conselho Federal de Contabilidade e a formação de um órgãonacional para congregar os auditores – o Instituto dos Auditores Independentes doBrasil (Resolução nº. 220, de 10/05/72, e circulares 178 e 179de 11/05/72, do BancoCentral doBrasil, e ResoluçõesCFCnº. 317 e 321/72, de 14/01/72 e 14/04/72). EssasregulamentaçõescriaramocadastroespecialdeauditoresindependentesnosConselhosRegionaiseaprovaramasnormaseprocedimentosdeauditoriaelaboradospeloInstitutodosAuditoresIndependentesdoBrasil.
Em1976,comosurgimentodaLeidasSociedadesporAções(Leinº.6.404)ecomaleiquecriouaCVM(Leinº.6.385),équesedeuumpassofirmeparaaconsolidaçãodaauditoria no Brasil.
Após este breve histórico vocês devem estar se perguntado: o que me levaria a contratar a atividade de auditoria?
Ainda não estou convencido da importância desta atividade!
Casovocêsdispusessemderecursosparaaplicaremumaorganização,porémnãoestivessemnaadministraçãododia-a-diadosnegócios,sentiriam-sesegurosemaplicardinheiro nesta empresa?
Possivelmente, a resposta de vocês estaria centrada em “segurança mínima”, que é a condição que cada pessoa gostaria de ter quando de uma aplicação. Pois a auditoria transmite esta segurança para o investidor, considerando que esta desempenha uma função de revisora das atividades executadas pela administração.
OUTRO EXEMPLO
Imagineque vocês irão assumir a administraçãode um condomínio na função
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de síndico. Vocês não gostariam de ter a certeza de que as contas que estão sendo“passadas” a vocês são reais e isentas de erros ou fraudes?
E inúmeras outras situações podem fazer com que a opinião de um especialista, no caso o auditor, proporcione uma maior segurança para um gestor.
Conforme MAGALHÃES, a seqüência básica de fatos que marcaram odesenvolvimento da auditoria no mundo foram:
a) Origens da auditoria:
• Aparecimentodegrandesempresas;
• Necessidadedecredibilidadenosregistroscontábeis;
• TributaçãodoimpostoderendanaInglaterra;
• Empresasformadaspelocapitaldemuitaspessoas;
• Grandescompanhiasinglesasdecomércioenavegação.
b) Da evolução:
• Primeiramente,emcontapúblicas,naInglaterra(1314);
• Aprática,sistematizadaocorreunosséculosXIXeXX.
c) Daorganizaçãodaprofissão:
• SurgimentodeguiasprofissionaisnosEstadosUnidos;
• SurgimentodasassociaçõesdeclassesnaInglaterra,nosEstadosUnidosenaHolanda.
d) Do desenvolvimento no Brasil:
• Instalaçãodefiliaisesubsidiáriasdecompanhiasestrangeiras;
• Financiamentodeempresasbrasileiraspormeiodeentidadesinternacionais;
• Crescimentodasempresasbrasileiras;
• NormasdeauditoriaemanadaspeloBancoCentraldoBrasil;
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• Surgimento de entidades de classes.
CONCEITOS, OBJETIVOS E FUNDAMENTOS DA AUDITORIA
Para o estudo de uma função extremamente técnica, que é a auditoria, faz-senecessário a conceituação desta atividade, os objetivos, bem como os fundamentos que a cercam.
CONCEITO DE AUDITORIA
Diversosautores,nasmaisvariadaspublicações,despendemesforçosemconceituara auditoria, sendo que selecionamos alguns conceitos para embasar as nossas discussões.
Crepaldi(2004,p.23)defineque“auditoriaconsistenolevantamento,estudoeavaliaçãosistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeirasdeumaentidade”.
ParaFrancoeMarra(2009,p.32),“aauditoriacompreendeoexamededocumentos,livros e registros, inspeções e obtenção de informações e confirmações, internas eexternas, relacionados com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes”.
SegundoSá (2002,p.24), “aauditoriaéoexamededemonstraçõese registrosadministrativos. O auditor observa a exatidão, integridade e autenticidade de tais demonstrações, registros e documentos. ”
Lopes de Sá comenta que “a auditoria é uma tecnologia contábil aplicada aosistemático exame dos registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração contábil, visando apresentar opiniões, conclusões, críticas e orientações sobre situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal, pública ou privada, quer ocorridos,querporocorrerouprospectadosediagnosticados”(SÁ,2002,p.25).
Vocês podem observar, lendo atentamente a cada uma das definições, queimplicitamente aos conceitos, a auditoria consiste em controlar áreas chaves nas empresas, afimdeevitarsituaçõesquepropiciemfraudesedesfalquespormeiodetestesregularesnoscontrolesinternosespecíficosdecadaorganização.
Destes conceitos, conclui-se que a auditoria se posiciona como uma técnicacontábilqueutilizaprocedimentosespecíficosepeculiares,osquaisaplicadosnoexamederegistros,documentoseinspeçõesatravésdaobtençãodeinformaçõeseconfirmações,estabelecem condições para o controle de patrimônio de uma entidade. Estas condições se efetivam por dados confrontados nos princípios fundamentais e normas de contabilidade,
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que refletem se as demonstrações contábeis estão adequadas à situação econômico-financeiradopatrimônio.
Estes exames são efetuados de acordo com princípios e normas de auditoria usualmente aceitas, incluindo procedimentos que os auditores julgarem necessários, de acordocomacircunstânciaecomafinalidadedeobterelementosdeconvicçãoparacomprovar se os registros contábeis foram executados conforme com os princípios fundamentaisenormasdecontabilidade.E seasdemonstraçõescontábeis refletemasituaçãoeconômico-financeiradopatrimônio,os resultadosdoperíodoadministrativoexaminadoeoutrassituaçõesnelasdemonstradas.Taisprincípios,normaseprocedimentosde auditoria serão estudos no tópico seguinte.
OBJETIVOS E FUNDAMENTOS DA AUDITORIA
Comoobjetivoprincipal,aauditoriasempreserácontratadaporumapessoa,ougrupodepessoas,paraoexameea verificaçãodedocumentose registros contábeise administrativos, de forma que o auditor após essa análise possa emitir uma opinião sobre a validade desses documentos e registros, que serão de utilidade para tomada de decisões nas organizações.
Portanto, a auditoriaestá fundamentadaem “confiança”dequemcontratouosserviços do auditor, para que ele através da sua especialização, relate a forma com que foram conduzidos os trabalhos executados e quais foram as suas conclusões.
Acontrataçãodotrabalhodeumespecialista,queéoauditor,temporfinalidadeatenderadistintospúblicos,porémpodemser classificadosentreusuáriosexternoseusuáriosinternos.Asfinalidadesbásicasdecadatipodeusuáriopodemserclassificadasem:
a) Quanto ao usuário externo:
• Interessedosacionistas;
• Interessedosfinanciadores;
• InteressedoEstado;
• Compraefusõesdeempresas
b) Quanto ao usuário interno:
• Interessedosacionistas;
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• Interesseaestratégiasdeinvestimentosrelevantesemprojetos;
• Investigaçãodefraudes;
• Revisão de processos.
Seaauditoriatemfinalidadestãoabrangentes,porquenoBrasilépoucodivulgada?
De acordo com Crepaldi (2002), é notório no Brasil ouvirmos que o Governoautorizoua realizaçãodeauditoria emdeterminadosMinistérios, cujas irregularidadessão marcantes, mas em poucas situações se tem retorno destes trabalhos. Nas empresas multinacionais e nas grandes empresas, é justamente o contrário, pouco se divulgam os resultados de uma auditoria, pois seu objetivo é corrigir possíveis falhas nos controles, aplicaçãodalei,emqueosenvolvidoseosinteressadospossam,acadadia,confirmarnafilosofiadaempresa.
Nos países em que a importância da auditoria é reconhecida, há muitos anos existem comissões permanentes especialmente criadas para emitir normas de auditoria, à medida que novas circunstâncias assim exigem.
A filosofia da auditoria consiste em avaliar a política de sistemas da empresa,em termos da adequação, comunicação, aceitação aplicação e controle, se é necessária na situação, se contribui para atingir os objetivos da empresa, se permite assegurar a corretautilizaçãodosrecursosdaempresa,tantodenaturezafinanceiracomofontedeinformação para terceiros.
A base fundamental da auditoria está ligada diretamente à contabilidade, que embora exerça o principal papel da empresa, no sentido de registrar e informar os reflexosdastransaçõesnosaspectos,econômico-financeiros,muitasvezesémanipulada,por interesses estranhos ao objetivo maior da empresa, visando as vantagens ilícitas ou aproveitamento particular com empréstimos, aprovações e operações com vantagens próprias.
Todasasvezesqueumaorganização,ouumaáreanaorganização,necessitadaopinião de uma pessoa alheia ao processo, mas que tenha profundo conhecimento técnico decomoestesedesenvolve,poderiautilizar-sedosserviçosdeauditores.
Este seria contratado para revisar e opinar sobre os controles internos e processos utilizados pela organização, contribuindo, assim, para a melhoria continua da organização.
Inicialmente,aauditoriaselimitouàverificaçãodosregistroscontábeis,visando
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observar se eles eram exatos. A forma primária, portanto, confrontava a escrita com as provas do fato e as correspondentes relações de registro.
A tendência moderna representa uma evolução relativa que, primitivamente, se atribuíaàauditoriaequeselimitavaaocampodesimplesverificação.Hoje,oconceitoédinâmicoeprossegueemevolução,atribuindo-seàauditoriaoutrasimportantesfunções,abrangendo todo o organismo das empresas e da sua administração.
Afinalidadeprimordialdaauditoriaéaconfirmaçãodaeficiênciadoscontrolesefatordemaiortranqüilidadeparaaadministraçãoegarantiaparaosinvestidores. A auditoria tem também a função inibidora de delitos internos, considerando que aspessoasaosaberemqueexisteumaverificaçãodosprocessosporauditores,sentem-se inibidas de praticar um delito.
Dentre as várias vantagens da contratação de auditoria, destacam-se:
• Fiscalizaaeficiênciadoscontrolesinternos;
• Dificultadesviosdebenspatrimoniaisepagamentosindevidos;
• Possibilitaaapuraçãodaomissãoderegistros;
• Contribuiparaaobtençãodeinformaçõescommaiorqualidade;
• Aponta falha na organização e sugere medidas corretivas.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE A AUDITORIA INTERNA E A EXTERNA
Quando uma pessoa tem a intenção de se utilizar de trabalhos de auditoria, normalmente surge a dúvida se é melhor ter auditoria interna, ou contratar auditores externos.
AUDITORIA EXTERNA
Normalmente, os trabalhos executados por auditores externos, que são pessoas alheias à empresa, não fazendo parte da folha de pagamento, têm por objetivo principalaemissãodeparecersobreasDemonstraçõesContábeis(BalançoPatrimonial,DemonstraçãodoResultadodoExercício,DemonstraçãodasMutaçõesdoPatrimônioLíquido, Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e Notas Explicativas),opinando se estas estão de acordo com práticas contábeis.
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Esta atividade é executada mediante contrato de prestação de serviços, e os testes de auditoria se espalham por onde haja necessidade de levantar questões que auxiliam na conclusão dos trabalhos.
No Brasil, atualmente, todas as empresas constituídas sobre a forma de sociedades anônimas, alémdaquelas reguladaspor controlesdefiscalizaçãodaCVM–ComissãodeValoresMobiliários,BACEN–BancoCentraldoBrasileSUSEP–SuperintendênciadeSeguros Privados, devem ser auditadas por auditores externos, também conhecidos por auditores independentes.
AUDITORIA INTERNA
A auditoria interna foi concebida em virtude de a auditoria externa ter por objetivo unicamente a emissão de um parecer acerca da fidedignidade das demonstraçõescontábeis da empresa. A tarefa de análise detalhada de políticas e procedimento interno coube a auditoria interna.
A auditoria interna é uma atividade de avaliação independente dentro de uma organização para revisar as operações contábeis, financeiras e outras, dentro de umafinalidadedeprestarserviçoàadministração.Éumcontroleadministrativocujafunçãoémedireavaliaraeficiênciadosoutroscontroles.
A função moderna da auditoria interna é fazer aquilo que a direção da empresa gostariade fazer, se tivesse tempopara tantoesoubesse fazê-la.Segundoo InstitutodeAuditores Internos1, a auditoria interna é uma atividade de avaliação independente e de assessoramento da administração voltada para o exame e avaliação da adequação, eficiênciadossistemasdecontrole,bemcomodaqualidadedodesempenhodasáreasemrelaçãoàsatribuiçõeseosplanos,metas,objetivosepolíticasdefinidosparaasmesmas.
A auditoria deve se assegurar de que os auditores internos possuam competência técnica e grau de instrução compatíveis com as tarefas que executarão, é de responsabilidade do Gerente de Auditoria estabelecer padrões e critérios de recrutamento e seleção,levando-se em conta: conhecimento, experiência, capacitação previa do candidato,perfilcomportamental,esemprequepossíveldeveserexaminadaavidapregressadocandidato.
OCFC, atravésdeResolução2, cita – “o contador, na função de auditor interno devemanteroseuníveldecompetênciaprofissionalatualizadodasNBC,dasTécnicascontábeis,especialmentenaáreadeauditoriacontábil,alegislaçãoinerenteàprofissão,dos conceitos e da legislação da entidade”.
A auditoria interna deve elaborar um plano anual de treinamento, baseado nas avaliações periódicas, no plano de carreiras e no rodízio de trabalho dentro do órgão. Independentedoplanodetreinamentopreparadopelaáreadeauditoria,osauditores1 http://www.iiabrasil.org.br/new/2 http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/p1.htm
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devem ter uma atitude de contínuo aperfeiçoamento e ampliação de seus conhecimentos.
OsatuaisobjetivosdaAuditoriaInterna,nasuaessênciaestãodirecionadospara:
a) Examinaraintegridadeefidedignidadedasinformaçõesfinanceiraseoperacionaisecomunicaressasinformações;
b) Examinar sistemas estabelecidos, visando certificar a observância das políticas,planos,leisquepossamimpactarsobreasoperaçõeseverificarseaorganizaçãocaminhaemconformidadeasdiretrizestraçadas;
c) Examinar os meios usados para proteção de ativos da companhia, e quando necessário,verificarsuaexistênciafísica;
d) Certificar-sedequeosrecursosdacompanhiasãoutilizadosdeformaeficienteeeconômica;
e) Examinar operações e programas e certificar-se de que os resultados sãocompatíveis com os planos, e se estas operações, planos e programas foram executados em consonância com os planejados,
f) Comunicaroresultadodotrabalhodeauditoriaecertificarqueforamtomadasasprovidências necessárias a respeito de suas descobertas.
Afinalidadedarevisãodocontroleinternoporpartedotrabalhodoauditor,éadedeterminar sua qualidade, adequação e desempenho, a forma de como é monitorado pela alta administração e sua economicidade em relação aos custos dos controles e atividades controladase,finalmente,formarumabaseparadeterminaraextensãodeseusprópriostestes, natureza e oportunidades de sua realização.
Os auditores internos devem examinar os meios usados para proteger o ativo contra diversos tipos de danos, como os que decorrem de roubo, incêndio, atividade ilícitaeexposiçãodosbensàsintempéries.Aoverificaremaexistênciadoativo,devemempregarprocedimentosadequadosparaessefim.
A importância da auditoria interna reside na articulação de movimentos que sua implantação redunda, ou seja, em seus efeitos e impactos, não é sua função exclusiva apontar falhas e informar ao alto escalão, esta visão simplista dos serviços de auditoria é o maioróbiceimpeditivoàconquistadaeficácia.Sinalizarfalhassãoimportantesnamedidaem que alertam para a necessidade de mudança. Entretanto, a análise das mesmas falhas e o encaminhamento de soluções são os fatores que realmente dão utilidade a ação de buscar a informação.
Auditor internonãoéumpolicial,masumprofissionalquepretenderesponderas expectativas da Administração sobre os maiores riscos da empresa, observando, aconselhandoeesclarecendoosresponsáveisenvolvidos,persuadindo-osaimplantarasações corretivas necessárias. Além disso, é uma função de apoio a gestão baseada num processo sistemático, utilizando técnicas de Auditoria apropriadas.
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Aauditoriainternaéumaatividadeprofissionaleseupropósitoéfazerjulgamento.Logo,elanecessitadomaiorgraudeimparcialidade,integridadeeobjetividadeosquaisseatrofiamnaausênciadeindependênciaprática.
Devidoàslimitaçõesinerentesàauditoria,existeriscoinevitáveldequedistorçõesrelevantes, resultantes de fraude e em menor grau de erro possam deixar de serem detectadas.Emboraaexistênciadesistemacontábiledecontroleinternoeficazreduzaa probabilidade de distorção, sempre irá existir algum risco de controles internos não funcionaremcomooplanejado.Alémdisso,qualquersistemacontábilpodeserineficazcontra fraude que envolva conluio entre empregados ou cometidas pela administração. Certosníveisdeadministraçãopodemestaremcondiçãodeburlarcontrolesqueprevinamfraudes cometidas por outros empregados.
Seria necessária a contratação dos serviços de um auditor externo, se a empresa necessitasse da opinião deste sobre as demonstrações financeiras. Esta contratação éobrigatória se a empresa é uma sociedade anônima de capital aberto e possuí ações negociadas em bolsas de valores. Estes profissionais não teriam qualquer vínculo deemprego com a organização, sendo contratados esporadicamente.
No caso da necessidade de revisão dos controles internos e avaliação contínua daeficiênciaeeficáciadosprocessosomaisrecomendáveléautilizaçãodosserviçosdeauditores internos,queseriamcontratadosparaestefim,epassariamafazerpartedoquadro de funcionários da organização.
As principais diferenças entre o auditor interno e o externo são:
INTERNO EXTERNO
Éempregadodaempresaauditada; Não tem vínculo empregatício com a em-presaauditada;
Menorgraudeindependência; Maiorgraudeindependência;Executaauditoriacontábileoperacional; Executaauditoriacontábil;
Normalmente aplica maior volume de tes-tes devido ao fato de estar mais presente
naorganização;
Menorvolumedetestes,jáqueoauditorexterno está interessado em erros que
individualmente ou cumulativamente pos-sam alterar as informações das demons-
traçõescontábeis;Temporobjetivoprincipalabuscada
eficácianosprocessosinternos,atravésdarevisão contínua das atividades das áreas
operacionais da empresa.
Temporobjetivoprincipalaemissãodeparecer ou opinião sobre as demonstra-
ções contábeis.
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3 Auditoreprofessordeauditoria,períciacontábilnasFaculdadesSantaCruz/Inove,nocursodegraduaçãoedepós-gra-duação.ProfessordegraduaçãodeContabilidadeInternacionaldoUnicenP–CentroUniversitárioPositivo.MestreemAdministra-çãoeGestãoFinanceirapelaUniversidadedeExtremaduradaEspanhae-mail:[email protected]
AUDITORIA INTERNA: QUAL A SUA POSTURA EM UM AMBIENTE GLOBALIZADO E
COMPETITIVO?Por: Prof. MSc Cláudio Marcelo Rodrigues Cordeiro³
Muito se tem falado sobre o atual momento pelo qual passa a função do Auditor Interno nas organizações no Brasil. É questionada a sua real necessidade nas empresas, como uma atividade que realmente “agregue valor” ao negócio, consequen-temente trazendo rentabilidade e segurança sobre as operações aos acionistas. É prudente destacar a falsa interpretação do termo “agregar valor”, pois muitos empresários têm em mente que a palavra “valor” está intrinsecamente ligada ao termo “financei-ro”, o que não é adequado, considerando que para entendermos o seu real significado devemos extrapolar o “senso comum”. Agregar valor é um somatório de interesses internos e externos, que possibilitam um ganho, não necessariamente o monetário, que se bem aplicados corroboram para a gestão da empresa como um todo. Todas as vezes que estamos realizando auditorias pre-ventivas, buscando corrigir eventuais distorções, propondo no-vos processos, melhorando a performance interna, o resultado poderá levar a um valor agregado, pois se não houvesse o moni-toramento da auditoria interna sobre as transações, não-confor-midades dos processos, poderiam levar a empresa a distorções operacionais significativas. Outro ponto fundamental para a boa gestão dos traba-lhos de auditoria interna é a desmistificação entre os funcioná-rios das empresas em que existe uma divisão de auditoria inter-na. Sobre a atuação e participação do Auditor, é preciso ficar transparente que este profissional está ali para auxiliá-lo a de-sempenhar as suas tarefas dentro da filosofia da organização e não como um dificultador que está presente apenas para apontar erros, uma vez que ambos são parceiros em busca de um resulta-do comum. Dentro deste aspecto, o perfil atual do Auditor Interno, e mesmo externo, não pode ser o mesmo de há dez ou vinte anos, em que era visto como uma pessoa metódica, desagradável, dis-tanciada dos problemas futuros, apenas vivendo de trabalhos em cima de dados passados. Atualmente, também o perfil do empresário que dispõe de um quadro de Auditores Internos deve ser outro, possibili-tando a este profissional uma plena autonomia, apesar de ser um funcionário da organização com vínculo empregatício, con-fiando-lhe informações em primeira mão, não sendo necessário “apurar” determinados fatos após a sua ocorrência. Se a postura da empresa for tradicional, não antecipan-do certas informações ao Auditor Interno, cabe a ele a transfor-mação deste quadro, mostrando a sua disponibilidade em discu-tir as consequências futuras que determinada atitude pode vir a trazer à organização. Um dos fatores que contribui para que o processo de transformação seja moroso é que não existem grandes debates que contribuam significativamente no sentido de adequar o perfil necessário do Auditor Interno para o que o mercado competitivo e globalizado necessita. O caso é que vem sendo exigida uma série de conhe-
cimentos diversificados para o bom desempenho deste profis-sional. O profissional ligado a esta área, além de conhecer pro-fundamente sobre contabilidade, deve estar voltado para outras áreas, tendo um adequado domínio de técnicas de administra-ção, qualidade total, marketing, organizações e métodos, pla-nejamento estratégico, informática, relações humanas, fluência verbal e escrita, dentre outras. Além dos conhecimentos acima destacados, o Auditor deve ser um componente ativo da engrenagem de gestão interna, fazendo com que suas observações coletadas nos trabalhos de campo, sejam úteis, e porque não dizer essenciais, na busca de um adequado gerenciamento de recursos. A vasta abrangência de atuação que a auditoria interna propicia, deve levar o profissional desta área a ter uma visão sis-têmica dos vários segmentos da organização, de modo que suas contribuições sejam oportunas na correção de eventuais proble-mas internos, como na tomada de decisões estratégicas por parte da alta administração. A sua opinião e visão crítica dos processos deve estar alicerçada em evidências que propiciem aos administradores a correta valoração das técnicas empregadas na gestão do negócio, em que a aceitação de mudanças de rumos por parte da adminis-tração poderá depender da forma de expressão oral e escrita do trabalho desenvolvido pelo Auditor.A auditoria interna deve estar voltada para o moderno conceito de “auditoria integral”, em que cada vez mais se deve conhecer profundamente o objeto principal da organização para a qual trabalha, sem perder a visão dos concorrentes, atuando como um consultor de negócios.Dentro desta filosofia, o Auditor Interno deve desempenhar sua atividade com visão holística e proativa, se antecipando aos fatos, de modo que a sua opinião seja de fundamental importância nos rumos das organizações.A “auditoria integral” pressupõe um envolvimento total do Au-ditor com o objeto auditado, propiciando um aprofundamento nas metodologias internas de gestão e não somente a preocupa-ção do cumprimento adequado por parte dos funcionários da empresa, das rotinas e procedimentos internos da organização.Ao mesmo passo, o Auditor Interno deverá estar atento à novas tendências no mercado em que sua empresa atua, procurando participar de forma significativa no desenvolvimento de estraté-gias de atuação em um ambiente competitivo, com atitudes “vi-sionárias”, buscando novos resultados para a organização.O que deve ficar cristalino para os Auditores Internos é que a sua participação na gestão operacional das organizações deve ir muito além de uma “fiscalização” sobre os processos, atuando em sintonia com o que o mercado solicita, com metas e estratégias bem definidas, que é fundamental para a sobrevivência empre-sarial.Diante de tudo o que foi resumidamente apresentado, acredito de forma convicta na importância da auditoria interna nas or-ganizações, adequada a sua postura, uma nova realidade em um ambiente globalizado, contribuindo de forma significativa para a gestão eficaz dos negócios.
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CONCLUSÃO:
Embora haja o questionamento da função do auditor interno nas organizações, a suaatividadeémuitoimportantenagestãoeficazdosrecursos,tantofinanceiros,comohumanos e materiais. Sua postura nas organizações deve ser de um “agente visionário”, com atitudes e idéias voltadas a alavancar resultados, e não somente exercer atividades de controles internos. O profissional desta área deve estar permanentemente atualizado, através deestudoscontínuos,adequando-seeadaptando-seàsnovasexigênciasdomercadoemum mundo cada vez mais globalizado e competitivo.
Combasenotextoacima,identifiquequaldeveseroperfilmodernodoauditorinterno nas organizações, relacionando quais são os atributos básicos para que uma pessoa possa exercer tal atividade em uma entidade.
15AULA 01 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AUDITORIA NO MUNDO E NO BRASIL.
ALMEIDA,MarceloCavalcanti.Auditoria: Um curso moderno e completo. 5ª edição. São Paulo:Atlas,1996.
ATTIE,Willian.Auditoria interna.2ªedição.SãoPaulo:Atlas,1986.
ATTIE,Willian. Auditoria conceitos aplicações. São Paulo: Atlas, 1995.
CONSELHOFEDERALCONTABILIDADE.Auditoria Interna -
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